UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS RAMON CESCONETTO SILVEIRA ANÁLISE DE MERCADO DO SETOR DE AUTOPEÇAS E DE UMA EMPRESA AUTOMOTIVA DA REGIÃO DE JOINVILLE JOINVILLE - SC 2010 2 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS RAMON CESCONETTO SILVEIRA ANÁLISE DE MERCADO DO SETOR DE AUTOPEÇAS E DE UMA EMPRESA AUTOMOTIVA DA REGIÃO DE JOINVILLE Trabalho de Graduação apresentado à Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro de Produção e Sistemas. Orientador: Dr. Fernando Natal de Pretto JOINVILLE - SC 2010 3 RAMON CESCONETTO SILVEIRA ANÁLISE DE MERCADO DO SETOR DE AUTOPEÇAS E DE UMA EMPRESA AUTOMOTIVA DA REGIÃO DE JOINVILLE Trabalho de Graduação aprovado como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheiro do curso de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade do Estado de Santa Catarina. Banca Examinadora: Orientador: ______________________________________ Dr. Fernando Natal de Pretto Membro: ______________________________________ Dra. Daniela Becker Membro: ______________________________________ Msc. Valdésio Benevenutti Joinville, data (18/11/2010) 4 AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus, que se fez presente neste meu percurso, e por poder contar com o apoio de todas as pessoas especiais em minha vida que estiveram comigo durante toda a caminhada. Agradeço ao meu pai e minha mãe que me apoiaram em todos os momentos durante a realização deste trabalho. Não mediram esforços para que alcançasse os resultados, sempre me apoiando nos momentos mais difíceis. Agradeço também a minha irmã que soube me aconselhar e me incentivar nos meus estudos. Á minha família, que tudo fizeram por mim, pelo exemplo, amizade e carinho, ajudando na formação de meu caráter. A todos os meus amigos conquistados durante este período de universidade, no qual houve muito companheirismo e amizade, me ajudando assim a atingir meus objetivos. Agradeço também a universidade e os professores que contribuíram no meu aprendizado através da troca de experiências e grande comprometimento com o conhecimento, em especial o professor Régis Kovacs Scalice, que me ajudou em muito em projetos na universidade e o professor Fernando Natal de Pretto, que me auxiliou grandemente como orientador para a execução deste trabalho. E por todos que contribuíram de forma direta e indireta na realização deste trabalho que por ventura não foram mencionados nesses singelos agradecimentos. 5 RAMON CESCONETTO SILVEIRA ANÁLISE DE MERCADO DO SETOR DE AUTOPEÇAS E DE UMA EMPRESA AUTOMOTIVA DA REGIÃO DE JOINVILLE RESUMO Devido às diversas mudanças provenientes do ambiente externo da organização e o constante aumento da competitividade dos concorrentes, é necessário a busca de informações e o monitoramento do mercado para diminuir os riscos e incertezas das decisões estratégicas. O presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo de análise setorial de um segmento de mercado no qual a empresa objeto deste estudo está presente, analisar os concorrentes, identificar a demanda de mercado para alguns produtos e realizar a previsão dos mesmos no período de 2010 a 2014. Assim sendo, este trabalho caracteriza-se por abordar, através do método exploratório descritivo, um estudo da ferramenta de análise setorial para o levantamento de informações relevantes do ambiente na qual a organização está inserida, também como o processo de identificação e análise de concorrentes, e o cálculo da demanda dos produtos da empresa em um determinado período. Por fim, utilizou-se o emprego de técnicas estatísticas para estimar a previsão de mercado para o ano presente e mais quatro anos, fundamentando a evolução do crescimento das previsões em fatos e noticias de ações governamentais. Como resultado deste estudo conseguiu-se identificar o porte das empresas do setor, observar a tendência de aumento de sistemistas e a prática da engenharia simultânea, como também a boa participação de mercado da empresa analisada frente a seus concorrentes, as montadoras mais demandantes nos segmentos de atuação e a perspectivas positivas para os próximos anos através do estudo da previsão da demanda de mercado. PALAVRAS-CHAVE: análise setorial, autopeças, concorrentes, demanda de mercado, previsão. 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1- O macroambiente e o setor de negócios da organização..........................................16 Figura 2- Análise APEA: componentes...................................................................................18 Figura 3- As quatro zonas na matriz SWOT............................................................................18 Figura 4- Distribuição regional das empresas de autopeças....................................................31 Figura 5- Origem do capital das empresas de autopeças.........................................................31 Figura 6- Importação e exportação por estados.......................................................................34 Figura 7- Análise de concorrentes por segmento nacional......................................................38 Figura 8- Análise de concorrentes por produto........................................................................39 Figura 9- Análise de concorrentes por segmento estadual...................................................... 41 Figura 10- Previsão da demanda de mercado para caminhões.................................................45 Figura 11- Previsão de demanda para o mercado de ônibus....................................................45 Figura 12- Previsão de demanda de mercado para reboques e semirreboques.........................46 Figura 13- Previsão de demanda de mercado para tratores e colheitadeiras............................47 7 LISTA DAS TABELAS Tabela1- Evolução do investimento, produção física, empregados e vendas...........................32 Tabela 2- Análise de crescimento do setor de autopeças..........................................................32 Tabela 3- Análise de crescimento das autopeças da Empresa X..............................................33 Tabela 4- Importação e Exportação Brasileira de Autopeças...................................................33 Tabela 5- Faturamento de mercado e grau de nacionalização..................................................34 Tabela 6- Grau de nacionalização das autopeças da Empresa X..............................................35 Tabela 7- Análise de concorrentes a nível nacional..................................................................36 Tabela 8- Análise de concorrentes por produtos.......................................................................37 Tabela 9- Participação da Empresa X e dos principais concorrentes em quantidade...............37 Tabela 10- Localização dos principais concorrentes em números............................................38 Tabela 11- Análise de concorrentes a nível estadual................................................................40 Tabela 12- Participação da Empresa X em quantidade a nível estadual...................................40 Tabela 13-Quantidade de Cubos de roda de caminhões...........................................................41 Tabela 14- Quantidade total de produtos para caminhões........................................................42 Tabela 15- Quantidade de cubos de roda de ônibus..................................................................42 Tabela 16- Quantidade total de produtos para ônibus...............................................................42 Tabela 17- Quantidade de cubos de rodas para reboques e semirreboques..............................43 Tabela 18- Quantidade total de produtos para reboques e semirreboques................................43 Tabela 19- Exemplo de compra com benefícios.......................................................................46 Tabela 20- Investimentos para o setor de construção...............................................................46 8 LISTA DE ABREVIATURAS ABIFA Associação Brasileira de Fundição ANFAVEA Agência Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores ANFIR Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários APEA Avaliação da Posição Estratégica e Ação CAGR Compound Annual Growth Rate (Taxa Média Anual Composta de Composta de Crescimento) FAO Food and Agriculture Organization (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) FENABRAVE Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores FGV Fundação Getúlio Vargas FIPE Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPI Imposto Sobre Produtos Industrializados Ltda Limitada MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior PAC Programa de Aceleração do Crescimento PEST Ambientes Políticos, Econômicos, Sociais e Tecnológicos PIB Produto Interno Bruto PRONAMP Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural S.A Sociedade Anônima Sindipeças Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores SWOT Strenghts, Weaknesses, Opportunities e Threats (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................10 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................13 2.1 ANÁLISE SETORIAL.......................................................................................................13 2.2 ANÁLISE SWOT...............................................................................................................18 2.3 DEMANDA E PREVISÃO DE MERCADO.....................................................................19 2.4 CONCORRENTES.............................................................................................................21 3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO..........................................................................24 4 ANÁLISE DE RESULTADOS...........................................................................................27 4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA...................................................................................27 4.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................................................................27 4.3 HISTÓRICO.......................................................................................................................29 4.4 PERSPECTIVAS................................................................................................................29 4.5 DISTRIBUIÇÃO REGIONAL...........................................................................................30 4.6 GRAU DE CONCENTRAÇÃO ECONÔMICA................................................................31 4.7 ANÁLISE DE CRESCIMENTO POR AUMENTO DE PRODUTIVIDADE..................32 4.7.1 Grau de nacionalização....................................................................................................33 4.8 ANÁLISE SWOT DO SETOR...........................................................................................35 4.9 ANÁLISE DE CONCORRENTES....................................................................................35 4.9.1 Análise de concorrentes a nível nacional.........................................................................35 4.9.1.1 Análise estatística a nível nacional...............................................................................37 4.9.2 Análise de concorrentes a nível estadual.........................................................................39 4.9.2.1 Análise estatística a nível estadual................................................................................40 4.10 DEMANDA DE MERCADO...........................................................................................41 4.11 PREVISÃO DE DEMANDA DE MERCADO................................................................43 5- CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................50 APÊNDICES............................................................................................................................54 10 1 INTRODUÇÃO A quantidade de mudanças que afetam as empresas está criando cenários altamente competitivos e turbulentos, provocando incertezas e ameaças de sobrevivência para algumas delas. Para se prevenirem dos riscos e buscar novas oportunidades de mercado, as empresas devem desenvolver um completo conhecimento e