ANALISE DA ECONOMIA E DA INDÚSTRIA ESTADUAL – 2003 / 2012 O comportamento do PIB – Produto Interno Bruto – nacional no período 2003/ 2012 – de acordo com os dados divulgados pelo IBGE – Contas Regionais – pode ser assim discriminado: Tabela 1 Brasil - Evolução do PIB - Produto Interno Bruto Em R$ Milhões 2003 2007 2012 PIB 1.699.948 2.661.345 4.392.094 Variação (%) 2003 / 07 2007 /12 2003 / 12 Nominal 56,6 65,0 158,4 IPCA 33,1 31,9 75,5 Real 17,6 25,2 47,2 Fonte: IBGE - Contas Regionais - 2012 (último dado oficial) PR Consultoria - dados elaborados O PIB nacional que era de R$ 1,699 trilhão em 2003 passou para R$ 2,66 trilhões em 2007 e para R$ 4,39 trilhões em 2012. No quinquênio 2003/07 a taxa de crescimento nominal da economia nacional foi de 56,6% evoluindo para 65,0% no quinquênio 2007/12 e registrando 158,4% no decêndio 2003/12. Descontada a inflação medida pelo IPCA, registrou-se incremento real de 17,6% no período 2003/07 com média anual equivalente de 3,29% , evoluindo para 25,2% em 2007/12 com média anual de 4,6% e com 47,2% no intervalo 2003/12, com média anual equivalente de 3,9% no período. Comparativamente, o PIB matogrossense, no mesmo período, teve o seguinte comportamento: Tabela 2 Mato Grosso - Evolução do PIB - Produto Interno Bruto Em R$ Milhões 2003 2007 2012 PIB 27.889 42.687 80.830 Variação (%) 2003 / 07 2007 /12 2003 / 12 Nominal 53,1 89,4 189,8 IPCA 33,1 31,9 75,5 Real 15,0 43,6 65,1 Fonte: IBGE - Contas Regionais - 2012 (último dado oficial) PR Consultoria - dados elaborados O PIB estadual que era de R$ 27,88 bilhões em 2003 passou para R$ 42,68 bilhões em 2007 e para R$ 80,83 bilhões em 2012 (último dado oficial). No quinquênio 2003/07 a taxa de crescimento nominal da economia estadual foi de 53,1% evoluindo para 89,4% no quinquênio seguinte e registrando 189,8% no decêndio 2003/12. Da mesma forma, descontada a inflação, registrou-se incremento real de 15,0% no período 2003/07 com média anual de 2,83% evoluindo para 43,6% em 2007/12 com média anual de 7,51% e para 65,1% no intervalo 2003/12, com média anual equivalente de 5,14% no período. Os dados oficiais do IBGE mostram que Mato Grosso no decêndio 2003/12 teve desempenho econômico acima do crescimento do país, exceto no quinquênio 2003/07 conforme mostra as tabelas 1 e 2 anteriores. Enquanto a taxa real anual equivalente de crescimento do país foi de 3,9% ao ano em nosso Estado o crescimento econômico foi de 5,14% ao ano. A composição do VAB – Valor Adicionado Bruto - de nosso país no mesmo período, segundo os dados do IBGE, pode ser assim discriminada: Tabela 3 Brasil - Evolução do VAB - Valor Adicionado Bruto Em R$ Milhões 2003 2007 2012 VAB Total 1.470.614 2.287.858 3.725.069 Indústria 409.504 636.280 969.234 Participação (%) 27,8 27,8 26,0 Agropecuária 108.619 127.267 198.137 Participação (%) 7,4 5,6 5,3 Serviços 952.491 1.524.311 2.557.699 Participação (%) 64,8 66,6 68,7 Fonte: IBGE - Contas Regionais - 2012 PR Consultoria - dados elaborados A participação da indústria na economia nacional se manteve em 27,8% em 2003 e em 2007 se retraindo para 26,0% em 2012. A agropecuária que em 2003 contribuía com 7,4% caiu para 5,6% em 2007 e para 5,3% em 2012. Por último, o setor serviços ( todos os outros setores restantes ) que representavam 64,8% em 2003, passou para 66,6% em 2007 e para 68,7% em 2012. Em Mato Grosso, a composição do VAB – Valor Adicionado Bruto - no mesmo período, também segundo os dados do IBGE, pode ser assim discriminada: Tabela 4 Mato Grosso - Evolução do VAB - Valor Adicionado Bruto Em R$ Milhões 2003 2007 2012 VAB Total 24.761 37.908 72.319 Indústria 3.983 6.227 11.421 Participação (%) 16,1 16,4 15,8 Agropecuária 7.865 10.659 20.650 Participação (%) 31,8 28,1 28,6 Serviços 12.913 21.022 40.248 Participação (%) 52,1 55,5 55,7 Fonte: IBGE - Contas Regionais - 2012 PR Consultoria - dados elaborados A participação da indústria na economia estadual se manteve em 16,1% em 2003 e 16,4% em 2007 e caiu para 15,8% em 2012. A agropecuária que em 2003 contribuía com 31,8% passou para 28,1% em 2007 e manteve-se em 28,6% em 2012. Por último, o setor serviços, que representava 52,1% em 2003, passou para 55,5% em 2007 e se manteve com 55,7% de participação em 2012. Importante destacar que aqui em Mato Grosso, nesses 10 anos contados até 2012, não houve industrialização e sim, ao contrário, o setor industrial teve reduzida a sua contribuição na formação do VAB e, além disso, comparativamente, com apenas 15,8% está bem aquém dos 26,0% de participação em âmbito nacional. Aqui, é o setor agropecuário que vem ocupando essa mesma posição da indústria no VAB nacional, participando com 28,6% em 2012, embora representasse 31,8% em 2003 e 28,1% em 2007, redução que também pode ser observada no país, onde o setor saiu de 7,4% em 2003 para apenas 5,3% em 2012. A queda na participação da indústria de 0,3% e da agropecuária de 3,2% no decêndio 2003/12 proporcionou então o aumento de participação de 3,6% do setor serviços no mesmo período repetindo também aqui no Estado, o mesmo comportamento do segmento em âmbito nacional, com aumento de contribuição também de 3,9% no período analisado. Tal como na indústria, o setor terciário matogrossense tem ainda amplo potencial de crescimento, dado a participação de 13% menor do que a posição do setor em âmbito nacional. Tais mudanças na composição da economia é uma tendência secular inerente ao processo de desenvolvimento econômico e que necessariamente deve se repetir aqui, com o setor secundário – a indústria - aumentando sua participação na economia, junto com o setor terciário – os serviços – com a consequente redução da contribuição do setor primário – a agropecuária – como já se pode observar, mesmo que ainda em fase bem insipiente. Para isso, o uso de políticas públicas adequadas é cada vez mais necessário, buscando fomentar tal processo na economia, com ações práticas de atração de novos investimentos, buscando implantar um ambiente de negócio propício a novas oportunidades. Os dados oficiais das Contas Regionais do IBGE para a economia estadual mostram claramente que até 2012 não houve avanço significativo nesse processo, apesar do atual sistema estadual de incentivos fiscais e financeiros, existente desde 2003. É hora de mudar. Cuiabá MT, 14 de outubro de 2015. Carlos Vitor Timo Ribeiro Economista