www.revistaoutdoor.pt nº6 JULHO/AGOSTO 2012 outdoor Revista Torna-te fã carlos sá, o ultra maratonista por Aurélio Faria A SURFAR COM com a Maria Abecasis descobrir o algarve A Rota da Cortiça! DESAFIO Uma aventura no Ártico aventura Travessia Pedestre à Ilha da Madeira entrevista Novo projeto de Nuno Ferreira SANTA CRUZ OCEAN SPIRIT o grande regresso! atividades Outdoor em Família Diretrizes EDITORIAL 06 nº6 Julho_Agosto GRANDE REPORTAGEM CARLOS SÁ, O ULTRA MARATONISTA por Aurélio Faria 2012 08 EM FAMÍLIA ATIVIDADE- Aventura em Família 14 VIAGEM - Oásis do Sul 18 08 aventura EVENTO — MUS 22 DESAFIO — Uma aventura no Ártico 26 DESAFIO — Trekking na Ilha da Madeira 32 entrevista Maria Abecasis - a Surfar com a Maria 38 POR TERRA CRÓNICA — Via Algarviana 42 DESCOBRIR — A Rota da Cortiça 48 Bikotel 52 POR ÁGUA EVENTO — Nelo Summer Challenge 56 ATIVIDADE — Surf 58 INDOOR — Preparação para Surf 62 evento — Santa Cruz Ocean Spirit 64 Nesta reportagem vamos desvendar algumas histórias e segredos de Carlos Sá. A sua paixão, força e dedicação levaram-no até grandes conquistas. sabia que Carlos Sá pesava 96kg e tinha uma vida sedentária? 38 FOTOGRAFIA PORTFOLIO DO MÊS — Luís Ferreira 66 FOTO DO MÊS - Travessia Lisboa Madrid 72 SOS Sobreviver a Catástrofes 74 DESCOBRIR região do algarve 78 projeto - Caminhos de Árvores e Pedras 84 entrevista - O novo projeto de Nuno Ferreira 88 RECEITA OUTDOOR - Bolinhas de Energia 94 LIVRO AVENTURA - Kid Carcaça 95 Pousada de Juventude de Portimão 96 Maria Abecasis é uma das atletas que está a dar cartas no surf feminino em Portugal. A sua garra trouxe-a até aqui e permitiu-lhe conquistar o título de Campeã Nacional. kids atividades ATIVIDADES OUTDOOR 98 102 DESPORTO ADAPTADO dive for all 88 108 ESPAÇO APECATE Técnico de Turismo de Ar Livre 112 vouchers 116 a fechar 120 Depois de descobrir o continente a pé, o Jornalista Nuno Ferreira rumou ao arquipélago dos Açores! Uma agradável conversa com este aventureiro que nos encantou com todas as suas histórias e descobertas. Os textos e imagens presentes na Revista Outdoor são da responsabilidade dos seus autores. Não é premitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista. Editorial Ficha técnica chegou o número 6! P arece que foi ontem mas… a Revista Outdoor acaba de fazer um ano! Há 12 meses lançámos a edição 0 e hoje já estamos a lançar o número 6. www.portalaventuras.clix.pt Edição nº6 WPG – Web Portals Lda NPC: 509630472 Capital Social: 10.000,00 Foram 12 meses em que descobrimos e demos a conhecer grandes aventureiros, desafios, histórias… um sem fim de sugestões para que os nossos leitores possam sair da rotina do dia a dia e aproveitar o que temos, tantas vezes perto de nós! Neste número, como forma de comemoração, trazemos uma novidade: Vouchers de desconto para atividades outdoor. Para além da nova categoria, ao aventurar-se pelas nossas páginas irá descobrir alguns segredos do ultramaratonista Carlos Sá, uma entrevista a Maria Abecassis, um percurso pedestre único pela Ilha da Madeira, eventos fantásticos que esperam pela sua presença, o novo projeto de Nuno Ferreira pelos Açores, inúmeras sugestões de atividades para os miúdos, graúdos, em família e muito mais. Sendo este um mês de férias para muitos portugueses, esperamos que aceite as nossas sugestões e se divirta, relaxe e sinta o prazer de praticar atividades ao ar livre. Agradecemos a todos os que nos continuam a seguir, a enviar sugestões, a participar ativamente no nosso projeto, um bem hajam! Estamos cientes que só com a vossa colaboração conseguimos melhorar e ir de encontro às expectativas de todos. Até Setembro e, se for o caso, boas férias! Continue a acompanhar as nossas sugestões diárias no Portal Aventuras. Nuno Neves Rua Melvin Jones Nº5 Bc – 2610-297 Alfragide Telefone: 214702971 Site internet: www.revistaoutdoor.pt E-mail: [email protected] Registo ERC n.º 126085 Editor e Diretor Nuno Neves | [email protected] Marketing, Comunicação e Eventos Isa Helena | [email protected] Sofia Carvalho | [email protected] BEBIANA CRUZ | [email protected] Revisão Cláudia Caetano Colaboraram neste número: ana barbosa, antónio gavinho, artur pegas, Aurélio Faria, bruno brito, carlos sá, gonçalo benttencourt, isa sebastião, jorge pereira, luís ferreira, luís varela, maria abecassis, miguel lacerda, miguel sousa, nuno ferreira, nuno pereira, pedro alves, pedro pedrosa, ricardo mendes, sílvia romão, susana muchacho. som bebiana cruz Design Editorial Inês Rosado Fotografia de capa Agustin Munoz - Red Bull Content Pool Desenvolvimento Ângelo Santos 6 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Onde eficiência e cOntrOlO se juntam. OCCAM Advanced Dynamics é a tecnologia com que criámos a bicicleta de trail mais eficiente do mercado. Uma máquina que te fará subir mais ágil do que nunca e te dará o máximo controlo para fazeres faísca em qualquer descida. Nova Orbea Occam, onde eficiência e controlo se juntam. ADY GSB THT CHT www.orbea.com Grande Reportagem CARLOS SÁ, DO SOFÁ ÀS ULTRAMARATONAS Desidratado, com o estômago pesado que nem uma pedra, em perda crescente de ritmo e ultrapassado constantemente por outros corredores, Carlos Sá competia já apenas contra os seus limites físicos e mentais. E nesse dia, de mochila de 8kg às costas e sob o calor do deserto do Sahara, atravessara dunas de areia fina, calcara pistas poeirentas e trepara terrenos rochosos. Ao quilómetro 50 da etapa de 80 km, uma visão inesperada acabou por proporcionar ao português de Barcelos o alento necessário para terminar a mais longa e dura etapa da Marathon des Sables (Maratona das Areias) “Eis a chave para abrir as portas do Inferno!” - pensou, exausto, quando viu uma chave grande e enferrujada perdida na areia: “Fiquei com a imagem na cabeça e a cismar como foi lá parar a chave... No meio do nada, devia estar esquecida há muitos anos pelo dono de uma casa que teria certamente um enorme portão de madeira!”. A 11 de Abril de 2012, Carlos terminou noite dentro a etapa entre el Maharch e Jebel el Mraïer com o tempo de 8h13m. Na classificação final, o ultra-maratonista obteve o 4º lugar entre cerca de 800 atletas de 30 nacionalidades. Foi o melhor classificado não africano da mais famosa prova aventura do mundo. Falhou por pouco o pódio onde estiveram um jordano e dois marroquinos que treinaram exclusivamente para esta prova com patrocínios chorudos e apoio governamental. O SEGREDO Foto: Cristina Gimenez Pleite “Ao quilómetro 50 da etapa de 80 km, uma visão inesperada acabou por proporcionar ao português de Barcelos o alento necessário para terminar a mais longa e dura etapa da Marathon des Sables“ Foto:Covadonga Cué Mds 2012 No regresso a Portugal, Carlos foi notícia de telejornais, rádios e diários desportivos. “Sei que vou buscar forças onde não as tenho, e sofrer para mim não é problema desde que esteja consciente, portanto lúcido e com pleno controlo do meu corpo”. Na segunda participação na Maratona das Areias, este pai de 2 filhos encontrou novos limites nos 245km da prova na qual participou pela 1ª vez, o ano passado. Em entrevista ao Expresso recordou OUTDOOR Julho_Agosto 2012 9 Reportagem Carlos Sá A CHAVE DO INFERNO Foto:Covadonga Cué Mds 2012 Foto:Covadonga Cué Mds 2012 Grande Reportagem como “bateu no fundo” em 2011, e conseguiu recuperar o ânimo: “Ia muito focado na competição, não me hidratei convenientemente e, a dada altura, já não via nada, estava tudo desfocado. Parei, sentei-me e, naquela altura, completamente desorientado, pensei em desistir. Foto: Carlos Sá Mas, lá dentro, outra voz se fazia ouvir mais alto. “Continua! Con“Em 1999, tinua! Continua!”. No relato, ree longe dos corda como demorou mais de meia hora para se reerguer atuais 67 kg, Carlos e começar primeiro a andar, pesava 96 kg , e com depois a correr muito devauma vida sedentária, gar, mas terminou na oitava posição, de braço dado com esquecera já o sonho um marroquino, e com a certede adolescênza que, além dos outros atletas, cia(..)” se ultrapassara, mais uma vez, a si próprio. “O segredo é a persistir, mesmo no treino. Já várias vezes saí para correr à uma da manhã” - resume, descontraído, quem corre habitualmente 30km por dia e 200 km numa semana, quase sempre sozinho e pelo monte de S.Mamede, perto de casa, ou em treinos específicos em praias e em altitude acima dos 1000 metros. 10 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Reportagem Carlos Sá A SAÍDA DO SOFÁ Foto:Covadonga Cué Mds 2012 Foto:Covadonga Cué Mds 2012 Mas nem sempre foi assim. Em 1999, e longe dos atuais 67 kg, Carlos pesava 96 kg, e com uma vida sedentária, esquecera já o sonho de adolescência de um dia ser como o seu ídolo Carlos Lopes. Foto: Carlos Sá O clique que o fez saltar do sofá foi a palestra dada em Barcelos pelo alpinis“E ta João Garcia sobre a conquista do Everest A partir daí, recomefoi, aliás, çou regularmente as atividades numa ida ao de montanhismo, fez ascenMonte Branco, que sões nos Andes e nos Alpes. E foi, aliás, numa ida ao Monte teve um 2º clique Branco, que teve um 2º clique quando testemunhou quando testemunhou a particia participação de pação de um veterano de quaum veterano se 60 anos no Ultratrail du Mont Blanc, a mais conceituada e com(...)” petitiva prova de ultramaratona do mundo. Apostado a sério nas corridas de montanha, Carlos triunfou logo na primeira ultramaratona realizada em França: ganhou o Grande Raide dos Pirinéus após 26 horas de prova para vencer o percurso de mais de 160 quilómetros. Em 2010, e entre 2300 corredores, metade dos quais não terminou a prova, obteve o 5º lugar OUTDOOR Julho_Agosto 2012 11 Grande Reportagem no Ulta Trail do Monte Branco. Em 22 horas e 48 minutos, quase um dia a correr, correu 168km e 9500m de desnível positivo e condições climatéricas adversas: vento, nevoeiro, neve e temperaturas que oscilaram entre os 26º C e os -10ºC. Uma proeza reforçada pelo facto de ser o único amador entre as dezenas de profissionais que alcançaram os primeiros lugares da prova. SERRA DA ARGA vitórias internacionais 1º Lugar no Grand Raid des Pyrénées 2º Lugar no Maratón Alpino Madrileño 4º Lugar na Marathon des Sables 5º Lugar no Ultratrail du Mount Blanc “Ando em busca dos meus limites e felizmente ainda não os encontrei” referiu recentemente numa cerimónia de homenagem. Aos 38 anos, a segunda participação na Maratona das Areias deu finalmente a Carlos Sá o reconhecimento público tardio, mas não o fez perder a postura humilde. “Era bom termos mais apoio” destacou apenas numa das entrevistas no regresso de Marrocos. Tivesse outra nacionalidade ou jogasse futebol, o superatleta teria há muito a fama merecida dos desportistas de elite. ø Aurélio Faria 12 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Foto: Carlos Sá Em Portugal, e num projeto pessoal e que coloca o Minho no circuito do desporto aventura, Carlos Sá associou o seu nome ao Ultratrail da Serra da Arga. No outono de 2012, a 2ª edição da prova terá a internacionalização que garante a mediatização e algum apoio. OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 13 Em Família Atividade aventura em família N a região onde o castanho da terra, o verde da vinha e o azul do mar se conjugam de forma perfeita, juntamente com o património histórico e a gastronomia, situa-se Peniche. Cidade piscatória que cativa quem a visita de imediato, com as suas arribas, a vista para a Berlenga, o Cabo Carvoeiro, a Nau dos Corvos. Com uma tradição intimamente ligada à faina, à 14 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR cultura marítima e mais recentemente ao surf, Peniche é uma cidade que se deve conhecer. A nossa escolha recai sobre a prática de uma atividade desportiva, mas efetuada no âmbito familiar, na costa marítima de Peniche, em que o cliente tem o prazer de observar as arribas talhadas em diferentes materiais rochosos, uma obra inagualável da natureza. Assim, a PortugalWestZone sugere uma aula de Em Família Atividade Fotos: Portugal WestZone pesca em alto mar, atividade desportiva, mas praticada em grupo, fomentando o espírito e a união em seio familiar. O objetivo é simples: ensinar a pescar, com o auxilio de uma tripulação profissional e devidamente certificada. Feita em colaboração com o Barco Dinor, a aula de pesca em alto mar tem a duração de meio dia. O transporte para a atividade poderá ser efetuado pela PortugalWestZone, ou o cliente poderá optar por ir na sua viatura. A escolha será deste. Nesta atividade com a duração de meio dia, os profissionais do Barco Dinor ensinam a arte e as técnicas da pesca, ajudam a fomentar o espírito e a união de grupo no seio familiar, aconselham, ensinam, elucidam sobre a pesca em alto mar. OUTDOOR Julho_Agosto 2012 15 Em Família Todo o material necessário para a realização da marco importante da nossa história e da Revoluaula é fornecido pela empresa. ção de abril, onde todos os seus corredores, ceSabendo de que o cuidado e o acompanhamen- las e paredes têm uma história para nos contar, to dos mais pequenos é necessário e tendo serão também de se ter em conta. em conta as necessidades dos pais, o Barco Dinor tem ao dispôr um resSugerimos ainda um dia à mediponsável para cuidar das crianda do cliente, onde este queira “(...) uma ças que não participem na aula conjugar um passeio elaborado visita à Berlende pesca em alto mar. Com a pela PortugalWestZone juntaga, reserva natural, duração de meio dia, a pesca mente com a pesca em alto ilha povoada de mitos em alto mar pode ainda ser mar, um dia inteiro conceconciliada com outras ativibido de acordo com os seus e lendas, um passeio em dades que a PortugalWestzodesejos e pretensões, onde busca dos golfinhos ne tem ao dispôr dos clientes. a cultura, o turismo ativo e a feito por profissionais, prática de uma atividade desou uma aula de Destacamos uma visita à Berportiva, se podem conjugar de lenga, reserva natural, ilha poforma perfeita, seja através da surf. voada de mitos e lendas, um pasnossa sugestão ou do leque de atiseio em busca dos golfinhos feito por vidades que temos ao dispôr. ø profissionais, ou uma aula de surf. Um Inês Espadaneira e Ivo Batista passeio pela cidade de Peniche, ou uma visita Portugal WestZone à Fortaleza, antiga e famosa prisão política, um 16 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Em Família Atividade ficha técnica Dificuldade do Percurso: Baixo Duração: Meio-dia Horários: 8h-12h ou 15h-19h Número de Pessoas: P5 pescadores 4 pescadores e 4 observadores 6 pescadores e 2 observadores O número máximo de participantes é de 8 pessoas. Advertências: Aconselhamos o uso de calçado prático impermeável, chapéu, roupa prática e que proteja contra o vento, protetor solar. A realização da atividade está sujeita às condições climatéricas. Promotor: Portugal WestZone OUTDOOR Julho_Agosto 2012 17 Em Família Oásis do Sul 18 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR “Viajar para Marrocos é embarcar numa grande aventura aqui mesmo ao virar da esquina.” Fotos: Papa-Léguas Esta viagem começa em Marraqueche, a cidade vermelha do grande sul. A cidade começou como ponto de paragem das grandes caravanas comerciais que uniam a África Negra com o Mar Mediterrâneo. Desde então tem crescido e cada vez mais se afirma como a capital do grande Sul e porta do deserto. Sugerimos um percurso que se faz bem em meio-dia pela cidade vermelha. Poderemos visitar os jardins deMehara; o minarete da La Koutoubia; os túmulos dos reis Sádidas, a dinastia que fundou esta grande cidade, e por último, a praça Djemaa el-Fna(assembleia dos mortos), edificada como "Património da Humanidade" e considerada a praça mais movimentada do mundo: onde se juntam vendedores, dentistas, curandeiros, escritores, músicos, malabaristas… Os dias seguintes serão orientados para sul, começando com a travessia da cordilheira do Atlas. A paisagem, de belos tons, oscila entre o verde carregado dos vales, e os rasgos avermelhados do colo de Tizin Tichka´ (2280m). Em rota teremos oportunidade para visitar o Kasbah de Ait Ben Haddou, património da humanidade e palco de gravação de vários filmes que Hollywood celebrizou. A viagem continua pela famosa "Rota dos kasbahs" (via Kelaat M´gouna), nome do Alto Atlas na região sul. Durante a rota, percorreremos uma série de fortalezas (kasbahs), construídas em adobe e com adornos em ladrilho cru. Estas fortalezas do deserto tinham funções defensivas e em tempos idos, albergaram autênticas aldeias e "cidades" no seu interior. Os Kasbahs, desta rota, estão situados e espalhados através de uma paisagem espetacular: "... no lugar que a montanha encontra o deserto...", segundo os locais, conjugam todos os tons de ocre e vermelho. Entre desfiladeiros, teremos oportunidade de ficar deslumbrados com as espetaculares Gargantas do Todra. Um desfiladeiro de 300 metros de altura escavado pelo rio Todra. A nossa bússola aponta agora Erfoud. O caminho torna-se menos confortável e mais duro, porém, as aldeias e as suas populações são cada vez mais autênticas e remotas. Erfoud é entreposto a caminho das dunas que já adivinham ao longe. É aqui que ficaremos por duas noites entre caravanas de camelos e tendas berberes com todo o conforto que se OUTDOOR Julho_Agosto 2012 19 Em Família Viajar —Oásis do Sul E ste país tão perto de nós conserva ainda muito dos valores tradicionais que se enraizaram ao longo de seculos neste país no extremo norte do continente africano. Em Família consegue ter em pleno deserto. O deserto encanta. As dunas, as pistas e toda a vida que se consegue observar espantam. É por uma dessas pistas que seguiremos, para conhecer Tazzarine e Alnif que representam uma verdadeira meca para os amantes dos fósseis. Daqui a viagem segue para o ponto de partida para das grandes expedições Saharianas – Zagora, a porta do deserto. “O deserto encanta. As dunas, as pistas e toda a vida que se consegue observar espantam.“ Em Zagora, a placa mais fotografada do mundo indica-nos que estamos a 52 dias a pé de Tombuctou, no entanto, a nossa direção não é essa. Seguindo o curso do rio Draa, chegaremos a Ouarzazate, a chamada Porta do Deserto. Teremos tempo para repousar um pouco e “fechar o ciclo” com o regresso a Marraqueche. Teremos tempo para usufruir da noite nesta cidade e na manhã seguinte regressaremos a Portugal. ø Artur Pegas Próxima Partida: 04/08/2012 www.papa-leguas.com Programa: D1: Voo cidade de origem - Marraqueche D2: Marraqueche D3: Marraqueche - Ait Bem Haddou - Ouarzazate - Kelaat M`Gouna Todra - Erfoud - Dunas de Merzouga Merzouga D4: kella m`Gouna - Gargantas do Dadés e do D5: Dunas de Merzouga - Rissani - Dunas de D6: Dunas de Merzouga - Zagora D7: Zagora - Ouarzazzate - Marraqueche D8: Marraqueche - cidade de origem. 