UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO – USF CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS ENGENHARIA CIVIL RAFAEL KATSUJI OHORI ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE MUROS SRW OU MUROS DE SEGMENTADO DE CONCRETO: Aspectos Construtivos Dezembro de 2005 i RAFAEL KATSUJI OHORI ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE MUROS SRW OU MUROS DE SEGMENTADO DE CONCRETO: Aspectos Construtivos Monografia apresentada junto à Universidade São Francisco – USF como parte dos requisitos para a aprovação na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso. Área de concentração: Solos e estruturas Orientador: Prof. RIBAMAR DE JESUS GOMES Itatiba SP, Brasil Dezembro de 2005 ii SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... iii LISTA DE TABELAS ................................................................................................... v LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS............................................................ vi RESUMO......................................................................................................................... vii PALAVRAS-CHAVE..................................................................................................... vii 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1 1.1 Generalidades .......................................................................................................... 1 1.2 Tipos de Contenção ................................................................................................. 1 1.3 Objetivo .................................................................................................................... 4 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 4 2.1 Muro SRW ............................................................................................................... 4 2.2 Histórico ................................................................................................................... 4 2.3 Características dos blocos de concreto segmentado ............................................. 5 2.4 Geossintéticos ........................................................................................................... 5 2.5 Geogrelha ................................................................................................................. 6 2.6 Solo reforçado .......................................................................................................... 7 2.7 Drenagem ................................................................................................................. 7 2.8 Drenagem Interna ................................................................................................... 7 2.9 Drenagem Externa .................................................................................................. 7 2.10 Projeto .................................................................................................................... 8 2.11 Estabilidade externa .............................................................................................. 9 2.12 Estabilidade interna .............................................................................................. 10 2.13 Estabilidade global ................................................................................................ 12 2.14 Detalhes da construção de muros SRW .............................................................. 13 2.15 Vantagens ............................................................................................................... 21 2.16 Restrições ao uso de muro SRW .......................................................................... 22 3 ANÁLISE COMPARATIVA .................................................................................... 23 4 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 24 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 26 ANEXO A – Fotos ................................................................................................... 28 iii LISTA DE FIGURAS 1.2.1 Solo reforçado ....................................................................................................... 1 1.2.2 Solo grampeado .................................................................................................... 2 1.2.3 Cortina atirantada ................................................................................................ 2 1.2.4 Muro de arrimo à gravidade ............................................................................... 2 1.2.5 Muro de arrimo à flexão ...................................................................................... 3 1.2.6 Muro de arrimo segmentado ............................................................................... 3 2.3.1 Tipos de blocos de concreto segmentado ............................................................ 5 2.5.1 Geogrelha .............................................................................................................. 6 2.10.1 Corte do muro SRW ........................................................................................... 9 2.10.2 Esquema do muro SRW ..................................................................................... 9 2.11.1 Esquema de deslizamento .................................................................................. 