1 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA Instituto Nacional de Meteorologia – INMET Coordenação Geral de Agrometeorologia Endereço: Eixo Monumental - VIA S1 Fone:+ 55 61 344.9955/ Fax:+ 55 61 343-1487 BRASÍLIA / DF - CEP: 70680-900 - BRASIL http://www.inmet.gov.br Data: 22/05/2002 Prognóstico Trimestral (Junho, Julho e Agosto de 2002). O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com base nas informações de análise e prognósticos climáticos, fornecidos por modelos numéricos de médio e longo prazo dos principais Centros Meteorológicos Mundiais e análise dos mapas de padrões máximos e mínimos de precipitação (Método dos Decis), apresenta este Prognóstico sobre as condições meteorológicas que poderão ocorrer neste período em todo o País, bem como suas principais características. O mapa a seguir (Fig.01) mostra o Prognóstico de Precipitação das Regiões para o trimestre. Fig.01 Prognóstico JJA 2002-Instituto Nacional de Meteorologia - INMET 2 Observou-se um enfraquecimento das águas quentes (em profundidade) no Oceano Pacífico equatorial, de oeste para leste, no último mês, em relação ao mês anterior. Esta situação não favorece o desenvolvimento do fenômeno El Niño a curto prazo. No Pacífico central ao sul da linha do Equador, nota-se um aumento nas temperaturas da superfície do Oceano da ordem de 1.0 ºC a 2.0ºC (Fig. 02). Fig. 02 Fonte: NESDIS/NOAA Climatologicamente, o período é caracterizado pela redução das chuvas nas Regiões Sudeste, Centro-Oeste e sul da Região Norte. O pico da onda de CHEIAS, nos afluentes da margem esquerda do rio Amazonas, ocorrem no final do mês de junho. A costa leste do Nordeste apresenta o trimestre mais chuvoso do ano, enquanto grande parte do semi-árido tem o término do período chuvoso em maio. Outra característica do trimestre é o declínio nas temperaturas. Nas Regiões Sul, Sudeste e parte do CentroOeste do País há ocorrência de GEADAS; queda de NEVE na Região Sul e as Prognóstico JJA 2002-Instituto Nacional de Meteorologia - INMET 3 primeiras FRIAGENS no sul da Região Norte. A partir de julho, diminui a umidade relativa do ar em Goiás e no Distrito Federal, atingindo valores inferiores a 20%. As condições meteorológicas nesta estação dependem da evolução dos seguintes sistemas: • as frentes frias e as massas de ar de origem polar atuam com maior freqüência e intensidade, ocasionando declínio de temperatura nas Regiões Sul, Sudeste, CentroOeste e nos Estados da Bahia, Acre, Rondônia e sul do Amazonas; • as Ondas de Leste contribuem para o aumento da precipitação na faixa litorânea que vai do leste do Rio Grande do Norte até Salvador. REGIÃO NORTE Chuva A característica predominante no período é a continuidade das chuvas, com decréscimo gradativo dos totais pluviométricos em grande parte da Região de norte para sul, com exceção do Estado de Roraima, onde ocorre incremento dos totais mensais. No litoral e nordeste do Pará, o fenômeno das brisas favorece as instabilidades formando aglomerado de nuvens responsáveis pelas chuvas ao anoitecer. Em junho, os máximos de precipitação variam de 420mm a 480mm em Roraima e Norte Amazonense; os mínimos, inferiores a 10mm, ocorrem no sul do Pará, Rondônia e Tocantins. Em julho, os máximos de precipitação variam de 300mm a 360mm no norte de Roraima e noroeste do Amazonas; os mínimos inferiores a 10mm ocorrem em Rondônia e sul do Pará. Em agosto, os máximos de precipitação, de 240mm a 300mm ocorrem no extremo norte do Amazonas e Estado de Roraima; os mínimos ocorrem no sudeste do Pará e Estado do Tocantins com valores inferiores a 20mm. Prevê-se que os totais pluviométricos deverão ocorrer ligeiramente abaixo dos padrões climatológicos no litoral e nordeste do Pará. As demais áreas apresentarão valores dentro dos padrões climatológicos ((FIG. 01). Temperatura O trimestre é caracterizado pela ocorrência de baixas temperaturas devido à influência das massas de ar frio no sul da Região. Em junho, as máximas acima de 33ºC ocorrem no Tocantins e sudeste do Pará; as mínimas de 18ºC a 21ºC no sul do Amazonas, do Pará, Acre e Tocantins. Em julho, as máximas entre 33ºC e 36ºC ocorrem no sul do Pará, centro e norte do Tocantins; as mínimas de 15ºC a 18ºC ocorrem no Acre, Rondônia, sul do Pará, centro e sul do Tocantins, podendo atingir temperaturas de até 12ºC no Acre, Rondônia e sul do Amazonas em conseqüência do fenômeno conhecido como FRIAGENS. Em agosto, as temperaturas máximas entre 33ºC e 36ºC ocorrem no sudeste do Amazonas, centro e sul do Pará e Estado do Tocantins; as mínimas Prognóstico JJA 2002-Instituto