Ciências da Natureza
e suas Tecnologias
Física, Química e Biologia
Antonino Fontenelle, Beto Aquino, Douglas Gomes,
João Karllos, Paulo Lemos e Ronaldo Paiva
14
Universidade Aberta do Nordeste e Ensino a Distância são marcas registradas da Fundação Demócrito Rocha. É proibida a duplicação ou reprodução deste fascículo. Cópia não autorizada é Crime.
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Caro Estudante,
Objeto do Conhecimento
Eletricidade e Magnetismo
Com o objetivo de deixá-los inteirados no que tange
ao conhecimento das tecnologias ligadas ao ramo da
eletricidade e do magnetismo, apresentamos, neste fascículo, situações e fenômenos envolvendo este tão empolgante conteúdo da Física. O que seria de nossas vidas sem os aparelhos eletrodomésticos? Eles são efeitos
diretos da eletricidade e do magnetismo. A tecnologia
moderna avança fugazmente depois do domínio dos
fenômenos eletromagnéticos, por isso sua importância
em todos os exames de vestibulares. Tenham, todos,
um ótimo proveito.
Eletricidade
Disponível em: <http://www.jornaldoalgarve.pt/wp-content/uploads/2010/09/
rel%C3%A2mpago.jpg>.
A eletricidade é um fenômeno físico originado por cargas
elétricas estáticas ou em movimento e por sua interação.
Quando uma carga se encontra em repouso, produz forças
sobre outras situadas à sua volta. Se a carga se desloca, produz também campos magnéticos.
Há dois tipos de cargas elétricas: positivas e negativas.
As cargas de nome igual (mesmo sinal) se repelem e as de
nomes distintos (sinais diferentes) se atraem.
A eletricidade se origina da interação de certos tipos
de partículas subatômicas. A partícula mais leve que leva
carga elétrica é o elétron, que, assim como a partícula de
carga elétrica inversa à do elétron, o próton, transporta a
210
unidade fundamental de carga (1,60217646 × 10- 19 C).
Cargas elétricas de valor menor são tidas como existentes
em subpartículas atômicas, como os quarks.
Os átomos, em circunstâncias normais, contêm elétrons, e, frequentemente, os que estão mais afastados do
núcleo se desprendem com muita facilidade. Em algumas
substâncias, como os metais, proliferam-se os elétrons livres. Dessa maneira, um corpo fica carregado eletricamente graças à reordenação dos elétrons.
Um átomo neutro tem quantidades iguais de carga
elétrica positiva e negativa. A quantidade de carga elétrica transportada por todos os elétrons do átomo, que, por
convenção, é negativa, está equilibrada pela carga positiva localizada no núcleo. Se um corpo contiver um excesso
de elétrons, ficará carregado negativamente. Ao contrário,
com a ausência de elétrons, um corpo fica carregado positivamente, devido ao fato de que há mais cargas elétricas
positivas no núcleo.
Bons condutores são, na grande maioria, da família dos
metais: ouro, prata e alumínio, assim como alguns novos
materiais, de propriedades físicas alteradas, que conduzem energia com perda mínima, denominados supercondutores. Já a porcelana, o plástico, o vidro e a borracha são
bons isolantes. Isolantes são materiais que não permitem
o fluxo da eletricidade.
Eletrostática
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/upload/e/eletricidade_thumbnail.jpg>.
Eletrostática é o ramo da eletricidade que estuda as
propriedades e o comportamento de cargas elétricas em
repouso, ou que estuda os fenômenos do equilíbrio da
eletricidade nos corpos que, de alguma forma, tornam-se
carregados de carga elétrica, ou eletrizados.
Histórico
O estudo científico da eletrostática não é dividido em três
partes como muita gente pensa: atrito, contato e indução.
O fenômeno eletrostático mais antigo conhecido é o que
ocorre com o âmbar amarelo no momento em que recebe
o atrito e atrai corpos leves.
Tales de Mileto, no século VI a.C., já conhecia o fenômeno e procurava descrever o efeito da eletrostática no
âmbar. Também os indianos da Antiguidade aqueciam
certos cristais que atraíam cinzas quentes atribuindo ao
fenômeno causas sobrenaturais. O fenômeno, porém, permaneceu através dos tempos apenas como curiosidade.
Benjamin Franklin, com sua experiência sobre as descargas atmosféricas, demonstrou o poder das pontas
inventando o para-raios. Porém, foi Coulomb quem executou o primeiro estudo sistemático e quantitativo da estática, demonstrando que as repulsões e atrações elétricas
são inversamente proporcionais ao quadrado da distância,
em 1785. Descobriu ainda o cientista que a eletrização
ocorrida nos condutores é superficial. Os resultados obtidos por Coulomb foram retomados e estudados por Laplace, Poisson, Biot, Gauss e Faraday.
Princípios da eletrostática
Segundo o Princípio da Conservação da Carga Elétrica,
num sistema eletricamente isolado, é constante a soma
algébrica das cargas elétricas. Já segundo o Princípio da
Atração e Repulsão de Cargas, cargas de mesmos sinais se
repelem e cargas de sinais opostos se atraem.
Eletrodinâmica
Eletrodinâmica é o ramo da eletricidade que estuda as propriedades e o comportamento das cargas elétricas em movimento.
Corrente elétrica
A corrente elétrica é o
fluxo ordenado de partículas
portadoras de carga elétrica.
Sabe-se que, microscopicamente, as cargas livres estão em
Elétrons atravessando
movimento aleatório devido à
a seção reta de um fio
Disponível em: <http://www. agitação térmica. Apesar desse
novafisica.net/conteudo/images- movimento desordenado, ao
cont/corrente1.jpg>. estabelecermos um campo elétrico na região das cargas, verifica-se um movimento ordenado que se apresenta superposto ao primeiro. Esse movimento recebe o nome de movimento de deriva das cargas livres.
Raios são exemplos de corrente elétrica, bem como o
vento solar, porém a mais conhecida, provavelmente, é a
do fluxo de elétrons através de um condutor elétrico, geralmente metálico. A unidade padrão no SI para medida
de intensidade de corrente é o ampère (A).
Sentido da corrente
No início da história da eletricidade, definiu-se o sentido
da corrente elétrica como sendo o sentido do fluxo de cargas positivas, ou seja, as cargas que se movimentam do
polo positivo para o polo negativo. Naquele tempo, nada
se conhecia sobre a estrutura dos átomos. Não se imaginava que em condutores sólidos as cargas positivas estão
fortemente ligadas aos núcleos dos átomos e, portanto,
não pode haver fluxo macroscópico de cargas positivas
em condutores sólidos. No entanto, quando a física subatômica estabeleceu esse fato, o conceito anterior já estava
arraigado e era amplamente utilizado em cálculos e representações para análise de circuitos.
Esse sentido continua a ser utilizado até os dias de
hoje e é chamado sentido convencional da corrente.
Em qualquer tipo de condutor, este é o sentido contrário
ao fluxo líquido das cargas negativas ou o sentido do campo elétrico estabelecido no condutor. Na prática, qualquer
corrente elétrica pode ser representada por um fluxo de
portadores positivos sem que disso decorram erros de cálculo ou quaisquer problemas práticos.
O sentido real da corrente elétrica depende da natureza do condutor. Nos sólidos, as cargas cujo fluxo constitui a corrente real são os elétrons livres; nos líquidos, os
portadores de corrente são íons positivos e íons negativos;
enquanto que nos gases são íons positivos, íons negativos
e elétrons livres. O sentido real é o sentido do movimento de deriva das cargas elétricas livres (portadores). Esse
movimento se dá no sentido contrário ao campo elétrico
se os portadores forem negativos, caso dos condutores
metálicos, e, no mesmo sentido do campo, se os portadores forem positivos. Mas existem casos onde verificamos
cargas se movimentando nos dois sentidos. Isso acontece
quando o condutor apresenta os dois tipos de cargas livres, condutores iônicos por exemplo. É interessante notar que, nesses casos, onde portadores de carga dos dois
tipos estão presentes, ambos contribuem para variações
de carga com mesmo sinal em qualquer volume limitado
do condutor, porque cargas positivas entrando no volume escolhido, ou cargas negativas saindo do volume escolhido, significam um aumento da quantidade de cargas
positivas. Esta é a razão para ser necessário introduzir uma
convenção de sentido para a corrente.
Eletromagnetismo
Disponível em: <http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/Biografias/Faraday/experiment.jpg>.
Universidade Aberta do Nordeste
211
O eletromagnetismo é o nome da teoria unificada desenvolvida por James Maxwell para explicar a relação entre a eletricidade e o magnetismo. Essa teoria baseia-se no conceito
de campo eletromagnético.
