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Softbol, mais que um esporte, uma família.
Samy D. X. Silva 1
Resumo: O softbol não é, definitivamente, um esporte que se destaca pela conquista de
títulos ou sucesso popular no Brasil. Também não se pode dizer que ele mostra um
crescimento significativo no país. Mas ao contrário de muitos outros, possui praticantes
fiéis que se organizam reúnem periodicamente para praticá-lo amistosamente ou em
campeonatos. Justamente por isso, não se encontra um jogo de softbol em qualquer rua
ou campo brasileiro. Mas essa organização e relacionamento mais aproximado faz da
prática mais do que um esporte, e também uma convivência familiar só encontrada entre
os praticantes do softbol no Brasil. A melhor forma de exibir as emoções encontradas
nas partidas de softbol é com imagens que possam mostrar que mesmo precários e
simples, os campos onde jovens e adultos praticam o esporte são um lugar muito
significativo para as famílias que os freqüentam. Além disso, o uso das imagens são
absolutamente necessárias para retratar o esporte que sequer tem sua estética conhecida
pelos brasileiros.
Palavras Chave: Softbol; Beisebol; olímpiada.
Introdução
1. A História do Beisebol
A origem do Beisebol ainda é muito discutida, mas estudos e um certo consenso
de historiadores apontam a sua origem nos esportes ingleses de taco, como o críquete.
Estima-se que tenha surgido nos EUA no século XVIII, quando imigrantes ingleses
praticavam críquete nas cidades de Boston e Nova Iorque. Dessa modalidade surgiu
uma versão simplificada, chamada de “rounders”.
“A primeira referência de algo relacionado ao esporte que se tem conhecimento
data de 1744, numa publicação britânica chamada “A Little Pretty Pocket-Book”, que,
através de rimas, descreve um campo com características semelhantes as do beisebol,
tendo o que seria o “infield” em formato triangular e postes no lugar das bases.” (Ward,
Goffrey C., Bruns, Ken Baseball an Illustrated History cap 01 pag. 10).
Uma das diferenças entre o rounders e o beisebol era a quantidade de bases. O
primeiro tinha apenas duas bases, mas o mesmo objetivo de rebater a bola longe o
suficiente para percorrê-las antes de o adversário retomar a bola.
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1-Samy Diogo Xavier Silva, estudante de jornalismo, editor e produtor na ESPN Brasil, com passagem pela Rede Bandeirantes de Televisão
e RedeTv. Email: [email protected] . Artigo produzido sob a orientação do Prof.Adolpho Queiroz, FIAM-FAAM,2012
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Em Nova Iorque é que a prática ganhou quatro bases, e os times se alternavam
entre defesa e ataque. Os pontos eram chamados de “aces” e contados a cada rebatedor
eliminado. A equipe que atingisse 21 aces era a vencedora.
“A parir de 1800, o taco de cricket foi sendo substituído pelo taco arredondado,
luvas almofadadas e equipamentos de segurança passaram a ser utilizados.” (Ward,
Goffrey C., Bruns, Ken Baseball an Illustrated History cap 01 pag. 35).
Dessa maneira, o jogo acabou tendo suas regras moldadas e definidas em 1845, quando
um bombeiro – Alexander Cartwright – comandou a criação dos novos códigos do jogo,
que mais tarde serviriam de base para as regras do beisebol que conhecemos hoje.
Além dessa versão, existe outra origem muito debatida e criticada por
historiadores. Em 1907, foi criada uma comissão nos EUA para tentar definir a
verdadeira origem beisebol. Após um ano de estudos, ficou concluído que o jogo foi
inventado em 1839 na cidade de Cooperstown, em Nova Iorque, por Abner Doubleday.
Mas independentemente de sua origem, em 1920 foi criada a Major League
Baseball (MLB), que hoje é a maior entidade profissional do esporte, comandando as
maiores ligas dos EUA. É essa a instituição responsável pela contratação de arbitragem,
negociação de marketing, acordos com TV e as regras trabalhistas.
Dentre todos os times que competem nas ligas da MLB, o New York Yankees se
destaca como maior campeão de todos os tempos (27 títulos) e uma das equipes
esportivas (incluindo todos os esportes) mais ricas do mundo.
1.1 História do Softbol
O softbol surgiu como uma variação do Beisebol. Assim como o futsal, a falta
de condições adequadas em um campo levou jogadores a praticar seu esporte numa
quadra.
Nesse caso, no Dia de Ação de Graças de 1887, um jornalista de Chicago
chamado George Hancock estava com alunos universitários aguardando o resultado de
uma partida de futebol americano, quando numa brincadeira um estudante atirou uma
luva de boxe em direção a um colega. A luva foi rebatida por um taco, como numa
partida de Beisebol.
