21 Trilhas Naturais do Parque: Contato direto com a natureza W. Júnior Uilton Magno Campos Tecnólogo em Meio Ambiente do Parque da Cidade UM BREVE HISTÓRICO A construção de 03 trilhas naturais, trilha bromélia, trilha do preá, trilha embaúba pela a equipe do Setor de Manejo seguiu um longo percurso para a sua efetivação. O conhecimento das exigências normativas para a sua utilização, seja a lei do SNUC, o plano de manejo, as normas do parque junto a revisão bibliográfica, tudo isso se coadunou com a experiência vivida e acumulada ao longo de 08 anos desde a sua criação em 2008. A partir do diagnostico ambiental da área descrito no plano de manejo - que registra iniciativa de instalação de loteamentos e ocupação da área de forma desordenada na ZPA1 -, registrouse também a necessidade de implantação da unidade de conservação para a proteção de área ainda bem preservada, trecho da SZ1-A. O referido documento descrevia a existência de ocupação em suas bordas da SZ1-A por residências e em alguns outros pontos por sítios ou atividades de culturas excipientes, ressaltando, dessa forma, a necessidade de medidas de regularização, controle e fiscalização com vistas a proteger o patrimônio ambiental ainda existente. Foi criada então a Unidade de Conservação, que contou com o Grupo de Apoio Ambiental – GAAM que passou a assumir a guarda e proteção da área da UC e da ZPA1. Dentre as inúmeras ações da guarda ambiental como da equipe de manejo do Parque da Cidade em vistorias e monitoramentos, muitas foram as atividades desenvolvidas nas trilhas naturais que percorrem a SZ1-A ao longo de 8 anos. Dessa forma, muita experiência e conhecimento ao longo do tempo foi acumulada. 22 Com o passar do tempo e utilização diária das trilhas pavimentadas, através de um público fiel e exigente era uma questão de tempo até haver uma maior cobrança de utilização das trilhas naturais. Já em 2014, com o fortalecimento da equipe do parque e sua reinauguração surge a oportunidade de colocar em prática o que alguns chamam de sensação de pertencimento, com o aumento das solicitações de utilização das trilhas naturais por visitantes, eventos e escolas. Uilton Magno No panorama em evidencia, onde um grande número de visitantes passou a visitar diariamente o parque em busca de um lugar seguro e tranquilo para caminhar e curtir a natureza, o parque, através da tecnologia, extrapolou os seus limites físicos e adentrou nos lares de famílias, empresas e repartições através de tour virtual em 360 graus. Surge então um momento propicio para aproveitar e aprimorar aquela sensação de pertencimento através trilhas naturais, onde só melhor conhecendo podemos melhor proteger. Fazer a melhor gestão para essas áreas passou então a ser um objetivo constante da equipe do parque. Foram realizadas inúmeras visitas e vistorias, levantando as várias e possíveis trilhas a serem utilizadas. Desde julho de 2014 e objetivo passou a ser melhor conhecer, registrar, catalogar, caracterizar. De cerca de 20 trilhas levantadas inicialmente, hoje 3 estão abertas ao público com segurança, equipamentos de apoio, belezas naturais e sinalização para os visitantes. São elas: Uilton Magno TRILHA BROMÉLIA (300 m) Tem inicio no jardim temático em cota de 70 metros em relação ao nível do mar, mesma cota do centro de visitantes. Nos metros iniciais diminui a cota para aproximadamente 68 metros, mantendo-se sem grande variação. Percorre flanco dunar paralela a trilha pavimentada (Trilha da Torre). Sua vegetação inicia com espécies da Restinga Arbustiva Densa e em suas bordas espécies da Restinga Arbustiva Esparsa. Destaca-se pela presença de algumas espécies da flora como orquídeas, bromélias, entre outros. Percebe-se a importância das dunas para alimentação do aquífero da Cidade. Essa trilha também poderá proporcionar uma introdução a origem do solo a partir da decomposição das folhas, arbustos e árvores, formando a serapilheira. Possui baixa variação topográfica, pequeno curso. Seu público alvo ideal são crianças, idosos, e gestantes em boas condições de saúde. Fernando Medeiros 23 TRILHA DO PREÁ (800 m) Tem inicio no jardim temático por trás do centro de visitantes. O trecho inicial coincide com aproximadamente 140 metros de parte da trilha das bromélias. Em seguida, desce 100 metros de extensão até chegar em um vale de vegetação aberta em cota de 58 metros, que começa a subir em um trecho mais arborizado entre um grande vale ao Norte e elevação dunar ao Sul. O vale tem cota mais baixa de 43 metros, enquanto a duna tem elevação de 63 metros, trecho cuja vegetação varia entre Restinga Arbustiva Esparsa e Densa. Esse trecho percorre 276 metros em cota de variação entre 58 e 56 metros, chegando em 63 metros em relação ao nível do mar. Conecta-se com outro trecho agora se deslocando mais ao Norte e circunda o grande vale citado anteriormente. Não apresenta variação topográfica, pois o solo apresenta-se aplainado com camada de piçarro em sua extensão até chegar na Trilha Pavimentada “Por-do-Sol”. A vegetação varia entre espécies da Restinga Arbustiva Esparsa e Densa e áreas sem vegetação. Destaca-se por apresentar registros de tentativa de implantação de loteamento no passado como retirada de vegetação e terraplenagem. Apresenta paisagem belíssima de dunas, vales dunares e voos de periquitos e outras aves. Seu público alvo ideal são crianças, jovens, adultos e idosos em boas condições de saúde. W. Júnior TRILHA DA EMBAÚBA (1.600 m) Inicio no Jardim Temático, Centro de Visitantes, o trecho inicial coincide com aproximadamente 140 metros de parte da trilha das bromélias e 450 metros da trilha do Preá até chegar a uma bifurcação entre a trilha do Preá (direita) e embaúba (seguindo em frente). A partir desse ponto percorre-se mais 460 metros de vegetação Arbustiva Densa até chegar em placa de sinalização e ponto de descanso. Esse trecho se caracteriza por apresentar transição de vegetação de Restinga Densa e Floresta Estacional Semidecidual, evidenciando-se importante porção de transição vegetativa, inclusive vindo a fechar a trilha parcialmente em um trecho. Cantos, ruídos e às vezes o silêncio é percebido por toda a parte. Longe da urbanização, é local ideal para instrução, educação ambiental, observar pássaros, árvores e reflexão espiritual. Em linha reta, após passagem em picada na mata, percorre-se mais 240 metros aproximadamente até chegar em flanco de uma duna em cota de 74 metros. O ponto mais alto da duna (cume) está em cota de 100 metros. A partir da cota de 74 metros, em clareira existente, se visualizam paisagens importantes da área de todo o Parque. O local é bastante utilizado pelos urubus que chegam a fazer seus ninhos no entorno. Desce a duna até se conectar com a trilha pavimentada “Pau-brasil” (junto ao Ponto de descanso D). A partir desse ponto, pode-se retornar, em trilha pavimentada em sentido ao Pórtico da Omar O'grady ou Pórtico de Cidade Nova. Seu publico alvo ideal são jovens, adultos e idosos em boas condições de saúde. W. Júnior W. França Júnior Wagner 24 Bem-te-vi Pitangus sulphuratus