JNC Ano 31 Cambé, 22 de novembro de 2013 Edição 1187 Jornal Nossa Cidade www.jornalnossacidade.com.br PUXÃO DE ORELHAS Cartoon de menina de nove anos cobra postura dos homens públicos e consciência do povo Ana Paula Gomes da Silva, aluna da Escola Municipal Professora Izaura Ferreira Neves, ao lado da professora de arte Ana Cláudia Marques Montini: trabalho vencedor em concurso estadual Página 3 ESPORTE Desfalcado, handebol fica em quarto na primeira divisão Página 12 Controle biológico tem bom resultado O Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) em Cambé inicia a soltura do Tricograma pretiosum – vespinha que parasita ovos de mariposas de lagartas que atacam o soja. O controle biológico será realizado nas cinco áreas onde é feito o Manejo Integra- do de Pragas no município, com total de 100 hectares. Na manhã de quinta-feira, 21, técnicos e agricultores participantes do Programa Plante seu Futuro divulgaram o resultado obtido nas áreas monitoradas, onde não houve aplicação de agrotóxico para controle de pragas, contra até três aplicações feitas por vizinhos. A ação ocorre na Microbacia do Cafezal, que abastece Londrina e Cambé. O trabalho de monitoramente constatou que lagartas pequenas encontradas nas lavouras desapareceram sem o uso de agrotóxico, pois estavam parasitadas (doentes). Da colonização aos dias de hoje Moreno roubou a noiva dos pais dela, veio para Cambé e serviu de referência da Companhia de Terras Norte do Paraná aos compradores de áreas na região; Américo derrubou as árvores do lote que adquiriu, vendeu a madeira, pagou a dívida e ainda lucrou um conto no negócio; Moacir e Irene relatam as lutas da comunidade para preservar a história da região do Saltinho, Lorena e Caramuru Páginas 8 e 9 RESULTADOS Crianças atendidas com reforço escolar e atividades de contraturno no Centro Social Bom Bosco, mantido pela Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, de Londrina, no Jardim Campos Verdes, em Cambé, participaram de missa e mostraram trabalhos feitos sob a orientação de professoras voluntárias. Página 4 Página 2 Jornal Nossa Cidade Cambé, 22 de novembro 2013 O AMOR RESISTE Veneno dessas madrugadas Reler Gabriel Garcia Marquez dá sensação de devorar o novo cada vez que uma obra é retirada da estante. Duas, três, quatro ou cinco vezes, não importa. E nem é preciso escolha: fecha-se os olhos e está nas mãos “A hora má: o veneno da madrugada”. A obra foi escrita e lançada em 1961, muitos anos antes de Garcia Marquez ganhar reconhecimento mundial, após ser escolhido Nobel de Literatura com “Cem anos de solidão”. Os pasquins tiram o sono Em “O veneno da madrugada”, título com o qual o livro foi colocado no Brasil, um povoado de um lugar perdido da América do Sul amanhece, rotineiramente, com pasquins colados nas portas anunciando escândalos. Começa com o Padre Angel se preparando para a missa quando ouve-se um tiro. É que um comercian- te de gado, ao ser informado por um desses pasquins da infidelidade da mulher, acaba de matar o suposto amante. Anônimos, os pasquins tornam públicos fatos que todos do povoado já sabem ou desconfiam, de traições amorosas a políticas, segredos de família, crimes não resolvidos, filhos bastardos e romances escusos. A mera coincidência Desde que os pasquins passaram a ser colados durante as madrugadas há quem não consiga bom sono. Um leitor pergunta à Redação do JNC por que os jornaleiros não deixam exemplares em determinado lugar. Os jornaleiros garantem que deixam um bocado de exemplares. O leitor insiste que nunca encontra. E passa alguém, com sorriso irônico: “Eu vejo os jornaleiros deixarem os exemplares. Mas em seguida vem alguém lá de dentro e pega todos os jornais. Um monte! Não sei pra que guardar tanto jornal. Acho que é para esconder as notícias”. A dica de leitura é esta: “O veneno da madrugada”, de Gabriel Garcia Marquez. Deve ter na biblioteca. Vale ler. A saudade apertou no coração de alguém. E foi tamanha que este alguém foi pego pela decisão de colocar para fora, bem do seu jeito, o que a tal da saudade faz ao coração. Num pedaço de papel branco, colado com fita adesiva larga na lápide de um túmulo do Cemitério Municipal Pe. Symphoriano Kopf, em Cambé, o saudosista escreveu, tudo em maiúsculo: “VEINHA, EU TE AMO PRA SEMPRE”. A foto três por quatro colorida colada rente a uma das margens do papel mostra a senhora, idosa. Se ela não sorri no instante registrado também não se mostra decepcionada. Aliás, parece transmitir que está feliz, atrás de uma serenidade misturada com a surpresa do flash da câmera fotográfica, por ter alguém que se lembre dela com tanto sentimento de amor. E há muito mais motivo para felicidade. Perto da foto um coração desenhado e separado ao meio com um traço artístico, feito ziguezague: “Você”, está escrito num lado; “Eu”, está escrito no outro. E depois, no pé do coração, em letras miúdas que só de perto é possível ler, o autor escreveu: “Sinto tanto a sua falta!” O cartaz foi visto até dias após o Finados, na quinta fileira de túmulos a partir do portão do cemitério, para quem entra no local pela Rua São Salvador. Após a entrada, à esquerda, no primeiro túmulo da fileira. Parte das letras em maiúsculo receberam retoques. São traços diagonais preenchendo as palavras que dão sentido a um amor que faz falta. Arte que se faz numa sala de recreação infantil, o que leva à imaginação: seria uma criança o autor do cartaz? Sim, uma criança que quis agradar o avô? Pode ser isso. Ou o próprio avô se pôs criança criativa para homenagear sua amada? Não faz diferença se for um caso ou outro. O que faz diferença é o amor que alguém, de um jeito bem próprio, manifestou na lápide de um túmulo. [email protected] O INFRATOR E O CRIMINOSO. Prezados (as) Leitores (as). O tema “MAIORIDADE PENAL” é bastante polêmico entre Legisladores, Juristas, Doutrinadores, Sociólogos, Cientistas Políticos e Brasileiros em geral. Maioridade Penal significa o marco temporal inicial que permite a responsabilização criminal pela justiça, ou seja, no popular, define a idade mínima a partir da qual o Poder Judiciário pode julgar e condenar à prisão um cidadão pelo cometimento de um crime. No Brasil, o menor de 18 anos é considerado inimputável, ou seja, aquele indivíduo que comete um crime e não tem 18 anos completos, não pode responder penalmente pelo delito praticado, pois, conforme nossos legisladores, o seu desenvolvimento mental esta incompleto, assim sendo, o menor de 18 anos, de acordo com nossa legislação, não tem faculdade mental necessária para avaliar ou entender o ato que praticou. A idade mínima de 18 anos foi disposta pelo Código Penal em 1940, que traz no artigo 27 o seguinte texto: “Os menores de 18(dezoito) anos são penalmente inimputáveis...”. Posteriormente a Constituição Federal de 1988 trouxe em seu artigo 228 a seguinte determinação: “São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos...”. Desta forma o adolescente menor de 18 anos no Brasil não comete crime e sim “Ato Infracional”, sendo as normas regidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, onde as penas são denominadas “Medidas Sócio-Educativas”, tendo como punição maior o internamento do adolescente, onde a privação da liberdade não pode ser superior a três anos. Vale lembrar que somente em “crimes” graves é que o adolescente é submetido ao internamento, desta forma, não há que se falar em “prender” um adolescente que furtou duas salsichas no mercado e sim, o adolescente que matou o pai de família ou que ateou fogo em uma criança por puro sadismo. Por óbvio que uma sociedade que prende adolescentes precisa ser reavaliada, no sentindo de compreender os motivos e as circunstancias que estão produzindo os assassinos mirins. No entanto, fechar os olhos para a realidade é negligenciar a verdade e não querer enxergar que os menores de 18 anos podem ser criminosos cruéis. Assim sendo, a segregação social dos infratores desumanos funciona não só como uma punição exemplar, mas também, como proteção da própria sociedade. Existe uma distorção, muitas vezes suscitada pelos “direitos dos manos”, que confunde a opinião pública, induzindo ao equivocado pensamento de que a redução da maioridade penal vai possibilitar a prisão de jovens inocentes. Na