20 Novembro_Dezembro 2011 OUTDOOR Em Família Viajar —Oásis do Sul Testemunho: No geral, a viagem correu muito bem. Foi uma experiência marcante. Não posso dizer que adorei porque ver tanta pobreza nos constrange e todas aquelas horas de jipe são cansativas (por vezes desejei estar paradinha ao sol numa ilha das caraíbas!), mas em termos de balanço, foi enriquecedora, muito diferente de todas as viagens que tenho feito, mais um roteiro cultural, entre o povo e os costumes locais. Penso que não é uma viagem para qualquer um. É necessário ter alguma ginástica mental para relativizar alguns dos constrangimentos que a viagem tem. O meu marido adorou, pois é todo virado para a aventura, os meus filhos, apesar de se queixarem do cansaço nas deslocações de 4x4, penso que também gostaram, sobretudo o mais novo que estava perfeitamente “enturmado” com todos os empregados dos hotéis e restaurantes onde íamos, brincando com eles, e às vezes dava por mim, já ele estava às cavalitas de algum deles ou nas cozinhas confraternizando. O nosso guia já dizia que ele era um verdadeiro “berbere” e já o chamava de “Ali”. Falando do guia, tivemos sorte, era muito simpático e paciente com as crianças e conhecia os percursos muito bem. Foi um bocadinho aventureiro, mas penso que também porque viu recetividade nosso nesse sentido, sobretudo do meu marido. Alexandra V OUTDOOR Novembro_Dezembro 2011 21 Aventura Evento MUS PORTUGAL 2012 A MAIS DIVERTIDA CORRIDA DE AVENTURA ESTÁ DE VOLTA A Merrell volta assim a trazer a Portugal a maior e mais divertida corrida de aventura mas com algumas novidades que demonstram o empenho da organização em continuar a surpreender os participantes. Uma das grandes novidades é que as inscrições nas provas, este ano, são gratuitas. Por outro lado, além das provas de cidade, existem duas provas – Lisboa (15 de setembro) e Braga (13 de outubro) – que vão decorrer em parques, num ambiente de campo, o que faz adivinhar um desafio maior para todos os participantes. A organização leva assim o MUS Portugal para fora 22 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR de portas urbanas e instala-se em plena natureza. Évora, Coimbra, Lisboa, Guimarães, Leiria, Porto e Braga recebem Provas de Cidade e de Campo na mais divertida Corrida de AventurA As provas do MUS têm por base a corrida, mas outras modalidades podem surpreender as equipas ao longo das diferentes provas, como por exemplo desafios de bicicleta, trotineta, carrinho de compras, patins, skate, orientação, entre outros elementos surpresa. “Uma das principais atrações do MUS é precisamente a componente imprevisível da prova. São os detalhes desconhecidos que proporcionam aos participantes uma experiência marcante”, À semelhança das edições anteriores, o MUS Portugal irá apoiar uma causa, cumprindo desta forma a sua vertente de responsabilidade social. Este ano, a associação eleita é a ASBIHP - Associação Spina Bífida e Hidrocefalia de Portugal. Desta forma, o MUS abre aos participantes e não participantes a possibilidade de contribuírem para a compra de handbikes que serão entregues à associação. “Estes equipamentos vão permitir dotar a associação de soluções de mobilidade e exercício físico ao nível do desenvolvimento motor para os associados que possuem dificuldades ao nível dos membros inferiores” acrescenta Filipe Pereira, Responsável das Relações Institucionais e Internacionais da ASBIHP. Diversão, ecologia, cultura e agilidade física aliam-se à solidariedade pela ASBIHP - Associação Spina Bífida e Hidrocefalia de Portugal. O MUS PORTUGAL está de volta às cidades nacionais e traz novidades! Depois da edição de 2011 ter sido um sucesso, com mais de 700 participantes, a mais divertida corrida de aventura volta a percorrer o país. Évora, Coimbra, Lisboa, Guimarães, Leiria, Porto e Braga foram as cidades eleitas para realizar este desafio de equipa aberto a todos os que gostam de estar em movimento e ao ar livre. afirma Tiago Veloso, Brand Manager da Merrel. Para participar, basta ter mais de 14 anos de idade e gostar de desafios. Sim, porque o MUS Portugal 2012 mantém o caráter inesperado e imprevisível das provas. Às cerca de 20 equipas inscritas, compostas por três pessoas, será entregue um passaporte momentos antes do início do desafio, o qual irá determinar o trajeto a seguir. O grande objetivo será chegar a cada Check Point o mais rapidamente possível, usando os modos de deslocação designados, e à chegada, as equipas terão de cumprir uma tarefa que revelará o próximo destino e assim sucessivamente. A ASBIHP é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que presta apoio a pessoas com Spina Bífida ou Hidrocefalia e suas famílias. É formada por familiares, técnicos, amigos e pelas próprias pessoas afetadas por esta malformação congénita do tubo neural. A Associação conta atualmente com cerca de 1740 associados e possui já duas delegações, uma sediada em Coimbra e outra no Porto e um núcleo em Aveiro. Conta com uma comissão científica que dá suporte consultivo a todas as dúvidas oriundas dos associados e a todos os cidadãos que requeiram informações ou suporte. Para mais informações consulte www.asbihp.pt. A prova de arranque do MUS Portugal 2012 foi em Évora, seguiu até Coimbra (2 junho), rumou a Lisboa (23 junho) e passará por Guimarães (1 setembro), Leiria (8 setembro), Porto (29 setembro), sendo que as duas últimas provas – o regresso a Lisboa a 15 de setembro no Parque de Monsanto, e Braga a 13 de outubro – estreiam a modalidade Provas Campo. ø OUTDOOR Julho_Agosto 2012 23 Aventura Mus “O MUS Portugal é a prova ideal para quem gosta de estar em movimento, de ser desafiado, de testar os seus conhecimentos e para quem tem humor suficiente para lidar com imprevisibilidade e muito secretismo.” Aventura CALENDÁRIO 1ª E 2ª eDIÇÃO CALENDÁRIO DE PROVAS CIDADE Provas já realizadas: Évora – 21 de abril Coimbra – 2 de junho Lisboa – 23 de junho Próximas provas: Guimarães – 1 de setembro Leiria – 8 de setembro Porto – 29 de setembro Cidades: 1ª Edição: Lisboa CALENDÁRIO DE PROVAS CAMPO Lisboa – Parque Monsanto – 15 setembro Braga – Parque Ponte – 13 de outubro Solidariedade: 704 refeições completas para a Associação CAIS e verbas para o Projeto Capacitar Hoje, da mesma associação 24 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR 2ª Edição: Faro, Beja, Évora, Castelo Branco, Coimbra, Viseu, Aveiro, Porto, Braga, Bragança e Lisboa (10 cidades) Participantes: um total de 1600 participantes nas duas edições Aventura Mus Equipa vencedora do MUS Portugal 2011 na Oyster Racing Series A equipa PRIM, que venceu a edição de 2011 do MUS Portugal, vai competir na prova de Denver da Oyster Racing Series, nos Estados Unidos da América. A Oyster Racing Series realizou-se pela primeira vez, em 2003, em Denver, seguiu até Seatle e São Francisco, entre outras. Durante a prova, que acontece nos meios urbanos, os participantes têm de percorrer as ruas, numa aventura desconhecida, enfrentando desafios secretos, que podem englobar atividades de corrida, cliclismo, canoagem e escalada. Siga o MUS PORTUGAL 2012 em Facebook A inscrição no MUS PORTUGAL 2012 é gratuita e pode ser feita em www.musportugal.org/ form Mais informações na página oficial do MUS Portugal em www.musportugal.org OUTDOOR Julho_Agosto 2012 25 Aventura aventura no ártico Uma experiência que marcou Pedro para sempre! Pedro Alves foi convidado a participar numa aventura em pleno Ártico. O Aventureiro já nosso conhecido aceitou o desafio e neste artigo conta-nos na primeira pessoa a sua experiência. A não perder! 26 Julho_Agosto 2012 2011 OUTDOOR Aventura Aventura no Ártico Fotos: Fjällräven E sta Páscoa fui escolhido pela Fjällräven, uma marca de roupa de outdoor, para participar numa aventura no ártico, junto com um grupo de 20 pessoas sem nenhuma experiência de neve: o Fjallraven Polar 2012. Pelo caminho o tempo lá melhora, deixando ver os enormes vales gelados, em que a equipa da frente é apenas um pontinho lá ao fundo no meio do branco, que nos transmitem aquela sensação de sermos realmente umas criaturas pequenas e biodegradáveis. Cheguei à Suécia no domingo de Páscoa à noite, e na segunda-feira bem cedo pela manhã começámos uma formação de choque de termorregulação e equipamento, assim como de sobrevivência no ártico, dada por Johan Skullman, um expert de sobrevivência. Com algum tempo para travar conhecimento com os colegas de aventura, grande parte do dia foi passado a aprender a usar a tonelada de equipamento que nos foi dado. Dia 2 Uma alvorada bem cedo e voamos com todo o equipamento para Signaldalen, perto de Trömso, na Noruega, de onde iremos partir. No hotel há tempo para aprender a lidar com mais equipamento -fogões e tendas- e ter a primeira formação de trenós. Aqui já neva fortemente e damos o primeiro teste à roupa, pois todo o trabalho é feito no exte- rior para que nos vamos aclimatizando. Dia 3, primeiro da corrida – Montanha acima A meio de algum nervosismo somos transportados para o início da corrida, onde cerca de 300 cães impacientes nos aguardam numa barulheira infernal. Colocamos sem grandes cerimónias o equipamento dentro dos trenós individuais e em breve é dada a partida. Viajamos montanha acima, pela floresta e no meio de um nevão, atrás de um trenó e 6 cães, o que dá azo às primeiras quedas épicas da aventura. Com apenas uma paragem para almoço, os cães correm 80km até chegarmos ao topo da montanha. Pelo caminho o tempo lá melhora, deixando ver os enormes vales gelados, em que a equipa da frente é apenas um pontinho lá ao fundo no meio do branco, que nos transmitem aquela sensação de sermos realmente umas criaturas pequenas e biodegradáveis. Quando finalmente chegamos ao primeiro checkpoint espera-nos uma formação sobre como tratar dos cães. Afinal eles é que fizeram o trabalho todo, só depois tratamos de nós. Ir buscar água a um buraco lá longe na neve, acender o fogão, cortar umas OUTDOOR Julho_Agosto 2012 27 Aventura salsichas enormes à machadada, deixar que tudo isto descongele na água fervente, alimentar os cães, lavar os pratos e depois repetir todo o processo, porque o pequeno-almoço tem que ficar pronto de véspera. Só depois deles podemos finalmente montar a tenda, retirar todo o equipamento dos trenós, vestir qualquer coisa quente e começar a ferver a primeira de muitas águas que irão servir para tudo, das refeições à base de rações militares do ártico, ao café, da água que bebemos à que usamos para lavar os dentes. Quando nos deitamos, estamos tão exaustos que nem parece que estamos a dormir numa tenda a -25ºC enquanto lá fora neva abundantemente. Dia 4, segundo da corrida – Começa a ficar duro O dia começa às 6 da manhã, que os cães já fazem uma barulheira tramada. Se não começam a correr depressa adormecem, e depois ninguém os faz correr, mas primeiro é preciso dar-lhes o pequeno-almoço. Tudo arrumado e voltamos ao grande branco, a pérola do norte. A manhã inteira é passada nos vales montanhosos, seguindo as autoestradas da neve, uns prumos com umas marcas em X espetados na neve a espaços regulares, mas a pouco e pouco começam a avistar-se alguns sinais de civilização, como uma casa abrigo de montanha meio enterrada na neve. O caminho começa a descer suavemente, já se vêm algumas árvores e ao final do dia já entramos nos grandes lagos, onde o terreno é plano e permite uma viagem tranquila. É em cima de um desses lagos onde iremos pernoitar, tão tranquilamente como se estivessemos a dormir na margem. É-nos dada mais uma formação sobre reforço térmico e rotinas de dormida, para que as noites sejam o mais confortáveis possível. Depois da rotina dos cães, das tendas e do jantar, surge 28 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Aventura Aventura no Ártico OUTDOOR Julho_Agosto 2012 29 Aventura Entre simples paredes corta-vento e abrigos com telhado para afastar a neve, a criatividade do grupo fez-se notar e há tempo para mais um pouco de cavaqueira, para contrastar com a solidão do trenó em que os cães são a única companhia. finalmente a auróra boreal. A visão é tão avassaladora, tão mais que o que se costuma ver em filmes e tão difícil de descrever por palavras, que muitos de nós não conseguem voltar às tendas e acabam a dormir ao relento - os que conseguem dormir - com este espetáculo da mãe natureza. Dia 5, terceiro da corrida – sol bom e uma surpresa O caminho é mais curto do que esperavamos. Nem damos por começar a andar e já estamos a parar para almoço. O sol que está a uma altura completamente diferente do que estamos habituados não ajuda a ter noção do tempo que passa. Depois do almoço informam-nos que esta noite vamos dormir em abrigos de neve, e temos a tarde toda por nossa conta para o fazer, assim como a possíbilidade de acender um fogo individual para poupar o combustível dos primus, secar alguma roupa húmida e proporcionar algum conforto. Entre simples paredes corta-vento e abrigos com 30 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR telhado para afastar a neve, a criatividade do grupo fez-se notar e há tempo para mais um pouco de cavaqueira, para contrastar com a solidão do trenó em que os cães são a única companhia. À noite acendem um fogo comum, e somos acolhidos por um grupo de jornalistas Noruegueses que vieram acompanhar o resto da corrida, trazendo-nos café e bolinhos e um agradável serão à volta do fogo. Dia 6, quarto e último dia da corrida – festa e um mergulho no lago gelado Todos acordam bem dispostos depois de uma noite bem dormida. Recomeça a rotina do dia, que é passado entre plácidos lagos gelados e um ocasional corta-mato entre floresta e quedas de água para acrescentar alguma adrenalina, ao fazer curvas e contra-curvas apertadas no meio de árvores, riachos e pequenas escarpas íngremes. Terminamos em Väkkäräjärvi, onde somos acolhidos pelo staff da Fjällräven junto a um Laavu, Aventura Aventura no Ártico uma tenda típica Saami. Depois de arrumar os trenós vamos guardar os fiéis companheiros de caminho, com algumas despedidas mais sentimentais, mas ainda nos espera um desafio: para ganharmos o direito ao jantar temos que acender um fogo apenas com o firesteel. “A aventura não acaba até estarmos em casa, e preparamo-nos sempre para o pior”- repete-nos Johan. Depois do fogo espera-nos uma sauna típica e um mergulho num buraco cortado no meio do gelo do lago, o que é uma experiência no mínimo intensa, mas que recomendo vivamente e que pretendo repetir. Depois de todos limpos e restabelecidos, juntamo-nos para jantar numa festa que dura pela noite dentro. Há um misto de alegria por termos terminado e pena por não podermos continuar mais tempo, mas a festa é rija e os participantes vão tombando de exaustão mais uma vez. Dia 7 – o adeus e o regresso De manhã arrumamos todo o equipamento e juntamo-nos para a entrega dos diplomas e uma última foto. É com muita emoção que nos despedimos todos até uma próxima vez, e cada um começa a longa viagem de regresso a casa, carregando montes de coisas novas mas mais coisas ainda cá dentro. Obrigado Fjällräven. ø Uma descrição mais detalhada, com fotos e vídeos, pode ser vista em escoladomato.wordpress.com Pedro Alves Instrutor de Bushcraft e técnicas de sobrevivência www.escoladomato.com OUTDOOR Julho_Agosto 2012 31 Aventura aventura na madeira Aventura Trekking na Madeira Aventura A travessia integral e genuína da ilha, pelas mais belas levadas e trilhos de montanha, incluindo a passagem pelo cume, o Pico Ruivo! montanhoso central, as levadas e os trilhos antigos, as falésias sobre o mar, as flores e plantas endémicas e a avifauna local. São cerca de 100 km com misto de veredas, triEsta é uma aventura única de travessia pedestre lhos e levadas com o início no extremo Oeste da ilha terminando no extremo Este. Depois da Ilha da Madeira. Um percurso original e da sua chegada ao aeroporto Internagenuíno, desenhado por profundos cional da Madeira será conduzido conhecedores dos melhores per“Um até ao Porto Moniz, terra das cursos da ilha, com pernoita em percurso oriimpressivas piscinas naturais abrigos e casas tradicionais ginal e genuíno, esculpidas na rocha, onde perpara desfrutar ao máximo de noitará bem perto do início todo o esplendor da natureza desenhado por prodo percurso marcado para o num dos mais belos locais fundos conhecedores primeiro dia. Durante os seis do mundo para caminhar! dos melhores percursos dias de caminhada, será eviEsta aventura estará dispoda ilha, com pernoita tado o recurso ao automóvel nível, de 22 a 30 de setembro utilizando para o efeito trilhos e na travessia vai descobrir em abrigos e casas e veredas que comecem e teros vales verdejantes, o maciço tradicionais (...)” 34 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR OUTDOOR Julho_Agosto 2012 35 Aventura Trekking na Madeira (1100m.) e Encumeada (1000m.), onde poderão admirar escarpas e vales coroados de nuvens e ganhar forças para a subida mais intensa de todo o passeio. A chegada ao Pico Ruivo, que a 1860 metros de altitude constitui o pico mais alto da Madeira e o terceiro mais alto de Portugal, brindará O percurso a pé terá início no “ A cheos participantes com uma essítio dos Lamaceiros, a 500 gada ao Pico tonteante vista de montanhas metros de altitude. Este é o Ruivo, que a 1860 que despontam por entre o ponto de partida para uma mar de nuvens ou, em dias metros de altitude consrápida subida pela Ribeira de boa visibilidade, uma pada Janela, passando pela titui o pico mais alto da norâmica perfeita da diverFonte do Bispo (1200m.) Madeira e o terceiro mais sidade paisagística da nossa até a chegada ao Paul da alto de Portugal, brindará ilha. Serra (1400m.), o maior e os participantes com mais extenso planalto da Deixando para trás o Pico Madeira, de onde se podem uma estonteante vista Ruivo, o passeio tomará nova apreciar montanhas e vales e, de montanhas rota, descendo pela Achada em dias claros, se consegue ob(..)” do Teixeira (1590m.) até Queiservar tanto o mar da costa norte madas (890m.), um parque verde como o da costa sul. Depois de uma luxuriante em plena Floresta Laurisnoite bem dormida no Paúl da Serra, o percurso insinua-se numa leve descida que con- silva onde os participantes farão uma das leduzirá os participantes pelo Lombo do Mouro vadas mais famosas da ilha, que os levará até minem junto de hotéis e casa rurais ao longo do percurso traçado. Cada participante irá pernoitar nos locais recomendados, que providenciarão o pequeno almoço, jantar e piquenique para o dia seguinte. Aventura ao Caldeirão Verde (900m.). Ao longo da levada poderão observar fauna e flora endémica da Madeira, antes de atingir uma imponente cascata que cai sobre uma lagoa verde esmeralda, num cenário mágico perturbado apenas pelos sons da natureza no seu estado mais puro. O nosso percurso conduzirá depois os participantes até à Fajã da Nogueira (630m.) e a S. Roque do Faial (500m) passando depois pelo Faial (100m.) até ao Porto da Cruz (200m.). No último dia de caminhada, os participantes seguirão pela Boca do Risco (400m.) até chegar finalmente ao Caniçal (100m.) e à Ponta de São Lourenço (50m.), o extremo leste da ilha da Madeira. Aqui, a paisagem mais seca contrasta com todo o verde luxuriante do interior da floresta Laurissilva, que acompanhou os participantes nos primeiros dias do passeio, numa dicotomia de cores e aromas que demonstra bem a diversidade de paisagens que a Madeira oferece. Poderemos descarregar todo o cansaço de vários dias de caminhada, com um mergulho nas águas cristalinas do oceano Atlântico no seu inteiro esplendor. No dia seguinte, mais uma surpresa nesta viagem de aventura! Vai viajar numa pequena embarcação pelo mar até ao Funchal, onde ainda terá tempo para percorrer os jardins, monumentos, mercado e zona velha da cidade. Para terminar está prevista uma visita à adega Madeira Wine, culminando a noite com um jantar num restaurante típico. ø António Gavinho Caminhos da Natureza Para mais informações consultar o programa detalhado em www.caminhosdanatureza.pt 36 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Aventura Trekking na Madeira OUTDOOR Julho_Agosto 2012 37 Entrevista Maria Abecasis a surfar com a maria! Maria Abecasis é uma das atletas que está a dar cartas no surf feminino em Portugal. A sua garra trouxe-a até aqui e permitiu-lhe conquistar o título de Campeã Nacional. A Outdoor esteve à conversa com Maria Abecasis e ficou com vontade de ir apanhar umas ondas. Fique a conhecer o percurso desta jovem promissora! pumas no Algarve e eu achei imensa piada. Na altura montava a Cavalo mas este é um desporto muito caro para quem quer competir, por isso decidi mudar de desporto. Quando fiz 13 anos pedi ao meu pai para ter aulas de surf e a partir dai nunca mais parei! Outdoor: Como surgiu a paixão pelo surf? maria abecasis: Tudo começou quando tinha 12 anos! Um tio meu empurrou-me numas es- Como é a rotina diária de uma surfista profissional? Normalmente acordo por volta das 6h50 e tenho por Bebiana Cruz 38 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Como concilias os estudos com os treinos e as provas? Essa tem sido uma das minhas grandes batalhas, principalmente desde que entrei na faculdade. Não é nada fácil conseguir conciliar, especialmente quando estou fora muito tempo! O segredo é uma boa organização e muita força de vontade!! Foto: Pedro Mestre Entrevista Maria Abecasis treino de mar ou de ginásio. Depois vou para as aulas e, sempre que possível, treino outra vez ao final da tarde. Consagraste-te campeã nacional aos 19 anos. Como te preparaste para alcançar esta vitória? Com 14 anos entrei no projeto Surf“NormalO que falta ao surf feminitechnique, um grupo de treino que mente acordo no em Portugal? tem como objetivo preparar-nos Muito apoio, apesar de estarpara o alto rendimento. Desde por volta das 6h50 e mos a melhorar, tanto a níentão que os meus treinadores tenho treino de mar ou vel de patrocinadores como me ajudam a preparar a época de ginásio. Depois vou de visibilidade! Os próprios e evoluir! O resultado do ano sites e revistas de surf fazem passado foi a consequência de para as aulas e, sempre muita discriminação o que é, todo este esforço, no entanto que possível, treino na minha opinião, inaceitáainda tenho muito que trabaoutra vez ao final vel. Felizmente para nós, não lhar! são todos! Como bons exemplos da tarde. ” temos a Fuel TV, a Zona Radical, a A preparação para as provas Surftotal e até a revista Surf Portugal exige um elevado esforço físico. que frequentemente perdem algum tempo a Como te preparas? contribuir para o “nosso” futuro! Como já referi anteriormente, em alturas es- OUTDOOR Julho_Agosto 2012 39 Foto: Pedro Mestre Entrevista pecíficas do ano tenho treinos mais centrados na parte física. Treino frequentemente no Health&Racket Club da quinta da Marinha, um dos patrocinadores do grupo Surftechnique. Qual foi o ponto alto da tua carreira até ao momento? Penso que foi o ano passado em que consegui vencer bastantes etapas e sagrar-me campeã Nacional! Já viajaste bastante em competições. Onde mora a tua onda preferida? Algures em Sumatra! Uma onda (esquerda) que eu nem sei se tem nome! Quais são os teus spots de eleição para surfar em Portugal? Portugal tem ondas boas por toda a costa mas as minhas ondas preferidas são a Azarujinha, Ribeira D’Ilhas e Lagide. Como descreves a manobra perfeita? Qualquer aéreo alto ou manobra a soltar o tail! Adoro manobras progressivas! foi “Penso que o ano passado em que consegui vencer bastantes etapas e sagrar-me campeã Nacional!” Quais são os teus objetivos a curto prazo? Queria tentar renovar o título de Campeã Nacional e ficar no top 4 do Pró-Júnior Europeu (sub-20). E o World Tour feminino? Pode ser encarado como uma realidade pouco distante? Infelizmente não! Apesar de ser um sonho, ainda está longe. O nível lá fora está muito elevado e eu ainda tenho muito que trabalhar para lá chegar. Foto: Pedro Mestre Que conselho gostarias de deixar às jovens surfistas que estão agora a iniciar-se na modalidade? Aproveitem as belas ondas que o nosso país tem para nos dar e acreditem que com trabalho e dedicação podem chegar longe! 