1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL José Juvintino Neto ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA E O CONVENCIONAL: AVALIAÇÃO DE PÓS-OCUPAÇÃO NOS CONDOMÍNIOS MANSÃO JOSÉ DA COSTA FALCÃO E RESIDENCIAL SAINT GERMAIN Feira de Santana, Ba 2010 2 José Juvintino Neto ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA E O CONVENCIONAL: AVALIAÇÃO DE PÓS-OCUPAÇÃO NOS CONDOMÍNIOS MANSÃO JOSÉ DA COSTA FALCÃO E RESIDENCIAL SAINT GERMAIN Monografia apresentada à disciplina TEC 174 PROJETO FINAL II, como parte dos requisitos necessários para obtenção de seus créditos Orientadora: Prof. (a) Mestre. Eufrosina de Azevêdo Cerqueira Feira de Santana, Ba 2010 3 José Juvintino Neto ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA E O CONVENCIONAL: AVALIAÇÃO DE PÓS-OCUPAÇÃO NOS CONDOMÍNIOS MANSÃO JOSÉ DA COSTA FALCÃO E RESIDENCIAL SAINT GERMAIN Monografia apresentada à disciplina TEC 174 PROJETO FINAL II, como parte dos requisitos necessários para obtenção de seus créditos Feira de Santana, 13 de dezembro de 2010 ____________________________________________________________ Orientador: Prof. (a) Mestre Eufrosina de Azevêdo Cerqueira Universidade Estadual de Feira de Santana ____________________________________________________________ Co-orientador: Eng. Alexandro Costa Andrade ____________________________________________________________ Avaliador: Prof. (a). Mestre. Elvio Antonino Guimarães Universidade Estadual de Feira de Santana 4 Dedico este trabalho Aos meus pais, por todo o amor, carinho, atenção e apoio que me deram ao longo desses anos e por serem meu exemplo de vida me ensinando o caminho do bem A minha irmã por todo amor A minha noiva que compartilhou todos os momentos bons e complicados que passei durante toda essa jornada, me apoiando, dando carinho e amor e sendo compreenssiva nos momentos que tive que me dedicar ao trabalho. 5 AGRADECIMENTOS Ao meu Deus, que é tudo em minha vida, que guia meu caminho, me dá forças e me protege a todo instante. À minha orientadora Msc. Eufrosina de Azevedo Cerqueira, pela compreensão durante todo o desenvolvimento do trabalho, credibilidade depositada em mim, pelo respeito ao longo da concretização desse trabalho e pelo apoio e amizade no momento mais difícil dessa jornada. Agradeço aos meus pais e a minha irmã por tudo que fizeram por mim, pois sem eles eu não teria conseguido chegar até aqui. Agradeço a Karoline Marques, minha noiva que me deu toda atenção, carinho, amor e me apoiou nos momentos mais difíceis desta jornada. Agradeço aos meus irmãos dados pela vida, Marcus Lessandro (Marrentinho), Cláudio Pires (Barba), Ronaldo Lacerda (Cabelo) e Glauber Leite. Agradeço a todos meus verdadeiros amigos que fiz durante toda essa jornada, em especial à Joabe, Deivid, Rodolfo, Jerônimo, Stella, Jéssica, Alan, Franclin e Rafael Leal, vocês foram fundamentais para eu chegar até aqui. Ao grupo de estudo ―Balança mais não Cai‖ composto por Jelzinha, Cabeça (Eu), Cabelo, Barba, Chicó, Estaca Franki, Tiago (SMT), + anexos, valeu apena todos os momentos que passamos juntos. Agradeço aos engenheiros Joziney Lima e Alexandro Andrade por toda confiança depositada, pelas oportunidades profissionais que me concederam, por toda a paciência e por todo os ensinamentos que me passaram e principalmente por toda nossa amizade. 6 RESUMO O presente trabalho tem como tema a Análise Comparativa entre o Sistema de Aquecimento Solar de água e o sistema convencional em Prédios Residenciais. O objetivo desse trabalho é analisar a utilização do aquecimento solar de água no Condomínio Mansão José da Costa Falcão, através da avaliação de pós-ocupação quando comparado com o sistema de aquecimento de água convencional do Residencial Saint Germain. A metodologia utilizada foi revisão bibliográfica, estudo de caso nos dois empreendimentos, com análise da implantação dos sistemas de aquecimento de água, desde o projeto até a parte de instalação, uma pesquisa com os moradores dos condomínios para saber o grau de aceitação através da aplicação de questionários e os problemas enfrentados pelos mesmos, uma entrevista com engenheiros projetista e residente e um levantamento fotográfico do local onde foi instalado o sistema de aquecimento solar de água. O objetivo principal deste trabalho foi alcançado através da análise das respostas dadas pelos moradores dos dois condomínios e por dois engenheiros, com o uso da aplicação de questionários e entrevistas e com uma análise do projeto e