Conferência sobre a REABILITAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE VISEU Análise da vulnerabilidade estrutural do património edificado. O caso dos centros históricos. José Padrão – Docente do Departamento de Engenharia Civil da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu ORGANIZAÇÃO COLABORAÇÃO Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias SUMÁRIO § O que é a vulnerabilidade? § Há necessidade de se fazer um levantamento vulnerabilidade estrutural do património edificado? da § Evolução da regulamentação e documentos de apoio. § Os centros históricos. Problemática associada ao seu estudo. Conclusões § Identificação e descrição estrutural do património edificado: aspectos técnicos e sua constituição. § Identificação das principais anomalias: suas origens e consequências. § Um caso de estudo. Introdução OBJECTIVO Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões § Referir a importância da existência de cartas de risco do património edificado, que identifiquem as zonas mais vulneráveis, nomeadamente nos centros históricos; § Promover o estudo de métodos e ferramentas de avaliação estrutural, que sirvam de base a acções de prevenção (acções de formação, planos de ordenamento adequados, PDM, intervenção da protecção civil, etc.); § Salientar a importância de avaliar a qualidade dos materiais e caracterizar as alvenarias antigas; § Sistematizar as anomalias mais frequentes dos edifícios antigos do centros urbanos do nosso país. Introdução O QUE É A VULNERABILIDADE? Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado EDIFÍCIOS VULNERÁVEIS: Sujeitos a danos, quer humanos quer na sua construção. Dependem, não só das próprias acções que actuam sobre a estrutura (sismos, vento, neve, etc.) como da sua resistência e qualidade construtiva. Patologias Conclusões VULNERABILIDADE SÍSMICA: Refere-se à susceptibilidade de um edifício sofrer danos durante a ocorrência de um sismo. RISCO SISMICO: Descrição, em termos probabilísticos, das consequências para a sociedade da ocorrência de sismos. Introdução Vulnerabilidade § § § § Zonamento sísmico Intensidade Aceleração Características dos solos § § § § Tipologia construtiva Materiais e processos de construção Fragilidade e danos Acções e técnicas de reforço § § § § Valores de bens económicos Valores históricos e culturais Funcionalidade do edificado Custos indirectos Centros urbanos Caracterização do património edificado RISCO = PERIGOSIDADE X VULNERABILIDADE X Patologias Conclusões CARTAS DE RISCO SÍSMICO AVALIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE REFORÇO E REABILITAÇÃO EXPOSIÇÃO Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões QUAL O OBJECTIVO DA AVALIAÇÃO RISCO? RISCO . Perdas de Vidas Humanas . Estimativa de dano . Perdas económicas e culturais . Definição de estratégias de reforço DO Introdução ITÁLIA: L’ÁQUILA (6 de Abril de 2009 - 6,3 mag.): Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Consequências: 299 mortos; 1500 feridos; 65.579 desalojados NOVA Introdução ZELÂNDIA: CHRISTCHURCH (21 de Fevereiro de 2011 - 6,3 mag.): Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Consequências: 181 mortos; 2000 feridos; 100.000 edifícios danificados JAPÃO: MIYAGI (11 de Março de 2011 - 9,0 mag.): Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Consequências: 14.063 mortos; 4.916 feridos; 14.175 desaparecidos; mais de 125.000 edifícios danificados Introdução HAITI: PORT-AU-PRINCE (12 de Janeiro de 2010 – 7,0 mag.): Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Consequências: 316.000 mortos; 300.000 feridos; 1.000.000 de pessoas sem casa; mais de 250.000 edifícios danificados Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões QUAL A SITUAÇÃO ACTUAL, NO MUNDO? § Os países mais desenvolvidos (Estados Unidos, Japão, Nova Zelândia, Itália, Turquia, por exemplo), desenvolveram cartas de risco sísmico, através de programas nacionais cujo objectivo é a redução da vulnerabilidade sísmica; § Estas cartas referem-se, não só ao património edificado, mas a redes e infra-estruturas consideradas essenciais para o funcionamento de um pais: infra-estruturas hospitalares, governamentais, escolares, industriais, de energia, telecomunicações, gás, água, etc.; § Identificação e hierarquização das prioridades. QUAL A SITUAÇÃO ACTUAL, EM PORTUGAL? Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões LISBOA 1755 (1 de Novembro de 1755 - 9,0 mag.): Consequências: 30.000 mortos; milhares de feridos; a cidade foi quase destruída (sismo, tsunami e incêndios) Foi sentido em toda a Península Ibérica, Açores, Madeira, Norte de África; Europa do Norte, Norte de Itália, etc. Em Antígua (Caraíbas) a primeira onda do tsunami chegou cerca de 10 horas depois do evento. Açores, Ilha Terceira (1 de Janeiro de 1980 – 7,2 mag.): Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Consequências: 71 mortos; 400 feridos; 15.500 edifícios danificados Açores, Ilha Faial (9 de Julho de 1998 – 5,8 mag.): Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Consequências: 9 mortos; danificados 100 feridos; 1.500 edifícios Mapa de risco sísmico na região Mediterrânea: Introdução Representa as condições locais para uma taxa de ocorrência igual ou superior a 10%, para um período de retorno de 50 anos na região mediterrânea. Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões O risco sísmico em Portugal é médio (IGCP Seismotectonics and Seismic Hazard www.seismo.ethz.ch/gshap/sesame/sesame99.html) Assessment, SESAME, Introdução E OS CENTROS HISTÓRICOS? Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado A crescente preocupação acerca da durabilidade, conservação e alteração de edifícios antigos em alvenaria, em zonas urbanas, suscita a premência na avaliação da segurança e qualidade estrutural, particularmente à acção sísmica. Patologias Conclusões É largamente reconhecido que a vulnerabilidade sísmica da maioria dos centros históricos, com edifícios isentos de preocupações de resistência à acção sísmica, é alta. A necessidade de catalogar edifícios de acordo com a sua vulnerabilidade, particularmente as construções tradicionais, é uma acção chave em qualquer processo de renovação e reabilitação urbana. Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Qual o número de edifícios que foram projectados segundo normas anti-sísmicas? Nos edifícios situados nos centros urbanos/históricos, qual a percentagem de edifícios que tiveram em consideração tais normas? Dos recuperados, quais os que tiveram em atenção as suas características construtivas? • O REBAP (Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-esforçado) entrou em vigor em 1983. • O RSA (Regulamento de Segurança e Acções para estruturas de edifícios e pontes) entrou em vigor em 1983. Introdução Vulnerabilidade EXISTE APENAS A VULNERABILIDADE SÍSMICA? Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias A INTENÇÃO DE ABORDAR, NESTA COMUNICAÇÃO, QUESTÕES ASSOCIADAS COM A VULNERABILIDADE ESTRUTURAL, SURGE COM A NECESSIDADE DE ALERTAR A COMUNIDADE PARA O FACTO DE NÃO EXISTIR APENAS UM TIPO DE VULNERABILIDADE: Conclusões VULNERABILIDADE RISCO SÍSMICO RISCO DE INCÊNDIO URBANO Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões LISBOA – Baixa / Chiado, 25 de Agosto de 1988 Introdução SITUAÇÃO EM PORTUGAL Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias NÃO EXISTE EM PORTUGAL UMA CULTURA DE GESTÃO DE RISCO. É ESSENCIAL A EXISTÊNCIA DE UM DOCUMENTO(S) DE CARIZ NACIONAL QUE PERMITA A AVALIAÇÃO E MITIGAÇÃO DOS RISCOS. Conclusões MITIGAR: Acto de abrandar, aliviar, diminuir Editora ) (DICCIONÁRIO DE Língua Portuguesa, Porto Viseu – Centro histórico, Fevereiro de 2010 Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos EM PRIMEIRO LUGAR É NECESSÁRIO FAZER O RECENSEAMENTO NACIONAL DO PATRIMÓNIO CONSTRUÍDO: . Edifícios públicos; . Edifícios privados; Caracterização do património edificado . Monumentos; Patologias . Edifícios industriais; Conclusões . Infra-estruturas viárias; . Redes de abastecimento: energia, gás, água, etc. UMA BOA NOTÍCIA: Resolução da A. R. n.º 102/2010 Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Adopção de medidas para reduzir os riscos sísmicos Nesta resolução recomenda-se ao Governo, entre outras medidas: § Promover junto das autarquias (…) estimulando a colaboração do meio técnico e científico a elaboração de cartas de risco sísmico, que identifiquem as zonas mais vulneráveis, as tipologias do edificado que mais contribuem para o risco e sua localização e que devem ser vertidas nos planos de ordenamento de âmbito municipal de modo a orientar os usos do solo e as acções de urbanização e edificação. § Proceder a um levantamento da vulnerabilidade sísmica do edificado público (…) disponibilizando os meios para que os privados possam requerê-lo, hierarquizando a urgência da intervenção sobre cada um desses edifícios ou infra-estruturas (…) § Elaborar, em articulação com as autarquias locais, um plano nacional de redução da vulnerabilidade sísmica das redes de infra-estruturas industriais, hospitalares, escolares, governamentais, das infra-estruturas de transportes, energia, telecomunicações, gás, água e saneamento e outros pontos críticos e zonas históricas dos núcleos urbanos, com identificação e hierarquização das situações de risco. Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões § Reforçar os meios de controlo de qualidade dos edifícios novos, assegurando que o projecto está de acordo com a legislação em vigor e a sua execução é congruente com os projectos aprovados (…) § Assegurar a obrigatoriedade de segurança estrutural anti-sísmica nos programas de reabilitação urbana existentes ou a criar, conforme a sua localização nas zonas do mapa de risco sísmico e vertidas nos planos de ordenamento de âmbito municipal. § Realizar regularmente acções de formação para a prevenção, articulando as diversas entidades com intervenção na protecção civil, bem como as escolas e as empresas, com vista à sensibilização e preparação da população. § Estimular a investigação científica nas áreas da prevenção, sismologia, engenharia sísmica e caracterização geotectónica do território nacional, partindo da criação de programas específicos de apoio a projectos, reforçando os meios dos organismos nacionais com funções de vigilância e acompanhamento das questões relacionadas com a sismicidade, desenvolvendo também ferramentas que permitam a avaliação socioeconómica das consequências dos sismos, estabelecendo métodos racionais para a avaliação e reforço de estruturas, e identificação de metodologias de protecção sísmica a implementar. Resolução do Conselho de Ministros n.º 20/2011 Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Nesta resolução o Governo define a reabilitação urbana e a dinamização do mercado de arrendamento como áreas estratégicas e fundamentais para incentivar as actividades económicas associadas ao sector. Ao promover a reabilitação urbana e o mercado de arrendamento, prossegue-se igualmente uma estratégia de requalificação e revitalização das cidades. § Aprovar um conjunto de incentivos à reabilitação urbana (…) § As medidas devem centrar-se na simplificação de procedimentos e eliminação de obstáculos à reabilitação urbana, garantia do cumprimento dos contratos de arrendamento e financiamento da reabilitação urbana. § Para isto disponibilizar-se-ão 1700 milhões de euros. 17 de Março de 2011 Introdução Desta reflexão… Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias • A crescente consciência da importância da reabilitação urbana, não só por motivos históricos e culturais mas como processo de criação de valor; • A existência de experiências e instrumentos de intervenção relevantes (como é o caso das SRU); Conclusões • A necessidade de conhecer o edificado antes de intervir, assumindo sempre que este é um processo multidisciplinar; • A importância do conhecimento técnico e dos princípios das cartas e convenções internacionais para uma intervenção adequada de conservação e reabilitação de edifícios antigos. Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões • A reabilitação urbana entende-se, no seu sentido mais lato, como um conjunto de acções tendentes à recuperação e beneficiação de áreas urbanas degradadas, dirigidas aos edifícios, ao espaço público, às infra-estruturas e à condição socioeconómica e cultural das populações. Em 1993, num colóquio promovido pela UNESCO sobre os problemas ligados à modernização dos centros urbanos, foram produzidas recomendações de grande importância para orientação de desenvolvimento de estratégias de renovação urbana, ao que se seguiram várias experiências internacionais de relevo. Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões As acções de reabilitação em centros urbanos são particularmente delicadas devido às suas condicionantes das quais se destacam: as limitações arquitectónicas, as limitações quanto aos materiais a utilizar e as limitações quanto ao uso futuro. Para além destas dificuldades é de salientar que os centros urbanos com carácter histórico são zonas geralmente com pouca população, muito envelhecida e com graves debilidades socio-económicas, o que se vem a reflectir em níveis alarmantes de degradação dos edifícios. Esta realidade coabita com zonas de comércio e serviços que frequentemente ocupam os pisos inferiores dos edifícios, constituindo autênticas ilhas no tecido urbano. Introdução Da importância das cartas e convenções internacionais… Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões “Recomendações para a Análise, Conservação e Restauro Estrutural do Património Arquitectónico” – ICOMOS Portugal, tradução de Paulo Lourenço e Daniel Oliveira, U. Minho, 2004. São compostas por 2 partes principais: PRINCÍPIOS: são apresentados os conceitos básicos; GUIÃO: debatem as regras e as metodologias que os projectistas devem seguir. Diagnóstico => Abordagem qualitativa vs. Abordagem quantitativa ICOMOS – Conselho internacional dos monumentos e sítios. Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Declaração de princípios para a preservação do património construído, 1995 “Considera-se que as técnicas e os materiais tradicionais são um património de valor intrínseco que importa preservar e que muitas vezes constituem as soluções mais apropriadas para a conservação do património”. Carta de Washington, 1987 “Os valores a preservar são o carácter histórico da cidade e dos elementos materiais e espirituais que lhe determinam a imagem, em especial … a forma e o aspecto dos edifícios (interior e exterior) definida pela sua estrutura, volume, estilo, escala, materiais, cor e decoração (…)”. Carta de Veneza, 1964 “A conservação e o restauro dos monumentos, constituem uma disciplina que apela á colaboração de toda a ciência e de todas as técnicas que possam contribuir para o estado e salvaguarda (…)”. Introdução Vulnerabilidade O PATRIMÓNIO EDIFICADO NOS CENTROS URBANOS (CENTROS HISTÓRICOS) É COMPOSTO, EM GERAL, POR UMA ASSOCIAÇÃO DE: Centros urbanos Caracterização do património edificado ELEMENTOS DE ALVENARIA Patologias Conclusões PAVIMENTOS DE MADEIRA ESTRUTURA DE COBERTURA Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões ELEMENTOS DE ALVENARIA Classificação dos elementos de alvenaria segundo a função a que se destinam: • Paredes resistentes, interiores ou exteriores; • Paredes divisórias ou de compartimentação; • Muros de suporte; • Muros de vedação. Designação Introdução Natureza e características dos materiais e dos ligantes Parede de cantaria Pedras de cantaria com as faces devidamente aparelhadas, assentes em argamassa ou apenas justapostas. Alvenaria de aparelhada pedra Pedras irregulares aparelhadas numa das faces, assentes com argamassa ordinária. ordinária Pedras toscas, irregulares em forma e dimensões, ligadas com argamassa ordinária. Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Alvenaria (correntes) Alvenaria hidráulica Pedras ligadas com argamassa hidráulica. Alvenaria refractária Pedras ligadas com argamassa refractária. Alvenaria seca Pedras assentes por justaposição, apenas travadas entre si, sem qualquer tipo de argamassa. Patologias Conclusões de pedra Paredes mistas Paredes de alvenaria e cantaria; de alvenaria e tijolo; de alvenaria com armação de madeira. Alvenaria de tijolo Paredes constituídas por tijolo. Parede de adobe ou Parede de taipa Paredes construídas com terra. Introdução Vulnerabilidade ELEMENTOS DE ALVENARIA A heterogeneidade das alvenarias é bem visível: Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões - Paredes de um pano e paredes de dois panos, com ou sem ligação entre si; - Em Viseu é característico as paredes dos pisos superiores, em alçados principais, serem de tabique, enquanto que as do primeiro piso são em alvenaria de pedra. - Ligação entre os blocos de pedra: junta seca vs. argamassa. - Espessura das paredes muito variável. Alvenarias de pedra irregular ou surribada desordenada apresentam um assentamento aleatório e com juntas desalinhadas e irregulares, contudo com algum cuidado na execução (selecção e assentamento); PAVIMENTOS Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Os pavimentos de madeira representam a maioria e são constituídos de vigamentos de madeira paralelos numa direcção distanciados em média entre 0.3 a 0.6m no qual assenta um soalho pregado na direcção transversal. A distância entre o vigamento é um reflexo da melhor ou pior qualidade da habitação, isto é, a relação entre a dimensão do vigamento (largura do barrote) e o afastamento entre o vigamento na maioria dos casos era de 1:3 ou 1:4. As secções transversais das vigas e barrotes varia em função do vão, mas para vãos correntes (cerca de 3 a 3 a 3.5m) as dimensões são muito dispersas, variam entre 10 a 20cm para a largura e de 12 a 25cm para a altura. Para além desta variabilidade em dimensões medidas, as secções transversais das peças de madeira não são esquadriados (secção rectangular), são por vezes troncos circulares sem casca. PAVIMENTOS Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Viga