A partir de então, ficaram motivados por achar essa uma maneira mais fácil de
se jogar Beisebol. Uma bola maior e mais macia, daí o nome “soft” (macio, em inglês),
e dimensões menores (a de uma quadra), transformaram o Beisebol num esporte
“indoor”.
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O próprio Hancock criou as primeiras regras para o jogo, que excluíam a
obrigatoriedade da luva e capacete, mas que incluía joelheiras como acessório
obrigatório, uma vez que o solo das quadras é muito mais duro.
Essa prática cresceu de forma desordenada, pois cada região mantinha regras
diferentes para o jogo. Em Minneapolis, Estados Unidos, oficiais de um corpo de
bombeiros praticavam um jogo muito semelhante, denominado “kitten ball”. Uma das
poucas diferenças é que era um esporte “outdoor”.
Portanto, em 1926, após um encontro sediado em Chicago, foram denominados
regras específicas e um nome padronizado. Apesar de uma certa dificuldade para que
essas novas medidas fossem reconhecidas e utilizadas em todo país, finalmente em
1932, o softbol foi oficializado num novo encontro realizado em Chicago, o “National
Recreation Congress”.
No ano seguinte, a cidade recebeu um torneio que envolveu mais de 50 equipes,
masculinas e femininas. Em razão desse evento surgiu a “Amateur Softbol Association”
(ASA), que até hoje é reguladora do esporte.
Outra grande associação que surgiu quase que simultaneamente foi a
“International Joint Rules Committee on Softbol” (JRC), já de nível internacional, mas
extinta em 1980.
Em 1951 outro acontecimento importante para a popularização dessa prática foi
a Primeira Semana Nacional de Softbol, que ocorreu de 22 de a 28 de Julho.
No ano de 1952 foi realizada a primeira reunião da “International Softbol
Association” (ISF), que assumiu o controle da organização de torneios internacionais e
definiu como meta a inclusão do esporte nos Jogos Olímpicos.
Mesmo assim, esse objetivo só foi conquistado 44 anos depois, nas Olimpíadas
de 1996, em Atlanta, nos Estados Unidos. E pode-se afirmar que a presença do esporte
nos Jogos foi bem curta, pois sua última realização foi em Pequim, 2008. Houve
competição nos Jogos Panamericanos de Guadalajara ainda nesse ano de 2011, mas os
atletas de softbol não participarão dos Jogos de Londres em 2012.
Portanto a competição mais importante de softbol é o Campeonato Mundial, cuja
primeira edição foi feminina, em 1965. A masculina ocorreu um ano mais tarde, no
México. Outras modalidades do esporte também ganharam torneios internacionais,
como a de juniores, tanto masculino e feminino em 1981. Em 87, a modalidade de
arremesso lento também ganhou uma competição internacional.
Hoje o esporte é consolidado também como uma espécie de preparação para a
prática de Beisebol. Assim como o futsal prepara muitos jogadores para o futebol de
campo, o softbol acaba sendo uma escola para que crianças se tornem mais tarde
profissionais do Beisebol.
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1.2 Softbol no Brasil
Apesar da Federação Paulista carregar junto com o beisebol o termo softbol
desde 1946, (ou seja, há aproximadamente 65 anos) o softbol só passou a ser praticado
com mais intensidade a partir da década de 70 aqui em terras brasileiras, principalmente
pelas mulheres. Isso porque segundo relatos do Diário Nippak existiam muitos
preconceitos a respeito dessa modalidade esportiva e ainda mais quanto às mulheres
praticarem um esporte com características masculinas. Mesmo com todas as restrições,
aos poucos as meninas que acompanhavam os treinos de beisebol começaram a brincar
junto com os meninos.
Em 1973 quando aconteceu o 1º Campeonato Brasileiro de Beisebol Mirim,
mesmo estando proibida a participação de atletas de sexos diferentes na mesma
competição, tolerou-se a participação delas. Além de dar um charme a mais para a
competição, muitas mostram bastante intimidade tanto que o primeiro “home run” do
torneio foi batido pela jogadora Helena Kamaya do Universo. Nessa mesma competição
participaram meninas na equipe do Coopercotia.
Essas mulheres eram ninguém menos que as mães, filhas e/ou irmãs dos homens
que jogavam. Elas iam aos campos de beisebol apenas como acompanhantes e
torcedoras. A posição que elas ocupavam era em outro campo, o da culinária. Até que
um dia resolveram largar os talheres e sair da cozinha para trocá-los pelos tacos, bolas e
atuar no campo de areia.