da implantação dos dois sistemas de aquecimento em seus respectivos prédios. Palavras-chave: Aquecimento solar de água, sustentabilidade, aquecimento convencional de água, conforto térmico 7 ABSTRACT The present work has as its theme the comparative analysis between the Solar Heating System and conventional water in residential buildings. The aim of this study is to analyze the use of solar water heating in the Mansion Condominium Jose da Costa Falcão, through the evaluation of post-occupancy when compared with a conventional water heating Residencial Saint Germain. The methodology used was a literature review, case study on two projects, with analysis of the implementation of systems for water heating, from design to installation part, a survey of residents of the condos to know the degree of acceptance by applying questionnaires and the problems faced by them, an interview with engineers and resident designer and a photographic survey of where the system was installed solar water heating. The main objective of this study was achieved by analyzing the responses given by residents of both condominiums and two engineers, with the use of questionnaires and interviews and an analysis of design and deployment of two heating systems in their buildings. KEY WORDS: Solar water heating, sustainability, conventional water heating, thermal comfort 8 LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 – Selo Procel ........................................................................................ 26 Figura 2.2 - Esquema de Banheira e caldeira com efeito termo-sifão.................32 Figura 2.3 - Esquema de Chuveiro Elétrico Blindado .......................................... 34 Figura 2.4 - Chuveiro Fabricado em 1927 ............................................................ 35 Figura 2.5 - Chuveiro Fabricado em 1940 ............................................................ 36 Figura 2.6- Primeiro chuveiro automático fabricado pela Lorenzetti .................. 36 Figura 2.7- Fluxograma da aplicações da energia solar ....................................... 38 Figura 2.8- Sistema térmico de geração solar de energia elétrica ........................ 38 Figura 2.9- Componentes básicos do sistema de aquecimento solar de água ...... 42 Figura 2.10- Esquema básico do coletor solar plano ............................................ 44 Figura 2.11- Reservatório Térmico ....................................................................... 46 Figura 2.12- Representação das estações do ano e do movimento da Terra em torno do Sol ......................................................................................................................... 48 Figura 2.13- Radiação solar global diária ............................................................. 49 Figura 2.14- Radiação solar global diária média anualm ...................................... 50 Figura 3.1- Condomínio Mansão José da Costa Falcão ........................................ 53 Figura 3.2- Layout canteiro de obras .................................................................... 55 Figura 3.3- Planta baixa Pav tipo Condomínio Mansão José da Costa Falcão ..... 57 Figura 3.4- Planta Cobertura / coletores .............................................................. 58 Figura 3.5- Corte AA com detalhe dos coletores .................................................. 59 Figura 3.6- Disposição dos reservatórios térmicos ............................................... 59 Figura 3.7- Detalhe do sistema complementar de aquecimento ........................... 60 Figura 3.8- Residencial Saint Germain ................................................................. 61 Figura 3.9- Playground Saint Germain ................................................................. 62 Figura 3.10- Apartamento tipo Residencial Saint Germain .................................. 62 Figura 4.1- Verificaçãoda disposiçãodos coletores ............................................... 75 Figura 4.2- Re-locação de coletores próximo ao acesso ....................................... 75 Figura 4.3- Disposição dos reservatórios térmicos ............................................... 76 Figura 4.4- Respiro ascendente ............................................................................. 76 Figura 4.5- capacidade dos reservatórios térmicos ............................................... 77 Figura 4.6- Sensor de temperatura ........................................................................ 