O campo magnético é resultado do movimento de
cargas elétricas, ou seja, é resultado de corrente elétrica.
O campo magnético pode resultar em uma força eletromagnética quando associada a ímãs.
A variação do fluxo magnético resulta em um campo
elétrico (fenômeno conhecido por indução eletromagnética, mecanismo utilizado em geradores elétricos, motores e
transformadores de tensão). Semelhantemente, a variação
de um campo elétrico gera um campo magnético. Devido a essa interdependência entre campo elétrico e campo
magnético, faz sentido falar em uma única entidade chamada campo eletromagnético. A Teoria do Eletromagnetismo foi o que permitiu o desenvolvimento da Teoria da
Relatividade Especial por Albert Einstein em 1905.
A força eletromagnética
A força que um campo eletromagnético exerce sobre cargas
elétricas, chamada força eletromagnética, é uma das quatro
forças fundamentais. As outras são: a força nuclear forte (que
mantém o núcleo atômico coeso), a força nuclear fraca (que
causa certas formas de decaimento radioativo) e a força gravitacional. Quaisquer outras forças provêm necessariamente
dessas quatro forças fundamentais.
A força eletromagnética tem a ver com praticamente
todos os fenômenos físicos que se encontram no cotidiano, com exceção da gravidade. Isso porque as interações
entre os átomos são regidas pelo eletromagnetismo, já
que são compostos por prótons, elétrons, ou seja, por cargas elétricas. Do mesmo modo, as forças eletromagnéticas
interferem nas relações intermoleculares, ou seja, entre
nós e quaisquer outros objetos. Assim, podem-se incluir
fenômenos químicos e biológicos como consequência do
eletromagnetismo. Cabe ressaltar que, conforme a eletrodinâmica quântica, a força eletromagnética é resultado da
interação de cargas elétricas com fótons.
O eletromagnetismo clássico
A Teoria do Eletromagnetismo foi
desenvolvida por vários físicos
durante o século XIX, culminando finalmente no trabalho de James Clerk Maxwell,
o qual unificou as pesquisas
anteriores em uma única teoria e descobriu a natureza
eletromagnética da luz. No
eletromagnetismo clássico, o
campo eletromagnético obedece a uma série de equações
conhecidas como equações de
Disponível em: <http://www.icms.org.uk/
Maxwell, e a força eletromag-archive/meetings/1999/maxwell/maxwell.jpg>.
nética, pela Lei de Lorentz.
212
Uma das características
do eletromagnetismo clássico é a dificuldade em associar com a mecânica clássica,
compatível, porém, com a
relatividade especial. Conforme as equações de Maxwell,
a velocidade da luz é uma
constante, depende apenas
da permissividade elétrica e
Disponível em: <http://2.bp.blogspot.
com/-k0-AbHJPpNs/TZ43zP017ZI/ permeabilidade magnética
AAAAAAAAAYQ/jLLkQnNxDtI/s320/ do vácuo. Isso, porém, viola a
albert_einstein.jpg>. invariância de Galileu, a qual
já era, há muito tempo, base da mecânica clássica.
Em 1905, Albert Einstein resolveu o problema com a Teoria
da Relatividade Especial, a qual abandonava as antigas leis
da cinemática para seguir as transformações de Lorentz, as
quais eram compatíveis com o eletromagnetismo clássico.
A Teoria da Relatividade mostrou também que,
adotando-se um referencial em movimento em relação a
um campo magnético, tem-se, então, um campo elétrico
gerado. Assim como também o contrário era válido, então, de fato, foi confirmada a relação entre eletricidade e
magnetismo. Portanto, o termo eletromagnetismo estava consolidado.
O efeito fotoelétrico
Metal
Luz
–
Electrão
Disponível em: <http://www.infopedia.pt/mostra_imagem.jsp?recid=25037>.
Em outra publicação sua no mesmo ano, Einstein pôs em
dúvida vários princípios do eletromagnetismo clássico.
Sua Teoria do Efeito Fotoelétrico (pela qual ganhou o Prêmio Nobel em Física) afirmava que a luz tinha, em certo
momento, um comportamento corpuscular, isso porque
a luz demonstrava carregar corpos com quantidades discretas de energia. Esses corpos, posteriormente, passaram
a ser chamados de fótons. Através de sua pesquisa, Max
Planck mostrou que qualquer objeto emite radiação eletromagnética discretamente em pacotes, ideia que leva
à Teoria de Radiação de Corpo Negro. Todos esses resultados estavam em contradição com a Teoria Clássica da
Luz como uma mera onda contínua. As teorias de Planck e
Einstein foram as causadoras da Teoria da Mecânica Quântica, a qual, quando formulada em 1925, necessitava ainda
de uma Teoria Quântica para o Eletromagnetismo.
Essa teoria só veio a aparecer em 1940, conhecida hoje
como Eletrodinâmica Quântica; essa é uma das teorias
mais precisas da Física nos dias de hoje.
Questão Comentada
|C3-H8|
Em nossa casa, as lâmpadas e os eletrodomésticos são todos
associados em paralelo. A figura ilustra a forma como três lâmpadas estão ligadas a uma tomada da rede elétrica da Coelce.
A corrente elétrica no ponto P do fio é iP e no ponto Q é iQ.
L1
L2
L3
a)
b)
c)
d)
e)
P
Q
Em um determinado instante, a lâmpada L2 se queima. Pode-se
afirmar que:
a) a corrente iP se altera e iQ não se altera.
b) a corrente iP não se altera e iQ se altera.
c) as duas correntes se alteram.
d) as duas correntes não se alteram.
e) a corrente iP não se altera e iQ cai a zero.
Solução Comentada: Trata-se de um circuito em paralelo, no
qual todas as lâmpadas estão ligadas na mesma “voltagem” e
cada uma tem o funcionamento independente, isto é, pode-se
ligar ou desligar uma por vez.
Seu formato circular e a combinação de forças elétricas e
magnéticas são capazes de acelerar um próton até energias estupendas, de 7 TeV (tera eletron-volts). As forças
magnéticas cumprem um papel fundamental nessa tecnologia, da qual se espera grandes avanços e novas descobertas na fronteira da ciência. Sobre a atuação dos campos
magnéticos nos prótons acelerados, é correto afirmar que:
provocam forças magnéticas que aumentam o módulo da
velocidade das partículas.
mantêm a temperatura abaixo de 200 ºC.
fornecem energia através de reações nucleares, continuamente.
proporcionam a curva, já que a força magnética faz o papel de força centrípeta.
produzem forças magnéticas que reduzem o módulo da
velocidade das partículas.
|C2-H6|
02.Grande parte dos aparelhos elétricos que usamos tem a função de produzir movimento, a partir da eletricidade. Entre
eles, estão: batedeira, liquidificador, ventilador, aspirador de
pó etc., além de inúmeros brinquedos movidos a pilha, como
robôs, carrinhos etc. Outros são igualmente utilizados para
o conforto humano, como os aquecedores de ambiente e
de água. O alto consumo de energia elétrica, porém aliado à
pouca quantidade de chuvas, levou algumas regiões do país,
em 2001, ao famoso ”racionamento de energia“, que trouxe, como lição, a indispensabilidade do consumo racional e
consciente da energia elétrica.
Fonte: GREF. Eletricidade. Vol. 3 [adapt.] p. 3.
i total
Resposta correta: a
Para Fixar
|C6-H20|
01.O LHC, grande colisor de hádrons, é considerado a maior
máquina do mundo. Ele possui 27 km de extensão e é um
enorme acelerador de partículas. Ele está em pleno funcionamento novamente! Nas primeiras tentativas, houve vazamento de gás Hélio. Veja a figura ilustrativa.
Disponível em: <http://www.vivisa.com.br/ecommerce_site/arquivos6710/
arquivos/1298654455_1.jpg>.
Disponível em: <http://www.tecnologiasdeultimogrito.com/wp-content/
uploads/2010/04/cern_lhc1.jpg>.
a)
b)
c)
d)
e)
Um aquecedor elétrico, figura acima, é construído para funcionar em 220 V e fornecer uma potência de 4 400 W. Se o comprimento da resistência elétrica for reduzido à metade, com
relação à potência fornecida pelo aquecedor, considerando a
corrente elétrica que nele circulará, é correto afirmar que:
a potência diminui e a corrente aumenta.
tanto a potência quanto a corrente aumentam.
tanto a potência quanto a corrente diminuem.
a corrente aumenta e a potência permanece a mesma.
tanto a potência quanto a corrente permanecem as mesmas.
