Programa de Ecoturismo IDSM INVENTÁRIO TURÍSTICO DA ZONA DE MANEJO ESPECIAL DE ECOTURISMO DA RESERVA MAMIRAUÁ Elaborado por: Juliane Da Soler Viviane Dalfemback Renato Scala 1 ÍNDICE 1. Histórico da Reserva...................................................................................... 04 1.1 Histórico do Ecoturismo............................................................................ 05 2. Aspectos Geográficos..................................................................................... 05 2.1 Área.......................................................................................................... 05 2.3 Coordenadas geográficas........................................................................ 06 2.4 Clima........................................................................................................ 06 3. População....................................................................................................... 07 4. Flora................................................................................................................ 07 5. Fauna.............................................................................................................. 08 6. Atrativos Turísticos......................................................................................... 10 6.1 Trilhas....................................................................................................... 10 Trilha Coandu................................................................................ 11 Trilha Macaquinho......................................................................... 12 Trilha Mambira............................................................................... 13 Trilha Orquídea.............................................................................. 13 Trilha Pagão.................................................................................. 14 Trilha Preguiça.............................................................................. 15 Trilha Samaúma............................................................................ 16 Trilha Apara................................................................................... 17 Trilha Juruá.................................................................................... 18 Trilha Rato..................................................................................... 19 6.2 Lagos........................................................................................................ 19 Acácio............................................................................................ 20 Anágua.......................................................................................... 21 Juruá Grande................................................................................. 21 Juruazinho..................................................................................... 22 Mamirauá....................................................................................... 22 Pagão............................................................................................ 23 Saracura........................................................................................ 23 2 Uiri................................................................................................. 23 Teiú................................................................................................ 24 Araçazinho..................................................................................... 24 Cano do Jaquiri............................................................................. 25 6.3 Comunidades locais................................................................................. 25 Sítio São José............................................................................... 27 Boca do Mamirauá........................................................................ 28 Vila Alencar................................................................................... 30 Caburini de Cima........................................................................... 31 6.4 Artesanato................................................................................................ 32 7. Equipamentos e serviços turísticos................................................................ 33 7.1 Pousada Uacari........................................................................................ 33 7.1.1 Acomodações................................................................................ 33 7.1.2 Alimentação................................................................................... 33 7.1.3 Transporte..................................................................................... 34 7.1.4 Entretenimento.............................................................................. 34 7.1.5 Infra-estrutura básica..................................................................... 34 7.1.6 Comunicação................................................................................. 35 7.2 Serviços.................................................................................................... 35 7.2.1 AAGEMAM.................................................................................... 