Revista EPOS
Rio de Janeiro - RJ
VOL. 1 | n°2 | Outubro 2010
ISSN 2178-700X
BIOPOLÍTICA E IMAGINÁRIO BRASILEIRO: OBSERVANDO
“ARRANJOS FAMILIARES”
EM ROMANCES DE JORGE AMADO1
Helena Bocayuva2
Resumo: Este artigo se baseia em romances de Jorge Amado, grande formador de leitores no Brasil.
Aborda os “arranjos familiares” focando em relações hoje classificadas como “abuso sexual familiar”.
Palavras chave: sexualidade, gênero, biopolítica, romances de Jorge Amado.
Abstract: This article is based on Jorge Amado’s novels and aims discuss family organizations in Brasil
foccusing in “family sexual abuses”.
Keywords: sexuality, gender, families, sexual abuse.
1. Apresentação
Gabriela, Tereza, Bernarda: três meninas nordestinas e pobres. Vivem histórias
que encenam os primeiros vinte anos do século passado. Todas as três tiveram a
iniciação sexual com figuras paternas. São personagens de romances de Jorge Amado
(1912-2001): Gabriela, Cravo e Canela (1958), Tereza Batista Cansada de Guerra (1972)3
e Tocaia Grande, a face obscura (1984).
Durante o último meio século Jorge Amado foi o maior formador de leitores no
Brasil.4 Considero as obras do autor fundamentais para a produção de subjetividade de
algumas gerações brasileiras. E oferecem, no geral, campo fecundo para a observação
sobre os caminhos da biopolítica no Brasil, veja-se a ênfase na sexualidade .
Os três livros têm como pano de fundo a economia do cacau. Pode-se dizer que
abordam os processos de acumulação de capital brasileiros e a emergência da
estratificação social capitalista em terras virgens: o que antes era mato e rios, ao ser
1
2
3
4
O presente artigo é parte da pesquisa da autora “Observando arranjos familiares” em algumas ficções
brasileiras, publicada em versão maior na revista Passagens – Revista Internacional de História Política
e Cultura Jurídica. Janeiro de 2010.
Doutora em Saúde Coletiva pelo IMS/UERJ.
Datas das primeiras edições. A partir daqui só mencionaremos as datas das edições com as quais
trabalhamos.
Ver TEZZA, Cristovão: http//www.blogdojammarinho.blogspot.com/2010/04/0-brasil-de-jorge-amadotexto-de.html
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ocupado é ordenado pelo trabalho.
Os romances em pauta descrevem uma grande variedade de “arranjos famiiares”
que enriquecem as ficções e fazem refletir sobre os destinos a ser inventados por cada
um de nós. Cabe assim esclarecer que entendo por “arranjos familiares” a existência de
membros de famílias, consanguineos ou não, nem sempre vivendo sob o mesmo teto. 5
Gabriela e Tereza viviam com os tios, Bernarda, mais tarde mulher do padrinho, quando
criança só dormia em sua rede, colada ao peito.
Sabe-se que o modelo de família conjugal e mesmo de família patriarcal não
correspondeu à pluralidade dos arranjos familiares, disseminados pelo Brasil afora, hoje e
ontem. A maioria das famílias brasileiras não tem o formato consagrado pelo catolicismo
ou pelo cinema americano, grande divulgador dos ideais de felicidade doméstica baseada
no amor romântico e na família conjugal.
Talvez a intensidade da idealização tenha contribuído para estigmatizar grande
parte das famílias brasileiras, sobretudo as mais desfavorecidas, percebidas pelos
poderes públicos e pela mídia como “desestruturadas” (BATISTA, 1998)
Como diz Gilberto Freyre (1900-1987):
(…) devemos recordar que o familismo no Brasil compreendeu não só o
patriarcado dominante – e formalmente ortodoxo do ponto de vista
católico-romano – como outras formas de família: parapatriarcais, semipatriarcais e mesmo antipatriarcais. (…) E do ponto de vista sociológico
temos que reconhecer o fato de que desde os dias coloniais vêm se
mantendo no Brasil, e condicionando sua formação, formas de
organização de famílias extrapatriarcais, extracatólicas que o sociólogo
não tem, entretanto, o direito de confundir com prostituição ou
promiscuidade. Várias delas parecem ter aqui se desenvolvido como
resultado de influência africana, isto é, como reflexos, em nossa
sociedade composta de sistemas morais e religiosos diversos do
lusitano-católico mas de modo nenhum imorais para grande número de
seus praticantes (…) (FREYRE, 1998, p. 64, 65).
