INSTRUÇÕES BÁSICAS PARA A MONTAGEM DE UM MODELO DE AVIÃO
INSTRUÇÕES BÁSICAS PARA A MONTAGEM DE UM MODELO DE AVIÃO
Por Reinaldo V. Theodoro e Cláudio B. L. Pinto
A Home Page do SOMNIUM foi criticada por lançar matérias próprias para "especialistas", "desprezando", por assim dizer, os "iniciantes". Aceitamos a crítica. Assim, essa matéria sobre plastimodelismo será especial para os iniciantes (e
para os veteranos, serve para descobrir se não
esqueceram de alguma coisa). Para ilustrá-la,
faremos uso de um P-51 Mustang 1/32 da Revell.
O ferramental necessário para empreender a
montagem de um modelo de avião é o elementar:
estilete, espátula, lixa e pregadores. As ferramentas devem ser manuseadas com firmeza e suavidade e a massa e o material adesivo devem aplicar-se com sentido estético, sempre na quantidade adequada para não prejudicar outras fases do
trabalho de montagem e não estragar detalhes
modelados sobre as peças.
Em primeiro lugar, antes de começar a separar as
peças da árvore, deve-se estudar calmamente as
instruções de montagem e sua apresentação.
Começa-se pelas asas ou pela fuselagem, pois
são as partes vitais de qualquer kit de avião.
Com o estilete, separa-se a parte inferior das
asas. Eliminam-se as arestas do plástico com um
lixa ou lima bem fina (o ideal é a lixa de unha); o
mesmo deve ser feito com as peças que formam
as metades superiores. Para unir essas metades,
cujos bordos de saída são bastante finos, é melhor utilizar pouca quantidade de cola, evitando
que essa área do modelo amoleça e se deforme.
Os principais componentes do kit, já cuidadosamente separados das árvores.
Pregadores são utilizados durante a secagem e
são especialmente úteis para unir corretamente
peças por acaso deformadas ou que sejam difíceis de colar sem apoio. Existe uma infinidade de
tipos de pregadores no mercado e é bom você ter
sempre um pouco de vários tipos.
É indispensável que as peças se mantenham
fixas para evitar o aparecimento de falhas e para
assegurar o nivelamento da colagem dos elementos. Por isso, aconselha-se também o seu empre-
go mesmo que a união das peças não aparente
qualquer incorreção.
Observe se a pressão dos pregadores sobre as
peças não é excessiva, para não forçar a superfície do plástico; nas zonas de contato entre o plástico e os pregadores, é conveniente aplicar-se
pedaços de papelão ou de camurça para evitar
arranhões e marcas.
As metades das asas firmemente fixadas com o
auxílio de pregadores de roupa comuns.
O tempo mínimo de secagem estima-se em vinte
minutos; antes desse tempo é inconveniente retirar os elementos da fixação. Transcorrido o tempo, pode-se soltar os pregadores e manusear a
peça, embora com atenção e cuidado.
As bordas de ataque e de saída das asas normalmente são demasiado finas para a aplicação
de massa; impedem também que se descubra e
se corrija a tempo possíveis deficiências na união
entre as peças. Para descobri-las, pode aplicar-se
uma demão de tinta ao longo da junção, ou de
massa amolecida com acetona, com um pincel de
cerdas duras destinado a este único fim.
O líquido para diluir ou amolecer a massa, como
a acetona ou o solvente de esmalte, costuma ser
bastante abrasivo, mas sua evaporação é quase
imediata; por isto, seu emprego equilibrado não
produzirá danos sobre o plástico. Além disso, o
tempo de secagem da massa reduz-se consideravelmente, permitindo a aplicação da quantidade
necessária e suficiente.
Para lixar as bordas retilíneas, colamos a folha de
lixa sobre um pedaço de madeira ou de metal. É
indispensável que o conjunto fique lixado por
igual para não enfeiar o resultado e obter formas
corretas, mantendo a fidelidade ao modelo original. Uma primeira passagem com uma lixa média
elimina as sobras nas bordas e as arestas das
peças, mas não consegue dar lisura completa à
superfície; por isto, a seguir, usa-se uma lixa bem
fina para polir o plástico e caprichar na finalização. Nas pontas das asas pode-se empregar a
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lixa diretamente e moldar a forma correta das
curvas.
Lixando os bordos das asas. Essa tarefa requer
muito cuidado para evitar deformações ou perda
de detalhes.