monitoramento do ambiente externo e do mercado (VARGAS; SOUZA, 2001). Segundo Legrain e Magain (1992), a pesquisa de mercado é um instrumento muito útil para as empresas que enfrentam um universo econômico de grande complexidade. Kotler (2000), afirma que a pesquisa de mercado corresponde à elaboração, coleta, análise de dados e descobertas para um determinado segmento que a organização pretende direcionar seus esforços. As organizações devem ser capazes de responder às demandas presentes e futuras do mercado para estarem à frente dos concorrentes. Para isto é necessário um sistema de informações de mercado para gerar diferencial competitivo (GIACOMELLO, 2009). Churchill e Peter (2005), coloca que para alcançar o marketing voltado para a estratégia de valor é necessário compreender clientes e mercados. Então, é necessário pesquisar os clientes, selecionar os segmentos de atuação para determinar os grupos que serão atendidos, ou seja, o mercado-alvo. Para enfrentar o mercado competitivo é necessário muito planejamento e informações consistentes do setor de atuação. Devido às diversas mudanças no mundo dos negócios referentes à tecnologia e fatores econômicos se faz necessário uma análise detalhada do mercado, seja para abrir um estabelecimento ou lançar um novo produto. No mercado de autopeças este fato não é diferente, onde ocorrem fusões, aquisições, joint ventures e programas de governo e legislações que tanto podem aumentar as vendas destes produtos quanto fazer decair. O setor de autopeças caracteriza-se pela heterogeneidade em termos de produtos, tamanho e origem do capital das empresas. De acordo com os níveis de competitividade internacional, na qual estão inseridas as grandes empresas, existem também as pequenas empresas, normalmente de porte familiar e com baixos investimentos em tecnologia, muitas vezes atuando como subcontratadas das grandes autopeças, ou atuando no mercado de reposição com produtos de menor qualidade e preço (CALANDRO, 1993). 11 Para analisar este comportamento de mercado, as pesquisas documentais possuem um papel muito importante, pois permitem estudar as correlações entre uma dada atividade e os indicadores econômicos (LEGRAIN; MAGAIN, 1992). Aaker (2005) afirma que a estratégia de mercado tem potencial para determinar a consideração das escolhas estratégicas, forçar uma visão de longo prazo, tornar visíveis as decisões de alocações de recursos, auxiliar a análise estratégica e a tomada de decisão e ajudar a empresa a lidar com a mudança. O presente trabalho consiste em estudar e levantar dados a respeito do mercado de autopeças no qual está inserida uma empresa automotiva da região de Joinville-SC que será objeto deste trabalho, além de analisar sua participação neste segmento. Devido à alta competitividade do mercado, é necessário a busca constante por inovações e informações referentes ao segmento de atuação para auxiliar na tomada de decisões estratégicas, seja em lançar um novo produto ou abrir um empreendimento. A fim de obter vantagens competitivas algumas empresas realizam análise setorial ou contratam consultorias para realizar estudo de mercado. Apesar de ser um instrumento muito útil para obter informações do setor, ainda é pouco utilizado. Deste modo, o problema deste trabalho consiste em como levantar informações relevantes a respeito do setor de autopeças e estudar o mercado no qual uma empresa automotiva está inserida para auxiliar na tomada de decisões. O objetivo geral do trabalho é realizar estudo e levantamento de dados a respeito do mercado de autopeças e suas potencialidades para uma empresa automotiva da região de Joinville-SC, utilizando a ferramenta de análise setorial. Para esta análise serão apresentados alguns objetivos específicos como apresentada abaixo: • Analisar o comportamento do setor; • Distribuição regional das empresas; • Perspectivas e tendência do segmento; • Participação de mercado da empresa e dos demais concorrentes; • Identificar e analisar os concorrentes; • Analisar a demanda de mercado; • Realizar previsão de mercado para os segmentos da organização; • Descrever os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças do setor. Para atuar no mercado é necessário o bom uso das informações sobre o segmento que atua ou pretende atuar, a fim de minimizar riscos e mapear as oportunidades de sucesso, seja 12 na abertura ou expansão de um negócio. A análise setorial é uma ferramenta muito importante para este fim, pois através dela permite conhecer o contexto econômico, avaliação da demanda de mercado e tendências que possam impactar no futuro do setor e também da empresa, como também o conhecimento das práticas dos concorrentes. A delimitação do trabalho trata-se da elaboração de uma análise setorial, de nível nacional, do segmento de autopeças para uma empresa automotiva identificando participação de mercado das empresas do setor, perspectivas, análise econômica, concorrentes, demanda de mercado, previsão de mercado e análise de ambiente. Como forma de estruturação, o presente trabalho é composto por cinco capítulos, sendo divididos: introdução, fundamentação teórica, procedimentos metodológicos, apresentação e análise de resultados e considerações finais. A introdução define a idéia inicial do trabalho, sintetizando as causas de estudo, o objetivo e o procedimento utilizado para atingir ao resultado. O segundo capítulo refere-se a abordagens literais de diversos autores sobre o estudo de mercado, a ferramenta de análise setorial e aos demais temas citados neste trabalho. O terceiro capítulo faz alusão aos procedimentos metodológicos utilizados na realização do estudo de mercado. A parte de apresentação e análise de resultados consiste em detalhar a análise setorial através de informações do setor, perspectivas e tendências, participação de mercado, estudo de concorrentes, demanda de mercado, previsão de mercado e ambientes no qual está inserido. O quinto capítulo apresenta as considerações finais descrevendo os pontos relevantes do trabalho. 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A ferramenta de pesquisa de mercado compreende o levantamento de informações referentes sobre uma situação de mercado no qual a organização está inserida, que relaciona estudos sobre a demanda de mercado, a participação neste mercado e análise de concorrentes (KOTLER; ARMSTRONG, 2003). Para obter informações sobre o setor, a análise setorial é muito útil, pois permite o entendimento de fatores econômicos e industriais para auxiliar na realização de previsões e tomada de decisões estratégicas através da identificação dos pontos fortes e fracos da organização, e ameaças e oportunidades provenientes do ambiente externo. Como forma de precaução e a busca por novos mercados, o monitoramento dos desempenhos e práticas de concorrentes e clientes potenciais obrigam a organização a estar constantemente se atualizando com relação a informações de mercado. A inteligência de mercado é um segmento do marketing estratégico responsável por captar as informações disponíveis no mercado e fazer bom uso delas no futuro. O conceito de inteligência de mercado não é apenas conhecer as necessidades e preferências dos clientes, mas também analisar os fatores externos, como regulamentação governamental, tecnologia e se antecipar das necessidades do mercado (DANTAS, 2006). 2.1 ANÁLISE SETORIAL Hooley et al. (2001,p.74), afirma que a análise setorial do ambiente de negócios começa no nível macro, partindo para aspectos de ambientes mais amplos que podem determinar o comportamento das empresas frente aos mercados específicos de atuação. Para determinar tal análise pode-se utilizar o método PEST – análise dos ambientes políticos, econômicos, sociais e tecnológicos que a empresa tem ao seu redor. Chiavenato e Sapiro (2004, p.93), referem-se à análise setorial como a maneira de investigar, monitorar e realizar previsões do setor de negócios da organização. O estudo do setor deve ser analisado conforme quatro características que são: • A dimensão dos grupos estratégicos para que a empresa direcione seus esforços contra os concorrentes. • A análise de diferentes estágios competitivos enquanto o setor evolui ao longo das mudanças. • Os graus de turbulências das economias de escala. 14 • A composição das forças competitivas do setor. Kotler (2000, p.250), afirma que as informações de mercado podem ser coletadas a partir de pessoas que negociam com os concorrentes, observação de fornecedores e informações já publicadas. Outra forma de obter informações do setor é através da internet, pois muitas empresas divulgam informações com o intuito de atrair clientes, parceiros, fornecedores e franqueados, então da mesma maneira que estas informações são úteis para este público, também é de suma importância para os concorrentes projetarem suas ações. Oliveira (2009, p.72), relata que as informações do ambiente empresarial podem ser investigadas de maneira direta ou indireta, por fontes primárias e secundárias. As fontes primárias ocorrem através de pesquisas realizadas pela empresa diretamente no ambiente. Já as fontes secundárias, as informações são adquiridas por agências governamentais, universidades, Bolsa de Valores, sociedades de classe, etc. Kotler e Armstrong (2003, p.96), comentam que normalmente uma pesquisa começa com a coleta de dados secundários, sendo o banco de dados da empresa um bom começo, e em seguida, partindo para a grande variedade de informações disponibilizadas em bibliotecas públicas, empresariais, universitárias e publicações de negócio e governo. Churchill e Peter (2005, p.118), revelam que as informações para a análise setorial referem-se a dados que sejam apresentados de maneira útil para a tomada de decisões, como por exemplo, fatos e estatísticas. Esses dados são utilizados para indicar a presença ou ausência de tendência. Existem várias informações sobre o setor, mas algumas destas que estão disponíveis e são difíceis de ser encontradas, como apresentado abaixo. • Existem muitas informações erradas e quantidade insuficiente do tipo certo. • Muitas informações estão muito dispersas pela empresa, sendo necessário grande esforço para localizar os fatos mais simples. • Algumas informações são suprimidas pelos executivos por razões pessoais. • Informações necessárias às vezes chegam tarde demais para serem úteis. • É difícil saber da precisão das informações, e também não há ninguém a quem possa recorrer em busca desta confirmação. Conforme Dantas (2006), não basta uma organização possuir um sistema de inteligência de informações competitivas sem que haja compartilhamento das informações por toda a organização. Estas informações devem circular por todas as áreas e departamentos de modo que possa ser utilizada para a geração de valor para o cliente. 