realidade, caso a redução for aprovada pelo Senado, só devem perder a liberdade os adolescentes que cometerem crimes bárbaros. Muitos filósofos de sofá misturam a discussão. Uma coisa é discutirmos se o menor que estupra e mata merece ir para a cadeia. Outro debate é discutir porque nesta sociedade existem adolescentes estupradores e assassinos. Nesta coluna não ficamos “sobre o muro”, ou seja, não dar opinião para não degradar os que pensam de forma contrária. O que desejamos é provocar o debate e não agradar geral. Portanto, firmamos nosso posicionamento favorável à aprovação da redução da maioridade penal para crimes específicos. Entendemos como inadmissível que um adolescente de quase 18 anos de idade torture, estupre e mate uma mãe de família e depois fique solto, porque a lei determina que este monstro “NÃO SABE O QUE FAZ”. A proposta de Emenda Constitucional já esta na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e pode ser votada ainda este ano. Tal projeto prevê a redução da maioridade penal para 16 anos, mas apenas em crimes específicos (mais graves). Assim, o adolescente que furtar uma marmita não ficará preso, mas aquele “marginalzinho” que entrar armado na residência das famílias inocentes e causar um trauma irreversível, poderá ficar preso como qualquer criminoso adulto. Não entendemos a redução como uma medida que ira resolver os problemas do aumento da participação de jovens no crime, mas certamente é um bom passo na luta contra a IMPUNIDADE. Afinal, faz diferença se seu pai foi morto por um assaltante maior ou menor de 18 anos? CONRADO SCHELLER Gostaria de saber sua opinião a respeito deste tema. Envie mensagem para o e-mail [email protected] Rua do Congresso, n.º32, Parque Residencial, CEP 86191090- Cambé PR. Cambé, 22 de novembro de 2013 Página 3 Jornal Nossa Cidade TALENTO E CONSCIÊNCIA Ana Paula, nove anos, é uma menina cabeça Aluna da Escola Municipal Izaura Ferreira Neves puxa as orelhas dos politiqueiros e condena as politicagens em cartoon vencedor de concurso A professora Ana Cláudia e a aluna Ana Paula: arte consciente O cartoon de Ana Paula, vencendor estadual do Televisando o Futuro: bandido acha que arma é o meio de ganhar dinheiro, mas politiqueiro diz que depende dos eleitores para enriquecer; convencido, bandido diz que pretende se candidatar e a autora faz a chamada de consciência A idade é pouca, nove anos. Mas a visão da realidade onde Ana Paula Gomes da Silva vive é surpreendente. O talento, a criatividade e sobretudo a consciência da menina, que estuda o quarto ano na Escola Municipal Professora Izaura Ferreira Neves, no Conjunto Pioneiros, em Cambé, só foram descobertos quando ela participou do concurso Televisando o Futuro, promovido pela RPCTV e Instituto GRPCOM. Ana Paula venceu a etapa municipal, foi a primeira colocada da etapa regional e carimbou a marca da vitória na fase estadual, na categoria cartoon, concorrendo com escolares de sete regiões do Estado. Em 2013, o tema do concurso promovido pelo grupo de comunicação foi “Cidadania: Direitos e Deveres”. No ano passado, a Escola Municipal Professora Izaura Ferreira Neves, que tem como diretora Edilene Aparecida Dalto da Costa, teve duas alunas premiadas no mesmo concurso. Ana Paula mora perto da escola onde estuda e é de uma família simples e batalhadora. O pai, José Gomes da Silva, é pedreiro. A mãe, Lindinalva Gomes da Silva, trabalha como faxineira. Ana Paula tem um irmão, Matheus, que está com 18 anos. Ela é uma menina como qualquer outra de sua idade. Tem telefone celular e troca mensagens com as amigas. Brinca na rua de vez em quando. “Não sei jogar Diário de Percurso da professora registra os projetos desenvolvidos em sala de aula vôlei mas brinco com a turma”, revela. Acompanha as notícias pela televisão e confessa que não é por gosto: “Minha mãe assiste e enquanto não terminar o jornal na televisão ninguém pode mudar de canal”. Tem uma coleção de bonecas, mas não brinca disso. Animal de estimação Ana Paula teve um, mas o cachorro acabou fugindo. O cartoon que deu o prêmio a Ana Paula começa com um quadro de violência e desse ponto entra na política. Mexe com a corrupção e, com certeza, resvala na pele de muitos homens que se dizem públicos e pensam que representam a população. É, na verdade, um puxão de orelha nos politiqueiros e nas politicagens que estes homens praticam. Uma das responsáveis pela revela- ção de Ana Paula é a professora Ana Cláudia Marques Montini, especialista em arte. No ano passado a professora foi premiada no concurso na categoria de projetos. Este ano Ana Cláudia não se inscreveu com projeto, mas a conquista da aluna na etapa final garantiu a ela uma lembrança: a professora recebeu dos promotores um aparelho celular completo. Segundo a professora, a aluna Ana Paula foi a única da escola a tratar de um tema político em seu cartoon. A especialista é formada em arte visual pela Universidade Estadual de Londrina, mas desde os 12 anos está envolvida com arte. Ela foi aluna do tio, Anésio Montini, em projeto desenvolvido no Centro Cultural de Cambé. No ano retrasado, a professora teve um aluno de cinco anos de idade classificado em outra escola de Cambé no Televisando o Futuro. Ana Cláudia nasceu no meio rural, onde teve a oportunidade de participar de brincadeiras de rua, como o passa anel, o balança caixão e as rodas de ciranda. É irmã de Natália e Andressa e esposa de Carlos Vinicius Montini dos Santos. Os pais são a Fátima e o Ademilson. E a avó, Helena, Ana Cláudia chama carinhosamente de Vózinha. PAIZINHO É O BOM EXEMPLO O Prêmio Bom Exemplo, também promovido pela RPCTV e Instituto GRPCOM, também veio para Cambé. O vencedor na categoria Cidadania foi Hugo Gonçalves, o Paizinho. “Durante 60 anos, ele cuidou de um orfanato, que mais tarde se transformou em Centro de Educação Infantil. Em 6 de outubro, Hugo completou 100 anos de idade. Infelizmente, poucos dias depois, o Paizinho veio a falecer. Embora não tenha tido a felicidade de receber o prêmio pela sua trajetória de vida dedicada ao amor ao próximo, Hugo continuará vivo no coração das gerações que seus projetos ajudaram”, dizem os promotores do concurso. Página 4 Jornal Nossa Cidade Cambé, 22 de novembro de 2013 IGREJA E COMUNIDADE Paróquia mostra trabalhos de crianças do Campos Verdes Projeto desenvolvido por pastoral e voluntários atende alunos com reforço escolar, arte, corte e costura e manicure Após a celebração da missa, crianças, irmãs salesianas e voluntárias foram homenageadas pelo trabalho realizado no Campos Verdes Crianças atendidas com reforço escolar e outras atividades de contraturno no Centro Social Dom Bosco, do Jardim Campos Verdes, mostraram no dia 10 de novembro os trabalhos produzidos por elas em uma exposição na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, de Londrina. Acompanhadas pelas irmãs salesianas Marina, Mary e Leena, e as professoras voluntárias que atuam no bairro, as crianças participaram da missa celebrada de manhã. A Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora desenvolve trabalho missionário e social no Campos Verdes praticamente desde o surgimento do bairro, na divisa entre Londrina e Cambé, próximo ao Jardim Turquino. As ações foram intensificadas a partir de 2007, através das pastorais da Partilha e do Dízimo. Dentre elas, constam visitas periódicas de duplas missionárias às famílias cadastradas, entrega de cestas básicas e de outros suprimentos de necessidade urgente, Produção das crianças no Centro Social Dom Bosco, do Jardim Campos Verdes, foi mostrada na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora além de campanhas e mutirões especiais de visita e assistência à população na Páscoa e no Natal. A paróquia de Londrina tem como pároco o padre Romão Martini Martins. De acordo com as informações da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, entre 2000 e 2012 o trabalho missionário e social resultou na construção de 48 casas às famílias que residiam em moradias precárias, com o dízimo arrecadado. Desse total, metade está localizada no Campos Verdes. Em novembro de 2011, os voluntários iniciaram a construção de uma ampla residência para que uma comunidade religiosa tivesse onde morar. A conclusão foi em abril de 2012, quando chegaram