Universidade Aberta do Nordeste
213
Fique de Olho
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
Ressonância magnética é uma técnica que permite determinar propriedades de uma substância através do correlacionamento da energia absorvida contra a frequência, na faixa
de mega-hertz (MHz) do espectro magnético, caracterizando-se como sendo uma espectroscopia. Usa as transições
entre níveis de energia rotacionais dos núcleos componentes das espécies (átomos ou íons) contidas na amostra. Isso se
dá, necessariamente, sob a influência de um campo magnético
e sob a concomitante irradiação de ondas de rádio na faixa de
frequências acima citada.
Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-d5ndhQWssE8/TWe1KBrpohI/
AAAAAAAAAkU/-yjp9ltVoBg/s400/ressonancia-magnetica-atm2.jpg>.
Objeto do Conhecimento
Funções e Reações Inorgânicas
Nosso objetivo com este novo fascículo é mostrar mais
uma relação da Química com o cotidiano.
A grande maioria das substâncias químicas utilizadas
no dia a dia apresenta propriedades bem definidas, caracterizando uma função química. Ácidos, bases, sais e óxidos representam algumas dessas funções.
Quando usamos um comprimido efervescente para
combater uma azia ou o excesso de acidez estomacal, estamos nos beneficiando da ação antiácida do bicarbonato
de sódio (NaHCO3).
Em relação aos fenômenos da chuva ácida, do efeito
estufa, da degradação da camada de ozônio e do smog
fotoquímico, temos a presença de diversas funções e reações inorgânicas.
Esse tema apresenta uma riqueza teórica muito grande
e será explanado a seguir.
dióxido de enxofre
óxidos de nitrogênio
reações químicas
no ar e nas nuvens
óxidos de nitrogênio
hidrocarbonetos
Reações envolvendo óxidos
Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br>.
Ácidos
Introdução
O conjunto de substâncias que apresentam
propriedades
semelhantes é denominado
função química. Na
química inorgânica, podemos citar como mais
importantes: ácidos,
Frutas cítricas (ácidas)
bases, sais e óxidos.
Disponível em: <http://hesly.blogspot.com>.
Os membros dessas
funções participam de diversas reações, denominadas
reações inorgânicas. Algumas delas exigem condições
específicas para ocorrerem. O detalhamento das funções e
a classificação, bem como as condições de ocorrência, das
reações inorgânicas serão mostradas a seguir.
214
Disponível em: <http://ibiubi.com.br>.
Segundo o conceito de Arrhenius, são substâncias que, em
meio aquoso, sofrem ionização, gerando, como único
cátion, o íon hidrônio (H3O+), representado, às vezes de forma simplificada, por H+.
Equação geral:
HX + H2O → H3O+ + X–
Forma simplificada:
HX → H+ + X–
Exemplos de ácidos no cotidiano
As suas principais aplicações no cotidiano são:
• Tratamento de metais ferrosos.
• Na construção civil, é usado para remover respingos de
cal (após a caiação) de pisos e azulejos. Neste caso, é
mais conhecido como ácido muriático: agente de limpeza
de alta potencialidade.
• É um reagente muito usado na indústria e no laboratório.
a) Ácido sulfúrico
H2SO4
c) Ácido fosfórico
O
HO
S
152 pm
H
OH
O
Disponível em: <http://acidossulfurico.blogspot.com>.
É o ácido mais importante para a indústria química. É bom
salientar que um dos indicadores econômicos de um país
é a produção de ácido sulfúrico. Essa substância é obtida a
partir das seguintes etapas:
S(s) + O2(g) → SO2(g)
2SO2(g) + O2(g) → 2SO3(g)
SO3(g) + H2O(l) → H2SO4(aq)
É fixo, ou seja, pouco volátil, e apresenta dois hidrogênios ionizáveis (diácido).
O ácido sulfúrico tem diversas aplicações:
• O maior consumo de ácido sulfúrico pela indústria química é na fabricação de fertilizantes, como os superfosfatos e o sulfato de amônio.
• É o ácido das baterias usadas nos automóveis.
• É consumido em enormes quantidades em inúmeros
processos industriais, como processos da indústria petroquímica, fabricação de papel, corantes etc.
• O ácido sulfúrico concentrado é um dos desidratantes
mais enérgicos. Assim, ele carboniza os hidratos de carbono, como os açúcares, o amido e a celulose; a carbonização é devido à desidratação desses materiais.
• O ácido sulfúrico concentrado tem ação corrosiva sobre
os tecidos dos organismos vivos também devido à sua
ação desidratante. Produz sérias queimaduras na pele.
Por isso, é necessário extremo cuidado ao manusear
esse ácido.
Observação:
As chuvas ácidas em ambientes poluídos com dióxido de
enxofre contêm H2SO4 e causam grande impacto ambiental.
b) Ácido clorídrico
H Cl
É considerado um ácido volátil, monoácido e forte. Dos
hidrácidos (ácidos sem oxigênio), somente HCl, HBr e HI,
nessa ordem, são fortes. É o principal componente do
suco gástrico, responsável por algumas reações que ocorrem no nosso estômago. Comercialmente, é conhecido
como ácido muriático (acido clorídrico impuro). É vendido
em uma concentração de 30% em massa, mas as soluções
de ácido muriático contêm de 10 a 12% em massa de HCl.
O
P
O 157 pm O
O
H
H
Disponível em: <http://knol.google.com>.
É um triácido moderado e deliquescente (dissolve-se na
própria água que absorve). Apresenta diversas aplicações
no cotidiano:
• Acidulante em refrigerantes, principalmente no tipo cola,
geleias, doces e molhos para saladas.
• Fabricação de fertilizantes para a agricultura.
• Tratamento de efluentes.
• Polimento de peças de alumínio.
d) Ácido nítrico
HNO3
O
HO
N
O
Disponível em: <http://windows2universe.org>.
É um monoácido forte e de alto poder oxidante. Sua obtenção, em escala industrial, pode ser feita a partir da oxidação da amônia:
Pt

4 NH 3 + 5O 2 800
o → 4 NO + 6 H 2 O
→ 2 NO 2
2 NO + O 2 
→ 2HNO3 + NO
3NO 2 + H 2 O ∆
Quando misturado com o ácido clorídrico concentrado na proporção de 3(HCl) : 1(HNO3), dá origem a uma
solução denominada de água régia, capaz de oxidar o
ouro e a platina (metais nobres).
• A principal aplicação do acído nítrico é na produção de
fertilizantes.
• O ácido nítrico, em várias concentrações, é utilizado para
fabricação de corantes e explosivos (destacadamente a nitroglicerina, a nitrocelulose, além do ácido píctrico).
Bases ou Hidróxidos
Segundo a teoria de Arrhenius, são compostos que, em
meio aquoso, sofrem dissociação, gerando, como único
ânion, o íon hidróxido (OH–). As bases de Arrhenius podem
ser metálicas (NaOH, Ca(OH)2, Al(OH)3 ...) ou não (NH3).
Universidade Aberta do Nordeste
215
bases solúveis
bases de metais
alcalinos e amônia
CsOH
2
Be(OH)2 pouco solúvel
Mg(OH)2 pouco solúvel
Ca(OH)2
Sr(OH)2 parcialmente
solúveis
Ba(OH)2
bases de metais
alcalinoterrosos
solubilidade aumenta
1
LiOH
NaOH
KOH
RbOH
A solubilidade dos hidróxidos varia de acordo com a
tabela abaixo.
demais bases
solubilidade em água diminui
Disponível em: <http://agracadaquimica.com.br>.
As bases mais usadas no cotidiano:
a)Hidróxido de sódio (comercialmente conhecida como
soda cáustica) – NaOH
• É a base mais importante no laboratório e na indústria;
• Usado na fabricação de sabão e glicerina (reação de
saponificação);
• Usado na limpeza doméstica (exige muita cautela
durante o manuseio, pois é muito corrosivo);
• Usado na fabricação de papel.
b)Fluoreto de sódio – NaF
• É um dos componentes dos cremes dentais, pois inibe a desmineralização dos dentes, tornando-os menos suscetíveis à cárie.
c) Carbonato de sódio – Na2CO3
• É conhecido como barrilha ou soda e utilizado no tratamento de água de piscina, na fabricação de sabões,
remédios, corantes, papel etc.
Sua principal aplicação, no entanto, é na fabricação
de vidro comum.
d)Bicarbonato de sódio ou hidrogenocarbonato de sódio –
NaHCO3
• É muito utilizado como antiácido estomacal (comprimidos efervescentes) e bucal (creme dental).
• É utilizado como fermento de massas de bolos e pães.
Óxidos
São compostos binários (2 elementos), dos quais o oxigênio é
o elemento mais eletronegativo.
Exemplos: Na2O, CaO, Fe2O3, ZnO, PbO2 ...
