Folha de Pernambuco - PE 09/08/2015 - 07:32 Vacina contra meningite leva a gasto de R$ 1.200 Incidência do tipo B da doença tem percentual baixo de mortes. Especialista afirma que é bom vacinar, mas não há motivo para pânico Uma vacina nova - e bastante cara - está deixando os pais brasileiros que levamos filhos a clínicas particulares confusos. Ela protege contra a meningite B, está disponível desde abril e cada uma das suas duas doses custam até R$ 600. Os pediatras dizem que a vacina não é absolutamente necessária, até porque não há nenhum surto da doença no país. Mas e a culpa dos pais se alguma coisa vier a ocorrer? Até porque, de fato, trata-se de uma doença séria. De acordo com a pediatra Natasha Slhessarenko, entre 20% e 30% dos pacientes que têm infecção bacteriana morrem, e é elevado o número de sobreviventes com sequelas como surdez ou dificuldades motoras. Por outro lado, além da situação controlada da doença no Brasil, o sorogrupo B não é o mais importante. Cerca de 70% dos casos de meningite se devem ao sorogrupo C, que tem vacina disponível no SUS. Segundo dados do Ministério da Saúde, das 2.740 pessoas tiveram meningite bacteriana no Brasil no ano passado, 146 (5,3%) foram vítimas da meningite B - ao fim, foram 23mortes no ano. Existe ainda uma forma viral da doença, mas ela é mais branda. Como desde 2010 a rede pública vacina as crianças de menos de dois anos contra a meningite C, porém, a incidência do sorogrupo B passou a ser o principal vilão no caso específico dessa faixa etária. ‘A vacina é boa e recomendada. Mas não existe um cenário que justifique correria para as clínicas’, diz José Paulo Ferreira, médico da Sociedade Brasileira de Pediatria. A demanda dos pais, porém, tem causado falta do produto em algumas clínicas -a farmacêutica GSK informa que está trabalhando para regularizar os estoques. Não há previsão da entrada da nova vacina no Calendário Nacional de Vacinação. ‘Quando as sociedades médicas recomendam dar a vacina, eles pensam na saúde individual, em tudo que possa ser feito para evitar a doença. O SUS tem que pensar na saúde pública, medir impacto, por exemplo’, diz a pediatra Flávia Bravo, da Sociedade Brasileira de Imunizações. EFEITOS - Não foram identificadas reações à vacina. Segundo a GSK, ela funciona contra 80% das bactérias vinculadas à meningite B que ocorrem no Brasil. Esses números ficarão mais claros conforme surgirem resultados dos testes clínicos - é possível testar uma vacina de duas formas: pela eficácia imunogênica, que testa o nível de produção de anticorpo, e com testes clínicos, que verificam a queda da incidência da doença na população. Os testes, no entanto, levam tempo, porque a população tem que ser vacinada, quando houver uma campanha nacional de imunização. Folha Resume: Prevenir é melhor do que remediar. Certamente esse ditado encontra consenso entre a maioria das pessoas. Especialmente quando se trata de filhos. A meningite B é uma doença séria, que deixa sequelas e pode matar, embora não grande haja incidência de casos. O problema é que cada dose custa R$ 600 e o SUS ainda não cobre. Folha de Pernambuco - PE 09/08/2015 - 07:32 Manicômios “modernos” na mira do Governo Ministério da Justiça lança ainda este mês medidas para conter abusos em “comunidades terapêuticas” No papel, elas deveriam ser um modelo inovador de acolhimento e tratamento voluntário de usuários de drogas, sem medicamentos, grades ou estruturas de contenção. Na prática, crescem denúncias de espaços voltados a internações involuntárias, com uso de medicação pesada para dopar pacientes e até relatos de maus-tratos e tortura. O temor de que ‘comunidades terapêuticas’ estejam se transformando em ‘manicômios modernos’ tem gerado debate entre grupos de direitos humanos e conselhos de políticas de drogas no país. Em meio ao impasse, o governo lança neste mês o novo marco regulatório do setor. As regras, elaboradas pelo Conad (Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas), do Ministério da Justiça, reforçam o papel previsto para essas comunidades, com vetos à contenção física ou por medicamentos dos abrigados. Também preveem liberdade de entrar, sair e receber visitas, e obrigam entidades a elaborarem um plano de atendimento a cada acolhido, após avaliação na rede de saúde. As medidas não encerram o debate com profissionais de saúde. Alguns temem que o documento seja inócuo. Outros, que agrave problemas. Um dos motivos é o tempo de acolhimento: para o Conad, até um ano. Para o Conselho Federal de Psicologia, o ideal seriam três meses. ‘Mais do que isso, acaba trazendo a institucionalização. É uma medida sem base científica’, diz o conselheiro Rogério Oliveira, para quem a norma contraria princípios da lei da reforma psiquiátrica. Outro debate é que, pelas novas normas, as instituições podem fazer atividades que propiciem o “desenvolvimento da espiritualidade”. Para Raul