Nacional de Meteorologia - INMET 4 entre18ºC e 21ºC ocorrem no sul do Amazonas, sul e centro do Pará e estados do Acre, Rondônia e Tocantins. Prevê-se que as temperaturas ficarão dentro dos padrões climatológicos em toda a Região. REGIÃO NORDESTE Chuva O trimestre é caracterizado pelo final da estação chuvosa da região semi-árida. Na costa leste, as chuvas continuam, ocasionadas pelas Ondas de Leste, quando associadas às frentes frias oriundas do sul, são responsáveis por pancadas de chuvas, às vezes intensas no período de 24 horas, principalmente no litoral entre Natal e Salvador. A partir de agosto, as chuvas diminuem consideravelmente no leste da Região. Em junho, os índices máximos variam de 240mm a 400mm no leste do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco e litoral de Alagoas. Os menores valores ocorrem no Piauí, exceto o litoral, centro e sul do Maranhão, sudoeste do Ceará, oeste de Pernambuco, centro e oeste da Bahia, podendo atingir valores abaixo de 10mm. Em julho, os valores máximos oscilam entre 300mm e 420mm no litoral da Paraíba, de Pernambuco e de Alagoas. Valores inferiores a 10mm ocorrem no Piauí, centro e sul do Maranhão, sul e oeste do Ceará, sudoeste do Rio Grande do Norte, oeste de Pernambuco, centro e oeste da Bahia. Em agosto, os valores máximos de precipitação, oscilam entre 120mm e 240mm no litoral leste do Rio Grande do Norte e litoral dos estados da Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Por outro lado, valores inferiores a 10mm ocorrem no Piauí, centro, sul e leste do Maranhão, centro, sul e oeste do Ceará, oeste dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, centro e oeste da Bahia. Para o trimestre, prevê-se condições de chuva dentro dos padrões climáticos nos estados do Maranhão e Bahia e nas demais áreas da Região entre normal a ligeiramente abaixo. (FIG. 01). Temperatura O trimestre é caracterizado pela diminuição das temperaturas, principalmente das mínimas em toda a Região, com declínio mais acentuado nos meses de julho e agosto. Em junho, os máximos acima de 33ºC ocorrem no centro e norte do Piauí e oeste dos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Em julho, os valores máximos acima de 33ºC ocorrem no sudoeste do Maranhão, centro e norte do Piauí, sul e oeste do Ceará, oeste dos estados do Rio Grande do Norte e Pernambuco. Em agosto, os valores máximos acima de 33ºC, ocorrem no centro, sul e leste do Maranhão, centro e norte do Piauí, centro, sul e oeste do Ceará, oeste do Rio Grande do Norte e do Pernambuco e noroeste da Paraíba e da Bahia. Durante o período, os valores mínimos ocorrem entre 12ºC e 15ºC, nas regiões serranas dos Estados do Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Bahia, podendo chegar até 10ºC em localidades isoladas nas regiões serranas da Bahia. Prognóstico JJA 2002-Instituto Nacional de Meteorologia - INMET 5 Prevê-se que as temperaturas fiquem entre normal a ligeiramente acima dos padrões climatológicos em toda a Região. REGIÃO CENTRO-OESTE Chuva O período é caracterizado pela estiagem em toda a Região e baixos índices de umidade relativa do ar. Em junho, as maiores precipitações ocorrem entre 60mm a 120mm no sul e centro do Mato Grosso do Sul; os mínimos, abaixo de 10mm, em grande parte da Região. Em julho, os maiores valores ocorrem de 20mm a 60mm no centro e norte do Mato Grosso do Sul, de 10mm a 20mm no sul de Goiás, sul e noroeste do Mato Grosso e abaixo de 10mm nas demais áreas da região. Em agosto, os maiores valores ocorrem entre 40mm a 60mm no sul e centro do Mato Grosso do Sul, de 20mm a 40mm no sul de Goiás e no oeste e sul do Mato Grosso; os menores valores abaixo de 10mm em grande parte da Região. Prevê-se que o regime pluviométrico ficará dentro dos padrões climatológicos. (Fig. 01). Temperatura Neste trimestre, as temperaturas diminuem gradativamente em toda Região, com ocorrência de geadas no sul do Mato Grosso do Sul. Em junho, as máximas variam de 30ºC a 33ºC no Mato Grosso, oeste e norte de Goiás e de 27ºC a 30ºC no Distrito Federal; as mínimas variam de 12ºC a 15ºC no sul dos Estados de Goiás e Mato Grosso do Sul. Em julho, as máximas variam de 33ºC a 36ºC no norte do Mato Grosso, de 30ºC a 33ºC no oeste e centro de Goiás e restante do Mato Grosso, enquanto que as mínimas variam de 12ºC a 15ºC no Mato Grosso do Sul, sul e leste de Goiás, Distrito Federal e centro-sul do Mato Grosso. Em agosto, as máximas variam de 33ºC a 36ºC em grande parte do Mato Grosso e no oeste e noroeste de Goiás; as mínimas variam de 12ºC a 15ºC no sul do Mato Grosso do Sul, sudoeste e