Os óxidos são classificados de acordo com seu comportamento químico:
b)Hidróxido de cálcio – Ca(OH)2
• É conhecido como cal hidratada ou cal extinta;
• É obtido a partir da reação da cal (CaO) com água;
• É muito utilizado na caiação (pintura com tinta de
água).
CLASSIFICAÇÃO
DOS ÓXIDOS
c) Amônia – NH3
• Sua solução aquosa é muito conhecida como
amoníaco;
• É utilizada na fabricação do ácido nítrico;
• É utilizada na fabricação de sais de amônio, que
agem como fertilizantes;
• É utilizada na fabricação de produtos de limpeza.
Ácidos
Neutros
Básicos
Duplos
Anfóteros
Peróxidos
Superóxidos
Sais
Disponível em: <http://profjoaoneto.com>.
Questão Comentada
|C3-H12|
Leia o texto a seguir.
Disponível em: <http://terrabrasilonline.blogspot.com>.
São compostos iônicos obtidos pela neutralização parcial
ou total de ácidos com bases. Quando colocados em meio
aquoso, liberam pelo menos um cátion diferente do H3O+
e um ânion diferente do OH–. Exemplos de sais:
a)Cloreto de sódio – NaCl
• É obtido pela evaporação da água do mar, nas salinas. É o principal componente do sal de cozinha, usado na nossa alimentação. No sal de cozinha, além do
NaCl, existem outros sais, como iodetos de sódio e
potássio (NaI e KI), cuja presença é obrigatória por lei.
Sua falta pode acarretar a doença denominada bócio.
216
A camada de ozônio é uma região da atmosfera que constitui uma espécie de “escudo protetor“, uma vez que filtra os raios
ultravioleta (UV) nocivos provenientes do Sol, antes que possam
atingir a superfície de nosso planeta. Qualquer redução substancial na quantidade de ozônio (O3) pode colocar em perigo a
vida na forma em que nós a conhecemos. A quantidade total de
ozônio atmosférico é expressa em unidades Dobson (UD); esta
unidade é equivalente à espessura de 0,01 mm de ozônio puro
submetido à pressão de 1 atm e temperatura de 0 °C. A quantidade de ozônio estratosférico, em latitudes onde predominam
climas temperados, é de cerca de 350 UD. Devido aos ventos,
esse gás é transportado das regiões tropicas, onde a maioria é
produzida, para regiões polares. Assim, quanto mais próximo da
região equatorial, menor é a quantidade de ozônio a protegê-lo
dos raios UV.
Texto adaptado do livro Química ambiental, Colin Baird – 2ª edição.
a)
b)
c)
d)
e)
Sobre o texto e as características químicas do ozônio, é
correto afirmar:
O ozônio é um gás triatômico, polar e que pertence à função Base de Arrhenius. Por esse fato, é muito eficiente no
processo de absorção dos raios UV.
Caso todo o ozônio estratosférico presente em regiões de
climas temperados fosse submetido à pressão de 1 atm e
temperatura de 0 °C, teria apenas 0,35 mm de espessura.
O gás ozônio (O3) e o gás oxigênio (O2) são formas isotópicas do elemento oxigênio. Dessa forma, apresentam propriedades físicas e químicas diferentes.
Uma das consequências da redução na quantidade de
ozônio estratosférico é o aumento na incidência de câncer
de pele. Segundo o texto, essa possibilidade é maior nas
regiões equatoriais.
Os raios ultravioleta são radiações de baixa frequência
que pertencem ao espectro eletromagnético da luz.
Na visão quântica, a energia desses raios é inversamente
proporcional à frequência.
Solução Comentada: O gás oxigênio e o ozônio são formas
alotrópicas do elemento oxigênio. O gás ozônio, uma molécula
triatômica, apresenta uma estrutura angular e polar que favorece
a absorção dos raios UV:
O
δ–
δ+
O
O
δ–
350 UD significa que o gás ozônio submetido às condições-ambiente
(P = 1 atm e T = 0 °C) teria 3,5 mm de espessura. Esse gás absorve,
principalmente, UVB, radiação de alta frequência no espectro
eletromagnético. Segundo a física quântica, a energia de uma
radiação é diretamente proporcional à sua frequência.
Com relação ao texto e aos conhecimentos sobre função
inorgânica, é correto afirmar:
a) O tráfego intenso das grandes cidades e os horários de maior
insolação são fatores que contribuem para reduzir o fenômeno do smog fotoquímico.
b) O ozônio troposférico, diferente do estratosférico, é muito
prejudicial, pois funciona como redutor dos gases poluentes
durante as reações que ocorrem no smog fotoquímico.
c) NO2, SO2 e CO são óxidos que apresentam caráter ácido em
meio aquoso. Por esse motivo, também contribuem para o
fenômeno da chuva ácida.
d) Na estrutura do peróxido de hidrogênio (H2O2), temos o oxigênio com menor nox possível. Dessa forma, pode sofrer oxidação com muita facilidade.
e) O radical hidroxila (OH) é uma espécie muito reativa, pois
apresenta um elétron desemparelhado.
|C7-H25|
04.Os fertilizantes nitrogenados são aqueles que têm em sua
composição, como nutriente principal, o elemento nitrogênio. A amônia, matéria-prima na produção desses fertilizantes, é um gás obtido pela reação do nitrogênio (N2) com o
hidrogênio (H2) – procedentes de várias fontes, como gás
natural (CH4), nafta e fuel oil ou de ourtos derivados do petróleo. Essa reação exige condições de temperatura e pressão
adequadas (processo Haber-Bosch):
N2 + 3H2 → 2NH3
A rota de produção de alguns fertilizantes nitrogenados
pode ser ilustrada, de maneira simplificada, pelo fluxograma
abaixo.
ROTA DE PRODUÇÃO DE ALGUNS FERTILIZANTES NITROGENADOS
COMERCIALIZADOS NO BRASIL
+O2
Resposta correta: d
Para Fixar
HNO3
+H2SO4
+NH3
Nitrato de Amônio - NH4NO3
Sulfato de Amônio - ( NH4)2SO4
|C3-H10|
03.Leia atentamente o texto a seguir.
Os compostos de nitrogênio e os oxidantes atmosféricos têm
uma função essencial na formação do smog fotoquímico.
Esse fenômeno ocorre, principalmente, em regiões industrializadas ou em grandes centros que possuem tráfego intenso.
O termo fotoquímico é utilizado porque a luz ativa algumas
reações. Uma verdadeira “neblina de substâncias químicas”
cobre a cidade durante o horário de maior insolação. Nas reações que ocorrem, formam-se ozônio(O3), peróxido de hidrogênio (H2O2) e radicais hidroxila (OH) – excelentes oxidantes.
A combinação de gases poluentes como NOx, SOx e CO com
esses oxidantes atmosféricos resulta em uma mistura muito
prejudicial aos seres humanos.
Disponível em: <http://aprendizar.com>.
NH3
+CO2
+H3PO4
+H2O
Ureia - (NH2)2CO
Fosfatos de Amônia - MAP, DAP
Áqua Amônia - NH4OH
Observação: HNO3 = Ácido Nítrico; H2SO4 = Ácido Sulfúrico; H3PO4 = Ácido Fosfórico
Disponível em: <http://fertipar.com.br>.
Em relação ao exposto no texto, é correto afirmar:
a) O primeiro fertilizante (nitrato de amônio) obtido na rota de
produção é um sal que gera um meio aquoso básico (pH > 7).
b) O segundo fertilizante (sulfato de amônio) é oriundo da reação de uma base fraca com um ácido também fraco.
c) A produção da ureia (3° fertilizante) se dá através de uma reação não redox entre uma base (NH3) e um óxido ácido (CO2).
d) A síntese da amônia através do processo Haber-Bosch é
uma reação redox em que o nitrogênio se oxida e o hidrogênio se reduz.
e) A amônia, matéria-prima na produção de fertilizantes, é
uma molécula que não altera o pH quando dissolvida em
água pura.
Universidade Aberta do Nordeste
217
Fique de Olho
GASES EMITIDOS PELO GADO ESTÃO ASSOCIADOS AO
AQUECIMENTO DA SUPERFÍCIE TERRESTRE
Quem ouve falar em
efeito estufa imediatamente relaciona a carros, edifícios… poluição.
Engana-se quem pensa
que só nas cidades se
formam os gases nocivos que contribuem
para esse fenômeno. A
agricultura e a pecuáDisponível em: <http://arteandre.com.br>. ria, atividades típicas do
campo, têm uma parcela na emissão de tais gases, como metano (CH4), monóxido de
carbono (CO), óxido nitroso (N2O) e outros óxidos de nitrogênio
(NOx).