secundária Soalho Soalho Apoio Tarugo Viga principal Tarugo Viga principal Rev. inferior Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado ESTRUTURA DE COBERTURA As estruturas das coberturas são na quase totalidade em madeira, existindo muitos poucos casos de outra tipologia de cobertura planas e de outras geometrias. Observam-se diferentes soluções estruturais das coberturas desde da configuração das asnas, elementos de contraventamento, inclusão de mansardas, lanternins, janelas, etc. Patologias Conclusões Pela inserção e configuração estreita dos edifícios em banda constituídas por duas águas, a solução estrutural é muito simples, consistindo em vigas/barrotes principais de madeira paralelos à fachada, descarregando sobre as paredes meeiras ou meãs e em outros casos para um lintel no topo das paredes de fachada, como se fossem asnas desprovidas de escoras, pendural e linha. Outra solução observada no caso desta geometria e dimensão, consiste na asna simples ou designada de “paládio”. Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões ESTRUTURA DE COBERTURA As dimensões das peças de madeira; nomeadamente as vigas ou o caso de asnas; as pernas, linhas, madres não obedecem pelas regras de construção aquando á construção destas soluções a nenhum critério especial se forem inferiores a 5m. No caso de serem superiores a esta dimensão teriam que respeitar dimensões de cálculo. O PROCESSO DA REABILITAÇÃO URBANA Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Reabilitar é imperativo ! Evolução das estratégias de reabilitação urbana Modelo estratégico: plano de acções organizado e etápico REABILITAÇÃO VS CONSTRUÇÃO NOVA Legislação, instrumentos jurídicos e de financiamento Não apenas reabilitar o monumental (novo e abrangente conceito de património histórico) Aprender com as experiências: fraqueza, potencialidades, o que privilegiar? A acção de inspeccionar e diagnosticar edifícios antigos: formação, técnicas e procedimentos PERCEBER O EDIFICADO A INTERVENÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA PROSPOSTA DE UM MODELO ESTRATÉGICO: Introdução 1.ª Fase: Contextualização e definição etápica dos objectivos Vulnerabilidade Conclusões Degradação do edificado antigo Direito à propriedade e lei de rendas Legislação especial e iniciativa Valor patrimonial e cultural Análise de outras experiências de sucesso Condições de tranformação e mutução do edificado a novas funções Sustentabilidade urbana e eficiência energética Oportunidades de parcerias público-privadas 1a fase Definição etápica e de objectivos: Patologias Contexto: Caracterização do património edificado Resumo e âmbito do projecto Consultoria de especialistas Metas gerais e sectorizadas Definição de prioridades Identificação de actores e equipas técnicas Integração estratégica de objectivos Financiamento e negociação Estrutura de diagnóstico e análise: 2.ª Fase: Estrutura de diagnóstico e análise Centros urbanos Tipo de inspecção e forma de registo Pré-diagnóstico geral Dados ou processos externos Análises directas registos e dados recolhidos Formação de técnicos Definição da escala e perimetro Selecção das técnicas de registo Processamento de dados Dados ou processos externos 1º nível de abstracção Elementos construtivos Resposta Decisão Informação gráfica Coordenação de trabalho de campo Identificação de fraquezas e potencialidades Recursos e fundos disponíveis Rede logistica e funções Gerência de uma base de dados Organização de taerfas e processos de trabalho Fichas de inspecção e caracterização Oportunidades (tecnologia) Análise de anomalias e defeitos recorrentes Planeamento global Esquema de relatórios de progresso 2 a fase Processamento de dados Dados ou processos externos 2º nível de abstracção Edifício Resposta Decisão Processamento de dados 3º nível de abstracção Quarteirão/Zona Resposta Decisão A INTERVENÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA 3.ª Fase: Informação, interpretação e planeamento da intervenção Introdução 4.ª Fase: Elaboração do projecto final e sua implementação Vulnerabilidade Patologias Conclusões Anteprojecto e debate Interpretação de dados e resultados das análises Actividades de consultoria Definição de intervenções prioritárias Avaliação de impacto social e económico Definição de orçamento e nível de recursos Divisão em sub-projectos e sectores Protocolos de oportunidades (nacional e internacional) Elaboração de projecto final e implementação: Caracterização do património edificado Informação, interpretação e planemento da intervenção: Centros urbanos Definição da contribuições dos intervinientes no projecto final Promoção e difusão do plano de projecto Definição de responsabilidades de diferentes grupos Coordenação de intervinientes:pessoas, instituições e autoridades Identificação de agentes e equipas técnicas Actividades paralelas (e.g. acções informativas) Controlo financeiro e técnico Estrutura logistica Matriz de actividades Planeamento de actividades Formalização de projectos Planeamento temporal Esquema de monitorização e avaliação contínua a 3 fase a 4 fase Qualidade urbana Avaliação do processo Ciclo de aprendizagem FUNDAMENTAL => PERCEBER O EDIFICADO Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos 1. Tipologias construtivas (incluindo materiais, técnicas, tipos de pormenores construtivos); Caracterização do património edificado 2. Influência da envolvente (da cronologia da construção e das nomeadamente os microclimas); Patologias 3. A história e evolução do edifício (incluindo aspectos sucessivas alterações). Caracterização Conclusões sócio-demográfica Caracterização construtiva e levantamento de anomalias Inspecção e registo Caracterização construtiva e levantamento de anomalias F1 Ficha para acções de levantamento IDENTIFICAÇÃO DO EDIFÍCIO PAREDES DE FACHADA 1. GENERALIDADES: Introdução Vulnerabilidade Código do Edifício: Caracterização do património edificado Ano de Construção: 1.1 REGULARIDADE: Utilizador: Contacto: 1.1 