40 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Gostaria de agradecer aos meus patrocinadores que me permitem ser surfista profissional: O’Neill, X-Cult Surfboards, Ocean&Earth, Future Fins e Health&Racket Club Quinta da Marinha. ø Sabe mais sobre a Maria Abecasis em Facebook Foto: Pedro Mestre Foto: Pedro Mestre Começou a surfar com 13 anos, em agosto de 2005. Inscreveu-se na escola de Carcavelos, Carcavelos Surf School, sozinha, e foi tendo umas aulas, apesar de ir apenas quando havia ondas em Carcavelos. Só surfava nalguns fins de semana. Em julho de 2006 entrou para o Surftechnique, um grupo de treinos de alta competição, com quem está a treinar até agora. Só a partir daqui e que começou a treinar mais a sério e a surfar regularmente. Ainda fez duas etapas do Esperanças em 2006 mas apenas para experimentar. Em 2007 começou a competir no Esperanças e a meio do ano entrou também no Pró-Júnior da Praia Grande. No verão de 2007 foi para as Maldivas onde evoluiu bastante. Foi uma viagem muito importante para a sua evolução. Em 2008 começou a entrar no Open, para além dos restantes circuitos. Foi selecionada para o ISA world júnior surfing games, em França. Em 2009 correu todo o circuito Open, bem como o Circuito Nacional de surf Esperanças (sub-18). Foi também selecionada para os mundiais de Juniores no Equador (2009) e na Nova Zelândia (2010), onde teve sempre boas prestações. Em 2010 começou também a correr algumas etapas do circuito Europeu. Foi ainda campeã nacional sub-18 e vice-campeã da Europa sub-18 no Europeu de Seleções em 2010. Em 2011 sagrou-se campeã Nacional e fez parte da Selecção que se sagrou campeã da Europa Sénior na Irlanda. Entrevista Maria Abecasis Perfil MARIA ABECASIS MELHORES RESULTADOS Liga MeoProSurf (campeonato Nacional) - Campeã Nacional 2011 - 4º lugar em 2010 Circuito Nacional Pró Júnior Europeu - 7º Lugar 2011 Europeu de Júniors sub-18 - Vice-campeã 2010 Euro-surf (europeu séniors) - 5º lugar 2010 e 2011 Isa World Júnior Surfing Games (mundial juniores) - França 2008 25º Lugar / - Equador 2009 25º Lugar / - Nova Zelândia 2010 19º Lugar Circuito Nacional Surf Esperanças (sub-18) - Campeã Nacional 2010 OUTDOOR Julho_Agosto 2012 41 Por Terra Crónica A Via algarviana... P ara quem quer conhecer a verdadeira essência do Algarve, das suas gentes, o melhor que terá a fazer é percorrê-lo a pé. Não pelas costas fotogénicas do “Allgarve”, mas pelas serranias, pelos trilhos só lembrados pelos pastores, atravessando as aldeias esquecidas nas pregas da topografia do extremo sul do país. Uma sugestão é começar no cabo de S. Vicente, lugar de vistas largas e, em termos emocionais, local de partida, aventura e promessa de riqueza (mais que não seja em termos culturais ou mesmo introspetivos). Tal como Charles Marlow que subiu o rio Congo em busca de Kurtz, emboscando-se cada vez mais na floresta congolesa e no seu espírito denso e mágico, um grupo de caminheiros fez a 3ª Travessia da Via Algarviana, organizada uma vez por ano pela Associação Almargem, embrenhando-se no interior do Algarve em busca do seu espírito, da sua essência. O já citado cabo de S. Vicente foi o local de onde o grupo partiu. A faixa limítrofe, mas abrangente ao cabo, de influência marcadamente atlântica é uma região plana, ventosa e parca em vegetação. É porém rica para observação de aves e persiste ainda alguma exploração animal. Aqui, a Via é constituída por caminhos agrícolas largos, bem pisados, soalheiros e convidativos ao 42 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR diálogo entre caminheiros. Quem eram e de onde vinham, quais as suas expetativas perante o longo caminho que tinham pela frente. O líder do grupo, Jomini, instituiu o inglês como língua comum entre as várias nacionalidades. Os portugueses presentes não levaram a mal e saltavam do português para o inglês com a naturalidade intrínseca que os caracteriza. Aquelas, as nacionalidades, eram maioritariamente europeias. Espanha, Reino Unido, Holanda, Áustria, Alemanha, Suíça e, fora do antigo continente, Israel. De Portugal, havia uma boa amostra de norte a sul, inclusive de dois elementos das ilhas açorianas. O Alentejo estava bem representado, mas não deixava de haver um casal do Porto, um outro do Algarve e indivíduos de Lisboa e de Aveiro, entre outras cidades. A meio do segundo dia de caminhada fizeram uma pausa na Lagoa de Budens. A lagoa é agora uma taça exangue de um ecossistema outrora rico em biodiversidade. O céu era de um azul forte, dos prados pespontavam florzinhas brancas e a sombra dos esguios eucaliptos, que apesar de rendilhada convidava a sentar e a almoçar. Após os estômagos acalmados, a língua lá se foi soltando outra vez. Obra de algum português (ou de um dos espanhóis), pois os europeus aqui representados são de forma geral mais dados à introspeção. O primeiro desafio que surgiu ao grupo de caminheiros foi numa região já de influência adstrita à serra de Monchique, quando fletiram para Norte, fugindo em definitivo às costas arenosas e mais turísticas. A topografia verticalizou-se, a vegetação cresceu e adensou-se, dando lugar a árvores e a arbustos de porte mais alto. Aqui os ribeiros multiplicaram-se. A Via Algarviana atravessava vários cursos de água, que foram transpostos a vau sem dificuldade, mas um de caudal mais largo, merecia mais cuidados. Alguns elementos limitaram-se a tirar as botas e as peúgas e a atravessar o dito sem pensar mais no assunto. O Sr. Maravilha, velhote enérgico, sorridente, mesmo quando as dores nos calos eram quase insuportáveis, não se limitou a descalçar-se como a sua cara-metade, mas também despiu as calças para não as molhar. Atravessou o ribeiro em roupa interior, de mão dada com a Sr.ª Maravilha. O casal do Porto optou por uma abordagem diferente. Enquanto ele se descalçou, ela agarrou as duas mochilas. Então, com aquelas bem seguras, saltou para as costas do seu parceiro que, apoiado num bastão, atravessou o ribeiro pedregoso com a amada às cavalitas. Vendo a estratégia do casal nortenho, uma caminheira aproveitou a ocasião e rogou “boleia” ao rapaz. Ele, surpreendido pelo inusitado pedido, ainda vacilou entre a educação e o pragmatismo. Uma coisa é o que se faz por Amor, quando o objeto do nosso amor é um peso pluma e é, aos nossos olhos, o símbolo da mais pura beleza. No entanto, nos poucos segundos em que a sua mente lutou, venceu a educação. Sem conseguir encontrar uma resposta delicada para lhe negar a boleia, voltou a atravessar o ribeiro de cabe- Uma coisa é o que se faz por Amor, quando o objeto do nosso amor é um peso pluma e é, aos nossos olhos, o símbolo da mais pura beleza. OUTDOOR Julho_Agosto 2012 43 Por Terra Via Algarviana Uns falavam baixinho em pequenos grupos, mas um dos holandeses demorava a sua atenção na bela israelita. Desde cedo Dr. Love Boat, homem para o outono da vida, de aparência cuidada, óculos finos, cabelos acobreados em fingido desalinho, demonstrou uma predileção pela rapariga esguia de longos cabelos ondulados. Contudo, ela rebatia aquela atenção com um sorriso descuidado. Por Terra e dizer piadas (que não tinham graça). Assim que o Dr. Love Boat se apercebeu da concorrência, começaram uma subtil luta pela atenção da bela israelita, que parecia imune à dupla atenção, ou pelo menos, desatenta. Quando as dificuldades aumentaram, parece que aquela competição secundarizou-se e foi esquecida. A área era montanhosa, de subidas algo íngremes e descidas acentuadas. Se as subidas deixavam o grupo sem fôlego, as descidas provocavam-lhe dores nos músculos das pernas. Foi assim uma jornada inteira durante longas horas. Caminhavam em silêncio, perguntando-se quando terminariam, se terminariam. O grupo enfrentava condições climatéricas adversas há vários dias. Chuva intensa, ventos fortes e, na subida para a Fóia, nevoeiro. A serra de Monchique tem o seu cume na Fóia, que corresponde ao ponto mais alto do Algarve, com 902m de altitude. A subida não é difíOs dias pascil, mas continuada e o grupo caminhasavam à mediva com obstinação. Apesar da intempérie e da fraca visibilidade daquele da que o grupo ia ponto alto (em dias de boa visibilidade ficando mais coeso é possível ver o oceano), a felicidade e embrenhado no da conquista foi mesmo assim containterior algargiante. Os caminheiros abraçaram-se e festejaram, numa mistura de ponchos vio. e impermeáveis encharcados. Junto ao ça baixa para se sujeitar ao peso marco geodésico o grupo aconchegou-se pesado da caminheira nas suas cospara a fotografia de grupo da praxe, entre o netas. A segunda travessia do ribeiro fê-la de per- voeiro circundante. nas vacilantes, em suado esforço silencioso. Foi granjeado com uma grande salva de palma dos A cotas mais baixas e na encosta oposta, a mepresentes, não obstante ter ficado com os pés teorologia foi-lhes mais favorável. O tempo doridos como se tivesse atravessado uma cama abriu, fez Sol e puderam observar a paisagem de faquir. e a vegetação luxuriante da serra. Uma possível zona agrícola abandonada em socalcos com um Com metade do grupo numa margem e a outra conjunto de casas em ruínas era o cenário permetade na outra, a galhofa começou. Os que já feito para incendiar a imaginação de qualquer tinham atravessado, de pés secos e botas calça- um. Mais adiante imperavam árvores como o das, ficaram a observar os outros, torcendo no sobreiro, a azinheira, o carvalho cerquinho, o seu âmago para que alguém caísse, de prefe- castanheiro e o famoso medronheiro. De folhas rência de forma aparatosa. Tinham as máquinas lavadas pela chuva, as árvores pareciam de um fotográficas em riste, prontas a disparar a qual- verde mais intenso, viçoso e vibrante. Os camiquer sinal de desequilíbrio de algum dos com- nheiros passavam em silêncio, quase de forma panheiros. reverente perante a exuberância da serra de Monchique. Com toda aquela brincadeira que se passava entre as margens do ribeiro, Dr. Love Boat não se Os dias passavam à medida que o grupo ia fiapercebeu que um concorrente surgia sorratei- cando mais coeso e embrenhado no interior ro na peugada da atenção da bela israelita. Um algarvio. O cansaço notava-se nos rostos dos dos alentejanos, também ele no Outono da vida, caminheiros e no final de cada jornada os quiapesar de ter uma abordagem igualmente apa- lómetros percorridos estavam bem patentes nas ratosa, não era tão insinuante e direto como o bolhas e nas feridas tratadas. Cada aldeia alholandês. A sua estratégia consistia em brincar cantilada numa colina, cada lugar escondido na 44 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Por Terra Via Algarviana curva do trilho, cada monte com um cafézinho aberto era o pretexto para o grupo parar, descansar, pedir umas bebidas e conversar com as gentes dali. Sem se darem conta, tinham absorvido aos poucos, a cada dia, o espírito algarvio. O espírito algarvio não é mais do que o ritmo do Homem do campo. Vive ao ritmo da Natureza, sem pressas, sem relógio, ao compasso do Sol e das estações. Partilha o que tem com os companheiros, conta e ouve histórias. É mais observador, notando detalhes que antes passavam despercebidos. Respeitam uma sombra para descansar, uma fonte para se refrescar; uma pessoa para cumprimentar, um pedido para ajudar. Ao entrar no Barrocal, o grupo tinha, sem se dar conta, compreendido a essência do algarvio. Vivia e falava como um algarvio. Até os estrangeiros falavam algumas palavras em português, em particular “jantar”, a mais usada e discutida. Se antes as gentes das aldeias por onde o grupo passava tinham receio e evitava-o, agora não. Saiam de suas casas, ansiosos por falar, por um momento de rutura nas suas rotinas diárias. Uns diziam por onde era a Via Algarviana quando viam um elemento do grupo mais desorientado; outros convidavam o grupo a ver a sua coleção interessantíssima de peças etnográficas; outros ofereciam chá na sua cozinha num dia de chuva. Havia quem já conhecesse algum repetente e lhe pedisse ajuda numa reparação em casa. A Via Algarviana é um caminho pedonal que atravessa o interior algarvio, mas mais do que isso é uma “estrada” que leva pessoas, eco turismo, dinamismo ao comércio local e principalmente Vida a uma zona esquecida das brochuras do turismo de Portugal. É um projeto de alto valor sócio-económico, de impacto a médio e longo prazo, caso haja manutenção do traçado e dinamização pelas entidades locais e regionais, públicas e privadas. Apesar daquela pequena comunidade itinerante parecer coesa, a rivalidade entre o Dr. Love Boat e o alentejano pela bela israelita tornou-se mais acesa. Ambos mantinham as suas estratégias de aves do paraíso e sofriam dia após dia de bolhas e feridas nos pés sem darem parte fraca à rapariga, mas mais importante, um ao outro. Contudo, não reparavam que aquele pequeno triângulo um pouco ridículo estava a se tornar um quadrado. Um alemão, rapaz alto e espadaúdo, estava a estender a asa à bela israelita. Mas o pior que eles não viam, concentrados nas suas manobras de diversão, é que ela aparentava gostar dos avanços do rapaz. O Barrocal algarvio é um território que fica encaixado entre a serra de Monchique e a serra do Caldeirão. É uma região fértil, de muitas hortas e onde surge em toda a sua magnificência a figueira e a amendoeira. Muito rica em biodiversidade, foi aqui que o grupo descansou meio dia. Aproveitaram o tempo para lavar roupa, descansar, tratar dos pés e arrumar os seus pertences que há longos dias careciam organização. Notava-se no rosto e nos olhos dos caminheiros um cansaço físico muito grande. Os gestos, os movimentos, até os sorrisos eram lentos; denotava-se já uma certa exaustão. Nessa noite, para aproveitar a biodiversidade do local, fizeram uma caminhada noturna para ouvir as aves, mais especialmente o piar do Bufo Real (Bubo bubo). Esta ave é um predador de topo e, em Portugal, a maior das rapinas noturnas. Possui dois penachos sobre a cabeça e olhos cor de laranja. Apesar destas características físicas é dificílima de observar. Por ser uma ave noturna, o seu piar é a forma mais fácil de identificar/”observar” elementos numa dada região. A hora de levantar foi negociada ao minuto, o OUTDOOR Julho_Agosto 2012 45 Por Terra que foi outra prova do cansaço generalizado dos elementos do grupo. À hora combinada, alguns telemóveis despertaram os caminheiros que, estremunhados, lá se arranjaram para começar a caminhada de noite. Uns tinham dormido vestidos para poupar tempo, outros resmungavam enquanto esfregavam os olhos inchados. Lá partiram pelas ruas desertas e frias da madrugada de Alte, tentando não fazer ruído. Os frontais projetavam luzes brancas inquietas dos meneares das cabeças dos caminheiros mais enérgicos àquela hora matutina. Ao sair da vila, os sons naturais do campo foram chegando aos ouvidos do grupo à medida que este se silenciava. Alguns optaram por desligar os frontais, ajustando a visão à luz da Lua. Foram andando pelos caminhos entre terrenos de amendoeiras e figueiras até que Jomini decidiu parar num local onde serpenteava um muro de pedra. Retirou da sua mochila um pequeno gravador portátil com duas colunas e encarrapitou-as no muro. Explicou ao grupo que tinha uma gravação do piar do Bufo Real em época de acasalamento. A estratégia a seguir era passar a gravação uma ou duas vezes e esperar que os bufos da área dessem sinal da sua presença, como que a dizer: tu estás em território alheio, as fêmeas daqui são nossas, vai-te embora. Para esta operação pediu silêncio total. rou. Jomini voltou à carga, desta vez com o som mais alto. UU-HUUU, UU-HUUU, UU-HUUU. O som altíssimo saía distorcido pelas pequenas colunas portáteis. O mundo parou à espera de uma resposta. Nada. Várias tentativas foram feitas. Perdizes, melros, mochos e até um galo responderam, mas bufos não. Já perto da manhã, quando a aurora despontava os seus primeiros raios e distribuía uma primeira dose de luz e calor, fizeram uma derradeira tentativa. Jomini chegou o gravador mais perto das colunas, aconchegou-as melhor nas pedras do muro, pediu silêncio absoluto ao grupo e premiu “Play”. A gravação repetiu o seu silêncio sepulcral de inicio, reverberou no ar da manhã os três uu-huuu’s e o indicador de Jomini pressionou “Stop”. Enquanto alguns caminheiros já suspiravam de aborrecimento e outros de fome, ouviu-se ao longe um tímido “huuuuu”. Foi a vitória da Máquina sobre a Natureza (para fins nobres, claro). Um sucesso! A Travessia continuava, agora já no terço final. A paisagem era marcada por uma topografia acidentada e por milhares de estevas floridas. Estavam agora no Algarve profundo. Uma zona famosa pelo mel, pão e folar. Não um folar qualquer, mas um folar cozido em forno de lenha, em camadas ou “folhas”, com mel, açúcar amarelo e canela. Ver a receita em Facebook. Depois de alguns aclarares de gargantas, risinhos e outros sons desnecessários, o grupo calou- Foi numa das aldeias perdidas nos trilhos dos -se. Jomini, de expressão carregada pressionou pastores que o grupo de caminheiros se ia aproo botão “Play”. Um silêncio sepulcral envolveu ximando, que o aroma do açúcar amarelo carao grupo e a madrugada. Todos, sem exceção, melizado os tentou a abrandar o passo. Ao entrar na aldeia, a primeira construção que viram foi o olhavam ansiosos de olhos esbugalhados forno a lenha comunitário. Os vários elepara o pequeno gravador pousado mentos, que passados tantos dias já funna mão de Jomini. De repente, um cionavam quase como um ser único, som metálico vindo dos confins Estavam tacitamente aconchegaram-se junto do mundo: uu-huuu. Risadinha agora no Alao forno, gravitacionando em torno geral. “Shiiiiu” alguém sussugarve profundo. daquela alvenaria tal como eletrões em torno do seu núcleo. TagarelaUma zona famovam com os aldeãos, conversando sa pelo mel, pão sobre isto ou aquilo, mas como quem e folar. não quer a coisa, sorviam em êxtase aquele perfume doce e quente que exalava do forno recém caiado. Os aldeãos, que tentavam disfarçar a preciosa mercadoria encerrada em tão singelo cofre, não podiam esconder o odor que se desprendia aos quatro ventos e seduzia até o mais empedernido asceta. A verdade é que os caminheiros, imbuídos agora do espírito algarvio, não se fizeram rogados e tiraram as mochilas, pondo-se confortáveis em amena cavaqueira, esperando pela abertura da porta do forno. Não arredariam pé antes disso. 46 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Após um breve lanche, a Abertura do Forno a Lenha foi efetuada sob intenso fotografar. De máquinas fotográficas em riste, os caminheiros-paparazzi esperavam que a “folareira”, armada de pá de madeira, retirasse com mestria os folares enformados do forno. Por cada folar fumegante com caramelo brilhante que via a luz do dia, havia um coro de extensas interjeições de admiração gulosa. O ar estava concentrado de açúcar queimado, quente e doce. Todos sem exceção, aldeãos e caminheiros, concentravam os seus sentidos naquele melífluo bolo pascal: olhos brilhantes, narinas dilatadas, lábios húmidos e entreabertos. As formas dos folares estavam demasiado quentes para serem manuseadas. No entanto, os caminheiros pareciam crianças excitadas atrás de guloseimas, não compreendendo a bonomia de gestos da “folareira”. Não obstante a excitação, só puderam provar aquela delicada receita depois de mais um compasso de espera e de se ter partido um deles para arrefecer mais depressa. A “folareira” deu a provar um pouco de folar aos caminheiros. Entre suspiros e interjeições cobiçosas, lamberam-se e tentaram provar mais. Com cara de poucos amigos, os aldeãos deram a entender que aquela prova tinha sido suficiente. Assim, os caminheiros seguiram o seu caminho para júbilo dos ha- bitantes da aldeia dos folares. A Via Algarviana ziguezagueava por terrenos repletos de estevas, subindo e descendo colinas. O trilho era de terra avermelhada, com pedrinhas soltas. O grupo seguia espaçado, pouco conversador. Nas mentes de cada um passavam vários pensamentos diferentes, mas de certa forma convergiam numa única direção: o término da viagem. Alcoutim estava próximo; as dores e as bolhas eram muitas mas as dúvidas em desistir tinham-se dissipado há muito. No entanto, agora surgia um vazio no peito, uma saudade mesmo antes de acabar a travessia. A primeira visão do Guadiana, sereno, plácido, foi sentida de forma ambígua. Por um lado significava o concluir de um projeto, o finalizar de algo difícil a que se tinham proposto fazer e o que os deixavam felizes e orgulhosos. Por outro lado significava o regressar ao quotidiano do trabalho, algo que os deixava pelo menos ansiosos. Para alguns a visão do rio Guadiana não era em si uma visão de término ou de barreira. Olhavam-no apenas como um elemento a transpor, um marco geográfico a reter para na próxima oportunidade voltar a continuar a caminhar a partir dali. Continuar sempre. Ao fim de 14 dias aquelas pessoas tinham-se tornado quase como uma família. Dormiam, comiam, caminhavam, viviam juntas. Era triste acabar, mas tudo o que é bom, acaba depressa demais. A esperança é que para o ano há sempre outra travessia. ø Susana Muchacho Geosphera OUTDOOR Julho_Agosto 2012 47 Por Terra Via Algarviana Resignados, os aldeãos esperavam também a grande abertura, mas em contido silêncio. Quando os caminheiros começaram a partilhar as suas lancheiras com os autóctones, estes relaxaram e perceberam que eram todos gente de bem. Pão, fruta, chouriço, queijo, bolo e até vinho foi partilhado entre os presentes e por momentos a fragrância caramelizada foi quase esquecida. Por Terra descobrir a rota da cortiça Rede Natura 2000, na esperança de avistar a águia de Bonelli ou mesmo o raríssimo lince ibérico. Neste cenário natural, vai conhecer as técnicas de descortiçamento e empilhamento da cortiça, utilizadas desde há séculos. A Cortiça é o fio condutor de uma viagem marcada por 6 pontos de interesse: Património, Natureza, Vida Rural, Tradição, Inovação e Conhecimento, que constituem diferentes