15 De acordo com material da disciplina de Elaboração de Plano de Negócios (2010), o estudo da análise setorial é muito importante, pois permite conhecimento sobre um setor econômico, orientando os estudos de viabilidade para o estudo de mercado, sendo um ótimo instrumento para análise de mercado e assuntos de economia industrial voltados para o meio ambiente. Para isto alguns fatores são de suma importância para a execução da análise setorial que são: histórico, perspectivas, distribuição regional, evolução da oferta e ação governamental. • Histórico: caracteriza a evolução do setor no decorrer dos anos, identificando as causas de crescimento, os principais problemas características relevantes do setor. • Perspectivas: identificação subjetiva do setor através de informações e publicações de médio e longo prazo que permitam analisar a potencialidade do setor. • Distribuição regional: utiliza como base a análise da demanda para as áreas especificas dentro da região e sua localização. • Evolução de oferta: é usada para analisar as causas de evolução do setor levando em consideração indicadores de crescimento e grau de nacionalização. A análise de crescimento pode ser descrita através de indicadores como Produção física/nº de empregados, Produção Física/investimento e Vendas/investimento. Já o grau de nacionalização mede a participação da produção nacional relacionando a produção, importação e exportação, conforme Equação 1. GN = P P+M–X (1) Onde : GN= grau de nacionalização P= produção M= importação X= exportação • Ação governamental: se processa a partir de planos e mecanismos de apoio ou restrição sobre o setor como por exemplo: apoio financeiro, incentivos fiscais, proteção tarifária, contenção de preços, etc. Basta et al. (2006, p.26), afirma que a inteligência de mercado é um processo analítico que transforma dados em informações e informações em conhecimento para auxiliar nas decisões estratégicas da empresa. Hooley et al. (2001,p.13), relata que a informação é a 16 palavra-chave na tomada de decisões, e que estas decisões de mercado devem-se basear em informações consistentes e sólidas para reduzir o nível de incerteza na tomada de decisão. De acordo com Giacomello (2009), a inteligência estratégica de mercado consiste no monitoramento do ambiente com os objetivos da organização, não se tratando apenas do estudo da concorrência e dos clientes, mas também de outros ambientes que interferem no resultado da empresa. Um conceito muito importante para entender o estudo de mercado é a identificação dos grupos estratégicos. Segundo Hooley et al. (2001,p.74), a identificação destes grupos é fundamental para análise setorial, pois como os setores podem sofrer flutuações, os grupos estratégicos, com suas competências distintas, podem desafiar as variações gerais dentro de um setor. Oliveira (2009, p.71), afirma que a análise externa compreende o estudo das relações entre as organizações e seu ambiente em termos de oportunidades e ameaças. Então é necessária a identificação dos fatores do ambiente, para posteriormente, analisar a situação de oportunidades ou ameaças na qual a empresa está inserida. Basta et al. (2006, p.26), relata que todas as organizações são afetadas por fatores externos do mercado, nos quais muitos deles não se têm controle. A análise permite um melhor entendimento das mudanças externas, gerenciamento das estratégias e mudança de comportamento dos gestores na tomada de decisões. Em um mercado em constantes mudanças, é necessário analisar os cenários do macroambiente (seja ele político, econômico, social, tecnológico ou demográfico), a fim de servir como fontes para a elaboração da estratégia. A Figura 1 mostra como Chiavenato e Sapiro (2004, p.82) estudam o macroambiente. Figura 1- O macroambiente e o setor de negócios da organização. Fonte: Chiavenato e Sapiro, 2004, p.93. 17 O ambiente demográfico compreende o estudo da população humana levando em consideração fatores como: tamanho, distribuição geográfica, taxa de mobilidade da população, taxa de crescimento, taxa de mortalidade e natalidade, estrutura etária e nível de escolaridade (CHIAVENATO; SAPIRO, 2004, p.86) O mesmo autor comenta que para o estudo econômico as tendências destas variáveis afetam a demanda e a oferta de produtos e serviços, e para isto, é necessária a análise do nível de emprego, inflação, taxa de juros, inflação e renda da população. Kotler e Armstrong (2003, p.72), relatam que o ambiente econômico consiste em fatores que afetam o poder de compra e o padrão de consumo das pessoas, sendo necessária a compreensão das tendências deste mercado consumidor. Chiavenato e Sapiro (2004, p.89), relatam que o ambiente sociocultural refere-se basicamente às crenças, valores, normas e costumes da população. Estes indicadores sofrem muitas mudanças, então é necessário o acompanhamento constante da organização. O ambiente político e legal refere-se as legislações e as mudanças sobre a reforma previdenciária, tributária e programas de governo para impulsionar a economia do país (CHIAVENATO; SAPIRO, 2004, p.89) Para Chiavenato e Sapiro (2004, p.91), o ambiente tecnológico compreende as análises das tendências do conhecimento do ser humano que podem influenciar nos processos operacionais ou gerenciais. Define como indicadores tecnológicos: passo tecnológico relacionado com um processo de destruição criativa, aplicação em novos campos da ciência a partir de programas de pesquisa e desenvolvimento e identificações dos padrões aceitos em relação aos avanços tecnológicos. Hooley et al. (2001,p.13), demonstra outro modelo de análise ambiental que pode ser descrito pela análise APEA (Avaliação da Posição Estratégica e Ação), conforme Figura 2. Para o estudo de mercado esta abordagem se concentra principalmente no subitem Estabilidade ambiental da parte referente a Dimensões do setor. Esta situação engloba muitas facetas de turbulência ambiental, como: mudanças tecnológicas, taxa de inflação, variação na demanda, etc. Siqueira (2005, p.30), afirma que no mercado de materiais e peças componentes as especificações sofrem poucas variações temporais, ocorrendo pontualidade com relação às quantidades e prazos de entrega. Para este tipo de mercado, normalmente as entregas são estáveis de acordo com os sistemas do cliente otimizando a logística. 18 Figura 2- Análise APEA: componentes Fonte: Hooley et al., 2001,p.13 2.2 ANÁLISE SWOT De acordo com Chiavenato e Sapiro (2004, p.188), a matriz SWOT (dos termos em inglês strenghts, weaknesses, opportunities e threats) relaciona as oportunidades e ameaças no ambiente externo com as forças e fraquezas do ambiente interno da empresa, sendo uma das ferramentas mais utilizadas na gestão estratégica. A Figura 3 mostra as correlações entre oportunidades e ameaças com pontos fortes e fracos de uma organização. Figura 3- As quatro zonas na matriz SWOT Fonte: Chiavenato e Sapiro, 2004, p.188. 19 As quatro etapas destacadas servem como indicadores da organização. O quadrante 1 refere-se ao uso das forças internas para aproveitar as oportunidades externas, ou seja, políticas de ação ofensiva. Já o quadrante 2 revela uma política de ação defensiva utilizando os pontos fortes para enfrentar os ricos ou ameaças do ambiente externo. No quadrante 3 as fraquezas internas podem impedir o aproveitamento das oportunidades externas utilizando uma política de manutenção. E no quadrante 4 aliando os pontos fracos e ameaças da organização, pode indicar uma fase de crise ou declínio, estando em uma área de risco acentuada e tendo a política de saída (CHIAVENATO; SAPIRO, 2004, p.188). Oliveira (2009, p.121), afirma que a matriz SWOT utilizada por Chiavenato e Sapiro pode ser interpretada da seguinte forma: o quadrante 1 refere-se a estratégia de desenvolvimento, o quadrante 2 aborda a manutenção neste mercado, o quadrante 3 utiliza a estratégia de crescimento e o quadrante 4 refere-se sobrevivência neste mercado. De acordo com Kotler (2000, p.98), a análise do ambiente externo compreende a identificação das oportunidades e de ameaças através do monitoramento das forças econômicas, tecnológicas, político-legais e socioculturais e comportamento de clientes, concorrentes, distribuidores e fornecedores. O ambiente interno da organização pode ser avaliado através das forças e fraquezas levando em consideração competências de marketing, financeiras, de fabricação e organizacionais. 2.3 DEMANDA E PREVISÃO DE MERCADO Segundo Churchill e Peter (2005, p.116), a pesquisa de marketing é utilizada para antecipar, descobrir e obter informações sobre desempenho e práticas de clientes atuais e potenciais para atender as suas necessidades. Day (2001, p.87), relata que as organizações orientadas para o mercado estão mais preparadas para prever as reações de seus mercados através do monitoramento ambiental, que fornece maiores condições a organização de antever os fatos e tomar ações de modo a não serem prejudicadas por eventos externos a ela. Lambin apud Dantas (2006), afirmam que a função do marketing estratégico é orientar a empresa para as oportunidades existentes ou criar oportunidades atrativas, para poder analisar um potencial crescimento de mercado. Para Kotler (2005, p.81), o estudo da demanda de mercado ocorre através da análise das inúmeras oportunidades e desejos do consumidor para em seguida estimar o tamanho do 20 mercado através de dados e estatísticas. Para realizar este estudo é necessário quantificar o volume total de produtos que seria comprado por um grupo de clientes definido, ou seja, mensurar a sua demanda. O mesmo autor relaciona potencial de mercado como sendo o limite a que se aproxima a demanda de mercado, à medida que os gastos setoriais em marketing chegam perto de se tornar infinitos em um determinado ambiente de marketing. Para Myburgh apud Giacomello (2009), a busca de informações para a análise do mercado tem como objetivo gerenciar, reduzir o risco, evitar sobrecarga de informações e utilizá-las estrategicamente para entender as forças quem influenciam o ambiente da organização e para o desenvolvimento de planos adequados. Kotler (2000, p.72), afirma que para analisar a demanda de mercado de uma organização é necessário primeiro analisar os clientes atuais como forma de obter informações necessárias sobre este segmento para futuramente, com um estudo detalhado, encontrar a melhor estratégia de abordagem. A organização trabalha junto aos possíveis clientes, com o objetivo de identificar quais deles possuem potencial para direcionar seus esforços e determinar quem são os clientes potenciais mais prováveis. Churchill e Peter (2005, p.133), cometam que para transformar os dados coletados em informações, os pesquisadores precisam analisar e interpretar dados. Para isso utilizam análise estatística e interpretação. A análise estatística refere-se quando os dados estiverem sido tabulados, os pesquisadores podem realizar vários tipos de análises estatísticas. Já a interpretação determina o que estes dados significam, para em seguida os pesquisadores avaliarem se os resultados são lógicos e razoáveis. Para atuar de forma significativa no mercado e buscar aumentar a demanda é necessário desenvolver métodos de busca de informações eficazes. Hooley et al. (2001), comenta que a coleta de informações pode ser analisada através de três óticas que são: • Dados brutos: provem do ambiente de mercado através de fontes internas ou externas. • Técnicas estatísticas: permitem analisar, sintetizar e correlacionar os dados brutos para transformá-los em informação, de modo que vários números possam ser condensados em poucos. • Modelos de mercado: é utilizado para prever e analisar as perspectivas e tendências do mercado, como a demanda por exemplo. Para Kotler (2005, p.108), o método de desenvolvimento de mercado para analisar sua potencialidade consiste em identificar todos os compradores potenciais em uma área e uma 21 estimativa de suas compras potenciais. Para conhecer esta demanda de mercado é necessário buscar informações em associações comerciais e institutos de pesquisa, embora não seja possível ter acesso a dados individuais de concorrentes. A previsão de mercado compreende o entendimento do segmento para o qual o produto se destina. É influenciado por forças macroambientais como condições econômicas e tendências sociais, para as quais as técnicas quantitativas são as mais utilizadas. Com relação às técnicas quantitativas, a mais comum é a extrapolação de dados de séries históricas, pois apresenta menor custo (SAMPRON, 2005). Para a realização da previsão de mercado uma técnica bastante utilizada é a do CAGR (Compound Annual Growth Rate), ou seja, Taxa Média Anual Composta de Crescimento que determina a taxa de crescimento de determinado elemento do negócio sobre uma série histórica de tempo, sendo representada na Equação 2 (AKCELRUD, 2007). CAGR= ( Período final Período inicial ) ( 1 ^ Nº de períodos ) -1 (2) 2.4 CONCORRENTES O acompanhamento do mercado e dos concorrentes são pontos muito importantes para elaborar planos estratégicos e alcançar vantagens competitivas em um mercado acirrado. De acordo com Kotler (2000, p.244), concorrentes são empresas que atendem às mesmas necessidades dos clientes. Para identificar seus principais concorrentes, a organização deve analisar suas estratégias, objetivos, forças e fraquezas. A análise de concorrentes é muito importante para a empresa elaborar seu plano estratégico. De acordo com o grau de informações a respeito dos concorrentes, pode-se avaliar os riscos das estratégias, quanto maior for o nível de conhecimento, menor o risco e viceversa (OLIVEIRA, 2009, p.95). A idéia de analisar os concorrentes é de suma importância para a cultura da organização, através do monitoramento de seus passos e saber que a qualquer momento os concorrentes podem estar superando a organização é positivo, pois obriga as empresas a estarem constantemente se atualizando das práticas, desenvolvimentos e tendências do mercado para tomar ações que visem a competitividade (DANTAS, 2006). 