A fuselagem deve ser tratada com a maior atenção. Ao separar as peças da árvore, eliminam-se
as arestas maiores do molde da maneira mais
exata possível, mas sem chegar a atingir a superfície do plástico. Antes de unir as metades, devese colar e montar sobre uma delas as peças que
compõem o interior da cabine. O conjunto é formado em geral por uma armação para o assento,
os comandos e o painel de instrumentos. Os interiores devem ser pintados antes de prosseguir a
montagem.
O interior da fuselagem tem que ser pintada antes de se unir as suas metades, pois essa tarefa
será impossível depois disso.
Deve aplicar-se adesivo nos orifícios situados ao
longo de ambas as metades. É também muito
prático acrescentar a esta primeira fixação uma
capa espessa de massa entre as emendas.
Os pregadores devem adaptar-se à curvatura das
peças e, ao aplicá-los, protegemos a superfície
do plástico com protetores que amorteçam a sua
pressão.
Pode empregar-se também elásticos (de dinheiro), que podem ser utilizados em maquetes maiores que requerem a existência de vários pontos
de fixação.
Mais uma vez fazemos uso de pregadores, agora para fixar as metades da fuselagem. Pode-se trabalhar outros elementos enquanto se
espera a secagem da cola, como o trem de
pouso e a hélice.
A massa sempre deve ser aplicada com atenção.
Espalha-se uma camada sem estar amolecida
sobre as grandes superfícies, isto é, a parte inferior da fuselagem, a carenagem do motor e a
parte superior.
Utilizamos a massa misturada com acetona na
zona superior da fuselagem, no encaixe com a
cabine e sobre o perfil do leme de cauda. Uma
espátula pequena, plana e flexível, ajuda a deixar
a massa bem distribuída. Deve-se ter em conta
que diversos detalhes ficarão danificados com a
passagem da lixa e deverão ser assinalados depois com um estilete. Os pequenos orifícios das
antenas ou os dos canhões provavelmente ficarão tampados, porém, podem ser refeitas sem
maiores problemas com alfinetes ou brocas bem
fininhas.
A passagem da lixa deve realizar-se calmamente,
por partes, porque qualquer erro, tanto no emprego inadequado do tipo da lixa, como na forma
como a lixa é utilizada, pode desvirtuar a forma
exata do avião.
O perfil de um modelo está cheio de pequenas
curvas e zonas em ângulo que ajudam a oferecer
as proporções exatas do modelo que a maquete
reproduz. Se compararmos nosso kit com a máquina verdadeira, poderemos apreciar melhor as
sutilezas da forma e as suas medidas.
Também não convém lixar tudo de uma só vez e
é melhor ir experimentando se estamos no caminho certo, dando ao modelo a sua personalidade
correta. Deve-se tentar manter a lixa sempre perpendicular às peças e mover a mão de forma que
a lixa atinja apenas a zona que interessa. Parece
fácil lixar, e de fato o é; porém, muitos modelistas
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estragam maquetes por não dar a isto a atenção
merecida.
As partes ocas, as entradas de ar, etc., devem
ser aparadas com limas finas de diversos formatos para se adaptarem com precisão a qualquer
detalhe.
As limas tem diferentes seções que devem ser
bem aproveitadas para dar forma a inúmeras
peças utilizáveis. As limas de seção plana ou
quadrangular podem apurar os ângulos formados
na cabine e as de seção curva ou redonda para
afinar a entrada dos motores, as tomadas de ar e
as bocas dos canhões. Seu poder abrasivo é
muito maior do que o da lixa e por isso devem ser
utilizadas com precaução. Por vezes, uma peça
excessivamente limada pode inutilizar todo o
trabalho. Afina-se definitivamente o conjunto das
asas antes trabalhado para preparar-se a sua
união com o restante do modelo.
A união do conjunto das asas com a fuselagem é
a operação mais importante de toda a montagem.
As emendas inferiores das asas ficam aparecendo ao longo em ambos os lados e as emendas
superiores situam-se na base do avião. A colagem deve abranger toda a zona de ligação das
peças e, às vezes, será necessário introduzir uma
tira de plástico para reforçar a ligação. Acrescenta-se, a seguir, o capô das metralhadoras, a carenagem dianteira e o aro frontal do motor.
curvas, onde a massa também deve ser aplicada,
garantindo a firmeza da ligação.