pólos temáticos deste itinerário a percorrer. Património Descubra a herança cultural algarvia presente na arquitetura, na paisagem e nas tradições. Os ecos do passado ainda ressoam nas antigas ruelas da vila, com as suas casas tradicionais do período áureo da Cortiça, quando São Brás de Alportel era um dos principais centros da atividade corticeira do país. Por aqui ainda se ouvem as antigas lendas mouriscas, abafadas pelo sino da igreja matriz. A poucos metros, vale a pena espreitar o Jardim da Verbena, pegado ao Antigo Paço Episcopal, e depois percorrer a “calçadinha”. Na paisagem, avistam-se noras e outros engenhos hidráulicos de origem ancestral. Este pólo constitui a porta de entrada do visitante no admirável mundo da cortiça. Natureza A caminho da serra, desfrute de paisagens deslumbrantes, com sobreirais a perder de vista! Respire o ar puro, ouça o chilrear dos pássaros e contacte com um ecossistema em que o Homem se integra harmoniosamente. Trilhe os antigos caminhos, descubra os habitats integrados na “A Cortiça é o fio condutor de uma viagem marcada por 6 pontos de interesse: Património, Natureza, Vida Rural, Tradição, Inovação e Conhecimento (...) “ Vida Rural Redescubra connosco os costumes antigos do Algarve rural, enquanto vagueia pelos campos cultivados e pelas aldeias do barrocal, cuidadosamente caiadas de branco, numa afirmação clara da sua herança árabe. É uma oportunidade única para falar com agricultores entregues à sua labuta diária e para conhecer as mais genuínas propostas gastronómicas. Delicie-se com o mel, a aguardente, os licores e a doçaria local, que tão bem incorporam as flores e bagas da serra e os frutos secos do pomar de sequeiro: as alfarrobas, os figos e amêndoas. Tradição A Rota da Cortiça convida-o a conhecer as antigas técnicas de preparação e de transformação da cortiça ainda utilizadas nas fábricas. Algumas dessas técnicas são manuais, numa continuidade de séculos, dado que nenhuma máquina conseguiu suplantar a perícia dos mestres! Outras foram-se perdendo, como a técnica do quadrador (homem que fazia pequenos quadros em cortiça) ou a do rolheiro, substituído pela garlopa. Vai poder observar os operários no seu trabalho e viver a experiência de manipular máquinas rudimentares de produção de rolhas. Inovação O setor corticeiro acompanha a evolução dos tempos, ensaiando processos de laboração mais eficazes e procurando novas aplicações para a cortiça, matéria- prima que tem a capacidade de assumir formas inesperadas, desde simples objetos do quotidiano aos acessórios de moda. Esta visão renovada OUTDOOR Julho_Agosto 2012 49 Por Terra Rota da Cortiça A Rota da Cortiça leva-o a descobrir os mistérios da relação ancestral entre o Homem e o Sobreiro. Percorra connosco os sobreirais, conheça as histórias, contacte com as técnicas de preparação e transformação da cortiça e descubra, pelo caminho, uma enorme paleta de sabores e de sensações que nunca tinha pensado experimentar. Por Terra “O sector corticeiro acompanha a evolução dos tempos, (...)” da pela ciência e tecnologia é perceptível no pólo dedicado à inovação, uma fábrica especializada na produção de discos para as rolhas de champanhe. Aqui, o trabalho é norteado pela excelência, pelo intuito de colocar a melhor cortiça do mundo ao serviço dos melhores champanhes, para brindar condignamente os importantes acontecimentos das nossas vidas. 50 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Conhecimento Seminários, intercâmbios e documentação especializada, são a matéria-prima do conhecimento sobre o Sobreiral e a Cortiça. As “Conversas à volta do Sobreiro” são debates informais sobre a fileira da cortiça e tudo o que lhe está associado, desde as questões do sobreiral até às actividades industriais e comerciais. Por Terra Rota da Cortiça ITINERÁRIO 1) A visita tem início no Museu de São Brás, numa sala onde se pode ter uma panorâmica geral de toda a Rota e da cultura organizada em torno da cortiça. Segue-se um rápido passeio pelo centro histórico da vila. 2) Partida para a Serra do Caldeirão, ao encontro dossobreirais, das pilhas de cortiça e das espécies animais e vegetais próprias desta área 3) Pelo caminho visitam-se as aldeias pitorescas do barrocal, com as suas hortas e pomares de sequeiro. No regresso, paragem numa destilaria de medronho e licores, muito características da serra, ou numa fábrica de doces tradicionais. 4) Retoma-se a fileira da cortiça para conhecer algumas fábricas tradicionais de preparação e produção de rolhas, onde ainda se trabalha à maneira de antigamente. 5) Visita a uma fábrica onde desponta a mais alta tecnologia, especializada na produção de discos para as rolhas de champanhe. Além das rolhas, haverá a oportunidade de encontrar uma gama original de produtos à base de cortiça colocada à venda numa loja da vila. 6) E se quiser aprofundar os seus conhecimentos acerca do sector corticeiro, poderá consultar o Centro de Recursos e participar nos debates. ø Rota da Cortiça OUTDOOR Julho_Agosto 2012 51 Por Terra Bikotel BIKOTEL A rede dos Bike Friendly Hotels 52 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Um Bikotel não é mais do que uma unidade de alojamento com boas práticas no acolhimento de ciclistas, que se traduzem num conjunto de serviços, especialmente criados a pensar nas necessidades específicas de quem gosta de andar de bicicleta. No essencial, estas unidades garantem aos seus clientes um local para estacionar, lavar e guar- dar as bicicletas; uma pequena oficina com as ferramentas básicas para alguma reparação; refeições pensadas para ciclistas; serviço de lavagem e secagem diária de equipamento de ciclista e alguns percursos de bicicleta disponíveis, com mapas, dados técnicos e tracks de GPS. A lista inclui ainda vários serviços opcionais, como massagens especiais para ciclistas e tratamento médico, lojas associadas para reparação de avarias mais complexas, guias especializados para acompanhar ou aconselhar nos percursos, aluguer de bicicletas e equipamentos GPS, linha de apoio e transfe- OUTDOOR Julho_Agosto 2012 53 Por Terra Bikotel O conceito é simples e novo em Portugal: uma rede de alojamentos devidamente preparados para receber ciclistas. Por Terra res de/para o Bikotel em caso de necessidade, e previsões meteorológicas. Como vantagens para as unidades de alojamento aderentes existe a integração numa rede de bike friendly hotels de fácil pesquisa e o apoio na implementação dos diversos serviços e práticas que definem um Bikotel. Para o utilizador, o site oficial é um meio fácil e rápido de aceder a toda a informação sobre os estabelecimentos aderentes, pesquisando a oferta por destino de férias, por preço ou por tipo de percursos, com a facilidade de descarregar mapas de trilhos em formato GPS. O projeto é promovido pela empresa A2Z Consulting e tem, desde já, como primeiros parceiros oficiais as marcas Trek/Solex (Bicimax) e Garmin (Ciclonatur Loja do GPS), contando com o apoio do Turismo Centro de Portugal. No arranque (em março de 2012) a rede Bikotel contava com 12 unidades amigas dos ciclistas. Hoje, para além destas, já são mais de 40 as unidades que têm formalizado o seu pedido de adesão e se encontram em processo de reconhecimento. Qualquer unidade de alojamento pode juntar-se ao Bikotel. O processo de adesão tem um caráter vertical, ou seja, podem aderir unidades de qualquer tipologia de alojamento, desde que cumpram os requisitos do label. Nas unidades que já utilizam a chancela Bikotel, contam-se algumas estrelas da hotelaria nacional como a Casa das Penhas Douradas, a Herdade da Matinha, o aparthotel Miravillas, as Casas do Vale do Ninho (Aldeia do Xisto – Ferraria de São João, Penela) e diversas unidades Inatel (Manteigas, Vila Ruiva, Alamal, Piódão, Castelo de Vide). Na fase final do processo de reconhecimento estão as Casas do Côro em Marialva, na costa vicentina a Aldeia de Pedralva e Quinta Nova da Nossa Senhora do Carmo (Douro). O futuro da rede O segmento do cicloturismo, inserido no turismo ativo e de Natureza, tem vindo a registar um crescimento anual, em termos mundiais, acima dos 10%. Em Portugal, as vendas anuais de bicicletas têm registado os números significativos de algumas dezenas de milhares de unidades. Recentemente, foi estimado na casa dos 20 mil o número de praticantes regulares de ciclismo (dos quais 10 mil federados), sendo bastante mais quando 54 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Por Terra Bikotel considerados os praticantes ocasionais. Num futuro breve, o objetivo é posicionar a rede Bikotel como uma oferta estruturada com cobertura nacional, disponibilizando percursos de ligação entre hóteis. Assim, o ciclista, a partir do portal Bikotels.com, poderá facilmente marcar umas férias itinerantes à sua medida. Basta selecionar as várias etapas do percurso, escolher os hóteis, reservar e fazer-se à estrada (a bagagem estará lá à sua espera no próximo Bikotel!). O processo de reservas num Bikotel irá evoluir. A rede vai ter uma central de reservas com gestão direta através do portal e com um sistema de atribuição de pontos por cada reserva. Os pontos são trocados por vouchers que podem ser descontados em novas reservas ou em produtos disponiveis num catálogo próprio, com artigos obtidos junto das lojas de bicicletas associadas e parceiras da rede Bikotel. Garantias de um BIKOTEL Parque de estacionamento exterior para bicicletas* Quando chegar a um Bikotel, não tem que se preocupar. O lugar de estacionamento de bicicletas está garantido. Na bagagem leve apenas o essencial. O Bikotel cuida diariamente da sua roupa. Local para lavagem das bicicletas No fim do dia, a sua bicicleta merece um miminho. O Bikotel prepara-lhe o banho. Menu de ciclista Em forma! O Bikotel prepara-lhe refeições com pratos ricos em hidratos de carbono e com reforço de vegetais e frutas. Mini-oficina O essencial está aqui! O Bikotel coloca-lhe à disposição um conjunto de ferramentas básicas para alguma reparação de última hora. Percursos Escolha o seu caminho! Estão disponíveis percursos de BTT e/ou cicloturismo, com mapas, dados técnicos e tracks GPS. Garagem para bicicletas Segurança máxima! O Bikotel garante-lhe um compartimento fechado e coberto para guardar a sua bicicleta de forma segura. *condição não obrigatória para unidades de turismo em espaço rural ou quando algum impedimento urbanístico o justifique. ø Serviço de lavagem e secagem diária de roupa do ciclista Mais informações em www.bikotels.com Pedro Pedrosa OUTDOOR Julho_Agosto 2012 55 Por água Nelo Summer Challenge 2012 E m 4 anos de vida o Nelo Summer Challenge tem conseguido melhorar e ampliar cada vez mais o número de participantes, quer nacionais quer internacionais. Bem como atrair ao nosso país os nomes grandes da modalidade que olham para o evento como uma oportunidade única de aliar interesse competitivo, excelentes condições de prática, e ambiente singular de companheirismo e amizade que se vive durante os dias de competição. Não esquecendo o interesse turístico que o litoral norte dos país tem para oferecer. Desde o primeiro dia, que do projeto Nelo Summer Challenge tem como propósito criar uma excelente prova de downwind que possa corresponder às expectativas de todo o tipo de remadores e entrar no panorama internacional como um dos melhores donwinds do mundo. O grande objetivo deste evento é manter-se como uma referência mundial da modalidade. Todo o trabalho realizado foi recentemente recompensado com a atribuição do 1º Campeonato do Mundo de SurfSki a realizar-se em 2013. De volta a Vila do Conde, que irá ser a cidade anfitriã do evento deste ano e, do Campeonato Mundial de Surfski no próximo ano. Na verdade, as mudanças aplicadas permitem que a corrida deste ano seja uma versão curta da prova de 25 km do evento no próximo ano. 56 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Sempre com o intuito de inovar, este ano, e numa parceria da Nelo com a SupAddiction Portugal irá ser realizada pela primeira vez uma competição paralela de Stand Up Paddle Surf, que segundo o presidente da International Organization of SUP (IOSUP), Fernando Labad reúne condições para tornar este evento num dos melhores dos melhores Downwinds de SUP do mundo. O evento é dividido em 2 dias. No primeiro dia tem lugar a prova de resistência (race 1) que consiste em realizar um percurso de 10 km em mar aberto a favor do vento, para surfski, kayaks de mar e Stand Up Paddle, onde se esperam cerca de 200 a 250 atletas de 25 países diferentes. Este ano, com o intuito de melhorar o percurso e a torna-lo mais “amigável”, será reduzido o trajeto da parte contra o vento para menos de 10% da prova e, a partida e chegada serão ambas na praia, tornando toda a prova mais interessante e aliciante. O segundo dia decorre na praia da Azurara, numa prova de 800m (race 2). A partida será na praia, cada atleta terá que correr para o seu barco, remar 400 metros, passar pelas bóias, regressar à praia e correr para a linha de chegada também na areia. Esta prova caracteriza-se pela espetacularidade e emoção de chegadas disputadas ao centímetro. Tudo se está a reunir para que a edição de 2012 seja a melhor de sempre!! ø Nelo e SupAddiction Nelo Summer Challenge Fotos: Nelo Por água Nelo Summer Challenge “(...) Fernando Labad reúne condições para tornar este evento num dos melhores Downwinds de SUP do mundo” OUTDOOR Julho_Agosto 2012 57 Foto: Pocean Surf Academy Por Água Atividade Por Água Surf surf, um estilo de vida Por Água O mar muitas vezes mostra-nos coi- res especializados nesta área para ensinarem sas belíssimas, como o fundo do quem mais deseja ter contacto com este despormar onde podemos observar lindos to magnífico e pura e simplesmente ter momenseres vivos que habitam este meio tos de diversão. Muitas pessoas provenientes de e também outras preciosidades diversos lugares do mundo tentam ocupar as como corais, pedras, rochas, etc.. Há uma imen- férias aprendendo surf procurando divertir-se sidão de coisas que o mar nos oferece, permitin- com uma atividade praticada ao ar livre e em do desfrutar de momentos de puro prazer contacto com a natureza. e satisfação; entre elas estão as tão famosas, e por vezes temidas, onPara aprender a fazer surf há que “Muitas pesdas. ter em conta diversas a técnica, o divertimento e principalsoas provenientes As ondas são criadas por mente a segurança (da pesde diversos lugares tempestades em alto mar soa, do material e do mar). do mundo tentam ocuque trazem ondulação até Existem inúmeras regras par as férias aprendendo à nossa costa e nas quais se de segurança, citando-se realizam manobras belas e algumas como: surf procurando divertirmagníficas. Existem vários -se com uma atividade desportos de ondas, tais Estar adaptado ao meio praticada ao ar livre e como o Bodyboard, Windaquático; em contacto com a -surf, Tow-in, Kite surf, Surf e Saber nadar muito bem; muitos mais, mas é sobre surf natureza.” Proteger sempre a cabeça que este artigo se debruça. cada vez que se cai da prancha; Manter uma distância de seguranO surf pode ser entendido como um desça dos outros surfistas; porto, estilo ou forma de vida, dependendo do Não partilhar ondas, nem com amigos, nem ponto de vista de cada pessoa. O surf passou com outros surfistas, para evitar choques; a ser integrado como disciplina nos cursos de Ter atenção sobretudo aos locais onde entraEducação Física e Desporto, por ser consideramos e saímos. do um desporto já que se trata de uma atividade física que permite utilizar o corpo para produzir Em relação ao divertimento, muitas pessoas procuram o surf não apenas pela satisfação de energia e emoções. O surf faz hoje parte dos padrões culturais do uma atividade praticada ao ar livre mas também ser humano, prova disso é que pelo nosso país, pelo ambiente social que proporciona criar amihá cada vez mais escolas de surf com professo- zades. Equipamento SURf Uma prancha que deverá ser escolhida em função e de acordo com o peso, altura e condição física do surfista; Wax ou parafina (que não é mais do que uma cera para ser colocada na prancha evitando escorregar na prancha e ter quedas); Um shop ou leash que mais não é do que o elemento de ligação do surfista à prancha, prende-se na prancha e no tornozelo do surfista, para evitar que o surfista perca a prancha e tenha que nadar para recuperar a prancha. 60 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Foto: Pocean Surf Academy Um fato para proteger do frio, com as medidas adequadas à temperatura da estação do ano (4/3 é um fato para inverno e 3/2 fato para verão); Foto: João Melo Costa Vicentina: Carrapateira, Cordoama, Castelejo, Amado, Ponta Ruiva, Zavial e Beliche; Costa Alentejana: São Torpes, Aivados, Malhão; Ericeira: Ribeira D’Ilhas, Pedra Branca, Reef, Coxos, Cave; Costa da Caparica: Praia Nova, São João, Marcelino, Praia da Mata, Fonte da Telha; Linha do Estoril/Cascais: Santo Amaro, Carcavelos, Praia da Poça, Parede, São Pedro do Estoril, Bafureira; Guincho. Açores: Praia do Norte, Fajã, Praia de Almoxarife (Ilha do Faial) Praia da Vitória, Ribeirinha, Porto Martins (Ilha Terceira) Fajã dos Cubres, Fajã dos Vimes, Fajã dos Belos (Ilha de São Jorge) Barca, Areia Larga, Santo Amaro (Ilha do Pico), Lagoa, Barra, Porto Afonso (Ilha Graciosa), Fajãzinha, Direita da Rocha Alta, Baixio (Ilha das Flores), Praia (Ilha do Corvo), Baixa da Viola, Santana, São Roque, Direita do Porto (Ilha de São Miguel) Praia Formosa, Anjos, Lobos (Ilha de Santa Maria). Madeira: Machicho, Porto da Cruz, Ponta Pequena, Ponta do Sol, Paúl do Mar, Ribeira da Janela. Praia de Carcavelos Tubo: Nesta manobra, o surfista fica dentro da onda, no meio do tudo; Cut Back: É o corte de 180º na onda quando esta começa a perder qualidade; Aéreo: Quando o surfista voa sobre a onda e retorna com perfeição; Cavada: O surfista vai até debaixo da onda e sobe para realizar uma manobra; Batida: Manobra em que o surfista acerta a crista da onda com a parte de baixo da prancha Rasgada: O surfista manda a prancha para frente e vira o corpo para onda; Floater: Manobra em que o surfista fica sobre a crista da onda; 360º: O surfista tem de dar uma volta completa com a prancha na onda. Agora que já sabem o essencial para a prática deste fabuloso desporto, o que falta é experimentar para entender porque é que o surf faz parte de um dos padrões da cultura do ser humano, o desporto. ø Miguel Santos – Treinador de Surf na Pocean Surf Academy Foto: Pocean Surf Academy principais MANOBRAS DO SURF OUTDOOR Julho_Agosto 2012 61 Por Água Surf Para os mais curiosos deixamos a sugestão dos principais spots de surf em Portugal: Por Água Indoor PREPARAÇÃO Indoor para Surf H á já muito tempo que o surf se tem vindo a profissionalizar e a preparação física para esta prática exige cada vez mais dedicação, conhecimento técnico e especificidade de modo a aumentar o desempenho e a qualidade do atleta. Como grade adepto que sou do treino de resistências integrado . vulgo treino funcional – vou apresentar algumas sugestões. Paralelamente ao treino integrado sugiro sempre treino de força e par quem não está habituado aconselho uma fase de adaptação anatómica. Desta forma podemos ir integrando novos estímulos e aumentar gradualmente o desafio sempre com uma boa base de trabalho. 1 BOSU – Squat – 20 repetições Faz a sequência apresentada em circuito e repete 3 vezes. Intervalos de descanso curtos entre repetições e 1:30 entre séries. ø Bruno Brito 2 TRX – Lunge – 10 repetições 3 TRX/BOSU – Push up - 10 repetições ( pode alternar entre os dois equipamentos ) 62 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR 4 BOSU – Push Up and Jump - 5 repetições ( bom para preparar o take off ) Por Água Indoor 5 7 TRX – I/Y/T – 15 repetições KETTLEBELL – Swing - 25 a 30 repetições 6 8 TRX – Row – 15 repetições TRX – Triceps – 15 repetições Quem é o bruno brito? - Professor Certificado CEF - Especialização em Treino Personalizado (Treino Resistência Integrado) com TRX, BOSU, KETTLEBELL, PILATES,TRIATLO - Professor de BOOTCAMP com componente de formação para grupos empresariais O Bruno tem protocolos com clínicas de Nutrição, Medicina Chinesa, Fisiatria, Quiroprática. Mantenha um estilo de vida saudável! Podem seguir o Bruno Brito em: 9 TRX – Abs – 15 repetições Facebook Blogue solucoesdevidasaudavel.blogspot.pt www.aquafitness.pt OUTDOOR Julho_Agosto 2012 63 Por água Evento Fotos: Tomanephotos.com/Zeca Photography Santa Cruz Ocean Spirit 2012 D e 27 de julho a 5 de agosto, a praia do Mirante em Santa Cruz, Torres Vedras, volta a receber mais uma edição (6.ª) do Santa Cruz Ocean Spirit, evento que alia a componente desportiva, através dos desportos de mar, à componente de animação noturna, mais festivaleira, com a realização de concertos e atuação de DJs, nunca esquecendo a vertente educativa e de sensibilização ambiental. Para a vertente desportiva são esperados cerca de 300 atletas vindos de todo o mundo, os quais irão participar nas várias provas a realizar nas várias modalidades, como o Surf, Bodyboard, Longboard, Windsurf, Waveski, Kitesurf, Kayaksurf e Stand Up Paddle. Este ano com um novo conceito a nível desportivo, “Waterman Wanted”, o Santa Cruz Ocean Spirit irá distinguir o atleta que melhor desempenho tenha no decorrer do evento e que participe em muitas das várias modalidades. Destaque também para a 2.