Clubes:
Entre os clubes pioneiros em São Paulo estão: Coopercotia, São Paulo,
Anhanguera, Gigantes, Ipiranga, Osasco, Kodama e União Assahi (Santo André). No
interior do estado, os pioneiros foram Aliança, Mirandópolis, Araçatuba,
Junqueirópolis, vindo depois Pacaembu e Pereira Barreto. No Paraná, a formação de
clubes iniciou-se por Curitiba, onde se formaram várias equipes.
Regras:
Até a década de 70, no Brasil, praticava-se o softbol na modalidade lento e com
10 jogadoras em campo. No entanto, em 1980, após jogos amistosos no Uruguai, as
jogadoras conheceram o lançamento rápido que posteriormente foi adotado por todos os
times.
Primeiros Times:
Foi no início dos anos 70 que a primeira equipe feminina de softbol nasceu no
São Paulo Beisebol Clube. O criador desse time foi o senhor Kunio Kuwabara. Ele
contava somente com a Escola Graduada do Morumbi para fazer parceria em jogos.
Mas em 1973 as coisas começaram a mudar. O senhor Fabio Lazari, então secretário
Municipal de Esportes, introduziu o softbol na olimpíada Infanto Juvenil da Cidade de
São Paulo, marcando dessa forma a primeira participação do esporte em uma
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competição oficial. Graças ao regulamento da competição, que obrigava a participação
mínima de três equipes em cada modalidade esportiva, nessa ocasião existiam somente
duas equipes de softbol: São Paulo e a Escola Graduada. Sendo assim formou-se a
equipe do Coopercotia que era comandada pelo Sr. Sussumu Endo, que se iniciou entre
seus familiares.
O evento ocorria costumeiramente no mês de maio e a cerimônia de abertura era
feita com o desfile de todas as delegações na Av. São João. Após o desfile as atletas
dirigiam-se para o Estádio Municipal Mie Nishi, no bairro do Bom Retiro.
Campeonatos:
O ano era 1981 quando pela primeira vez no país realizou-se o Campeonato
Brasileiro Interclubes de Softbol Feminino Adulto, no qual a equipe do Coopercotia
sagrou-se campeã e o time Bastos vice. Foi a partir daí que vieram surgindo mais e mais
equipes com jogadoras de diversas faixas etárias.
Hoje no Brasil temos campeonatos para todas as faixas etárias na categoria
feminina:
Campeonato Brasileiro Interclubes de Softbol Feminino Adulto - início 1981.
Campeonato Brasileiro Interseleções de Softbol Feminino Adulto - início 1987.
Campeonato Brasileiro Interclubes de Softbol Feminino Juvenil - início 1989.
Campeonato Brasileiro Interclubes de Softbol Feminino Júnior - início 1989.
Campeonato Brasileiro Interclubes de Softbol Feminino Infantil - início 1991.
Campeonato Brasileiro Interseleções de Softbol Feminino Juvenil - início 1995.
Campeonato Brasileiro Interclubes de Softbol Feminino Mirim - início 1996.
Evolução:
O soft nacional passou um período sem contatos internacionais (1987 – 1992),
consequentemente não obteve nenhuma evolução marcante em termos técnicos. Mas em
meados de 92 com a vinda das jogadoras Peruanas foi que os dirigentes tomaram
consciência da estagnação técnica do softbol brasileiro. Desse momento em diante a
CBBS convidou a Federação Japonesa de Softbol para participar de jogos amistosos no
Brasil a fim de trazer o ensinamento de novas técnicas aplicadas em termos mundiais. O
convite foi prontamente aceito e a Seleção Universitária do Japão (dirigida pela
professora Yoshino, ex-técnica da Seleção Olímpica do Japão) passou a frequentar o
nosso país.
Como era de se esperar os jogos não tiveram resultados muito agradáveis para a
seleção brasileira. O grande problema das nossas jogadoras é que elas eram treinadas
jogando beisebol, pois por aqui nunca tivemos especialistas no softbol. Só foi possível
desenvolver-se razoavelmente com o auxílio de uma especialista, a professora Yoshino,
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que tinha pleno conhecimento de técnicas e jogadas do esporte. Segundo ela, nossas
jogadoras se desenvolveriam facilmente pois eram flexíveis e ágeis. A partir daí a
professora assumiu o compromisso de nos ajudar. A treinadora japonesa indicou
professoras de sua confiança para treinar as nossas meninas. Ako Okumura e Kumi
Furuta desembarcaram por aqui em maio de 94, as professoras eram formadas pela
Tokyo Women’s Physical Education University e inicialmente permaneceriam por um
período de dez meses no Brasil. Contudo, ficaram por quase dois anos.