22 Morreiro (2008, p.3), afirma que os estudos de mercado são necessários para a análise do comportamento não só dos clientes, como também dos concorrentes. Através do estudo de mercado pode-se determinar características do mercado, medir a procura, analisar participação de mercado, atuação da concorrência, etc. O equilíbrio competitivo entre os concorrentes pode variar entre um certo acordo entre eles ou a disputa constante por mercado. Existem setores em que é difícil manter a diferenciação competitiva, devido aos concorrentes serem quase idênticos ou poucos no setor, como por exemplo os setores siderúrgico e de papel de jornal. O equilíbrio será instável quando a concorrência tiver a característica predominante de redução de custos devido à tecnologia avançada, adquirindo seu diferencial nas guerras de preços em conseqüência de inovações em custos. Quanto maior forem às características de diferenciais do mercado, maior será o número de concorrentes brigando pela preferência dos clientes, e quanto menor as variáveis competitivas menor será o número de concorrentes no setor. E quando houver uma relação de participação de mercado de dois para um entre dois concorrentes, não é vantajoso para nenhum dos dois aumentar ou diminuir sua participação (KOTLER, 2004, p.250). Oliveira (2009, p.95), relata que para este estudo de mercado é necessário um sistema de informações estratégicas referentes as ações dos concorrentes no passado e no presente, e com base nesta análise realizar projeções e simulações dos dados e informações para poder prever a atuação futura dos principais concorrentes. Hooley et al. (2001,p.13), afirma que a análise da concorrência deve se basear em empresas do mesmo ramo de atuação, com o objetivo de estudar as melhores práticas do concorrente e aplicar ao negócio. Para isso destacou quatro estágios para a análise da concorrência. • Avaliação dos objetivos futuros e atuais da concorrência: significa estudar o que o concorrente está buscando alcançar e qual será o caminho que ele irá perseguir. • Avaliação das estratégias atuais dos concorrentes: identificar as oportunidades e ameaças através das ações dos concorrentes. • Avaliação dos recursos dos concorrentes: analisar a capacidade e o que os concorrentes estão planejando para o futuro. • Prevenção das futuras estratégias dos concorrentes: se precaver com relação ao que a concorrência fará no futuro, a fim de evitar surpresas desagradáveis. 23 Kotler (2000, p.246), revela que a organização deve buscar informações sobre as forças e fraquezas de cada concorrente, se classificando conforme características competitivas abaixo. • Dominante: a empresa monitora as ações de seus concorrentes e possui grande variedade de estratégias. • Forte: a empresa realiza ações sem prejudicar sua posição a longo prazo, independentemente das ações dos concorrentes. • Favorável: a empresa possui uma força que pode ser explorada e uma oportunidade acima da média para melhorar sua posição. • Sustentável: a empresa apresenta um bom desempenho para garantir sua permanência no mercado. • Fraca: a empresa não apresenta bom desempenho, mas tem chances de reagir no mercado. • Inviável: a empresa não possui bom desempenho e nenhuma chance de melhorar. Hooley et al. (2001,p.13), afirma que as empresas devem focar seus esforços em concorrentes reais e potenciais, através da análise das ameaças de novos concorrentes, fornecedores de produtos substitutos, etc. Kotler (2000, p.248), define os padrões de reação dos concorrentes, na qual as organizações estão inseridas, em quatro categorias destacadas abaixo. • Concorrente cauteloso ou omisso: é o concorrente que não reage com rapidez às mudanças do mercado e às ações de seus concorrentes. Em geral, faltam-lhes percepção das movimentações dos rivais e possuem a idéia que seus clientes são fiéis. • Concorrente seletivo: é o concorrente que reage apenas a algumas ações dos rivais. Com posse das informações de reação dos concorrentes, os rivais possuem uma estratégia de ataque mais selecionada. • Concorrente arrojado: é o concorrente que reage a todos os ataques dos rivais com rapidez e eficiência. Quando pequenos concorrentes entram no mercado com um produto inovador e ganhando a preferência dos consumidores, as grandes marcas com maior prestigio e poder lançam estratégias para barrar o crescimento destes concorrentes e possuir a preferência dos clientes neste produto. • Concorrente imprevisível: é o concorrente que não esboça reação alguma as ações de seus rivais. Normalmente são empresas que não possuem grande porte e não investem em estudo de mercado. 24 3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO O trabalho em questão refere-se a uma pesquisa exploratória descritiva, que se caracteriza em explorar e abordar as características de uma análise setorial e todo o seu seqüenciamento, com o intuito de levantar informações a respeito do setor de autopeças e da Empresa X. Para isto o trabalho foi dividido em definição do problema, fundamentação teórica e resultados para o problema. Révillion (2003), define as fontes de informação de uma pesquisa exploratória descritiva como sendo: • Levantamentos documentais: são as informações que as organizações mantêm em seus arquivos advindos de resultados de pesquisas anteriores. • Levantamentos bibliográficos: são assuntos referentes a livros, revistas, artigos acadêmicos, dissertações e teses, além de informações publicadas em jornais, associações de classe, sindicatos, etc. • Levantamentos de estatísticas: são dados oriundos de pesquisas realizadas principalmente por órgãos governamentais, como por exemplo: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), entre outros. Este capítulo se concentra em mostrar como o trabalho foi fundamentado, relatando todos os procedimentos utilizados para alcançar o objetivo. A definição do problema consistiu em realizar a análise setorial para uma empresa automotiva na região de Joinville, com a finalidade de obter informações úteis do setor e do ambiente externo da organização para auxiliar na tomada de decisões estratégicas. A coleta de informações ocorreu através de livros, artigos, sindicatos, anuários e sites. A segunda etapa do trabalho foi a fundamentação teórica que contextualizou bibliograficamente todas as etapas da análise setorial, com destaque para a análise de ambiente da organização. Em um segundo momento procurou-se buscar informações a respeito da demanda de mercado da empresa e características dos concorrentes. Os métodos empregados para estas análises foram levantamentos em fontes secundárias (bibliográficas, documentais, etc.), coleta de dados e de informações. Na terceira etapa são apresentados os resultados alcançados da pesquisa, e o modo como que as referências bibliográficas auxiliaram na execução deste trabalho. A primeira parte da análise de resultados consiste em apresentar a empresa e características do setor para em 25 seguida serem apresentados as perspectivas, distribuição regional das autopeças, grau de concentração econômica e análise de crescimento. Na parte de análise de concorrentes foram identificados os principais concorrentes do setor e realizados estudos estatísticos utilizando como base informações da Associação Brasileira de Fundição (ABIFA). A análise estatística primeiramente consistiu em comparar a nível nacional e estadual, a Empresa X com seus concorrentes com relação à produção, capacidade, número de funcionários, tipos de ferro utilizados na fabricação de seus produtos e participação de mercado. Depois, foram levantados a localização dos principais concorrentes, a análise por segmento de atuação e o ranking dos maiores em produção no Brasil. Por fim, foi realizada a análise por produtos, levando em consideração a participação dos concorrentes para cada produto. Na realização do estudo da demanda de mercado foram utilizados dois procedimentos, sendo o primeiro para o segmento de caminhões, ônibus e máquinas agrícolas, e o segundo para o segmento de implementos rodoviários. Para caminhões e ônibus, em um primeiro momento foram selecionados os seguintes produtos para se fazer a análise de demanda de mercado: cubos de roda, transmissões, carcaças e sapatas de freio. Em seguida procurou-se levantar os tipos de trações constituintes deste segmento através de informações da Agência Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) e sites das principais montadoras de veículos, pois através desta informação consegue-se saber a quantidade de cubos de roda e sapatas de freio por veículo, sendo que cada cubo de roda possui duas sapatas de freio. Para transmissões e carcaças a relação é de um para um, ou seja, cada veículo possui uma transmissão e uma carcaça. Para a obtenção do total do potencial de mercado, utilizou-se e volumes de produção das principais montadoras no ano de 2009, conforme dados da ANFAVEA, para em seguida serem cruzados os dados de trações dos produtos com os volumes de produção. Para o segmento de implementos rodoviários foram selecionados os mesmos produtos do segmento de caminhões e ônibus para o estudo da demanda de mercado. Com relação a quantidade de produtos, cada veículo deste segmento possui seis cubos de roda, seis sapatas de freio, uma transmissão e uma carcaça. Os modelos destes veículos foram obtidos através da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (ANFIR), que apresentam uma padronização em seus modelos, ou seja, todas as montadoras possuem os mesmos modelos. Em seguida, também através de informações da ANFIR, conseguiu-se identificar a participação total por modelo dos reboques e semirreboques, para serem cruzadas com volumes de produção das principais montadoras através de dados da Federação Nacional 26 da Distribuição de Veículos Automotores (FENABRAVE), para assim poder identificar o potencial de mercado de produtos para este segmento. Com relação à previsão da demanda de mercado, o procedimento foi inicialmente buscar dados históricos, através das fontes já informadas acima, com relação à produção de cubos de rodas, transmissões, carcaças e sapatas de freio pelas principais montadoras para os segmentos de caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e implementos rodoviários. Para a previsão do ano de 2010 tem-se com informação a produção de janeiro a agosto deste ano, então foi comparado e analisado o crescimento deste período de 2010 com relação a 2009 e extrapolado a evolução para os demais meses de 2010, tendo assim a produção estimada do ano inteiro. Já para os anos de 2011 a 2014 foi utilizado o método CAGR (compound annual growth rate), que consistiu em analisar as séries históricas de 2005 a 2008, a fim de obter a taxa média de crescimento e extrapolar a evolução para os anos de 2011 a 2014. O ano de 2009 não foi utilizado nesta análise, pois este ano foi atípico devido à crise mundial no qual ocasionou enorme queda nos volumes de produção. Por fim, foram levantados argumentos para justificar a evolução na previsão de mercado. 27 4 RESULTADOS E ANÁLISE 4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA A Empresa X foi fundada em 1963 como uma pequena metalúrgica em Joinville – Santa Catarina e em 1972 inicia-se a fabricação de compressores de ar. Em 1980 ocorre o fornecimento das primeiras peças para o setor automotivo, e em 1993 a Empresa X começa a fornecer serviços de usinagem. É uma empresa de capital aberto com ações na Bovespa, sendo considerada a maior fundição com usinagem integrada em seu segmento de atuação. Possui soluções completas em fundição, usinagem e montagem no mesmo parque industrial. Possui em seus segmentos de atuação: montadoras de caminhões e ônibus, máquinas agrícolas, equipamentos de construção, implementos rodoviários e sistemistas. Em seu portfólio de produtos tem-se: suportes em geral, carcaças de eixo, eixos, peças de sistemas (suspensão, transmissão e diferencial), tampas e suportes de motor, componentes de freio e cubos de roda. 4.