9 2.11.2 Esquema de tombamento ................................................................................... 10 2.11.3 Esquema de recalque .......................................................................................... 10 2.12.1 Esquema travamento .......................................................................................... 11 2.12.2 Esquema resistência à tração ............................................................................ 11 2.12.3 Esquema resistência entre blocos ...................................................................... 12 2.13.1 Esquema estabilidade global ............................................................................. 13 2.14.1 Representação em níveis diferentes .................................................................. 13 2.14.2 Seção transversal típica do sistema .................................................................. 14 2.14.3 Compactação do sistema .................................................................................... 15 2.14.4 Blocos preenchidos com brita e pinos posicionados ........................................ 15 2.14.5 Abertura da valeta .............................................................................................. 16 2.14.6 Preenchimento da valeta com tubo dreno ........................................................ 16 2.14.7 Abertura da valeta .............................................................................................. 16 2.14.8 Instalação da geogrelha na base da 1° fiada .................................................. 17 2.14.9 Assentamento da 1° fiada ................................................................................. 17 2.14.10 Nivelamento da 1° fiada ................................................................................... 18 2.14.11 Posicionamento dos pinos da 1° fiada nas ranhuras ..................................... 18 2.14.12 Bloco sendo preenchido com material drenante ............................................ 18 2.14.13 Assentamento da 2° fiada junto com os pinos ................................................ 19 2.14.14 Instalação da geogrelha na 2° fiada ................................................................ 19 2.14.15 Instalação da geogrelha junto com os blocos ................................................. 19 iv 2.14.16 Esquema do muro acabado .............................................................................. 20 2.14.17 Remoção dos dentes .......................................................................................... 20 2.14.18 Posicionamento do pino ................................................................................... 20 2.14.19 Assentamento em curva e preenchimento do bloco ...................................... 21 2.14.20 Assentamento em curva da 2° fiada e travamento com pino ....................... 21 3.1 Gráfico comparativo custo por metro quadrado .................................................. 24 v LISTA DE TABELAS 2.11.4 Fatores de segurança para estabilidade externa .............................................. 10 2.12.4 Fatores de segurança para estabilidade interna .............................................. 12 vi LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS Abreviaturas: NBR: Norma Brasileira SRW: Segmental Retaining Wall MPa: Mega Pascal vii RESUMO O estudo apresenta uma análise sobre muros de contenção. Apresenta o sistema de Muros SRW (Segmental Retaining Wall), conhecido por muro segmentado de concreto, que utiliza blocos especiais e geossintéticos como as geogrelhas para reforçar o solo. Este trabalho analisa a utilização dos muros SRW sob os aspectos construtivos e aborda as vantagens em relação aos métodos tradicionais utilizados na construção de muros de contenção. PALAVRAS-CHAVE: Muro de contenção, Muro SRW, Muro de Arrimo, Muro segmentado, solo reforçado, geogrelha. 1 1 INTRODUÇÃO 1.1 Generalidades Os muros de arrimo são considerados estruturas de contenção. A principal função do muro de arrimo é conter as cargas atuantes originadas do movimento em função do alívio das tensões no solo , restabelecendo o equilíbrio da encosta e suportar o empuxo do solo. A construção de um muro de arrimo, representa sempre um elevado ônus no orçamento total da estrutura de uma obra. Exigem projetos específicos e, em função da complexidade de cada situação, poderão demandar a execução de estudos geotécnicos necessários à escolha e ao correto detalhamento da solução. 1.2 Tipos de Contenção Existem vários sistemas de contenção. Cada sistema estrutural visa garantir a estabilidade do muro de acordo com as condições dos solos e local de utilização. Os sistemas de contenção mais utilizados podem ser de: • Solo reforçado: Maciço composto de camadas de aterro intercaladas com um elemento de reforço como os geossintéticos. Utilizado para vencer desníveis em aterros e taludes de inclinação próxima a vertical. (CICHINELLI,2005) Figura 1.2.1 – Solo reforçado Fonte - Adaptado Cichinelli (2005) • Solo grampeado: Consiste na instalação de grampos simultâneos às escavações, reforçando o maciço remanescente concomitantemente ao desnível causado pelas escavações. Esses grampos são barras de aço, protegidas com uma tinta anti-corrosiva que são inseridas em tubos (bainhas) e aplicado a injeção de nata de cimento. (CICHINELLI,2005) 2 Figura 1.2.2 – Solo grampeado Fonte - Cichinelli (2005) • Cortina atirantada: Muros delgados de concreto armado