35 3 1. Histórico da Reserva A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM) é a maior unidade de conservação brasileira formada por florestas alagáveis, que juntamente com a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã e o Parque Nacional do Jaú, formam um corredor ecológico. Inicialmente criada como Estação Ecológica em 1990 pelo Governo do Estado do Amazonas, em 1996 foi transformada na categoria, então inédita, Reserva de 4 Desenvolvimento Sustentável, também pelo Governo Estadual. Seu objetivo é proteger as várzeas da confluência dos rios Solimões e Japurá, próximo a Tefé, conciliando a conservação da biodiversidade com o desenvolvimento sustentável das populações humanas residentes. Assim as populações humanas locais não foram removidas, e sim envolvidas num processo participativo que objetiva garantir a melhoria do padrão de vida local e sua participação no manejo e proteção da biodiversidade da RDSM. As comunidades locais estão engajadas nas atividades de pesquisa, extensão e manejo da unidade, ocupando uma posição estratégica nos processos de tomada de decisões. 1.1 Histórico do Ecoturismo O Ecoturismo iniciou suas atividades em 1997, realizando discussões entre os atores envolvidos – comunitários, pesquisadores e extensionistas - com a finalidade de elaborar uma estratégia de implantação da atividade. Um diagnóstico preliminar demonstrou que as comunidades não tinham amplo conhecimento sobre a atividade turística e assim foi identificada a necessidade de explicitar à estas os objetivos do ecoturismo de um modo global e como tais objetivos se aplicariam (ou não) dentro da realidade local. Na primeira fase (1997-1998), a direção geral do Projeto Mamirauá decidiu investir em uma infra-estrutura básica de ecoturismo para que o produto fosse estudado e testado através da demanda espontânea. Para isto, um flutuante foi designado especificamente para fins de recepção de turistas na Reserva e dois funcionários foram contratados com recursos do Projeto Mamirauá para oferecerem seus serviços aos turistas espontâneos. Em uma segunda fase (1999-2002) busca-se o desenvolvimento do produto, a venda, o marketing e a extensão. 2. Aspectos Geográficos 2.1 Área A reserva está localizada numa área de 1.124.000 ha na confluência dos Rios Solimões, Japurá e Auati-Paraná em um ecossistema de várzea. A área da Reserva foi subdividida em duas partes: uma área focal com um sexto da área total (260.000 5 ha) e uma área subsidiária. As principais atividades são desenvolvidas na área Focal. O alagamento sazonal decorre da variação no nível da água, principalmente originária do descongelamento dos Andes, cuja amplitude é de cerca de 10 a 12 metros todos os anos. O Ecoturismo desenvolve-se na área denominada Zona de Manejo Especial de Ecoturismo, situada no Setor Mamirauá, em uma área total de 35km². 2.3 Coordenadas geográficas 03°00’00’’ S 64°57’01’’ W à 03°07’12’’S 64°47’59’’W 2.4 Clima Máximas entre 30°C e 33°C, nos meses de seca – outubro e novembro. Mínimas entre 21°C e 23°C. Média amplitude térmica mensal 8°C a 10°C. Pluviosidade 2.850 mm anual (1984). 6 3. População A população de toda a Reserva no ano de 2001 era de 6.306 pessoas, divididas em 1.695 moradores e 4.611 usuários. População cabocla, em sua maioria, e ribeirinha, vivendo nas margens dos rios. 4. Flora Em se tratando de um ambiente alagável por tanto tempo todos os anos, é quase impossível estabelecer uma distinção entre uma flora terrestre e uma flora aquática. O regime das águas é fator determinante na diversidade vegetal local, que é menor que a diversidade de plantas superiores encontrada em outras áreas de floresta de terra firme. As diferenças no período de alagamento decorrentes das desigualdades de relevo entre os terrenos da várzea levaram ao desenvolvimento de fitofisionomias distintas. Aproximadamente 10,2% da Erva-de-passarinho superfície da Reserva está representada por corpos d’água, e os 89,8% restantes são formados de 44,3% de restingas, 31,3% de chavascais e 14, 2% de outras coberturas (palhais, campos, roças e praias). As restingas altas correspondem aos terrenos mais altos da várzea. Estas terras estão sujeitas a alagação anual por 2 a 4 meses, com profundidade que varia entre 1 a 2,5m. São estruturalmente mais parecidas com a terra firme mas a composição de espécies é muito diferente. Na várzea, as restingas altas possuem a maior diversidade de espécies, área basal e número de árvores por unidade de área. As famílias botânicas dominantes em número de indivíduos (árvores com DAP igual ou maior que 10 cm) são Annonaceae (16,4%), Euphorbiaceae (10,5%), Leguminosae (7,8%), Apocynaceae (7,4%), Lecythidaceae (6,0%) e Lauraceae (5,2%). A restinga baixa é a transição entre as áreas florestais da várzea para o chavascal. O sub-bosque é freqüentemente mais limpo, com boa visibilidade. Os solos são cobertos por água durante 4 a 6 meses por ano e em alguns trechos a 7 altura da água pode atingir cerca de 5m. A medida que a água baixa, o solo fica com muita lama, por muitas semanas, antes que seque. As famílias botânicas dominantes em número de indivíduos (árvores com DAP igual ou maior que 10 cm) são Euphorbiaceae (18,8%), Leguminosae (16%), Lecythidadaceae (7%), Annonaceae (5,5%) e Myrtaceae (5,8%). O chavascal consiste em áreas bastante extensas de vegetação baixa, arbustiva, pantanosa e quase impossível de transpor durante a seca. É inundado durante cerca de 6 a 8 meses, a cada ano, a uma profundidade de 6-7m. No meio desta vegetação arbustiva pode-se observar a presença de algumas árvores emergente, ou até mesmo pequenas ilhas de restinga baixa. Áreas extensas de chavascal são comuns entre lagos, canais e rios, normalmente atrás de faixas de restinga. As plantas características do chavascal são as tabocas (Bambusa sp., Graminae), a munguba (Pseudobombax munguba, Bombacaceae), a piranheira (Piranhea trifoliata, Euphorbiaceae), as embaúbas (Cecropia sp., Moraceae) e várias espécies de apuí (Ficus spp., Moraceae). Os palhais ocorrem em terrenos mais altos e podem constituir enclaves dentro das restingas. São dominados por uma ou mais entre as seguintes palmeiras: muru-muru (Astrocaryum