64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 FITOSSOCIOLOGIA DO INVENTÁRIO 100% DE COMUNIDADE DA RESEX “VERDE PARA SEMPRE” Nayra G. P. Trindade¹*, Thaynara V. Cavalcante¹, Danyelle S. Ribeiro¹, Fábio M. Leão¹, Marlon C. de Menezes¹ ¹ Universidade Federal do Pará - UFPA/Campus Altamira; *[email protected]. Introdução É crescente o número de iniciativas das comunidades da RESEX Verde para Sempre para a adoção do Manejo Florestal Sustentável, tais como, as iniciativas da comunidade Arimum, Jussara, Paraíso, Inumbí, Itapéua, Espírito Santo do Curuminim, Por ti Meu Deus e Belém. A necessidade de informações confiáveis sobre as florestas a serem manejadas, através do Inventário Florestal, é cada vez maior para que se atenda às exigências legais na elaboração e execução dos Planos de Manejo Florestais Sustentáveis (PMFS) [1]. Portanto, este trabalho tem por objetivo analisar os parâmetros fitossociológicos de um segmento florestal, em uma comunidade extrativista de Porto de Moz, através dos resultados do inventário florestal a 100% de um projeto de manejo florestal madeireiro. qual, 46% dos indivíduos amostrados encontram-se distribuídos na primeira classe diamétrica. De acordo com o índice de importância da espécie (IND), as cinco espécies de maior relevância ocorrentes na área inventariada, em ordem decrescente, foram: V. americana, com 16,45%, D. excelsa, com 11,10%, M. huberi, com 10,38%, S. paraenses, com 3,55% e Parkia pendula (maria preta), com 3,30%. Representando juntas 44,79% do IND total. Por outro lado, na análise realizada no projeto de manejo florestal madeireiro comunitário no estado do Acre, as espécies com maior IND foram: Bertholletia excelsa (castanheira), Couratari macrosperma (tauari), Apuleia molaris (cumaru-cetim), Hevea brasiliensis (seringueira) e Dipteryx odorata (cumaru-ferro), representando 33,6% do IND total [2]. Metodologia Foram utilizados os dados do Inventário Florestal 100% realizado na comunidade Belém, localizada no alto Rio Guajará, na RESEX Verde para Sempre, Porto de MozPA. Foram inventariados todos os indivíduos arbóreos, com Diâmetro à Altura do Peito (DAP) ≥ 40cm, em 101,89 hectares. A composição florística foi analisada através da distribuição de indivíduos, espécies e famílias botânicas que ocorreram na área. Para verificar se a floresta se encontra em uma dinâmica normal de crescimento, foi realizada a distribuição dos indivíduos por classes de diâmetro. Calculou-se também o índice de importância da espécie (IND), que é um valor percentual, expresso pela média aritmética dos percentuais de cada espécie para número de indivíduos, área basal e volume [2]. Resultados e Discussão Foram encontrados 3.427 indivíduos pertencentes a 80 espécies, distribuídas em 24 famílias. Comparando-se os resultados obtidos com os de [2], o número de indivíduos registrado neste trabalho foi semelhante e o número de espécies foi menor, porém a área amostrada também foi inferior. As famílias com maior número de espécies foram Fabaceae, com 27 espécies; Sapotaceae e Lauraceae, com 6; Apocynaceae, Lecythidaceae e Moraceae, com 4. Juntas, essas famílias constituíram 85% dos indivíduos. As espécies com maior número de indivíduos foram: Vouacapoua americana (acapu) com 1.017 indivíduos, Manilkara huberi (maçaranduba) com 257, Dinizia excelsa (angelim vermelho) com 139, Sclerolobium paraensis (tachi branco) com 135 e Pouteria bilocularis (abiurana) com 129, representando 30% dos indivíduos registrados. A distribuição do número de indivíduos por classe de diâmetro é representada por uma exponencial contínua e decrescente (conhecida como curva em J-invertido), na Figura 1. Composição do Índice de Importância da Espécie (IND) das dez espécies botânicas mais importantes. Conclusões A família Fabaceae apresentou a maior riqueza de espécies, sendo que a essência florestal Vouacapoua americana (acapu), que pertence à família supracitada, teve o maior índice de importância na área estudada. A distribuição diamétrica encontrada indica que a maioria dos indivíduos ocorreu nas menores classes, garantindo a regeneração natural da floresta. Referências Bibliográficas [1] Barros, P. L. C. de. 2008. Anotações de Inventário Florestal. Belém. 81p. [2] Araújo, H. J. B. de. 2006. Inventário florestal a 100% em pequenas áreas sob manejo florestal madeireiro. Acta Amazonica. 36 (4): 447- 464.