ao bairro as irmãs de São Francisco de Sales. Elas ajudam na organização pastoral e dão suporte espiritual à população, além de assessorarem as ações da Pastoral da Partilha na comunidade. O Centro Social Dom Bosco é outra importante obra dos voluntários da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora no Campos Verdes. Em terreno cedido pela administração municipal de Cambé, a estrutura foi inaugurada em outubro do ano passado e entrou em pleno funcionamento a partir do início deste ano. Josefa Aparecida Dias, de Londrina, é uma das professoras voluntárias, junto com outra londrinense, a professora aposentada Maria Santana, que lecionou na Escola Gabriel Martins, em Londrina. A voluntária Roselena Giatti Rodrigues, também aposentada, é outra que lecionou no Gabriel Martins em Londrina. Com elas estão no projeto do Centro Social Dom Bosco, como voluntárias, a professora de corte e costura Gerci Simonini, as professoras de arte Velma Matos, Vilma Montana, Graziela Gadotti e Tuti Nunes, todas de Londrina. A professora Matilde, outra londrinense, coordena a oficina de pé e mão. Cambé, 22 de novembro de 2013 Página 5 Jornal Nossa Cidade SAÚDE PÚBLICA As dores de cabeça diárias são crônicas Walter Ogama Haverá sempre culpados em ambos os lados. E no remelexo, caso alguém se disponha a levantar dados para um diagnóstico, é capaz de surgir uma vítima. Ou mais. Se há vítimas há culpados ou causas. Se há culpados ou causas deve existir, no mínimo, uma falha no sistema. Uma consulta com plano de saúde nem sempre é agendada da noite para o dia. Depende muito da especialidade. Há casos de longa espera, por meses. E quando o debilitado chega ao consultório descobre que o atendimento marcado para às nove da manhã é apenas uma referência, pois outros dez pacientes estão agendados para o mesmo horário. Assim, quem chegou na frente será o primeiro. E não ri melhor quem veio depois. Reportagem do jornalismo da televisão costuma mostrar situações de Londrina nos hospitais e nas unidades intermediárias de atendimento, como as UPAs: fulana chegou com dor de cabeça e está esperando pelo atedimento há quatro horas. O problema é que fulana não passou por uma unidade básica. Ela foi direto à intermediária ou acima disso, no pronto socorro do hospital. É igual aquela parente que logo ao atender o telefone vai dizendo: “Quase morri ontem. Deu uma coceira na perna e uma dor bem na batata esquerda. Sai mancando para o hospital. E na semana passada me atacou uma desinteria não sei do que...” Falta de diálogo resulta em falta de informação. E a soma disso é a ignorância sobre a realidade. Truculência se devolve com truculência, pois hoje em dia ninguém está disposto a dar a outra face. Equipe da Folha de Londrina esteve em Cambé para produzir reportagem sobre os primeiros dias de uma médica cubana no serviço público de saúde. Ela veio para a cidade pelo Mais Médicos, programa do governo federal lançado em meados deste ano. A fase turbulenta causada pela entrada de profissionais estrangeiros na medicina brasileira já está rente, no chão. E a intenção da reportagem era de ser positivista: como a médica cubana está dialogando com o paciente cambeense? Mas eis que surge, no meio do levantamento, um médico brasileiro. Ele diz à equipe de jornalismo que profissionais que trabalham por contrato com a saúde pública de Cambé estão sendo dispensados com a chegada dos estrangeiros. O médico brasileiro diz que espera pela realização de concurso público para se efetivar. Mas o concurso, já anunciado, não é realizado. A versão oficial, publicada pelo jornal, é de que o concurso virá. E nega-se a dispensa de brasileiros com a chegada dos estrangeiros. No dia seguinte à publicação da reportagem, a Folha cobra, em seu editorial na página 2: “Demissão de médicos deve ser explicada”. Paralelamente, o jornalismo de uma emissora de televisão vem para a cidade. Acompanha a situação de alguns pacientes na UPA 24 Horas e descobre que uma delas, atendida, precisou ir até a Unidade 24 Horas da Região do Castelo Branco para rea- lizar um exame, pois o aparelho da UPA, no Jardim Ana Rosa, estava com problema. A versão oficial foi de que o aparelho seria consertado. Na Câmara Municipal, um vereador apresentou requerimento solicitando o conserto imediato da máquina. Lá fora, pouco informada, a senhora da dor de cabeça voltou a insistir por prioridade no atendimento intermediário. Ela, realmente, precisa de um amparo, pois se vê que o problema é crônico. E chega na seqüência alguém com pressão alterada. Respira com dificuldade e se vê, está sofrendo muito. Precisa ser atendido com urgência, mas no meio do bolo acaba ficando para trás e corre o risco de uma complicação séria. Cartas na mesa. O sistema público, em boa parte das situações, é tão falho quanto alguns planos de saúde. Simples como a explicação dada por um balconista do setor de pães de um supermercado: “Pão não engorda. Quem engorda é a pessoa que come o pão”. Há preocupação por todo o Brasil sobre o risco de algumas prefeituras dispensarem médicos contratados com a vinda dos estrangeiros, que são pagos pelo Governo Federal. Aliás, o Mais Médico, pelo que se supunha, seria para atender aquelas localidades onde os profissionais brasileiros não querem ir. E nem sempre a recusa é por dinheiro. Às vezes os profissionais tem planos de especialização que são inviabilizados em algumas localidades distantes. A saúde é motivo de queixas. Já houve queixas cujas causas foram transferidas pelos gestores aos profissionais da área. E viceversa. Cuba foi famosa tempos atrás pela medicina comunitária praticada pelos seus profissionais. Ninguém é contra os cubanos. Mas eles que se cuidem. Há de surgir alguém que usará da boa intenção deles para extrair dividendos. “Demissão de médicos deve ser explicada”, diz o título do editorial. Tão simples, através da prática, comprovar que houve um mal entendido de uma ou ambas as partes. É o que se espera. E no que deu a crise da Santa Casa? Faz-se um silêncio por ora. Página 6 Jornal Nossa Cidade Cambé, 22 de novembro de 2013 Cambé , 22 de novembro de 2013 Página 7 Jornal Nossa Cidade MUNICÍPIOS Lei amplia a Região Metropolitana de Londrina Sanção assinada pelo governador Beto Richa incorpora oito municípios aos 17 que já faziam parte e reúne na RML população de cerca de 900 mil habitantes A Região Metropolitana de Londrina (RML) conta agora com 25 municípios. No último dia 14, o governador Beto Richa sancionou a Lei Complementar 164/2013, que acrescentou aos 17 municípios que faziam parte da RML as cidades de Centenário do Sul, Uraí, Guaraci, Prado Ferreira, Miraselva, Lupionópolis, Rancho Alegre e Sertaneja, que juntas somam uma população de cerca de 56 mil habitantes. A assinatura à sanção da Lei Complementar foi feita no aeroporto de Cornélio Procópio, com a presença do prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff, e prefeitos dos oito municípios integrados. Na ocasião, Beto Richa disse que “a inclusão à Região Metropolitana de Londrina garantirá a esses municípios mais oportunidades de acesso às políticas públicas e também permitir que se desenvolvam de forma mais homogênea”. O governador acrescentou que o crescimento desses mu- nicípios e a disponibilidade de políticas públicas que contemplem suas populações evitará a ocorrência de sobrecarga sobre os grandes centros urbanos. Para os prefeitos dos municípios incorporados, um dos benefícios diretos com a medida é o direito a mais verbas em projetos junto ao Estado e à União. Eles destacaram também mais facilidade para a integração do transporte metropolitano, com tarifas padronizadas, além da participação em planejamentos conjuntos para desenvolvimento da economia, expansão da infraestrutura e fortalecimento da associação dos municípios. A Região Metropolitana de Londrina foi instituída em 1988 e até a sanção da Lei Complementar reunia os municípios de Londrina, Pitangueiras, Ibiporã, Cambé, Bela Vista do Paraíso, Primeiro de Maio, Rolândia, Sabáudia, Sertanópolis, Tamarana, Porecatu, Assaí, Jataizinho, Alvorada do Sul, Jaguapitã, Flo- Governador Beto Richa sancionou a Lei Complementar que amplia a Região Metropolitana de Londrina durante solenidade no aeroporto de Cornélio Procópio restópolis