ª etapa do Circuito Nacional de Kayak Surf e Wavesky, a realizar logo no primeiro fim de semana, mas também para o Downwind que irá acontecer no primeiro sábado, dia 28 de julho. Todas as finais estão marcadas para o último dia, domingo, dia 5 de agosto. Fica a par do calendário, regulamento e inscrições 64 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR nas provas em www.oceanspirit.pt/programa/desporto. O total do Prize Money é de 5.000 € Mas se durante o dia os desportos de mar são o alvo de todas as atenções, com o chegar da noite o areal transforma-se num palco para os mais festivaleiros. O palco principal irá receber várias bandas e DJs que irão meter a dançar todos quantos se desloquem à praia do Mirante… até às 3 da manhã. E porque estamos em plena praia, a sensibilização ambiental foi desde o início do evento a grande preocupação da organização, sobretudo no que respeita à necessidade de preservação dos oceanos. Por esta razão, os mais novos poderão participar em diversos ateliês organizados por uma equipa de serviço educativo que preparou várias e divertidas atividades onde se aprende a brincar, sempre com o objetivo de preservar a natureza. Mas se no mar os atletas enfrentam as ondas nas diferentes provas, os mais pequenos poderão experimentar e dar início à prática dos desportos de mar nas happy-hours que se irão realizar na piscina instalada na areia. A praia é definitivamente o elemento diferenciador deste festival… onde tudo se passa em pleno Das 9 às 3 da manhã, a Aldeia Neptuno será o local onde tudo acontece, sempre com o pé na areia, os olhos no mar de dia e à noite no palco. A Entrada é Livre O Santa Cruz Ocean Spirit 2012 realiza-se desde 2007. É uma organização da Associação Santa Cruz Ocean Spirit, tem como parceiro principal a Câmara Municipal de Torres Vedras, o apoio à divul- gação do Portal Aventuras, da Revista Outdoor, da That’ It, do Turismo de Lisboa, do Turismo do Oeste e da gráfica Torreana, o apoio do Fisica Beach Hostel e da Guliver, e como rádio oficial a Hiper Fm. Em 2011 o evento contou com a visita de mais de 50.000 pessoas. De certeza que não vais querer faltar a este evento!!! ø Rui Penetra Câmara Municipal de Torres Vedras Segue-nos através: www.oceanspirit.pt www.facebook.com/oceanspirit.pt www.youtube.com/santacruzoceanspirit www.flickr.com/santacruzoceanspirit OUTDOOR Julho_Agosto 2012 65 Por água Ocean Spirit 2012 areal… onde a praia é o cenário onde tudo acontece. Em pleno areal, na praia do Mirante, em Santa Cruz, será construída a Aldeia Neptuno, com cerca de 6000 m2, na qual será instalado um palco, 6 bares, um restaurante, uma zona comercial e uma piscina. Fotografia Portfólio do mês — Luís Ferreira 66 Novembro_Dezembro 2011 OUTDOOR Caldeirão Verde, Ilha da Madeira Esteve integrado num projeto chamado LIFE “Ilhas Santuário para as Aves Marinhas” – SPEA no Ilhéu de Vila Franca do Campo, nos Açores. Aqui, assumiu a função de assistente de comunicação do projeto, tendo igualmente dinamizado um programa de acompanhamento de um ninho de Cagarro através de um sistema de videovigilância controlado remotamente. É frequente a sua participação em exposições de fotografia coletivas, criando igualmente as suas próprias exposições com o apoio de empresas como Epson, HP e Caniço Shopping. Dinamiza ações de sensibilização sob o tema: “Educar a preservar!” em escolas, com crianças com idades a partir dos 5 anos, promovendo assim a conservação da natureza em Portugal. Publicou diversos artigos de fotografia em revistas como Visão, Super Foto Prática, Foto Digital, Zoom, Azulejo Cultural Almanaque, Pardela e NATIONAL GEOGRAPHIC. Continuem a preservar! ø Publica os seus trabalhos em: www.luis-ferreira.com Luís Ferreira Cachalotes, Açores Fotos: Luís Ferreira Guarda-rios - Góis “Carrasqueira Sunset”, Comporta 2011 OUTDOOR Novembro_Dezembro 2011 67 Fotografia Portfólio L uís Ferreira nasceu a 14 de Março de 1982. Fotógrafo de Natureza, o seu trabalho revela um mundo quase invisível e de uma beleza raramente vista. A relação que cria com os seres que fotografa, ajuda-o a fazer a ponte entre o homem e a natureza para a sensibilização das pessoas no que respeita à conservação e valorização das espécies. Fotografia Nemoptera bipennis, Marialva Garajau-comum, Ilha do Corvo 68 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Fotografia Portfólio Morro dos Homens, Ilha do Corvo Ponta-do Marco - Ilha do Corvo OUTDOOR Julho_Agosto 2012 69 Fotografia Ophidiaster ophidianus - Ilha do Corvo 70 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Fotografia Portfólio Bicho-pau - Serra da Estrela Camaleão - Tavira Orchis simia - Serra de Montejunto OUTDOOR Julho_Agosto 2012 71 Fotografia do mês Travessia Madrid-Lisboa em BTT A imagem ilustra a saída de Ávila pelos planaltos em direção às grandes montanhas, no início da etapa 4 desta grande aventura. Ao longe já se avistava o maciço do Zapatero por onde se haveria de subir e passar no ponto mais alto da travessia de Madrid a Lisboa pelas montanhas, a 1850m. de altitude! ø António Gavinho www.bikemadridlisbon.com Facebook Foto: Caminhos da Natureza Fotografia Foto do Mês S.O.S. ... Sobrevivência a catástrofes H oje em dia vivemos num mundo em que as catástrofes naturais acontecem quase todos os dias: terramotos, tsunamis, furacões, cheias, etc. Será que estamos preparados para enfrentar uma destas calamidades? Provavelmente não e por isso iremos abordar neste e no próximo número da Outdoor dois artigos sobre sobrevivência a catástrofes e desastres naturais, começando pela preparação. 74 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Parte um: Preparação Imaginemos o seguinte cenário: um terramoto de 8,5 na escala de Richter, com elevado nível de destruição. O sistema de abastecimento de água é interrompido ou contaminado, as equipas de socorro não chegam para as ocorrências, a polícia não consegue manter a ordem e grupos armados espalham o terror, apoderando-se de tudo quanto puderem. As grandes superfícies são pilhadas, farmácias e outros tipos de comércio são Este artigo não visa aprofundar técnicas de sobrevivência nem casos específicos, mas sim despertar nas pessoas o interesse e a vontade de estarem preparadas para estas eventualidades. Razões para não se preparar Existe apenas uma ínfima parte da população que se prepara para o pior. Porque será? Eis as três justificações mais utilizadas para não o fazer: Foto: Paulo Nascimento A minha família e amigos vão pensar que estou louco Isto resolve-se com um pouco de pedagogia, mostrando que as catástrofes podem acontecer em qualquer altura, divulgando histórias de pessoas que estavam preparadas e sobreviveram, etc. Com o passar do tempo tudo isto começará a fazer sentido na cabeça dos seus familiares e amigos. As autoridades competentes têm planos e capacidade para atuar nestas situações Nem por sombras! Numa situação de catástrofe generalizada podem demorar muitos dias para que a situação estabilize, tanto em termos de ordem pública, como ao nível do socorro e restabelecimento das estruturas essenciais (água, alimentos, etc). Não queira depender das autoridades numa situação destas. É muito caro A ideia é ir-se preparando ao longo do tempo, não é necessário comprar de imediato tudo o que necessita. Vai ver que ao fim de alguns meses vai conseguir ter as coisas organizadas quase sem dar por isso. Para onde ir: Estudo e escolha do destino Com o cenário descrito, não faz muito sentido mantermo-nos nas cidades (quanto mais população, maior é o risco) e por isso é preciso planear com antecedência a sua fuga. O objetivo é ter como destino um local relativamente isolado, com alguma densidade florestal onde possa passar despercebido. Idealmente este local deveria ter água e fontes de alimento, nomeadamente através da pesca, caça e recoleção. Comece por procurar um local nas redondezas, visite-o de vez em quando e vá-se familiarizando com ele, se ainda não o conhece. Preferivelmente este destino deverá estar num raio de 15 a 20 Km’s, pois pode haver a necessidade de ter de lá chegar a pé. Outro meio de transporte a considerar na sua fuga será a bicicleta: Não necessita de combustível, não fica presa em engarrafamentos, é viável em quase todo o tipo de pisos e trilhos e pode cobrir distâncias interessantes em pouco tempo. Por onde ir: Plano de fuga Com o local escolhido, é preciso lá chegar. Tendo em atenção que grande parte da população tenta também fugir da confusão e as principais estradas podem estar intransitáveis, devido a danos estruturais ou a engarrafamentos. Use e abuse das novas tecnologias, como o Google Maps e comece a idealizar vários planos de fuga alternativos. Aproveite os passeios que faz e vá testando se o terreno de determinado caminho é ou não praticável, dependendo do tipo de viatura que dispõe. Se não tiver como sair do local de carro ou se o mesmo estiver danificado, vá a pé ou de bicicleta, o que interessa é sair do local e é para isso que preparou uma mochila e não um saco de compras (como vai ver mais à frente). Claro que se tiver pessoas com mobilidade reduzida vai ter de pensar muito bem como o fazer. OUTDOOR Julho_Agosto 2012 75 S.O.S. Sobrevivência a Catástrofes Depois de se convencer da necessidade de estar preparado, vamos ao que interessa: Foto: Paulo Nascimento saqueados e os alimentos desaparecem ou ficam nas mãos de alguns privilegiados. Perante este cenário, as hipóteses de sobrevivência não são muito animadoras, começando na falta de água, alimentos e medicamentos, passando pelo risco de contrair doenças contagiosas e acabando na hipótese de ser baleado ou ferido gravemente no meio do caos e das pilhagens. O cenário é o de uma catástrofe natural, mas pode ser replicado em várias outras situações de origem diferente, mas que terão resultados idênticos com os descritos (guerra civil, crash económico, etc). No meio de toda esta confusão, existe um grupo de pessoas que terão muito mais hipóteses de passar por esta situação incólumes: os que se foram preparando ao longo do tempo. S.O.S. Com uma decisão tomada sobre o destino e as formas de lá chegar, passemos então ao que temos de levar. O que levar: O conceito BOB (Bug Out Bag) O termo Bug Out é bastante utilizado pelos militares e quer dizer basicamente sair rapidamente de um local. O Bug Out Bag é no final de contas uma mochila que temos preparada com o necessário para sobreviver durante 72 horas. É por norma individual, embora pessoalmente defenda que no caso de uma família devem haver as necessárias (dentro do limite do bom senso) com a totalidade do material, porque para um grupo existem coisas que não fazem sentido serem replicadas 4 ou 5 vezes. O objetivo é exatamente o contrário, termos ferramentas que sirvam para várias funções. Estas 72 horas são em teoria o tempo necessário para nos adaptarmos, montarmos acampamento e conhecermos o terreno, para que possamos continuar a partir daqui com o que a natureza nos dá. O que deve contar um BOB Sobre este assunto existem muitas opiniões de vários especialistas. Um BOB é normalmente melhorado e sujeito a alterações ao longo do tempo, quando surgem novidades que podemos aproveitar ou vamos tendo mais conhecimentos sobre o assunto. Genericamente um BOB deve conter: - Primeiros socorros: analgésicos e antipiréticos, antibióticos de largo espetro, anti-histamínicos, anti-diarreicos, pomada para queimaduras, repelente de insetos e o material normal de uma bolsa de primeiros socorros (ligadura, gaze, etc). Não esquecer as quantidades necessárias dos medicamentos para doenças crónicas ou que toma diariamente, bem como necessidades específicas (bomba de asma, etc). - Ferramentas e acessórios: faca de lâmina fixa, pequeno machado, multifunções (o mais completo possível) lenço tipo bandana, pequeno kit de pesca, corda (sisal ou de preferência paracord), rádio AM/FM (se for de dínamo, melhor), 76 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR pilhas suplementares, bússola, lanterna frontal e lanterna de dínamo (no caso de acabarem as pilhas), pequeno caderno e lápis, lonas ou tendas fáceis de carregar, material em inox para cozinhar (pequenos tachos ou panelas). Alguns rolos de fita adesiva larga de boa qualidade, pelo menos 3 maneiras diferentes de fazer fogo (isqueiro, pederneira, fósforos, etc) e um bom livro de sobrevivência. Se possível leve também um carregador solar para o seu telemóvel ou outros gadgets que ache importantes nesta situação. - Alimentação e hidratação: No mínimo 1,5 litros de água por dia e por pessoa para as 72 horas e sobretudo alimentos que não necessitem de refrigeração ou de ser cozinhados (por exemplo enlatados, liofilizados ou rações de emergência). Tome em atenção necessidades específicas de cada um, nomeadamente dietas e os casos especiais de crianças e idosos. Evite comida condimentada, muito doce ou muito salgada, pois darão mais sede e água é um bem precioso nesta situação. Não esquecer também formas de purificar a água, sendo as mais práticas as pastilhas de purificação. - Higiene: Toalhetes húmidos (mantêm uma higiene razoável e permitem poupar bastante água), papel higiénico, toalhas de preferência sintéticas (ocupam menos espaço e secam mais rápido), escova, pasta de dentes e sabão. - Outros: Se tiver crianças pequenas pense seriamente em levar algo para se entreterem e não se esqueça dos animais de estimação (que devem ter um BOB para eles próprios). Tenha também consigo um mapa topográfico da área ou em último caso impressões do Google Maps na vista de satélite. O BOB pode ser adaptado a cada um de nós, por isso use o bom senso para decidir o que nele coloca. horas, especialmente se estiver sozinho. Outras opções são os jogos eletrónicos portáteis, que podem ser um item valioso quando temos crianças, embora a carga da bateria não dure para sempre. Sempre que for às compras pode ir comprando algo para acrescentar ao seu BOB e deverá realizar a rotatividade dos alimentos nele contidos, para que não ultrapasse o prazo de validade. Treine se possível estes cenários. Vai ver que acaba por se divertir e passar algum tempo na natureza, vai ganhando experiência, sentindo-se mais confiante se um dia for real. E, finalmente, mas não menos importante, procure formação em bushcraft, pois vai necessitar bastante desses conhecimentos quando passarem os 3 dias e se esgotarem alimentos e água, e for obrigado a viver do que a natureza lhe dá. No próximo número da Outdoor vamos continuar esta temática, falando sobre a fase seguinte: a chegada ao local escolhido e como proceder a partir daí. ø Foto: Equinócio Considerações finais: Os BOB devem estar acessíveis. Todos em casa devem saber a sua localização e devem estar prontos a pegar e levar. Não o coloque em arrecadações, lugares distantes ou pouco acessíveis. Envolva toda a família neste processo, incluindo as crianças. Se lhe acontecer algo a sobrevivência do restante grupo não deve ser afetada porque só uma pessoa tem os conhecimentos e as ferramentas para lidar com a situação. Faça com que todos saibam também onde é o corte geral de luz, gás e água para os acionarem em caso de emergência. Embora não sejam uma prioridade, pode pensar em juntar ao seu BOB alguns “stress relievers”. Um leitor de mp3 ocupa um espaço muito reduzido e pode ser uma grande distração por muitas Luís Varela Formador Certificado Instrutor de Bushcraft e Sobrevivência na Escola do Mato www.luisvarela.org OUTDOOR Maio_Junho 2012 77 S.O.S. Sobrevivência a Catástrofes - Roupa e afins: Saco cama ou cobertor, roupa necessária para o clima e estação do ano, com especial atenção para umas botas, roupa que seque rápido, várias camadas e proteção contra a chuva e vento. Não esquecer um chapéu ou gorro, dependendo do clima. Descobrir algarve O Segredo Mais Famoso da Europa A lgarve. Para onde quer que as aten- Depois dos encantos da paisagem, os aromas e ções se virem, as cores da serra e do sabores da cozinha tradicional algarvia. Cardápio confecionado com peixe e marisco, caso da mar estão sempre presentes, numa caldeirada de peixe ou da cataplana de aguarela em que ressaltam amêijoas, ou com toda a tradição pontos dourados, ver“Atrada comida serrana, como os cozides e azuis. A região é extensa e vessar o Algardos de grão e de couve. O elensimpática, com clima mediterco das ofertas passa também rânico, marcada pelos odores ve, erguido entre pelas afamadas delícias reda maresia e das flores silveslocais de elevado integionais, representadas pelo tres. resse ecológico, ricos em figo, amêndoa, alfarroba e pela aguardente de medroUm passeio a pé pelo emarabiodiversidade e ecossisnho, destilada nas zonas da nhado de ruas, vielas e escatemas, é caminhar por serra em velhos alambiques dinhas do interior algarvio é séculos de tradição, cobreados. a melhor forma de conhecer ainda hoje intacAtravessar o Algarve, erguido esta zona da região. Perca-se ainda na vastidão da orla litoral, entre locais de elevado interesse ta.” tendo como fundo as mais belas ecológico, ricos em biodiversidade praias da Europa, onde se avistam os e ecossistemas, é caminhar por séculos recortes dos rochedos e as facécias das somde tradição, ainda hoje intacta. O artesanato bras que eles deixam no areal. que os artífices algarvios habilmente manufa78 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Descobrir Algarve Foto: Caminhos da Natureza turam, recorrendo a técnicas ancestrais, manifesta-se na olaria, cestaria, nas peças de cobre, latão e nos trabalhos de linho e de juta. A dois passos da tranquilidade do interior, as animadas noites algarvias. Bares, discotecas, marinas e casinos asseguram a diversão dos mais foliões. O património construído é outro ponto de paragem obrigatória. A arquitetura das casas caiadas, com platibandas coloridas e chaminés de beleza inigualável, os campanários das igrejas e os museus, que revelam excertos dos antepassados do povo algarvio, contribuem para a singularidade deste destino. Recomenda-se também a prática de desporto ao ar livre, seja nos campos de golfe verdejantes, nas infraestruturas que a região oferece para a atividade física, na costa ou nos montes algarvios, que depois dos rigores do inverno, e ainda antes dos primeiros sinais primaveris, vestem-se de um branco róseo, devido às amendoeiras em flor que salpicam o horizonte. O retrato de um Algarve que espera por si, todo o ano. Natureza e Paisagem - Cenários idílicos para desfrutar A diversidade da Natureza é, definitivamente, uma das maiores riquezas do Algarve. Facilmente o visitante pode movimentar-se nas diferentes nuances de um mesmo mundo. Do litoral à serra algarvia, há toda uma diversidade possível de explorar de formas, também elas, diferentes. Na orla costeira, um sistema ecológico de espantosa biodiversidade – desde aves autóctones, com ninhos entufados, aos moluscos e crustáceos que representam a principal fonte de rendimento dos marisqueiros do sul – convida a uma observação mais atenta durante agradáveis passeios pedestres. Longe das extensas praias e das arribas abruptas, o verde garrido mistura-se com as tonalidades castanhas da terra na vasta extensão do Barrocal, que abre as portas de outro Algarve aos visitantes, coberto de laranjais e de pomares de figo, alfarroba e amêndoa. E também aqui há trilhos por desbravar. Léguas de paisagens de características geológicas especiais – xisto e rocha aparentada ao granito – para OUTDOOR Julho_Agosto 2012 79 Descobrir serem desfrutadas na calmaria da serra, entre amigos ou em família. Fotos: Caminhos da Natureza Desporto e Aventura Não é preciso esperar pelo verão para vir ao Algarve praticar atividades desportivas e de Natureza! Em toda a região há excelentes condições para que, ao longo do ano, se possa interagir com o meio ambiente, através da prática desportiva, na atmosfera saudável e inebriante do Algarve. Seja à beira-mar, no Barrocal ou na serra pitoresca, o Algarve reúne condições geográficas que possibilitam a prática de um leque enorme de atividades aquáticas, terrestres e aéreas, umas mais lúdicas outras mais aventureiras, outras ainda mais radicais. Além das condições geográficas e climáticas generosamente proporcionadas pela natureza, o Algarve tem vindo a ser equipado com as mais diversas e modernas infraestruturas para atividades ao ar livre. Assim, toda a região é hoje um ponto incontornável no roteiro desportivo português. Condições ideais para quem gosta de adrenalina Os mais destemidos podem encontrar no Algarve variedade suficiente para preencher os tempos livres de forma ativa, sempre com a natureza como fundo. 