murumuru), urucuri (Attalea sp.) e açaí (Euterpe oleracea). Outras fitofisionomias extremamente sazonais são os campos, as roças e as praias que aparecem durante a seca. 5. Fauna A fauna encontrada se caracteriza mais por uma alta taxa de endemismos, que por uma diversidade muito elevada. Os primatas avistados na Reserva são o guariba (Alouatta seniculus), o macaco-de-cheiro (Saimiri sciureus), a preguiçareal (Choloepus didactylus), a preguiça-bentinho (Bradypus variegatus), o uacari-branco (Cacajao calvus calvus) e o macaco-de-cheiro-de-cabeçapreta (Saimiri vanzolinii), esses dois últimos endêmicos em Mamirauá. Preguiça-bentinho 8 São encontradas no total cerca de 340 espécies de aves no Mamirauá. É também possível que a várzea seja importante para algumas espécies de distribuição restrita, como o mutum-piuri (Crax globulosa), e para várias aves aquáticas que já são raras em outras áreas, como os alencornes (Anhima cornuta). Outras características relevantes de caráter conservacionista são a ocorrência de espécies (ameaçadas ou não) que são alvo da exploração de caça pela população humana, como os jacarés (Melanosuchus niger e Caiman crocodilus) e quelônios aquáticos (Podocnemis expansa, P. unifilis e P. sextuberculata), ou ainda os felinos (Felix spp. e Panthera onca). A fauna de vertebrados de médio e grande porte não é diversa, pois apenas animais arborícolas ou capazes de nadar bem podem sobreviver na floresta alagável durante as cheias. Dependendo das características da alagação anual, animais de grandes dimensões podem chegar à área aproveitando-se de seus recursos alimentares. Encontramos neste grupo os queixadas (Tayassu pecari) e, provavelmente, alguns veados (Mazama sp.). As várzeas do Mamirauá também permitem a coexistência de uma pequena gama de mamíferos de água doce pertencentes a três ordens. São dois casos de endemismos da região amazônica, o peixe-boi (Trichechus inungis) e o botovermelho (Inea geoffrensis), além do tucuxi (Sotalia fluviatilis), da ariranha (Pteronura brasiliensis) e da lontra (Lutra sp.). Com relação à herpetofauna até o momento parcialmente inventariada, pode-se dizer que sua diversidade é baixa quando comparada à outras áreas amazônicas, já que um importante habitat, a terra-firme, não está presente, o que responde pela ausência de muitas espécies. Foram registradas na Área Focal 34 espécies de sapos e rãs, 3 de gymnophiona, 15 de lagartos, 10 de cobras, 1 de jaboti, possivelmente 6 de quelônios aquáticos e ao menos 3 de jacarés. Cerca de 300 espécies de peixes foram registradas na reserva e nos corpos d'água adjacentes. É o maior número de espécies já registrado para um ambiente de várzea. Uma razão para esta diversidade é a amplitude de habitats oferecidos aos peixes, e a dinâmica de sua alteração ao longo do ciclo sazonal. Os habitats aquáticos também abrigam uma fauna diversa de invertebrados. Da mesma forma que a ictiofauna, a fauna de invertebrados também pode ser abordada em relação aos tipos de habitats por ela ocupados. As águas abertas 9 abrigam uma comunidade dominada por rotíferas, copepodas e cladoceras. As macro e micro faunas bênticas são pequenas por causa das condições anóxicas. Há uma forte sazonalidade na comunidade planctônica, que tende a ser maior durante a seca, quando os lagos tornam-se corpos d'água isolados. Como no caso dos peixes, o capim flutuante possui a fauna mais rica. Os grupos de insetos dominantes são Coleoptera, Hemiptera, Odonata, Ephemeroptera e Diptera (Chironomidae). Os grupos dominantes de crustáceos são Ostrachoda, Conchostracha e Malachostracha. Em algumas áreas, Amphipoda também são comuns. Macrocrustáceos incluem quatro espécies de caranguejos (uma das quais é uma nova espécie), e duas espécies de camarões, dominantes sobre a fauna de invertebrados dos capins flutuantes e da floresta alagada. Moluscos são comuns, mas pouco diversos. Os grandes pomáceos são um membro característico da fauna dos capins flutuantes. Os ostrachoda são comuns e os mysideos vivem na liteira de folhas do fundo. Em algumas partes da RDSM, colônias de espongiários são encontradas crescendo nos galhos das árvores que ficam submersas por vários meses todos os anos. 6. Atrativos Turísticos 6.1 Trilhas O ecoturismo utiliza um conjunto de 10 trilhas para passeios com seus hóspedes, localizadas na área focal da RDSM, próximas a Pousada Uacari. Todos as visitas são guiadas, não sendo permitido visita auto-guiada. As trilhas estão em área de várzea, com vegetação característica de restinga baixa e chavascal que são inundadas com as variações sazonais do nível d’água. Em geral, a partir do mês de setembro até abril é possível percorrer as trilhas a pé, no restante do ano o trajeto é feito com canoas. As últimas trilhas a alagarem são o Pagão, Orquídea, Samaúma e Coandu, mas a diferença de tempo é pequena. Trilha Apara A Coandu só é utilizada na seca em decorrência de sua localização muito próxima a margem do cano Mamirauá dificultando, assim, o passeio de canoa por causa da forte correnteza. 10 A Preguiça inverte seu local de entrada com o de saída durante a cheia para que os guias não tenham que remar contra a correnteza. Algumas trilhas já existiam quando se pensou em ecoturismo, tendo sido abertas para pesquisa, as demais foram feitas especialmente para a atividade. Os nomes das trilhas são decorrentes de homenagens a animais avistados, destaques das espécies de flora ou de sua posição geográfica. Para a aquisição dos dados foi realizado levantamento topográfico (Anexo 2) das trilhas durante os meses de fevereiro e março. Os materiais usados foram: trena para medição de comprimento, bússola para direção de traçado, clinômetro para as inclinações do terreno e GPS para identificar as coordenadas geográficas da trilha. Juntamente, o guia local, Mequias foi identificando as árvores ao longo do Inventário de trilhas caminho. Após essa primeira etapa, foi realizada uma reunião (Anexo 3) com guias para a confecção de mapas das trilhas. Trilha Coandu Comprimento 2050m Formato Linear Nível Fácil Tempo de percurso 150min Entrada Paraná do Mamirauá Saída Cano do Pagão Na canoa* A pé* *Trilha recém aberta, sem dados estatísticos. Motivo do nome: um coandu avistado em sua abertura. Motivo da abertura: ecoturismo. 