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Quatro categorias do Prêmio FINEP no Nordeste ficam
com instituições do Ceará
Foram anunciados na quarta-feira (26/9), em Aracaju (SE), os seis vencedores da
etapa Nordeste do Prêmio FINEP de Inovação Tecnológica 2007. Quatro categorias produto, processo, pequena empresa e média/grande empresa ficaram com
instituições cearenses. O prêmio de Inovação Social coube à Paraíba e o de
Instituição de C&T, à Bahia. No total, a Região participou com 127 projetos inscritos,
dos quais 16 se classificaram para a etapa final.
Nas etapas regionais, a FINEP premia até o terceiro lugar em cada categoria, mas
apenas o primeiro colocado concorre à etapa nacional do Prêmio, que acontece em
novembro, em Brasília.
"Sediar o Prêmio FINEP foi um privilégio para Sergipe, pois o incentivo a projetos
inovadores nos coloca na rota do crescimento sustentável", afirmou Alexandre Porto,
secretário em exercício de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do
Estado, durante a cerimônia de entrega dos troféus, ocorrida em São Cristovão, que
fica a cerca de 30 quilômetros de Aracaju.
Em sua 10ª edição, o Prêmio FINEP visa estimular os esforços inovadores de
empresas, cooperativas e instituições de ciência e tecnologia que geram resultados
positivos para a sociedade brasileira. A iniciativa surgiu em 1998, na região Sul, com
48 projetos inscritos. Em 2000, foi estendido a todas as regiões do País, ano em que
alcançou 279 inscrições. Agora, em 2007, atingiu o recorde de 732 propostas
concorrentes.
Os vencedores por categoria
Produto: ARMTEC (SISTRAN)
O Sistema Integrado de Simulação de Tráfego Normatizado (SISTRAN) consegue
prever as condições em que uma estrada vai se encontrar após até 10 anos de uso.
Ele funciona como um laboratório, pois testa antes do início das obras o tipo de
asfalto mais indicado para uma determinada rodovia. O sistema está em uso no
Laboratório Mecânico de Pavimentação da Universidade Federal do Ceará.
O produto é composto por dois equipamentos: o compactador e o simulador. No
primeiro, são misturados os materiais com os quais a estrada será construída - brita,
borracha, material reciclado, cerâmica. O processo dá origem ao protótipo do asfalto.
No segundo equipamento, duas rodas simulam sobre o protótipo o tráfego e a carga
estimados para um período de dez anos. Essa simulação leva, aproximadamente, 8
horas.
Desenvolvido pela empresa cearense Armtec, o SISTRAN, ao permitir a avaliação
prévia do uso de novos agregados para produção do asfalto, garante um ganho de
qualidade na pavimentação das estradas brasileiras. Os dois equipamentos custam
R$ 270 mil, cerca de 40% a menos que o similar francês, o LCPC, que sai a R$ 460
mil.
Processo: CEDAN
O processo para produção de tijolos e telhas utilizado pela Cerâmica Dantas
(CEDAN), do Ceará, utiliza 65% menos lenha do que as técnicas convencionais.
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Com a inovação, a empresa cearense consegue produzir mil telhas com 700 gramas
de lenha. Antes, para conseguir a mesma quantidade, o consumo chegava a
aproximadamente dois quilos.
O produto é composto por doze células, pequenos fornos que, acoplados uns aos
outros, facilitam a transferência do calor e dos gases necessários para a combustão.
Dessa forma, o tempo utilizado para a produção das peças é reduzido.
Para se ter uma idéia, o Forno CEDAN necessita de apenas 18 horas para produzir de
13 mil a 20 mil tijolos, o que em fornos convencionais pode levar de 30 a 70 horas.
Além disso, o produto final é mais homogêneo, devido à uniformidade da
temperatura que circula de uma célula à outra.
Inovação Social: COFEP
No município de Pilões, a 140 quilômetros de João Pessoa, 21 mulheres aumentaram
sua renda média mensal em mais de 250% plantando flores. Se antes elas recebiam
R$ 200 por mês no corte da cana, hoje elas ganham até dois salários mínimos com a
venda dos crisântemos de corte - flores sem raiz usadas na ornamentação de
ambientes. Pioneiras no cultivo dessa planta, as integrantes da Cooperativa dos
Floricultores do Estado da Paraíba (COFEP) desejam transformar o município no pólo
de flores da Paraíba.