leste de Goiás e sudeste do Mato Grosso. Prevê-se que as temperaturas fiquem ligeiramente acima dos padrões climatológicos. REGIÃO SUDESTE Chuva O trimestre é caracterizado pela redução das chuvas em toda a Região. Em junho, os valores máximos oscilam de 120mm a 180mm no sudeste de São Paulo e os mínimos, abaixo de 10mm, concentram-se em Minas Gerais e extremo norte de São Paulo e oeste Prognóstico JJA 2002-Instituto Nacional de Meteorologia - INMET 6 do Espírito Santo. Em julho, os valores máximos oscilam entre 60mm e 120 mm no sul e sudeste de São Paulo, sul e leste do Rio de Janeiro, leste e norte do Espírito Santo; os mínimos, inferiores a 20mm, ocorrem no estado de Minas Gerais, centro, norte e oeste de São Paulo e oeste dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Em agosto, os máximos oscilam de 60mm a 120mm no sul e leste de São Paulo e leste dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo; os mínimos inferiores a 10mm ocorrem no norte e oeste de São Paulo e em Minas Gerais, exceto na região nordeste. Prevê-se para o período chuvas entre normal a ligeiramente acima dos padrões climatológicos para o litoral de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo e dentro dos padrões climatológicos para as demais áreas da Região. (FIG. 01). Temperatura No trimestre, as massas de ar frio tornam-se mais intensas, favorecendo o declínio nas temperaturas, que deve acentuar-se nos meses de junho e julho. Nessa época, as condições meteorológicas são predominantemente de dias ensolarados com maior presença de nevoeiros e formação de geadas, principalmente nas regiões serranas. Em junho, as máximas variam de 27°C a 30°C no noroeste de São Paulo, oeste, norte e nordeste de Minas Gerais e norte dos Estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. As mínimas oscilam de 6°C a 9°C na regiões serranas de São Paulo e sul de Minas Gerais. Em julho, os valores máximos atingem 27ºC a 30ºC no Triângulo e norte de Minas Gerais, Espírito Santo e noroeste de São Paulo. Em agosto, as máximas variam de 30°C a 33°C no Triângulo e noroeste de Minas Gerais e noroeste de São Paulo; os valores mínimos, de 6°C a 9ºC, no sul de Minas Gerais. Com a chegada das massas de ar frio mais intensas, as temperaturas podem atingir valores abaixo de 0ºC nas áreas elevadas do nordeste de São Paulo e sul de Minas Gerais. Prevê-se que as temperaturas fiquem entre normal a ligeiramente acima dos padrões climatológicos. REGIÃO SUL Chuva No período, o regime pluviométrico é influenciado principalmente por sistemas frontais. Devido à passagem rápida destes sistemas, associados a baixas pressões, podem ocorrer rajadas de ventos fortes, seguidas logo após pelos ventos Minuano. As precipitações diminuem consideravelmente no norte do Paraná. Em junho, os máximos de precipitação variam de 180mm a 240mm no centro, norte e noroeste do Rio Grande do Sul, centro e oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná; os mínimos variam de 20mm a 40mm no norte do Paraná. Em julho, os máximos de precipitação variam de 180mm a 240mm na serra do sudeste, centro e norte do Rio Grande do Sul e os mínimos variam de 10mm a 20mm no extremo norte do Paraná. Em Prognóstico JJA 2002-Instituto Nacional de Meteorologia - INMET 7 agosto, os máximos de precipitação variam de 180mm a 240mm no norte do Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina; os mínimos variam de 10mm a 20mm no norte do Paraná. Prevê-se que a precipitação climatológicos na Região (Fig. 01). ficará ligeiramente acima dos padrões Temperatura Neste período, as temperaturas declinam consideravelmente, devido à maior freqüência e intensidade de massas de ar frio, causando a formação de geadas em quase toda a Região e neve nas áreas mais altas com temperaturas mínimas atingindo valores abaixo de zero. A formação de nevoeiros é freqüente durante a madrugada e início da manhã, principalmente nas regiões de planaltos, serras e vales. Em junho e julho, as temperaturas máximas oscilam de 24ºC a 27ºC no noroeste do Paraná e as temperaturas mínimas variam de 6ºC a 9ºC na campanha, serra e planalto do Rio Grande do Sul, planalto de Santa Catarina e centro-sul do Paraná. Em agosto, as temperaturas máximas oscilam de 24ºC a 27ºC no norte e oeste do Paraná e as temperaturas mínimas variam de 6ºC a 9ºC no leste do planalto do Rio Grande do Sul, planalto sul de Santa Catarina e na região central do Paraná (Curitiba e entorno). Prevê-se para o período temperaturas dentro dos padrões climatológicos na Região. Prognóstico JJA 2002-Instituto Nacional de Meteorologia - INMET