CLASSIFICAÇÃO DO EDIFÍCIO: Privado 1.3 INTERESSE ARQUITECTÓNICO: Sim FOTO Habitação unifamiliar Habitação multifamiliar Comercial Outra Qual? Religiosa 1.5 EDIFÍCIO EM RUÍNA: < 35% < 60% > 60% Número de panos: 2.1 TIPO: OUTROS: Betão Armado Outra Alv. pedra com face aparelhada (pedra calcária) Qual? Alv. pedra aparelhada Descrição: 2. IMPLANTAÇÃO E FUNDAÇÕES: Gaveto Banda meio Banda extremo Não Sim 2.3 EXISTÊNCIA DE FUNDAÇÕES: Isolado Descrição: Desníveis dos pavimentos 2.4 DIFERENÇA DE COTA ENTRE ELEMENTOS DA FUNDAÇÃO: % 2.1 INCLINAÇÃO DO TERRENO: 2.2 TIPO DE SOLO DE FUNDAÇÃO: Sim Não ΔH = m Sim Não Descrição: 3. UTILIZAÇÃO DO EDIFÍCIO (%): Comércio Habitação Serviços cm cm cm Betão armado esp: Vazado esp: dim: cm esp: cm Dupla Maciço dim: cm esp: cm Outro Devoluto m m m m m m m cm Alvenaria de adobe esp: Simples cm Alvenaria de taipa esp: cm 2.2 FUNÇÃO: Parede com função resistente (mestra) Parede sem função resistente Parede com função pseudo-resistente Parede com diminuição de espessura em altura 2.3 ESTADO DE CONSERVAÇÃO GLOBAL (1-5): 2.5 PRESENÇA DE IMPULSOS DE TERRA: Conclusões esp: esp: esp: ALVENARIA DE TIJOLO: 1.6 Nº DE FACHADAS COM ABERTURAS: Não Pé direito < 20% Desalinhadas horizontalmente Alv. argamassada (cal+areia) c/fragmentos de pedra Alvenaria com pavimentos em madeira Andar R/C 1º 2º 3º 4º 5º Outro Irregulares 1.3 ÁREA DAS ABERTURAS: Desalinhadas verticalmente ALVENARIA DE PEDRA: 1.4 TIPOLOGIA ESTRUTURAL: Patologias Alinhadas Desalinhadas horiz. e vertic. 2. CONSTITUIÇÃO DO SUPORTE: Não Sim Existência de aberturas de grande vão na fachada 1.2 ALINHAMENTO: Regulares 1.2 TIPO DE UTILIZAÇÃO: Público Observações: 1. CONFIGURAÇÃO DAS ABERTURAS: Endereço: Centros urbanos Largura da fachada (m): ORIENTAÇÃO: Data de Inspecção: Freguesia: F2 Ficha para acções de levantamento (1-mau; 3-razoável; 5-bom) 3. REVESTIMENTO: 3.1 TIPO: Barramento Revestimento cerâmico vidrado Argamassa de cal Revestimento cerâmico não vidrado Pintura com tinta plástica Reboco de cimento Elementos decorativos especiais (fingidos de pedra, ornamentos) Pintura de cal (caiada) Placagem de pedra colada Reboco c/areia de rio crivada Pintura texturada Placagem de pedra grampeada Reboco c/areia de rio não crivada 3.2 ESTADO DE CONSERVAÇÃO GLOBAL (1-5): (1-mau; 3-razoável; 5-bom) 4. PATOLOGIAS (CAUSAS PROVÁVEIS): 4.1 FISSURAÇÃO: 3.1 ÁREA DOS COMPARTIMENTOS (HABITAÇÃO): Compartimentos principais (quartos e sala): Reduzida Suficiente Compartimentos de serviço (cozinha e I.S.): Reduzida Suficiente 3.2 ACESSIBILIDADES: Largura da via: (m) (em frente ao edifício) Não existem 3.3 ESPAÇOS COMUNS: Logradouro: Pátio: Interior Ocupado Exterior Livre Coberto 4.2 HUMIDADE: Assentamento de fundações Corrosão de elementos metálicos Deformação de elementos de suporte Reacção a sais Condensações superfíciais Localizada c/sinais de esmagamento Acções térmicas Condensações internas Concentração de tensões Retracção do suporte Retracção do revestimento Inadaptibilidade e incompatibilidade entre parede-revestimento Ascensional Infiltrações pela platibanda Infiltrações pelas caixilharias Infiltrações pela caleira interior da cobertura CONSTITUIÇÃO DE UMA BASE DE DADOS E SEU TRATAMENTO 15 78 140 238 210 80 8 % 2.0 12.1 30.3 61.2 88.6 99.0 100.0 27 90 24 80 21 70 18 60 15 50 12 40 9 30 6 20 3 10 0 0 0-1m Número % 1-2m 2-3m 3-4m Metálica Mista Betão Madeira Número 189 8 9 111 461 % 24.3 25.3 26.5 40.7 100.0 8-9m 9-10m 10-11m >11m 0 25 25 5 3 2 2 3 0 0 3 0.0 30.1 30.1 6.0 3.6 2.4 2.4 3.6 0.0 0.0 3.6 Edificios em alvenaria com coberturas em betão armado Coberturas Não identificado 7-8m 14 12 . 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 6-7m 15 Número de casos . Número de coberturas 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 5-6m 18.1 Tipo de estrutura de suporte Conclusões 4-5m 10 8 6 4 2 0 Z1 Z2 Z3 Z4 Z5 Z6 Z7 Z8 Perfis pré-moldados 2 1 0 6 4 3 1 0 Laje maciça ou aligeirada 1 2 4 6 3 6 3 1 Total 3 3 4 12 7 9 4 1 % edíficios . Número % acumulada . Patologias 1 piso 2 pisos 3 pisos 4 pisos 5 pisos 6 pisos 7 pisos 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 100 . Caracterização do património edificado 250 225 200 175 150 125 100 75 50 25 0 30 % coberturas Centros urbanos Número de edifícios Vulnerabilidade Largura dos arruamentos Número de pisos acima do solo Número de arruamentos Introdução 1000 100 900 90 800 80 700 70 600 60 500 50 400 40 300 30 200 20 100 10 Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Alvenaria de taipa Alvenaria tijolo vazado Betão armado 0 Alvenaria de pedra 12 5 4 4 59 751 % 1.4 2.0 2.5 3.0 10.1 100.0 Tipo de revestimento 500 100 450 90 400 80 350 70 300 60 250 50 200 40 150 30 100 20 50 10 0 Número % Alvenaria tijolo maciço Número Paredes de fachada . Conclusões Não identificado Número de ocorrências Patologias 0 Sem revestimento Madeira Elementos Revestimento Placagem de Reboco com especiais cerâmico pedra areia do rio Pintura texturada Pintura de cal Argamassa de cal Reboco tradicional Pintura de tinta acrílica 2 1 36 65 107 149 165 218 233 457 485 0.2 0.1 1.9 5.3 10.9 18.7 27.3 38.7 50.8 74.7 100.0 0 % acumulada Número de edifícios Introdução % acumulada Tipo de parede Introdução Degradação geral do património edificado Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Em Portugal, o parque edificado, correspondente às paredes de alvenaria, é muito antigo e situa-se sobretudo nos centros históricos das grandes cidades, bem como nos aglomerados populacionais mais pequenos. Em geral, o seu estado de conservação é muito mau, o que se traduz pelo abandono e desmazelo dessas zonas. Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Apresenta-se, de seguida, uma série de danos em elementos não estruturais, que podem, com o seu desenvolvimento, afectar a própria estrutura: • degradação dos revestimentos e/ou acabamentos exteriores; • escorrência de águas; • materiais destacados dos paramentos; • fendilhação dispersa dos paramentos; • degradação das caixilharias exteriores com apodrecimento das madeiras e a corrosão das grades metálicas; • deficiente conservação das pedras. Introdução Vulnerabilidade Fissuração vertical junto ao cunhal Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Descrição A baixa resistência ao corte. A fissuração vertical desenvolvida é superior no topo e vai diminuindo até se anular. O valor da tensão normal ao nível do topo é muito inferior ao nível de tensão a níveis mais baixos. Causas e observação Rotação da parede ou da parede ortogonal. Falta de boa ligação entre paredes ortogonais. Isto pode estar ligado ao próprio faseamento da construção, caso das fachadas que não são bem ligadas as paredes de empena já existentes da construção vizinha. (desenho). Impulso da cobertura Introdução Deformação excessiva e vibração em pavimentos Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Descrição A deformação acentuada dos pavimentos com grandes flechas a meio-vão. A presença de água e ataque xilófago agravam o problema. Causas e observação Reduzida dimensão dos vigamentos de madeira e aumento do espaçamento entre eixos de vigas principais por motivos de economia e desrespeito por boas regras de construção afectando a durabilidade e qualidade destes. Podem ainda ser razões para as deformações: envelhecimento natural, empenos de secagem de madeira verde (pinho). Supressão de paredes estruturais. Falta de tarugamento do vigamento principal de forma a melhorar o efeito membrana que se pretende. Introdução Impulso horizontal da cobertura sobre as paredes Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Descrição Os impulsos (forças horizontais não equilibradas) criados sobre as paredes resistentes sobre as quais a cobertura descarrega e que as paredes não estão preparadas para resistir e não estão bem ligadas com as paredes meeiras. Originam-se forças de corte nas paredes correspondente ao movimento de rotação. Causas e observações Várias causas são equacionáveis e que levam à criação de impulsos: Deformação imposta. Deformabilidade da estrutura da cobertura por parte da viga de cumeeira ou do vigamento de suporte. Interrupção de elementos da estrutura de suporte da cobertura. Ausência de elementos de cintagem ou tirantes de ligação das paredes capaz de absorver e redistribuir o esforço. Introdução Vulnerabilidade Nesta fase salientam-se os seguintes aspectos: • A importância do planeamento da fase de recolha de dados; Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões • A quantidade e o detalhe da informação recolhida e que poderá ser relevante na análise de outras realidades urbanas semelhantes; • A importância da informação recolhida para as acções de planeamento, apesar da menor fiabilidade de alguns dos parâmetros por constrangimentos de recolha e análise; • O interesse em manter acções regulares de inspecção em edifícios antigos. Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões ACÇÕES COMPLEMENTARES => CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS Após toda esta fase de caracterização do património, surge a necessidade de complementar o nível de informação sobre as construções antigas. Deste modo deve ser planeada e realizada uma campanha de caracterização das alvenarias resistentes procurando conhecer em profundidade a capacidade mecânica e comportamento das paredes resistentes e dos diafragmas horizontais (pavimentos de madeira), por exemplo. Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Caracterização de alvenarias da cidade do Porto – Almeida e outros, FEUP e UA Celeste Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Caracterização de alvenarias da cidade do Porto – outros, FEUP e UA Celeste Almeida e Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Uma pergunta pertinente: Qual o caminho das cargas??? Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE, ESTIMATIVA DE DANOS E PERDAS Utilizam-se metodologias simplificadas de avaliação da vulnerabilidade (GNDT II e Macroseismic Method, por exemplo) Caracterização do património edificado Patologias Conclusões BUILDING URBAN AREA AGGREGATE Detailed analysis methods (numerical and mechanical) Experimental methods Typoligical techniques Indirect techniques Conventional techniques Hybrid techniques Introdução Índice de Vulnerabilidade - EDIFÍCIO Edifício: Agregado: Data de inspecção: Localização: Equipa: Notas e esquemas Parâmetros de avaliação Classe e pontuação 1. Sistema resistente A 0 A 0 A 0 A 0 A 0 A 0 P1 Tipo e organização do sistema resistente P2 Qualidade do sistema resistente P3 Resistência convencional Vulnerabilidade P4 Distância máxima entre paredes P5 Altura do edifício P6 Posição do edifício e fundações P7 Localização e interacção P8 Irregularidade em planta P9 Irregularidade em altura P10 Desalinhamento de aberturas P11 Diafragmas horizontais P12 Tipo de cobertura Pi CixPi GC 0.75 1.00 1.50 0.50 1.50 0.75 A 0 A 0 A 0 A 0 B 5 B 5 B 5 B 5 C 20 C 20 C 20 C 20 D 50 D 50 D 50 D 50 A 0 A 0 B 5 B 5 C 20 C 20 D 50 D 50 A 0 B 5 C 20 D 50 1.00 A 0 B 0 C 20 D 50 0.50 1.50 0.75 0.75 0.50 1.00 1.00 4. Estado de conservação P13 Danos estruturais identificados 5. Elementos não-estruturais P14 Elementos não-estruturais 14 Índice final Iv * = å Cvi ´ pi i=1 Cálculo dos parâmetros e do Iv Confronto da metodologia do GNDT II [SSN] e metodologia macrossísmica [Giovinazzi e Lagomarsino, 2005] CÁLCULO DO ÍNDICE DE VULNERABILIDADE GNDT II Iv=80 GNDT II Iv=60 4 grau de dano médio BASE DE DADOS 5 VALIDAÇÃO DA METODOLOGIA GNDT II Iv=40 GNDT II Iv=20 GNDT II Iv=0 3 GNDT II Iv=-20 V=0.88 2 V=0.72 V=0.56 D, Recolha e organização de informação acerca do edificado V=0.4 1 V=0.24 V=0.08 0 5 6 7 8 9 10 IEMS-98 IV = 175.44 ´ V - 103.86 COMPLEMENTAR A ANÁLISE 40 Distribuição normal Iv (697 edifícios) 35 Distribution normal Iv (410 edifícios) Classe A (Iv=45) 30 Classe B (Iv=20) 25 ESTIMATIVA DE DANOS E CURVAS DE FRAGILIDADE 20 GRAU DE DANO MÉDIO ç Curvas de vulnerabilidade ( · · · · · Colapso Edifícios inutilizáveis Morte e feridos graves Sem abrigo Custos 1.0 ) 1.0 