e Arapongas, com um total de aproximadamente 800 mil habitantes. A proposta de ampliação da RML foi apresentada pelos deputados estaduais Alexandre Curi e Tercílio Turini e foi aprovada por unanimidade pela Assembléia Legislativa. Tirar do papel e colocar em prática Presente à solenidade de sanção à Lei Complementar que ampliou a Região Metropolitana de Londrina, o prefeito de Centenário do Sul e presidente da Associação dos Municípios do Médio Paranapanema (Amepar), Luiz Micaio, disse que os pequenos municípios, próximo dos grandes centros urbanos, tem problemas parecidos. “A inclusão na Grande Londrina permite o acesso a programas e políticas públicas importantes, além de ampliar as discussões dos problemas comuns”, acrescentou. A luta pelo fortalecimento dos municípios, na região de Londrina, ganhou força a partir de inicío dos anos de 1980, com o surgimento e o fortalecimento das entidades microrregionais, como a Amepar. Dentre os ex-prefeitos de Cambé que se destacaram nacionalmente como líderes municipalistas destacaram-se Luiz Carlos Hauly e José do Carmo Garcia. A gestão de ambos coincidiu com o período da história política do Brasil em que as grandes marchas de prefeitos a Brasília, na luta pela divisão mais justa dos recursos federais aos municípios, levou multidões de gestores públicos de todo o País à Esplanada dos Ministérios, ao Congresso Nacional e ao Palácio Alvorada e do Planalto. Após o fortalecimento das entidades microrregionais, a busca de soluções conjuntas para alguns problemas resultou na formação, pelos prefeitos, dos consórcio intermunicipais. Em Londrina, o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar), por ser de área fundamental, é o que mais reflete a importância da soma de forças na busca de equacionamento das questões regionais. “Agora, com a ampliação da Região Metropolitana de Londrina de 17 para 25 municípios, os prefeitos, os vereadores, os deputados estaduais e federais, os senadores e as demais forças políticas devem assumir que essa medida significa um recado muito claro: a região metropolitana existe como facilitador dos gestores e dos legisladores na busca de soluções conjuntas para a região, visando o desenvolvimento e o crescimento econômico, e principalmente um meio para assegurar à população condições adequadas de convivência social”, afirma o ex-presidente da Amepar e ex-prefeito de Cambé, José do Carmo Garcia. Ele, que já presidiu entidade municipalista nacional, acrescenta que de nada adianta constituir uma região metropolitana e se planejar isolada- mente. “Como bem disse o governador Beto Richa, se houver planejamento conjunto haverá, com certeza, desenvolvimento homogêneo. E isso significa população plenamente atendida em suas necessidades, com escolas, ensino profissionalizante, saúde, meio ambiente, destinação do lixo e demais áreas que, sem boas práticas, tornam-se problemáticas”, disse. “Enfim o homem público, na democracia que nos é garantida pela Constituição de 1988, deve agir como pleno representante do cidadão que paga impostos não só nas questões emergenciais, mas também na construção de uma sociedade que seja justa e confortável para a população”, acrescentou. Dentre as necessidades prementes da população, o líder municipalista relaciona a expansão das atividades econômicas a partir de um planejamento regional que proporcione ao investidor logística de transporte de matéria prima e de produto final; ensino profissionalizante que oferte mão-de-obra suficientemente preparada; projetos adequados de habitação incluindo as ferramentas básicas necessárias, como escolas, creches, unidades de saúde. “Tudo isso, somado, resulta em qualidade de vida para a população”. Paraná amplia prazo para os devedores do ICMS e ITCMS O governo do Paraná vai conceder parcelamento especial às empresas devedoras de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações de quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD). O projeto que amplia o prazo de pagamento para os créditos em atraso foi aprovado em duas votações pela Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (20) e segue para sanção do governador. Os débitos de ICMS poderão ser pagos em até 84 vezes. Atualmente, o prazo máximo de parcelamento é de 60 meses. Já o ITCMD, que é um Imposto Estadual devido por toda pessoa física ou jurídica que recebe bens ou direitos como herança, em virtude da morte do antigo proprietário ou como doação, poderá ser quitado em até 36 parcelas. Hoje, o prazo é de 20 vezes. Jornal Nossa Cidade Página 8 Cambé, 22 de novembro de 2013 Ninguém pisou naquelas terras antes de Moreno Braz Garcia Peres, a esposa Carolina Luiza Regioli e os filhos Paulino, Maria, Adolfo e Antônio chegaram em 1931 na região do Caramuru, Saltinho e Lorena; o vizinho mais próximo morava a oito quilômetros Walter Ogama Roberto Garcia diz de boca cheia que seu pai, Braz Garcia Perez, foi o primeiro colonizador a pisar nas terras das bandas do Saltinho, do Caramuru e da Lorena. Com todo direito. Roberto, hoje com 67 anos, mora em chácara em Arapongas, com a esposa Itamar. É filho caçula do colonizador pioneiro, que veio de São Paulo em 1931, com a esposa Carolina Luiza Regioli e os filhos Paulino, Maria, Adolfo e Antônio. Já nas terras a serem desbravadas Braz e Carolina tiveram mais sete filhos: Henrique, Aparecido, Olimpio, Conceição, Teresa, Izaura e Roberto. Braz Garcia era conhecido pelo apelido de Moreno. Tinha gente que achava que Moreno era sobrenome, mas Roberto diz que o apelido veio da pele escurecida do pai. A história desse pioneiro, segundo o filho, dá um livro. Ainda em São Paulo, Braz se apaixonou por Carolina. Ele, de família mais humilde, não ganhou a simpatia dos pais da moça. Braz, então, roubou a noiva dos pais dela. E ambos foram em busca de um futuro até que apareceu na vida deles o representante da Companhia de Terras Norte do Paraná em São Paulo, na região de Itápolis, o corretor Raimundo Durante. O representante queria alguém corajoso, trabalhador e ousado, que fosse às terras do Norte do Paraná para colonizar seu pedaço de chão e assumisse o papel de referência para os compradores de lotes. No acerto, o corretor deu a Braz Roberto e a esposa Itamar, Hélio e a esposa Antônia: encontro de velhos conhecidos prazo de dez anos para pagar por dez alqueires de terras. A vinda para o Norte do Paraná foi de trem até Jataizinho. Quando Braz, a esposa e os quatro filhos passaram por Londrina viram cerca de 15 casas de pau a pique, cobertos de palmito. Nada mais. Já nos dez alqueires o vizinho mais próximo ficava a oito quilômetros. “Era um baiano, peão, que chegou na região em 1928”, lembra Roberto. Chamava-se Clemente Soares e tomava conta da Fazenda Bule, em Arapongas. Antes de vencer o prazo de dez anos Braz quitou suas terras e conseguiu a escritura. Outro grande feito de Braz, segundo o filho, foi acolher o sogro, que em São Paulo havia des- tratado ele e a esposa por causa da fuga de ambos para o casamento. Em 1937, após perder praticamente tudo o que tinha por causa da crise da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, o pai de Carolina, que era um próspero cafeicultor, foi recebido pelo genro e, com o passar dos anos, conseguir recuperar parte dos prejuízos. O caçula Roberto cresceu na região e lembra da sorveteria que funcionava com motor, da venda do Zé de Almeida, do campo de bocha, do cineminha cuja bilheteria ficava na atual garagem da propriedade que pertence hoje à família Mologni, no Caramuru. Havia também na região máquina de arroz, casa de secos e molha- Américo lucrou um conto com venda da madeira Velhos amigos se encontram! Roberto Garcia está na casa de Hélio Mancon, 83 anos, casado com dona Antônia, 79. Hélio e a esposa moram na região central de Cambé faz pouco tempo. Os filhos e netos decidiram trazer o casal para mais perto por causa da idade. Porque se ficasse na propriedade rural, Hélio, acostumado a correr atrás de serviço o dia todo, não sossegaria. Na conversa com Roberto, os dois rodam cenas e histórias. Paulino, irmão mais velho de Roberto, apitava jogo de futebol e tocava em bailes. Hélio se lembra dos bons jogadores e diz que ele não era perna de pau. Hélio é da região de Ribeirão Bonito e a esposa veio de