Ilustração do livro De Humanis Corporis Fabrica (1542) de Andrea Vesalius, Colecção Instituto de Anatomia, Museu de Medicina FML EXPOSIÇÃO PASSAGENS 100 Peças para o Museu de Medicina Museu Nacional de Arte Antiga | Museu de Medicina da Faculdade de Medicina de Lisboa EXPOSIÇÃO PASSAGENS 100 Peças para o Museu de Medicina Inauguração 24 de Fevereiro às 18h00 Museu Nacional de Arte Antiga Rua das Janelas Verdes, Lisboa Tel. 213 912 800 3ª, das 14h00 às 18h00 4ª a Dom., das 10h00 às 18h00 Encerra à 2ª Até 30 de Abril de 2005 Comissariado Anísio Franco José Alberto Seabra de Carvalho Maria João Vilhena de Carvalho Manuel Valente Alves Conferência de imprensa Auditório do Museu Nacional de Arte Antiga 23 de Fevereiro às 15 horas. PASSAGENS. 100 Peças para o Museu de Medicina é a primeira exposição que dá a conhecer ao grande público parte do espólio da Faculdade de Medicina de Lisboa, reunido ao longo de quase um século de existência desta instituição de ensino e investigação científica. O projecto do Museu de Medicina da Faculdade de Medicina de Lisboa é deste modo acolhido pelo Museu Nacional de Arte Antiga na sua programação, numa política de grande abertura desta instituição cultural ao cruzamento de ideias, práticas e saberes e à criação e desenvolvimento de parcerias interinstitucionais que estimulem a criação de novos públicos. Para a exposição PASSAGENS. 100 peças para o Museu de Medicina foram seleccionadas 100 peças da Faculdade de Medicina de Lisboa pertencentes aos seus institutos, laboratórios e clínicas universitárias, que dialogam com importantes obras do Museu de Arte Antiga. Peças de cariz técnico-científico (modelos anatómicos, preparações humanas, mecanismos e imagens médicas, instrumentos de medição e de observação) cruzam-se e interagem com obras de arte (pinturas, esculturas e peças de arte decorativa), ensaiando-se algumas possibilidades de abertura do campo da museologia contemporânea. Por isso, esta exposição se propõe também como um espaço laboratorial, um lugar de experiência e reflexão multidisciplinar. Neste âmbito serão realizados colóquios todas as quintas-feiras do mês de Abril, às 18h00, em torno de alguns temas suscitados pela exposição. É neste ambiente de interacção de peças técnico-científicas que adquirem novas funcionalidades ao ligarem-se a obras de arte, que o Museu Nacional de Arte Antiga se apresenta como um verdadeiro espaço de passagem e transformação, promovendo e qualificando um novo lugar da memória, o Museu de Medicina da Faculdade de Medicina de Lisboa. Mais informações em www.museudemedicina.fm.ul.pt Email. [email protected] Tel. 21 798 51 53 Tm. 91 734 08 57 / 91 402 49 19 A exposição PASSAGENS. 100 peças para o Museu de Medicina organiza-se em torno de seis núcleos interactivos: 01 Espelhos e reflexões É o primeiro núcleo, um espaço de “síntese” onde objectos da medicina e da arte mostram como se concretiza o “sonho” do ser humano ultrapassar, através do olhar, a fronteira da pele. O estudo do corpo humano, enquanto estrutura biológica, psicológica e social, começa por ser um exercício do olhar, simultaneamente crítico e especializado. 02 Fragmentos e anatomias Focaliza o corpo dividido, numa galeria de modelos e anatomias várias que, através de cruzamentos de objectos da medicina entre si e com obras de arte, permitem pensar a complexa teia que liga o humano ao inumano, o belo ao disforme, a vida à morte, a composição ao caos. Pesar, medir, configurar, integram este processo, por isso a transição para o núcleo seguinte inicia-se já aqui. 03 Compôr, cuidar, tratar Compôr, cuidar, tratar reúne produtos e dispositivos, alguns deles ancestrais, destinados a cuidar e a tratar do corpo em crise. É o campo de vários agentes terapêuticos, que se cruzam com objectos de arte sacra. 04 Fluidos, circulação, imagem Prossegue o discurso expositivo interligando mecanismos e imagens que estudam o corpo na sua dinâmica circulatória multímoda, questionando o sagrado e os seus símbolos. 05 Observar, medir, temporizar Em medicina são inseparáveis do estudo da circulação e do cuidar, tratar, ver em profundidade. Por isso neste e nos anteriores núcleos os tempos biológico e psicológico cruzam-se com os tempos solar, religioso e político, sugerindo duas classificações possíveis que permitem entender melhor o significado das intervenções médicas no ser humano: a sua relação com os tempos da natureza (biológico e físico) e da sociedade (todos os outros). 06 Ver o invisível Ver o invisível, tanto pode marcar o fim como o recomeço da exposição. A observação do microcosmos humano através de próteses do olhar, como os microscópios, produz não só informação sobre a estrutura e o funcionamento do organismo como também imagens que se podem ligar a inúmeros aspectos da vida do ser humano complexificando a imagem do corpo em todas as suas dimensões (biológica, tecnológica, social e comunicacional). Porém, a verdadeira passagem propositiva da exposição é a vontade de construir um novo museu contemporâneo, o Museu de Medicina, um elo dinâmico entre os domínios da arte e da ciência, uma terceira via que permita potenciar e interligar ambos os domínios, profundamente ligado à comunidade e à história da cultura através de peças representativas das práticas e saberes específicos da medicina, que o Museu Nacional de Arte Antiga aqui acolhe numa atitude inovadora de grande alcance e significado histórico e cultural. Mais informações em www.museudemedicina.fm.ul.pt Email. [email protected] Tel. 21 798 51 53 Tm. 91 734 08 57 / 91 402 49 19