Santander Jornal dos trabalhadores do Santander | novembro de 2014 | Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região - Federações - Contraf/Cut Banco continua maurício morais cortando empregos Lucro alcança R$ 4,3 bi em setembro, mesmo assim, Santander mantém política de corte de postos de trabalho no Brasil: em doze meses foram 1.097 vagas extintas O Santander teve lucro líquido gerencial de R$ 4,328 bilhões nos nove primeiros meses de 2014, permanecendo estável em doze meses. O lucro no terceiro trimestre do ano foi de R$ 1,464 bilhão, aumento de 1,9% em relação ao mesmo período de 2013. O balanço foi divulgado pelo banco espanhol na terça 4. Mesmo com resultado estável, a instituição espanhola continua sua política de cortes de emprego no país. De setembro de 2013 a setembro deste ano foram 1.097 postos de trabalho a menos. “É inaceitável que a gestão de redução de custos tenha como seu principal instrumento o corte de empregos ou pela alta rotatividade, que substitui tra- balhadores com mais experiência, mais tempo de casa e maiores salários, por outros que entram ganhando menos. O banco deveria fazer justamente o contrário: contratar mais, gerar postos de trabalho e investir na capacitação dos funcionários”, critica a diretora executiva do Sindicato Rita Berlofa. A dirigente destaca ainda outro dado do balanço que aponta para sobrecarga de trabalho no banco: ao mesmo tempo em que reduziu o número de funcionários, houve ampliação significativa no número de clientes, com mais 1,825 milhão. “É mais um indício incontestável de que é necessário contratar para melhorar as condições de trabalho na empresa. Quem paga a conta dessa política perversa é o trabalhador, com índices cada vez maiores de adoecimento, e a sociedade.” Outro item a ser destacado é a redução do número de agências. De setembro de 2013 a setembro de 2014 foram 129 unidades a menos. “Estamos em negociação do Acordo Coletivo Aditivo à CCT com o banco e este é um momento propício para que o Santander valorize seus funcionários investindo na melhoria das condições de trabalho, com o fim das demissões, das metas absurdas, das reuniões diárias e videoconferências, e da pressão desumana pelo cumprimento de metas. Essa política precisa acabar”, ressalta Rita. S I A M S O M E R E U Q BASTA DE DEMISSÕES, ROTATIVIDADE E TERCEIRIZAÇÕES MAIS CONTRATAÇÕES. FIM DAS METAS ABUSIVAS. MELHORES CONDIÇÕES DE SAÚDE E TRABALHO Após cinco rodadas, as negociações para a renovação do acordo aditivo do Santander à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) não avançaram. O banco não quer atender a pauta de reivindicações específicas dos funcionários. Por isso, os bancários realizam um dia nacional de luta nesta terçafeira (11) para que haja avanços, especialmente sobre emprego, saúde e condições de trabalho. O Santander lucrou R$ 4,3 bilhões até setembro no Brasil (leia mais na capa), o que representa 20% do resultado global, igual à participação do Reino Unido. Em nenhum outro país o banco ganhou mais. A Espanha contribuiu com 14% do lucro. No entanto, os trabalhadores brasileiros não são valorizados, sendo tratados como se fossem de segunda classe. Isso é inaceitável. Há falta de funcionários, metas abusivas, sobrecarga de serviço e assédio moral, causando estresse, ado- ecimentos, uso de remédio de tarja preta e afastamentos do trabalho. A pressão é insuportável, principalmente na rede de agências, provocando filas intermináveis. Não é à toa que o banco ocupa as primeiras posições do ranking de reclamações de clientes no Banco Central. Enquanto isso, o Santander gasta milhões em propaganda como na Fórmula 1 e na Copa Libertadores. Cada diretor executivo ganha, em média, R$ 5,7 milhões em 2014, considerando salários, bônus e participação nos resultados, conforme foi aprovado na assembleia dos acionistas do banco em abril. Queremos que o banco pare com as demissões, a rotatividade e as terceirizações, e faça mais contratações e crie um centro de realocação para evitar dispensas em caso de fechamento de agências. É preciso acabar com as reuniões diárias e as conferências para a cobrança de metas, bem como a exigência de metas para a área operacional. Ninguém aguenta mais! A proposta do banco tem que ampliar e proteger o emprego e garantir condições dignas de trabalho, além de melhorias no plano de saúde e na previdência complementar, com eleições democráticas e transparentes no SantanderPrevi, e mais bolsas de estudo com inclusão da pós-graduação. Também queremos segurança, igualdade de oportunidades, mudanças nos procedimentos da auditoria interna e externa, folga-aniversário sem compensação com a folga-assiduidade prevista na convenção coletiva, isenção de tarifas e redução das taxas de juros para funcionários e aposentados, dentre outras reivindicações. Enfim, queremos avanços concretos nas negociações. Nova rodada ocorre nesta quinta-feira (13). Quem constrói os lucros do Santander merece uma proposta decente. Produzido pelo Sindicato dos Bancários e Financiáros de São Paulo, Osasco e Região. Rua São Bento, 413, Centro, São Paulo, CEP 01011-1700, telefone (11) 3188-5200. Diretores responsáveis: André B. Pereira, André C. Félix, Amélia Assis Andrade Santos, Camilo Fernandes, Cássio Toshiaki Murakami, Edison José de Oliveira, Lucimara Malaquias, Marcelo Pereira de Sá, Marcelo Gonçalves, Maria Q. da Cruz, Maria do Carmo Ferreira Lellis, Maria Rosani Gregorutti Akiyama Hashizumi, Mário Luiz Raia, Maurício Danno, Ramilton Marcolino, Rita de Cássia Berlofa, Sergio Augusto, Silmara da Silva, Silvio Aragusuku, Tânia Maria da Costa, Vera Lúcia Marchioni, Wagner Cabanal Mendes, Welington Prado. Alberto Maranho (Fetec/ SP-CUT), Alexandre Caso (Fetec/SP-CUT), Anderson Pirota (Fetec/SP-CUT), Antonio Carlos Dias (Fetec/SP-CUT), Gilberto Campos (Fetec/SP-CUT), José Roberto Santana (Fetec/SP-CUT), Solange Martins (Fetec/SP-CUT), Roberto Paulino (Fetec/SP-CUT), Valter Oliveira (Fetec/SP-CUT), Wanessa de Queiroz (Fetec/SP-CUT), Deise Recoaro (Contraf). Presidenta: Juvandia Moreira. Diretora de Imprensa: Marta Soares. Jornalista responsável: Jair Rosa. Produção gráfica: Linton Publio. Impressão: Bangraf, tel. 2940-6400.