77 9 Figura 4.7- Saída de alimentação do reservatório térmico principal .................... 78 Figura 4.8- Sistema auxiliar de aquecimento ........................................................ 78 10 LISTA DE TABELAS Tabela 4.1 – Comparativo entre unidades entrevistadas ....................................... 65 Tabela 4.2 –Influência na aquisição do imóvel – Lourdes Falcão ........................ 66 Tabela 4.3 –Influência na aquisição do imóvel – Saint Germain ......................... 67 Tabela 4.4 – Comparativo dos problemas com o aquecimento de água ............... 69 Tabela 4.5 –Justificativa para manutenção do aquecedor solar ............................ 72 Tabela 4.6 –Justificativa para mudança para o aquecedor solar ........................... 72 11 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 4.1 – Análise comparativa de número de moradores por apartamento .... 65 Gráfico 4.2 – Análise comparativa de respostas da questão 3 a ........................... 67 Gráfico 4.3 – Análise comparativa de respostas da questão 3 b ........................... 68 Gráfico 4.4 – Análise comparativa de respostas da questão 3 c ........................... 68 Gráfico 4.5 – Análise comparativa de respostas da questão 3 d ........................... 69 Gráfico 4.6 – Análise de opinião sobre agilidade da resolução dos problemas .... 70 Gráfico 4.7 – Comparativo de opnião sobre sontas de energia ............................. 70 Gráfico 4.8 – Intenção de mudança para o aquecimento convencional ................ 71 Gráfico 4.9 – Intenção de mudança para o aquecimento solar de água ................ 71 12 LISTA DE ABREVIATURAS DS – Desenvolvimento Sustentável ONU – Organização das Nações Unidas ABESCO - Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia SEPLAG - Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão MME - Ministério de Minas e Energia PROCEL - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial ASHRAE - American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers NBR – Norma Brasileira Regulamentadora ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas CRESESB - Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito CFC – Cloro Flúor Carbono ABRAVA - Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento INMET - Instituto Nacional de Meteorologia LABSOLAR - Laboratório de Energia Solar GLP – Gás Liquefeito do Petróleo RT – Reservatório Térmico 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 14 1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................... 15 1.2 OBJETIVOS ........................................................................................... 16 1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 16 1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................ 16 1.3 METODOLOGIA.................................................................................... 17 1.4 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA .................................................... 17 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................. 19 2.1 SUSTENTABILIDADE ................................................................................ 19 2.2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ....................................................................... 21 2.2.1 Conceitos ..................................................................................................... 21 2.2.2 Medidas de Eficiência Energética .............................................................. 23 2.2.3 Eficiência Energética no Brasil .................................................................... 25 2.3 CONFORTO TÉRMICO ............................................................................... 28 2.4 O AQUECIMENTO DE ÁGUA .................................................................... 31 2.4.1 Chuveiro Elétrico ........................................................................................ 34 2.5 APROVEITAMENTO DA ENERGIA GERADA PELO SOL ..................... 37 2.5.1 Aplicações Térmicas .................................................................................... 40 2.6 FUNCIONAMENTO DE UM AQUECEDOR SOLAR DE ÁGUA ............42 2.6.1 Coletor Solar ................................................................................................ 43 2.6.2 Reservatório Térmico ................................................................................... 