11 Fauna com potencial de avistamento: macaco-de-cheiro-de-cara-preta, macacoprego, coandu, quatipuru, preguiça-bentinho, anu-coroa, bico-de-brasa, uru, maracáde-onça. Flora em destaque: assacú, piranheira, mututi-branco, urucurana, apuí-gameleira, envira-preta, jauari, tanimbuca, tachi, paracuúba, abiorana, catoré, louro-inamuí, louro-preto, pau-pajé, unha-de-gato, sucuúba, samaúma, camu-camu, caxinguba, faveira, ingá-de-macaco, bolacheira, maparajúba, araça-do-igapó, cedrinho, araçapel, cipó-de-fogo, marajá, apuí-da-folha-grande, acapurana, paricarana. Trilha Macaquinho Comprimento 2920m Formato Linear Nível Fácil Tempo de percurso 150min Entrada Paraná do Mamirauá Saída Macaco pulso Na canoa Março A pé Agosto Motivo do nome: macacos avistados em sua abertura. Motivo da abertura: ecoturismo. Fauna com potencial de avistamento: macaco-de-cheiro-de-cara-preta, macacoprego, guariba, preguiça-real, preguiça-bentinho, arirambinha, pavãozinho-do-pará, gavião-de-perna-vermelha, araçari-castanho. Flora em destaque: seringa-barriguda, apuí-gameleira, urucurana, mututi-branco, icerana, matá-matá, munguba, piranheira, embaúba, catoré, acapurana, abiorana, assacú, envira-vassourinha, jauari, caxinguba, tachi, sucuúba, isqueira, louro-preto, louro-inamuí, unha-de-gato, cedro, supiarana, capitari, louro-chumbo, caiperana, genipapinho, caimbé, chupeta-de-vaca, macucurana. 12 Trilha Mambira Comprimento 1540m Formato Circular Nível Fácil Tempo de percurso 60min Entrada Paraná do Mamirauá Saída Paraná do Mamirauá A pé Setembro Na canoa Março Motivo do nome: um mucura foi avistado em sua abertura, porém foi confundido com um mambira. Motivo da abertura: pesquisa de dispersão de sementes. Fauna com potencial de avistamento: uacari, preguiça-real, guariba, macaco-decheiro-de-cara-preta, quatipuru, bico-de-brasa, tucano-assobiador, pica-pau- chocolate, maracá-de-onça. Flora em deestaque: matá-matá, piranheira, urucurana, molongó, manixi, mututibranco, icerana, munguba, abiorana, pau-pajé, faveira, apuígameleira, caxinguba, urucurana, barba-de-judeu, macucu, araparirana, capitari, araça-ferro, jacareúba, acapurana. Trilha Orquídea Comprimento 1400m Formato Circular Nível Fácil Tempo de percurso 60min Entrada Macaco pulso Saída Macaco pulso Na canoa Maio A pé Agosto 13 Motivo do nome: foram plantadas várias espécies de orquídeas ao longo da trilha. Motivo da abertura: ecoturismo. Fauna com potencial de avistamento: uacari, guariba, quatipuru, preguiçabentinho, anambé-pombo, japiim, japó, tucano-assobiador. Flora em destaque: matá-matá, piranheira, mututi-branco, paracuúba, araça, catoré, bacuri-liso, acapurana, urucurana, sucuúba, molongó, louro-preto, isqueira, camu-camu, caxinguba, icerana, ingá-de-macaco, envira-vassourinha, isqueira, paubrasil, maparajuba, escada-de-jabuti, piquiarana, louro-inamuí, acapu-de-juriti. Trilha Pagão Comprimento 1460m Formato Linear Nível Fácil Tempo de percurso 120min Entrada Cano pagão Saída Macaco pulso Na canoa Abril A pé Agosto Motivo do nome: a entrada da trilha é no cano do Pagão. Motivo de abertura: ecoturismo. Fauna com potencial de avistamento: guariba, uacari, preguiça-bentinho, ratojanen, quati, arapaçu, coroca, piriquito-brasileiro, pica-pau-de-topete-vermelho. Flora em destaque: bacuri-coroa, matá-matá, seringa-barriguda, sucuúba, seringaí, piranheira, envira-vasssourinha, molongó, paracuúba, pau-brasil, manixi, apuígameleira, acapurana, araçazinho, catoré, catoré-da-restinga, cedro, louro-inamuí, macucu, urucurana, isqueira louro-preto, caraiperana, escada-de-macaco, castanharana, periquiteira, tamandauaçu, capitari, paricarana, munguba, assacu, mututi-branco. 14 Trilha Preguiça Comprimento 1380m Formato Linear Nível Fácil Tempo de percurso 90min Entrada Paraná do Mamirauá Saída Paraná do Mamirauá Na canoa Fevereiro A pé Setembro Motivo do nome: uma preguiça foi avistada na sua abertura. Motivo de abertura: pesquisa de dispersão de sementes. Fauna com potencial de avistamento: uacari, guariba, macaco-de-cheiro, macacoprego. Flora em destaque: piranheira, urucurana, tanimbuca, seringaí, macucu, paracuúba, tachi, seringa-barriguda, abiorana, camu-camu, bacuri-liso, manixi, bacuri, jacareúba, faveira, genipapinho, carauaçú, maparajuba, araça-do-igapó. 15 Trilha Samaúma Comprimento* 1160m Formato Linear Nível Fácil Tempo de percurso 60min Entrada Paraná do Mamirauá Saída Paraná do Mamirauá Na canoa Maio A pé Agosto Soma do percurso de ida e volta Motivo do nome: o fim da trilha é em uma grande samaúma. Motivo da abertura: os comunitários da Boca iam pescar no Lago Secretário. Fauna com potencial de avistamento: uacari, macaco-prego, macaco-de-cheirode-cara-preta, quaitpuru, preguiçca-bentinho, arapaçu-de-bico-longo, gavião panema, bico-de-brasa, arapari-castanho. Flora em destaque: mututi-branco, paracuúba, apuí gameleira, faveira, espinheira, caxinguba, samaúma, munguba, seringa-barriguda, caferana, castanha-sapucáia, icerana, manixi, bolacheira, marajá, seringaí, molongó. 