Araraquara. Se conheceram aqui, quando ele tinha 14 anos de idade. Américo, o pai de Hélio, também derrubou muitas árvores para tornar a área de terras que adquiriu produtiva. Eram 20 alqueires, com muita madeira, que custavam na época 11 contos. Américo, segundo o filho, pagou muito antes do prazo porque vendeu a madeira por 12 contos e ainda guardou no bolso o lucro de um conto. Da conversa participa um dos netos de Hélio e Antônia. Ruan Manconi Milani é formado em direito pela Universidade Estadual de Londrina e faz pós-graduação em direito e processo penal. A diferença no sobrenome é por culpa dos registros de nascimento das épocas em que os membros da família nasceram. Ruan é filho de pioneiros por parte da mãe e do pai. Além do vô Hélio e do bisavô Américo, ele faz referência ao vô Luiz, patriarca da família Milani: “O campo de futebol era no sítio dele”, lembra. Ruan Manconi Milani, neto dos pioneiros Américo e Luiz O campo de futebol do Caramuru inspira muitas lembranças nos pioneiros Braz Garcia Peres, o primeiro a chegar – Foto Acervo da Família Carolina, esposa de Braz Garcia Peres – Foto Acervo da Família dos e o vestiário para os jogadores de bola. A trava do campo de futebol de agora era parte das lavouras de café da família Takaki. “Uma ruazinha passava bem onde hoje é a trave”, lembra Roberto. Em dias de jogos, cerca de mil pessoas cercavam o campinho. A professora da escolinha isolada era a Clara Gabriel. “Havia um torão de peroba e na hora do recreio a gente ia brincar de esconde e salva”. A ruazinha de onde está a trava agora, segundo Roberto, com o tempo foi fechada e só era aberta para passar a procissão da igreja. Lazio, Monte Alto, Saltinho e Caramuru Moacir Mologni, 66 anos, casado com Hilda Amadeo, nasceu no Saltinho. Com três filhos e cinco netos, a família mora atualmente na região central de Cambé. Moacir é filho de Paulo Mologni e Elisa Lazarini Mologni. De acordo com a publicação “Brava gente italiana”, do Museu Histórico de Cambé, a família Mologni veio da Província de Lazio, na Itália, e chegou ao Brasil em 1904, onde se estabeleceu em Monte Alto, Estado de São Paulo. As informações publicadas são assinadas por Inês Mologni e dizem que em 1932 a família adquiriu terras em Cambé, na região do Saltinho e Caramuru. Moacir e o irmão Ismael (falecido) começaram a estudar quando a família morava ainda no Saltinho. Depois passaram pela escola da Lorena, onde Ismael, por falta de condições de prosseguir os estudos, fez a quarta série por duas vezes. Só quando tinha 19 anos de idade Moacir voltou a estudar após concluir o antigo curso primário, graças a aulas particulares providenciadas pela família Koyama. Dali os irmãos conseguiram prosseguir os estudos em Rolândia e no Colégio Estadual Érico Veríssimo, em Cambé. Após o colegial, Ismael prosseguiu no ensino superior, formando-se em administração. Angélica de Aguiar foi a primeira professora de Moacir, no Saltinho, onde ele estudou por dois anos. “A família achava o estudo fraco e fomos para a Lorena, onde o professor Mario Okano fez um teste para avaliar de que ponto podíamos prosseguir o es- Hilda Amadeo e Moacir Mologni, hoje na região central de Cambé tudo”. Lá, segundo ele, havia aulas de educação física, marcenaria, criame de coelhos e horta. As meninas tinha também aulas de bordado, culinária e artesanato, com a esposa do professor Okano, dona Corina. Pela região também lecionou a professora Elisa Ruth Pedreira de Souza, que hoje mora em Londrina (Sempre Cambé, edição de 4 de outubro de 2013). Dona Katuyo Sugano, conhecida como professora Ana Rosa, também deu aulas na região (Sempre Cambé, edição de 18 de outubro de 2013). Paulo e Elisa, pais de Moacir, tiveram oito filhos: Ismael, Nivaldo e Benilde (falecidos), Alice, Moacir, Ilse, Irene e Inês. Em foto do Acervo da Família Mologni, publicada no livro “Brava Gente Italiana”, do Museu Histórico de Cambé, com informações de Inês Mologni: “da esquerda para a direita: Alexandre Mologni, Rosa Mologni, Pierina Mologni, Catarina Mologni, Laurita Mologni, Regina Vernier Mologni, Lucia Mologni, Palmiro Mologni, Paulo Mologni e Francisco Mologni” Jornal Nossa Cidade Cambé, 22 de novembro de 2013 Página 9 Pedra era giz e parede de tulha servia de quadro negro A professora universitária Irene Mologni integra equipe que resgata a história do Caramuru, Saltinho e Lorena. Ela nasceu no Saltinho, mas viveu boa parte da infância, adolescência e juventude no Caramuru. Docente da Universidade Estadual de Londrina por 30 anos, Irene sempre esteve à frente da disciplina de administração de recursos humanos, área na qual trabalhou com os alunos não somente a parte técnica de empresas, associações diversas, cooperativas e outras organizações, mas sobretudo o aspecto humano. Irene completou 60 anos de idade no dia 29 de outubro. É mestre pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo na área de gerontologia social, com defesa sobre o estudo intergeracional. “Os primeiros anos da família Mologni na região foram em casa simples, de madeira e chão de terra”, afirma a professora sobre a vida dos avós Francisco e Regina Vernier Mologni. Dona Angélica Aguiar foi a primeira professora de Irene, na escolinha ao lado da capelinha, no Saltinho, construída em terreno doado pelo pioneiro Américo Macori. “Foi quando eu senti que queria ser professora”. Em casa, Irene fazia as tarefas com facilidade e ajudava os outros. “Eu usava a parede da tulha e nela es- crevia com pedra, como se fosse uma lousa. Quando chovia e a parede molhava, a gente brincava de ensinar e de aprender no verbal, falando”. Irene estudou dois anos no Saltinho e dois anos no Caramuru. Lia muito e escrevia. Foi representante da turma na oração da formatura. Prosseguiu os estudos sempre em escolas públicas de Rolândia e de Cambé, até passar no vestibular do curso de administração da Universidade Estadual de Londrina, sem fazer cursinho preparatório. Sobre o Caramuru, diz que o patrimônio fica entre Cambé e Rolândia, no sentido sul, e no entroncamento de quatro municípios: Londrina, Cambé, Rolândia e Arapongas. A colonização do patrimônio deu-se nos anos de 1930, a partir do loteamento feito pela Companhia de Terras do Norte do Paraná. O predomínio é da cultura religiosa católica, devido à presença dos imigrantes italianos. “As famílias numerosas, em sua maioria, tinham como base de sustento essencial a lavoura, a horta, o pomar e a criação de animais”, prossegue Irene. “O trabalho era intenso em casa e na roça, com a participação de todos os membros da família para dar conta de tudo que precisava se feito”. Segundo ela, “as lideranças familiares e comunitárias eram fortes e Irene Mologni, professora da Universidade Estadual de Londrina por 30 anos e mestre pela PUC/SP respeitadas. Havia um senso comum de que todos deviam estar unidos para a sobrevivência e esta poderia se viabilizar se houvesse a construção do núcleo familiar e comunitário fortes e integrados entre si”. Foi dessa união que surgiu um povoado/vilarejo: “Foram construídos, na mesma época (década 1940), a capela, o campo esportivo, as mercearias (vendas) e nas décadas seguintes (50 e 60) máquinas de beneficiar arroz, açougue, farmácia, bares e até salões de cabelo”. “Saber, sentir, sorrir e sonhar...” Em fotos do Acervo da Comunidade, o símbolo do Clube 4 S da qual Irene Mologni foi a primeira presidente na comunidade do Caramuru; a foto de formatura de 1965 na Escola Emílio de Menezes; Irene com os formandos de 1970 do Ginásio Morais Junior; e a participação de jovens de Cambé na Convenção Nacional da Juventude Rural no ano de 1982, em Brasília De vez em quando havia filme projetado pela prefeitura, em telão ao ar livre, e outros por candidatos a prefeitos em campanha política. Depois a comunidade fez um cinema improvisado num casarão. Também foi instalada numa sala da área da capela o serviço de auto falante denominado “A Voz da Lavoura”. Funcionava em algumas tardes e finais de semana com notícias, avisos e música. A exemplo dos adultos os jovens ampliaram as atividades culturais, sociais e esportivas. Nos anos 70 o Governo Federal, em parceria com os Estaduais e Municipais, através dos órgãos de extensão rural (Acarpa), organizaram os Clubes 4 S (Saber, Sentir, Sorrir