Note-se, ao final da citação, o negaceio do autor em relação à pretensa
promiscuidade ou imoralidade que envolveria as “influências africanas”. A falta de pai e lei
seria mais patente nessas famílias que nas famílias brancas, de classe média? Embora
5
AMAZONAS, Maria Cristina et alli. Arranjos familiares de crianças das camadas populares. Psicologia
em Estudo, v. 8, número especial, p. 11-20, 2003.
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as páginas de jornais hoje reclamem mais castigos ou penas também para os jovens
brancos infratores, historicamente as famílias morenas e pobres são as mais atingidas
pelos olhares punitivos. Uma visita a qualquer Casa de Detenção do país comprova a
argumentação.
2. Tramas e personagens: nas páginas de Jorge Amado
Gabriela não tinha pai, nem mãe. Foi desvirginada pelo tio, pai de criação (2008a).
Bernarda se tornou mulher do pai, a partir dos doze anos. Depois, por gosto, foi mulher de
seu padrinho (1985). E Tereza, aos doze ou treze, foi vendida pela tia com quem vivia
desde a morte dos pais. Iria servir, também na cama, ao Capitão Justo (2008b). Ressalto
que as peculiaridades da iniciação sexual das meninas não destruiu seus destinos.
Lendo os três romances de Jorge Amado aqui citados percebemos, como diz
Foucault, que “estamos numa sociedade (…) de sexualidade”: “os mecanismos de poder
se dirigem ao corpo, à vida, ao que a faz proliferar, ao que reforça a espécie (…). Saúde,
progenitura, raça, vitalidade do corpo social, o poder fala da sexualidade e para a
sexualidade” (FOUCAULT, 1985, p. 138).
Tendo em mente as grandes linhas do que Foucault considerou como eixo da biopolítica,
o dispositivo da sexualidade, optei por também incorporar a perspectiva de gênero.
Assim, o recorte da pesquisa aqui apresentado pretende destacar as descrições de
masculino e feminino, maternidade e paternidade, assim como as relações entre meninas
e homens mais velhos, entre meninas e figuras paternas: pai, padrasto ou padrinho.
Meninas de doze a quatorze anos enredadas com homens trinta anos mais velhos
formam frequentemente casais harmônicos nesse e em outros romances do autor.
Gilberto Freyre, contemporâneo de Jorge Amado, como sabemos, assim se expressou em
Casa-Grande, livro publicado em 1933: “Ainda hoje nas velhas áreas rurais, o folclore
guarda a reminiscência dos casamentos precoces para a mulher; e a ideia de que a
virgindade só tem gosto quando colhida verde” (FREYRE,1998, p. 347). E cita a quadra,
de várias regiões do Brasil:
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Minha mãe nos casa logo,
Quando somos raparigas:
O milho plantado tarde,
Nunca dá boas espigas
A seguir, apresento recorte da minha pesquisa centrado nas questões despertadas
pela análise do romance Tereza Batista Cansada de Guerra.
3. Tereza Batista Cansada de Guerra
Tereza Batista (2008b) conta as aventuras da heroína, através de diversas vozes:
um funcionário público, um Pai de Santo e o poeta Castro Alves .
Questões relativas à sexualidade e à vida reprodutiva da protagonista e dos outros
personagens ocupam um lugar fundamental na narrativa.
Relações sexuais entre meninas e figuras paternas são recorrentes no romance.
Um exemplo pouco importante para o enredo do livro, porém significativo, é o
personagem funcionário público, policial, servindo na Delegacia de Costumes de
Salvador, que leva o apelido de “Peixe-Cação”, “por ter comido as duas filhas menores”,
além da cunhada, irmã menor da mulher (2008b, p. 366).
Órfã de pai e mãe, Tereza foi criada pela tia materna e o marido. O pai da menina é
citado apenas uma vez: quando o autor diz que os pais da protagonista haviam morrido
num acidente de marinete. A mãe é mencionada em outra oportunidade: num período feliz
de sua vida, Tereza “cantava (…) velhas cantigas de ninar que ouvia da mãe (2008b, p.
310). Assim, dos cuidados maternos ficou lembrança terna; do pai, nem isso.
Antes mesmo da menarca, antes que o tio agarrasse a menina, como aliás
pretendia, a tia a vendeu ao capitão Justiniano Duarte da Rosa.
Capitão Justo tinha fama de “devasso”. Aos trinta e seis anos se casou com Dóris,
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quatorze anos completos no dia do enlace. Filha da viúva do médico da cidade, Dóris, ao
contrário das outras mulheres casadas descritas pelo autor, talvez porque “fraca do
pulmão”, era chegada aos prazeres da cama (2008b, p. 113), sugere o autor, bem de
acordo com os pressupostos da medicina do século XIX (BOCAYUVA, 2007).
Dez meses depois do casório nasce um bebê e morre a Dóris. A narrativa diz e
repete que ver o medo no olhar das moças serve de afrodisíaco para o Capitão, que
maltratava aquelas que, completamente dominadas, vinham se “oferecer”. Desprezava
todas as submissas, salvo Dóris que adorava lhe lavar os pés: lavava e beijava. Dois anos
depois de sua morte, o Capitão compra Tereza e à custa de muita pancada consegue o
que queria.
A menina Tereza foi violentada pelo Capitão Justo, antes da primeira menstruação.
Durante cerca de dois anos vive com ele e não engravida. Atribui a infertilidade aparente
aos padecimentos que sofria, às surras, à lembrança do ferro em brasa nos pés e o temor
de torturas mais dolorosas ainda, tão presentes nas ameaças diárias.
Os feitos da menina Tereza cativam o leitor. Sobrevive às maldades do Capitão e
se torna sua “favorita”, sempre resistindo ao seu domínio.
Foi seduzida por rapaz matreiro, filho do Juiz, dono de olhos grandes e claros. O
autor deixa patente que então Tereza conhece o prazer. Oito noites aproveitaram na cama
do Capitão, que ao surpreendê-los no bem bom caiu de pancada em cima dele, enquanto
prometia à moça as piores dores. Distraído pela raiva, é ferido mortalmente por Tereza,
com faca afiada.
Nossa heroína é presa e solta graças à intervenção de antigo e poderoso
admirador: senhor de terras, industrial e banqueiro – ou seja, metáfora da elite
endinheirada brasileira. Casado e pai de família, instalou casa para a rapariga na cidade
sergipana de Estância, sítio que integra o roteiro afetivo da infância do autor.
Tereza se torna “amázia”, com direito a empregados para o serviço doméstico e
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todo o carinho e consideração do poderoso Emiliano Guedes.
A moça entretanto conhece o “seu lugar” na hierarquia social. Incapaz de mandar,
prefere fazer todas as tarefas da casa a folgar. Não faz questão de passear de braços
dados com o doutor e afrontar o provincianismo local. Pretendentes não lhes faltam,
oferecendo agrados enquanto seu “protetor” viaja. Tereza lhe dá as costas e se mostra fiel
a toda prova. Enfim, sem nenhuma ousadia e muito submissa ganha a confiança do
doutor e a inveja das comadres da localidade.
Duas palavras sobre a submissão da protagonista são necessárias. Tereza já havia
matado à faca seu opressor, em legitima defesa, é bem verdade. Havia brigado com
malandros e policiais, tinha sido presa e conhecido o cárcere, um dia comandaria uma
greve das prostitutas da Bahia, ameaçadas de despejo pela especulação imobiliária,
associada ao higienismo – estratégias biopolíticas. Tereza apenas é submissa a seu amo
e senhor, o Doutor Guedes, por gratidão. Talvez esteja próxima ao que Krafft-Ebing
chamou de “verdadeira mulher”. A subordinação da mulher ao homem seria uma posição
buscada pela própria mulher. Na exacerbação dessa perpectiva, Krafft-Ebing chega a
descrever a “servidão sexual”, que implicaria renúncias e até infrações à lei ou aos
costumes em nome do amor (NUNES,1999, p. 100). Permanências?
Como destacado anteriormente, aqui também a diferença de idade entre homem e
mulher é imensa: Tereza, menina de dezesseis anos, incompletos, o “Doutor”, um homem
de mais de sessenta (2008b, p. 272). O prisma de relação entre mestre e discípula, outra
escrita da distância hierárquica entre o homem e a mulher, é salientada por Jorge Amado
nos relatos sobre os aprimoramentos de Tereza, à mesa e à cama, graças aos
ensinamentos do “Doutor”, mais de quarenta anos mais velho (BOCAYUVA, 2001)
Urge apresentar as concepções de paternidade no romance. Não há elos entre
reprodução e paternidade, entre paternidade e deveres de proteção. O já citado
representante da lei, o pai que violentou duas filhas e a cunhada, conhecido como “PeixeCação” encabeça a lista de relações entre figuras paternas e meninas. Tampouco pode se
observar qualquer zelo no “pai de criação” da protagonista, o tio, que planejava matar a
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mulher e fazer de Tereza sua companheira, apenas aguardava a primeira menstruação da
garota.