ancorado por tirantes protendidos. Utilizado em estabilizações de taludes de encostas e de corte. (CICHINELLI,2005) Figura 1.2.3 – Cortina atirantada Fonte - Cichinelli (2005) • Muro de arrimo à gravidade: São constituídos por estruturas maciças que reagem ao empuxo pelo peso próprio da estrutura, podendo ser constituído por pedras, concreto ciclópico, sacos de areia, pneus, gabiões, etc. (CICHINELLI,2005) Figura 1.2.4 – Muro de arrimo à gravidade Fonte - Cichinelli (2005) • Muro de arrimo à flexão: Podem ser estruturas esbeltas de concreto armado ou em alvenaria, com seção em forma de L ou T, resistente ao empuxo por flexão, utilizando o peso próprio e do maciço de aterro apoiado sobre a base, para seu equilíbrio. (CICHINELLI,2005) 3 Figura 1.2.5 – Muro de arrimo à flexão Fonte – Adaptado Baud (2002) • Muro segmentado de concreto: São estruturas de retenção à gravidade que confiam primeiramente em sua massa (peso) para a estabilidade. O sistema consiste em utilizar blocos de concreto especiais para o bloqueio do solo e impedi-lo de virar e deslizar combinando com camadas horizontais de reforço no solo. (NCMA,2005) Figura 1.2.6 – Muro de arrimo segmentado Fonte – Adaptado MPZ (2005) 4 1.3 Objetivo Estudo da utilização dos muros SRW sob os aspectos construtivos em comparação com as estruturas tradicionais. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Muro SRW O sistema de muro SRW (Segmental Retaining Wall) ou muro de contenção segmentado é basicamente formado por camadas de solos reforçados com geossintético (geogrelha) com paramento frontal em blocos de concreto que são principalmente usados para contenção de aterro. O sistema pode ser considerado como um muro de arrimo à gravidade, onde o peso da estrutura resiste às pressões provenientes do solo. Para garantir o travamento dos blocos são utilizados, pinos de aço que são colocados nos blocos para tornar a estrutura rígida. Quando a estrutura não suporta os esforços do solo devido ao empuxo, que varia de acordo com a altura da camada de solo, utiliza-se camadas de geossintético para reforçar o solo. A escolha do tipo, da espessura, dos comprimentos do cobrimento, e a distância entre as camadas destes materiais sintéticos depende das circunstâncias encontrados no solo, que é determinada pelos ensaios realizados no subsolo. 2.2 Histórico A tecnologia SRW teve início em meados de 1970 no Canadá, cujo sistema foi proposto inicialmente por Ângelo Risi, o fundador da empresa Risi Stone Systems. (INGLESBY,2005) A idéia veio quando ele percebeu, especialmente nas ruas onde morava, que os muros a cada dois anos tinham que ser trocados, pois vinham a cair devido à movimentação gerada pelo intenso frio e a neve que sobrecarregava os muros. Pensou-se então, em algo que poderia construir e que se travaria no lugar e resolvesse o problema de reconstruir as paredes constantemente. (INGLESBY,2005) A idéia basicamente foi uma placa que possuísse ranhuras para encaixar umas as outras. Após algumas adaptações os blocos ganharam formatos dos dias de hoje onde possuem acabamentos para utilizar como decoração externa. 5 2.3 Características dos blocos de concreto segmentado Os blocos são elementos construtivos estruturais que possuem um sistema rápido e versátil de assentamento por encaixe ou sobreposição. O bloco segmentado pode assumir inúmeras configurações estéticas ou funcionais, permitindo que sejam construídos muros segmentados com faces inclinadas ou verticais, com traçados curvos ou retilíneos. Os blocos possuem ranhuras que garantem o travamento entre fiadas. As dimensões variam dependendo do fabricante, um tipo de bloco comercializado no Brasil possui 20cm de altura, 34 cm de largura, 42cm de comprimento. O peso aproximado do bloco é de 26 kg e possui uma resistência à tração maior que 4,5 MPa. (GEOLTDA,2005) Figura 2.3.1 – Tipos de blocos de concreto segmentado 2.4 Geossintéticos Geossintético é o termo coletivo aplicado para um material sintético de polímero incorporado no solo para aumentar o desempenho mecânico do solo. As aplicações dos geossintéticos são principalmente voltado para a Engenharia Civil, Geotecnia, Engenharia de Transportes e Engenharia Ambiental. A principal função dos geossintéticos é aumentar a resistência à tração do solo devido ao atrito gerado entre o solo e o geossintético, melhorando a sua sustentação e evitando deslizamentos devido à baixa resistência do solo. Ao utilizar os geossintéticos não se alteram as características do terreno, pois são dispostos em camadas horizontais de forma que os 6 esforços possam ser transferidos de um material para outro. Os geossintéticos possuem alta permeabilidade, que mantêm a capacidade de absorção de água do solo e evitam a saturação do solo. (LEAL, 2004) Os tipos comuns de geossintéticos são geogrelhas, geotêxteis, geocompostos, geocélula, e as geomembranas. Em muros SRW utiliza-se geogrelhas para reforçar o solo e assim minimizar as forças atuantes sobre o muro. 2.5 Geogrelha A função principal das geogrelhas está na área de reforço. A característica chave das geogrelhas é que as aberturas entre os reforços longitudinais e transversais, são grandes o suficiente para permitir a completa passagem do solo de um lado ao outro da geogrelha. Podem ser fabricadas com dois tipos de matéria-prima: multifilamentos de poliéster revestidos de PVC ou polietileno de alta densidade (Pead) pré-tensionado. Esses materiais conferem ao produto uma boa resistência