16 Trilha Apara Comprimento 1540m Formato Linear Nível Fácil Tempo de percurso 60min Entrada Cano pagão Saída Paraná do Apara Na canoa Março A pé Agosto Motivo do nome: trilha passa pelo cano do Apara. Motivo da abertura: ecoturismo. Fauna com potencial de avistamento: uacari, macaco-prego, guariba, preguiçareal, preguiça-bentinho, quatipuru, quati, tucano-assobiador, gavião cinza, araçaricastanho, uru. Flora em destaque: icerana, piranheira, munguba, matá-matá, seringaí, urucurana, acapurana, embaúba, ucuúba, abiorana, cipó-ambé, envira-vassourinha, envirapreta, jacareúba, louro-preto, isqueira, espinheira, bacuri-liso, araça, macucu, paupajé, sucuúba, pau-brasil, molongó, sardinheira, limorana, capuranã, piquiarana, caimbé, paricarana, marajá, acapu-de-juriti., tento preto, jauari, apuí-gameleira. Obs.: não foi possível realizar o levantamento da trilha inteira pois alguns pontos já estavam com o nível d´água acima de um metro. 17 Trilha Juruá Comprimento 2130m Formato Linear Nível Fácil Tempo de percurso 60min Entrada Cano do Pagão Saída Paraná do Apara Na canoa Fevereiro A pé Setembro Motivo do nome: trilha passa pelo lago Juruá. Motivo da abertura: ecoturismo. Fauna com potencial de avistamento: uacari, macaco-prego, coandu, quati, jibóia, mutum, ticuã, papagaio-papacacau, ariramba-de-barba-branca. Flora em destaque: piranheira, araça, matá-matá, mututi-branco, manixi, urucurana, ucuúba, abiorana, isqueira, louro-preto, icerana, faveira, envira-preta, enviravassourinha, espinheira, cipó-ambé, cedro, caxinguba, caraipé, caferana, bacuri-liso, araçapel, araçazinho, munguba, tachi, tento, unha-de-gato, pau-pajé, maparajuba, ingá-de-sapo, castanharana, macucurana, araparirana, cedrinho, araça-bichinho, capitari, limorana, boieira, barba-de-judeu. Obs.: não foi possível realizar o levantamento da trilha inteira pois alguns pontos já estavam com o nível d’água acima de um metro. 18 Trilha Rato Comprimento 980m Formato Linear Nível Fácil Tempo de percurso 60min Entrada Macaco Pulso Saída Cano do Rato Na canoa Fevereiro A pé Outubro Motivo do nome: trilha acaba no cano do Rato. Motivo da abertura: ecoturismo. Fauna com potencial de avistamento: guariba, macaco-de-cheiro-de-cara-preta, macaco-prego, preguiça-bentinho, quatipuru, maracajá-peluda, onça, papa-formiga, pavãozinho-do-pará, mutum, bico-de-brasa. Flora em destaque: tanimbuca, envira-preta, bacuri-liso, catoré, molongó, caxinguba, piranheira, matá-matá, araçapel, icerana, urucurana, chupeta-de-vaca, açacú, seringaí, tento-preto, pau-pajé, louro-preto, tachi, abiorana, araça, mututibranco, mututi-preto, seringa-barriguda, camu-camu, acapurana, ingá-de-macaco. Obs.: Não foi possível realizar o levantamento da trilha inteira pois alguns pontos já estavam com o nível d’água acima de um metro. 6.2 Lagos O Ecoturismo conta com passeios por 10 lagos situados na área focal da RDSM. Inseridos no ambiente de várzea, esses corpos d’águas, chamados de lagos sofrem muitas mudanças. Na verdade são falsos lagos, pois pelo menos uma vez por ano, se juntam a um corpo d’água maior na planície inundada. Assim, na cheia tornam-se apenas espaços abertos dentro da floresta alagada, ficando com suas 19 características mais associadas a canais de águas correntes. Interessante sobressaltar que mesmo com esta conexão a fauna que os habita é distinta da encontrada nos rios, devido ao seu regime físico e sua própria química da água. Por sua vez no topo da seca assumem sua característica de lago, já que perdem toda conexão com outros cursos, ficando assim suas águas paradas fechadas na baixa do relevo. Nesta época a uma grande quantidade de animais aquáticos vivendo em seu espaço bem mais restrito de água. Lago Mamirauá Outra característica das inundações sazonais nos lagos são as diferenças na coloração de suas águas. Por serem ácidas possuem cor preta, com muita matéria orgânica em decomposição e baixo nível de sedimentos, porém podem adquirir uma coloração branca, na cheia pela influência do Rio Solimões. Não é permitido aos turistas tomar banho no rio na seca e na cheia não é aconselhável. O passeio propicia o avistamento da fauna aquática, bem como da fauna e da flora de suas margens. No fim de tarde o pôrdo-sol é visto em seu horizonte e na volta para a pousada, quando é noite, é possível fazer focagem de jacarés. Para o mapeamento dos lagos foi utilizado GPS, ficha de inventário trena e um peso. Juntamente, o guia local Mequias foi descrevendo a paisagem das margens dos lagos. Inventário de lagos Acácio Acesso: Lago do Mamirauá Distância da Pousada: 14,6 km Coordenada geográfica: UTM 284126 / 9671456 Extensão do lago: 140 x 1200m Profundidade aproximada: 10m 20 Cor da água: preta Acessibilidade: seca/cheia Tempo para conhecer: 90 min Paisagem circundante: restinga baixa – apuís, carauaçuzeiro, aureana, supiarana Avistagem de animais: boto, jacaré, cigana, biguá Anágua Acesso: Lago do Mamirauá Distância da Pousada: 8,4 km Coordenada geográfica: UTM 289709 / 9668040 Extensão do lago: 200 x 820m Profundidade aproximada: 10m Cor da água: preta Acessibilidade: seca/cheia Tempo para conhecer: 30 min Paisagem circundante: restinga baixa e chavascal – apuí, louro-preto, seringaí, capitarizeiro, piranheira, catoré, munguba, embaúba, carauaçuzeiro, munguba Avistagem de animais: boto, jacaré Juruá Grande Acesso: Paraná do Apara Distância da Pousada: 3,7 km Coordenada geográfica: UTM 294113 / 9664904 Extensão do lago: 230 x 1100m Profundidade aproximada: 5,5m Cor da água: preta Acessibilidade: cheia Tempo para conhecer: 90 min Paisagem circundante: restinga baixa – catoré, munguba, apuí, embaúba, arati, cipó-macaquilho, unha-de-cigana, marimari, carauaçuzeiro, supiarana 21 Avistagem de animais: boto, jacaré, guariba, macaco-de-cheiro, biguá, biguatinga, cigana, iguana Juruazinho Acesso: Paraná do Apara Distância da Pousada: 2,5 km Coordenada geográfica: UTM 294442 / 9663736 Extensão do lago: 231 x 525m Profundidade