Mudança em escola exclui 16 alunos com necessidades especiais www.gazetadigital.com.br A GAZETA - CADERNO B PÁGINA 2 CUIABÁ, 16 DE JULHO DE 2009 CASO ROSIMERE Cirurgião plástico é condenado a 1 ano e 4 meses por erro médico Pena foi substituída por prestação de serviço no hospital do Câncer, a ser cumprida por 1 ano, aos sábados ANA PAULA BORTOLONI o médico. “Não se trata aqui, de afirmar que não tivesse ele domínio da técnica que empregou, no entanto, no caso sob exame, há que se considerar que confiando demais em O cirurgião plástico Samir Khedi foi sua destreza, sem pensar no possível insucondenado a 1 ano e 4 meses de detenção pecesso, errou, sendo que esse é próprio de la morte da gerente administrativa Rosimere qualquer ser humano”. As perfurações só foAparecida Soares, 30, ocorrida em 22 de deram detectadas após a realização da exumazembro de 2007 durante diversos procedição do corpo da vítima. mentos cirúrgicos estéticos. A juíza Flávia A mãe de Rosimere, Suéde Clemente Catarina Oliveira de Amorim Reis, da 10ª Soares, não ficou satisfeita com a condenaVara Criminal de Cuiabá, entendeu que o réu ção, porque ela esperava a prisão do acusacometeu homicídio culposo, quando não há do. “Só quem perde sou eu, que não tenho intenção de matar. Como ele não tem antecemais a minha filha ao lado. Hoje eu vejo o dentes criminais, a pena foi substituída por mundo em preto e branco. Não vejo mais prestação de serviços, que deverá ser feita no graça em nada”. Hospital do Câncer, 8 horas por semana, duEla critica a estrutura da clínica para rante 1 ano, aos sábados. Samir ainda terá este tipo de cirurgia e afirma saber de mais que pagar multa de 10 salários mínimos. A casos de erros envolvendo o médico, porém pena passará a valer em 19 de agosto, quanque não foram investigados. do será feita audiência admonitória. Álbum de Família Rosimere deixou um filho de 10 anos. Rosimere buscou a clínica de Khedi Aos 30 anos, Rosimere morreu na mesa de cirurgia, na clínica de Samir Khedi O advogado do réu, Marcos Barros, para cirurgia no nariz, nas axilas, abdômen, afirma que vai recorrer da decisão, e que seu panturrilha, nádegas e culotes. A causa da cliente não entende o que provocou a perfuração da veia caconcluir que não estava completamente seguro para realizar morte foi perfuração da veia cava inferior, provocada pela câva, só garante que não foi culpa dele. o procedimento por ela exigido. Era ele o possuidor de capanula de metal que foi inserida para aspirar excessos gorduroParalelamente ao processo criminal, o Conselho Regiocidade técnica e só a ele cabia avaliar os riscos, alertar a pasos do contorno corporal. nal de Medicina (CRM) também abriu procedimento admiciente sobre eles e em caso de renitência, negar-se a realizar o Na sentença, a juíza entendeu que o médico foi imprunistrativo para apurar a morte da jovem a partir de análise procedimento”. dente e negligente ao operar a vítima, já que ela tinha porte técnica. A investigação, que pode culminar com a cassação A magistrada descartou a possibilidade de a perfuração atlético e possuía pouca gordura, tanto que assumiu que a do registro do médico ainda não tem prazo para conclusão. ter sido provocada pela agulha de anestesia, conforme alegou aconselhou a colocar prótese na panturrilha, “o que leva a DA REDAÇÃO Mãe de Eiko fala da morte à PC e Gaeco ANA PAULA BORTOLONI DA REDAÇÃO A mãe de Eiko Nayara Uemura, 23, Célia Maria Garbiati Procedino, prestou depoimento ontem na delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Ela esclareceu a relação com a filha assassinada no precipício do Portão do Inferno em 29 de abril. Na terça-feira ela veio de Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá), onde mora, para colaborar com as investigações, quando apresentou seu ponto de vista sobre o crime. Sem dar detalhes do depoimento da sua cliente, porque o processo corre sob segredo de Justiça, o advogado Cláudio Palmas disse que entre as informações prestadas ao delegado Márcio Pieroni estão os motivos pelos quais a estudante mora, desde pequena em Cuiabá e passou a ser cuidada pela prima Gisselma Uemura, filha do empresário Júlio Uemura. Também citou a dificuldade de contato com Eiko, que só era feito por telefone, devido a intervenção da família na capital. “Ela esclareceu muita coisa”. Antes do laudo da exumação apontar que Eiko foi torturada e assassinada, ao contrário do suicídio inicialmente apontado, a mãe chegou a pedir para ser assistente de acusação no processo, por acreditar na possibilidade de homicídio. Palmas evitou falar em suspeitos para o crime.