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS Segundo a revista Automotive Business (2010, p.37), existem no Brasil aproximadamente 500 empresas de autopeças, sendo 68% de médio a grande porte com faturamento que representa 5% do PIB total e 23% do faturamento total da indústria automotiva. A maior parte das autopeças são produtoras de peças de ferro fundido, destinando cerca de 55% de sua produção à indústria automotiva, abastecendo fabricantes de componentes automotores, montadoras de automóveis, caminhões, ônibus, equipamentos de construção e máquinas agrícolas. Segundo Marques (1997, p.39), a indústria de autopeças faz parte do setor automotivo, juntamente com a indústria montadora de veículos. Este setor tem apresentado dinamismo com relação à tecnologia, ocorrendo uma série de inovações. Segundo a revista Automotive Business (2010, p.37), existem no Brasil 25 montadoras de autoveículos com 50 unidades em 8 estados e 37 municípios. Conforme Pascoal (2007, p.2), uma característica entre as montadoras instaladas no Brasil é a utilização da estratégica chamada Global Sourcing, que consiste na busca de novos 28 fornecedores de autopeças no âmbito global sem levar em consideração sua localização geográfica. Com essa estratégia é de se esperar uma redução maior dos índices de nacionalização dos veículos com um aumento contínuo da participação dos componentes importados para a fabricação do veículo. Weiss (1996), afirma que na prática o global sourcing implica em inúmeros problemas logísticos como gerenciamento de importações, transportes locais e internacionais, estocagem de segurança e liberação de cargas nos portos e aeroportos. Para a nacionalização de componentes, existe uma estratégia denominada de follow sourcing que se caracteriza quando um fornecedor de uma peça no país onde o veículo foi lançado pela primeira vez segue a montadora de veículos por todo o mundo. Apesar de o follow sourcing ter promovido a vinda de novos fornecedores parceiros para o país, não houve tempo hábil para realizar uma verdadeira nacionalização de componentes (PASCOAL, 2007, p.3). Segundo a Agência Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) (2010), o setor de autopeças caracteriza-se por ser um setor de transformação que agrega valores as matérias-primas e insumos utilizados na cadeia produtiva do setor. Salerno et al. (2002, p.4), afirma que o Brasil é objeto de experimentações de arranjos organizacionais que atribuem a determinado tipo de empresa de autopeças “os sistemistas” um novo papel que é o de capitanear a chamada “modularidade”. No setor de autopeças, devido à quantidade de empresas envolvidas e a complexidade do produto, o principal desafio para as montadoras é a coordenação do processo da produção do veículo. Em muitas montadoras ocidentais predominava a busca por integração vertical, já no modelo fordista as montadoras acabam ficando com a parte da concepção e projeto do produto, design, componentes e material a ser utilizado. Os desenhos das peças e componentes são enviados aos fornecedores para serem fabricados segundo as especificações da montadora. Existem diversos fornecedores para cada tipo de componente, inclusive, em outros países. As montadoras estipulam metas de qualidade do produto, esquemas de entrega, penalizando os fornecedores quando as metas não são cumpridas (ADDIS apud CALANDRO, 1990). 29 4.3 HISTÓRICO Segundo Silva et al. (1995, p.2), a partir da década de 60, a indústria automotiva adquiriu espaço importante no cenário da industrialização brasileira se tornando a atividade mais importante no Brasil. Nas décadas de 60 e 70, através de políticas nacionalistas de mercado fechado e controle de preços e índices, acelerou o desenvolvimento do setor. Ocorreu redução de investimentos no setor com a crise de 80, e no início dos anos 90, o Brasil iniciou um processo de abertura modernização tecnológica e econômica nos setores de informática e automação. O resultado da abertura do mercado brasileiro foi o gradual aumento da qualidade somado ao aumento da produtividade, reduzindo-se o custo e permitindo a competitividade em iguais condições com o setor externo, dentro do processo de globalização do mercado. Esse resultado veio de encontro com o processo de global sourcing por meio do qual as montadoras procuram fornecedores internacionais que atendam seus pedidos no mundo inteiro, visando à padronização da qualidade e a redução de custos. O governo brasileiro criou câmaras setoriais, com o objetivo de estimular a cooperação dos diversos setores envolvidos com a indústria automotiva, tendo como resultado a redução de tributos, aumento da produção e o substancial aumento da lucratividade das empresas. (SILVA et al., 1995, p.2). Segundo Zauli (2000, p.78), no ano 2000, o setor de autopeças sentiu o efeito da política de facilitação das autopeças importadas através da redução de alíquotas, políticas de valorização cambial e de altas taxas de juros impostas aos produtores nacionais. Ao longo da história o setor brasileiro de autopeças tornou-se cada vez mais diferenciado. Um grupo restrito de companhias passou a fornecer para as montadoras, exportando para os países industrializados e inovando em tecnologia, sendo a maior parte dessas companhias constituída de empresa de capital estrangeiro ou grandes firmas nacionais.(POSTHUMA apud MARTINS, 1999, p.50) 4.4 PERSPECTIVAS Segundo Costa e Queiroz (2000), as alianças no setor de autopeças brasileiro tem sido uma característica marcante do processo de reestruturação. A presença de grandes empresas multinacionais no país tem resultado na profissionalização da gestão de empresas de 30 autopeças brasileiras gerenciadas por famílias, e essa gestão familiar está sendo substituída pela gestão empresarial. A engenharia simultânea está sendo amplamente utilizado por várias empresas do ramo de autopeças, no qual ocorre uma crescente divisão das tarefas na criação e desenvolvimento de novos modelos entre montadoras e fornecedoras. O objetivo é aumentar a flexibilidade do processo de inovação pela empresa, diminuindo o tempo entre o projeto e o lançamento de novos produtos no mercado e aumentando o grau de customização dos veículos. Assim as montadoras alinham suas equipes de desenvolvimento de produtos com as das autopeças para atuar de forma integrada, com o cliente participando diretamente do projeto (NETTO e MOTTA, 2006). De acordo com Valéria (2006), a inovação no setor de autopeças ocorre principalmente nos primeiros níveis da cadeia produtiva como os fornecedores diretos das montadoras, sistemistas e fornecedores de sistemistas que são empresas de capital transnacional. As inovações ocorrem mais para desenvolvimento de processos do que para produtos, e empresas dos primeiros níveis da cadeia (fornecedores direto das montadoras) inovam mais do que empresas subfornecedoras. Conforme Sarti et al. (2009), a presença de sistemistas no topo do processo de hierarquização do fornecimento tem reduzido bastante o número de fornecedores diretos para as montadoras. 4.5 DISTRIBUIÇÃO REGIONAL Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) (2010, p.15), a maior parte das empresas de autopeças concentra-se nas regiões Sudeste e Sul do Brasil com destaque para o estado de São Paulo que apresenta cerca de 70% do número de empresas de autopeças do país. As principais regiões do estado de São Paulo que detém grande parte das unidades industriais de autopeças de país são: ABCD, Cidade de São Paulo, Interior de São Paulo e Região Metropolitana de São Paulo. A Figura 4 demonstra a distribuição das autopeças por estado. A região Sul do Brasil é a segunda com maior número de fábricas de autopeças instaladas, sendo o estado do Rio Grande do Sul o mais representativo da região. 31 Figura 4 – Distribuição regional das empresas de autopeças Fonte: Adaptado do Sindipeças, 2010. 4.6- GRAU DE CONCENTRAÇÃO ECONÔMICA Nos gráficos da Figura 5, fica nítido a evolução do faturamento e investimentos referentes ao capital de origem nacional e estrangeira. No ano de 1994, no mercado de autopeças havia um equilíbrio de capital nacional e estrangeiro, no que se refere ao faturamento, com uma ligeira vantagem do capital nacional. Já no ano de 2009, apenas 29% do capital é de origem nacional, sendo a grande maioria (71%) proveniente de capital estrangeiro. Com relação aos investimentos o comportamento é semelhante ao do faturamento, com resultados praticamente iguais em 1994 e 73,2% de investimento estrangeiro e 26,8% nacional no ano de 2009. Figura 5 – Origem do capital das empresas de autopeças Fonte: Sindipeças, 2010, p.10. 32 4.7- ANÁLISE DE CRESCIMENTO POR AUMENTO DE PRODUTIVIDADE A análise de crescimento do setor de autopeças pode ser obtida através das relações entre Produção física/nº de empregados, Produção física/investimentos vendas/investimentos. A Tabela 1 apresenta, de acordo com e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, dados de investimentos, produção física, número de empregados e vendas no decorrer dos anos. No caso de produção física, é um índice de base fixa mensal sem ajuste sazonal. Já a Tabela 2, apresenta uma análise de crescimento realizada utilizando como base dados da Tabela 1. Através deste estudo, pode-se concluir que, os indicadores apresentaram evolução no decorrer dos anos até 2008, e em 2009 houve uma queda nos valores devido ao efeito de crise mundial. Tabela 1- Evolução do investimento, produção física, empregados e vendas Anos 1991 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 Investimentos (US$ milhões) 764 1247 1100 1413 1300 1385 1500 900 Produção física (índice) 73,2 97,2 96,8 135 133,9 154,2 152,1 120,4 Nº de empregados (milhares) 255,6 160,2 122,4 141,5 143,3 156,2 149,9 131,9 Vendas (US$ milhões) 4.024 15.191 24.339 61.464 62.121 68.283 75.171 66.543 Fonte: MDIC, 2010. Tabela 2- Análise de crescimento do setor de autopeças Anos 1991 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 0,286 0,607 0,791 0,954 0,934 0,987 1,015 0,913 0,096 0,078 0,088 0,096 0,103 0,111 0,101 0,134 5,27 12,18 22,13 43,50 47,79 49,30 50,11 73,94 Produção física (índice)/nº de empregados (milhares) Produção física(índice)/investimento (US$ milhões) Vendas(US$ milhões)/investimentos (US$) Fonte: Adaptado de MDIC, 2010. No caso da Empresa X, em contraste do que ocorreu com o setor de autopeças brasileiro devido a crise, ocorreu crescimento nesta análise em 2009 com relação a 2008 tomando como base o critério de Produção física/número de funcionários. A evolução foi ocasionada devido a desproporcionalidade entre produção física e número de funcionários que sofreram queda de 36% e 16% respectivamente. 33 Tabela 3- Análise de crescimento das autopeças da Empresa X Produção física (toneladas) 70.000 2008 45.000 2009 Fonte: Adaptado da ABIFA, 2009. Número de funcionários 2.310 1.950 Produção física/número de funcionários 0,0330 0,0433 4.7.1- Grau de Nacionalização Segundo Amorim (2010, p.11), devido ao Acordo Automotivo entre Brasil e Argentina, válido até 2014, a Argentina apresenta grande destaque nos números de importação para o Brasil, sendo o primeiro não só na origem das importações, como também no destino das exportações. O Acordo Automotivo entre o Mercosul e o México, vigente desde 2003, transparece na variação do valor adquirido do país entre 2007 e 2009, superior a 154%. Praticamente todas as montadoras com atividades no Brasil se valem deste tratado. A Tailândia e a China registraram crescimento superior a 100% como fornecedores de autopeças para o Brasil, apresentando 174% e 129% respectivamente. Esses dois países foram beneficiados de investimentos de multinacionais do setor, atraídos por baixos salários, legislação ambiental indulgente e incentivos estatais. Os demais países que são os principais fornecedores autopeças para o Brasil são: Japão, Alemanha, França, Itália e Estados Unidos. Com relação às exportações o principal destino das autopeças brasileiras são: Argentina, Estados Unidos, México, Alemanha e Venezuela. A Tabela 4 demonstra o total de importações e exportações brasileiras. Tabela 4- Importação e Exportação Brasileira de Autopeças Total importação Total exportação Total importação + exportação Fonte: MDIC, 2010 2000 2.561.926.650 3.823.556.491 6.385.483.141 2008 3.770.935.911 10.071.303.779 13.842.239.690 2009 2.893.838.919 6.636.215.692 9.530.054.611 A Figura 6 demonstra o total de importações e exportações do país segmentado por estados. O estado de São Paulo apresenta os maiores índices de importação e exportação, devido ao seu grande parque industrial e ao fato de que 70% das autopeças do Brasil se localizam no estado. 