aproximada: 5.10m Cor da água: preta Acessibilidade: cheia Tempo para conhecer: 30 min Paisagem circundante: restinga baixa – munguba, carauaçuzeiro, apuí, embaúba, catoré, mari-mari, arapari, capim de aguapé, canarana Avistagem de animais: boto, jacaré, aves Obs.: na seca a água fica barrenta, de coloração bege, pelo movimento dos peixes em pouca água. Mamirauá Acesso: Paraná do Mamirauá Distância da Pousada: 10,9 km Coordenada geográfica: UTM 287528 / 9669546 Extensão do lago: 400 x 10.000m Profundidade aproximada: 16m Cor da água: preta Acessibilidade: seca/cheia Tempo para conhecer: 120 min Paisagem circundante: restinga baixa e chavascal – mututi, apuí, icerana, matá-matá, capitarizeiro, munguba, catoré, embaúba Avistagem de animais: boto, tucuxi, jacaré 22 Pagão Acesso: Cano do Pagão Distância da Pousada: 2,1 km Coordenada geográfica: 295475 / UTM 9663138 Extensão do lago: 281 x 500m Profundidade aproximada: 4,75m Cor da água: preta Acessibilidade: cheia Tempo para conhecer: 60 min Paisagem circundante: restinga baixa – munguba, supiarana, catoré, seringa-barriguda, piranheira Avistagem de animais: uacari, macaco-de-cheiro, macaco-prego, guariba, jacaré Saracura Acesso: Lago do Mamirauá Distância: 12,9 km Coordenada geográfica: UTM 285842 / 9670696 Extensão do lago: 80 x 1000m Profundidade aproximada: 10m Cor da água: preta Acessibilidade: seca/cheia Tempo para conhecer: 60 min Paisagem circundante: restinga baixa e chavascal – carauaçuzeiro, munguba, apuís, capim memeca, canarana, aguapés Avistagem de animais: boto, jacaré, onça, cigana, biguá, carara Uiri Acesso: Lago do Mamirauá Distância da Pousada: 6,0 km Coordenada geográfica: UTM 290425 / 9664914 Extensão do lago: 170 x 2890m Profundidade aproximada: 11,4m 23 Cor da água: preta Acessibilidade: seca/cheia Tempo para conhecer: 60 min Paisagem circundante: restinga baixa – apuí, munguba, paricarana, palmeira jauari, matá-matá, castanharana, mari-mari, carauaçuzeiro, batatarana, capim aguapé, canarana Avistagem de animais: boto, jacaré, uacari, guariba, tucano, arara, macaco-de-cheiro, biguá, biguatinga, cigana, gaviãopanema Teiú Acesso: Lago Mamirauá – Lago Anágua Distância da Pousada: 12,5 Km Coordenada geográfica: UTM 287911 / 9671556 Extensão do lago: 70 x 6500m Profundidade aproximada: 20 m Cor da água: preta Acessibilidade: seca por trilha a pé / cheia de barco Tempo para conhecer: 4h Paisagem circundante: restinga alta, restinga baixa e chavascal – piranheira, icerana, embaúba, catoré, fruta de macaquinho, munguba, ingá-de-sapo, paricarana, urucurana, jacareúba, apuí, maparajuba, matá-matá, louro-inamuí, louro-preto, paracanaúba, paracuúba, molongó, seringa-barriguda, manixi, envira-preta, envira-vassourinha, , carauaçuzinho, araçá-doigapó, camu-camu, mata-fome, ituá Avistagem de animais: primatas, onça, aves, tambaqui, peixes, botos vermelhos, jacarés Obs.: Lago pouco utilizado para visitação. Foi neste lago que o pesquisador Márcio Ayres iniciou seus trabalhos. Araçazinho Acesso: Paraná do Apara 24 Distância da Pousada: 8,0 Km Localização geográfica: UTM 0293418 / 9669092 Extensão do lago: 188m x 2.800m Profundidade aproximada: 7,50m Cor da água: preta na cheia e branca na seca. Acessibilidade: cheia Tempo para conhecer: 2h Paisagem circundante: restinga baixa - apuí, embaúba, carauaçuzeiro, piranheira, munguba, ucuúba, araçá Avistagem de animais: boto vermelho, macaco-de-cheiro Cano do Jaquiri Acesso: Macaco Pulso Distância da Pousada: 213 m Localização geográfica: UTM 0294316 / 9661172 Extensão do cano: 3 km x 1,56m Profundidade aproximada: 3m Cor da água: preta na seca e preta e branca na cheia Acessibilidade: cheia Tempo para conhecer: 2h Paisagem circundante: restinga baixa e chavascal – urucurana, supiarana, maparajuba, tanimbuca, camu-camu, munguba, envira-preta, envira-vassourinha, apuí-da-folha-larga, araçá, paracuúba, pau-pajé, bacuri, matá-matá. Avistagem de animais: primatas, aves, peixes, jacaré, botos vermelhos. 6.3 Comunidades locais O programa de Ecoturismo conta com roteiros turísticos para visitação em quatro comunidades. Estas comunidades estão situadas próximas a Pousada Uacari. Vila Alencar, Boca do Mamirauá e Sítio São José fazem parte do Setor Mamirauá, com exceção de Caburini de Cima que fica fora dos limites da RDSM, sendo apenas uma comunidade usuária. 25 As comunidades estão envolvidas no processo discutindo suas idéias e realizando avaliações da atividade regularmente, junto com a coordenação do Núcleo de Ecoturismo do IDSM. A idéia de serem realizadas visitas nas comunidades surgiu do interesse mútuo destas e dos ecoturistas para interagirem, proporcionando a Sítio São José troca de culturas e de experiências, bem como promovendo uma renda extra para as comunidades com a venda de artesanatos. Além de receber turistas em suas comunidades, os comunitários prestam serviços de auxiliares e de guias turísticos, tendo formado uma associação, AAGEMAM – Associação de Auxiliares e Guias de Ecoturismo de Mamirauá, com apoio do Instituto, de modo a se organizarem enquanto grupo. Localizadas em área de várzea, na margem dos cursos d’água, em restinga baixa, as comunidades ribeirinhas tem suas atividades ligadas ao regime da água. Com a inundação, quando o nível da água pode subir até 12 metros, a comunicação entre as casas é feita por canoas e suas casas em estilo palafita mantém-se secas. Em cheias mais fortes é preciso colocar um segundo assoalho, chamado de maromba. Maromba também é o nome dos flutuantes onde ficam os animais e as hortas. Antes da cheia é a hora de colher o roçado e fazer a farinha de mandioca, item indispensável na alimentação. Na cheia é muito baixa a produção econômica quando até a pescaria fica mais difícil. Na vazante começa o preparo para as novas plantações. No pico da seca, no verão, o plantio está crescendo, Vila Alencar as pescarias voltam a ser mais produtivas e os jogos de futebol estão garantidos. Cada comunidade (Anexo 4) tem sua característica peculiar dentro de seus estilos de vida ribeirinho. Foram realizadas duas visitas (Anexo 5) a cada comunidade para realização do inventário. 