45 2.6.3 Sistema Auxiliar de Aquecimento ............................................................... 46 2.7 AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA NO BRASIL .................................... 47 3 ESTUDO DE CASO......................................................................................... 53 3.1 CONDOMINIO MANSÃO JOSÉ DA COSTA FALCÃO ............................ 53 3.1.1 Caracterização do Sistema de Aquecimento de Água................................. 57 3.2 RESIDENCIAL SAINT GERMAIN ............................................................. 60 3.2.1 Caracterização do Sistema de Aquecimento de Água.................................. 63 4 ANALISE E DISCUSSÃO ............................................................................. 64 14 4.1 RESULTADO DOS QUESTIONÁRIOS ....................................................... 64 4.2 RESULTADO DAS ENTREVISTAS ............................................................ 73 4.3 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO ........................................................... 74 5 CONCLUSÕES ................................................................................................ 79 5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 79 5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .......................................... 81 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 82 ANEXOS ................................................................................................... 87 15 1 INTRODUÇÃO De acordo com a revista Construção e Mercado (2008), o mercado da construção civil no Brasil está passando por um dos melhores momentos de toda a história e, em consequência dessa boa fase e do crescimento da concorrência, as inovações tecnológicas, os métodos alternativos de construção e de uso de materiais e a utilização de diferentes fontes de energia vão ficando cada vez em evidência. O aquecimento solar de água é um exemplo, pois esse sistema não é novidade no Brasil. Os produtos para aquecimento solar são comercializados há um bom tempo, porém só ganhou força e destaque nos últimos anos, devido à necessidade de uma fonte alternativa de energia e do fortalecimento da construção civil. O principal mercado para o aquecimento solar tem sido o de residências unifamiliares, com a venda direta para os consumidores finais, porém uma série de projetos de leis municipais e estaduais, aprovadas ou em tramitação no País, que obrigam construtores a instalar sistemas nos novos edifícios residenciais, prometem mudar essa realidade. A energia solar ainda não tem seu uso muito difundido, pois em várias partes do mundo, como em países do terceiro mundo e atrasados tecnologicamente o uso da energia solar é quase que desconhecido. Segundo Rostand (2001), além da concorrência do petróleo, os maiores empecilhos para seu emprego passam por: investimento inicial elevado, produção dependente das condições climáticas e necessidade de apoio de outra fonte de energia em situações de baixa produção. O interesse pelo uso da energia solar como um todo varia sempre com situações de ordem econômica e contextos da produção energética, se sobressaindo em momentos de crises. Mas, algumas aplicações, entretanto, tem se mantido mesmo em tempos de estabilidade e a radiação solar direta, pode ser aproveitada de diversas formas ainda que a aplicação final seja a mesma. Pode-se dividir o aproveitamento da energia solar conforme sua aplicação: Aplicações térmicas em geral Obtenção de força motriz diversa Obtenção de eletricidade Obtenção de energia química Dentre esses processos de aproveitamento da energia solar, os mais usados atualmente são o aquecimento de água e a fotovoltaica de geração de energia elétrica. No 16 Brasil, o primeiro é mais encontrado nas regiões Sul e Sudeste, por ser uma região de temperaturas médias mais baixas e que as pessoas necessitam bastante do uso de água quente e o segundo, nas regiões Norte e Nordeste, em comunidades sem fornecimento de energia elétrica, sendo necessário o aproveitamento da energia solar para se transformar em energia elétrica. Contudo, por apresentar um clima propicio onde a radiação solar é forte, as regiões Norte e Nordeste também utilizam a energia solar para aquecimento de água. No que diz respeito às vantagens do aquecimento solar de água o ―carro chefe‖ é o custo de aquecimento zero, em regiões de sol constante e a vantagem indireta é a preservação do meio-ambiente. Entre as desvantagens estão