a tração, baixa fluência e resistência contra agentes agressivos. (BÉRTOLO,2001) A aplicação de geogrelhas pode ser feita em qualquer tipo de terreno, com exceção dos solos expansíveis e colapsíveis, pois perdem a coesão quando há um aumento no teor de umidade no solo. A configuração em formato de malha permite o travamento entre o solo e as peças das geogrelhas por meio de atrito. As aberturas da malha perfazem, junto com os grãos de solo, a absorção das solicitações desestabilizantes. (BÉRTOLO,2001) Figura 2.5.1 – Geogrelha Fonte: Mirafi (2005) 7 2.6 Solo reforçado O termo "reforçado" implica na mobilização da tensão de membrana para membrana, ou seja, a habilidade de distribuir uma carga concentrada sobre uma área maior do subsolo. Este reforço pode ser classificado como o reforço da base e do subsolo. As principais características obtidas com o reforço dos solos são a aumento da vida de serviço e obtenção do desempenho equivalente com uma seção estrutural reduzida. Para a estabilidade, a geogrelha deve ser dimensionada em função das cargas atuantes e do tipo de solo. De acordo com as características do material geossintético, o material utilizado para reforço deve ser instalado em afastamentos verticais específicos e estender uma distância adequada na área a ser reforçada. 2.7 Drenagem A água é o principal agente causador dos movimentos gravitacionais e de transporte de massa, fazendo com que a maioria das movimentações de encostas ocorram no período chuvoso. Os acidentes são associados à saturação generalizada das encostas. Muitos problemas de drenagem são causados pela falta de um sistema eficiente, levando ao acumulo de água, gerando uma pressão hidrostática que gera uma força que não foi considerada nos cálculos. A falta de drenagem é responsável por 80% dos problemas de contenção. Se não for previsto um sistema eficiente de drenagem para evitar o acúmulo de água sobre o solo da contenção e não criar condições de escape pela face, haverá problemas no futuro. (PIMENTEL, 2005) É necessário escoar a água para fora, pois a mesma tem a capacidade de se espalhar facilmente e, por isso é necessário contê-la e direcioná-la por caminhos pré-estabelecidos (drenos). Uma drenagem bem feita é o ponto principal de qualquer projeto de contenção. (MICHELAZZO, 2005) 2.8 Drenagem Interna O sistema de drenagem interno deve ser feito para escoar a água que percola pelo solo. Esse sistema pode ser realizado utilizando camada de britas ou geossintéticos faceando a parte interna do muro e direcionando a água para o dreno. 2.9 Drenagem Externa 8 O sistema de drenagem externa tem a função de coletar as águas superficiais para que não se acumule na superfície ou penetre no maciço e passe a sobrecarregar o muro. 2.10 Projeto Para efeito de projeto, os muros segmentados são considerados como solos reforçados. Os muros segmentados podem ser utilizados sem nenhum reforço no solo para alturas de até 1,20m, podendo variar de fabricante para fabricante. Para alturas superiores aos limites determinados deve-se utilizar geossintéticos para reforçar o solo que será utilizado para o reaterro. (AHMAD, 2004) Deve-se determinar a geometria do muro, a sobrecarga atuante, os limites de escavação do solo, condições do subsolo para realizar o pré-dimensionamento do muro. Quando o peso dos blocos não é adequado o bastante para resistir às cargas do solo, utiliza-se geogrelhas em camadas horizontais para reforçar o solo atrás das paredes. A escolha do tipo, da espessura, dos comprimentos do reforço, do número e do afastamento das camadas destes materiais sintéticos são dependentes das propriedades do solo. O projeto de muros SRW depende de diversos fatores como o peso do bloco, o ângulo de atrito e a coesão interna do solo, a altura da parede e etc. A análise do projeto de SRW para muros de retenção segmentada deve ser verificada para garantir as condições de estabilidade externa, estabilidade interna e estabilidade global. O projeto de muros SRW é baseado no manual para paredes segmentadas desenvolvida pela NCMA (National Concrete Masonry Association – Associação nacional de alvenaria em concreto dos Estados Unidos). Este manual é reconhecido mundialmente como uma metodologia de projeto para muros SRW. No Brasil ainda não existe uma norma técnica para muro segmentado, mas já existem empresas que estão desenvolvendo manuais técnicos e procedimentos para dimensionamento deste tipo de muro. Existe hoje no Brasil a norma para empregos de terrenos reforçados – NBR 9288 e de estabilidades de taludes – NBR 11682, que estão relacionado com o assunto. A análise do projeto de SRW que emprega o manual de projeto da NCMA para paredes de retenção segmentadas considera a estabilidade externa de encontro ao deslizamento e ao tombamento. Considera também a estabilidade interna e a estabilidade da massa do solo reforçado. Este manual, executa a análise interna e externa da estabilidade usando os fatores mínimos recomendados. A análise global da estabilidade é também importante no projeto de 9 muros SRW, particularmente porque envolve o movimento geral do maciço e da estrutura da parede. Figura 2.10.1 – Corte do Muro SRW Figura 2.10.2 – Esquema do Muro SRW Fonte – Adaptado ICD (2005) Fonte – Adaptado ICD (2005) 2.11 Estabilidade externa Supõe-se geralmente que os muros SRW são sujeitas aos mesmos critérios externos do projeto da estabilidade dos muros à gravidade. A análise externa da estabilidade assegura-se de