26 Abaixo descrição das comunidades e seus calendários de atividades: Sítio São José: É a menor das comunidades, localizada no oeste do paraná do Mamirauá, é composta por 43 moradores, 9 casas, 1 escola, 1 casa de farinha, 1 casa de banho e 1 campo de futebol. Não possui rádio comunicador e nem eletricidade. Calendário da comunidade Atividade – Eventos Lazer Colheita milho, azeitona, taperebá, Joga de bola marirana Fevereiro Limpeza da comunidade Jogo de bola Capina de roça Tipo de fruta: seringa, cuia Março De roça: açaí Jogo de bola Reunião na comunidade Vigilância na área da comunidade Começo das aulas Abril Trabalho de fazer farinha Jogo de bola Extração de goma para fazer tapioca Maio Pesca Dia das Mães Tipo de fruta: ingá, açaí, bacuri, buriti, cacau. Junho Reunião na comunidade Sempre os membros das comunidades fazem vigilância área. Julho Começo de fazer os plantios Fazer os roçados para plantar as manivas e melancia e milho Agosto Plantar as verduras e tudo isso termina Plantios em Agosto. Setembro Capina de roça Comemoração 7 de Pesca Setembro Tipo de frutas: caju, araçá Outubro Colheita de melancia, pepino, maxixe Criação de galinha Limpeza da comunidade Novembro Continua a colheita de melancia, milho, feijão abóbora Dezembro Colheita de milho, melancia, capina de Dia 25 Natal é roça comemorado Reunião na comunidade Preservação continua Mês Janeiro 27 Boca do Mamirauá: Localiza-se na margem Oeste do Paraná do Mamirauá, possui rádio comunicador e é formada por 52 pessoas, 10 casas, 1 escola, 2 casas flutuantes, 1 flutuante do Instituto, 2 casas de farinha flutuantes, 1 loja de artesanato, 1 gerador, 1 torre, 1 bomba d’água solar, 1 campo de futebol, 2 trilhas e 1 forno em terra. Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Mês Janeiro Fevereiro Calendário dos homens Atividade – Eventos Época Colheita da roça. Milho, Jerimum. Mês da chuva, de peixe chocar. Festejo do Aniversário do Campo. Castanha e sapucaia abre os frutos. Taperebá. Colheita da roça. Mês que dá mais farinha. Semana Santa - Brincadeira de Judas Aniversário do clube de mães Dia do trabalhador Fim da colheita da roça. Época de fazer beiju, tapioca, tucupi. Fazer corte de capim para o boi. Fogueira Começo do plantio da mandioca, milho, jerimum. Plantios. Comemoração 7 de Setembro Plantios; tempo de praia. (marcha, corrida de saco) Colheita dos plantios. Reprodução dos ovos de jacaré Natal Capina de roças. Calendário das mulheres Atividade – Eventos Ano Novo Limpeza da comunidade Comemoração do Gramado Época Capina das roças Colheita de feijão, milho, melancia, abóbora Reforma da horta Muitas chuvas, muita lama e carapanã Colheita dos plantios Época da castanha sapucaia Mudança de cor de água 28 Março Preparação das casas de farinha Desova dos peixes Abril Comemoração do Clube de Mães Santa Luzia Comemoração do Judas Maio Comemoração das mães Moradia nos flutuantes Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Comemoração da Independência preta e branca. Muito imbuá Época de embarriar os fornos Época de açaí, bacuri, marimari, ingá, camu-camu, arati e araçá Muita mutuca Tempo de peixe gordo Tempo de pescaria homens, mulheres e meninos Tempo de muitas frutas dos peixes Colheita do açaí Enchente Boi e galinha na Maromba Época de cortar capim para o gado Papagaios saem do buraco Tempo de filhotes de papagaio voarem Cortar capim Mês dos periquitos disvoarem Mês que limpa as marombas Época dos periquitos asa branca, estrelinha, curica e macaco de cheiro com filhote Desova dos bichos de casco Início dos plantios Visita dos biguás, garças, maguaris e gaivotas Repiquete Tempo de muitos peixes nos paranás do Mamirauá. Morte natural dos peixes no paraná Época de andar nas trilhas da VA Reprodução dos ovos de jacarés Período de muitas melancias 29 Dezembro Natal Muitas aves Capina das roças Limpeza da comunidade para o Natal Vila Alencar Localizada na margem Norte do Rio Jaquiri é a maior das comunidades, possui rádio comunicador e é formada por 137 pessoas, 23 casas, 1 escola, 1 centro comunitário, 1 telefone público, 1 viveiro de mudas, 1 casa do Instituto, 1 armazém de grãos, 4 casas de farinha flutuantes, 2 casas de farinha em terra, 1 bosque experimental, 1 gerador, 2 campos de futebol, 1 posto de saúde, 1 casa da AMUVA e 1 torre. Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Mês Janeiro Fevereiro Março Calendário mulheres Atividade – Eventos Aniversário da AMUVA Limpeza das roças, Semana Santa - Via Sacra Judas Comemoração Dia das Mães Festejo do Divino Comemoração Dia do Meio Ambiente Festas Juninas Comemoração Dia Das Crianças Época Vitórias-régias no poço época da goiaba, cacau, milho e feijão Época da farinhada Época da farinhada Época da farinhada Camu-Camu, bacuri Início dos plantios Plantios Plantios Novena de Natal em Família Ano Novo Calendário dos homens Atividade – Eventos Época Festejo Ano Novo Reuniões Semanais Assembléia da Comunidade Reuniões semanais Época da goiaba, cacau Limpeza da Comunidade Jogos de futebol á tarde Início da colheita da mandioca Fábrico da farinha 30 Abril Festejo do padroeiro da comunidade: Divino Dia das mães Maio Junho Comemoração Dia do Meio Ambiente Fogueiras Julho Agosto Comemoração Dia dos Pais Setembro Comemoração do Santa Fé Esporte Outubro Comemoração do Dia das Crianças Novembro Avelação dos finados Dia de todos os