80 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR De cortar a respiração, e próprios para quem gosta mesmo de aventura, são os voos de parapente, que podem fazer-se aproveitando os ventos de toda a Costa Vicentina, numa oportunidade singular para contemplar a imponência das arribas e do mar azul. Aparentemente mais plácidos, os passeios de balão também garantem emoções e uma panorâmica única sobre as paisagens algarvias, nos seus contrastes entre os verdes do interior ou as cores azuladas do litoral. Descendo à terra, continuam as propostas aliciantes, como a escalada ou o rappel, que se podem praticar no Cerro de S. Miguel, em Moncarapacho (Olhão), um dos mais altos de todo o Algarve, ou nos penhascos da Rocha da Pena, perto de Salir (Loulé). Ação garantida oferece o paintball, que se pratica nas ravinas da serra, em S. Brás de Alportel. Mais abaixo, nas profundezas, especialmente nas zonas de Moncarapacho e Loulé, as grutas algarvias têm interesse suficiente para encantar os que apreciam a espeleologia. Voando ou com os pés assentes na terra, os visitantes mais ativos encontram no Algarve lugares propícios à ação e emoção. Por veredas e caminhos, ao encontro do paraíso. A região algarvia é um daqueles lugares onde para quem não dispensa o contacto com o mar. Até as profundezas, devido à limpidez das águas, convidam ao mergulho. Na maioria das praias mais frequentadas estão disponíveis equipamentos para a prática de surf, bodyboard, windsurf, kitesurf, ou jet sky, ao longo de todo o ano. Viver o Mar A ancestral ligação do Algarve ao mar justifica, por si só, a importância dos desportos náuticos nas atividades de lazer da região. Seja velejando ou cavalgando ondas em pranchas de surf, entre outras modalidades, são imensos os atrativos Numa vertente mais relaxada, os passeios de barco e mini-cruzeiros garantem agradáveis passeios marinhos. ø (Turismo do Algarve) Os mais conhecedores poderão aventurar-se com segurança, enquanto os iniciados têm à sua disposição escolas e instrutores para iniciarem aventuras excitantes. Se a paixão é a vela aí estão as marinas de Lagos, Portimão, Vilamoura e Albufeira, todas elas galardoadas com a Bandeira Azul ou diversos portos de recreio existentes ao longo da costa. A pesca grossa, ou desportiva em alto mar é outra das opções. E há até maneira de apreciar o mar, mas do ar, em passeios de ultraleve ao longo da costa. Passando para águas doces, descer os rios em canoa, enfrentando desníveis e correntes, é uma aventura para os mais destemidos. O rio Guadiana oferece pistas cheias de desafios, que não ficam atrás dos do rio Arade. Também os canais das rias do Alvor e Formosa se adequam a práticas desportivas náuticas. Vídeo: Turismo do Algarve www.visitalgarve.pt OUTDOOR Julho_Agosto 2012 81 Descobrir Algarve ninguém fica indiferente às tradições das gentes, à exuberância dos lugares e à diversidade das paisagens. Para descobrir este santuário natural, com incursões muçulmanas na sua história, nada melhor do que trilhar caminhos. A jornada pode começar junto à faixa litoral, onde o mar se une a hábitos piscatórios seculares, e acabar no Barrocal ou no interior algarvio. Implícito estará sempre o legado etnográfico das gentes, que pode ser interpretado num passeio sugestivo a pé, a cavalo, de bicicleta ou de jipe. Nesta última opção, há safaris que percorrem as serras algarvias, por entre magníficas paisagens, em passeios que incluem provas da gastronomia regional confeccionada de forma tradicional e, sempre, apetitosa. Num registo mais calmo, mas não isento de emoções, os passeios de bicicleta ou as marchas pedestres, que são organizadas na floresta de Monchique ou na meia encosta da Serra do Caldeirão, possibilitam a descoberta de outro Algarve, suave e bucólico, onde é possível partilhar momentos únicos com a natureza. O hipismo é outro desporto praticado no Algarve ao longo de todo o ano e em variados locais, pelo que os mais experientes podem optar por esta via para explorar os lugares mais recônditos das serras. Descobrir Foto: ICNB Parque Natural da Ria Formosa A zona lagunar do Sotavento algarvio apresenta um óbvio valor ecológico e científico, económico e social e, desde há muito, está sujeita a pressões da mais variada ordem ou não fosse o Algarve o mais importante destino turístico em Portugal. -barreira, sapais, bancos de areia e de vasa, dunas, salinas, lagoas de água doce e salobra, cursos de água, áreas agrícolas e matas, situação que desde logo indicia uma evidente diversidade florística e faunística. xa-mar. A profundidade média da laguna é de 2 m. a Fuzeta, que se originou num arraial de mareantes; Olhão, uma cidade que parece transposta de um qualquer Norte de África; Faro, provavelmente a Ossonoba de que falavam os antigos. A presença dos homens acompanha “O a Ria em toda a sua extensão mateParque NaO Parque Natural da Ria Formosa rializando-se, sobretudo, em núcaracteriza-se pela presença de tural da Ria Forcleos urbanos, construções isoum cordão dunar arenoso litoladas e aldeamentos turísticos. mosa caracteriza-se ral (praias e dunas) que protege A pesca e as necessidades de pela presença de uma zona lagunar. Uma parte defesa, eis duas das razões que um cordão dunar do sistema lagunar encontrajuntaram os homens neste Sota-se permanentemente submersa, vento Algarvio: Cacela, dominaarenoso litoral enquanto que uma percentagem da pela sua fortaleza setecentista; (...)” significativa emerge durante a baiTavira, que já foi romana e árabe; Este sistema lagunar de grandes dimensões – estende-se desde o Ancão até à Manta Rota – inclui uma grande variedade de habitats: ilhas82 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR ICNB Casa Avó Elisa Casa Avó Elisa, foi totalmente restaurada, mantendo as características das casas típicas algarvias. É ideal para 2 pessoas. A casa Avó Elisa, situa-se numa pequena aldeia do Algarve, a 5m do Algoz e 15m de diversas praias. Aqui pode usufruir do campo, onde pode realizar longas caminhadas, entre vinhedos e laranjais, bem como passeios de bicicleta. Contudo, se preferir, em pouco tempo está em qualquer ponto do Algarve. Casa Avó Elisa Aldeia de Tunes - Algoz Preços: Semana 280€ Dia: 60€ Tel. 916434341 E-mail: [email protected] Conversas de alpendre Não deixe a vida passar por si, tire umas férias e faça deste turismo rural a sua segunda casa. Conversas de Alpendre é um retiro escondido no Algarve, criado por quem vive a magia da região e quer partilhar os seus segredos consigo. Conversas de Alpendre é uma quinta com amplas vistas mar, situada entre Tavira e Vila Real de Sto.António, perto das deliciosas aldeias de Sta. Rita e Cacela Velha (remonta ao Séc. VIII) e a portas meias com a Serra Algarvia, os conceituados Campos de Golfe da Costa Este do Algarve e as incríveis praias como Manta Rota, Praia Verde e Pedras d’el Rey. Conversas de Alpendre - Turismo Rural Sitio das Laranjeiras, Sta Rita, Vila Nova de Cacela tlm: 00351 918 885 591 email: [email protected] GPS: N 37° 10' 22.70" · W 7° 34' 05.49" Site: www.conversasdealpendre.com Casas e suites com todo o tipo de comodidades e amplos espaços exteriores, prometem o merecido conforto, depois de dias intensos vividos entre a serra e o mar. Uma casa algarvia, com certeza. Conversas de Alpendre combina o silêncio e o conforto com uma vista fantástica. As paredes caiadas de branco criam um ambiente acolhedor e a temperatura certa ao longo das 4 estações, com mais de 300 dias de Sol. Lá dentro, as conversas andam à solta, o convívio e as memórias de bons momentos pairam no ar. OUTDOOR Julho_Agosto 2012 83 Descobrir Algarve alojamento Descobrir Projeto por Silvia Romão Caminhos de Árvores e Pedras 84 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Descobrir Projeto G osto muito de árvores. Admiro-as no seu silêncio e imobilidade sábias. Aprecio a solidez do seu centro em contraste com a flexibilidade dos ramos quando desafiados pela brisa ou outros caprichos meteorológicos. Imagino-as com um mundo interior abundante, uma fonte de conhecimento infinito que transmitem umas às ou- tras através da sua quietude aparentemente inocente. Considero-as o ser vivo mais corajoso à face da terra. As árvores não fogem quando os ventos não sopram de feição. Não se escondem quando o destino lhes oferece opções que aparentemente não lhes são benéficas. Não se revoltam quando têm de alterar o seu rumo por caprichos de terceiros. Descobrir Mais que as árvores, estas pedras acumulam a experiência de ali estarem. De ali sempre terem estado. Se chove elas recebem a água de folhas abertas, aproveitando cada gotinha em seu benefício. Se o calor aperta, fazem vénias ao sol e nem por isso deixam de partilhar a sua sombra com quem passa sem meios para resistir à canícula dos dias de verão. Se são perturbadas por um insecto mais atrevido, enfrentam-no com a sua serenidade tranquila e desenvolvem meios que o convidam a afastar-se. Também as invejo. Ao olhar para elas, percebo a distância que me separa daquele estado erudito de quietude, de aceitação incondicional de tudo o que me chega, disponível para aprender com todas as ofertas que a vida me faz. Em paz, orgulhosamente pousada no lugar que o mundo reservou para mim. Dizem os chineses que o homem cumpre o seu destino quando a sua vontade individual coincide com a vontade do céu. Ao olhar para as árvores, tenho a certeza que elas já perceberam o sentido da frase. E é também por isso que elas têm sempre um lugar tão importante nos meus passeios. As árvores são a personagem principal de todos os locais por onde caminho. Na minha mais recente caminhada, ao mergulhar na serra de Sintra, parar e refletir com elas foi mais uma vez inevitável. Nesta altura do ano, 86 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR embora quietas nos seus espaços, invadem a paisagem de verde e flores como que a abraçar a primavera que inunda o ar. Nesta época ocupam todo o espaço a que têm direito e não se fazem nada discretas. Sempre em silêncio. Tenho a certeza que também elas contribuíram em muito para que o santuário da Peninha se tornasse um local mágico de peregrinação. Este complexo arquitetónico abrange várias épocas de construção (do séc. XVII ao séc. XX) mas a sua ermida, o edifício mais antigo, foi erigida na época da fundação do reino. As suas paredes, em conluio com as árvores que as rodeiam, foram testemunhas de muitas histórias encantadas que nos chegam a nós sob a forma de lendas que nos confirmam a sacralidade do local. E é para lá que me dirijo, guiada pelo murmurar dos seus ramos ao vento. A partir deste santuário, situado num dos pontos mais altos da serra de Sintra, a vista do horizonte é apenas quebrada pela curvatura natural da Terra, a provar que é mesmo redonda. Lá no alto, acariciada pelo vento, das árvores frondosas apenas já só vejo as copas. E enquanto as observo, tomo consciência da existência de outros seres igualmente silenciosos, igualmente imponentes. A estes nem o vento, nem a chuva Descobrir Projeto os convencem a mexer-se. E mesmo a vontade humana, tão forte no seu querer determinado, precisa de uma grande ajuda para os conseguir perturbar na sua placidez eterna. São as pedras. Neste lado da encosta desenvolveram formas e dimensões curiosas. Ao olhar para elas sei que sempre estiveram ali. Sempre vão estar. Independentemente das alterações climatéricas, da vontade humana, do destino do planeta. Com ou sem árvores, elas permanecem totalmente indiferentes a tudo o que se passa à sua volta. São enormes, silenciosamente perturbadoras. E esta sua eternidade desafiante é um agente fortemente provocador da minha existência efémera. Que eu exista ou não é-lhes completamente indiferente. E mesmo se tivessem a noção da minha existência, a minha passagem pela vida deE tomo consciênlas não teria mais importância que uma folha seca que cia de forma totalcai delicadamente de um mente inocente que sou ramo. Nada muda. Nada a pessoa mais importante importa. Tudo se mantém da minha vida. Porque igual, exceto para a folha que se deixou cair, cumexisto. Neste dia era isto prindo o seu destino. que as pedras e as ár- vores tinham para Mais que as árvores, estas me ensinar. pedras acumulam a experiência de ali estarem. De ali sempre terem estado. Mesmo se de tempos a tempos sofrem alterações, como uma lasca numa ponta, uma trepadeira que resolve abraçá-las ou alguém que as transforma num abrigo, nada disso as perturba. Porque a missão destes grandes calhaus não é nenhuma. Aparentemente. E é isso que para mim torna a sua existência tão especial. Imagino-me a viver sem missão. Apenas a estar. E a aproveitar todos os momentos, todas as experiências, abraçando-as como se fossem únicas. Ao pé destas pedras, destas árvores e deste Santuário a minha existência tem menos importância que um grão de areia. Mas para mim, o facto de ser eu, torna-me o centro do meu universo. E tomo consciência de forma totalmente inocente que sou a pessoa mais importante da minha vida. Porque existo. Neste dia era isto que as pedras e as árvores tinham para me ensinar. ø Sílvia Romão Mais histórias em 30dp.org OUTDOOR Julho_Agosto 2012 87 Descobrir Entrevista 88 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Descobrir Nuno Ferreira Depois de descobrir o continente a pé, o jornalista Nuno Ferreira rumou ao arquipélago dos Açores! A equipa da Outdoor esteve à conversa com este aventureiro e ficou fascinada com todas as suas histórias e descobertas. Fique a conhecer melhor o seu trabalho! Por Bebiana Cruz o novo projeto de nuno ferreira OUTDOOR Julho_Agosto 2012 89 Descobrir Outdoor: Como surgiu a ideia de iniciar a descoberta de Portugal a pé? nuno ferreira: Já tinha essa ideia há bastante tempo mas não a conseguia concretizar porque trabalhava num jornal diário. Quando saí do “Público” ao fim de 17 anos, comecei a pensar na viagem e propus à revista “Única” do semanário “Expresso” para a qual escrevi entre fevereiro e setembro de 2008. 90 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Como planificou a viagem? Vai ao sabor da aventura e do desconhecido? Quando recebi luz verde do “Expresso” estávamos em pleno inverno. Decidi começar pelo Algarve e por Sagres pela simbologia das Descobertas, neste caso redescobrir o meu país. Planeei a viagem de forma a encontrar situações diversificadas mas fui improvisando o itinerário sempre que tal se justificava. Fui sempre muito atento às dicas dos locais e às suas recomendações. Qual foi o momento mais caricato com que se deparou nesta longa caminhada? Um indivíduo de mochila às costas é visto como tudo menos jornalista. Passei por peregrino a Fátima, potencial ladrão, vagabundo. Fui abordado pela GNR no planalto mirandês simplesmente porque alguém ligou a dizer que andava um homem na estrada com uma mochila às costas. Em Vila Flor perguntaram se eu andava à procura de trabalho e à saída de Rio de Onor, no Parque de Montesinho, um homem comentou que eu devia ficar rico com a “drogazinha” que levava na mochila. Acabámos a conversar. O homem pediu desculpa, que tinha a mulher doente…Enfim, recordo tudo com humor. “Gosto de caminhar sozinho e de enfrentar os obstáculos sozinho. Falo muito comigo próprio, canto quando me apetece e estou mais disponível para ouvir os outros ao longo da estrada.” Como é a sua rotina diária? Sou muito pouco metódico. Se me sinto entusiasmado ando muito, se me sinto cansado não ando e deixo-me ficar pela povoação mais próxima. Como ando para ir de encontro às pessoas e falar com elas, não posso ter um ritmo muito desgastante. No fim de contas, sou um repórter que decidiu andar a pé para redescobrir o país. A realização das caminhadas exigem um elevado esforço físico. Como se prepara? Por incrível que pareça, não me preparo. O que acontece é que sempre que regresso à estrada sofro um bocadinho nos primeiros dias. Na Ilha de São Miguel, a primeira verdadeira subida foi um sufoco. Depois, vou-me adaptando, aligeirando o peso da mochila se necessário e ao fim de uns cinco dias já caminho sem problemas. Subir e descer as serras é desgastante fisicamente mas muito gratificante do ponto de vista mental, é uma limpeza mental. OUTDOOR Julho_Agosto 2012 91 Descobrir Nuno Ferreira No seu livro “Portugal a Pé” que retrato do país se pode encontrar? Eu escrevi que Portugal é um país lindíssimo muito mal gerido. Procurei escrever uma narrativa simples e que coloque as pessoas no lugar de alguém que anda a pé e capta tudo devagar, lentamente, por trilhos, estradas secundárias, linhas de caminho de ferro abandonadas. Nessa medida, o retrato que se encontra é o de um pequeno país com uma beleza natural incrível e por explorar, com uma diversidade cultural muito grande. O que mais me chocou foi o esvaziamento do interior e a solidão em que vivem os velhos em muitas zonas. Descobrir Como é ter a “sua própria sombra” como o único parceiro de viagem? Gosto de caminhar sozinho e de enfrentar os obstáculos sozinho. Falo muito comigo próprio, canto quando me apetece e estou mais disponível para ouvir os outros ao longo da estrada. Essa disponibilidade para ficar junto de um grupo de aldeões, por exemplo, sem ninguém a pressionar-me para ir embora é muito importante. Os seguidores das suas crónicas dão-lhe coragem para continuar na estrada? Nunca pensei receber tanto incentivo. Recebo mails, mensagens no Facebook, muitas de portugueses ou descendentes de portugueses que vivem longe e lêem uma menção à terra deles ou dos avós. Na estrada, também recebo apoio, em Trás-os-Montes várias pessoas se disponibilizaram para me dar dormida. É bom sentir que, como eu, há muita gente a amar o país apesar de 92 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR todo o “lixo” que aparece diariamente na televisão e que nem sempre corresponde à realidade. Porque escolheu os Açores para este novo desafio? Vai percorrer todas as ilhas? Ainda não tinha terminado o projeto Portugal a Pé e já tinha amigos meus das ilhas a brincar comigo, a dizer que o que eu estava a fazer era o continente a pé. Quando terminei o livro, enviei uns exemplares para os Açores e consegui o apoio da SATA, fundamental para o que queria fazer. O meu editor, Rui Dias José, sem o qual não haveria livro, apoiou-me e está a apoiar-me. Como já conhecia os Açores e inclusivamente já percorrera a Ilha de São Miguel duas vezes como romeiro da Quaresma, comecei por São Miguel. Vou percorrer todas as ilhas. Já percorri São Miguel e Santa Maria. A próxima é a Terceira. Descobrir Nuno Ferreira O que leva na sua bagagem? tagens por Portugal, o facto de ter atravessado O mínimo possível: O equipamento impermeável, o país a pé mostrou-me que havia muita coisa roupa ligeira, um agasalho, os mapas e cadernos ainda por conhecer, de rios a serras, a aldeias e do costume. Não levo tenda, durmo sempre em vilas esquecidas no interior. Sinto que poder larpoiso seguro. Procuro um transporte ao fim do gar o sofá à frente da televisão e ver realmente o dia para regressar onde estou a dormir e país foi um privilégio. Gostava que mais depois para me levar no dia seguinpessoas pudessem fazer o mesmo, te onde terminei. Há pessoas que deixar-se perder à beira do Zêze“Sinto que ficam admiradas de a minha re ou do Maçãs ou do Tuela ou poder largar o sofá viagem não ser mais selvano topo do Alvão ou de Monà frente da televisão e gem mas eu já fiz 50 anos e temuro. não me sinto confortável só ver realmente o país foi numa tenda. Para quem tem o sonho um privilégio. Gostava que de partir à aventura e mais pessoas pudessem fazer Pretende publicar descobrir o nosso país, também um livro sobre que conselho deixa? o mesmo, deixar-se perder os “Açores a Pé”? Deixo o conselho que esta é à beira do Zêzere ou do É algo que eu e o meu edia melhor forma de o conheMaçãs ou do Tuela tor decidimos discutir no fim. cer, mesmo que à partida posÉ ponto assente que deverá ser sam sentir alguma desconfiança (...)” publicado uma segunda edição em zonas mais isoladas. As popuque incluía o périplo pelas ilhas. Neslações que ainda resistem no interior te momento, quero concentrar-me no que e sobretudo os velhos precisam da nossa ainda está para vir de caminhadas e de vivências. atenção, necessitam de ser escutados. Depois de mais de dois anos a caminhar, o que retira destas aventuras? Para quem como eu já tinha feito muitas repor- É muito gratificante ver que eles estimam quem lá vai reconhecer o seu valor, os valores naturais e culturais da sua região. ø OUTDOOR Julho_Agosto 2012 93 Descobrir Receitas Outdoor Nesta edição da Revista Outdoor, o Ricardo Mendes, dá-nos a conhecer uma receita extremamente saudável e energética! Já conhecem as Speedballs? São o alimento ideal para levar para uma atividade ao ar livre. Nós já experimentámos e adorámos! Uma rubrica destinada à partilha de receitas e sugestões de Cozinha Outdoor. Partilha as tuas receitas Outdoor preferidas! Envia-nos um email para [email protected] e poderás ver a tua receita na próxima edição da Revista Outdoor e no Portal Aventuras. Speedballs (bolinhas de energia) Ingredientes: ■■ 1 ½ chávena de flocos de aveia ■■ 4 colheres de sopa sementes de sé- samo ■■ 1/3 chávenas de geleia de milho ■■ ½ chávena de mistura de sementes secas trituradas (amendoins, pistachio, cajú, nozes, amêndoas) Como Preparar: Misture todos os ingredientes num recipiente e depois coloque no frigorífico por 30 ou 60 minutos. Foto: Caminhos da Natureza Faça bolinhas da mistura e sirva. ø 94 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Descobrir Livro Aventura por Jorge Pereira SINOPSE NOTA Quando seis jovens portugueses partiram do Pavilhão de Portugal no dia 26 Julho de 2000, rumo ao Coração da Europa, mais precisamente à Expo de Hannover, não sabiam que os esperavam 3.100 km de aventuras, alegrias e dificuldades que foram superadas com muita amizade e espírito de conquista! Passados 12 anos de uma grande iniciativa realizada por 6 jovens cujo propósito era tão simplesmente ligar a Expo98 à Expo2000 na Alemanha, julgo que esta publicação que possui o prefácio do Dr. Jorge Sampaio, é um testemunho do verdadeiro espírito de União, espirito esse que possibilitou a 6 jovens percorrerem mais de 3000 km de bicicleta em autonomia. Com alguma experiência adquirida em eventos semelhantes, faltava ainda a prova final… percorrer mais de 3.000 km, em Agosto, atravessando Espanha com mais de 40º, França, Bélgica, Holanda e chegando à Alemanha com o sentido de missão cumprido! E que missão? Estreitar de uma forma ecológica o último grande evento do milénio, demonstrando que a bicicleta é um meio de transporte alternativo eficaz. Este é o relato de mais 28 dias de viagem, realizada sem carro de apoio e sem GPS, muitas vezes apenas com o espírito lusitano do “desenrasca” como a única ferramenta disponível… Faz todo o sentido nos dias de hoje reforçar o espirito de união e