5 Iv=20.14 Iv=29.26 Iv=38.38 Iv=47.50 Iv=56.62 0.8 0.8 0.6 2 0.6 pk 4 Utilização do SIG e BD na gestão e análise dos resultados Cálculo probabilistico: Cálculo da distribuição de danos e das curvas de fragilidade para cada intensidade sísmica Cálculo do grau de dano médio, mD 0.4 0.4 m-2s ;IV=20.14 3 0.2 0.2 m-1s ;IV=29.26 0.0 0 m ;IV=38.38 1 2 3 4 0.0 5 5 0.8 m+2s ;IV=56.62 0 5 6 7 8 9 10 11 12 I (EMS-98) é æ I + 6.25 ´ V - 13.1 ö ù μD = 2.5 ´ ê1 + tanh ç ÷ú Q è øû ë AMBIENTE SIG 6 7 250 Grau de dano, 1.0 Dk m+1s ;IV=47.5 1 Custos (milhões de €) 90 80 100 70 Iv = I v + ΣΔIv CENÁRIOS E ANÁLISE ESPACIAL AVALIAÇÃO DE PERDAS pk Iv 60 50 40 30 0 de dano médio) 5 D (grau 10 P(D>Dk) 15 20 (%) edifícios Complementar a análise do estudo de vulnerabilidade 0 Conclusões D 50 D 50 D 50 D 50 D 50 D 50 3. Pavimentos e cobertura 10 Patologias C 20 C 20 C 20 C 20 C 20 C 20 2. Interacção e irregularidades Centros urbanos Caracterização do património edificado B 5 B 5 B 5 B 5 B 5 B 5 D1 0.6 D2 0.4 D3 D4 0.2 8 9 10 11 12 Intensidade (EMS-98) 225 Iv=20.14 200 Iv=38.38 175 Iv=56.62 150 125 100 75 50 D5 25 0.0 5 6 7 8 9 10 Intensidade (EMS-98) 11 12 0 V VI VII VIII IX Intensidade (EMS-98) X XI XII Informação: Sistemas de informação e bases de dados Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões • Na gestão do edificado de centros históricos é necessário recorrer a “ferramentas” que façam a organização da informação. O apoio à decisão não se consegue fazer sem uma analise quantificada e uma visão integral da área em estudo. • Uma ferramenta de representação espacial, ArcGis 9.2 ligada a uma base de dados das características do edificado (particularmente dos dados utilizados na avaliação da vulnerabilidade sísmica) é essencial. O uso de um sistema de informação georeferenciada, permite associar a disposição e localização dos edifícios com a informação da vulnerabilidade e ainda o cruzamento com outro níveis de informação, visualização de cenários de risco e ainda analises de sensibilidade. Parâmetros Classe Cvi Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões PARÂMETROS Peso A B C D pi 1 Tipo sistema resistente 0 5 20 50 0.75 2 Qualidade do sistema resistente 0 5 20 50 1.00 3 Resistência convencional 0 5 20 50 1.50 4 Distância máxima entre paredes 0 5 20 50 0.50 5 Número de pisos 0 5 20 50 1.50 6 Posição do edifício e fundações 0 5 20 50 0.75 7 Localização e interacção 0 5 20 50 1.50 8 Irregularidade em planta 0 5 20 50 0.75 9 Irregularidade em altura 0 5 20 50 0.75 10 Desalinhamento de aberturas 0 5 20 50 0.50 11 Diafragmas horizontais 0 5 20 50 1.00 12 Tipo de cobertura 0 5 20 50 1.00 13 Danos estruturais e estado de conservação 0 5 20 50 1.00 14 Elementos não estruturais 0 0 20 50 0.50 ÍNDICE DE VULNERABILIDADE 14 Iv = å Cvi ´ pi * i=1 0 £ Iv * £ 650 Iv normalizado => 0 ≤ Iv ≤ 100 Parâmetros 400 400 200 A A B 90% Parâmetro 12 80% 300 200 200 100 0 0 A B C C D 500 400 400 300 200 A B Classe C D 20% Parâmetros 300 200 0 0 40% 0% 100 100 50% 10% Parâmetro 13 Parametro 8 Frequência B Classe Classe 500 60% 30% A D D 70% 300 100 C A B C Classe D P14 400 P6 400 Influência 500 D P5 Conclusões 500 Frequência Frequência Parâmetro 5 C Classe P4 D P3 C Classe P2 B P1 A B 100% P13 0 P12 0 Classes de vulnerabilidade P11 100 P10 100 P9 200 300 P8 300 Caracterização do património edificado Patologias Frequência 500 Frequência Centros urbanos Frequência Vulnerabilidade Parâmetro 9 Parâmetro 3 500 P7 Introdução Exemplos de alguns parâmetros Parâmetro 1: Tipo de organização do sistema resistente Introdução Vulnerabilidade A Centros urbanos Caracterização do património edificado Edifício construído de acordo com as recomendações1 de construção sismo-resistente, reforço ou consolidação de edifícios em alvenaria de acordo com a normativa de reforço ou recuperação2 referente em documentos europeus [normas europeias (italiana), EC6 e EC8, etc..] garantindo assim as condições de ligação e conexão entre elementos verticais e os elementos verticais e horizontais eficazes. B O edifício apresenta ligações com bom aparelho e embricamento entre paredes ortogonais, capazes de transmitir cargas verticais de corte (caso de cunhais em cantaria). Ao nível de todos os pisos de forma a garantir a solidarização entre paredes, são presentes cintas em todo o perímetro ou tirantes de amarração bem dispostas, secção suficiente e boa amarração (dependente da espessuras da parede) e tensionadas (no caso das alvenarias os tirantes são passivos, mas tensionadas de forma a promover a mobilização do sistema se solicitado) . C O edifício não apresenta ligações definidas na classe B em nenhum ou apenas alguns níveis, mas tem com boa ligação entre as suas paredes ortogonais resistentes garantida pelo bom aparelho e embricamento em toda a largura das paredes. D O edifício não tem paredes resistentes bem unidas. Ausência total de tirantes e cintas. Patologias Conclusões 1 Nota: Nunca existiu um regulamento especifico para as alvenarias no nosso país, apenas se referem algumas boas práticas em manuais de construção: Luís Pereira de Sousa, Cansado Carvalho, Outro 2 Nota: No caso de uma construção intervencionada a sua classificação e feita em função da eficácia das suas ligações segundo a descrição feita. Tirantes Cinta perimetral Desligamento entre paredes ortogonais Exemplos de alguns parâmetros Parâmetro 3: Resistência convencional Cálculo da resistência convencional (Cconv) Introdução Cconv = Estrutura com α≥ 1.0 Vulnerabilidade Peso médio de um piso por unidade de área coberta (inclui o peso das paredes e dos pavimentos) Estrutura com 0.6 ≤ α < 1.0 Centros urbanos q= ( Ax + Ay ) ´ h ´ pm At + ps tk=60kPa (valor de referência) Estrutura com 0.4 ≤ α ≤ 0.6 Caracterização do património edificado Patologias a0 ´ t k q ´N 1+ q ´N 1,5 ´ a0 ´t k ´ (1 + g ) Amin=mín {Ax, Ay} Amáx=máx {Ax, Ay} Estrutura com α < 0.4 a0= Amín /At g = Amín /Amáx Amín - Área mínima (m2) a=C/0.4 (valor normalizado da resistência) Amáx - Área máxima (m2) At - Área coberta (m2) Conclusões Ax, Ay - Área total de parede resistente na direcção XX e YY, respectivamente (m2) YY h - Altura média entre pisos 1º, 2º, 3º R/C Força sísmica (definida segundo a norma italiana D.M. 16.01.1996, [1996]) Fs =C ´ R ´ e ´ b ´ g ´ I ´ W C - coeficiente de intensidade sísmica R - coeficiente de resposta e - coeficiente de fundação b - coeficiente de estrutura g - coeficiente de distribuição da acção I - coeficiente de protecção W - peso total Fs =0.4×W Fs N Tu A=bxs - Área da secção da parede so h Verificação sísmica: Tu ³ 0.4×W; s t u = A ´t k 1 + s0 1.5 ´ t k (Turnšek e Čačovič, 1971) ps - Peso por unidade de área de pavimento (kN/m2) Nota: Consideram-se paredes resistentes os elementos verticais com mais de 15cm de espessura, como recomendado no EC6 [CEN, 2005] tk - Resistência ao corte característica s0=N/A - Tensão normal vertical b XX tu - Resistência ao corte última pm - Peso específico da alvenaria (kN/m3) Validação dos resultados Introdução Vulnerabilidade A validação faz-se através da comparação das funções de vulnerabilidade. Em Portugal existe pouca informação disponível. Centros urbanos Caracterização do património edificado Cálculo do índice de dano Patologias Conclusões Grau de dano, Dk Nível de dano Índice de dano económico, de HAZUS ATC 13 SSN Dolce 0 1 2 3 4 5 Sem dano Ligeiro Moderado Severo Muito severo Destruição 0 0 0 0 0.02 0.05 0.01 0.035 0.1 0.2 0.1 0.145 0.5 0.55 0.35 0.305 1 0.9 0.75 0.8 1 1 1 1 Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Avaliação de perdas: Colapso e edifícios inutilizáveis Análise por parâmetros Introdução 1.0 Iv=20.14 Iv=29.26 Iv=38.38 Iv=47.50 Iv=56.62 0.8 Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado pk 0.6 0.4 0.2 0.0 5 6 7 8 9 10 11 12 1.0 Intensidade (EMS-98) Patologias Iv=20.14 Iv=29.26 Iv=38.38 Iv=47.50 Iv=56.62 0.8 0.6 pk Conclusões 0.4 0.2 0.0 5 6 7 8 9 10 11 12 Intensidade (EMS-98) Numero total de edifícios: 679 Colapsos Edifícios inutilizáveis Sismo de intensidade VII Sismo de intensidade VIII Sismo de intensidade IX Sismo de intensidade X 0 1(0.14%) 39 (5.74%) 334 (49.1%) 11(1.62%) 158(23.2%) 468 (68.9%) 324 (47.7%) Avaliação de perdas: Cenários de perda Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões Probabilidade de colapso e ocupação dos edifícios Probabilidade de ocorrência de morte e de feridos graves e ocupação dos edifícios Da avaliação da vulnerabilidade, estimativa de dano e perda Introdução • A especificidade associada a cada metodologia, pode limitar a sua utilização de forma universal por várias razões. A escolha da metodologia está também condicionada à escala de operacionalidade; • Verificou-se ainda que, mesmo numa região de baixa a moderada perigosidade, como é o caso de Coimbra, o nível de danos pode ser elevado, uma vez que a vulnerabilidade média do edificado da Baixa é elevada; • Para a mitigação do risco sísmico, a redução dos níveis de perda é possível pela actuação sobre a vulnerabilidade sísmica dos elementos expostos (edificado) e, em muito poucos casos, sobre a exposição ou a perigosidade; • Os resultados produzidos são sempre interpretados estatisticamente, dada a incerteza associada à avaliação de alguns parâmetros; • Uma das premissas seguidas na proposta da metodologia de avaliação do índice de vulnerabilidade, foi a sua aplicabilidade ao edificado em alvenaria para qualquer centro histórico, não sendo condicionado pela regionalidade da construção. Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões O DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA ESTGV Introdução • Está a decorrer a 2.ª Edição do Mestrado em Engenharia da Construção e Reabilitação. Centros urbanos • Existem disciplinas onde se abordam especificamente parte dos assuntos aqui expostos: Durabilidade e Reabilitação de Estruturas I e II, por exemplo. Vulnerabilidade Caracterização do património edificado • Alguns docentes do DEC realizaram, ou estão a realizar estudos, nesta área. Não só na Mecânica Estrutural, mas noutras áreas da Engenharia Civil. Patologias • Na elaboração da sua dissertação, existem alunos que estão a desenvolver temas nesta área específica: Conclusões - Luís Martins: “Desenvolvimento de ferramenta de cálculo para uma avaliação expedita de estruturas de alvenaria antiga de pedra”. - David Martins: “Estrutura geral de custos em obras de reabilitação de edifícios em alvenaria de pedra existentes”. - Maria Morais: “Pontes em arco de alvenaria – Estudo de casos práticos”. TERMINO COM ALGUMAS IDEIAS… Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões • A DEFESA DO PATRIMÓNIO EDIFICADO É, Á DATA, UMA QUESTÃO CULTURAL E POLÍTICA. • EXISTEM DIFICULDADES INERENTES À INTERVENÇÃO EM ZONAS HISTÓRICAS: O SEU VALOR PATRIMONIAL INTRINSECO, A DIMENSÃO E A VARIEDADE DO PARQUE EDIFICADO. • A DEFICIENTE CONDIÇÃO DE MUITOS CENTROS URBANOS, E A CONSCIENCIALIZAÇÃO DO SEU PAPEL NA COMUNIDADE, FAZ COM QUE QUALQUER INTERVENÇÃO REALIZADA SEJA ACEITE COMO UM BENEFICIO PARA A SOCIEDADE. • A MELHOR FORMA DE RECUPERAR OS EDIFÍCIO É MORAR NELES, É VIVENCIÁ-LOS. • EM 2050 A MAIOR PARTE DOS EDIFÍCIOS QUE EXISTIRÃO JÁ ESTÃO HOJE CONSTRUÍDOS, PELO QUE QUESTÕES RELACIONADAS COM A CONSTRUÇÃO DE EFIFÍCIOS NOVOS QUE SEJAM SUSTENTÁVEIS CONSTITUEM UMA PEQUENA PARCELA DO PROBLEMA. AS CONSTRUÇÕES EXISTENTES TÊM DE SER SUSTENTÁVEIS. Centro Histórico de Viseu, Abril de 2011: Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA: SE PUDERES FAZER DE MENOS, NÃO FAÇAS DEMAIS Agradecimentos Especiais: Introdução Vulnerabilidade - Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões - Professores Doutores Humberto Varum e Romeu Vicente, docentes da Universidade de Aveiro, cedência das imagens relativas ao estudo realizado sobre a vulnerabilidade sísmica da cidade de Coimbra. Luís Martins, aluno do 1.º curso de mestrado, pela cedência de algumas imagens. Introdução Vulnerabilidade Centros urbanos Caracterização do património edificado Patologias Conclusões OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO