CAPÍTULO V - PISO E CONTRAPISO Piso: Acabamento – piso cerâmico, granito, pedra, ardósia, cimento, etc. Contrapiso: Base ou sustentação para o piso. CONTRAPISO Importância - Servir de suporte para o revestimento de piso e seus componentes, - Corrigir pequenos desníveis na laje do piso, - Resistir às cargas atuantes durante a utilização, sem apresentar rupturas, - Embutir tubulações elétricas e hidráulicas, - Incorporar sistemas de impermeabilização, - Complementar sistemas de isolamento acústico ou térmico, - Proporcionar os caimentos necessários para os diversos tipos de uso dos ambientes. Características do contrapiso Aspereza, determinada em função da granulometria da areia utilizada, Poucas Ondulações – depende do pedreiro 48 PDF created with pdfFactory trial version www.pdffactory.com Resistência mecânica, decorrente dos materiais utilizados e de suas dosagens. Recomenda-se argamassa (piso) com traço de 1:3 ou 1:4, respectivamente, para cimento e areia. Quantidade de água da mistura e etapas de execução. A água deve ser a estritamente necessária, e a argamassa deve ser espalhada em pequenas camadas, devidamente adensadas, se a espessura a cobrir for superior a 2 ou 3 centímetros. Para passagem ou galpões de máquinas, às vezes pode ser necessário a confecção de contrapiso reforçado (Tabela 11). Capacidade de absorver as movimentações naturais da estrutura. Tabela11: Espessuras de contra piso em função de se uso. Finalidade de uso No interior de residências Espessura De 2 a 7,8 cm 7 cm Áreas internas de edificações, passeios ou calçadas e áreas onde não passem animais de grande porte, tratores ou cargas pesadas. Áreas externas com trânsito de pequenos 10 cm veículos, áreas de confinamento de animais. Áreas de estacionamento de 15 cm implementos, tratores e trânsito de veículos mais pesados (como caminhões e tratores). Fonte:http://www.banet.com.br/construcoes/ O solo deverá estar preparado para receber o contrapiso, tendo que estar apiloado, sem desnível e sem buracos. Para a confecção do contrapiso, os seguintes passos deverão ser seguidos: (www.forumdaconstrucao.com.br) - Após limpar a base e retirar todos os restos de argamassa, entulho ou qualquer material aderido o primeiro passo é fazer a transferência de nível com o auxílio de um nível de mangueira (ou nível laser) a partir do nível de referência. - Marcar a altura do contrapiso com o auxílio de uma trena - Sobre a superfície limpa, jogar uma mistura de água e adesivo na área onde as taliscas serão executadas. Depois de nivelar a argamassa, colocar a talisca (um pedaço de cerâmica ou madeira) Com auxílio da trena e prevendo o caimento no sentido dos ralos, conforme o projeto, confira a altura do nível do contrapiso. Com um fio esticado, confira a altura das taliscas 49 PDF created with pdfFactory trial version www.pdffactory.com Aplicar sobre toda a base a mistura de aditivo e água Em seguida, polvilhar cimento sobre toda a base Com o auxílio do vassourão, escovar toda a área Com a ajuda de uma enxada, preencher os intervalos entre as taliscas, espalhando a argamassa em movimentos contínuos, para que não seque rápido demais A argamassa deve ser compactado com um soquete de madeira. Esse processo deve ser feito até que a argamassa de contrapiso chegue ao nível marcado com o fio. Sarrafear a sobra até que a superfície alcance o nível das faixas em todos os lados da área do contrapiso. Desempenar a massa, alisando e dando o acabamento final no trabalho com o auxílio de uma desempenadeira de madeira (ou de alumínio, se necessário). A argamassa para contrapiso geralmente possui o seguinte traço e o rendimento (Tabela 12). Tabela 12: Traço e rendimento da argamassa para contrapiso. Aplicação Concreto magro Traço -1 saco de cimento de 50 kg - 8 ½ latas de areia - 11 ½ latas de pedra - 2 latas de água Rendimento por saco de cimento de 50 kg 14 latas ou 0,25 m3 Dica O concreto magro serve como base para pisos em geral. Antes de receber o concreto magro, o solo deve ser umedecido. Cuidados na confecção do contrapiso: - Fazer a concretagem dos retângulos alternados (sistema de damas) (Figura 44) - Colocação de ripas entre os retângulos (dilatação do concreto) - Saber anteriormente as declividades laterais e horizontais Figura 44: Sistema de concretagem do contrapiso (damas). 50 PDF created with pdfFactory trial version www.pdffactory.com PISOS A argamassa para pisos possui geralmente uma espessura de 3 cm, mas pode variar em função do uso. A Tabela 13 traz os traços e rendimentos para alguns tipos de pisos que poderão ser utilizados em construções e instalações rurais. Tabela 13: Traços e rendimentos de diferentes argamassas para pisos. Aplicação Traço Rendimento por saco de Dica cimento de 50 kg Cimentado - 1 lata de cimento - 3 latas de areia 4 m2 (com espessura de 2,5 cm) Tacos - 1 lata de cimento - 3 latas de areia 4 m2 Ladrilhos e - 1 lata de cimento cerâmica - 1 ½ lata de cal - 4 latas de areia 7 m2 O cimentado liso é o acabamento de piso mais econômico. Pode ser queimado com pó de cimento e colorido com pó corante. Alise a superfície com uma desempenadeira metálica Para rejuntar ladrilhos e cerâmica, utilize uma pasta de cimento, mas aguarde um dia para a argamassa de assentamento secar. Ladrilhos e cerâmica devem ficar na água, no mínimo, de um dia para o outro, antes de serem assentados Alguns exemplos de uso e importância e recomendações para confecção de pisos em diferentes atividades. Avicultura Segundo ABREU (2003) o piso é importante para proteger o interior do aviário contra a entrada de umidade e facilitar o manejo. Este deve ser de material lavável, impermeável, não liso com espessura de 6 a 8 cm de concreto no traço 1:4:8 (cimento, areia e brita) ou 1:10 (cimento e cascalho), revestido com 2 cm de espessura de argamassa 1:4 (cimento e areia). Pode ser construído em tijolo deitado, que apresenta boas condições de isolamento térmico. Deverá ter inclinação transversal de 2% do centro para as extremidades do aviário e estar a pelo menos 20 cm acima do chão adjacente e sem ralos, pois permite a entrada de pequenos roedores e insetos indesejáveis. Forração do piso do galpão Utilizar material que possa absorver a umidade das fezes das aves. Promover o isolamento térmico do piso, evitando a perda de calor das aves, principalmente na fase inicial. 51 PDF created with pdfFactory trial version www.pdffactory.com Os mais utilizados são serragem ou maravalha. Casca de arroz, casca de amendoim, casca de café, dentre outros. Suinocultura Gestação O piso poderá ser parcialmente ripado e nos “boxes” dos machos e de reposição, pode-se adotar o piso compacto ou parcialmente ripado. Poderá ser utilizado piso compacto de 6 a 8 cm de espessura em concreto 1:4:8 com revestimento de argamassa 1:3 ou 1:4 (areia média) com declividade de 2% no sentido das canaletas de drenagem. O piso áspero pode danificar o casco do animal e o piso excessivamente liso dificulta o ato de levantar e deitar. Na parte traseira das baias é construído um canal coletor de dejetos com declividade suficiente para não permanecer dejetos dentro da mesma. Maternidade As celas parideiras devem ser instaladas ao nível do piso. O piso da gaiola de parição é dividido em 3 partes distintas, que são: 1) local onde fica alojada a porca - parte dianteira com 1,30m em piso compacto de concreto no traço 1:3:5 ou 1:4:8 de cimento areia grossa e brita 1, com 6cm de espessura e, sobre esse, é feita uma cimentação no traço 1:3 de cimento e areia média na espessura de 1,5cm a 2,5cm, e parte de traseira com 90cm, em ripado de concreto ou metal. 2) local onde ficam alojados os leitões, (escamoteador) - construído em concreto como o anterior, localizado entre duas baias na parte frontal, com largura de 0,60m e comprimento de 1,20m. 3) Laterais da baia onde os leitões ficam para se amamentar - um lado construído em concreto e o outro em ripado de concreto ou metal com 0,60m de largura (ABREU, 2003). Figura 45: Tipo de piso para suínos. Fonte: http://www.etagro.com.br/ 52 PDF created with pdfFactory trial version www.pdffactory.com Creches As baias devem ser de piso ripado ou parcialmente ripado. Pisos parcialmente ripados devem ter aproximadamente 2/3 da baia com piso compacto e o restante (1/3) com piso ripado, onde os leitões irão defecar, urinar e beber água. Figura 46: Tipos de baia para suínos. Fonte: http://www.etagro.com.br/ Crescimento e Terminação O piso das baias pode ser totalmente ripado ou 2/3 compacto e 1/3 ripado. O piso totalmente ripado é o mais indicado para regiões quentes, porém é o de custo mais elevado. Piso parcialmente ripado: constituído