Graças à ajuda da Professora Yoshino e ao empenho da CBBS em desenvolver
o nosso softbol que evoluímos de tal maneira que estamos conquistando títulos SulAmericanos, chegando já a conquista do sexto título Sul-Americano de Softbol
Feminino na categoria Júnior (sub 17).
Com o visível desenvolvimento técnico das atletas, constatou-se outro problema:
a falta de nível dos árbitros, que estavam muito aquém das nossas necessidades, uma
vez que estes eram árbitros de Beisebol que desconheciam as regras e a mecânica de
atuação em softbol. Para atender a essa necessidade, a CBBS trouxe para o Brasil a
árbitro internacional e arremessadora da equipe cubana Maritza Calzadila, que ajudou a
desenvolver as técnicas da arbitragem no soft. Mais tarde aconteceu a clínica de
arbitragem com árbitros enviados pela Federação Internacional de Softbol (FIS). Hoje já
temos onze árbitros credenciados pela Fis que foram feitos para atender as necessidades
da realização do Panamericano do Rio em 2007.
Há alguns anos temos recebido anualmente jogadores de softbol da Universidade
Waseda do Japão para ministrar as chamadas clinicas de técnicas para as nossas
jogadoras e treinadores.
Panamericano do Rio
Durante a preparação dos Jogos de 2007 tivemos a presença também do
professor da Universidade Waseda sr. Tadashi Yoshimura que por sua vez levou duas
arremessadoras e o preparador físico da seleção para a Universidade no Japão, a fim de
contribuir no preparo para os jogos do Pan 2007. Esse foi mais um salto qualitativo que
o softbol brasileiro conquistou.
Atualmente
Hoje existem em caráter de lazer a pratica do softbol dos veteranos e misto para
os jovens e universitários. Os eventos tradicionais tem atraído cada vez mais dezenas de
equipes para participar dessas competições. Mas infelizmente, existe uma diminuição de
praticantes e como consequência disso o desaparecimento de equipes tradicionais de
soft. Essa mesma diminuição é observada no Beisebol.
Por outro lado, visando atrair praticantes de Beisebol e softbol, está sendo criado
um projeto de introduzir o Tebol nas escolas fundamentais. Essa é uma modalidade
voltada para as crianças de até dez anos como introdução ao Beisebol e soft. Esse
esporte é praticado com bola macia, em quadras esportivas (indoor), sem a necessidade
de apetrechos de proteção como luva, capacete, máscara, e ainda sem arremessador
porque bate-se em bola parada sobre o suporte que é chamado de “Tee”. No Japão essa
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modalidade é praticada em todas as escolas de ensino fundamental como uma atividade
de aulas de educação física. No mundo existem três correntes de disseminação dessa
modalidade, uma comandada pela Austrália e Nova Zelândia, outra pelos Estados
Unidos e Canadá e a última centralizada no Japão.
Hoje uma das grandes dificuldades do Beisebol assim como o softbol é que esses
esportes deixaram de ser modalidades olímpicas, ou seja, deixaram de receber ajuda
oficial para a Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol desenvolver a prática dessa
modalidades.
1.3 Softbol no mundo
O Softbol é jogado em mais de cem países do mundo, e sua entidade máxima
(Federação Internacional de Softbol) possui 113 países membros.
Um dos países onde o softbol é mais popular e reconhecido é o Japão, onde o
esporte é praticado em todas as suas modalidades. Um dos maiores incentivos que o
jogo recebe é a sua presença em praticamente todas faculdades e escolas do país, que
possuem programas que incluem competições. Esses incentivos refletiram na conquista
da medalha de ouro nas Olimpíadas de Pequim, em 2008.
Mesmo assim, os japoneses ainda não superaram a popularidade do esporte e
nem os títulos conquistados pelo país que criou essa vertente do Beisebol. O softbol não
é o esporte mais popular nos EUA, mas pode-se dizer que nenhum outro esporte é
praticado por tantas pessoas. Estima-se que 40 milhões de americanos jogam ao menos
uma partida de soft por ano.
Entre seus praticantes mais habituais estão sócios de clubes ou membros de
organizações formadas por bares. Essas equipes participam de campeonatos
popularmente conhecidos como “beer-league softbol” (numa tradução literal, “liga
cerveja de softbol). Neles participam não só equipes masculinas e femininas de todas as
idades, mas também times mistos.
Outro país em que o soft tem ganho popularidade é a China. Esse crescimento se
dá principalmente à medalha de prata nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996. Hoje o
esporte é praticado assim como no Japão, presente em escolas e universidades, o que fez
com que os chineses tenham se tornado uma das potências mundiais no esporte.