e Sonhar) nas comunidades rurais, para fomentar através das novas gerações o nacionalismo, o desenvolvimento sócioeconômico e alavancar melhores condições de vida no campo. Os clubes 4 S fizeram eleição de diretoria e conselheiros. Havia reuniões com registros em atas e planos anuais de trabalho. O programa incentivava os estudos regulares e complementares. Vários jovens que tinham parado de estudar concluíram o ensino primário, à noite, na escola municipal local. Um grupo de famílias se organizou para os filhos irem diariamente à cidade de Cambé e/ ou Rolândia, em carros sistema comboio, para continuarem a formação acadêmica. Alguns fizeram “madureza” se preparando para cursar o ginásio, vários concluíram o ginásio e depois fizeram o colegial. Os mais esforçados e que tiveram mais apoio da família cursaram faculdade. Sempre se estudou em escola pública. Naquele tempo havia um sentimento geral de que a escola pública era boa. Na comunidade, os espaços eram ocupados com treinamentos, para todos os jovens: formação de liderança, técnicas de elaboração de projetos e organização de eventos. Havia cursos para as moças e os moços. Havia incentivo a prática de esporte, cultura, lazer: encenações de teatro em homenagem ao Dia das Mães, tradição da Folia de Reis e das Festas Juninas. Eram realizados campeonatos interclubes 4 S. O Clube 4 S de Caramuru foi campeão no primeiro deles em futebol masculino, futebol feminino e na escolha da Rainha. O Clube de Jovens tinha representantes das famílias da comunidade, dentre elas Beraldo, Bibiano, Cocato, Colombari, Delongui, Estevam, Farias, Farquetti, Francisco, Gama, Gonçalves, Milani, Mologni, Moreira, Pegoraro, Pessota, Rosolen, Silva, Tavanti e Tamburi. Nota do autor: relato da professora Irene Mologni A professora destaca que o conceito de núcleo integrado reunia “a dedicação ao trabalho, a manifestação da fé cristã traduzida em ações concretas de solidariedade e amor ao próximo, obediência aos pais, respeito aos mais velhos, mesmo quando algumas idéias eram contestadas, geralmente de modo mais contido”. Segundo Irene, “havia mais respeito e admiração aos professores. Conciliar os estudos na escola e as tarefas em casa com o trabalho na moradia e na roça eram possíveis, responsabilidade era cobrada, o dever precisava ser cumprido e a maioria achava que estava certo agir assim. A vida era sacrificada, mas havia alegria também, tinha espírito de luta com fé e esperança em dias melhores e isso aconteceu para boa parte das famílias”. Com o tempo, prossegue o relato, “as estradas melhoraram, linha de ônibus foi implantada ligando Londrina a Arapongas passando por Caramuru. Aos pouco as famílias adquiriram veículos próprios que facilitaram o transporte. A energia elétrica chegou e com isso começou a compra de eletrodomésticos. Foi criada sessão com urna de votação no dia da eleição, construída outra capela maior, melhorada as condições do salão comunitário, construído novo salão paroquial”. Conceitos passados às crianças e aos jovens desde cedo foram fundamentais aos que os absorveram, diz a professora: “Estes cresceram com garra, venceram na vida, foram líderes em suas comunidades e nas famílias, praticando e coordenando atividades profissionais, religiosas, culturais, esportivas. Tinham mais jogo de cintura e realizavam as coisas de modo mais prático com os recursos que dispunham”. Comunidade chama a atenção do poder público Em fotos do Acervo da Comunidade, a presença dos jovens nas festas juninas; a participação das mulheres nas atividades esportivas; as tradicionais festas para homenagear as mães; e o curso de formação de tratorista nos anos de 1970 Líderes com ligação afetiva à comunidade e famílias que já viveram na região do Caramuru iniciaram contatos com os poderes públicos de Cambé e de Rolândia, com o objetivo de assegurar melhorias à população local. “As prefeituras tem o dever de prestar bons serviços aos cidadãos da zona rural também, ao mesmo tempo que vários moradores estão sendo orientados para mudar de atitude, de forma a recuperar a auto estima e ajudar a cuidar mais da comunidade”, informa a professora Irene Mologni. Uma das estratégias, segundo ela, foi a formação de uma equipe que visitou as famílias, ex-moradores e entidades de apoio. “Começamos a montagem de um centro de preservação histórica, de resgate da memória a partir de documentos e fotos, de realização de eventos de reencontros de ex-moradores, de manter a Festa de Agosto como uma promoção tradicional de confraternização e de obtenção de recursos para ajudar a manter minimamente as entidades locais”, afirma. Segundo Irene, as prefeituras de Cambé e Rolândia tinham atuação mais dinâmica no meio rural na década de 70 até meados de 1980, com programas de assistência social, esporte e saúde, que embora limitados existiam. Lideranças jovens e adultas lutavam em busca de soluções para os problemas que se apresentavam. A seca nos poços das casas foi uma realidade, então o jeito foi reivindicar junto à Prefeitura e à Sanepar a instalação do poço artesiano. As estradas que eram sofríveis em certas épocas, após muita luta foi asfaltada no trecho de Cambé até o vilarejo de Caramuru. Para facilitar a comunicação foi solicitada a instalação de um telefônico público e reativado o serviço de ônibus ligando a Cambé. Uma unidade móvel de saúde atendia quinzenalmente a população; o salão comunitário realizava bailes e havia jogos de futebol no campo; a Associação de Pais e Mestres ajudava a manter a escola, embora limitada. A geada negra de 1975 trouxe o êxodo rural. A luta pela sobrevivência foi dura, a mecanização das lavouras forçou a saída da população em massa em busca de trabalho na cidade e com o esvaziamento as atividades locais foram minimizadas. Governos distantes da comunidade e o envelhecimento e falecimento de muitos pioneiros levaram muitos descendentes a abandonar o campo. As dificuldades aumentaram para as famílias que teimaram em ficar na zona rural: continuaram a luta para sobreviver sem apoio de lideranças locais fortes e sem apoio suficiente do poder público. As escolas rurais de cada comunidade foram se tornando núcleos intercomunidades e mais tarde a maioria foi fechada. As comunidade Pinheiro (Rolândia), que fica perto de Caramuru, e na Fazenda Bule (Arapongas), as escolas foram fechadas. Do lado de Cambé também aconteceu isso no Saltinho, Lorena, Caramuru e Cafezal, restando uma na região, localizada em Bratislava. Pela distância, os poucos alunos de Saltinho decidiram frequentar a escola na Vila Regina, em Londrina, e os de Lorena e Caramuru frequentam a escola de Bratislava. Os pais não participam da vida escolar, pois as escolas estão longe de casa. Em cada uma dessas comunidades existem crianças em idade pré-escolar sem ter onde estudar e adultos analfabetos e/ou analfabetos funcionais sem curso básico educacional. Em relação ao trabalho, com a geada deste ano se agravou a falta de alternativas, pois as lavouras e as hortas foram prejudicadas. O tráfego é prejudicado porque o asfalto está esburacado e os tapa buracos não resolvem. O recapeamento nunca foi feito. A unidade móvel de saúde não vai mais na comunidade. Nota do autor: relato da professora Irene Mologni Página 10 Jornal Nossa Cidade Cambé, 22 de novembro de 2013 Página 11 Jornal Nossa Cidade Cambé, 22 de novembro de 2013 Fone: 3174-1810 [email protected] Olá amigos e amigas Cambeenses. O seu espaço para reivindicações, sugestões, elogios ou críticas está no ar. A coluna BLITZ foi criada com a proposta de identificar os problemas da cidade, apontar soluções e cobrar providências dos governantes. Este es- paço serve para que o povo possa manifestar a sua vontade. Aqui nós mostramos a realidade da cidade. Todas as fotografias aqui publicadas são verdadeiras. A coluna BLITZ é a VOZ DO POVO, pois aqui o Povo tem voz. Lutar por uma cidade cada vez melhor FALTA DE RESPEITO COM OS EVENTOS RELIGIOSOS é o nosso exercício diário. Peço a colaboração e a ajuda de todos. Peço que não se calem. Se tem alguns políticos que não gostam de nossa posição vamos respeitar, mas nunca recuar. Estamos apenas exercendo a nossa obrigação de cidadão. Estamos vigilantes. O FIM DA NOVELA JOSÉ BONIFÁCIO Os Batismos por Imersão, tradição