Apresentação Todo ano milhões de estudantes escrevem uma dissertação argumentativa na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Trata-se do maior desafio do exame, porque um mau resultado na escrita pode custar a tão sonhada vaga na universidade. Algumas faculdades excluem candidatos com nota zero em redação. Em compensação, quem se sai bem na composição pula na frente na lista dos classificados. Mesmo concorrentes das áreas de Ciências Exatas e da Natureza precisam tirar notas altas para turbinar a média geral. Então, não há escapatória para aqueles 7 milhões de jovens inscritos no Enem – é escrever bem ou escrever bem. Por enquanto, o desempenho dos candidatos na redação tem sido sofrível. Segundo levantamento do Ministério da Educação, 25% das redações do Enem de 2012 receberam notas médias – tiveram entre 400 e 499 pontos de um máximo de 1.000. Outros 24,6% conseguiram entre 500 e 599 pontos. Apenas 1% dos concorrentes passou dos 900 pontos. Esses são os autores das chamadas redações nota 1.000. Em 2013, o Mec tornou a correção das provas mais rigorosa, o que deve reduzir o índice de bons resultados. 8 COMO ESCREVER PARA O ENEM Os estudantes vivem um paradoxo. Ao mesmo tempo que avaliações internacionais comprovam a ineficiência das escolas básicas em ensiná-los a escrever, eles são submetidos a um teste de redação difícil e complexo ao final do ciclo médio. Não se espante: a prova de redação derruba muita gente grande. O texto exigido pelo Enem equivale a uma dissertação de mestrado ou a uma tese de doutorado; só é muito mais curta. O candidato deve apresentar uma tese, defendê-la com argumentos convincentes e ainda propor soluções para problemas sociais sem desrespeitar os direitos humanos. Como é possível enfrentar esse desafio? Isso só é possível com o esforço dos estudantes fora das escolas. Muitos frequentam cursinhos especializados, mas muitos outros se viram sozinhos, lendo e fazendo exercícios por conta própria. Esse trabalho individual faz toda a diferença. Pode trazer para o aluno os pontos a mais que ele precisa para ingressar na faculdade dos sonhos. Escrever bem é uma habilidade que só melhora com prática e dedicação. Jovens que têm o hábito de leitura, visitam museus e exposições de arte, viajam e se dedicam a atividades culturais levam vantagem, pois ampliam o conhecimento geral e a capacidade de reflexão. Este livro ensina a escrever a redação pedida pelo Enem. Quem escreve bem para o Enem está pronto para prestar qualquer outro vestibular. Aliás, aos poucos, o exame nacional está substituindo vestibulares em todo o país. Na primeira parte, apresenta as provas de redação, discute temas e textos motivadores e explica os objetivos dos organizadores. Traz ainda informação sobre estilos de redação, com destaque para a estrutura argumentativa. A segunda parte é prática: traz o passo a passo completo para escrever uma redação nota 1.000, desde a descoberta do tema da prova até a inclusão de propostas de intervenção social. Os exemplos de texto analisados aqui saíram de redações nota 1.000 divulgadas pelo Mec, mas eventuais erros de grafia, concordância APRESENTAÇÃO 9 verbal e sintaxe foram corrigidos. Há ainda um roteiro detalhado para planejamento e execução do texto. A parte final é um guia de autoajuda. Inclui pontos básicos de gramática e técnicas de redação para tornar o texto claro e objetivo. A essa altura da vida escolar, depois do ciclo médio, espera-se que os estudantes estejam familiarizados com tudo isso, mas sempre é bom recordar. Constam também sugestões de exercícios de redação para estimular a criatividade e, para completar, um roteiro resumido para seguir na hora H – a hora da prova de redação. *** Dedico este livro à jornalista, escritora e professora Dad Squarisi, pelo seu amor à arte de escrever.