Ferreira, da área de direitos humanos da Defensoria Pública de SP, a medida abre brecha para que a fé seja imposta a dependentes. Hoje, boa parte dessas comunidades são 1.800 no país são mantidas por grupos religiosos. Deste total, 371 mantêm convênio com o Ministério da Justiça e têm atendimento gratuito. Outras chegam a cobrar R$ 2 mil mensais. Presidente da Confenact, confederação que reúne as comunidades terapêuticas do país, Célio Luiz Barbosa nega imposição religiosa e defende a espiritualidade como parte da recuperação. Para ele, a regulamentação pode ajudar a separar ‘o joio do trigo’. Segundo ele, há hoje ‘clínicas’ irregulares, que não podem ser chamadas de comunidades terapêuticas. Folha de Pernambuco - PE 09/08/2015 - 07:32 Entidades irão à Justiça contra regras Entidades contrárias ao modelo das comunidades terapêuticas para dependentes de álcool e drogas afirmam que planejam recorrer à Justiça para evitar que a regulamentação entre em vigor. A intenção é compartilhada por representantes do Ministério Público Federal e associações de profissionais, como o CFESS (Conselho Federal de Serviço Social). “Faremos uma ação civil pública questionando a legalidade”, afirma o procurador Jefferson Dias, para quem as novas regras podem agravar a situação. Ele critica o fato de comunidades usarem o trabalho dos internos como forma de obter recursos. ‘Não há a figura do profissional de saúde. É “enxadaterapia”, afirmou. Para Alessandra Souza, do CFESS, o modelo que foi estabelecido nas regras representa uma política “higienista”. “Ela difere da política de saúde vigente, que prega abstinência, enquanto a política atual lida com redução de danos”, disse. Questionado sobre o embate com as entidades, Vitor Maximiano, do Conad, diz que a resolução pode ter sido malinterpretada e afirma que está à disposição para dialogar sobre os impasses. “Não estamos falando de espaços de privação de liberdade, mas de locais para dar proteção social a quem necessita, de forma voluntária”, afirmou. Jornal do Commercio - PE 09/08/2015 - 08:17 Repórter JC Filantropia O Hospital de Câncer de Pernambuco criou mais uma estratégia para os que querem se tornar um doador mensal da instituição. O interessado em colaborar deve acessar www.hcp.org.br/doacao. Jornal do Commercio - PE 09/08/2015 - 08:17 Um grito de socorro que vem da periferia APELO Três meninos com deficiência múltipla vivem em condição sub-humana e sem assistência médica contínua. Família pede ajuda às autoridades públicas e à sociedade Cinthya Leite No alto de uma barreira, no Córrego do Eucalipto, no bairro de Nova Descoberta, Zona Norte do Recife, a comoção toma conta de quem conhece a história de Sibele Monteiro da Silva, 36 anos, mãe de três meninos que vivem em cima de uma cama por causa das limitações impostas por um quadro de deficiência múltipla (física e intelectual) sem acompanhamento contínuo de uma equipe de profissionais de saúde. Choca o cenário que vem da falta de assistência e da precariedade vivida pela família, que precisa se virar diante das condições sub-humanas espalhadas num só cômodo. Aos 7, 13 e 16 anos, Pedro, Salomão e Washington não conseguem se locomover devido a comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento físico e intelectual. "Pelo que temos acompanhado através da mídia, observo que eles têm um quadro de paralisia cerebral com contraturas e atrofia muscular. O fato de se automutilarem pode ser decorrente da falta do uso de medicação controlada, que evita convulsões e mioclonias, caracterizadas por movimentos súbitos e involuntários", diz a médica geneticista Paula Arruda, diretora-executiva da Associação Novo Rumo, que atende crianças com deficiências e síndrome de Down. Por meio da plataforma Transforma Recife, que cadastra voluntários interessados em realizar trabalho humanitário, a Novo Rumo pretende fornecer atendimento aos garotos, que são cuidados também pela tia, Silene Monteiro da Silva, 31, que mora na casa ao lado, em igual situação de precariedade. Ela deixou de lado a faxina que fazia em casas de família para dar suporte a Sibele, que tem outros filhos: Laiza, 11, Cilene, 5, Larissa, 18. Em dois pequenos cômodos, se espremem 12 pessoas que vivem com dois salários mínimos, vindos do auxílio-doença assegurado a Salomão e a Washington. A situação de vulnerabilidade social da família levou as irmãs a um quadro de depressão. "Vivo tomando remédios. Consigo no posto de saúde. Nossa vida é muito difícil. Precisamos de ajuda. Não adianta dar só cadeiras de rodas, pois não temos nem como usá-las em cima da barreira. Precisamos sair daqui", diz Sibele, que não consegue cuidar dos filhos como gostaria devido (também) a uma lesão na mão direita, que desenvolveu enquanto dava banho em Salomão à margem da barreira. "Ele ia escorregando. Fiz força e terminei deslocando algum osso. Como nunca consegui ir ao médico, fiquei com a mão