34 Figura 6 – Importação e exportação por estados Fonte: Adaptado do Sindipeças, 2010. Um grande desafio para a indústria de autopeças é acompanhar o crescimento da produção de veículos, com estimativa de crescimento de 15% em relação a 2009 projetado pelo Sindipeças. A Tabela 5 mostra o faturamento da produção de autopeças para 2008 e 2009 e estimativa para 2010, dividindo em mercado interno, externo e importação, e apresenta também o grau de nacionalização para estes anos. Tabela 5 – Faturamento de mercado e grau de nacionalização Divisão/Ano Produção (US$ milhões) Mercado Interno (US$ milhões) Mercado Externo (US$ milhões) Importação (US$ milhões) Grau de nacionalização (%) Fonte: Adaptado de MDIC, 2010. 2008 83.927.531.492 73.856.227.713 10.071.303.779 3.770.935.911 108% 2009 2010 84.002.730.278 96.603.139.820 77.366.514.586 88.971.491.774 6.636.215.692 7.631.648.046 2.893.838.919 3.327.914.757 105% 105% De acordo com o Sindipeças (2010, p.9), o destino da indústria de autopeças concentrase principalmente no mercado interno com cerca de 92% de participação e apenas 8% deste mercado compreende as exportações. O destino das autopeças no mercado interno pode ser dividido em indústria automobilística, mercado de reposição e outros fabricantes, apresentando 69%, 15% e 8% deste mercado respectivamente. 35 No caso da Empresa X, cerca de 77% das vendas são para o mercado interno e 23% são exportações. Os principais destinos das peças automotivas são para o mercado de montadoras de caminhões e ônibus representando 52%. Os demais segmentos de atuação são máquinas agrícolas e equipamentos de construção, implementos rodoviários e sistemistas, motores e transmissões, e freios com participação de 11%, 18%,16% e 4% respectivamente. A Tabela 6 apresenta o grau de nacionalização das peças da Empresa X. Tabela 6- Grau de nacionalização das autopeças da Empresa x Divisão/Ano Produção (toneladas) Mercado Interno (toneladas) Mercado Externo (toneladas) Importação (toneladas) Grau de nacionalização (%) Fonte: Adaptado da ABIFA, 2009. 2008 70.000 53.900 16.100 0 130% 2009 45.000 34.650 10.350 0 130% 4.8 ANÁLISE SWOT DO SETOR O conhecimento através das práticas do mercado proporcionou entender que o setor de autopeças possui pontos fortes e fracos em seu ambiente interno, e oportunidades e ameaças advindos do meio externo. Os principais pontos fortes são: facilidade de crédito e aumento da renda da população, incentivos do governo, geração de empregos, integração com o Mercosul e elevado índice de habitantes por veículo. Já, com relação aos pontos fracos do setor pode-se destacar a concorrência dos veículos nacionais com os importados, o protecionismo internacional e o nível de tecnologia inferior comparado com padrões internacionais. No ambiente externo, o grande potencial de desenvolvimento e o crescimento em tecnologia são as oportunidades do setor, como ameaças têm-se a presença dos chineses em peso no mercado e o crescimento das importações. 4.9 ANÁLISE DE CONCORRENTES 4.9.1 Análise de concorrentes a nível nacional Para esta análise foram identificados os principais concorrentes da empresa conforme características comuns ao setor, tomando como base informações quantitativas e qualitativas 36 da Associação Brasileira de Fundição (ABIFA) no ano de 2009. Este estudo tem por objetivo analisar os principais concorrentes através de aspectos como: produção, capacidade, número de funcionários, segmentos de atuação, localização e produtos, conforme Tabela 7 que apresenta estas características a nível nacional. Tabela 7- Análise de concorrentes a nível nacional x 120 x Durametal S.A. 33.000 72.000 494 Electrocast Comércio e Indústria Ltda. 15.600 18.000 479 x Fagor Ederlan Brasileira Ltda. 26.733 35.000 534 x Farina Componentes Automotivos S.A. 12.223 25.000 295 x x x Fundição Balancins Ltda. 15.000 30.000 363 x x x Fundição Batista Indústria e Comércio Ltda. 2.400 24.000 220 x x Fundição Becker Ltda. 5.790 13.200 270 Fundição Hubner Ltda. 6.306 9.600 343 Fundimig Ltda. 2.300 30.000 421 Fundimisa Fundição e Usinagem Ltda. 14.000 25.000 Intercast S.A. 15.200 20.700 Industrial Hahn Ferrabraz Ltda. 18.348 18.000 590 Indústria Metalúrgica Frum Ltda. 42.000 60.000 284 Indústrias Romi S.A. 20.000 50.000 802 5.000 18.000 12.000 6.000 Lepe Indústria e Comércio Ltda. Metalúrgica Riosulense S.A. Semeato S.A Técnica Industrial Tiph S.A. SP x x RS x x x CE SP MG x RS SP MG x x x x x x x x x x 492 x x x 490 x x x x MG x x x RS x x x MG x x x SP 354 x x x SP 12.000 982 x x x SC 9.600 247 x x x RS x MG 1.700 7.200 160 x x Teksid do Brasil Ltda. 165.000 300.000 3.515 x x Tupy Fundições Ltda. (Joinville) 375.000 385.000 7.353 x x x Tupy Fundições Ltda. (Mauá) 87.176 95.000 1.211 x x Wetzel S.A (Div. Ferro) 15.900 16.500 543 x Empresa X 45.000 84.000 1.950 904.276 1.290.400 20.837 Total Estado 275 6.600 Const.Civil 10.000 3.600 Agrícola Número de funcionários 4.000 Cercena S.A. Caminhões e ônibus Capacidade (ton/ano) Carnemi Fundição Indústria e Comércio Ltda. Empresa Automobilístico Produção (ton/ano) Segmentos de Atuação x 20 RS PR MG RS MG x SC x x SC x x x SC 23 20 9 26 SP A Tabela 8 representa a análise dos concorrentes conforme a seguinte linha de produtos: suspensões, eixos, cubos de roda, componentes de freio, transmissões, componentes de motores e suportes. Sendo que a maior parte das empresas possuem em sua gama de produtos principais componentes de motores, transmissões e cubos de roda. 37 Empresa Carnemi Fundição Indústria e Comércio Ltda. x Cercena S.A. x Durametal S.A. x x Electrocast Comércio e Indústria Ltda. x Fagor Ederlan Brasileira Ltda. Farina Componentes Automotivos S.A. Suportes Componentes de motores Transmissões Componentes de freio Cubos de roda Eixos Suspensões Tabela 8- Análise de concorrentes por produtos x x x x x Fundição Balancins Ltda. x Fundição Batista Indústria e Comércio Ltda. x x Fundição Becker Ltda. x Fundição Hubner Ltda. x Fundimig Ltda. x Fundimisa Fundição e Usinagem Ltda. x x x Intercast S.A. x Industrial Hahn Ferrabraz Ltda. x Indústria Metalúrgica Frum Ltda. x x Indústrias Romi S.A. x Lepe Indústria e Comércio Ltda. x x Metalúrgica Riosulense S.A. Semeato S.A x x Técnica Industrial Tiph S.A. x x x Teksid do Brasil Ltda. x x Tupy Fundições Ltda. (Joinville) x x x Tupy Fundições Ltda. (Mauá) x x x Wetzel S.A (Div. Ferro) x Empresa X x x x x x x x Total 7 3 9 4 9 13 3 x 4.9.1.1 Análise estatística a nível nacional A Empresa X está entre as cinco maiores fornecedoras de autopeças em participação de mercado relacionando critérios como produção, capacidade e número de funcionários, conforme é demonstrado na Tabela 9. Tabela 9- Participação da Empresa X e dos principais concorrentes em quantidade. Produção (%) Capacidade (%) Nº de funcionários Tupy (Joinville) 13,39% 8,85% 12,90% Teksid do Brasil 5,89% 6,90% 6,17% Tupy (Mauá) 3,11% 2,18% 2,12% Empresa X 1,61% 1,93% 3,12% Frum 1,50% 1,38% 0,50% Outros 74,49% 78,76% 75,19% 38 Em uma análise mais estratificada do total de concorrentes, cerca de 84% atuam no mercado automobilístico e 92%, 80% e 36% nos mercados de caminhões, máquinas agrícolas e construção civil respectivamente. Com relação à localização dos concorrentes, a maior parte 28%, estão instalados em Minas Gerais e 24% localizados em São Paulo e Rio Grande do Sul. A Tabela 10 apresenta as principais localizações dos concorrentes. Tabela 10- Localização dos principais concorrentes em números SP MG RS PR SC CE 24% 28% 24% 4% 12% 4% Com base na segmentação de atuação, a maior parte dos concorrentes atuam no mercado de caminhões e ônibus, e também há grande atuação nos segmentos automobilístico e agrícola. Para a Empresa X, a análise se concentra em caminhões e ônibus, agrícola e construção civil. A Figura 7 mostra a participação dos concorrentes por segmento de atuação. 12% 28% Automobílistico Caminhões e ônibus 28% Agrícola Constr. Civil 32% Figura 7 – Análise de concorrentes por segmento nacional (%). Em Santa Catarina, na qual a Empresa X está localizada, existem três concorrentes no estado que são: a Tupy Fundições Ltda. (maior dos concorrentes), Wetzel S.A (Divisão Ferro) e a Metalúrgica Riosulense S.A. Abaixo está representado o ranking dos maiores em produção no Brasil. 1º- Tupy Fundições Ltda – Joinville/SC – 375.000 toneladas 2º - Teksid do Brasil Ltda – Betim/MG – 165.000 toneladas 39 3º - Tupy Fundições Ltda – Mauá/SP – 87.176 toneladas 4º - Empresa X – Joinville/SC – 45.000 toneladas 5º - Indústria Metalúrgica Frum Ltda - Extrema/MG – 42.000 toneladas Os tipos de ferros mais utilizados para a produção das peças automotivas são o ferro cinzento e nodular apresentando cerca 39% e 38% de participação respectivamente. O Apêndice A apresenta detalhadamente os tipos de ferros mais utilizados pelos concorrentes. Conforme dados da Tabela 8 pode-se chegar a algumas conclusões a respeito do portfólio dos produtos dos concorrentes. A Figura 8 apresenta em valores percentuais a participação dos produtos que os concorrentes possuem, considerando os produtos que a Empresa X possui em seu portfólio. Pode-se concluir que os produtos mais fabricados pelos concorrentes são componentes para motores, transmissões e cubos de roda. 6% 15% Suspensões 6% 27% Eixos Cubos de roda Componentes de freio Transmissões 19% Componentes de motores Suportes 19% 8% Figura 8- Análise de concorrentes por produto (%). 4.9.2 Análise de concorrentes a nível estadual Esta etapa do trabalho tem por objetivos analisar as principais características dos concorrentes em termos de produção, capacidade, número de funcionários e segmento de atuação a nível estadual, conforme Tabela 11, levando em consideração a parte de caminhões e ônibus, automobilística, agrícola e construção civil. Para em seguida através da análise estatística demonstrar o poder que a Empresa X e seus concorrentes possuem neste mercado. 40 Tabela 11- Análise de concorrentes a nível estadual Capacidade (ton/ano) Número de funcionários Automobilístico Caminhões e ônibus Agrícola Const.Civil Fundição Alumetaf Ltda. 3.600 5.400 120 x x x x Fundição Criciúma Ltda. 1.400 1.800 62 x x x Fundição Icaro Ltda. 1.000 2.500 60 Menegotti Inds. Metalúrgicas Ltda. 14.200 12.000 180 x Metalúrgica Riosulense S.A. 12.000 12.000 982 375.000 385.000 1.320 3.000 15.900 1.100 Empresa Tupy S.A. Usicast Ind. E Com. Ltda. - Precicast Wetzel S.A (Div. Ferro) Zen S.A. Ind. Metalúrgica - Zen Aluminium Empresa X Total Cidade Produção (ton/ano) Segmentos de Atuação Blumenau Gaspar x x Nova Veneza x x x Araquari x x x 7.353 x x x x Rio do Sul 287 x x x x Joinville 16.500 543 x x x x São José 3.000 58 x x x x x Brusque 8 9 9 7 Joinville 45.000 84.000 1.780 470.520 525.200 11.425 Schroeder Joinville 4.9.2.1 Análise estatística a nível estadual A Tabela 12 revela a participação da Empresa X em relação a seus concorrentes no estado de Santa Catarina e o domínio quase total do mercado pelas três maiores empresas que são: Tupy Fundições S.A., Wetzel S.A (Divisão Ferro) e a Empresa X. Tabela 12- Participação da Empresa X em quantidade a nível estadual Produção (%) Capacidade (%) Nº de funcionários Empresa X 9,56% 15,99% 15,58% Concorrentes 90,44% 84,01% 84,42% 3 maiores 92,64% 92,44% 84,69% Demais 7,36% 7,56% 15,31% Com relação à localização de seus concorrentes no estado, cerca de 45% se encontram instalados na região Norte e 27% no Vale do Itajaí. Os principais tipos de ferro utilizados na fabricação dos produtos são o ferro cinzento e o ferro nodular representando cerca de 34% e 31% da participação respectivamente, tendo maior detalhamento por tipo de ferro e concorrente no Apêndice A. Existe um grande equilíbrio referente ao segmento de atuação destes concorrentes como apresentado na Figura 9. 41 21% 24% Automobílistico Caminhões e ônibus Agrícola Constr. Civil 27% 28% Figura 9 – Análise de concorrentes por segmento estadual (%). 