Os painéis do leme da cauda são peças finas e
moldadas geralmente em um só elemento para
cada face. As arestas do molde devem ser removidas primeiro ao longo de todo o perfil e depois
rebaixando e afinando as bordas. Ao serem colados à fuselagem, temos que prestar atenção para
dar-lhes a inclinação correta, ajustando-os ao
plano do aparelho. Encontrada a posição, podem
ficar pousados num apoio ou numa base qualquer
para não cair enquanto a cola seca. Sobre o leme
da cauda, devemos aplicar massa em pequena
quantidade, porque ao lixar depois poderíamos
quebrá-lo ou descolá-lo.
O modelo pronto para ser pintado. É recomendável que o trem de pouso e a hélice sejam pintadas
separadamente antes da sua fixação ao modelo
(mas aqui é apenas para ilustração).
O modelo já com as asas fixadas à fuselagem,
etapa cercada de cuidados.
A massa pode ser aplicada de várias maneiras,
contanto que seja a mais exata possível. Espalhase com uma espátula a primeira camada com a
massa normal; deixamos que ela seque totalmente, lixamos com uma lixa média e depois aplica-se
outra camada, desta vez amolecida, tentando que
a operação seja eficaz ao obter efeito idêntico em
todas as emendas. Na parte inferior do modelo,
devem lixar-se as emendas sobre superfícies
As principais partes do modelo estão assim acabadas e, portanto podemos passar à colagem da
cobertura móvel da cabine.
Em todos os modelos, existe certa quantidade de
pequenos componentes de montagem opcional e
que não costumam receber dos modelistas a
atenção merecida. Estas pequenas peças costumam ser frágeis e, portanto, devemos separá-las
da grade com especial cuidado.
As bombas e os tanques extras apresentam em
geral a seção circular e o perfil ovalado. Ao lixar
as arestas ou a massa aplicada sobre o molde,
deve ter-se cuidado para não deformar ou quebrar suas partes.
Os trens de aterrisagem contam com três elementos básicos: o eixo (ou pé) do trem, as rodas e o
salão. Em escalas pequenas não costumam ser
muito detalhadas. Para eliminar as arestas, é
melhor raspar com a ponta de um estilete, ou
limar isoladamente cada seção da peça, porque
costuma ter diferente espessura ao longo do seu
corpo.
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As rodas devem ser limadas de maneira que não
percam sua forma circular perfeita.
As portas do salão devem ser lixadas pela face
externa ou interna, dependendo daquela que
tenha sido melhor detalhada. Na verdade, são
simples chapas planas ou curvadas e no modelo
terão aspecto mais real se forem limadas até ser
obtida uma fina folha de plástico.
Os elementos que reproduzem o sistema móvel
do trem costumam apresentar-se nos kits como
pequenos batentes ou forquilhas, com função
também de reforço e de detalhamento da peça.
Os suportes das bombas também devem ser
limados e sua junção ao resto do modelo deve
ser cuidadosa. Costumam ter um ou dois pivôs
que se encaixam em orifícios por vezes um pouco
grandes demais. Aplica-se massa nesses pontos
até cobrir bem os vazios.
A hélice deve ser tratada sempre com cuidado.
Primeiro, obtém-se sua forma correta com a lixa;
depois, afina-se, insistindo nos extremos das pás
e deixando-a mais grossa na sua base, na região
da união da pá com o cubo.
O conjunto que forma o trem de aterrisagem pode
ser colado ao resto do modelo ou então, para
maior comodidade, pode se esperar e pintá-lo
isoladamente (isto é mais recomendável). Quando for colado ao kit, deve-se ter cuidado para que
os elementos se apóiem por igual de ambos as
lados.
As peças transparentes devem ser coladas com
cola branca. Isto evita riscos desnecessários sobre peças muito delicadas e insubstituíveis.
O conjunto hélice e aro do motor é preferível que
fique também à parte para serem decorados com
mais comodidade e pintados com atenção nas
suas zonas visíveis. As antenas, canhões e tubos
podem ser facilmente construídos aquecendo as
varetas de plástico do kit e esticando ao calor. As
antenas também podem ser feitas de agulhas ou
varinhas de metal, evitando assim que se quebrem continuamente. Os canhões poderão ser
construídos com pequenas varas metálicas ocas,
ou fazendo um pequeno orifício com uma broca
fina numa varinha de plástico.
Os fios das antenas também podem ser obtidos
com plástico bem esticado formando fios. O emprego de algum material modelado na cor cinza
metálico evita ter que pintar componentes tão
pequenos.
Antes de começar a pintura da maquete, deve
fazer-se um exame minucioso de todas as operações realizadas, observando bem o modelo para
descobrir as pequenas imperfeições e incorreções ainda não detectadas.
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