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nacional
A GAZETA
CUIABÁ, SEGUNDA-FEIRA, 24 DE SETEMBRO DE 2012
TIREOIDE Pesquisa brasileira é publicada em um dos periódicos mais conceituados
Descoberto novo tipo
BRUNO BOCCHINI
SÃO PAULO-ABR
Pesquisa brasileira sobre um
novo tipo de doença, a tireoidite química autoimune, foi aceita para publicação em um dos periódicos mais
conceituados sobre imunologia, o
Journal of Clinical Immunology. O
estudo, da professora de endocrinologia da Faculdade de Medicina do
ABC (FMABC), em Santo André
(SP), Maria Angela Zaccarelli Marino, analisou, durante 15 anos, moradores da capital paulista e de 4 cidades do Grande ABC. Ao todo foram
avaliados mais de 6 mil pacientes e o
resultado sugere a descoberta do novo tipo de doença.
A pesquisa teve início após a
constatação de muitos casos de tireoidite crônica autoimune na região
da divisa entre Santo André, Mauá e
São Paulo, onde estão instaladas indústrias do setor petroquímico. Os
moradores estudados, de 1989 a
2004, foram acompanhados por consultas médicas e exames laboratoEstudo
riais de sangue com dosagens dos
hormônios tireoidianos. De acordo com a pesquisadora, os pacientes foram divididos em 2
grupos segundo o local de moradia. Na região
próxima ao parque industrial petroquímico estavam 3.356 pacientes do grupo 1. O grupo 2
foi composto por 2.950 de uma região afastada de área industrial.
Os resultados
mostraram que, em
1992, somente 2,5%
da população do
grupo 1 sofriam de
tireoidite crônica autoimune. Em 2001, o
X panorama
Leite
As secretarias de Saúde e de
Agricultura de Santa Catarina
lacraram a sede da empresa
Papenborg Comércio de Laticínios
Ltda., que produz o leite da marca
Holandês, no município de Biguaçu.
Até o início da tarde deste domingo
(23), 18 crianças que consumiram
o produto haviam sido internadas
nos últimos dias por intoxicação, a
maioria delas menores de 2 anos
de idade. Algumas delas
precisaram de ventilação
mecânica. Dez já haviam obtido
alta e 8 ainda permaneciam
internadas. Laudos preliminares
apontaram presença de nitrito até
10 vezes superior ao máximo
tolerado em amostras de leite
pasteurizado produzido pela
empresa.
Caixas
Arquivo
teve início após constatação de muitos casos de tireoidite crônica autoimune próximo às indústrias do setor petroquímico
mesmo grupo já apresentava taxa de 57,6%. Já
a população que vivia longe da área químicoindustrial não teve aumento significativo no
período. Na comparação geral dos 15 anos, o
grupo 1 apresentou 905 pacientes com a doença, contra somente 173 do
grupo 2. A região que
concentra as indústrias
petroquímicas tinha 5
vezes mais casos de tireoidite crônica autoimune na comparação com
a área residencial estudada.
Os resultados leva-
Foram avaliadas
6.306 pessoas com
idades de 5 a 78 anos
ram a pesquisadora a sugerir o novo tipo de
doença: a tireoidite química autoimune, ligada
a fatores ambientais, principalmente à poluição
por agentes químicos. “A poluição pode ser o
fator desencadeante para formação de anticorpos antitireoideanos, que são substâncias que
agridem a glândula tireoide ocasionando a tireoidite crônica autoimune. Os poluentes funcionariam como gatilho”.
A pesquisadora alerta que a tireoidite
crônica autoimune está relacionada com outras doenças autoimunes, como a esclerose
múltipla, artrite reumatoide, diabetes tipo 1,
hepatite crônica autoimune, vitiligo e lúpus
eritematoso sistêmico. “Em crianças, o aumento de casos de tireoidite crônica autoimune foi acima de 40% no período estudado. São
dados preocupantes, visto que a doença é a
maior causa de hipotireoidismo primário, que
se não for tratado adequadamente pode levar a
danos irreversíveis”.
Gilda Martins descobriu que estava com
tireoidite crônica autoimune em 2004. Ela mora em Santo André, perto das indústrias petroquímicas, há 20 anos. Ela terá de tomar um medicamente diariamente, até o fim da vida, para
repor as substâncias que não são mais produzidas pela tireoide afetada pela doença.