colaboração, reforçando e revitalizando o ideal da construção Europeia: afinal a Europa (e a Alemanha) não estão tão longe que não se consigam alcançar com uma simples bicicleta... ø Edição/ Reimpressão: 2012 Páginas: 196 Editor: Chiado Editora ISBN: 9789896975043 OUTDOOR Julho_Agosto 2012 95 Descobrir Pousada de Juventude de PORTIMÃO A Pousada de Juventude de Portimão está de volta, depois de uma remodelação que a deixou mais moderna e confortável! Um destino de férias por excelência, onde reina a praia, um mar azul com uma temperatura amena e uma agitada noite com diversão até às tantas! U ma das mais procuradas áreas da região algarvia, a zona de Portimão, recebe todos os anos milhares de veraneantes provenientes de Portugal e do estrangeiro. Na origem desta afluência está a diversificada oferta aqui existente, capaz de satisfazer todos os gostos e interesses. Restaurantes com vários tipos de gastronomia, bares e discotecas com vários ambientes e tipos de música, campos de golfe ao mais alto nível, infraestruturas para vários outros desportos e um casino fazem de Portimão uma zona incontornável do divertimento. Mas a oferta não fica por aqui, pois Portimão alberga algumas das melhores praias algarvias e esse é, talvez, o principal motivo de atração turística. As praias do Vau, dos Três Irmãos e do Alvor são uma espécie de ex-libris da região. A praia do Vau é bastante concorrida, começando o areal a ser povoado mal surgem os primeiros calores da primavera. As águas calmas, a animação de praia e a ampla oferta de divertimento em redor do areal são os seus principais atrativos. O extenso areal da praia do Alvor é também chamariz para muitos banhistas. Para os amantes da natureza, a Ria do Alvor, reconhecido santuário da vida selvagem, é um local de visita obrigatória. Também a zona histórica da vila piscatória do Alvor pode proporcionar uma interessante pausa à rotina balnear. No extremo desta praia, 96 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Características Preços Época Baixa (01/01 a 15/02; 01/10 a 27/12) Quarto Múltiplo (p/ pessoa) - 11,00 € Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) - 30,00 € Quarto Duplo s/ WC (p/ quarto) - 28,00 € Época Média Época Média (16/02 a 04/04; 09/04 a 28/06; 02/09 a 30/09) Quarto Múltiplo (p/ pessoa) - 13,00 € Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) - 32,00 € Época Alta (05/04 a 08/04; 29/06 a 01/09; 28/12 a 31/12) Quarto Múltiplo (p/ pessoa) – 17,00 € Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) – 47,00 € Com Cartão Jovem ou Cartão LD<30 tens desconto nas Pousadas de Juventude em Portugal Continental. Mas, se quiseres dormir numa pousada, e não tiveres nenhum destes cartões, tens de possuir o Cartão Pousadas de Juventude, que te dá acesso às Pousadas de Juventude em todo o mundo e é válido por um ano (www.hihostels.com). Podes obter o Cartão Pousadas de Juventude numa Pousada de Juventude ou nas lojas Ponto Já (Delegações Regionais do Instituto Português da Juventude). ■■ 180 camas distribuídas por: ■■ 26 Quartos Duplos c/ WC (quatro adaptados a pessoas com mobilidade condicionada); ■■ 32 Quartos Múltiplos c/ 4 camas; ■■ - 1 Quarto Múltiplo c/ 2 camas; ■■ - 3 Quartos Múltiplos c/4 camas; ■■ Horário: das 8h00 às 24h00 (recepção) ■■ 24 horas (funcionamento) ■■ Serviços: Refeitório; Cozinha de Alberguista; Lavandaria de Alberguista; Bar; Esplanada; Sala de Convívio; Jogos de Entretenimento; Piscina; Jardim e Campo Desportivo. Contactos Pousada de Juventude da Portimão Lugar do coca Maravilhas 8500-426 Portimão Tel. +351 282 491 804 / Fax. +351 282 491 806 E-mail [email protected] Site: www.pousadasjuventude.pt ou http://juventude.gov.pt Como efectuar a reserva Podes reservar alojamento em qualquer Pousada de Juventude, ou através da Internet em www.pousadasjuventude.pt. Para tal, basta escolheres a Pousada, indicar o número de pessoas, o tipo de quarto, datas de entrada e saída… depois é só pagar. Se preferires, telefona para o 707 20 30 30 ou envia um e-mail para [email protected]. Também podes efetuar a tua reserva nas lojas Ponto Já ou diretamente na Pousada que escolheres. OUTDOOR Julho_Agosto 2012 97 Descobrir Pousadas a nascente, a praia dos Três Irmãos é limitada falta um Casino. Banhada por um mar tranquilo por rochas que, quando a maré está baie cálido, a Praia da Rocha oferece ótimas xa, permitem a passagem para a vizicondições para a prática de diversas (...) nha Prainha. atividades desportivas, com espapode ficar ços delimitados para o basquetea conhecer um Situada junto à foz do Rio Arabol, futebol, voleibol e ginástica de, a Praia da Rocha possui um aeróbica. pouco melhor a enorme areal que se estende por influência da cultura cerca de 3 km, pontuado aqui e Caso se pretenda fugir ao reboliMuçulmana nesta ali por curiosas formações rochoço das praias no verão, a alternaregião do sul de tiva é partir à descoberta da Nasas esculpidas pelo mar durante tureza na Serra de Monchique ou milhares de anos. Considerada o Portugal. rumar a Silves, onde se pode ficar a cartaz turístico do Algarve por exceconhecer um pouco melhor a influência lência, esta é umas das mais concorrida cultura Muçulmana nesta região do sul de das estâncias balneares do sul de Portugal, com uma vida noturna muito animada em que nem Portugal. ø Kids atividades para os mais novos Reunimos neste espaço algumas sugestões de atividades outdoor recheadas de animação, desporto e aventura! Vai ser um dia inesquecível! trekking com burros na costa vicentina Parta a descoberta da natureza na companhia dos nossos simpáticos amigos orelhudos. Por belas paisagens campestres e falésias fantásticas, uma caminhada diferente e uma experiência para toda a família. Se pensa que os burros são teimosos e dão coices, esqueça... o burro é afável, terno, paciente, robusto, cooperativo e pachorrento e será, antes de tudo, o seu companheiro, vida e alma nesta bela travessia. Venha burricar connosco! Características: 2 dias, 1 noite (2 dias de caminhada c/ burros) Nível de dificuldade: Moderado (10 a 12 km diários) Promotor: Caminhos da Natureza K4Kids Descobrir o rio com um kayak ou fazer-se ao mar num veleiro tudo depende da vontade do petiz aventureiro. Zonas de ação para o K4Kids: - Oeiras - Ponte de Sor - Barragem do Maranhão A atividade poderá incluir transporte e é monitorizada por técnicos qualificados em desporto / canoagem / vela. Número mínimo de participantes: 4 pessoas. Promotor: Bork You 98 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR As tuas férias com mais adrenalina estão aqui. Atreves-te? Dos 6 aos 17 anos. Email: [email protected] Telef: 219694778 Duração: 2h30/3h Local: Parque Aventura em Bucelas Promotor: Sniper A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. Lapa do Fumo Situada no Parque Natural da Arrábida junto a Sesimbra, esta gruta apresenta vestígios de ocupação humana desde o Paleolítico à conquista de Portugal e é através da escavação arqueológica realizada no seu interior, que conseguimos entender melhor os povos que habitaram estas bandas há milhares de anos atrás. Com um desenvolvimento horizontal é uma gruta perfeitamente acessível para quem quer ter um 1º contacto com a espeleologia. Promotor: Vertente Natural soft rafting no cávado Soft-Rafting consiste na descida de um percurso de 5kms de rio, desde a Ponte do Porto (Amares) até à Praia Fluvial de Adaúfe (Braga). O troço foi selecionado por reunir uma das partes mais naturais e bonitas do rio, aliadas à segurança, às melhores condições logísticas, juntamente com a duração da atividade. Este percurso está classificado como nível I (numa escala internacional de I a VI). Duração: 3,5h Promotor: Rafting Atlântico batismo de surf Vem aprender a modalidade de surf ou bodyboard na praia de Ribeira D´Ilhas na Ericeira... A idade mínima é de 5 anos e a máxima não existe, desde que tenha boa condição física. É necessário saber nadar. O surf promove a saúde e o bem-estar físico, e é uma excelente modalidade para combater o stress do quotidiano. Duração: 1h30h Promotor: Pocean Surf Academy Kids Atividades Campo de Férias Sniper Kids bodyboard&aventura Colónia externa lúdico-pedagógica que promove multiatividades na grande área de com manhãs recehadas de bodyboard e a tarde atividades de aventura e ainda uma viagem à Kidzânia. Uma semana de férias inesquecível, recheada de atividade e de novas amizades para crianças e jovens dos 6 aos 12 anos! Duração: Uma semana Local: Grande Lisboa Promotor: Equinócio Desafiamos-te à diversão num dos nossos Buggys todo o terreno. Convida os teus amigos e venham divertir-se... Vai ser inesquecível e um dia repleto de aventura. Cenários de Montanha e Praia, obstáculos à medida & fotos inesquecíveis. O pendura terá de ter mais de 4 anos de idade e o condutor terá de ter carta de condução. Duração: de 1h a meio dia Local: Praia do Guincho e Sintra Promotor: Guincho Adventours aventura nas termas do vimeiro Passeio pedestre enquadrado numa zona de beleza natural, no qual pelo caminho será efetuada uma paragem para a realização de Escalada, Rappel e Tiro C/ Arco. Vestuário: aconselha-se o uso de roupa desportiva confortavel e adequada às condições meteorológica. Duração da atividade: meio dia Participantes: Mínimo 20 participantes. Promotor: Experience Sport Foto: Centro Equestre Luís Real Estágio equestre 100 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Direcionado para crianças com idade entre os 6 e os 16 anos, este estágio no Centro Equestre Luís Real visa fomentar a interação entre as crianças e o animal, despertar o interesse para a equitação, ou simplesmente oferecer uma nova experiência direcionada para os mais novos. Neste dia é oferecida uma nova experiência - aulas de equitação, maneio de cavalos e passeio. Promotor: PortugalWestZone A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. buggy tour OUTDOOR Até 25€ Atividades Outdoor bridge jumping soft rafting Saltar de uma ponte com cerca de 50 metros de altura, apenas com O percurso que vai realizar possui uma bela paisagem num vale protegido do vento, descendo por umas águas tranquilas e limpidas. Preço: 20€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: Rafting Atlântico uma corda especial e um arnês. Onde: Minho Preço: 25€ / pax Um Programa: Rafting Atlântico kayak aventura canoagem no zêzere Em kayak com início em Vilar de Mouros e chegada junto a plataforma de embarque do rio Coura. A beleza natural, a água translúcida ou a proximidade de Lisboa são fatores que o levarão a descer este Rio. Preço: Sob consulta. Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Aventur Onde: Rio Coura Preço: 20€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: Minha Aventura SINTRA FANTASMAGÓRICA Venha conhecer a Serra de Sintra por ângulos únicos. Esta atividade promete grandes emoções. Não há mais bela vista de Lisboa do que a vista do Tejo. Vamos voltar ao tempo dos descobrimentos! Onde: Serra de Sintra Preço: Desde 25€ / pax Um Programa: Equinócio Distância: 4 km Percurso: Belém – Algés Dificuldade: Médio Um Programa: Bork You Caramessines Caramessi- canoagem SSB nes é uma pequena enseada com uma desconhecida praia selvagem cheia de recantos de rocha perfeitos para serem explora- Passeio de canoa ao longo da li- dos. Não perca esta aventura. Preço: 22€ / pax Um Programa: Vertente Natural nha de costa de Sesimbra. Onde: Costa de Sesimbra. Preço: 25€ / pax Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Vertente Natural Batismo surf passeio aldeias xisto E que tal um batismo de surf na praia da Ericeira? Venha apren- Talasnal, Casal Novo e Chiqueiro são aldeias cravadas na serra da Lousã. der esta modalidade. Preço: 25€ / pax Dificuldade: Iniciação Um Programa: Pocean Surf 102 Lisbon by Kayak Academy Onde: Lousã Preço: Sob consulta Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Javsport cascais by kayak bike tour Venha desfrutar de um passeio de btt pelas mais bonitas paisagens de Sintra. Venha desfrutar de um passeio de btt pelas mais bonitas paisagens de Sintra. Distância: 10 km Percurso: Praia dos Pescadores – Tamariz ou “Boca do Inferno”. Um Programa: Bork You Onde: Guincho Preço: 20€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: Guincho Adventours Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Venha conhecer esta modalidade no Rio Alva e emocione-se com esta descida! A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. Realizado por marcação. Preço: 20€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Transserrano escalada serra da freita Venha experimentar escalada em vários lagos e escalar a Cascata da Mizarela por uma via acessível. Preço: 20€ / pax Um Programa: Nicho Verde Expo 98 canoagem óbidos Desfrute da paisagem ribeirinha, por entre a sombra das árvores frondosas e passe uma manhã diferente. Preço: Sob consulta. Dificuldade: Fácil Um Programa: Geosphera Um passeio em plena Lagoa de Óbidos onde desfrutará de paisagens magníficas. Preço: Lagoa de Óbidos Preço: Desde 25€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: ExperienceSport rappel noturno Escalada guia em cascais Na fase final da Lua Nova, desafie-se participando neste rappel noturno em rocha natural no Parque Natural Sintra Cascais. Preço: 19,90€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: MuitAventura Noite na Floresta Encantada Venha passar um momento único, escalando em rocha natural, junto ao mar de Cascais. Preço: 15€ / pax Dificuldade: Iniciação Um Programa: MuitAventura serra da cabreira Serra de Sintra, a mais enigmática serra do país é palco para um passeio de encantar. Preço: 20€ / pax Dificuldade: Fácil/Média Um Programa: Papa-Léguas Pouco conhecida, muito por culpa da proximidade com a serra do Gerês, a Cabreira oferece um conjunto de paisagens inesquecíveis. Preço: 20€ / pax Um Programa: Papa-Léguas paintball linha torres vedras E que tal um jogo entre os seus amigos de paintball? Quem disse que a história é aborrecida? Um dia passado em boa companhia e com muitas histó- Onde: Parque Aventura Sniper; Preço: 17,50€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Sniper rias divertidas. Atrevam-se!” Preço: 9,90€ / pax Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Sniper cultural bike tour trekking sintra cascais Venha conhecer a zona do Oeste duma forma diferente. Através de um bike tour levamo-lo a conhecer esta zona lindíssima! Preço: Desde 20€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Experience Sport Conheça o Parque Natural Sintra Cascais num trekking fabuloso. Preço: Sintra/Cascais Preço: 20€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Guincho Adventours OUTDOOR Julho_Agosto 2012 103 Atividades Outdoor Canoagem no mondego OUTDOOR até 75€ Atividades Outdoor rafting no minho aventura 6 Este é um rio para um contacto inicial para a modalidade de Rafting. Um dia com muita curtição, adrenalina e boa disposição. Atrevam-se!”. Onde: Rio Minho Preço: Desde 37,5€ / pax Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Rafting Atlântico Onde: Parque Aventura Sniper Preço: A partir de 48€ / pax Dificuldade: Baixa Um Programa: Sniper canyoning rio arado canyoning rio poio Situado em pleno Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG), o Rio do Arado destaca-se pela pureza da sua água e pelos cenários idílicos que o rodeiam. Preço: A partir de 40€ / pax Um Programa: Nicho Verde Situado em Ribeira de Pena (Cerva), o Rio Poio é o rio mais extenso e técnico de Portugal continental. Apresenta um verdadeiro desafio aos amantes desta modalidade. Preço: A partir de 40€ / pax Um Programa: Nicho Verde buggy ou moto4 kayak tour Desafiamos-te à diversão num dos nossos automáticos Moto 4 ou Buggy todo o terreno. O percurso disponível em Cascais, o kayak tour leva-te a conhecer a baía de Cascais de uma perspetiva Onde: Sintra Preço: 75€ /para duas pessoas. Dificuldade: Fácil Um Programa: Guincho Adventours totalmente diferente. Preço: 35€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: Guincho Adventours batismo surf praia sta rita paintball + Aventura 3 Venha desfrutar de uma zona cheia de potencial. A lagoa de Óbidos irá proporcionar-lhe uma multi-atividades! inesquecível experiência. Preço: Desde 30,70€ / pax Um Programa: Experience Sport Onde: Parque Aventura Sniper Preço: Desde 34€ / pax Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Sniper btt Idanha a monsanto canyoning ribeira de quelhas Muitos single tracks e trilhos por calçadas históricas esperão por si Atividade que envolve a descida a para dias intensos de BTT. Preço: 51€ / pax Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Caminhos da Natureza Onde: Ribeira de Quelhas, Lousã Preço: 40€ / pax Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Transserrano visita à berlenga coasteering enseada da mula Desfrute de uma fantástica visita guiada à ilha e às grutas da Berlenga. Onde: Ilha da Berlenga Preço: Sob consulta. Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: PortugalWestzone 104 Tenha um fim de semana em cheio! Venha connosco fazer Julho_Agosto 2012 OUTDOOR pé da Ribeira das Quelhas. O Coasteering é uma atividade onde se percorre a linha de costa, através de vários desportos. Onde: Sesimbra Preço: 35€ / pax Um Programa: Vertente Natural batismo de parapente Viagem de barco à descoberta dos golfinhos do Sado, partilhando as belezas do estuário e da costa da Arrábida. Venha e divirta-se! Preço: Sob Consulta. Dificuldade: Fácil/médio Um Programa: Muitaventura Desfrute de voos de Parapente nas bonitas praias de Sintra. Preço: Arribas das praias Grande, Aguda ou S. Julião. Preço: Sob consulta Dificuldade: Fácil/médio Um Programa: Muitaventura Passeio a cavalo por terras do Vez guincho à praia grande Uma atividade que mostra uma A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. vila carregada de história: O Vez. Onde: Arcos de Valedevez Preço: 75€ / pax Um Programa: Oficina da Natureza douro vinhateiro Lugar da vida duriense por excelência, a quinta é o ponto privilegiado para se encontrar o fio condutor entre a vinha e o produto final. Preço: 55€ / pax Um Programa: Oficina da Natureza canyoning ribeira de pena Venha descobrir a costa do Guincho a Praia Grande, com passagem pela ponta mais Ocidental da Europa – O cabo da Roca Preço: 49€ / pax Um Programa: Caminhos da Natureza Canyoning no Gerês Com vários rios a disposição, apresentamos um programa a não perder para os amantes da modalidade de Canyoning. Venha desfrutar destas paisagens Preço: 49€ / pax Um Programa: Equinócio travessia do cabo Atividade que implica a descida a pé da Ribeira da Pena, com recurso a saltos para a água. A não perder! Preço: 35€ / pax Um Programa: Transserrano Passeio em barco semi-rígido ao longo da linha de costa de Sesimbra até ao Cabo Espichel, na área da Reserva Marinha Professor Luis Saldanha. Preço: 27€ / pax Um Programa: Vertente Natural canoagem + passeio noturno no rio sado caminhada noturna em sintra Uma experiência com a plena presença de uma lua fantástica que nos irá guiar neste passeio noturno pelo rio Sado. Preço: 50€ / pax Um Programa: Papa-Léguas Esta incursão noturna pelas encostas da Serra de Sintra destina-se a aventureiros. travessia pedestre canyoning rio arado Venha descobrir a espetacular linha de costa de Lagos a Sagres, com as suas falésias, enseadas de agua cristalina... Preço: Sob Consulta Um Programa: Caminhos da Natureza Venha sentir a adrenalina do Rio Paiva e desfrutar de um momento de aventura Onde: Terras de Bouro Preço: Sob consulta Dificuldade: Médio Um Programa: Equinócio Preço: 30€ / pax Um Programa: Papa-Léguas OUTDOOR Julho_Agosto 2012 105 Atividades Outdoor golfinhos do sado OUTDOOR mais de 75€ Atividades Outdoor picos da europa frades + teixeira Esta atividade leva-nos numa travessia de montanha única, onde paisagens deslumbrantes e gran- Esta atividade leva-nos a conhecer zonas fantásticas do nosso país desfrutando de vistas mag- des. Preço: 520€ / pax Dificuldade: Médio/Alto Um Programa: Vertente Natural níficas. Preço: 95€ / pax Dificuldade: Médio/Alto Um Programa: Vertente Natural bodyboard aventura Salto Tandem Colónia de férias externa recheada de atividades como bodyboard, missão impossível, jogos sem fronteiras, entre outros. O Salto Tandem consiste numa experiência única e inesquecível, na qual o cliente se liberta, com a sensação da Queda Livre em pura Onde: Arredores de Lisboa Preço: 297,00€ /semana. Um Programa: Equinócio adrenalina. Preço: Sob consulta Um Programa: Rafting Atlântico Curso de iniciação à fotografia Autonomia na serra do Alvão Este curso foi concebido para quem quer dar os primeiros passos na fotografia, abordando os principais temas da fotografia. Preço: 325€ / pax Um Programa: Papa-Léguas Atividade recomendada a bons caminheiros e a quem queira uma experiência inesquecível. Preço: 150€ / pax Dificuldade: Médio/Alto Um Programa: Papa-Léguas Rota dos antepassados em Buggy tour aéreo buggy. Preço: 105€ (inclui entrada e vista ao Convento dos Capuchos) Um Programa: Guincho Adventours Saboreie a maravilhosa perspetiva de uma ave, através de uma inovadora forma de turismo, realizada em passeios aéreos, sobre o concelho de Sintra e Cascais. Preço: Sob consulta Um Programa: Guincho Adventours formação bodyboard Picos da europa 5 manhãs de aprendizagem que o leverão a aprender a modalidade. Não perca esta atividade. Esta é uma travessia no Parque Nacional dos Picos da Europa, a norte na Espanha. Local: Espanha Preço: 899€ p/pax Conheça Cascais e Sintra em Onde: Praia de Carcavelos Preço: 196,80€ /pax. Dificuldade: Iniciação. Um Programa: Equinócio Vila do