4.10 DEMANDA DE MERCADO Para esta parte do trabalho foi levantado a demanda de mercado da Empresa X com relação à necessidade de cubos de roda, transmissões, carcaças e sapatas de freio que as principais montadoras do segmento de caminhões, ônibus e implementos rodoviários necessitaram para a sua produção no ano de 2009. A Tabela 13 mostra um desdobramento do total de produtos de cubos de roda por montadora e por tração para o segmento de caminhões, já os demais desdobramentos de produtos se encontram no Apêndice B. Tabela 13- Quantidade de Cubos de roda de caminhões Quantidade de Cubos de roda Montadora Agrale S.A. Ford Motor Company Brasil International Caminhões do Brasil Iveco Mercosul Ltda. 4X2 4X4 6X2 6X4 8X4 Total 849 0 588 1.470 261 3.169 43.139 5.059 24.028 37.307 24.169 133.702 428 10.139 0 0 296 8.086 740 20.214 132 2.053 1.595 40.492 Man Latin América Ltda. 53.436 0 37.734 92.485 16.442 200.096 Mercedes-Benz do Brasil Ltda. 50.069 8.175 45.982 72.038 0 176.264 Scania Latin América Ltda. 12.587 547 13.135 17.239 5.473 48.981 Volvo do Brasil Veículos Ltda. 14.001 0 9.693 24.233 4.308 52.235 Total 184.648 13.780 139.541 265.726 52.838 656.533 A Tabela 14 mostra a demanda de mercado total de cubos de roda, transmissões, carcaças e sapatas de freio para as principais montadoras. Pode-se concluir que as montadoras 42 mais demandantes destes produtos para caminhões são: Man Latin América Ltda., MercedesBenz do Brasil Ltda. e Ford Motor Company Brasil. Tabela 14- Quantidade total de produtos para caminhões Quantidade total de produtos Produto 4X2 4X4 6X2 6X4 8X4 Total Cubos de roda Transmissões 184.648 46.162 13.780 3.445 139.541 23.257 265.726 44.288 52.838 6.605 656.533 123.633 Carcaças 46.162 3.445 23.257 44.288 6.605 123.633 Sapatas de freio 369.296 27.561 279.083 531.452 105.675 1.313.066 Total 646.267 48.232 465.138 885.753 171.723 2.216.866 A reflexo do que foi apresentado no estudo de mercado para caminhões, a Tabela 15 mostra um desdobramento da quantidade de cubos de roda por tração e montadora para este segmento de mercado, tendo detalhamento dos produtos no Apêndice C. Já a Tabela 16 mostra o total de cubos de rodas, transmissões, carcaças e sapatas de freio para o segmento de ônibus. A Mercedes-Benz do Brasil Ltda., a Man Latin América Ltda. e a Agrale S.A. são as montadoras de ônibus com maior demanda dos produtos analisados. Tabela 15- Quantidade de cubos de roda de ônibus Quantidade de Cubos de roda Montadora 4X2 6X2 8X2 Total Agrale S.A. Iveco Mercosul Ltda. 8.247 1.775 12.101 2.436 3.227 755 23.575 4.965 Man Latin América Ltda. Mercedes-Benz do Brasil Ltda. 15.089 20.276 5.658 41.024 48.504 35.532 6.768 90.804 Scania Latin América Ltda. Volvo do Brasil Veículos Ltda. 2.716 4.074 1.648 8.437 2.486 932 0 3.419 Total 78.817 75.351 18.056 172.225 Tabela 16- Quantidade total de produtos para ônibus Quantidade total de produtos Produtos 4X2 6X2 8X2 Total Cubos de roda Transmissões 78.817 19.704 75.351 12.559 18.056 2.257 172.225 34.535 Carcaças 19.704 12.559 2.257 34.535 Sapatas de freio 157.634 150.703 36.113 344.450 Total 275.860 251.171 58.683 585.745 43 Para o segmento de implementos rodoviários também foram identificados a quantidade de cubos de roda, transmissões, carcaças e sapatas de freio para reboques e semirreboques. A Tabela 17 mostra a quantidade de cubos de roda por modelo e montadora, já que neste segmento existe padronização de modelos, e para os demais produtos estão no Apêndice D. Já a Tabela 18 mostra o total de cubos de roda, transmissões, carcaças e sapatas de freio. Pode-se concluir que a Randon, a Guerra e a Facchini são as montadoras de implementos rodoviários que demandam maior quantidade destes produtos. Tabela 17- Quantidade de cubos de rodas para reboques e semirreboques Quantidade de Cubos de roda Modelo/Empresa Randon Guerra Facchini Noma Librelato Rodofort Outros Total Basculante 9.645 4.082 3.114 2.082 1.347 572 6.374 27.216 Base 251 106 81 54 35 15 166 708 Porta Conteiner 3.211 1.359 1.036 693 448 190 2.122 9.060 Bobineiro 70 30 23 15 10 4 46 198 Graneleiro 28.942 12.250 9.343 6.247 4.042 1.715 19.126 81.666 Canavieiro 8.068 3.415 2.604 1.741 1.127 478 5.331 22.764 Baú Carga Geral 7.702 3.260 2.486 1.662 1.076 456 5.090 21.732 Carrega Tudo 2.150 910 694 464 300 127 1.421 6.066 Dolly 2.603 1.102 840 562 364 154 1.720 7.344 Especial 2.635 1.115 850 569 368 156 1.741 7.434 Transporte de Toras 1.127 477 364 243 157 67 745 3.180 Baú Frigorífico 2.401 1.016 775 518 335 142 1.586 6.774 Baú Lonado 3.828 1.620 1.236 826 535 227 2.529 10.800 Silo 1.042 441 336 225 146 62 689 2.940 Tanque Carbono 11.344 4.802 3.662 2.449 1.584 672 7.497 32.010 Tanque Inox 1.070 453 345 231 149 63 707 3.018 Tanque Alumínio 51 22 16 11 7 3 34 144 Total 86.138 36.458 27.805 18.594 12.031 5.104 56.923 243.054 Tabela 18- Quantidade total de produtos para reboques e semirreboques Produto Cubos de roda Transmissões Carcaças Sapatas de freio Total Randon 86.138 14.356 14.356 172.277 287.128 Guerra 36.458 6.076 6.076 72.916 121.527 Quantidade de Cubos de roda Facchini Noma Librelato Rodofort 27.805 18.594 12.031 5.104 4.634 3.099 2.005 851 4.634 3.099 2.005 851 55.611 37.187 24.062 10.208 92.685 61.979 40.104 17.014 Outros 56.923 9.487 9.487 113.846 189.744 Total 243.054 40.509 40.509 486.108 810.180 4.11 PREVISÃO DE DEMANDA DE MERCADO Para realizar a previsão de demanda do mercado, conforme capítulo 3 deste trabalho, é necessário compreender a relação direta entre as montadoras e as empresas de autopeças, no qual qualquer incentivo para aumento ou diminuição na produção de veículos pelas 44 montadoras se reflete diretamente na fabricação de autopeças. Alguns programas que podem influir no comportamento das montadoras também interferem no setor de autopeças como a redução do IPI ou IPI zero, programa mais alimentos, plano safra 2010, programa Procaminhoneiro, EuroV entre outros. A Figura 10 apresenta a previsão de demanda de mercado para caminhões do ano de 2010 até 2014, no qual é previsto grande crescimento devido a alguns incentivos governamentais como: a isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Programa Procaminhoneiro. Segundo o Estadão (2010), em Dezembro de 2008 o governo anunciou a redução do IPI para 3% sobre os automóveis para estimular a venda de veículos no país e conter a queda de produção no setor automotivo. A isenção do IPI para caminhões, que começou em Dezembro de 2008, vai até 31 de Dezembro de 2010. O resultado do programa é que ocorrerá maior número de vendas de caminhões, o que conseqüentemente aumentará a produção das montadoras e principalmente de peças para estes veículos. Em 2009, cerca de 20,7% das vendas ocorridas entre os meses de janeiro e novembro ocorreram exclusivamente em conseqüência da redução do imposto sobre produtos industrializados. O Programa Procaminhoneiro conta com taxa de juros de 4,5% ao ano e prazo de pagamento de até 96 meses. Um exemplo que pode ser atribuído ao tamanho dos incentivos para a compra de caminhões para este ano está destacada na Tabela 19. Tabela 19- Exemplo de compra com benefícios Preço Aproximado Anterior R$325.500,00 (-) Desconto do IPI R$15.500,00 Preço com desconto R$310.000,00 (-) Descontos Procaminhoneiro R$30.070,00 Preço final com benefícios R$279.930,00 Neste exemplo com os descontos do IPI e do PROCAMINHONEIRO, o preço do caminhão teve uma redução de 14% em relação ao valor sem os benefícios, e com redução no valor preço do caminhão, conseqüentemente haverá uma demanda maior a ser atendida. Um acontecimento que pode fazer com que ocorra queda nas vendas de caminhões e ônibus é o programa CONAMA P7 EURO V. Segundo a revista Autodata (2010), este programa é uma resolução que prevê para 2012 novos limites mínimos de emissão de 45 poluentes para motores a diesel, e para isso ocorrerá uma série de modificações técnicas nos veículos comerciais, além de um diesel com teor de enxofre reduzido, acarretando conseqüentemente em aumento no custo do produto final, o que pode causar em quedas na venda de caminhões e ônibus. 4.500.000 4.000.000 3.500.000 2010 3.000.000 2011 2.500.000 2012 2.000.000 2013 1.500.000 2014 1.000.000 500.000 Cubos de roda Transmissões Carcaças Sapatas de freio Figura 10- Previsão da demanda de mercado para caminhões A Figura 11 apresenta a previsão de demanda para o mercado de ônibus, tendo como fator relevante para o aumento no número destes veículos o programa Caminhos da Escola. Segundo o Estadão (2010), o programa Caminhos da Escola tem por objetivo renovar a frota de veículos para alunos da rede pública de educação básica e conta com juros de 4,5% ao ano e pagamento em até 96 meses. 800000 700000 600000 2010 500000 2011 400000 2012 300000 2013 200000 2014 100000 0 Cubos de roda Transmissões Carcaças Figura 11- Previsão de demanda para o mercado de ônibus Sapatas de freio 46 A Figura 12 apresenta a previsão de demanda de mercado para implementos rodoviários. Segundo o Governo Federal, vai haver um grande crescimento neste segmento devido a alguns programas do governo e eventos que irão ocorrer no país, o que acarreta no aumento da produção de equipamentos de construção, implementos rodoviários e autopeças para este fim. A Tabela 19 demonstra alguns programas com investimentos relativos à construção civil para o período de 2010 a 2016. Tabela 19 - Investimentos para o setor de construção Fonte: Governo Federal, 2010. 2.000.000 1.800.000 1.600.000 1.400.000 1.200.000 2010 1.000.000 2011 800.000 2012 600.000 2013 400.000 2014 200.000 Cubos de roda Transmissões Carcaças Sapatas de freio Figura 12- Previsão de demanda de mercado para reboques e semirreboques A previsão de mercado para máquinas agrícolas é muito positiva, como pode-se ver na Figura 13, devido ao grande porte de crescimento que o Brasil apresenta neste setor e as ações governamentais. Segundo o Ministério da Agricultura (2010), o Programa Mais Alimentos, que iniciou em 2009, é uma linha de crédito que financia investimento em infraestrutura da propriedade familiar, permitindo ao agricultor investir em modernização e aquisição de máquinas e de novos equipamentos. Com linhas de R$ 130 mil a juros de 2% ao ano e prazo de pagamento de até 10 anos, o programa permite a aquisição de tratores com até 75 cv de potência. A comercialização de tratores total no período de 1996 a 2006 foi de 7 mil tratores, e só em 2009 foram vendidos 30 mil tratores, o que reflete a magnitude do programa. 47 Segundo o Ministério da Agricultura (2010), o Plano Safra 2010 conta com investimentos R$116 bilhões, sendo R$100 bilhões para o financiamento de projetos da agricultura empresarial e R$16 bilhões para a agricultura familiar. Na agricultura comercial destacam-se dois programas de investimento o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (PRONAMP) e o Moderfrota. O PRONAMP busca promover o desenvolvimento das atividades rurais de médios produtores e proporcionar aumento de renda e geração de empregos no campo, para isso conta com investimento de R$5,65 bilhões, limite de financiamento para custeio de R$275 mil e limite de financiamento para investimento de R$200 mil com taxa de juros de 6,25% ao ano. Já o Moderfrota financia a aquisição de tratores agrícolas e implementos associados, colheitadeiras e equipamentos para preparo, com investimento de R$500 milhões e juros de 7,5% ao ano. Outro fator que pode influenciar no aumento da produção de autopeças para máquinas agrícolas é um estudo da FAO (Food and Agriculture Organization) (2010), que afirma que o Brasil terá o maior crescimento da produção agrícola no mundo nos próximos dez anos (período 2010/2019), com expansão superior de 40% comparado com 2007/2009. O crescimento é quatro vezes maior que países como Estados Unidos e Canadá. Esta expansão é bastante representativa se comparar com países de ponta no setor como Rússia com crescimento de 26%, Ucrânia 29%, China 26% e Índia 21%. 