em algumas religiões, são realizados na cidade de Cambé de maneira muito precária. As imagens mostram o evento realizado recentemente, onde ocorreu o batismo de 16 irmãos da Igreja Batista Betel. Sou católico, mas independente da religião, é preciso que o poder público encontre soluções para ajudar as pessoas, que por intermédio da religião prestam um imenso trabalho social resgatando vidas. Não queremos furtar as reivindicações de ninguém, portanto, registramos aqui que o ex-vereador Mario Som e o atual Elizeu Vidotti já reivindicaram um Tanque Batismal Comunitário. A coluna BLITZ é apenas mais um aliado nesta solicitação. Vamos aguardar do Poder Público a atenção que estas pessoas merecem. Demorou mas a verdade chegou. Após vários ofícios enviados aos órgãos responsáveis, entre eles o DER(Departamento de Estrada de Rodagem) e DNIT(Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), recebemos a confirmação do que já afirmávamos. Embora pareça óbvio, alguns políticos tentaram distorcer a verdade, mas o DNIT respondeu o nosso oficio esclarecendo que a Avenida Jose Bonifácio entre o Estádio Municipal e a divisa de Rolândia é de JURISDIÇÃO MUNICIPAL. Agora, com o fim da novela, ficou claro que a competência pela iluminação, recape asfáltico, acostamento, enfim, manutenção da referida via é do Município de Cambé. Problemas que têm preocupado a maioria dos vereadores Os problemas campeões em números de reclamações na Câmara de Vereadores atualmente estão relacionados com a precariedade da iluminação pública recentemente substituída e com os buracos que estão presentes na malha viária de toda a cidade. Pedidos da comunidade para a solução dos dois casos chegam diariamente aos gabinetes dos vereadores. Na última sessão da Câmara esses problemas foram levantados pelo vereador Paulo Soares. Gostaria de fazer também como minhas, as palavras que ele usou para relatar a situação da região onde reside, que é comum à quase todas as demais regiões da cidade. ALGUMAS FRASES DO DISCURSO DO VEREADOR - “Se não definem quem é o responsável pela troca de lâmpadas, gostaria de saber quem está recebendo a taxa de iluminação pública que é cobrada todos os meses...” - “Já cogitei em trancar minha secretaria e colocar o pessoal para mapear os buracos da cidade e entregar para a secretaria de Obras, Comdec e até para o Papa, ou para quem possa resolver a situação...” - “Fazer somente o serviço de tapa-buracos é perda de tempo e só agrava o problema...” - “A única parcela da população que está contente com os buracos é a dos borracheiros...” Jornal Nossa Cidade Página 12 Cambé, 22 de novembro de 2013 ESPORTE Rogério Góes, mais uma Maratona O corredor cambeense Rogério Góes concluiu no último domingo a segunda maratona, em Curitiba. Ele começou a correr em dezembro do ano passado, nos 15 quilômetros da Prova Cidade de Londrina. Daí em diante tomou gosto e começou a encarar as longas distâncias, visando participar de uma maratona. O sonho era correr 42 quilômetros mesmo que um pouco atrás dos vencedores quenianos e de outros corredores da chamada elite da corrida. Além das corridas curtas, foram cinco meia-maratonas pelo Brasil, como treinamento preparatório antes de encarar os tão esperados 42 quilômetros da maratona. Rogério Góes fecha o ano com um currículo invejável por qualquer corredor, pois com apenas um ano de corrida, já encarou e concluiu duas maratonas. A primeira delas foi em Foz do Iguaçu. Em geral, os inúmeros treinos para as longas distâncias exigem do atleta cerca de cinco anos de experiência entes de encarar a primeira maratona. Rogério Góes contrariou a teoria e mostrou que, com garra, força de vontade e entusiasmo, “dá para Márcia (esposa), Rogério, Caio e Marcus (filhos) chegar lá”. Rogério diz que outros maratonistas, antes do início da prova, ficaram admirados ao saberem que é possível correr maratona com tão pouco tempo de corrida. Mas ele afirma que “não é para qualquer um não; é pra quem se dedica”. Ao concluir a prova em Curitiba, Rogério Góes desabafou: “Não há dinheiro que pague a alegria de concluir uma maratona”. Este ano Rogério correrá a Volta da Pampulha, em Belo Horizonte, e no ano que vem já está agendando algumas corridas internacionais (texto enviado pelo leitor Nauro Lugli Filho). Figueirense reencontra caminho para o acesso após achar espinha dorsal do time O técnico Vinícius Eutrópio encontrou o tom do Figueirense. Maestro alvinegro, o treinador confia em um quarteto que está afinado. Depois de três vitórias seguidas, o Furacão entrou de vez na briga pelo acesso à Série A e está a apenas um ponto do G-4. O zagueiro Thiego, o meia Maylson, o atacante Pablo e o goleiro Tiago Volpi são peças fundamentais na recuperação do time. A matemática era a única esperança do Figueira, e, rodada após rodada, o que parecia um sonho virou realidade. Se vencer todas as partidas até o fim da Série B, o Furacão volta à primeira divisão. Tiago Volpi foi o primeiro a acertar as notas necessárias para o sucesso. Veste a camisa alvinegra com orgulho e sonha em ser ídolo, mas o mais importante são suas defesas, que já salvaram o clube diversas vezes. Agitado, sempre costuma ir até a torcida comemorar no final dos jogos. É o único catarinense titular. Maylson foi o segundo a encaixar. Depois de ficar alguns jogos no banco de reservas, voltou à equipe titular e virou o artilheiro do time, com 16 gols. Mesmo Thiego, Maylson, Pablo e Tiago Volpi são peças fundamentais no Furacão deslocado de sua posição de origem, vem fazendo belos jogos e tentos importantes. Thiego marcou o primeiro na goleada sobre o Avaí e o último que garantiu a vitória contra o Guaratinguetá. Na ausência de Wellington Saci, o zagueiro assumiu a faixa de capitão. Pablo é o artista mais recente a ajudar o maestro Eutrópio. Após se recuperar de lesão, seus gols e boa movimentação garantiram uma vaga no ataque ao lado de Rafael Costa e Éverton Santos. O torcedor voltou a acreditar e está ao lado do time. Se o Figueirense não desafinar até a última rodada, os alvinegros poderão comemorar com estilo o retorno à elite do futebol brasileiro. Cambé, 22 de novembro de 2013 Página 13 Jornal Nossa Cidade PASSEIO E AVENTURA Pilotos de Cambé percorrem a Serra da Canastra Motociclistas fora de estrada são membros de entidade filantrópica que desenvolve ações sociais no meio rural Vinte e sete membros do Cambé Trail Clube participaram da Expedição Serra da Canastra, em Minas Gerais, durante o feriado da Proclamação da República. A partida de Cambé foi no último dia 14. Os pilotos viajaram de ônibus e as motocicletas foram transportadas em uma carreta. Segundo o presidente do clube, o empresário Claudemir José Carrilo Peres, a Serra da Canastra, onde o grupo cambeense esteve pela segunda vez, é um percurso com bastante dificuldades. “Mas há pousadas nas trilhas, além de muita beleza natural, como cachoeiras, lagos e muito morro”, disse Picuá, como é conhecido Claudemir. A viagem de Cambé à Serra da Canastra é de cerca de 700 quilômetros. A pousada, em Minas Gerais, foi na cidade de São João Batista do Glória. No primeiro dia do passeio, os motociclistas cambeenses percorreram 118 quilômetros de trilhas, segundo o membro do clube, Bruno Rodolfo de Souza. No segundo dia, foram percorridos 80 quilômetros da Serra da Canastra. O Cambé Trail Clube, que atualmente reúne cerca de 30 motociclistas da categoria off-road (fora O registro fotográfico antes de encarar a trilha, na pousada em São João Batista do Glória; a trilha na Serra da Canastra, e a parada sobre o morro, em fotos de divulgação feitas pelos membros do clube da estrada), foi fundado em 7 de novembro de 2008. “Somos uma entidade filantrópica. Desenvolvemos trabalho de ação social no meio rural, como a doação de presentes e alimentos em datas especiais, no caso a Páscoa e o Natal. No festejo do Padroeiro de Cambé, realizamos o Passeio de Santo Antônio em parceria com a Paróquia, com renda totalmente revertida para a Igreja Católica”, diz Claudemir, que tem como vice-presidente o afiliado Alexandre Sitta. Apesar de ter apenas cinco anos de fundação, em 2014 o Cambé Trail Clube realiza o 8º Passeio de Santo Antonio, que é encerrado tradicionalmente com o almoço costela no chão. É que algumas edições foram realizadas antes do clube ser constituído. Para este fim de ano, a enti- dade realiza o Natal Solidário no meio rural. Um evento de confraternização dos filiados também está agendado. Ações ambientais também são desenvolvidas pelos membros do clube. Os motociclistas retornaram de Minas Gerais no dia 17. Jornal Nossa Cidade Página 14 SÚMULA DE REQUERIMENTO DE LICENÇA SIMPLIFICADA BRADO LOGÍSTICA S.A., CNPJ 03.307.926/0009-70 torna público que irá requerer ao IAP, a Licença Simplificada para Armazéns Gerais-Emissão de Warrant a ser implantada à Av.José Bonifácio n.