que a estrutura reforçada esteja estável de encontro à ação das pressões aplicadas pelo solo. A verificação quanto à estabilidade externa está relacionada com as condições externas, ou seja, em relação ao deslizamento horizontal da base, de tombamento do muro devido ao giro gerado pela força de empuxo ativo do solo e de recalque gerado pelo peso do muro sobre o solo. A verificação em relação ao deslizamento horizontal da base (figura 2.11.1) está relacionada à ação de deslocamento horizontal total do muro e do solo reforçado. Deve-se verificar as condições de deslizamento na fundação. (TENSAR, 2005a) Figura 2.11.1 – Esquema de deslizamento Fonte – Tensar (2005a) 10 A verificação em relação ao tombamento (figura 2.11.2) está relacionada à ação de tombamento total do muro e do solo reforçado devido à altura do muro e a pressão do solo. A verificação é feita considerando o tombamento em relação a base. (TENSAR, 2005a) Figura 2.11.2 – Esquema de tombamento Fonte – Tensar (2005a) A verificação em relação ao recalque (figura 2.11.3) está relacionada à fundação, que deve ser verificada para garantir o suporte da estrutura. A verificação considera a capacidade de suporte da estrutura em relação às tensões admissíveis do solo. (TENSAR, 2005a) Figura 2.11.3 – Esquema de recalque Fonte – Tensar (2005a) Para todos os casos da estabilidade deve-se considerar um fator de segurança mínimo conforme a tabela 2.11.4. Analise Fator de segurança mínimo Deslizamento 1,5 Tombamento 2,0 Recalque 2,0 Tabela 2.11.4 – Fatores de segurança para estabilidade externa Fonte – Adaptado Austral (2005) 2.12 Estabilidade Interna 11 Para ser internamente estável, uma parede de retenção de solo reforçado deve suportar a ação de seu peso próprio e de todas as forças externamente aplicadas. Isto é realizado com transferência da força de empuxo para o solo reforçado com a geogrelha. O reforço com a geogrelha visa impossibilitar a ruptura do solo devido à pressão do solo. A finalidade da análise interna da estabilidade é verificar se a geogrelha suportará a força do solo sem se romper e que os comprimentos de reforço com a geogrelha seja o suficiente para reter o solo reaterrado. A verificação quanto à estabilidade interna está relacionada com as condições e critérios de travamento e resistência à tração da geogrelha e da interligação entre os blocos. A verificação em relação ao travamento da geogrelha (figura 2.12.1) está relacionada com a capacidade de travamento das geogrelhas em função do atrito gerado entre o solo e a geogrelha, ou seja, da movimentação de todo o maciço sem a ruptura da geogrelha. (TENSAR, 2005a) Figura 2.12.1 – Esquema Travamento Fonte – Adaptado ICD (2005) A verificação em relação à resistência a tração da geogrelha (figura 2.12.2) está relacionada à resistência a ruptura das geogrelhas devido à força de tração gerada entre o atrito do solo com a geogrelha . Isto deve ser analisado e dimensionado de acordo com as instruções técnicas do produto. (TENSAR, 2005a) Figura 2.12.2 – Esquema resistência à tração Fonte – Adaptado ICD (2005) 12 A verificação em relação à interligação entre os blocos (figura 2.12.3) está relacionada à resistência ao travamento entre os blocos. Dependendo do tipo de bloco, deve ser verificada a capacidade de travamento pelo dispositivo, podendo ser ranhuras, pinos de aço e etc. (TENSAR, 2005a) Figura 2.12.3 – Esquema resistência entre blocos Fonte – Adaptado ICD (2005) Para todos os casos da estabilidade deve-se considerar um fator de segurança mínimo conforme a tabela 2.12.4. Análise Fator de segurança mínimo Travamento 1,5 Resistência à tração 1,5 Interligação entre os blocos 1,5 Tabela 2.12.4 – Fatores de segurança para estabilidade interna. Fonte – Adaptado Austral (2005) 2.13 Estabilidade Global A estabilidade global (figura 2.13.1) verifica a estabilidade total da parede e dos solos retidos. Essa verificação está relacionada à ruptura total do solo, que desliza pela perda de resistência a cisalhamento ou atrito. O deslizamento ocorre freqüentemente ao longo de uma superfície de curvatura, em forma logarítmica (MOLITERNO, 2003). Os fatores de segurança da estabilidade da inclinação variam de 1,3 a 1,5. (TENSAR, 2005a) 13 Figura 2.13.1 – Esquema de estabilidade global Fonte – Tensar (2005a) 2.14 Detalhes da Construção de Muros SRW Apesar do tempo e dinheiro investido para produzir produtos e sistemas com qualidade, o desempenho do produto está relacionado com utilização e execução do muro. As etapas básicas da construção são simples mas devem ser compreendidas completamente para se assegurar de que o produto final atinja as expectativas dos usuários finais. O sistema de arrimo segmentado pode assumir inúmeras configurações estéticas ou funcionais. O desenho dos blocos permite que sejam construídos muros segmentados com faces inclinadas ou verticais, com traçados curvos ou retilíneos. As suas ranhuras estão dimensionadas para atender a três níveis de recuo entre fiadas, o que gera faces inclinadas de 90° a 70° com a horizontal, sendo garantido o devido travamento entre as fiadas. (PALMA, 2004) Figura 2.14.1 – Representação em níveis diferentes Fonte – PALMA (2004) 14 Os materiais de reforço podem ser de dois tipos, geogrelhas ou geotêxteis. A sua escolha se baseia no tipo de solo utilizado como aterro, na capacidade de suporte do solo de fundação, nas configurações geométricas da contenção e nas cargas atuantes do sistema. H1=Altura aparente do muro