ANÁLISES DA PRECIPITAÇÃO OBSERVADA DURANTE OS MESES DE JANEIRO A JULHO NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE NO PERÍODO ENTRE 1990 - 2011 Flaviano Fernandes Ferreira,1 Patrice Roland da Silva Oliveira1 1 Agência Pernambucana de Águas e Clima APAC- Brasil - Recife - PE [email protected] RESUMO: Este trabalho mostra o comportamento da precipitação média observada nos municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR) durante os meses de janeiro a julho no período entre 1990 a 2011. Em todos os meses estudados as chuvas foram observadas com uma maior ocorrência na 2a quinzena, principalmente quando o mês é chuvoso. O mês de junho foi o único que apresentou um desvio relativo positivo, para o período estudado, de 8,9 %. Nos meses janeiro, fevereiro, março, abril, maio e julho os desvios foram: -4,8 %, -24,5 %, -30,1 %, -14,7 %, -12,8 %, -13,5 %, respectivamente. ABSTRACT: This work shows the behavior of the average rainfall in the municipalities of the Metropolitam Region of Recife (MRR) during the months from January to July in the period 1990-2011. In all the months studied the rains were observed with a higher occurrence in the second half, especially when it is rainy months. The month of June was the only one to show a positive deviation for the study period, from 8.9 %. In the months January, February, March, April, May and July the deviations were -4,8 %, -24.5 %, -30.1 %, -14,7 %, -12,8 % e 13,5 %. INTRODUÇÃO A Região Metropolitana do Recife (RMR) concentra 41,9 % da população do Estado, em uma área de apenas 2.768,454 km2 do território pernambucano, segundo dados preliminares do Censo Demográfico de 2010. São 3.688,428 milhões de habitantes, com uma densidade de 1.332,31 hab/km2, enquanto que, para o Estado como um todo, a densidade é de 89,47 hab/km2. Desses, calcula-se que mais de 1.500 milhão de habitantes encontra-se em territórios de relevo movimentado, localizados na parte oeste da região, formando uma ferradura ao longo do contorno da planície litorânea. Hoje a RMR é formada por 14 municípios que tem parte significativa dos seus territórios caracterizada como áreas de morros, com declividade média superiores a 30 %. Está localizada numa região onde direta ou indiretamente é subordinada aos processos que regem essa faixa de transição continente-oceano. Pequenas mudanças na Temperatura da Superfície do Mar (TSM) afetam as condições climáticas e podem implicar invernos localmente mais severos, deflagrando eventos de deslizamentos ou aumento da erosão nessas encostas. Neste trabalho objetivou-se estudar o comportamento das chuvas na RMR desde 1990 até 2011, entre os meses de janeiro a julho. METODOLOGIA Os dados da precipitação são da Agencia Pernambucana de Águas e Clima (APAC). Esses dados foram investigados a partir de 1990 até 2011, durante os meses de janeiro a julho. Foram feitas as médias mensais da precipitação dos municípios da RMR. A quantidade de municípios variou ao longo dos anos estudado. A figura 1 mostra a variação das chuvas média mensal da RMR. RESUTADOS A figura 2 mostra o percentual (desvios relativos) das chuvas média na RMR que ocorreram durante os meses de janeiro a julho, entre 1990 a 2011, comparado com a climatologia. Observa-se que apenas o mês de junho mostrou um percentual positivo de 8,9 %. Nos meses de fevereiro e março mostrou-se os maiores percentuais negativo -24,5 e 30,1 %, respectivamente. Porém, em abril, maio e julho mostrou-se percentuais negativos de -14,7, -12,8 e -13,5 %, respectivamente, neste caso é preocupante, pois estão entre os meses mais chuvoso da RMR. Analisando a soma da precipitação média nos municípios da RMR no período estudado, verificou-se também um percentual negativo de -11,8 %. A figura 3 mostra as anomalias da precipitação, média dos municípios, na RMR nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho e julho, durante o período de 1990 a 2011. Em janeiro, as chuvas ocorrerem em média 58,0 % na 2a quinzena. Essa porcentagem aumenta para 62,3 % nos anos que ocorreram anomalias positivas. Em 2004, choveu 203,3 mm acima da média do mês, e as chuvas ocorreram 89,2 % na 2a quinzena. A média da precipitação para os anos que choveram acima