De acordo com pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente, as
principais fontes de emissões no setor agropecuário são o cultivo
de arroz irrigado por inundação, a queima de resíduos agrícolas, o
processo de fermentação entérica da pecuária ruminante e seus
dejetos e o uso agrícola dos solos.
A eructação, arrotos dos bois, é responsável pela liberação
de gás metano. O alimento consumido, gramíneas, forma um
caldo onde estão presentes bactérias. “Quando o animal respira, o gás é liberado juntamente com o gás carbônico”, explica
a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Magda Aparecida
Lima. Considerando cerca de 165 milhões de animais, somente no rebanho bovino brasileiro, produzindo anualmente uma
média de 60 quilos de metano cada, pode-se imaginar as proporções mundiais da questão. Segundo ela, o metano possui
um poder de aquecimento global vinte e uma vezes maior que
o gás carbônico (CO2).
Magda coordena a Rede Agrogases, fórum que reúne especialistas na discussão sobre temas relacionados às emissões.
Um dos projetos integrantes da Rede, “Dinâmica de carbono e
gases de efeito estufa em sistemas de produção agropecuária,
florestal e agroflorestal brasileiros”, realiza pesquisas na agropecuária, para tentar quantificar os gases produzidos pelos rebanhos. Segundo a pequisadora, os países em desenvolvimento
realizam relatórios periódicos, a cada cinco anos aproximadamente, enquanto que os países desenvolvidos apresentam
seus resultados anualmente. Em 2004, o Brasil apresentou seu
primeiro relatório na COP-10, em Buenos Aires.
Poucos conhecem os impactos ambientais causados pela
criação de gado, o que dificulta ainda mais as ações para controle e redução dos gases emitidos. Magda diz que já estão
sendo realizados alguns testes na alimentação dos animais.
“Não é um cálculo simples, as pesquisas estão só começando”,
diz ela, antecipando que, no próximo ano, deverão começar a
ser quantificadas também as emissões de outros gases nocivos, como o óxido nitroso, presente nos dejetos dos animais.
A etapa inicial da pesquisa tem o objetivo de inventariar os
rebanhos. “Mas, primeiro, vamos aprofundar o conhecimento
quanto ao potencial dos animais”.
Diversos fatores podem influenciar as emissões, como o
clima e comportamento do rebanho, de modo a variar a quantidade de gás emitido. “O gado não pode ser visto como vilão,
é preciso pensar em toda a cadeia produtiva”, alerta Magda,
lembrando que outros processos também geram a emissão
de gases. A Embrapa usa como referência nas pesquisas redes
existentes em outros países, como as americanas CASMGS,
Consortium for Agricultural Soils Mitigation of Greenhouse Gases,
e a Gracenet.
Danielle Jordan – AmbienteBrasil, 27 de julho de 2005.
Disponível em: <http://ambientebrasil.com.br>.
Objeto do Conhecimento
Programa de Saúde – Doenças Contagiosas
Abordaremos neste fascículo o tema programa de saúde,
com ênfase em doenças contagiosas ou transmissíveis.
O assunto em voga está presente nas áreas biológicas de
microbiologia e parasitologia, encontrando-se no tópico
“Principais doenças que afetam a população brasileira” do
programa do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem.
Devido à sua grande importância, traremos questões reflexivas e contextualizadas sobre esse assunto.
O que são doenças contagiosas ou transmissíveis?
Chamam-se doenças contagiosas ou transmissíveis aquelas causadas por agentes capazes de se transferir de um
ser vivo para outro. Esses agentes são os vírus, as bactérias,
os protozoários, os fungos e os vermes.
As moléstias transmissíveis têm enorme importância dados o grande número de pessoas que afetam e as
218
consequências de ordem médica, social e econômica que
acarretam. Constituem, por isso, um sério problema de
saúde pública, exigindo dos governos constante vigilância
e a adoção de medidas eficazes no seu combate.
Infelizmente, a ocorrência dessas enfermidades é tanto maior quanto menores forem os recursos econômicos,
alimentares, habitacionais e educacionais de uma população. Condições de subdesenvolvimento, gerando organismos debilitados pela fome, e moradias de péssimas
condições e sem saneamento básico abrem campo para a
proliferação desses males, que constituem um verdadeiro
flagelo da humanidade.
No Brasil, dadas as disparidades de condições
socioeconômicas verificadas nas várias regiões, as doenças contagiosas apresentam estatísticas desanimadoras.
Podemos afirmar que uma respeitável parte da força de
trabalho do país sofre dessas moléstias, estando os doentes incapacitados para o trabalho. Um dos resultados disso
é uma grave crise social, gerada pelos dispêndios do Estado não só na manutenção dos enfermos como em campanhas de erradicação das doenças. Mesmo assim, nem
todos os doentes chegam a receber a devida assistência,
direito que possuem como cidadãos, dada a precariedade
do sistema médico-hospitalar de nosso país, que se mantém
em permanente crise por falta de recursos e de uma política
de saúde compatível com as nossas reais necessidades.
Taxa específica de mortalidade por doenças infecciosas
segundo as regiões – Brasil, 2000 (por 100 mil habitantes)
Região/
UF
0a4
anos
60 a 69
anos
70 a 79
anos
80 anos
e mais
60 e
mais
Brasil
41,7
58,2
108,6
230,2
95,6
Norte
52,0
49,0
120,5
232,3
92,1
Nordeste
61,0
50,5
90,6
196,6
85,0
Sudeste
29,0
62,2
117,0
248,4
101,7
Sul
27,9
46,0
80,0
195,3
73,4
Centro-Oeste
38,7
103,7
213,9
406,0
167,3
2000
SVS/MS.
Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/capitulo3_sb.pdf>.
Quais são os conceitos mais importantes no estudo
das doenças contagiosas?
Agente infeccioso
É todo organismo, micro ou macroscópico, capaz de provocar infecção. São agentes infecciosos: vírus, bactérias,
fungos, protozoários e vermes.
Infecção e infestação
A infecção representa a invasão do corpo por microparasitos (vírus, bactérias, fungos e protozoários). Note-se
que infecção não quer dizer doença, pois nem sempre se
acompanha de manifestações clínicas.
A infestação representa a invasão do organismo por
macroparasitos (vermes e artrópodes, por exemplo).
Vetor biológico e vetor mecânico
Vetores biológicos são organismos capazes de transmitir
agentes infecciosos. Estes desenvolvem uma fase de seu
ciclo biológico no interior do corpo do vetor. Vários artrópodes se comportam como vetores de agentes infecciosos. Como exemplo, temos o inseto barbeiro, vetor biológico da doença de Chagas.
Quando um ser apenas transporta um agente infeccioso,
sem que este durante o transporte se reproduza, não se
fala em vetor biológico, mas em vetor mecânico, como
exemplo, a barata transportando o vírus da hepatite A.
Hospedeiro e portador
Hospedeiro é o ser em cujo corpo agentes infecciosos necessitam viver temporariamente. Distinguem-se dois tipos
de hospedeiros: o definitivo e o intermediário.
Os hospedeiros são ditos definitivos quando neles o
parasito se reproduz sexuadamente. O homem é considerado o hospedeiro definitivo de muitos parasitos, como
lombriga, tênia etc. São considerados intermediários quando neles o parasito ou não se reproduz ou o faz assexuadamente. O homem, por exemplo, é hospedeiro intermediário do Plasmodium sp., protozoário causador da malária.
Dá-se o nome de portador ao homem ou animal que
abriga um agente infeccioso, sem, contudo, evidenciar
manifestações clínicas da moléstia provocada por ele, mas
sendo capaz de transmiti-lo a outrem.
Períodos de incubação e transmissibilidade
O período de transmissão representa o tempo decorrido
entre a penetração do agente infeccioso no organismo e o
aparecimento dos primeiros sintomas de doença.
O período de trasmissibilidade representa o intervalo
de tempo durante o qual o agente infeccioso pode ser
transmitido de um ser para outro.
Endemias, epidemias e pandemias
Uma doença tem um número esperado de casos dentro
de um determinado período de tempo. Quando o número
verificado de casos corresponde estatisticamente ao número esperado, fala-se em endemia. Se o número observado de casos dentro de certo período de tempo for estatisticamente maior que o esperado, fala-se em epidemia.
São muitas as doenças endêmicas no Brasil, podendo-se
citar como exemplos a doença de Chagas, a malária, a hepatite viral, a esquistossomose e a tuberculose.
Como exemplos de doenças que costumam apresentar epidemias, encontram-se a meningite meningocócica,
a dengue e o sarampo.
É útil lembrar que uma doença endêmica pode se tornar epidêmica, bastando para isso que haja um aumento
do número de casos além do limite esperado.