machucada". Além disso, ela tem uma hérnia umbilical, que provoca dor e dificulta a execução dos cuidados oferecidos aos três filhos. "Quero que apareça um cirurgião para me operar." A Secretaria de Saúde do Recife informa que está elaborando um plano de ação para dar suporte à família, em parceria com a equipe de residência multiprofissional da Universidade de Pernambuco (UPE). "Eles não podem continuar morando nessa casa sem segurança. Vamos envolver várias secretarias para mudar essa realidade", garantiu a gerente de Proteção Social Básica do Recife, Cristina Lima, em visita feita, na segunda-feira (3), à família. Jornal do Commercio - PE 09/08/2015 - 08:17 Mais educação, mais médicos Renato Janine Ribeiro O Programa Mais Médicos é muito conhecido em decorrência de sua agenda emergencial. Havia a necessidade de provimento de profissionais brasileiros e estrangeiros (sobretudo os cubanos, aos quais muito agradecemos) em regiões onde não havia médicos. Ressalta-se: não só no interior, mas em todas as capitais do Brasil. Nessas cidades, a presença de um profissional da saúde faz a diferença entre a vida e a morte. Mas é chegada a hora de uma agenda estruturante de médio e longo prazos. É preciso avançar, dando aos brasileiros condições de se tornarem médicos capazes de atender às suas comunidades. É chegada a hora de estabelecer condições que sanem de uma vez por todas a baixa proporção de médicos por habitante em nosso país. Talvez o leitor não saiba, mas os ministérios da Educação e da Saúde nasceram gêmeos em 1930, com o nome de Ministério dos Negócios da Educação e da Saúde Pública, e depois se tornaram independentes. Mas eis que agora resgatamos a união que nos marca desde a origem. Nosso objetivo, anunciado no último dia 3 de agosto, é tão ambicioso quanto possível: tornar a proporção de médicos por habitante idêntica - e até melhor! que a do Reino Unido (que também possui um sistema público e gratuito de saúde). Atualmente, a proporção brasileira de médicos é de 1,8 profissional por mil habitantes. No Reino Unido, em 2011, a taxa era de 2,7 médicos por mil habitantes. Alguns de nossos Estados estão bem fornidos, como o Rio de Janeiro, com 3,44 médicos por mil habitantes. Outros, como a Bahia, têm apenas 1 médico por mil habitantes. Cabe ao MEC, na atual gestão, expandir as vagas de graduação em medicina e residência médica, sobretudo nas cidades do interior, muitas das quais não possuem nem mesmo um médico lá residindo. O compromisso do MEC, nesse sentido, é não apenas com a quantidade de cursos, mas com a qualidade deles. Eis alguns de nossos critérios: o número de leitos do SUS para utilização acadêmica deve ser maior ou igual a 5 por aluno. Os estágios finais dos cursos, que ocupam a fase final da formação no 5º e 6º anos da graduação em Medicina, chamados de Internato, devem ter no mínimo 30% de sua carga horária voltada ao ensino da atenção básica e da urgência e emergência. Além disso, todos os médicos que almejam ser especialistas deverão realizar formação de um a dois anos junto a programas de residência em Medicina Geral de Família e Comunidade, mesmo que sigam outra especialidade médica. Os novos cursos autorizados pelo MEC devem ter pelo menos três programas de residência em especialidades prementes: clínica médica, cirurgia, ginecologia-obstetrícia, pediatria e medicina da família. Serão criadas 11,4 mil vagas de graduação até 2017, sendo que 5.306 delas já foram autorizadas pelo MEC para 82 municípios, dentre os quais 27 não tinham graduação em medicina. Para a residência médica, 12,4 mil vagas para formação de especialistas estarão disponíveis até 2018, sendo que 4.742 delas já foram autorizadas. Para os cursos de medicina criados ou previstos nas universidades federais, foram liberadas 880 novas vagas para docentes. A experiência internacional mostra que a valorização da prática de ensino voltada à formação generalista garante maior capacidade do profissional médico para o cuidado integral, conferindo competências técnicas voltadas à resolução de 80% dos problemas de saúde mais prevalentes. Além disto, proporciona um desenvolvimento humanístico e comportamental que o habilita para se comunicar melhor com as pessoas, lidar com os elementos psicossociais da prática médica, bem como desenvolver um método clínico centrado na pessoa e não baseado meramente na doença, mas na potência e na multiplicidade do que é a vida humana. Renato Janine Ribeiro é ministro da Educação Jornal do Commercio - PE 09/08/2015 - 08:17 Resposta ao Leitor Fonoaudiólogo A assessoria de imprensa orienta que a mãe da criança que busca apoio com fonoaudiólogo no Imip entre em contato com a ouvidoria do hospital, pessoalmente ou pelo telefone 2122-4160, ou pelo e-mail [email protected], para encaminhamento do caso. Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 7h às 11h e das 13h30 às 16h. Assessoria de imprensa