H2=Embutimento do muro L=Comprimento do reforço Sv=Espaçamento entre as camadas de reforço Figura 2.14.2 – Seção transversal típica do sistema Fonte – PALMA (2004) Os materiais empregados na construção de muros SRW são de fácil aquisição, podendo-se utilizar materiais locais para execução do aterro e do sistema de drenagem do muro. O solo utilizado para o aterro pode ser solo local, exceto os de difícil compactação e com alta deformabilidade tais como as argilas muito plásticas, solos orgânicos, turfas, aqueles com alta concentração de pedregulhos e entulhos que possam danificar os elementos de reforço. O local deve ser completamente inspecionado. Deverá ser verificada a presença de estruturas ou tubulações para caracterizar o local onde será instalado o muro. A condição geotécnica do solo deverá ser analisada por um profissional geotécnico. Ao realizar as escavações do local deve-se acompanhar o projeto e verificar se as estruturas circunvizinhas estão protegidas dos efeitos da escavação, evitando recalques e fissuração das estruturas circunvizinhas. O sistema deve ser construído simultaneamente, ou seja, o assentamento dos blocos até uma determinada altura (1° a 3° fiada) e logo a instalação do material de reforço e compactação da camada de solo nos espaçamentos especificados. Os blocos trabalham como fôrma para preenchimento das camadas de aterro. O lançamento das camadas do aterro deve, preferencialmente, ser feito com retro-escavadeira, pá carregadeira, ou outro sistema mecanizado, de forma a acelerar o processo de compactação. A compactação das camadas do aterro deve ser feita com equipamento apropriado (pé-de-carneiro, rolo liso, sapo compactador ou placa vibratória) para o tipo de solo, atingindo grau de compactação de no mínimo 95% do Proctor Normal. Em muitos casos, não há necessidade de compactação pesada próximo à face do muro (até 1 metro de distância). Nesta zona, a compactação pode 15 ser realizada com equipamento tipo sapo compactador (solos argilosos) ou placa vibratória (solos arenosos). (PALMA, 2004) Figura 2.14.3 – Compactação do sistema Fonte – PALMA (2004) Os pinos de travamento dos blocos possuem resistência suficiente para conferir estabilidade e evitar deformação da face durante a execução do muro. O empuxo do solo é absorvido pelos elementos de reforço. Figura 2.14.4 – Blocos preenchidos com brita e pinos posicionados Fonte – PALMA (2004) A base do muro SRW é bastante simples de ser preparada, porém o solo de fundação deve possuir capacidade de suporte adequada e deve estar bem regularizado. Para realizar a fundação deverá ser feita uma avaliação das condições do solo, pelo profissional geotécnico, do local onde será realizado o muro. Esse profissional examinará o solo da fundação para assegurar que o solo onde será feita a fundação suportará o peso do muro e outras cargas. As condições técnicas para a fundação de muros segmentados são solos que possuem uma capacidade de suporte com SPT maior que 5 golpes. Em função desses dados deve-se determinar a cota de assentamento em relação ao terreno natural e realizar a regularização da base de assentamento com areia. Poderá ser previsto um sistema de colchão drenante na base do muro, caso utilize desse sistema deverá ser instalado um tubo para drenar a água acumulada na base do muro e evitar que essa água exerça uma pressão hidrostática sobre o muro. O solo da fundação deve ser examinado para assegurar que a força real do solo 16 encontra-se em condições de suportar o muro. Caso os solos não se encontram com o valor requerido devem ser removidos e substituídos com solos apropriados. (PALMA, 2004) Feitas as observações, inicia-se a execução da base e da valeta de assentamento dos blocos. Figura 2.14.5 – Abertura da valeta Fonte – PALMA (2004) Posicionam-se os elementos de drenagem no interior da valeta (tubos dreno) e preenche-se a valeta com o material de fundação (areia compactada ou brita 2) até o nível de assentamento da primeira fiada de blocos. (PALMA, 2004) Figura 2.14.6 – Preenchimento da valeta com tudo dreno Fonte – PALMA (2004) Em situações em que o terreno natural é acidentado ao longo do eixo do muro, deve-se prever o escalonamento da base com altura variando de 20 em 20cm. Nesses casos, recomenda-se também a construção de base em concreto para garantir um controle de erosão na base do muro. Em muros executados em terrenos acidentados existe a tendência de, no período de chuvas, ocorrerem fluxos de água com velocidade excessiva que podem carrear o solo e descalçar a contenção. Figura 2.14.7 – Abertura da valeta Fonte – PALMA (2004) 17 Todas as unidades de SRW devem ser instaladas apropriadamente na elevação e orientação como mostrado nos desenhos. As unidades de SRW serão instaladas de acordo com as recomendações do fabricante. Com a fundação preparada inicia-se o assentamento da primeira fiada dos blocos. Antes de assentar os blocos deve-se instalar as geogrelhas. A fixação da geogrelha à face dos blocos é feita através dos próprios pinos de travamento dos blocos. (PALMA, 2004) Figura 2.14.8 – Instalação da geogrelha na base da 1°fiada Fonte – PALMA (2004) O adequado posicionamento da primeira fiada de blocos é de suma importância para assegurar resultados exatos e aceitáveis, visto que é o seu nivelamento que garantirá o alinhamento adequado do restante do muro.Os instrumentos de nivelamento mais utilizados são nível de mangueira e nível de bolha. O posicionamento do bloco é