As pandemias são doenças contagiosas de caráter superalarmante que se alastram rapidamente por todo um
país, por todo um continente ou, até mesmo, por todo
o mundo. A história registra fatos dramáticos ocorridos
com a propagação mundial da gripe espanhola, em 1918,
quando morreram milhões de pessoas em todos os continentes, não havendo nem condição de sepultamento dos
cadáveres. Também famoso ficou o surto da peste negra,
denominação que celebrizou uma propagação pandêmica de peste bubônica na Ásia e na Europa, em meados do
século XIV, e que, desastradamente, dizimou cerca de 1/3
de toda a população europeia. Mais recentes e menos calamitosos foram os surtos pandêmicos de variantes mais
agressivas de gripe verificados dentro destes últimos 30
anos, quando a Medicina já contava com recursos terapêuticos mais adiantados, notadamente dos antivirais, específicos para combaterem vírus, e dos antibióticos, que
combatem bactérias e que, apesar de não atuarem sobre
os vírus, pelo menos destroem as bactérias que se aproveitam do enfraquecimento orgânico provocado pelas
infecções viróticas.
Universidade Aberta do Nordeste
219
A seguir, procuraremos mostrar as principais doenças
que ocorrem em nosso meio e cujo conhecimento deve
ser necessário e compulsório para a formação global
dos nossos educandos, quaisquer que sejam os rumos
profissionais que venham a tomar. Só assim, estaremos
preparando o caminho para o desenvolvimento de uma
nova geração, mais capaz de compreender os meios de
se alcançar uma sociedade mais sadia e construtiva.
Quais são as principais doenças contagiosas que
acometem a população brasileira?
Viroses: catapora, herpes simples labial e genital, rubéola,
sarampo, varíola, poliomielite, raiva, dengue, febre amarela, mononucleose, gripe, resfriado comum, caxumba, hepatite, condiloma acuminado e Aids.
Bacterioses: acne, erisipela, impetigo, botulismo, lepra,
meningite, tétano, brucelose, febre maculosa, gangrena
gasosa, peste bubônica, tifo, antraz, coqueluche, difteria,
pneumonia, tuberculose, cárie, cólera, febre tifoide, salmonelose, cancro mole, leptospirose, gonorreia e sífilis.
Protozooses: amebíase, giardíase, balantidiose, doença
de Chagas, doença do sono, leishmaniose visceral, leishmaniose tegumentar, tricomoníase, malária e toxoplasmose.
Micoses: tiníase, candidíase, blastomicose, histoplasmose,
paracoccidioimicose, criptococose e aspergilose.
Verminoses: teníase, cisticercose, hidatose, esquistossomose, ascaridíase, amarelão, oxiurose, estrongiloidíase, filariose, dracunculose e bicho geográfico.
insetos hematófagos (barbeiros). Das medidas propostas no
texto, as mais efetivas na prevenção dessa doença são:
a) 1 e 2
b) 3 e 5
c) 4 e 6
d) 1 e 3
e) 2 e 7
Solução Comentada: Vamos agora analisar cada proposta,
verificando qual(is) a(s) mais adequada(s) para prevenir a doença
de Chagas:
Proposta 1 – Não há vacinas eficazes contra tal doença, pois
muitas ainda se encontram em fase experimental. Para a
esquistossomose, há vacinas experimentais, e, para a ascaridíase,
encontram-se ainda em estudo.
Proposta 2 – Seria mais aplicada para a prevenção da ascaridíase.
Proposta 3 – Seria mais aplicada para a prevenção de
esquistossomose e ascaridíase.
Proposta 4 – Seria eficaz contra tal doença, pois o barbeiro
se esconde em buracos de paredes de casas de barro batido,
e barreiras físicas, como telas e mosquiteiros, reduziriam a
possibilidade de seu contato com humanos.
Proposta 5 – Seria mais aplicada para a prevenção da
esquistossomose.
Proposta 6 – O uso de inseticidas seria eficaz contra tal doença,
pois reduziria a população de barbeiros.
Proposta 7 – Não é uma medida inteligente, pois alteraria o
ecossistema local, através de desequilíbrios de cadeias alimentares,
por consequência da eliminação de espécies da lagoa.
Resposta correta: c
Para Fixar
|C4-H15; C5-H17; C8-H29|
Leia o texto abaixo para analisar as afirmativas.
“Moradores de uma determinada cidade reivindicam, perante a câmara de vereadores, um projeto sanitário para a cidade,
visto que ela carece de uma rede de esgotos e de informações,
por parte das autoridades de saúde, a respeito da transmissão de
doenças infectocontagiosas. A preocupação envolve o aumento
da incidência de três doenças: doença de Chagas, esquistossomose e ascaridíase (lombriga).
Na tentativa de prevenir novos casos, foram apresentadas
várias propostas:
Proposta 1: Promover uma campanha de vacinação.
Proposta 2: Promover uma campanha de educação da população com relação a noções básicas de higiene, incluindo fervura
de água.
Proposta 3: Construir rede de saneamento básico.
Proposta 4: Melhorar as condições de edificação das moradias e
estimular o uso de telas nas portas e janelas e mosquiteiros de filó.
Proposta 5: Realizar campanha de esclarecimento sobre os perigos de banhos nas lagoas.
Proposta 6: Aconselhar o uso controlado de inseticidas.
Proposta 7: Drenar e aterrar as lagoas do município.“
Você sabe que a doença de Chagas é causada por um protozoário (Trypanosoma cruzi) transmitido por meio da picada de
TOTAL DE PARASITOS ENCONTRADOS NO SEGUNDO CICLO
Parasito
Frequência
parasitados
Giardia lamblia
74,6%
162
Ascaris lumbricoides
22,6%
49
Entamoeba coli
9,2%
20
Enterobius vermicularis
3,2%
7
Hymenolepis nana
1,8%
4
Trichuris trichiura
1,8%
4
Strongyloides stercoralis
1,4%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
3
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Frequência
Indivíduos parasitados
G
ia
ca rdia
ris
la
m
l
b
En E um
te nt bri lia
ro am co
bi
u oe ide
Hy s ve ba s
m rm co
e
i li
St Tr nole cula
ro ic
p
h
ng u is ris
ylo ris na
id tri na
es ch
st iur
er
co a
ra
lis
|C5-H19; C8-H29, H30|
05.A tabela a seguir se refere à incidência de parasitoses intestinais em crianças, nas sete creches municipais de Uruguaiana,
RS, Brasil. A pesquisa foi realizada em dois ciclos: o primeiro,
de maio a setembro de 2002, e o segundo, de maio a novembro de 2003. Em ambos os períodos, foi coletada uma
amostra de cada criança.
As
Questão Comentada
Disponível em: <http://www.sbac.org.br/pt/pdfs/rbac/rbac_38_01/rbac3801_10.pdf>.
220
A respeito dos parasitos da tabela, podemos afirmar que:
a) a Giardia lamblia é um fungo responsável por causar no hospedeiro dor abdominal, irritabilidade, emagrecimento, náuseas,
azia, carência de vitaminas lipossolúveis e diarreia gordurosa.
b) o Ascaris lumbricoides é um verme platelminto responsável
por causar alterações pulmonares no hospedeiro durante
o seu ciclo de vida.
c) Hymenolepis nana é um verme platelminto cestoideo que
parasita, em certas ocasiões, carunchos de cereais infectados, que, quando ingeridos acidentalmente por humanos
e roedores, resultam na transmissão do agente.
d) a enterobiose ou oxiurose é o nome da infestação por
oxiúros (Enterobius vermicularis), que são vermes nematódeos com mais de 30 mm de comprimento, responsáveis
por causar sempre intensa anemia em seus hospedeiros.
e) o Strongyloides stercoralis é um nematódeo parasito completamente dependente de um hospedeiro para permanecer
vivo, não podendo ser encontrado na forma livre no solo.
|C5-H17, H19; C8-H29, H30|
06.Leia o texto.
ITALIANOS DESENVOLVEM VACINA QUE DESARMA
300 TIPOS DE MENINGITE
Pesquisadores italianos da Universidade de Florença e da
Novartis estão perto de desenvolver uma vacina contra a meningite que protege contra mais de 300 cepas do meningococo B,
bactéria que é a principal e mais perigosa causadora da doença.
A meningite – inflamação das membranas que revestem
o cérebro e a medula espinhal – pode ser causada por vários
agentes, entre vírus e bactérias. Para alguns deles, já existe
vacina, mas não para o meningococo B.
A imunização de ampla proteção tem sido um desafio
para os cientistas, devido às muitas variedades da bactéria
em circulação.
A pesquisa, publicada na Science Translational Medicine,
testou 54 imunógenos – substâncias externas que desencadeiam uma resposta imune do organismo.
Após testes em camundongos, os oito com melhor desempenho com diferentes cepas foram selecionados.