700.000 600.000 500.000 2010 400.000 2011 300.000 2012 2013 200.000 2014 100.000 Cubos de roda Transmissões Carcaças Figura 13- Previsão de demanda de mercado para tratores e colheitadeiras 48 5- CONSIDERAÇÕES FINAIS Entender o mercado na qual a organização está inserida é de suma importância para planejar os próximos passos e antever as ações frente aos concorrentes. O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo de mercado para a Empresa X, usando a ferramenta de análise setorial, que visou a coleta de informações do setor e do ambiente externo da organização, e o emprego de técnicas estatísticas para estimar a demanda e a previsão do mercado, tomando como base fatos e ações governamentais. Frente as análises realizadas, conclui-se que existem inúmeras informações relevantes a respeito do setor para a realização de um estudo de mercado, mas grande parte delas encontram-se dispersas na própria organização e nas diversas fontes de pesquisa, despendendo grande esforço para localizá-las. Outro fator importante foi a interpretação dos dados que consistiu no cruzamento de informações de algumas fontes para a obtenção de resultados. Vale destacar que as informações encontradas em sindicatos e associações se mostraram muito útil para a execução deste trabalho, como por exemplo, ANFAVEA, ABIFA, ANFIR, FENABRAVE e Sindipeças, bastando apenas localizá-las, interpretá-las e analisá-las para a realidade da empresa. Foi possível concluir que a maior parte das empresas de autopeças são de médio a grande porte, estando a maioria localizadas no estado de São Paulo e são facilmente afetadas por políticas e ações governamentais. Para este setor, existe também a tendência de aumento no número de sistemistas, aumentando assim a terceirização dos processos, e a utilização mais freqüente da pratica da engenharia simultânea por parte de clientes e fornecedores. Com relação ao estudo dos concorrentes, foi verificado através da análise da participação de mercado que a Empresa X é a quarta maior a âmbito nacional em requisitos como produção e capacidade, e a terceira em número de funcionários. Já a nível estadual as três maiores empresas levando os mesmos requisitos em consideração são: Tupy Fundições S.A, Empresa X e Wetzel S.A (Divisão Ferro). Foram levantados também os principais produtos fabricados pelos concorrentes a nível nacional que são: componentes para motores, transmissões e cubos de roda. Para os segmentos de atuação existe grande equilíbrio tanto a nível nacional quanto estadual. Para a demanda de mercado o desafio maior foi sintetizar as informações, que estavam dispersas, sobre os modelos dos veículos, produção e participação das principais montadoras. Então foi verificado que para o segmento de caminhões a demanda maior por produtos se 49 concentra nas montadoras Man Latin América Ltda., Mercedes-Benz do Brasil Ltda. e Ford Motor Company Brasil Ltda.. Já para o segmento de ônibus, as montadoras que possuem maior participação para os produtos são: Mercedes-Benz do Brasil, Man Latin América Ltda. e Agrale S.A. No setor de implementos rodoviários as principais empresas demandantes são: Randon, Guerra e Facchini. Na parte da previsão da demanda de mercado, a principal limitação foi não encontrar séries históricas de dados de longa duração, então as estimativas foram realizadas a partir do ano de 2005. A previsão de mercado para as montadoras se mostrou positiva principalmente devido aos incentivos e eventos que serão realizados pelo governo até 2014. Para o segmento de caminhões as perspectivas são muito boas devido a redução do IPI e o Programa Procaminhoneiro. Já para ônibus o programa Caminhos da Escola é um fator decisivo para a comercialização destes veículos. O setor de implementos rodoviários conta com alguns programas e eventos como: PAC, Programa Minha Casa Minha Vida, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. E por fim, para o segmento de máquinas agrícolas o cenário é bastante positivo, principalmente ao Programa Mais Alimentos e o Plano Safra, além do potencial do Brasil ter o maior crescimento na produção agrícola nos próximos dez anos. Logo, estas análises demonstraram uma maneira para a qual as organizações possam utilizar a inteligência de mercado para não serem surpreendidas e planejarem melhor suas ações frente ao mercado e concorrência. Não foram apresentadas todas as características do setor, apenas as mais relevantes. Também não foi apresentada a demanda e a previsão de todos os produtos, pois a Empresa X possui uma variedade muito grande de produtos e trabalho ficaria muito extenso. Com relação ao período da previsão de mercado, foi escolhido o período de 2010 a 2014, pois ocorrerá eventos significativos que movimentará a economia e conseqüentemente a produção de autopeças. A respeito das dificuldades, alguns fatos dificultaram a elaboração do trabalho que são: informações muito dispersas em várias fontes, falta de série histórica de dados, informações disponíveis apenas para associados e muitos dados para análise o que acabou dificultando a síntese. Por fim, para trabalhos futuros recomenda-se criar banco de dados para monitoramento do ambiente macroeconômico e informações dos concorrentes, conseguir série histórica de dados de longa duração, se possível filiar-se a sindicatos e associações ou buscar contato de alguém que tenha acesso a essas informações e acompanhar as notícias do governo para auxiliar na previsão de mercado. 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AAKER,D.A. Administração Estratégica de Mercado. Porto Alegre: Bookman, 2005. AKCELRU, L. Semicondutores Orgânicos Tecnologia do Futuro. Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. Brasília, 2007. AMORIM, G. A importação de Autopeças. Análise Conjuntural. v.32, n.5-6, p.1-18, mai./jun.2010. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FUNDIÇÃO. Guia ABIFA de Fundição: Anuário 2009. São Paulo, 2009. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES. São Paulo, 2010. AUTODATA. São Paulo: ano 18, Ed.249, mai.2010. AUTOMOTIVE BUSINESS. São Paulo: n.3. mai. 2010. 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Ferro ligado Ferro branco Ferro maleável Ferro nodular Ferro cinzento APÊNDICE A- Tipos de ferros utilizados pelos concorrentes x x Farina Componentes Automotivos S.A. x x x Fundição Balancins Ltda. x x x Fundição Batista Indústria e Comércio Ltda. x x Fundição Becker Ltda. x Fundição Hubner Ltda. x x Fundimig Ltda. x x Fundimisa Fundição e Usinagem Ltda. x x Intercast S.A. x x Industrial Hahn Ferrabraz Ltda. x x Indústria Metalúrgica Frum Ltda. x x Indústrias Romi S.A. x x x Lepe Indústria e Comércio Ltda. x x Metalúrgica Riosulense S.A. x x x x Semeato S.A x x x x Técnica Industrial Tiph S.A. x x Teksid do Brasil Ltda. x x Tupy Fundições Ltda. (Joinville) x x Tupy Fundições Ltda. (Mauá) x Wetzel S.A (Div. Ferro) x 0 Ferro nodular x x x x x x x x Empresa X Total 10 9 Fundição Icaro Ltda. Menegotti Inds. Metalúrgicas Ltda. Metalúrgica Riosulense S.A. Tupy S.A. Usicast Ind. E Com. Ltda. - Precicast Wetzel S.A (Div. Ferro) Zen S.A. Ind. Metalúrgica - Zen Aluminium 5 9 Ferro ligado x 23 x x x x x x x x x x Fundição Criciúma Ltda. x Ferro branco x 24 Empresa Fundição Alumetaf Ltda. x x Ferro cinzento Total x Ferro maleável Empresa X x x x x x x x x x x x 1 5 4 x 56 APÊNDICE B- Quantidade de produtos para caminhões por montadora Quantidade de Transmissões Montadora Agrale S.A. Ford Motor Company Brasil International Caminhões do Brasil 4X2 4X4 6X2 6X4 8X4 Total 212 0 98 245 33 588 10.785 1.265 4.005 6.218 3.021 25.293 107 0 49 123 16 296 Iveco Mercosul Ltda. 2.535 0 1.348 3.369 257 7.508 Man Latin América LTDA. 13.359 0 6.289 15.414 2.055 36.994 Mercedes-Benz do Brasil Ltda. 12.517 2.044 7.664 12.006 0 34.231 Scania Latin América Ltda. 3.147 137 2.189 2.873 684 9.030 Volvo do Brasil Veículos Ltda. 3.500 0 1.616 4.039 539 9.693 Total 46.162 3.445 23.257 44.288 6.605 123.633 Quantidade de Sapatas de freio Montadora 4X2 4X4 6X2 6X4 8X4 Total Agrale S.A. Ford Motor Company Brasil 1.699 86.277 10.117 1.176 48.057 2.940 74.614 523 48.338 6.337 267.403 International Caminhões do Brasil 855 - 592 1.480 263 3.190 Iveco Mercosul Ltda. 20.278 - 16.171 40.428 4.107 80.984 Man Latin América LTDA. 106.872 - 75.468 184.970 32.884 400.193 Mercedes-Benz do Brasil Ltda. 100.138 16.349 91.964 144.077 - 352.528 Scania Latin América Ltda. 25.175 1.095 26.269 34.478 10.945 97.962 Volvo do Brasil Veículos Ltda. 28.002 - 19.386 48.465 8.616 104.469 Total 369.296 27.561 279.083 531.452 105.675 1.313.066 Quantidade de Carcaças Montadora 4X2 4X4 6X2 6X4 8X4 Total Agrale S.A. 212 0 98 245 33 588 Ford Motor Company Brasil 10.785 1.265 4.005 6.218 3.021 25.293 International Caminhões do Brasil 107 0 49 123 16 296 Iveco Mercosul Ltda. 2.535 0 1.348 3.369 257 7.508 Man Latin América LTDA. 13.359 0 6.289 15.414 2.055 36.994 Mercedes-Benz do Brasil Ltda. 12.517 2.044 7.664 12.006 0 34.231 Scania Latin América Ltda. 3.147 137 2.189 2.873 684 9.030 Volvo do Brasil Veículos Ltda. 3.500 0 1.616 4.039 539 9.693 Total 46.162 3.445 23.257 44.288 6.605 123.633 57 APÊNDICE C – Quantidade de produtos para ônibus por montadora Quantidade de Transmissões Montadora 4X2 6X2 8X2 Total 2.062 2.017 403 4482 444 406 94 944 Man Latin América LTDA. 3.772 3.379 707 7859 Mercedes-Benz do Brasil Ltda. Agrale S.A. Iveco Mercosul Ltda. 12126 5922 846 18894 Scania Latin América Ltda. 679 679 206 1579 Volvo do Brasil Veículos Ltda. 622 155 0 777 19.704 12.559 2.257 34.535 Total Quantidade de Sapatas de freio Montadora 4X2 6X2 8X2 Total Agrale S.A. Iveco Mercosul Ltda. 16.494 3.549 24.203 4.871 6.454 1.510 47.151 9.931 Man Latin América LTDA. 30.179 40.552 11.317 82.048 Mercedes-Benz do Brasil Ltda. 97.008 71.064 13.536 181.608 Scania Latin América Ltda. 5.432 8.148 3.295 16.875 Volvo do Brasil Veículos Ltda. 4.973 1.865 0 6.838 Total 157.634 150.703 36.113 344.450 Quantidade de Carcaças Montadora 4X2 6X2 8X2 Total 2.062 2.017 403 4482 444 406 94 944 Man Latin América LTDA. 3.772 3.379 707 7859 Mercedes-Benz do Brasil Ltda. Agrale S.A. Iveco Mercosul Ltda. 12126 5922 846 18894 Scania Latin América Ltda. 679 679 206 1579 Volvo do Brasil Veículos Ltda. 622 155 0 777 19.704 12.559 2.257 34.535 Total 58 APÊNDICE D- Quantidade de produtos para implementos rodoviários por montadora e modelo Quantidade de Transmissões Modelo/Empresa Randon Guerra Facchini Noma Librelato Rodofort Outros Total Basculante 1.608 680 519 347 225 95 1.062 4.536 Base 42 18 13 9 6 2 28 118 Porta Conteiner 535 227 173 116 75 32 354 1.510 Bobineiro 12 5 4 3 2 1 8 33 Graneleiro 4.824 2.042 1.557 1.041 674 286 3.188 13.611 Canavieiro 1.345 569 434 290 188 80 889 3.794 Baú Carga Geral 1.284 543 414 277 179 76 848 3.622 Carrega Tudo 358 152 116 77 50 21 237 1.011 Dolly 434 184 140 94 61 26 287 1.224 Especial 439 186 142 95 61 26 290 1.239 Transporte de Toras 188 80 61 41 26 11 124 530 Baú Frigorífico 400 169 129 86 56 24 264 1.129 Baú Lonado 638 270 206 138 89 38 422 1.800 Silo 174 74 56 37 24 10 115 490 Tanque Carbono 1.891 800 610 408 264 112 1.249 5.335 Tanque Inox 178 75 58 38 25 11 118 503 Tanque Alumínio 9 4 3 2 1 1 6 24 Total 14.356 6.076 4.634 3.099 2.005 851 9.487 40.509 Modelo/Empresa Basculante Base Porta Conteiner Bobineiro Graneleiro Canavieiro Baú Carga Geral Carrega Tudo Dolly Especial Transporte de Toras Baú Frigorífico Baú Lonado Silo Tanque Carbono Tanque Inox Tanque Alumínio Total Quantidade de Carcaças Randon Guerra Facchini Noma Librelato Rodofort Outros Total 1.608 680 519 347 225 95 1.062 4.536 42 18 13 9 6 2 28 118 535 227 173 116 75 32 354 1.510 12 5 4 3 2 1 8 33 4.824 2.042 1.557 1.041 674 286 3.188 13.611 1.345 569 434 290 188 80 889 3.794 1.284 543 414 277 179 76 848 3.622 358 152 116 77 50 21 237 1.011 434 184 140 94 61 26 287 1.224 439 186 142 95 61 26 290 1.239 188 400 638 174 1.891 178 9 14.356 80 169 270 74 800 75 4 6.076 61 129 206 56 610 58 3 4.634 41 86 138 37 408 38 2 3.099 26 56 89 24 264 25 1 2.005 11 24 38 10 112 11 1 851 124 264 422 115 1.249 118 6 9.487 530 1.129 1.800 490 5.335 503 24 40.509 59 Quantidade de Sapatas de freio Modelo/Empresa Randon Guerra Facchini Noma Librelato Rodofort Outros Total Basculante 19.291 8.165 6.227 4.164 2.694 1.143 12.748 54.432 Base 502 212 162 108 70 30 332 1.416 Porta Conteiner 6.422 2.718 2.073 1.386 897 381 4.244 18.120 Bobineiro 140 59 45 30 20 8 93 396 Graneleiro 57.885 24.500 18.685 12.495 8.085 3.430 38.252 163.332 Canavieiro 16.135 6.829 5.208 3.483 2.254 956 10.663 45.528 Baú Carga Geral 15.404 6.520 4.972 3.325 2.151 913 10.179 43.464 Carrega Tudo 4.300 1.820 1.388 928 601 255 2.841 12.132 Dolly 5.205 2.203 1.680 1.124 727 308 3.440 14.688 Especial 5.269 2.230 1.701 1.137 736 312 3.482 14.868 Transporte de Toras 2.254 954 728 487 315 134 1.490 6.360 Baú Frigorífico 4.801 2.032 1.550 1.036 671 285 3.173 13.548 Baú Lonado 7.655 3.240 2.471 1.652 1.069 454 5.059 21.600 Silo 2.084 882 673 450 291 123 1.377 5.880 Tanque Carbono 22.689 9.603 7.324 4.898 3.169 1.344 14.993 64.020 Tanque Inox 2.139 905 691 462 299 127 1.414 6.036 Tanque Alumínio 102 43 33 22 14 6 67 288 Total 172.277 72.916 55.611 37.187 24.062 10.208 113.846 486.108