feito apenas por justaposição, não havendo necessidade de argamassa de rejunte para o seu assentamento. Cuidado especial deve ser tomado em relação ao prumo dos blocos em cada fiada. Antes de iniciar o assentamento da segunda fiada deve-se instalar nas ranhuras de cada bloco da primeira fiada, pinos de travamento entre blocos e preencher as aberturas de cada bloco com material drenante (brita ou areia), de forma a confinar lateralmente os pinos nas ranhuras. A extremidade superior dos pinos é a guia e espera dos blocos das fiadas superiores. (PALMA, 2004) Figura 2.14.9 – Assentamento da 1°fiada Fonte – PALMA (2004) 18 Figura 2.14.10 – Nivelamento da 1°fiada Fonte – PALMA (2004) Figura 2.14.11 – Posicionamento dos pinos da 1°fiada nas ranhuras Fonte – PALMA (2004) Preencher as aberturas de cada bloco com material drenante, de forma a confinar lateralmente os pinos nas ranhuras. A extremidade superior dos pinos são as guias e espera dos blocos das fiadas superiores. Preencher também os espaços formados entre blocos com material drenante. Figura 2.14.12 – Bloco sendo preenchido com material drenante Fonte – PALMA (2004) 19 Encaixar o topo dos pinos nas ranhuras dos blocos da fiada superior, de forma que se adquira uma configuração de amarração entre os blocos na inclinação desejada. Posicionam-se os pinos para a espera da próxima fiada na ranhura posterior. (PALMA, 2004) Figura 2.14.13 – Assentamento da 2°fiada junto com os pinos Fonte – PALMA (2004) Com a segunda fiada instalada deve-se verificar a altura do espaçamento especificado para a instalação da geogrelha novamente. Inicia-se o preenchimento e compactação do solo (maior que 90% do Proctor Normal) em camadas de 20cm até atingir o topo do espaçamento especificado, onde será instalada uma nova camada de geogrelha e o processo se repete até a última camada. (PALMA, 2004) Figura 2.14.14 – Instalação da geogrelha na 2°fiada Fonte – PALMA (2004) Figura 2.14.15 – Instalação da geogrelha junto com os blocos Fonte – Michelazzo (2005) 20 Figura 2.14.16 – Esquema do muro acabado Fonte – PALMA (2004) Os muros SRW permitem que sejam construídas faces curvas com facilidade. O bloco possui “dentes” na sua face posterior que podem ser removidos com facilidade, permitindo articulação entre dois blocos. A remoção dos dentes é facilmente realizada com a utilização de ferramenta tipo ponteira. Pode-se remover um único ou ambos os dentes. (PALMA, 2004) Figura 2.14.17 – Remoção dos dentes Fonte – PALMA (2004) Com a retirada dos dentes e articulação dos blocos, as ranhuras não mais coincidirão, no entanto o efeito de travamento ainda é verificado posicionando o pino na ranhura 1 do bloco da fiada inferior, preenche-se o mesmo com brita, travando o pino na ranhura. Figura 2.14.18 – Posicionamento do pino Fonte – PALMA (2004) 21 Figura 2.14.19 – Assentamento em curva e preenchimento do bloco Fonte – PALMA (2004) Ao posicionar os blocos da fiada superior, observa-se que os pinos se alojam no interior de suas cavidades posteriores. O efeito de travamento é garantido no instante em que se preenche tais cavidades com brita; Os passos se repetem nas próximas fiadas. (PALMA, 2004) Figura 2.14.20 – Assentamento em curva da 2° fiada e travamento com pino Fonte – PALMA (2004) 2.15 Vantagens • Economia: Quando todos os custos do projeto são medidos e comparados de encontro aos benefícios do desempenho, os muros SRW possuem um custo menor em relação aos métodos tradicionais. Os muros SRW são estruturas de retenção com redução do custo entre 25% a 40% em relação às paredes de retenção de concreto armado. (LOKBLOK, 2005) • Estética: As unidades de SRW vêm em uma variedade de cores, formas, estilos e configurações. Fornecem conseqüentemente a arquitetos e proprietários uma larga escolha de opções e estética satisfazendo o gosto do cliente. Possui também a habilidade de combinar e complementar com outros materiais tal como o tijolo. (LOKBLOK, 2005) • Durabilidade: Os blocos SRW são fabricados em concreto, que cria sistemas duráveis e garante uma vida longa da parede de retenção. As unidades de SRW são resistentes à fissuração e não se lascam ou deterioração como as madeiras. Os Blocos possuem resistência à compressão elevada e baixa taxa de absorção que garantem a resistência contra quebra, 22 congelamento e outros.intempéries. O reforço geossintético usado para estabilizar o solo atrás dos blocos SRW é fabricado por polímeros especialmente formulados e projetados para resistir o rastejamento e a degradação ambiental durante todo a vida do projeto da estrutura. (LOKBLOK, 2005) • Desempenho: Os muros SRW são estruturas relativamente flexíveis que podem tolerar o movimento sem causar um desconforto visual. Isto contrasta com estruturas de retenção mais rígidas como concreto armado. O método de construção usado na construção do muro SRW permite que a água drene prontamente através do material drenante inserido no interior dos blocos. Isto alivia a ação da água que será drenado pelo sistema de drenagem instalado previamente. (LOKBLOK, 2005) • Flexibilidade Do Projeto: As unidades de SRW oferecem a flexibilidade para o projetista com respeito à posição da parede de retenção, à disposição da parede, à altura, e a construção. O tamanho e o peso reduzido dos blocos SRW permitem também a construção das paredes em posições de difíceis acessos. Permitem ao projetista a incorporação de curvas ou ângulos fechados em locais onde existem complexas