O mais eficiente, batizado de G1, foi capaz de gerar imunidade contra mais de 300 cepas da bactéria, um resultado
considerado muito expressivo pelos cientistas.
Segundo eles, esse imunógeno poderá ser usado para, em
breve, criar uma vacina de amplo espectro contra a doença.
A mesma ”engenharia“ também serviria para desenvolver
imunizações para outras doenças, como a Aids.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/943402-italianosdesenvolvem-vacina-que-desarma-300-tipos-de-meningite.shtml>.
a)
b)
c)
d)
e)
Sobre o tema descrito no texto, analise os itens e assinale
o correto.
A doença meningocócica citada no texto é uma infecção
aguda, rapidamente fatal, causada pelos Enteroviridae, incluindo os vírus Echo, Coxsackie, poliovírus e enterovírus.
As manifestações iniciais da meningite são febre alta, prostração, dor de cabeça, vômitos, aparecimento na pele de
pequenas manchas violáceas, dor e rigidez de nuca.
A vacina contra a meningite B também é eficaz contra os
outros sorotipos de bactérias causadoras da doença.
A grande vantagem das vacinas modernas é a ausência
completa de manifestações clínicas indesejadas.
As meningites bacterianas são mais comuns do que as
virais, e os casos de etiologia não identificada são muito
poucos frente ao total de casos.
Fique de Olho
DENGUE
A dengue é a enfermidade causada pelo vírus da dengue, um arbovírus da família Flaviviridae, gênero Flavivírus, que inclui quatro
tipos imunológicos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção
por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e
imunidade parcial e temporária contra os outros três.
A transmissão se faz pela picada da fêmea contaminada do
mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus, pois o macho se
alimenta apenas de seiva de plantas. No Brasil, ocorre, na maioria das vezes, por Aedes aegypti. Após um repasto de sangue
infectado, o mosquito está apto a transmitir o vírus, depois de
8 a 12 dias de incubação. A transmissão mecânica também é
possível, quando o repasto é interrompido e o mosquito, imediatamente, se alimenta num hospedeiro suscetível próximo.
Um único mosquito desses, em toda a sua vida (45 dias, em
média), pode contaminar até 300 pessoas.
Não há transmissão por contato direto de um doente ou de
suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água
ou alimento.
Quando uma pessoa é infectada por um dos 4 sorotipos
virais, torna-se imune a todos os tipos de vírus durante alguns
meses e, posteriormente, mantém-se imune, pelo resto da vida,
ao tipo pelo qual foi infectado. Se voltar a ter dengue, dessa vez
um dos outros 3 tipos do vírus, há uma probabilidade maior
que a doença seja mais grave que a anterior, mas não é obrigatório que aconteça.
A classificação 1, 2, 3 ou 4 não tem qualquer relação com a
gravidade da doença, diz respeito à ordem da descoberta dos
vírus. Cerca de 90% dos casos de dengue hemorrágica ocorrem
em pessoas anteriormente infectadas por um dos quatro tipos
de vírus.
Os sintomas iniciais são inespecíficos, como febre alta (normalmente entre 38° e 40 °C) de início abrupto, mal-estar, anorexia (pouco apetite), cefaleias, dores musculares e nos olhos.
No caso da hemorrágica, após a febre baixar, pode provocar
gengivorragias e epistáxis (sangramento do nariz), hemorragias
internas e coagulação intravascular disseminada, com danos
e enfartes em vários órgãos, que são potencialmente mortais.
Ocorre frequentemente também hepatite e, por vezes, choque
mortal devido às hemorragias abundantes para cavidades internas do corpo. Há ainda petéquias (manchas vermelhas na
pele) e dores agudas das costas (origem do nome, doença
“quebra-ossos”).
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Dengue>.
Universidade Aberta do Nordeste
221
Norte
Exercitando para o Enem
|C6-H20, H21|
01.Em algumas moléculas encontradas na natureza, há uma
assimetria na distribuição de cargas positivas e negativas,
como representado, esquematicamente, nesta figura.
+
-
Considere que uma molécula desse tipo é colocada em
uma região onde existe um campo elétrico E e um campo
magnético B, uniformes, constantes e mutuamente perpendiculares. Nas alternativas abaixo, estão indicados as
direções e os sentidos desses campos. Assinale a alternativa em que está representada corretamente a orientação de
equilíbrio dessa molécula na presença dos dois campos.
a)
b)
-
r
B
+
-
r
B
Nessa experiência, ficou evidenciado que:
a) o campo magnético da Terra tem seus polos invertidos em
relação à Geografia.
b) todo ímã, de qualquer formato, possui sempre dois polos.
c) o módulo do campo magnético da Terra é pequeno em
relação ao campo dos ímãs comuns.
d) existe uma relação entre eletricidade e magnetismo.
e) não existe relação entre a eletricidade e o magnetismo.
|C7-H24|
+
04.Leia atentamente o texto.
r
E
c)
9V
Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/
imagem/0000000080/0000001195.jpg>.
r
E
d)
+
+
r
B
r
B
-
r
E
r
E
e) A molécula não fica em equilíbirio.
|C2-H5|
02.Em um laboratório onde se dispõe de baterias e lâmpadas, experiências são montadas por um aluno. Ele conecta
lâmpadas idênticas a uma bateria de três maneiras diferentes, como representado nestas figuras.
Bateria
Q
a)
b)
c)
d)
e)
R
S
Considere que, nas três situações, a diferença de potencial
entre os terminais da bateria é a mesma e os fios de ligação
têm resistência nula. Sejam PQ , PR e PS os brilhos correspondentes, respectivamente, às lâmpadas Q, R e S. Com base
nessas informações, é correto afirmar que:
PQ > PR e PR = PS
PQ = PR e PR > PS
PQ > PR e PR > PS
PQ < PR e PR = PS
PQ = PR e PR = PS
|C6-H20|
03.Foi no início do século XIX (em 1820) que o físico dinamarquês Hans Christian Oersted (1777-1851) descobriu, através de um experimento, Experiência de Oersted, que um
fio retilíneo conduzindo corrente elétrica gera ao seu redor
um algo que produz inclinação na agulha da bússola.
222
a)
b)
c)
d)
e)
A chuva ácida, ou com mais propriedade deposição ácida, é a designação dada à chuva, ou qualquer outra forma de
precipitação atmosférica, cuja acidez seja substancialmente
maior do que a resultante da dissociação do dióxido de carbono (CO2) atmosférico dissolvido na água precipitada.
A queima de combustíveis fósseis e os poluentes industriais lançam dióxido de enxofre e de nitrogênio na atmosfera. Esses gases combinam-se com o hidrogênio presente
na atmosfera sob a forma de vapor de água. O resultado são
as chuvas ácidas. As águas da chuva, assim como a geada,
neve e neblina, ficam carregadas de ácido sulfúrico ou ácido
nítrico. Ao caírem na superfície, alteram a composição química do solo e das águas, atingem as cadeias alimentares,
destroem florestas e lavouras, atacam estruturas metálicas,
monumentos e edificações.
Sobre as substâncias e os processos químicos citados no
texto, é correto afirmar:
A reação de dissolução química do dióxido de carbono com
a água, responsável pela acidez natural, é representada pela
equação CO2 + H2O → H2CO3. O ácido formado é forte e
estável.
Os óxidos de enxofre e nitrogênio são os principais responsáveis pela acidificação da água das chuvas. Os ácidos sulfúrico
(H2SO4) e nítrico (HNO3) são produzidos nessa dissolução seguida de reação.
Um solo acidificado por chuva ácida pode ter o seu pH corrigido pela adição de CO2 atmosférico. Esso processo é denominado calagem do solo.
As estruturas metálicas são oxidadas mais rapidamente em
ambientes alcalinos ou salinos.
Todos os óxidos citados apresentam caráter ácido, mas apenas 1 (um) gera ácido considerado forte.
|C2-H7|
05.Leia o texto a seguir.
SALITRE: MITO OU SABEDORIA POPULAR?
Ouvindo (involuntariamente) duas moças conversando
sobre “almoçar fora”, elas falavam sobre o fato de engordar
demais quando comem fora e colocaram a culpa no salitre.
Não é a primeira vez que ouço pessoas comentando que a
comida de restaurante tem salitre, que, além de engordar,
causa a sensação de “estufamento” no estômago.
Salitre, também conhecido como nitrato de potássio
(KNO3), é usado na fabricação da pólvora e em combustíveis
sólidos de foguetes amadores. Só por essa descrição, ficaria
seriamente preocupado com o fato de essa substância ser
usada em alimentos.