de 30% da área do piso da baia em ripado sobre fosso, é construído em vigotas de concreto e o restante da área do piso (70%) compacto em concreto. O manejo dos dejetos deve ser do lado de fora da edificação e por sala, para possibilitar maior higiene e limpeza. A declividade do piso da baia deve situar-se entre 3% e 5%. Pisos Plásticos Podem ser aplicados em Frigoríficos, alojamento de leitões, estocagem de produtos, pisos úmidos. O material utilizado é o polietileno de alta densidade aditivado contra ação de raios solares. Pode ser utilizado em temperaturas entre -20oC a 90oC Apresentam as dimensões de (C x L x A) 500 x 250 x 25 mm, onde o conjunto de 8 peças cobre uma área de 1 m2 com vazados de 1 cm2 e possuem uma resistência estática de 21 ton/m2. CAPÍTULO VI - LAJES E VIGAS LAJES São estruturas destinadas a servirem de cobertura, forro ou piso para uma edificação. Aumentam o valor, o conforto e a segurança da edificação. As pré-moldadas são as mais econômicas de e simples de se executar. 53 PDF created with pdfFactory trial version www.pdffactory.com Tipos de lajes a) Maciças: utilizadas em obras grandes e especiais. Cálculo é executado por especialistas. b) Nervuradas: neste tipo encontram-se as lajes pré-fabricadas, chamadas de mistas, que atendem a obras de pequeno porte. São constituídas por vigas ou vigotas de concreto e blocos que podem ser de diferentes materiais, sendo os mais utilizados os de cerâmica e os de concreto. Lajes pré-fabricadas - Lajes Protendidas (armadura especial) - Laje comum - Laje treliçada Laje comum As vigotas possuem o formato de um “T” invertido e têm, internamente, armadura de barras de aço. Os blocos ou lajotas são predominantemente de cerâmica, com 32 cm de largura, em média. As alturas dos blocos são de 7, 10, 12 15 e 20 cm. A laje é montada intercalando-se lajotas e vigotas, que são unidas por uma camada de concreto, chamada de capa, lançada sobre as peças. Lajes forro: vãos até 4,3 m, com espessura de 10 cm. Lajes piso: vãos até 4,8 m, com espessura de 12 cm. Laje treliçada Possui como armadura uma estrutura metálica denominada de treliça, que é fundida a uma base de concreto, formando a vigota. São comumente compostas por blocos cerâmicos, podendo ser utilizados, também, os blocos de concreto. Parte da armadura das vigotas é exposta, favorecendo a aderência após o lançamento do concreto da capa. Para obras de pequeno porte, com vãos até 5 m, como forros devem apresentar 8 cm de espessura, com treliças de 8 cm, ou como pisos devem apresentar 10 cm de espessura, com treliças de 8 cm. Podem ser usadas para vãos maiores (Figura 47). Laje comum Viga treliçada Figura 47: Laje comum e com vigota treliçada. 54 PDF created with pdfFactory trial version www.pdffactory.com Montagem – Apoios Na ponta das vigotas existem aços salientes com comprimento de aproximadamente 5 cm que servem para auxiliar na união entre as vigotas e o apoio quando a laje for concretada. Sobre cinta de amarração apoiar as vigotas, no mínimo com 2 cm. Se forem apoiadas sobre alvenaria, deixar no mínimo 5 cm (Figura 48). Vigotas comuns Vigotas treliçadas Figura 48: Espaçamento para vigotas no apoio na alvenaria. Fonte: FARIA-JÚNIOR (2008). Não é aconselhável o engaste da laje em parede de alvenaria sem viga ou cinta de amarração (Figura 49) devido a baixa resistência dos tijolos e da fragilidade das argamassas de assentamento com cal hidratada. Aconselha-se a colocação de uma cinta de amarração para apoio e engaste das lajes nas paredes laterais. Sem cinta de amarração Com cinta de amarração Figura 49: Dois tipos de engaste da laje nas paredes. Fonte: BORGES (1996) Modificado. Escoramento Para vãos até 3,40 m utiliza-se sempre uma linha de escoras; para vãos de 3,40 m até 5,0 m, duas escoras; para vãos superiores a 5,0 m, utilizar mais de duas escoras. 