Bispo a Sagres Final da grande travessia da Costa Alentejana e Vicentina, com chegada ao Cabo de São Vicente. Local: Algarve&Alentejo Preço: Desde 180€ / pax Um Programa: Caminhos da Natureza 106 Agosto_Julho 2012 OUTDOOR Um Programa: Caminhos da Natureza aulas surf Venha aprender a modalidade na praia da reserva de surf portuguesa. Onde: Praia de Ribeira d´Ilhas Preço: 100€ /pack de 10 aulas Um Programa: Pocean Surf Academy tástica, água fabulosa... Preço: Sob consulta Um Programa: Rafting Atlântico Campo de férias repleto de aventura para os mais pequenos, Atrevam-se! Local: Bucelas Preço: 285€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: Sniper passeio de veleiro caynoning âncora Liberte as emoções e venha fazer um passeio de veleiro entre Viana do Castelo e Vila do Conde, onde poderá desfrutar da paisagem e do prazer de velejar. Preço: Sob consulta. Um Programa: Oficina da Natureza Colónia de férias externa recheada de atividades como bodyboard, missão impossível, jogos sem fronteiras, entre outros. Onde: Rio Âncora Preço: Sob consulta. Um Programa: Nicho Verde trekking com burros história armações Venha burricar na Costa Vicentina... vamos descobrir belas paisagens campestres e falésias fantásticas! Local: Costa Vicentina Preço: 120€ p/pax Um Programa: Caminhos da Natureza Circuito de canoagem de aventura no Parque Marinho Professor Luís Saldanha (costa Sesimbra/Espichel), com pernoita em por terras durienses Douro Vinhateiro Tour Já experimentaste? Não percas um dos melhores anos de sempre: rios fantásticos, temperatura fan- A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. campo sniper Passeio pelas Terras Centenárias da Região Demarcada do Douro que terá início no Porto com uma viagem de comboio até ao Pinhão. Preço: Sob consulta. Um Programa: Nicho Verde acampamento. Preço: Desde 78€ / pax Um Programa: Vertente Natural Obra-prima da Natureza e do esforço humano, o Alto Douro Vinhateiro, região vinícola demarcada mais antiga do mundo. Preço: Sob Consulta. Um Programa: Oficina da Natureza léguas peneda Pirinéus Eis uma oportunidade para conhecer uma das mais belas regiões de Portugal, o Parque Nacional da Peneda- Gerês. Preço: 195€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: Papa-Léguas Uma expedição aos Pirinéus constitui uma experiência única que nos marca para sempre e, diz quem sabe, nos aproxima do Paraíso. Preço: Sob consulta. Um Programa: Javsport curso essencial de bushcraft a fóia marafada Bushcraft é a arte de prosperar no mato, ou uma extensão a longo prazo das técnicas de sobrevivência. Preço: 116,85€ / pax Um Programa: Equinócio Não fique aí, venha à descoberta do Algarve verdadeiro! Atividade não recomendada a principiantes. Locais: Sagres a Monchique. Preço: Sob consulta. Dificuldade: Médio Um Programa: Geosphera OUTDOOR Julho_Agosto 2012 107 Atividades Outdoor canyoning rio teixeira Desporto Adaptado Dive for All mergulho inclusivo em Cascais O “Dive for All” é um projeto que pretende proporcionar experiências de mergulho a pessoas com necessidades especiais, contribuindo também para a promoção da cidadania e sensibilização do público em geral para a importância de uma sociedade inclusiva. Foi no ano 1997 (mais concretamente em Cairns na Austrália) que Miguel Lacerda viu embarcar pela primeira vez várias pessoas com necessidades especiais, rumo à grande barreira do coral, 108 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR onde iam fazer o seu batismo de mergulho. Fascinado com a iniciativa, Miguel quis trazer a Cascais essa ideia nominando-a como Dive for All. A ideia foi desmerecendo a partir de 2005 devido às inúmeras dificuldades que Miguel Lacerda encontrou para concretizar este projeto de tão complexa execução. Tendo sempre presente um espírito de cidadania e de solidariedade, Miguel acabou por apoiar o projeto municipal “Praia para todos” Foi de facto o empenho da Autarquia, da Agência Cascais Atlântico, da Exclusive Divers (atual Cascais Dive Center), da DDI, das piscinas municipais da Abóbada, da Marina de Cascais, da Ramazzotti e de muitos voluntários amigos que se conseguiram criar sinergias e avançar com o projeto Dive for All. Assim que se divulgou a realização do Dive for All e se abriram as inscrições (onde as restrições em termos de limitações físicas foram mínimas) rapidamente se esgotou os 20 lugares disponíveis. Apareceram pessoas fantásticas com o mais variado tipo de limitações, mas todos mostravam um “dominador comum” uma enorme determinação em viver esta experiência (fora do comum) e ultrapassar as suas próprias barreiras. Procedeu-se então a 3 sessões de piscina (entre junho e julho), onde ocorreram os primeiros contactos com o equipamento e a experiência de submergir. Apoiados por dois a três mergulhadores (dependendo da complexidade da limitação física), cada participante pode submergir com segurança, num meio onde se consegue uma gravidade nula, onde não se sente o peso do corpo, onde o mais pequeno movimento se faz sentir (criando-lhes assim um gozo muito especial e alguma mobilidade) e onde “Aparea grande limitação “o respirar” é comum a qualquer mortal. ceram pessoas fantásticas com o Foi a partir das sessões de piscimais variado tipo de lina que se selecionou um grupo de 10 mergulhadores especiais mitações, mas todos mospara mergulhar no mar. Não travam um “dominador contribuindo com metaporque algum não o conseguiscomum” uma enorme dede da edição do seu livro se fazer, mas sim por questões terminação em viver “Cascais Atlântico, flora de segurança e pela dificuldade e fauna marinha” para a em arranjar equipamentos adeesta experiência aquisição de “tiralôs” (triciquados às características físicas de (...) ” clos anfíbios) de forma a criar todos os mergulhadores. uma maior acessibilidade ao mar para pessoas com capacidades de locomoção reduzida. Só no ano 2010 quando a DDI “Disabled Divers International” levou a cabo (com muito sucesso O mergulho de mar (depois de ter sido adiado duas vezes devido às condições de mar adversas) teve lugar no dia 24 de setembro na Marina de Cascais junto à plataforma de eventos. Apesar das condições da visibilidade da água do mar OUTDOOR Julho_Agosto 2012 109 Desporto Adpatado Dive for all e divulgado nos canais televisivos) o primeiro mergulho inclusivo em Portugal (Sesimbra). Tudo voltou despoletar-se na cabeça do Miguel e criou-lhe uma espécie de sentido de obrigação de no mínimo criar sinergias para tentar de novo levar o projeto avante. Desporto Adaptado 110 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Desporto Adpatado Dive for all não terem sido as melhores para a prática do mergulho (aproximadamente 2 metros) não foi um obstáculo para que estes novos mergulhadores pudessem submergir pela primeira vez com escafandro autónomo e desfrutassem com tanto entusiasmo este meio submarino. Foi uma demonstração clara que com o auxílio de todos não existem barreiras para estas pessoas que por infelicidade nasceram ou contraíram lesões graves. A satisfação destes mergulhadores especiais denotou-se de imediato nas suas expressões de alegria, nos seus gestos, na vontade em querer repetir inúmeras vezes, o que criou um sentimento geral de alegria, de “A empenho, de dedicação e dever satisfação cumprido a todos os voluntários destes mergulhaque participaram nesta ação e tornaram-se dias muito gradores especiais detificantes e momentos muito notou-se de imediato emocionais que todos desejam nas suas expresrepetir. sões de alegria O Dive for All apesar dos fracos (...)” apoios financeiros e da complexidade do mesmo (requerendo mais meios, mais equipamentos, formação de instrutores e auxiliares) já tem data prevista para a próxima edição que ocorrerá no dia 12 de outubro (dependendo da meteorologia) frente à Praia da Duquesa em Cascais. As inscrições (e informações) devem estar disponíveis a partir de julho na agência municipal Cascais Atlântico. ø Miguel Lacerda www.cascaisatlantico.org OUTDOOR Julho_Agosto 2012 111 Espaço APECATE APECATE PROPÕE NOVA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL C onforme já foi noticiado, a APECATE entregou à ANQEP – Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, IP a proposta de criação de uma nova qualificação profissional para o sector turístico: o técnico de turismo de ar livre. Enquanto esta qualificação não estiver aprovada e publicada no Catálogo Nacional das Qualificações não será possível nem a certificação de activos nem o seu reconhecimento no espaço europeu. O caminho que temos de percorrer obriga, pois, a um trabalho em duas direcções: na óptica do futuro, é necessário investir na formação inicial, permitindo que os jovens interessados em ingressar no sector tenham disponível a respectiva formação e certificação 112 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR profissional, o que hoje não acontece; em termos de presente, há que criar com urgência um sistema de reconhecimento e validação de competências adquiridas, que permita certificar os técnicos que operam nas empresas de turismo de ar livre. Porquê um técnico de ar livre no sector turístico? As razões que nos levaram à apresentação da proposta de criação desta qualificação no sector turístico decorrem do enquadramento jurídico dos agentes de animação turística: enquanto produto comercial dirigido ao público em geral, são actividades próprias das empresas de animação turística as actividades recreativas, desportivas ou culturais, que se desenvolvem em Fotos: Equinócio turismo de ar livre Caminhadas e outras actividades pedestres; Passeios e actividades em bicicleta; Canoagem e rafting (em lagos e rios até nível II); Manobras com cordas; Actividades de orientação; Escalada (desportiva e em bloco). As especialidades não escolhidas poderão ser completadas, por opção do próprio, em qualquer momento do seu percurso profissional. Agregada a este CET, propusemos a criação de uma Bolsa de Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD’s) que permita a formação e certificação do Técnico de Turismo de Ar Livre em outras áreas que, umas pela sua especificidade, outras por serem consideradas como de risco acrescido, não devem fazer parte do referencial de formação do CET: birdwatching; passeios e actividades em todo o terreno; paintball; espeleologia; canyoning; windsurf; surf, bodyboard e outras actividades de deslize aquático técnico (não motorizado); rafting (em rios III e IV); escalada em faestamos a falar? lésia. Que competências O Referencial de Formação que propomos tem, pois, consideram os empregacomo objectivo concentrar A criação desta bolsa de dores que devem ter os num único curso conteúUFCD’s agregadas ao CET dos formativos inovadores e é essencial ao percurso técnicos que acompaconteúdos formativos que se profissional dos técnicos de nham os seus clienencontram dispersos por váturismo de ar livre. Pela nates? (....) rias áreas. Esta concentração tureza da especialização téctraduzir-se-á numa dinâmica innica do serviço a prestar e/ou tegrada de aprendizagem, orientada da experiência vivencial que esta para a aquisição de todas as competênprestação exige, o acesso a esta bolsa cias específicas que podem garantir um perfil de de UFCD’s obriga a pré-requisitos, o que imsaída de técnicos com autonomia nas áreas de plicará uma alteração do actual Regulamento Turismo de Ar Livre que são propostas para este do CET. curso. O perfil de competências, quer do CET quer das áreas técnicas correspondentes à referida MODELO DE FORMAÇÃO Tendo em atenção os descritores do Quadro Na- bolsa de UFCD’s, deverá originar a definição cional de Qualificações, consideramos que as de Unidades de Competência que permitam a exigências requeridas pelo exercício da activi- Certificação de Activos através do processo de dade de técnico de turismo de ar livre corres- Reconhecimento, Validação e Certificação de pondem, no que respeita a conhecimentos, apti- Competências (RVCC). dões e atitudes, ao Nível 5. Assim, o Referencial de Formação que propomos deverá dar corpo PERFIL DE COMPETÊNCIAS a um Curso de Especialização Tecnológica em De que técnico estamos a falar? Que compeTurismo de Ar Livre. tências consideram os empregadores que devem ter os técnicos que acompanham os seus Este Curso de Especialização Tecnológica (CET) clientes? Quais são as suas actividades princiformará e certificará Técnicos de Turismo de Ar pais e o que se espera deles sob o ponto de visLivre para o enquadramento autónomo de qua- ta dos seus conhecimentos, das suas aptidões e tro das seguintes actividades de Animação Tu- da sua atitude? rística de Ar Livre: OUTDOOR Julho_Agosto 2012 113 Espaço APECATE Turismo de Ar Livre meio natural ou em instalações fixas equipadas para o efeito, que têm carácter lúdico e interesse turístico para a região onde se realizam. No que respeita ao Turismo de Ar Livre, referimo-nos a actividades como: passeios em diversos meios de locomoção (a pé, de bicicleta, a cavalo, em viatura 4x4); percursos de obstáculos com recurso a manobras de cordas; surf, windsurf, canoagem, rafting, canyoning, escalada, orientação, espeleologia, mergulho; programas e incentivos multiactividades para grupos de empresa com objectivos de lazer e teambuilding; etc. Ao assinarmos esta proposta, fizemo-lo com a consciência de que a denominação “Actividades de Ar Livre” inclui um conjunto alargado de dimensões e utilizações que não se esgotam na actividade turística. Por isso, frisámos bem que o nosso objectivo é, apenas e só, tratar do que nos compete: dos técnicos de turismo de ar livre, que, pelo tipo de serviços que têm que prestar ao cliente e à empresa, têm que ser encarados como um novo tipo de profissional do sector turístico e encontrar no país a formação adequada ao De que exercício das suas funções. Espaço APECATE Na óptica dos empregadores, o Técnico de Turismo de Ar Livre é o profissional que: Planifica, coordena e acompanha programas de animação turística de ar livre, em áreas técnicas específicas, em meio natural ou em instalações equipadas para o efeito, pautando a sua actuação pelos limites impostos pela sua área e nível de especialização. Garante a segurança, o enquadramento técnico e turístico e a gestão dos clientes, avaliando o risco e tomando decisões adequadas em situações imprevistas. Zela, com firmeza e sentido pedagógico, pelo cumprimento das regras de segurança da actividade e pelo respeito pelas normas de conservação da natureza. Participa nas tarefas de avaliação formativa das actividades realizadas, julgando com isenção o seu desempenho e o desempenho dos seus colaboradores e/ou assistentes. Cria, planifica e promove produtos e serviços da sua área técnica, tendo presentes os princípios do Turismo Sustentável. Este é um dos sectores onde os profissionais mais têm investido na sua própria formação. O nosso objectivo fundamental enquanto associação é, pois, promover o seu reconhecimento. O mercado exige-o. Para as empresas é essencial. Mas, acima de tudo, é condição da dignificação profissional de quem investe na competência, na qualidade da prestação do serviço e no bom nome do sector. Num momento em que tanto se afirma a importância da adequação da formação profissional às exigências do mercado, é elementarmente justo que esta proposta, assente num Referencial de Formação exigente, realista e concebido por especialistas com a chamada “mão na massa”, seja aprovada com a urgência possível. Enquanto tal não sucede, a APECATE, enquanto autora deste trabalho e entidade reconhecida pela DGERT, cumprirá as responsabilidades que tem na qualificação do sector através do seu novo Plano de Formação de Activos. ø Ana Barbosa Presidente da Secção de Animação Turística da APECATE Assegura a gestão e manutenção das instalações e equipamentos necessários às actividades da empresa, verificando rigorosamente o seu estado de conservação e os prazos de validade dos equipamentos, quando se aplique. No próximo número: Síntese do Referencial de Formação. O novo Plano de Formação de Activos da APECATE. Foto: Vertente Natural Foto: Vertente Natural Foto: Transserrano Foto: Equinócio www.apecate.pt Texto escrito ao abrigo do antigo Acordo Ortográfico. 114 Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Vouchers Para usufruir dos descontos indicados nos vouchers, deverá imprimir a página e entregar à respetiva empresa no ato da marcação ou compra da atividade ou serviço. Julho_Agosto 2012 OUTDOOR Para usufruir dos descontos indicados nos vouchers, deverá imprimir a página e entregar à respetiva empresa no ato da marcação ou compra da atividade ou serviço. Por Água Bodyboard Vouchers Voucher Equinócio 15% Desconto Leitores Outdoor Oferta válida para atividades em agenda de Rafting, Caminhadas, Escalada e Rappel, Canyoning, Workshop de Bodyboard e Bushcraft. * Desconto válido até ao final do ano de 2012 Tel: 210 155 139 www.equinocio.com OUTDOOR Julho_Agosto 2012 Vouchers Para usufruir dos descontos indicados nos vouchers, deverá imprimir a página e entregar à respetiva empresa no ato da marcação ou compra da atividade ou serviço. Julho_Agosto 2012 OUTDOOR A fechar ASICS Trail Aventura Conheça zonas históricas, trilhos escondidos e as belas paisagens de Portugal em 2012 através do circuito ASICS Trail Aventura. O circuito é um projeto que reúne 6 provas de Trail já existentes num “percurso” ao qual se deu o nome de ASICS Trail Aventura. Este circuito pretende destacar a beleza de Portugal, ao participarem nas provas, os atletas têm a oportunidade de conhecerem melhor o seu país e podem seguir dicas de lifestyle de cada zona em asics.pt. Todos os atletas inscritos no ASICS Trail Aventura terão em comum uma t-shirt técnica da marca. A cada prova os três primeiros Homens e as três primeiras Mulheres serão premiados com um cheque compra em produtos ASICS. Próximas provas do circuito ASICS Trail Aventura: 22 de julho – Ultra-Maratona Atlântica (Melides/Tróia – Grândola) 4 de agosto – Trail Noturno da Lagoa de Óbidos (Óbidos) 16 de setembro – Trail os Três Castelos (Sesimbra – Setúbal - Palmela) Sabe Mais em www.asics.pt Iceland Luso Expedition O Ricardo e a Filomena, que a cada ano escolhem um lugar de sonho para viajar de bicicleta em autonomia, têm este ano mais um projeto. Em 2011, foram até ao fim do mundo na Patagónia por uma causa solidária e este ano assentam a sua pedalada positiva na mesma filosofia de solidariedade. Pedalar para ajudar. Abaixo do círculo polar Ártico encontra-se a Islândia, destino eleito por estes portugueses aventureiros para pedalarem em direção a mais um sonho e realizarem o sonho de mais 2 crianças da instituição Terra dos Sonhos. A receita é simples: tem uma área superior a Portugal com 320 mil habitantes aglomerados em 2 cidades, 200 vulcões e milhares de cascatas e poços em ebulição; além disso, a atividade vulcânica é permanente, os glaciares cobrem 12% da paisagem e a escassez de estradas condiciona uma aventura de bicicleta, que se prevê difícil, durante mais de 2000 quilómetros numa “ilha de gelo e fogo”. O desafio desta aventura consiste em atravessar as highlands deste país pelas 2 únicas estradas de montanha que atravessam os maiores glaciares desta ilha. A partida está marcada para o final de agosto para que haja a certeza que a neve já derreteu e que as estradas estejam transitáveis. É tão fácil como andar de bicicleta, porque um Sorriso Vale Tudo. Sabe Mais em icelandlusoexpedition.yolasite.com 120 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Grande Trail Serra D’Arga O GTSA apresenta-se para esta segunda edição como uma prova de elevado interesse no panorama desportivo Nacional e Internacional. Para esta segunda edição haverá muitas novidades, a começar pela introdução de uma corrida para crianças em idade escolar, primeira do género no País e na qual depositamos grande interesse e adesão. Segue-se um Free Trail pelas terras de caminha e as segundas Jornadas Técnicas do Trail Running que já têm mais de 500 inscritos. Mais em www.portalaventuras.pt O maior evento ibérico de Paintball recreativo O maior evento Ibérico de Paintball recreativo decorre nos dias 29 e 30 de setembro em Proença-a-Nova com o título: ”Emboscada Diamond Conflict”. Celebram-se 8 anos de existência e promoção do desporto ao mais alto nível, com dois dias repletos de atividades, sorteios e surpresas! Este evento está inserido na Big Game Alliance, que é o resultado da união dos maiores e melhores organizadores de eventos de Paintball na Europa, Warped (Grã-Bretanha), Veckring (França), e Paintugal (Portugal). Ao abrigo do projeto “Responsabilidade social e ecológica Paintugal 2012”, a associação irá oferecer uma árvore a cada um dos participantes, para que estes a plantem no terreno do evento, e dará a oportunidade de apadrinhar e acompanhar várias crianças da Associação Acreditar, para que estas usufruam de um dia diferente e especial, em atividades de Paintball, apoiando assim a Associação Acreditar, no seu nobre objetivo de: “Tratar a criança com cancro e não só o cancro na criança!”. Inscrições abertas até 21 de setembro! Sabe Mais em diamondconflict.paintugal.com Dakar Desert Challenge O «Dakar Desert Challenge - A grande aventura africana» é uma grande expedição trans-sahariana, sem carácter competitivo, que liga dois continentes, Europa e África, atravessa Portugal, Espanha, Marrocos, Mauritânia e termina na capital do Senegal. A partida para esta grande aventura já está marcada...26 de dezembro e as inscriçoes já estão abertas! Vais ficar de fora? Mais em www.portalaventuras.pt OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 121