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Reconstrução Histórica da Trilha Ecológica do Canarinho
IV Mostra de Pesquisa
da Pós-Graduação
PUCRS
Rossano Irigaray Fritzen, Regina Maria Rabello Borges (orientadora)
Mestrado em Ciências e Matemática, Faculdade de Física, PUCRS
Resumo
Este texto apresenta uma pesquisa em desenvolvimento cujo objetivo é a reconstituição
histórica da Trilha Ecológica do Canarinho, buscando entender os benefícios que trouxe à
comunidade envolvida e as razões pelas quais foi desativada, considerando que o autor da
pesquisa envolveu-se na sua construção. A pesquisa tem abordagem qualitativa. A
documentação está sendo organizada e sistematizada a partir de análise documental e da
análise de entrevistas, de modo a subsidiar uma abordagem histórico-narrativa. Os resultados
estão sendo interpretados com base no referencial teórico e indicam a relevância do trabalho.
Introdução
Ao longo do processo de realização de estágios em Biologia na Faculdade de
Biociências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), atuando em
Educação Ambiental, no Projeto Pró-Guaíba das Secretarias de Educação e de Coordenação e
Planejamento do Estado, embora exercendo atividades burocráticas e de pesquisa, percebi que
poderia contribuir de forma mais objetiva na atividade docente junto a alunos e comunidade.
Após o final do estágio junto às citadas Secretarias, inscrevi-me no estágio da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, onde fui encaminhado para a Secretaria Municipal do Meio
Ambiente (SMAM) em meados de 2001.
Entrevistado pela Chefe da Zonal Sul, houve uma identificação de ideais pela
educação ambiental e trilhas ecológicas. Identificação que veio a se concretizar com a
participação pessoal na Trilha Ecológica do Canarinho no início do ano letivo estadual de
2002. Assim denominada pelo fato de lá existirem muitos canários-da-terra (Sicalis flaveola),
entre outros. Esta realidade, posteriormente, me levou a contatar com a comunidade escolar
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da região, em torno do morro onde foi criada a trilha. Duas escolas públicas de Ensino
Fundamental se interessaram pela idéia.
A Trilha Interpretativa Temática se estruturava em doze Paradas, nas quais eram
abordados os aspectos da formação florestal típica da região e os aspectos culturais do local.
O percurso marcado pela trilha tinha duração de 45 minutos e foi interpretado em cinco
paradas iniciais (estações), sendo incluídas posteriormente mais sete, pois se verificou a
necessidade de mostrar para os alunos a os efeitos causados pelo homem no meio ambiente.
Enquanto um grupo de alunos realizava atividades de educação ambiental, como jogos e
trabalhos com um dos guias e professor, o outro percorria a trilha com outro guia e
acompanhados de professor responsável.
Após alguns anos, retornando ao local, a trilha não mais existia. Isso motivou a
pesquisa, cujo objetivo geral é reconstruir a história da Trilha Ecológica do Canarinho,
buscando entender as razões que resultaram na sua suspensão. O objetivo geral relaciona-se
também ao problema: Como aconteceu a criação, o desenvolvimento, a ampliação e o
fechamento da Trilha Ecológica do Canarinho, na perspectiva das pessoas envolvidas nessa
história?
Metodologia
A abordagem metodológica da pesquisa é qualitativa, por utilizar mecanismos
interpretativos e de descoberta de relações e significados. O material de análise envolve fotos,
documentos e entrevistas gravadas e transcritas. Os sujeitos são pessoas que participaram da
Trilha Ecológica do Canarinho: organizadores, professores envolvidos e demais participantes.
Para isso foi necessário localizar pessoas que se envolveram com a trilha, agendar e realizar
entrevistas a serem gravadas e transcritas, mediante consentimento informado dos
participantes, conforme recomendações do Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS. A
seguir, foi organizada e sistematizada documentação sobre a trilha, incluindo fotografias
tiradas na época. A documentação está sendo organizada e sistematizada a partir de análise
documental e da análise de entrevistas, de modo a subsidiar uma abordagem históriconarrativa (MATOS, BRANCO e BARRADAS, 2004). Os diversos olhares dos entrevistados,
em seu conjunto, estão proporcionando uma compreensão mais abrangente a respeito da
trilha.
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Resultados e Discussão
Foram entrevistados três professores de ciências, um engenheiro florestal, uma
presidente de associação de bairro e dois alunos que realizaram a trilha ecológica do
canarinho. O instrumento inicial para coleta de dados foi a entrevista a respeito do que
conheciam ou lembravam sobre a trilha e as atividades que nela eram efetuadas. Para
conhecer aspectos históricos utilizou-se como ferramenta arquivos históricos encontrados em
escolas que realizavam a trilha do canarinho. Esses materiais permanecem em análise, mas
algumas respostas estão sendo obtidas e submetidas à interpretação. Para isso foi realizada
uma revisão de literatura sobre os temas considerados relevantes para contextualizar o
desenvolvimento do trabalho. Foram considerados os seguintes temas: ecologia e conservação
(BRASIL, 2000), educação ambiental (MEDINA, 2001), trilhas ecológicas (LECHNER,
2006) e formação de professores de Ciências, entre outros, a fim de fundamentar a história da
Trilha Ecológica do Canarinho, tema da pesquisa, que encontra-se em sua fase final.
Conclusão
O trabalho continua em desenvolvimento, não havendo ainda, portanto, uma
conclusão. procedimento de coleta de informações constará do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE) proposto aos alunos.
Referências
BRASIL, Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000. Dispõe sobre Sistema Nacional de Unidades
de Conservação. Brasília, 2000.
LECHNER, Larry. Planejamento, Implantação e Manejo de Trilhas em Unidades de
Conservação. Batel: Curitiba, 2006.
MATOS, Ana; BRANCO, Neusa; BARRADAS, Filomena. Investigação Narrativa (2004).
Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/mi1/anamatosetaltextofinal.pdf >.
Acesso em: 15 set. 2007.
MEDINA, Naná Mininni; SANTOS, Elizabeth da Conceição. Educação Ambiental: uma
metodologia participativa de formação. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.
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