o custo do aparelho e o fato de que em regiões pouco ensolaradas ou em dias nublados o sistema auxiliar de aquecimento, precisa ser utilizado. O sistema de aquecimento solar de água vem sendo considerado importante fator de auxílio às políticas de preservação do meio-ambiente e de economia. Como exemplo cito o projeto de nova lei municipal em São Paulo que torna o aquecimento solar de água obrigatório em prédios residenciais multifamiliares e nos edifícios comerciais que abrigam atividades de comércio, serviços públicos, privados e edificações industriais. Na cidade de Feira de Santana, no estado da Bahia, o sistema de aquecimento solar de água já está implantado em um dos maiores empreendimentos da cidade que é o condomínio Mansão José da Costa Falcão, construído recentemente em uma parceria entre a construtora R. Carvalho e a incorporadora Mirante empreendimentos. O condomínio é formado por duas torres, cada uma com um total de 22 pavimentos sendo que cada torre tem o seu sistema de aquecimento independente. O outro objeto de estudo é o Residencial Saint Germain, condomínio constituído de um prédio de 18 pavimentos, caracterizado pela construtora como de mesmo porte que o anterior e que utiliza como método de aquecimento de água o chuveiro elétrico. 1.1 JUSTIFICATIVA As formas convencionais de geração de energia estão sendo utilizadas de maneira desordenada, logo temos que gerar energia de forma sustentável de maneira que se garanta a saúde do planeta. Os recursos naturais estão cada vez mais degradados e a crise energética está crescendo, então temos que procurar uma forma alternativa de geração de energia. 17 Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (2010), o aproveitamento da iluminação natural e do calor para aquecimento de ambientes, denominado aquecimento solar passivo, decorre da penetração ou absorção da radiação solar nas edificações, reduzindo-se, com isso, as necessidades de iluminação e aquecimento. Assim, um melhor aproveitamento da radiação solar pode ser feito com o auxílio de técnicas mais sofisticadas de arquitetura e construção. O aquecimento solar da água ganha cada vez mais destaque e sendo mais utilizado no Brasil a ponto de em algumas regiões existir legislação que obrigue a instalação desse sistema de aquecimento. Muitos levantam a hipótese de que a utilização do sistema de aquecimento solar de água é uma forma de se obter sustentabilidade e uma maior eficiência energética, partindo da idéia de que com o aquecimento solar há uma economia de energia quando comparado com o aquecimento elétrico. O intuito de fazer esse trabalho foi para saber qual o nível de satisfação dos usuários do aquecedor solar e do chuveiro elétrico e analisar a parte técnica do sistema de aquecimento solar de água tendo em vista que é uma tecnologia que está sendo usada cada vez mais na atualidade e que não faz parte da ementa do curso de Engenharia Civil. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral O objetivo desse trabalho é analisar a utilização do aquecimento solar de água no Condomínio Mansão José da Costa Falcão, através da avaliação de pós-ocupação quando comparado com o sistema de aquecimento de água convencional do Residencial Saint Germain. 1.2.2 Objetivos Específicos Para que este objetivo seja atingido, é necessário estabelecer algumas metas mais específicas, portanto pretende-se com este trabalho: 18 Analisar os projetos de implantação do sistema de aquecimento solar de água no Edifício Lourdes do Condomínio Mansão José da Costa Falcão; Analisar o processo de execução do sistema de aquecimento solar; Analisar o sistema de aquecimento de água convencional no condomínio Residencial Saint Germain; 1.3 METODOLOGIA Revisão bibliográfica dos temas necessários para a compreensão do estudo. Durante o trabalho foi feito um estudo sobre a implantação dos sistemas de aquecimento nos empreendimentos Entrevista realizada com dois profissionais da área técnica, responsáveis pelo projeto e execução do sistema de aquecimento solar de água. Levantamento fotográfico do local onde está localizado o sistema de aquecimento solar para mostrar o espaço necessário que a implantação de um sistema semelhante a este requer e os detalhes da disposição do sistema. Pesquisa de satisfação com os moradores do edifício Lourdes Falcão para saber a opinião sobre o sistema de aquecimento de água utilizado através da aplicação de questionários. Pesquisa de satisfação com os moradores do Saint Germain para saber a opinião sobre o sistema de aquecimento da água utilizado através da aplicação de questionários. Após essas etapas foi feita a organização e análise dos dados e materiais coletados através de gráficos e tabelas, onde serão apresentados os resultados obtidos, para chegar às conclusões necessárias com base nos objetivos propostos. 