714 Reconstrução Histórica da Trilha Ecológica do Canarinho IV Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação PUCRS Rossano Irigaray Fritzen, Regina Maria Rabello Borges (orientadora) Mestrado em Ciências e Matemática, Faculdade de Física, PUCRS Resumo Este texto apresenta uma pesquisa em desenvolvimento cujo objetivo é a reconstituição histórica da Trilha Ecológica do Canarinho, buscando entender os benefícios que trouxe à comunidade envolvida e as razões pelas quais foi desativada, considerando que o autor da pesquisa envolveu-se na sua construção. A pesquisa tem abordagem qualitativa. A documentação está sendo organizada e sistematizada a partir de análise documental e da análise de entrevistas, de modo a subsidiar uma abordagem histórico-narrativa. Os resultados estão sendo interpretados com base no referencial teórico e indicam a relevância do trabalho. Introdução Ao longo do processo de realização de estágios em Biologia na Faculdade de Biociências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), atuando em Educação Ambiental, no Projeto Pró-Guaíba das Secretarias de Educação e de Coordenação e Planejamento do Estado, embora exercendo atividades burocráticas e de pesquisa, percebi que poderia contribuir de forma mais objetiva na atividade docente junto a alunos e comunidade. Após o final do estágio junto às citadas Secretarias, inscrevi-me no estágio da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, onde fui encaminhado para a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAM) em meados de 2001. Entrevistado pela Chefe da Zonal Sul, houve uma identificação de ideais pela educação ambiental e trilhas ecológicas. Identificação que veio a se concretizar com a participação pessoal na Trilha Ecológica do Canarinho no início do ano letivo estadual de 2002. Assim denominada pelo fato de lá existirem muitos canários-da-terra (Sicalis flaveola), entre outros. Esta realidade, posteriormente, me levou a contatar com a comunidade escolar IV Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação – PUCRS, 2009 715 da região, em torno do morro onde foi criada a trilha. Duas escolas públicas de Ensino Fundamental se interessaram pela idéia. A Trilha Interpretativa Temática se estruturava em doze Paradas, nas quais eram abordados os aspectos da formação florestal típica da região e os aspectos culturais do local. O percurso marcado pela trilha tinha duração de 45 minutos e foi interpretado em cinco paradas iniciais (estações), sendo incluídas posteriormente mais sete, pois se verificou a necessidade de mostrar para os alunos a os efeitos causados pelo homem no meio ambiente. Enquanto um grupo de alunos realizava atividades de educação ambiental, como jogos e trabalhos com um dos guias e professor, o outro percorria a trilha com outro guia e acompanhados de professor responsável. Após alguns anos, retornando ao local, a trilha não mais existia. Isso motivou a pesquisa, cujo objetivo geral é reconstruir a história da Trilha Ecológica do Canarinho, buscando entender as razões que resultaram na sua suspensão. O objetivo geral relaciona-se também ao problema: Como aconteceu a criação, o desenvolvimento, a ampliação e o fechamento da Trilha Ecológica do Canarinho, na perspectiva das pessoas envolvidas nessa história? Metodologia A abordagem metodológica da pesquisa é qualitativa, por utilizar mecanismos interpretativos e de descoberta de relações e significados. O material de análise envolve fotos, documentos e entrevistas gravadas e transcritas. Os sujeitos são pessoas que participaram da Trilha Ecológica do Canarinho: organizadores, professores envolvidos e demais participantes. Para isso foi necessário localizar pessoas que se envolveram com a trilha, agendar e realizar entrevistas a serem gravadas e transcritas, mediante consentimento informado dos participantes, conforme recomendações do Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS. A seguir, foi organizada e sistematizada documentação sobre a trilha, incluindo fotografias tiradas na época. A documentação está sendo organizada e sistematizada a partir de análise documental e da análise de entrevistas, de modo a subsidiar uma abordagem históriconarrativa (MATOS, BRANCO e BARRADAS, 2004). Os diversos olhares dos entrevistados, em seu conjunto, estão proporcionando uma compreensão mais abrangente a respeito da trilha. IV Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação – PUCRS, 2009 716 Resultados e Discussão Foram entrevistados três professores de ciências, um engenheiro florestal, uma presidente de associação de bairro e dois alunos que realizaram a trilha ecológica do canarinho. O instrumento inicial para coleta de dados foi a entrevista a respeito do que conheciam ou lembravam sobre a trilha e as atividades que nela eram efetuadas. Para conhecer aspectos históricos utilizou-se como ferramenta arquivos históricos encontrados em escolas que realizavam a trilha do canarinho. Esses materiais permanecem em análise, mas algumas respostas estão sendo obtidas e submetidas à interpretação. Para isso foi realizada uma revisão de literatura sobre os temas considerados relevantes para contextualizar o desenvolvimento do trabalho. Foram considerados os seguintes temas: ecologia e conservação (BRASIL, 2000), educação ambiental (MEDINA, 2001), trilhas ecológicas (LECHNER, 2006) e formação de professores de Ciências, entre outros, a fim de fundamentar a história da Trilha Ecológica do Canarinho, tema da pesquisa, que encontra-se em sua fase final. Conclusão O trabalho continua em desenvolvimento, não havendo ainda, portanto, uma conclusão. procedimento de coleta de informações constará do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) proposto aos alunos. Referências BRASIL, Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000. Dispõe sobre Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Brasília, 2000. LECHNER, Larry. Planejamento, Implantação e Manejo de Trilhas em Unidades de Conservação. Batel: Curitiba, 2006. MATOS, Ana; BRANCO, Neusa; BARRADAS, Filomena. Investigação Narrativa (2004). Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/mi1/anamatosetaltextofinal.pdf >. Acesso em: 15 set. 2007. MEDINA, Naná Mininni; SANTOS, Elizabeth da Conceição. Educação Ambiental: uma metodologia participativa de formação. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. IV Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação – PUCRS, 2009