Na Austrália há não só grande presença do esporte nas organizações
educacionais, mas também em equipes profissionais que tornam o softbol australiano
muito técnico.
1.4 Beisebol e softbol excluídos do programa Olímpico
Em 2005, o COI (Comitê Olímpico Internacional), decidiu pela exclusão do
Softbol e do Beisebol do programa dos Jogos Olímpicos a partir da edição de Londres
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2012. Uma decisão de caráter histórico, sendo que, desde 1936, uma modalidade não
era retirada do programa olímpico, quando o pólo sobre cavalos foi excluído.
“No início, soou como um boato de Internet ridículo. Softbol e
Beisebol, dois esportes feitos nos Estados Unidos, dois dos
esportes mais conhecidos na terra, foram expulsos dos Jogos
Olímpicos.” (BRENAN, Cristine ,USA TODAY, 13 de setembro de
2005)
Para se manter no programa cada esporte deveria obter 50% mais um dos votos
da Sessão do COI. Atendendo ao apelo das Federações Internacionais, o Comitê não
divulgou o resultado da votação que eliminou o beisebol e o softbol.
O Beisebol havia se tornado esporte olímpico em 1992, mas o evento não
contava com os atletas da MLB (Major League Beisebol), liga profissional norte
americana, que conta com os principais atletas da modalidade.
Esse fato foi um dos motivos que pesaram na exclusão do esporte. Outro fator
preponderante foram os recentes escândalos de jogadores de Beisebol envolvidos em
casos de doping.
Quem também lamentou o fato foi a comunidade internacional do softbol, que
também está nas Olimpíadas desde 1996. A principal alegação é de que o softbol não
tem apelo global. A época, Don Porter, presidente da federação norte-americana
declarou: "Pensávamos que tínhamos o apoio do COI. Mas obviamente estávamos
enganados".
Os números de participação mundial também foram um fator contra o softbol.
Apenas 56% dos países filiados ao COI possuem federações da modalidade. Por sua
vez, o Beisebol é o que possui menor número (51%).
1.4.1 – Escândalos de doping
Apesar do número de federações de Beisebol ser pequeno, o principal motivo
para a exclusão do esporte dos Jogos Olímpicos foram os escândalos de doping que
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estouraram em 2004, onde as autoridades norte-americanas tiveram que realizar
intervenções na MLB (Liga profissional dos Estados Unidos).
Na ocasião, o presidente do COI, Jacques Roge, fez duras críticas ao sistema de
controle antidoping realizado pela liga norte-americana. Ele ainda declarou que as
Olimpíadas querem os melhores atletas e o esporte praticado de maneira limpa.
1.4.2 – A última participação nos Jogos de Pequim
Esperava-se que a última participação e do softbol nas Olimpíadas de Pequim
2008 tivesse o domínio das potências que dominaram o esporte nos últimos anos.
Duas potências asiáticas faturaram a medalha de ouro. No Beisebol, o Japão
bateu Cuba na final e ficou com a primeira colocação. Já no softbol, a Coreia do Sul
surpreendeu o favoritismo dos Estados Unidos e, justamente na despedida das disputas
dos Jogos, levou a medalha de ouro.
Considerações Finais
Através do estudo das bases do esporte e sua prática é possível concluir que no Brasil
esse esporte é envolve mais que apenas a questão do jogar, vai mais além, abordando
conceitos como família, amizade e agora estudos. Com a nova investida do esporte, hoje
as atletas estão conquistando as universidades americanas, ganhando bolsas de estudos e
se destacando na terra-mãe desse esporte.
E com a saída do esporte do plano olímpico, não só o Brasil, mas praticantes e
delegações do mundo inteiro perderam com isso. Os investimentos que já eram escassos
estão ainda mais difíceis de conseguir, pois muitas empresas e investidores visavam à
exposição nos jogos olímpicos.
Referências Bibliográficas e Webgráfia:
www.olympic.org
www.asasoftball.com
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www.internationalsoftball.com
www.isasoftball.com
http://www.usatoday.com/sports/columnist/brennan/2005-07-13-olympicmistake_x.htm
http://esporte.uol.com.br/outros/ultimas/2005/07/08/ult807u779.jhtm
http://www.karateca.net/forum/geral/t564/?wap2
http://Baseballportugal.blogspot.com/2005/07/as-razes-pela-excluso-doBaseball-dos.html
http://www.shefarol.com.br/turmant/paulo/regras.html
Baseball an Illustrated History - Geoffrey C. Ward and Ken Burns - 1994
Editora Knopf
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Softbol, mais que um esporte, uma família.