1.4 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA O primeiro capítulo apresenta uma introdução sobre o aquecimento solar da água em prédios residenciais, a justificativa do porque da escolha do tema para elaboração do trabalho, 19 o objetivo geral e os objetivos específicos que pretendo alcançar ao final do trabalho, a metodologia a ser utilizada para o desenvolvimento do trabalho e a estrutura da monografia. No capítulo dois, é feita uma revisão bibliográfica sobre o tema abordado, com definições e esclarecimentos sobre sustentabilidade, eficiência energética, conforto térmico, sobre o sistema de aquecimento convencional de água e sobre o sistema de aquecimento solar de água, mostrando e detalhando um aquecedor solar de água e o histórico do referido sistema no Brasil, bem como a situação atual e a perspectiva para a utilização do aquecedor solar de água no país. No capítulo de número três é feito o estudo de caso no Condomínio Mansão José da Costa Falcão e no residencial Saint Germain mostrando todos os detalhes necessários para se chegar as conclusões ao final do trabalho. No capítulo quatro é feita a análise e discussão dos dados. No capítulo cinco são feitas as considerações finais, bem como sugestões para trabalhos futuros. 20 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 SUSTENTABILIDADE A utilização racional dos recursos naturais pelo homem é uma das questões mais importantes a ser discutida nos dias atuais. Entendendo-se que o próprio ser humano é um dos maiores e mais valiosos elementos da natureza e sabendo-se que as áreas urbanizadas são, em todo o mundo, os locais onde se desenvolve o modo de vida da grande maioria dos seres humanos neste século, pode-se dizer que a urbanização do espaço deve ser feita com manejo apropriado dos recursos existentes, de modo a não esgotá-los. O Portal da Sustentabilidade (2010), define sustentabilidade como sendo um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Segundo Nunes (2008), sustentabilidade é a capacidade que um indivíduo, grupo de indivíduos ou empresas e aglomerados produtivos em geral, têm de manterem-se inseridos num determinado ambiente sem, contudo, impactar violentamente esse meio. Logo, pode-se entender como a capacidade de usar os recursos naturais e, de alguma forma, devolvê-los ao planeta através de práticas ou técnicas desenvolvidas para este fim. Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir próeficiência na manutenção indefinida desses ideais (PORTAL DA SUSTENTABILIDADE, 2010). De acordo com Rattner (1999), dentro dos resultados mais perceptíveis das conferências internacionais na ultima década, está a incorporação da sustentabilidade nos debates sobre desenvolvimento. Governos, universidades, agências multilaterais e empresas de consultoria técnica introduziram, em escala e extensão crescentes, considerações e propostas que refletem a preocupação com o "esverdeamento" de projetos de desenvolvimento e a "democratização" dos processos de tomada de decisão. 21 Ainda segundo Rattner (1999), muitas ONGs, adotando um posicionamento crítico em relação à definição oficial de desenvolvimento dos governos e agências internacionais, entendem sustentabilidade como o princípio estruturador de um processo de desenvolvimento centrado nas pessoas e que poderia se tornar o fator mobilizador e motivador nos esforços da sociedade para transformar as instituições sociais, os padrões de comportamento e os valores dominantes. As mudanças climáticas, apagões, racionamento de água e outros impactos que estão ocorrendo no meio ambiente, são sinais de que o planeta não está agüentando as ações incontroláveis do homem em busca de poder e dinheiro. A sociedade deve se conscientizar quanto à Sustentabilidade Ambiental, e para tanto deve-se traçar medidas e projetos com parceria, criar maneiras das pessoas pensarem e perceber os benefícios que o consumo consciente pode causar no seu no seu dia-a-dia. (GUAITOLINI, 2008). Em países do primeiro mundo existe um movimento entre cientistas, pesquisadores, amadores e membros de organizações não governamentais, que constantemente discutem e propõem sugestões que possam