Cinema e saber: Na natureza selvagem Alunos do 3º ano do Ensino Médio assistem ao filme de Sean Penn, depois participam de debate com professor de Filosofia. “Ele estava só. Estava abandonado, feliz, perto do selvagem coração da vida”. (James Joyce) Grande parte de nossos alunos entra na Móbile aos dois anos de idade, na Educação Infantil, e sai da escola aos dezessete, quando conclui o Ensino Médio. Mesmo num mundo tão pouco afeito a ritualizações como é o nosso, é inegável que o 3º ano constitui concretamente – mais do que qualquer outro ano da formação básica dos alunos – um momento marcado pela ansiedade, expectativa, sonho e por alguma angústia. Essa avalanche de sentimentos está ligada, certamente, à exigência que se impõe a um jovem que conclui o Ensino Médio no Brasil: ele precisará fazer uma escolha. Na Móbile, esse momento de escolha dos alunos é tratado com muito cuidado. Encontros para Orientação Profissional (OP), visitas a universidades de excelência, esclarecimentos sobre as carreiras mais procuradas pelo nosso público são algumas da ações planejadas pela escola com o objetivo de dar conta de um aspecto, de certa forma “prático”, dessa conturbada fase de escolha. Entretanto, outro aspecto, mais sutil (e não menos importante), também deve ser levado em conta por uma escola que se ocupa de seus estudantes de forma global: a discussão em torno da responsabilidade e das consequências das escolhas. Na Móbile, o curso de Filosofia – sustentado por filósofos como Platão, Sartre, Nietzche, entre outros –, se incumbe da tarefa de convidar os alunos para uma reflexão acerca dos controles sociais e da liberdade. Com esse objetivo, na sexta-feira, 6 de maio, o professor de Filosofia, Felipe Teixeira, apresentou aos alunos o filme Na natureza selvagem (Into The Wild), de Sean Penn (ciclo Cinema e Saber). Nele, Christopher McCandless (Emile Hirsch) é um jovem recém-formado que decide viajar pelos Estados Unidos em busca de sua “liberdade”. Em seu percurso pela Dakota do Sul, pelo Arizona e pela Califórnia, McCandless, embalado pela trilha sonora de Eddie Vedder, trava contato com personagens dos mais variados perfis que mudarão sua vida. Após dois anos “sem destino certo”, Christopher decide fazer uma opção (de vida) ainda mais arriscada, uma viagem rumo ao Alasca. O mergulho nessa dupla natureza selvagem fará com que o personagem (e por que não dizer “o público”) se depare visceralmente com a conseqüência de suas escolhas. O difícil ato de fazer uma opção contém em si um paradoxo. Escolher significa ganhar o que se almejou, mas também abrir mão de desejos, pelo menos momentaneamente. Saber conviver de maneira saudável e responsável com as frustrações consequentes de uma escolha é uma das marcas do amadurecimento e da autonomia. Conheça a principal canção do filme de Sean Penn: Society (Composição: Jerry Hannan) Oh, it's a mystery to me We have a greed with which we have agreed And you think you have to want more than you need Until you have it all you won't be free Society, you're a crazy breed Hope you're not lonely without me... When you want more than you have You think you need... And when you think more than you want Your thoughts begin to bleed I think I need to find a bigger place Because when you have more than you think You need more space Society, you're a crazy breed Hope you're not lonely without me... Society, crazy indeed Hope you're not lonely without me... There's those thinking, more-or-less, less is more But if less is more, how you keeping score? Means for every point you make, your level drops Kinda like you're starting from the top You can't do that... Society, you're a crazy breed Hope you're not lonely without me... Society, crazy indeed Hope you're not lonely without me... Society, have mercy on me Hope you're not angry if I disagree... Society, crazy indeed Hope you're not lonely without me... Leia a tradução da canção, sugerida pelo site http://letras.terra.com.br/veddereddie/1095186/traducao.html: Sociedade É um mistério para mim Nós temos uma ambição que concordamos. E você pensa que você tem que querer mais do que precisa. Até você ter tudo, você não estará livre. Sociedade, sua raça louca. Espero que não esteja solitária sem mim. Quando você quer mais do que tem Você pensa que precisa. E quando você pensa mais do que você quer Seus pensamentos começam a sangrar. Acho que preciso encontrar um lugar maior Pois quando você tem mais do que imagina, Você precisa de mais espaço. Sociedade, sua raça louca. Espero que não esteja solitária sem mim. Sociedade, realmente louca Espero que não esteja solitária sem mim. Tem aqueles achando, mais ou menos, que menos é mais Mas se menos é mais, como você mantém um placar? Quer dizer que pra cada ponto que faz, seu nível cai É como começar do topo Você não pode fazer isso. Sociedade, sua raça louca. Espero que não esteja solitária sem mim. Sociedade, realmente louca Espero que não esteja solitária sem mim. Sociedade, tenha piedade de mim Espero que não fique brava se eu discordar Sociedade, realmente louca Espero que não esteja solitária Ouça a canção do eddie/1095186/traducao.html filme em http://letras.terra.com.br/vedder-