Dois caixas eletrônicos de uma
agência bancária na Avenida Brasil,
no Jardim Paulista, em São Paulo,
foram arrombados e furtados na
manhã deste domingo. Segundo a
Polícia Militar, os autores do crime
fugiram. Ainda não há informações
se câmeras de segurança teriam
registrado a ação criminosa.
Embriaguez
Um carro sem controle
ultrapassou um viaduto e caiu
sobre um barraco em um bairro da
Pampulha, em Belo Horizonte, na
manhã deste domingo. O condutor,
um guarda municipal de 22 anos,
ficou levemente ferido e precisou
ser levado a um hospital da região.
O teste etílico, bafômetro,
confirmou a embriaguez do homem.
Os moradores do local atingido não
ficaram feridos.
Começa congresso internacional
ALANA GANDRA
RIO DE JANEIRO-ABR
O Brasil recebe o 18º Congresso Internacional de Medicina
Tropical e Malária, que reúne 2
mil cientistas de 59 países para debater os avanços registrados no
combate às doenças tropicais negligenciadas, que afetam quase 1
bilhão de pessoas no mundo. Entre
essas doenças, estão a malária,
doença de Chagas e do sono, leishmaniose, esquistossomose, dengue.
O Brasil e a Holanda são, até
o momento, os 2 únicos países que
organizaram e sediaram o evento
em duas ocasiões, desde a primeira edição do congresso de medicina tropical, promovido em 1913,
em Londres, na Inglaterra. Durante o encontro, que começou ontem
e se estenderá até o dia 27, o chefe do Laboratório de Pesquisa em
Malária do Instituto Oswaldo
Cruz (IOC), Cláudio Tadeu Daniel
Ribeiro, será o primeiro brasileiro
a assumir a presidência da Federação Internacional de Medicina
Tropical (FIMT).
Ribeiro salienta a importância do congresso, tendo em vista
que as doenças tropicais negligenciadas acometem pessoas em áreas
habitadas por populações pobres e
com poucos recursos. Cerca de
40% da população mundial correm
o risco de contrair uma doença tropical negligenciada. É o caso da
malária, que registra 220 milhões
de casos no mundo e mais de 600
mil mortes por ano. O quadro
mundial apresenta uma estimativa
de 2,5 milhões de pessoas com esquistossomose e cerca do mesmo
número com doença de Chagas.
Grande parte dos infectados está
no Hemisfério Sul.
MALÁRIA
Teste de vacina no próximo ano
ALANA GANDRA
RIO DE JANEIRO-ABR
O Instituto Oswaldo Cruz
(IOC), vinculado ao Ministério
da Saúde, já começou a fase de
ensaios pré-clínicos em animais
para verificar a eficiência da vacina contra a malária no Brasil.
Essa é a etapa preliminar necessária para iniciar testes clínicos
em voluntários, disse à Agência
Brasil o chefe do Laboratório de
Pesquisa em Malária do IOC,
Cláudio Tadeu Daniel Ribeiro.
Ele estima que os ensaios
clínicos em humanos poderão
começar a ser feitos em 2013.
O especialista salientou, porém,
que esta fase de operação do
projeto é complicada, porque
requer uma infraestrutura específica.
Entre os requisitos a serem
cumpridos estão o consentimento dos voluntários, conhecimento dos riscos, além de questões
como biossegurança. A ideia dos
pesquisadores do IOC é chegar a
uma vacina que possa, ao mesmo tempo, proteger contra a malária e a febre amarela.
A região Amazônica concentra 99,8% dos casos de malária registrados anualmente no
Brasil. No ano passado, somente
na Amazônia, o número de casos
atingiu 263 mil, contra 320 mil,
em 2010.
“Na Amazônia, eu digo
que não é mais o mosquito que
invade as casas do homem, co-
mo o mosquito da dengue. É o
homem que invade a casa do
mosquito, porque dentro da floresta, você não pode pretender
eliminar o mosquito”, explicou.
“A solução é reduzir a área de
contato”, completou.
Otmar de Oliveira/Arquivo
Ideia é criar dose que proteja contra malária e febre amarela
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