º2550, Cambé/PR. Cambé, 22 de novembro de 2013 DOCUMENTOS EXTRAVIADOS Foram extraviados 10 blocos de notas fiscais de serviço série A, nº 001 a 250, em 3 vias, devidamente autorizados na data de expedição de 31/01/1999, da Empresa CONSDUTRA EMP. DE CONST. CIVIL S.C. LTDA.,Com esta publicação ficam sem valor comercial. Cambé, 08 de Novembro de 2013. POR DENTRODOS NEGÓCIOS POR DAVID GARCIA POLUIÇÃO DE METALÚRGICA GERA INDENIZAÇÃO AOS VIZINHOS PACIENTE (IDOSA) CAIU DA MACA DENTRO DO HOSPITAL A justiça deu provimento favorável ao vizinhos de uma metalurgica que emitia resíduos poluentes e pó de carvão vegetal fruto das suas atividades industriais. Os vizinhos ingressaram com ação pedindo indenização por danos morais e obrigação de fazer, sob o argumento de que moram muito próximo da empresa e que eles tem um turno de vinte e quatro horas de trabalho, ininterruptos, com resíduos caindo sobre as casas, roupas, moveis, plantas e pessoas. O magistrado condenou a empresa ao pagamento de R$ 5 mil a titulo de danos morais e materiais a cada vizinho requerente. Os hospitais são responsáveis pela segurança das pessoas que estão internadas. Por esse motivo, o Tribunal de Justiça, reconheceu o direito a indenização por danos morais de uma idosa que caiu de uma maca dentro do hospital. A câmara de julgamento do Tribunal, após analisados os recursos, manteve indenização no valor de R$ 45 mil á paciente idosa, pelas lesões ocorridas, fraturas e vários hematomas. Infelizmente, isso tem ocorrido com certa freqüência na rede hospitalar no Brasil, e com certeza não será diferente nos municípios paranaense. CONTRATO ABUSIVO CONTRA CONSUMIDOR CAIU DENTRO DO SUPERMERCADO E DEVE SER INDENIZADO O STJ,considerou clausulas abusivas por colocar o consumidor em desvantagem nos contrato de consumo. O código de defesa do consumidor visa proteger a parte mais fraca da relação contratual , coibindo aquelas clausulas que impõem desvantagem excessiva para o cliente no fornecimento de produtos e serviços. Assim, o consumidor deve ficar atento aos direitos garantidos no CDC, quanto aos serviços contratados e produtos adquiridos no comércio, e buscar orientações jurídicas junto ao PROCON ou Juizados Especiais instalados nos municípios. O Tribunal de Justiça manteve decisão que condenou um supermercado a pagar indenização por danos morais e materiais no valor de R$ 5 mil para um consumidor que sofreu queda dentro do estabelecimento quando fazia compras, por escorregar no piso molhado, sem placa de aviso. A relatora do processo destacou que o cliente sequer imagina que o piso do supermercado poderia se encontrar escorregadio. Tanto que o julgamento foi com votos por unanimidade de todos os desembargadores do processo, e manteve a decisão que indenizou o consumidor. Sugestões\Opiniões: e-mail: [email protected] DAVID GARCIA, Contabilista e Graduado em Direito pela PUC-PR. Atende no ESCRITÓRIO ALIANÇA Rua França nº 976 - Cambé-Pr – 43-3254-4444 ou 9828-0007(TIM). PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA - PNL PROGRAMAÇÃO= a maneira como organizamos nossas idéias e ações para produzir resultados. NEURO= todos os comportamentos nascem dos processos neurológicos da visão, audição, olfato, paladar, tato e sensação. Percebemos o mundo através dos cinco sentidos. Compreendemos a informação e depois agimos. LINGUÍSTICA= usamos a linguagem verbal e não verbal para ordenar nossos pensamentos e comportamentos e nos comunicarmos com os outros. Em suma significa: como as palavras (linguística) podem atingir a mente (neuro) e produzir uma ação (programação). É baseada num conjunto de modelos, estratégias e crenças que seus praticantes utilizam visando uma comunicação positiva e eficiente entre as pessoas e con- sigo mesmo com o objetivo de conquistar a excelência e o desenvolvimento pessoal e profissional. É baseada na idéia de que a mente, o corpo e a linguagem interagem para criar a percepção que cada indivíduo tem do mundo, e tal percepção pode ser alterada pela aplicação de uma variedade de técnicas. Talvez a coisa mais importante saber sobre a PNL é que através dela é possível utilizar o cérebro para alcançar quaisquer resultados que desejamos, tornando possível conseguir excelência em qualquer campo de interesse. PNL é um manual do funcionamento do cérebro humano, neste manual também está contemplando orientações de como intervir nestes registros de modo a obter respostas emocionais ou comportamentais mais positivas, mudando padrões que estão limitando seu crescimento pessoal ou profissional. Com as ferramentas da PNL é possível obter as mudanças que queremos em nossas vidas de maneira rápida e precisa, e surpreendentemente sem esforço. O profissional em PNL é um canal cheio de ferramentas para ajudar as pessoas em suas dificuldades. Em PNL definimos PROBLEMA como a distância que existe entre o momento atual e o momento desejado de uma pessoa. O papel do profissional é fazer a pessoa ir do Momento atual para o Momento Desejado, utilizando as técnicas que o ajudem a conseguir seu objetivo. Não basta apenas querer uma mudança, é preciso saber o que se quer mudar e os impedimentos. Visite o meu site: www.institutoorcelli.com.br Maria Cristina Stravolo Orcelli- Psicóloga Clínica Comportamental, com Especialização em Programação Neurolinguistica, Gestão de Pessoas, Hipnose Condicionativa, Ericksoniana e Regressão. FONE (43) 3029-0226 Londrina. www.impactoac.com.br - E-mail: [email protected] Jornal Nossa Cidade Cambé, 22 de novembro de 2013 Casamento de Gisele e Bruno Aconteceu dia 23 de agosto, na Igreja Matriz de Cambé, o casamento de Gisele Perri e Bruno Dezoti. O belo casal recebeu seus convidados no Moress Buffet, as fotos são do SH Marabá. A noiva estava deslumbrante com seu vestido assinado por Eliana Zanini. Viva Cambé Por Glacimeire Cardoso [email protected] Daiane Herberts Medeiros, Médica Veterinária da Purina, As diretoras da Ong Amigo Bicho, Sônia Silva e Analia Ribeiro, As voluntárias Marta Lucena e Cristina. No tradicional brinde, os pais do noivo, Ademir e Edna Dezoti, os noivos e a mãe da noiva, Helena Perri Ao centro os noivos felizes, brindando em meio aos seus padrinhos e familiares Aniversário do Samuel Aconteceu dia 12 de outubro, no Buffet Funny Play, o aniversário de Samuel Azevedo dos Santos Neto. O look do aniversariante, em estilo Safári foi assinado por Marlene da Lumark Confecções. Na foto by Roche Lira os avós Maria Elizabethi e o Pastor Samuel Azevedo dos Santos com o aniversariante em seu colo, os pais Samuel Junior e Márcia e Mariana Sanches. “A Escola Estadual São José em parceria com a ONG “Batuque na Caixa” (teatro) dirigido pelo Prof. Valdir Rodrigues foram semifinalistas do Prêmio Itaú Unicef e de 2713 Escolas concorrentes ficaram entre as 20 melhores da região Sul do Brasil em Porto Alegre. A Escola receberá acervo para a Biblioteca e capacitação para professor e diretor por dois anos.” Na foto: A Diretora da Escola Estadual São José Prof.ª Fátima Mandelli e a representante da ONG “Batuque na Caixa” Walkiria. Espetáculo de Dança do Ventre A professora de Dança do Ventre, Givaneti Tonin está com a agenda lotada para o final do ano. Sexta dia 29 de novembro ela se apresenta na 12ª Noite Árabe promovida pelo Rotary Clube de Cambé, que acontecerá a partir das 21 horas na Casa da Amizade, em Cambé e também ela fará seu espetáculo de final de ano no dia 13 de dezembro sexta, no Teatro da FACCAR em Rolândia a partir das 20:30 horas Espetáculo de Dança do Ventre da Escola Givaneti Tonin. Ela também é professora da Dança do Ventre na Academia Vida Ativa em Cambé. Página 15 Página 16 Jornal Nossa Cidade Cambé, 22 de novembro de 2013