55 PDF created with pdfFactory trial version www.pdffactory.com As tábuas horizontais dos escoramentos devem ser niveladas pelo respaldo para vãos até 2,0 m; acima desta medida podem haver indicações de contraflecha, dadas pelo fabricante, que deverão ser seguidas (geralmente até 0,4% do vão livre). Colocação das vigas e blocos A vigota pré-fabricada deverá estar centrada no vão, de modo que a superfície de contato do concreto seja a mesma para cada apoio. Coloque a viga usando uma lajota intermediária em cada extremidade para espaçá-las exatamente. A primeira carreira de lajotas deve apoiar, de um lado sobre a alvenaria e do outro sobre a primeira vigota. Concretagem Molhar bem o material antes de lançar o concreto. O concreto da capa será de traço 1:2:3 Espessura da capa deve ser a indicada para o vão e tipo de aplicação da laje (forro ou piso) Para se concretar lajes que foram executadas sem escoramento (pequenos vãos), ou com uma linha de escoramento, é conveniente que se concrete primeiramente junto aos apoios para solidarizar as pontas das vigotas pré-fabricadas. Para caminhar sobre a laje durante o lançamento do concreto, é aconselhável fazê-lo sobre tábuas apoiadas nas vigotas para evitar quebra de materiais ou possíveis acidentes. Cura Após o lançamento do concreto a laje deverá ser molhada, no mínimo, três vezes ao dia durante três dias. O descimbramento da laje pré-fabricada deve ser feito gradualmente, geralmente, em torno de 21 dias para pequenos vãos e 28 dias nos vãos maiores. Nas lajes de forro é aconselhável que o escoramento seja retirado após a conclusão dos serviços de execução do telhado. Impermeabilização de Lajes A laje após estar regularizada, com caimento de 1% para os ralos como os cantos arredondados poderá ser impermeabilizada com produtos apropriados. Pode-se utilizar o Neutrol e Carbolástico no 1, lembrando que o Neutrol será o primeiro (primeira demão) do Carbolástico (para áreas de até 50 m2) A impermeabilização possui vantagens de evitar que não ocorram infiltrações no interior da construção, ocasionando danos não previstos. Lajes de Isopor (Poliestireno Expandido - EPS) 56 PDF created with pdfFactory trial version www.pdffactory.com Elemento com forte vocação técnica e redução de custos no sistema estrutural de edificações. Atua como elemento intermediário na laje treliçada pré-fabricada reduzindo significativamente o peso próprio da laja acabada. Diminuem as reações nos apoios das vigas, das vigas para os pilares e dos pilares até as fundações, economizando assim aço, concreto, fôrmas e mão-de-obra em toda a estrutura. Possui peso específico de 10 a 19 kgf/m3 , baixa absorção de água, atua como isolante térmico e é imune a fungos e bactérias. Vantagens: Menos carga nas estruturas e fundações Lajes mais leves Menor consumo de aço e concreto Economia de mão-de-obra Economia nas fôrmas e cimbramentos Menor consumo de escoramentos Menor prazo para montagem das lajes Flexibilidade de medidas Facilidade no manuseio e no transporte Poucas perdas (peças de difícil quebra) Boa precisão das peças O fator água x cimento mantém-se constante, o que proporciona cura adequada do concreto nas lajes. VIGAS São elementos destinados a transferirem cargas de um lugar para outro. São estruturas lineares dispostas horizontalmente, com um ou mais apoios. São projetadas para suportarem cargas em diferentes pontos de sua extensão; Tipos de Cargas (Figura 50) - Cargas perpendiculares: - cisalhamento - flexão - Cargas oblíquas Æ forças axiais: - tração - compressão 57 PDF created with pdfFactory trial version www.pdffactory.com Carga perpendicular Carga oblíqua Figura 50: Atuação das cargas em uma viga. Tipos de apoios Apoio articulado fixo, articulado móvel ou engastado (serão vistos mais à frente). Tipos de carregamento (cargas) Cargas concentradas: aquelas que atuam em áreas muito reduzidas, em relação às dimensões da estrutura. Neste caso ela é considerada concentrada no centro de gravidade da área de atuação Cargas distribuídas: aquelas que atuam em uma área com dimensões na mesma ordem de grandeza da estrutura (Figura 51). Cargas concentradas Cargas distribuídas Figura 51: Tipos de cargas em vigas. Fonte: Rogério Carvalho de Mello Franco Tipos de vigas com soluções nas equações de estática (Figura 52) Viga em balanço – Viga apoiada em apenas uma das extremidades por um apoio do tipo engaste. Viga simples – Viga apoiada em uma das extremidades por uma apoio articulado fixo e na outra por um apoio articulado móvel. Viga simples com balanços – Viga simples que se prolonga além de um ou dos dois apoios. 58 PDF created with pdfFactory trial version www.pdffactory.com Viga em balanço Viga simples Viga simples com balanço Figura 52: Tipos de apoios das vigas. Fonte: Rogério Carvalho de Mello Franco 59