O Capitão Justo era pai de muitos moleques da região: não se dava ao trabalho
nem de tentar evitar engravidar as meninas que tombavam na rede, na cama ou no chão.
Quando alguma aparecia prenha e tentava obter sua ajuda, era enxotada rapidamente. O
que dizer dos poderosos irmãos de Emiliano Guedes? Tinham muitos filhos a esmo, na
usina e nas fazendas, excluídos da proteção do sobrenome e das benesses dos bens.
Quanto a Emiliano defendia a paternidade “responsável” mas nem sempre sua
argumentação tem bases no pensamento eugênico: “Esposa é para engravidar, parir e
criar filhos; amante é para o prazer da vida, quando tem de cuidar de menino fica igual à
outra, que diferença faz? Filhos na rua, não (…)” (2008b, p. 282).
Amázia de Emiliano Guedes, casa montada em Estância, Tereza engravida. Aborta
em casa, no início da gestação, a curetagem foi efetuada pelo médico, amigo e
frequentador da casa de Emiliano e Tereza. O procedimento não arranha a saúde de
Tereza, que recebe do médico apenas uma advertência: repouso nas primeiras vinte e
quarto horas. O autor mostra que as mulheres da “alta” como Tereza, naquele momento
da vida, têm acesso a um abortamento seguro.
Guedes morre nos braços de Tereza, depois de lamentar sua desilusão com os
laços de sangue, no tom caro à teoria da degenerescência (BIRMAN, 2001, p. 119). Sua
estirpe estaria degenerada? Sua filha teria furor uterino? Seu filho estaria destinado à
homossexualidade, seria um chibungo, para sempre escravizado às saias da mãe? A
meio caminho entre as configurações que descrevem a devassidão e os excessos, na
aurora da hegemonia do “grande domínio medico-psicológico das perversões”
(FOUCAULT, 1985, p. 111), o romance oferece terreno fecundo para a análise dos
meandros da biopolítica no imaginário brasileiro.
É relevante refletir sobre o desfecho feliz das aventuras das personagens dos
romances referidos no início do artigo. Gabriela no final do livro que leva seu nome está
livre e solta como desejava, escolhendo seus prazeres sem monogamias. Bernarda, do
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romance Tocaia Grande, face obscura (1984), morre nos braços do padrinho, defendendo
com o próprio corpo a vida do amante, o texto indicando claramente que a moça cumpria
contente seu destino. Assim, pode-se sugerir que afinal as relações sexuais entre
meninas e figuras paternas são corriqueiras em nossa cultura, remetendo às relações de
gênero, moldadas pelo patriarcalismo e a escravidão (BOCAYUVA, 2001, p. 71).
Referências bibliográficas
AMADO, Jorge (1958). Gabriela, Cravo e Canela. Crônica de uma cidade do interior. São Paulo: Cia das
Letras, 2008a.
_____. (1972). Tereza Batista Cansada de Guerra. São Paulo: Cia das Letras, 2008b.
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BATISTA, Vera Malaguti. Difíceis ganhos fáceis: drogas e juventude pobre no Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro: Instituto Carioca de Criminologia/Freitas Bastos, 1998.
_____. O medo na cidade do Rio de Janeiro: dois tempos de uma história. Rio de Janeiro: Revan, 2003.
BIRMAN, Joel. A Physis na Saúde Coletiva. Physis. Revista de Saúde Coletiva. Rio de Janeiro,
IMS/UERJ/Relume Dumará, v 1, n. 1991.
_____. Gramáticas do erotismo. A feminilidade e suas formas de subjetivação em psicanálise. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
BOCAYUVA, Helena. Sexualidade e gênero no imaginário brasileiro. Rio de Janeiro: REVAN, 2007.
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FREYRE, Gilberto (1933). Casa-Grande & Senzala. Formação da família brasileira sob o regime da
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_____ (1936). Sobrados e Mocambos. Decadência do patriarcado rural e desenvolvimento do urbano. Rio
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FOUCAULT, Michel (1976). História da Sexualidade I. A vontade de saber. Trad. Maria Thereza da Costa
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NEDER, Gizlene. Idéias Jurídicas e autoridade na família. Cerqueira Filho, Gisálio. Rio de Janeiro: REVAN,
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NUNES, Silvia Alexim. O corpo do diabo entre a cruz e a caldeirinha. Um estudo sobre a mulher, o
masoquismo e a feminilidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
PRIORE, Mary (Org.) et alii. História das Mulheres no Brasil. 2. ed. São Paulo: Contexto, 1997.
Artigo recebido em 21/7/2010 e aceito para publicação em 30/9/2010.
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