arquiteturas. (LOKBLOK, 2005) • Facilidade e Custo da instalação: Os blocos SRW foram projetados para a instalação rápida e fácil. Os blocos podem ser colocados por um único trabalhador da construção sem a necessidade de equipamentos especiais, argamassas e fôrmas, minimizando o custo e o tempo para execução do muro. (LOKBLOK, 2005) • Racionalização: O sistema de muro SRW é um método de racionalização que garante uma qualidade superior no final da obra, pois controla o material a ser utilizado como o bloco e a geogrelha e reduz perdas com material como argamassa, fôrmas e etc. 2.16 Restrições ao uso do muro SRW O sistema de muro segmentado foi desenvolvido para suportar em sua grande maioria aterros. Os muros de contenção têm como objetivo conter solos tanto em aterros como em cortes. Porém, uma das situações que se inviabiliza o uso desse sistema é quando o objetivo do muro é conter o solo originado de um corte realizado na divisa do terreno. Quando realizamos um corte no terreno na divisa não podemos avançar no terreno vizinho para instalar a geogrelha como reforço no solo, pois estaríamos invadindo o vizinho e muitas vezes poderia haver edificações que impossibilitariam a execução do reforço. 23 A utilização desse tipo de reforço, em locais onde será realizado algum tipo de fundação, deve ser planejado anteriormente para que não ocorra nenhuma deformação ou destruição das geogrelhas. 3 ANÁLISE COMPARATIVA Apesar das virtudes apresentadas como a flexibilidade, rapidez construtiva e custos competitivos, não existe ainda uma ampla utilização desse sistema no mercado brasileiro. A maioria dos projetistas desconhece a técnica e preferem adotar sistemas mais tradicionais, especialmente muros de gravidade empregando gabiões, alvenarias de blocos de rocha ou muros de flexão em concreto armado. Mesmo os projetistas que dominam a técnica de reforço de solos, preferem adotar sistemas tradicionais, os quais caracterizam-se pela inclusão de reforços metálicos e paramentos de concreto pré-moldado. A maioria dos empreendedores desconhece as possibilidades da técnica ou guardam ressalvas quanto à durabilidade dos reforços e os construtores desconhecem a técnica e mesmo quando possuem experiência prévia, consideram o sistema difícil de gerenciar. (AZAMBUJA, 2001) Os principais materiais utilizados para executar o muro SRW são industrializados. Com a industrialização desses materiais inicia-se o processo de produção em grande escala que reduz o tempo para construir os muros, pois não utiliza fôrmas na execução do muro e nem argamassa para assentamento, reduzindo custos consideráveis. Esses benefícios com a industrialização, gera a racionalização da construção de muros de contenção, ou seja, maior controle sobre os materiais e mão-de-obra, redução de perdas no canteiro de obra, rapidez na execução, qualidade e segurança para a construção. Comparando-se em relação aos métodos tradicionais o sistema de muros SRW pode reduzir os custo final (material, mão-de-obra, encargos sociais, etc) de 25 a 50% conforme ilustrado na figura 3.1. (ICD,2005) 24 Figura 3.1 – Gráfico comparativo custo por metro quadrado. Fonte - Adaptado ICD (2005) 4 CONCLUSÃO O sistema SRW é uma técnica de retenção e estabilização de solos que tem sido aceita com sucesso em obras rodoviárias e industriais mundialmente. Possui uma solução bastante versátil, de custo reduzido e de grande apelo estético. A execução é muito simples e rápida não necessitando de equipamentos especializado. O custo é bastante atraente quando comparado às soluções encontradas no mercado devido à rapidez na execução que o sistema permite ao baixo custo dos materiais utilizados. Além disso, o sistema se mostra cada vez mais econômico na medida em que a altura média da contenção se eleva, quando se realiza um comparativo de custo/m² com soluções tradicionais. Os muros segmentados associados a geogrelhas podem, apesar de ligeiro incremento de custo, alcançar um sucesso maior, não só pelo melhor acabamento, mas principalmente pela maior agilidade e menor suscetibilidade ao erro construtivo. Além das vantagens estéticas, os blocos segmentados garantem uma maior facilidade de montagem e alinhamento, reduzindo o tempo e minimizando os erros durante a execução do muro. Ainda são escassas as informações qualificadas sobre os produtos disponíveis no mercado brasileiro, pois poucos fabricantes oferecem informações técnicas de seus produtos. Observase que há um esforço de vários fabricantes na condução de experimentos de longo prazo. Por enquanto, esse problema vem sendo contornado através da adoção de parâmetros 25 conservadores para a resistência dos reforços, o que implica em um ligeiro incremento de custo nesses sistemas. Para o Brasil, o sistema de muro SRW poderá trazer muitas melhorias nas obras de contenção, nas quais hoje são realizadas sem um projeto específico e com uma mão-de-obra não qualificada. Com o benefício da racionalização, a utilização do sistema de muros SRW podese minimizar muito dos erros de execução devido à simplicidade do método construtivo e reduzir um custo relativamente alto em relação às soluções tradicionais. 26 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AHMAD, Syed F. SRW: A New Dimension in Landscape Design. Disponível em: <http://www.iepsac.org/downloads/p10c.pdf>. Acessado em: 02 nov. 2005. AUSTRAL BRICKS. Soil-Reinforced Segmental Block Retaining Wall Systems. 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