Mas ele, de fato, é usado, principalmente pelas indústrias
de embutidos, buscando evitar a proliferação de uma bactéria causadora do botulismo, que é uma intoxicação alimentar
grave. Em contrapartida, o consumo em grandes quantidades pode causar câncer, anomalias em fetos e, em contato
com a corrente sanguínea, podem transformar a hemoglobina em metaemoglobina, que é incapaz de transportar oxigênio.
Diante disso, deveríamos evitar certos tipos de comidas –
os embutidos –, que sempre foram considerados “veneno” e
procurar as autoridades de saúde pública para saber se isso
tudo não passa de um mito ou é de fato sabedoria popular.
Fonte: Cotidiano Nacional, por Alexandre Carvalho.
a)
b)
c)
d)
e)
Sobre o texto e os conhecimentos de funções inorgânicas, é
possível inferir:
O salitre é um ácido utilizado como conservante de alimentos.
O salitre é o principal responsável pelo botulismo. Por esse
motivo, deve ser evitado o seu consumo.
O fato de o salitre ser usado na fabricação da pólvora já é
motivo suficiente para não ser acrescentado nos alimentos.
O salitre é um sal proveniente da neutralização de uma base
forte com um ácido forte.
Os embutidos que contêm salitre devem ser evitados porque
ele é um veneno, ou seja, uma substância que acelera a velocidade das reações.
|C5-H17, H19; C8-H30|
07.
CEARÁ VACINOU MAIS DE 95% DAS CRIANÇAS CONTRA
PARALISIA INFANTIL
O Estado do Ceará já vacinou 95,71% da população infantil com
menos de cinco anos, contra paralisia infantil. Mais de 656 mil
crianças participaram da primeira etapa da campanha de vacinação contra a paralisia infantil, que ainda vai até sexta-feira, 15.
O resultado foi alcançado na tarde desta quarta-feira, 13, segundo a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (SESA).
A SESA se prepara para a segunda etapa da campanha nacional de vacinação, marcada para o dia 15 de agosto. Segundo
a pasta, estão sendo mobilizadas coordenadorias regionais de
saúde e secretarias de saúde dos 184 municípios cearenses com
a finalidade de atingir, de novo, a meta de cobertura.
Prevenção
Os pais devem levar as crianças com menos de cinco anos novamente aos postos de saúde. A partir do dia 15 de agosto, tomarão
a segunda dose da vacina contra a pólio.
Com a segunda dose, os gestores da saúde pública querem
impedir a reintrodução do vírus selvagem da poliomielite, banida
do Estado desde 1999, ano do último caso da doença registrado
no Ceará.
Disponível em: <http://www.opovo.com.br/app/fortaleza/2011/07/13/
noticiafortaleza,2266878/ceara-vacinou-mais-de-95-das-criancas-contra-paralisiainfantil.shtml>.
a)
b)
|C5-H17|
06.Os indicadores ácido-base são ácidos ou bases orgânicas
fracas de massa molecular elevada, que mudam de cor
dentro de uma faixa de pH, chamada de faixa de viragem.
Na realidade, o que ocorre é uma diferença de cor entre
a forma não ionizada e a ionizada do indicador. Abaixo,
temos uma tabela que exemplifica o comportamento de 3
indicadores frente algumas substâncias conhecidas:
Solução
Tornassol
azul
Tornassol
vermelho
Fenolftaleína
(incolor)
I
HNO3
vermelho
vermelho
incolor
II
Mg(OH)2
azul
azul
vermelho
III
Sabão
azul
azul
vermelho
IV
Detergente
azul
vermelho
incolor
V
Refrigerante
vermelho
vermelho
incolor
Em função desses dados, é possível concluir:
a) Em meio ácido, a fenolftaleína é vermelha, e, em meio básico,
incolor.
b) O sabão apresenta caráter ácido.
c) O refrigerante apresenta caráter ácido.
d) O tornassol azul fica vermelho em meio alcalino.
e) O detergente apresenta caráter ácido.
c)
d)
e)
Sobre a poliomielite, doença infecciosa descrita no texto,
marque o item correto.
A poliomielite representa uma doença causada por um retrovírus, sendo transmitido principalmente através de transfusões sanguíneas.
A doença em questão tem como agente causador o vírus
Epstein-Barr, que ataca parte do sistema nervoso que controla os músculos estriados esqueléticos, o que leva a um quadro clínico de paralisia flácida.
O agente viral causador da doença leva a uma encefalite crônica, promovendo uma destruição, principalmente, de neurônios sensitivos.
Nos casos mais graves dessa doença, nos quais os músculos
respiratórios são afetados, os pacientes deverão ser submetidos a tratamentos com pulmões mecânicos.
Não há ainda uma vacina com alta eficácia para a poliomielite, sendo o isolamento de doentes a principal forma de prevenção.
|C4-H15; C5-H17; C8-H29|
08.”O vírus HIV, causador da Aids, é transmitido de pessoa a
pessoa através de relações sexuais, por exposição direta a
sangue contaminado ou da mãe para o filho, durante a vida
intrauterina ou através da amamentação. No corpo, o vírus
invade certas células do sistema imunitário – incluindo os linfócitos T auxiliadores, ou CD4 –, multiplica-se dentro delas e
se espalha para outras células [...]“.
John G. Bartlett e Richard D. Moore. Scientific American 279, 64-67, 1998.
Universidade Aberta do Nordeste
223
107
1 200
1 000
a)
b)
c)
d)
e)
106
Quantidade de
células CD4
800
105
600
MORTE
400
0
104
103
Quantidade
de vírus
200
0 6 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Semanas
Fase
sintomática
Aids
Anos
102
O gráfico indica as quantidades de células CD4 (linha
cheia, com escala à esquerda) e de vírus (linha interrompida, com escala à direita) no sangue de um paciente que
não recebeu tratamento algum no curso de uma infecção
pelo HIV. Esse gráfico mostra que:
a partir do momento da infecção, a quantidade de vírus
aumentou continuamente até a morte do paciente.
no início da infecção, o sistema imunitário foi estimulado,
o que provocou aumento na quantidade de células CD4.
a quantidade de vírus aumentou sempre que ocorreu aumento de células CD4, onde eles se reproduzem.
os sintomas típicos da doença apareceram quando a
quantidade de células CD4 caiu abaixo de 200 por mL de
sangue.
não existiu relação entre a quantidade de vírus e a quantidade de células CD4 no sangue do paciente infectado
pelo HIV.
a)
b)
c)
d)
e)
|C4-H15; C5-H17; C8-H29, H30|
10.A tuberculose é uma doença que pode ser controlada.
Observe este gráfico, em que está representada a incidência de tuberculose no Brasil.
0
a)
b)
c)
|C4-H15; C5-H17, H19; C8-H29, H30|
09.Observe o esquema, que apresenta a distância entre a cisterna e a fossa, recomendada pela Organização Mundial
de Saúde.
Qual das alternativas apresenta uma doença que pode ser
evitada através da adoção dessa medida?
Amebíase.
Botulismo.
Tuberculose.
Filariose.
Febre amarela.
Incidência de tuberculose
por 100 000 habitantes
Número de células CD4 por
mililitro (mL) de sangue
Fase
crônica
Quantidade de HIV por mililitro (mL)
de sangue
Fase
aguda
d)
e)
50
60
70
80
90
2 000
Considerando-se as informações desse gráfico, qual fator
explica a curva que caracteriza as décadas de 80 e 90?
Alto custo do diagnóstico e uso de antibióticos ineficientes.
Diminuição da desnutrição e da pobreza em determinadas áreas do país.
Processo de urbanização organizada como consequência
da política social.
A ocorrência de Aids, tornando os pacientes mais suscetíveis ao bacilo.
Redução de movimentos migratórios da população humana e consequente concentração do bacilo numa região
específica.
Para Fixar
01
02
03
04
05
06
d
b
e
c
c
b
Exercitando para o Enem
15 m ou mais
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
b
b
d
b
d
c
d
d
a
d
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o Enem no www.fdr.com.br/enem2011
Expediente
ISBN 978-85-7529-512-0
Presidente: Luciana Dummar
Coordenação da Universidade Aberta do Nordeste: Sérgio Falcão
Coordenação do Curso: Fernanda Denardin e Marcelo Pena
Coordenação Editorial: Sara Rebeca Aguiar
Coordenação Acadêmico-Administrativa: Ana Paula Costa Salmin
Coordenação de Design Gráfico: Deglaucy Jorge Teixeira
Apoio
Parceria
Projeto Gráfico: Dhara Sena e Suzana Paz
Capa: Suzana Paz
Editoração Eletrônica: Joel Rodrigues
Ilustrações: Aldenir Barbosa, Caio Menescal e João Lima
Revisão: Ana Rute Fonteles e Sara Rebeca Aguiar
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