Santos Novena de Natal em Família Celebração do culto e refeição para todos. Dezembro Início da tiração de açaí e curso de polpa de frutas Extração da madeira para construção das casas Tempo da cheia Pegação de peixes com anzol (pacu e tambaqui) Notícia da seca Cortação de capim Começo da vazante Férias escolares Pesca para alimentação Início dos plantios Início das aulas Trabalhos de Mutirão Tempo de bicho de casco (Quelônios) Colheita de melancia, milho, verduras Tempo da seca- grandes praias Viagem pela trilha Poçinho para lavar e tomar banho Segunda Capina das Roças Caburini de Cima Localiza-se na margem Oeste do Rio Japurá, fora dos limites da Reserva, e se diferencia das outras comunidades pela formação de praia na seca. Possui 14 casas, 1 escola, 1 igreja, 5 casas de farinha, 1 campo de futebol, 1 gerador e 1 salão de festas, com 91 moradores. Mês Janeiro Fevereiro Março Calendário da comunidade Atividade – Eventos - Época Colheita de feijão, abóbora, milho,etc Festa do padroeiro Torneio, colheita de feijão Vitória- Régia Início da farinha, de açaí, e algumas frutas como – goiaba e cacau Vitória Régia 31 Abril Maio Farinhada e açaí Farinha e açaí. Tempo das frutas e peixe gordo Rio muito cheio, só pescamos para manter o alimento do dia a dia Rio cheio e continua pesca Início do plantio roça: feijão, melancia, abóbora, milho Continua o plantio Capinas dos plantios Começa a colheita de feijão, milho, melancia Continua a colheita Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Festas de final de ano 6.4 Artesanato O artesanato do Setor Mamirauá é feito por mulheres e homens das comunidades, arte passada de geração em geração, é um registro da cultura além de uma atividade econômica. É na interação com ao meio ambiente que são coletados os materiais para a confecção das artefatos, encontrados nas próprias comunidades e AMUVA nas proximidades. Abaixo tabela com nome da planta/animal de onde é retirado a parte que será utilizada para o produto final - artesanato. Planta/animal Parte Artesanato Tento, lágrima-de-Santa-Luzia, Sementes colares, pulseiras, brincos e periquiteira, paricarana, apuruí, pingentes. graviola, araticum, espinheiro, muru-muru e coco. Ambé Cipó cestas, bolsas, chapéus e pulseiras. Jauari Semente anel e pingente. Folha chapéu. 32 Semente anel, pingente, brinco. Folha chapéu. Envira rede, saia de índio, pulseira. Fruto travesseiros. Arumã Talo da folha peneira e balaio. Molongó, paracuúba, cedro Madeira esculturas, Tucumã Munguba pingentes e pulseiras. Cipó jacitara Cipó tipiti. Urucum Semente Lamparina Cinza Tarirí Folha Macucu Madeira Pirarucu Escama Aves (arara e papagaio) Penas colares, pingentes, brincos e Jacaré e Onça Dente pulseiras. Coandu Espinhos Tinta 7. Equipamentos e serviços turísticos 7.1 Pousada Uacari 7.1.1 Acomodações São 20 leitos divididos em 10 apartamentos duplos, com a possibilidade de incluir um leito a mais no apartamento. Os preços (Anexo 6) variam conforme o pacote. 7.1.2 Alimentação Pousada Uacari A culinária regional é a base da alimentação oferecida na Pousada Uacari. No café-da-manhã destacam-se o bolinho de banana com tapioca, biju de macaxeira, tapioquinha e as frutas frescas. 33 No almoço e janta os pratos com peixe e frango compõe o cardápio. Surubim frito e no tucupi, mugiga de tambaqui e tucunaré assado na folha de bananeira são os peixes mais utilizados. O frango é feito frito, assado e em pratos como lasanha. Para acompanhar além do típico arroz, feijão e salada, sobressaem o purê de jerimum e de macaxeira. Para as sobremesas têm-se os cremes de cupuaçú, banana e maracujá, pudins e salada de frutas. 7.1.3 Transporte Voadeiras Hp tanque (litros) capacidade uso Guariba Mariner 135 180 7-12 turistas Tefé-Eco Cigana Yamaha 40 45 5 turistas Tefé-Eco Socó-i Suzuki 30 30 6 turistas Tefé-Eco Urutaua Suzuki 30 30 6 turistas Tefé-Eco Pacamum Honda 15 12 3 passageiros Campo Matá-matá Yamaha 15 25 3 passageiros Reserva Canoas Hp tanque(litros) Honda 15 12 14 a remo capacidade uso 8 turistas Reserva 3 turistas Reserva Um canoão e um motor tohatsu 5hp com tanque de 12 litros estão paradas. 7.1.4 Entretenimento A Pousada conta com biblioteca e vídeos sobre o Ecossistema Amazônico e a RDSM, televisão, vídeo cassete e jogos. Palestras com projetor multi-mídia, sobre o ecossistema de várzea, ecoturismo e pesquisas da RDSM. 7.1.5 Infra-estrutura básica O abastecimento é feito pela captação de água do rio e da chuva, e água mineral para beber. A energia utilizada provém de captação solar e gerador. 34 O destino final do esgoto, depois de filtrado em um sistema de filtragem de dejetos de carvão, seixo e areia. Este sistema filtra os porém, em um dos módulos, está em fase de teste um sistema de filtragem de dejetos. O lixo orgânico é jogado no rio e o inorgânico é separado e levado para Tefé, onde vai para o lixão municipal. 7.1.6 Comunicação Feita através de rádio comunicador SSB (Single Side Band) de alta freqüência. Na Pousada Uacari é utilizado o modelo YAESU system 600. Um outro rádio fica localizado no depósito e pode ser utilizado para a comunicação com o Flutuante Base e o escritório de Tefé. A Pousada conta também com uma linha telefônica 97 343 46 72 ramal 217. 7.2 Serviços 7.2.1 AAGEMAM A Associação de Auxiliares e Guias de Ecoturismo do Mamirauá – AAGEMAM (Anexo 7) foi fundada em 6 de junho de 2000, para prestar serviços, buscar o aprimoramento do trabalho no Ecoturismo capacitando, valorizando e avaliando seus serviços - e promover o desenvolvimento da própria associação e de seus associados, bem como a melhoria de vida destes. É formada por moradores e usuários do Setor Mamirauá, sendo 15 guias turísticos e 14 auxiliares. Sua sede está Guias locada na Boca do Mamirauá. 35