da climatologia foi de 160,0 mm. Já para os anos que choveram abaixo da climatologia, a média da precipitação foi de 42,1 mm. Em fevereiro, as chuvas ocorrerem em média 53,0 % na 2a quinzena. Esse percentual passou para 54,0 % para os anos que ocorreram precipitações acima da climatologia. Em 2009, choveu 117,8 mm acima da média do mês, e as chuvas ocorreram 66,1 % na 2a quinzena. A média da precipitação para os anos que choveram acima da climatologia foi de 182,7 mm. Já para os anos que choveram abaixo da climatologia, a média da precipitação foi de 53,9 mm. Em março, as chuvas ocorrerem em média 64,0 % na 2a quinzena. Esse percentual passou para 64,9 % para os anos que ocorreram precipitações acima da climatologia. Em 1992, choveu 114,8 mm acima da média do mês, e as chuvas ocorreram 60,1 % na 2a quinzena. A média da precipitação para os anos que choveram acima da climatologia foi de 308,6 mm. Já para os anos que choveram abaixo da climatologia, a média da precipitação foi de 114,6 mm. Em abril, as chuvas ocorrerem em média 58,0 % na 2a quinzena. Esse percentual passou para 52,3 % para os anos que ocorreram precipitações acima da climatologia. Em 2011, choveu 196,7 mm acima da média do mês, e as chuvas ocorreram 58,7 % na 2a quinzena. A média da precipitação para os anos que choveram acima da climatologia foi de 357,1 mm. Já para os anos que choveram abaixo da climatologia, a média da precipitação foi de 179,4 mm. Em maio, as chuvas ocorrerem em média 52,0 % na 2a quinzena. Esse percentual passou para 51,6 % para os anos que ocorreram precipitações acima da climatologia. Em 2011, choveu 287,3 mm acima da média do mês, e as chuvas ocorreram 61,3 % na 1a quinzena. Em 1994, choveu 196,5 mm acima da média do mês, e as chuvas ocorreram 56,1 % na 1a quinzena. A média da precipitação para os anos que choveram acima da climatologia foi de 420,2 mm. Já para os anos que choveram abaixo da climatologia, a média da precipitação foi de 189,0 mm. Em junho, as chuvas ocorrerem em média 50,3 % na 2a quinzena. Esse percentual passou para 50,5 % para os anos que ocorreram precipitações acima da climatologia. Em 2005, choveu 297,5 mm acima da média do mês, e as chuvas ocorreram 63,5 % na 1a quinzena. A média da precipitação para os anos que choveram acima da climatologia foi de 449,0 mm. Já para os anos que choveram abaixo da climatologia, a média da precipitação foi de 207,9 mm. Em julho, as chuvas ocorrerem em média 54,5 % na 2a quinzena. Esse percentual passou para 56,1 % para os anos que ocorreram precipitações acima da climatologia. Em 2011, choveu 22,55 mm acima da média do mês, e as chuvas ocorreram 57,3 % na 2a quinzena. A média da precipitação para os anos que choveram acima da climatologia foi de 384,3 mm. Já para os anos que choveram abaixo da climatologia, a média da precipitação foi de 212,9 mm. CONCLUÇÕES Neste trabalho foi mostrado que na RMR chove mais nos meses de abril, maio, junho e julho, representando 58,3 % das chuvas ocorridas durante o ano. As chuvas ocorridas entre os meses de janeiro a julho representam 79,5 % do total anual. Foi observado que durante os meses estudados, observou-se que apenas no mês de junho ocorreu um aumento da precipitação média do período nos municípios da RMR. Foi observado que as chuvas ocorrem na 2a quinzena de cada mês, principalmente nos meses onde a precipitação ocorre acima da climatologia. Os meses de março e janeiro foram onde apresentaram os maiores percentuais de chuva na 2a quinzena, para os anos com precipitação acima da média histórica, com 64,9 e 62,3 %, respectivamente. AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) pelo apoio e pelo incentivo a pesquisa. REFERÊNCIAS IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. www.ibge.gov.br Figura 1 - Distribuição Mensal da precipitação média observada na RMR. Figura 2 - Percentual (desvios relativos) das chuvas média na RMR que ocorreram durante os meses de janeiro a julho, entre 1990 a 2011, comparado com a climatologia. a) b) c) d) e) f) g) Figura 3 - Anomalias das precipitações, médias dos municípios na RMR, nos meses de a) janeiro, b) fevereiro, c) março, d) abril, e) maio, f) junho e g) julho, durante o período de 1990 a 2011.