trazer a solução definitiva ou, pelo menos, encontrar um ponto de equilíbrio que desacelere a destruição dos recursos da natureza que experimentamos nos dias atuais. De acordo com Nunes (2008), políticas que visem à conservação do meio ambiente e a sustentabilidade de projetos econômicos de qualquer natureza, deve sempre ser a idéia principal e a meta a ser alcançada para qualquer governante. Ainda segundo este autor, em paralelo às ações governamentais, todos os cidadãos devem ser constantemente instruídos e chamados à razão para os perigos ocultos nas intervenções mais inocentes que realizam no meio ambiente e a sua volta, e para a adoção de práticas que garantam a sustentabilidade de todos os seus atos e ações. Destinar corretamente os resíduos domésticos; a proteção dos mananciais que se encontrem em áreas urbanas e a prática de medidas simples que estabeleçam a cultura da sustentabilidade em cada família. Segundo Nunes (2008), o mais importante de tudo é educar e fazer com que o cidadão comum entenda que tudo o que ele faz ou fará gerará um impacto no meio ambiente que o cerca. E que só com práticas e ações que visem sustentabilidade dessas práticas, estará garantindo uma vida melhor e mais satisfatória, para ela mesma, e para as gerações futuras. Uma grande parte da população continua acreditando que sustentabilidade relacionase a apenas a questões ambientais. Muitas empresas também insistem em atrelar o lançamento de produtos apenas ao meio ambiente e ecologia, porém, os benefícios também devem ser 22 econômicos e sociais. Primeiramente precisa haver demanda para os produtos sustentáveis, em segundo lugar, existe a necessidade de o produto ser competitivo em termos de preço e não menos importante, o terceiro pré-requisito é o de que o produto precisa apresentar os atributos essenciais da sustentabilidade. O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios e se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Diante desta constatação, surge a idéia do Desenvolvimento Sustentável (DS), buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo. A expressão desenvolvimento sustentável, segundo a declaração da Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente e desenvolvimento do Rio de Janeiro, em 1992, diz que ―o direito ao desenvolvimento deve ser exercido de tal forma que responda eqüitativamente às necessidades de desenvolvimento e ambientais das gerações presentes e futuras‖. 2.2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 2.2.1 Conceitos A falta de energia ocasiona problemas que estão cada vez mais presentes na vida das pessoas e das empresas. Diante desta situação, existe uma necessidade urgente de se utilizar de maneira inteligente e eficiente a energia disponível, fazendo com que haja uma contribuição para a preservação do meio ambiente, para eliminação de desperdícios e para redução dos custos operacionais das empresas. Lamberts et al (1997), conceituam a eficiência energética como sendo a obtenção de um serviço com baixo dispêndio de energia, e ainda segundo eles, um edifício é mais eficiente energeticamente que outro quando proporciona as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO), a Eficiência Energética trata-se de uma atividade técnico-econômica que objetiva proporcionar o melhor consumo de energia e água, com redução de custos operacionais, minimizar contingenciamentos no suprimento desses insumos, bem como 23 introduzir elementos e instrumentos necessários para o gerenciamento energético e hídrico da empresa ou empreendimento. Em outras palavras a Eficiência Energética pode ser definida como a otimização que podemos fazer no consumo de energia, ou seja, a relação entre a quantidade de energia consumida por determinado equipamento ou aparelho e a quantidade de energia efetivamente utilizada por ele, para realizar a tarefa a que se propõe. Segundo a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (SEPLAG) do Rio de Janeiro (2007), a energia é empregada intensamente na sociedade em geral e em tudo o que se faz. Surge então a necessidade de utilizá-la de modo inteligente e eficaz e entre as suas diferentes formas interessam em particular, aquelas que são processadas pela sociedade e colocadas à disposição dos consumidores onde e quando necessárias. De acordo com Margit e Martins (2009), a eficiência energética pode ser entendida segundo duas diferentes abordagens: Restrita – Aquela aplicada apenas aos equipamentos de uso ou transformação de