São 38 estufas cobertas em uma área de cinco mil metros quadrados, o equivalente
a um campo de futebol. A cada semana, são colhidos de cada estufa
aproximadamente 8.750 crisântemos. O pacote, com 25 flores, é vendido a R$ 12 na
Paraíba e em Pernambuco. O próximo passo, que será dado em parceria com a
Fundação Banco do Brasil, é a construção, até dezembro, de mais 26 estufas para
produção de rosas, gérberas e folhagens.
Instituições de C&T: Labiomar
O Laboratório de Bio-Marinha e Biomonitoramento (Labiomar) da Universidade
Federal da Bahia (UFBA) é o único das regiões Norte e Nordeste que realiza
pesquisas em Ecotoxicologia. Através desse ramo da ciência, pesquisadores
conseguem estipular o nível de substâncias contaminantes presentes em rejeitos
industriais lançados sem tratamento no meio ambiente.
O processo é simples. Embriões de microorganismos, como de ostras e ouriços, são
colocados em ambientes contaminados e seu desenvolvimento é acompanhado por
24 horas. Qualquer anormalidade na formação indica o nível de poluentes presente
na amostra e sinaliza as providências que o emissor deve tomar antes de
descartá-los. Cada análise custa R$ 500. O Labiomar já atendeu mais de 30
empresas, entre elas o Pólo Petroquímico de Camaçari, na Bahia.
Pequena Empresa: Armtec
Com um crescimento de 350% estimado para 2008, a cearense Armtec foi criada em
2004 a partir do resultado do projeto de conclusão de curso do engenheiro eletrônico
Roberto Lins de Macedo: o Sistema de Apoio ao Combate de Incidentes (SACI). Com
a aparência de um tanque de guerra, o equipamento é utilizado no combate ao fogo.
Seu jato de água alcança até 60 metros de distância em linha reta e 15 metros de
altura, o equivalente a um prédio de quatro andares.
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Nascida na incubadora da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), a pequena empresa
faturou R$ 400 mil em 2006, dos quais investiu 63% em pesquisa e
desenvolvimento.
A expectativa é que, até o final do ano, a Armtec apresente o protótipo de um
submarino não-tripulável. Além de verificar a extensão de um desastre ambiental e
checar vazamentos ou danos na estrutura de um navio, o equipamento também faz
reparos. Entre os diferenciais do projeto estão um sistema de posicionamento para
manter a estabilidade em meio às correntes marítimas e a capacidade de fazer
diferentes movimentos em todos os sentidos. O objetivo é que o Submarino de
Avaliação Brasileiro Automatizado (SAMBA) tenha um custo final abaixo de R$ 300
mil.
Grande Empresa: Fotosensores
Educar, prevenir acidentes e proteger vidas no trânsito são as principais funções dos
produtos desenvolvidos pela cearense Fotosensores. Incubada de 1993 a 1995, no
Parque de Desenvolvimento Tecnológico (PADETEC) da Universidade Federal do
Ceará, a empresa é hoje a maior da América Latina no segmento semafórico. No ano
passado, investiu 9% dos cerca de R$ 25 milhões faturados em pesquisa e
desenvolvimento.
Pioneira no Brasil na fiscalização eletrônica de infrações cometidas nos semáforos,
como parada sobre a faixa de pedestres e excesso de velocidade, hoje a
Fotosensores especializa-se também em criar soluções voltadas ao gerenciamento do
trânsito.A solução completa, o MoniTran, é composta por 15 produtos, que podem
ser comercializados individualmente. O FotoGestão é um deles. Através do software,
órgãos de trânsito conseguem fazer o levantamento de todas as informações de um
veículo infrator. Outro exemplo é o FotoTalão, que substitui os blocos de papel
usados por agentes de trânsito para registrar as ocorrências. A solução facilita
armazenamento e o processamento de dados.
Em 1996, foram instalados 56 equipamentos nas ruas de Fortaleza. Naquele ano,
foram registradas 148.322 infrações. Em 2002, com 91 fotossensores instalados,
este número caiu 35%, totalizando 51.859 infrações. Recife, Aracaju, Florianópolis,
Blumenau, Natal e João Pessoa são algumas cidades que já adotaram a solução da
Fotosensores.
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