energia. Trata-se de melhorar as tecnologias que convertem as fontes energéticas em serviços energéticos. Ampla – Esta abordagem abrange as políticas energéticas, não apenas em relação aos equipamentos que convertem energia, mas também ao padrão de consumo de energia pela sociedade. No Brasil, no que concerne à energia elétrica, esse estímulo à eficiência tem sido aplicado de maneira sistemática desde 1985, quando o Ministério de Minas e Energia (MME) criou o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL). Além disso, a legislação também determina que as distribuidoras de eletricidade destinem pelo menos 0,5% de sua receita operacional líquida a programas e ações que se caracterizem pela eficiência energética. Para serem implementados, estes programas devem ser aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Em abril de 2008, a ANEEL havia aprovado 279 deles, apresentados por 61 distribuidoras. Com isso, a redução total do consumo obtida com esses programas desde 1998 é de mais de 5.000 GWh por ano, segundo informações divulgadas em setembro de 2008 pela ANEEL. 24 2.2.2 Medidas de eficiência energética Todos as empresas podem buscar a eficiência energética através da adoção de tecnologias que otimizem o uso da energia e de medidas simples de conscientização de seus funcionários. Mesmo que um dia consigamos uma lâmpada que seja 100% eficiente, por exemplo, não vai adiantar nada se você deixá-la ligada sem ter alguém usando, tendo que haver um sincronismo entre ação e conscientização. A SEPLAG-RJ (2007), indica que as medidas emergenciais para eliminar desperdícios envolvem: concepção de projeto, medidas corretivas (corrigir para eliminar altos custos), medidas preventivas (realização de ações destinadas a evitar ou minimizar custos e perdas). Margit e Martins e a ABESCO (2009), enumeram algumas medidas para obter a redução do consumo de energia, listadas abaixo: Utilização de técnicas de reúso, captação de águas pluviais, pesquisa para autoprodução; Utilização de sistemas de automação, possibilitando acionamento de motores; Iluminação somente diante de necessidades específicas; Adequação de grandezas elétricas como harmônicos e fator de potência às características da operação em questão; Substituição de insumo energético como energia elétrica por energia solar em caso de aquecimento de água; Reaproveitamento de energia em dissipação em insumo, como por exemplo o uso de energia térmica extraída em processo de aquecimento de ar como insumo para préaquecimento de água, etc; Trocar as lâmpadas incandescentes por fluorescentes, de baixo consumo energético; Evitar deixar lâmpadas acesas sem necessidade; Usar técnicas de edificações sustentáveis, que aproveitam ao máximo a iluminação natural e o isolamento térmico para evitar os gastos com aquecimento ou resfriamento dos ambientes; Trocar o chuveiro elétrico por aquecedores solares ou a gás. No Brasil, o chuveiro elétrico é responsável por 47% da demanda de eletricidade em horários de pico. Ele é 25 o grande vilão do consumo residencial e representa até 30% do valor total da conta de luz de uma casa; Reduzir o tempo no banho; Deixar os eletrônicos fora da tomada, evitando o modo stand-by, que consome energia; Optar por deixar o carro na garagem e usar o transporte coletivo sempre que possível; Comprar menos produtos descartáveis, pois eles demandam energia do setor industrial, evitar trocar eletrônicos com muita frequência, como celulares e computadores; Optar por eletrodomésticos de baixo consumo energético; Repensar o uso do avião. Em uma viagem do Brasil à Europa, o avião emite uma quantidade de carbono na atmosfera equivalente a dois anos de um carro percorrendo 30 km por dia. As videoconferências já são uma alternativa ao trabalho em equipe e à aprendizagem colaborativa, mesmo a grandes distâncias. A racionalização do uso da energia elétrica torna possível uma melhor qualidade de vida, e como conseqüência, gera-se crescimento econômico, emprego e competitividade. Uma Política de Ação referente à Eficiência Energética, destaca como objetivo o emprego de técnicas e práticas capazes de promover os usos ―inteligentes‖ da energia, reduzindo custos e produzindo ganhos de produtividade e de lucratividade, na perspectiva do desenvolvimento sustentável (SEPLAG-RJ, 2007). A adoção de medidas dessa natureza, além de trazer benefícios diretos para o usuário (redução de custos, melhoria da competitividade), é igualmente benéfica para a sociedade, pois contribui para o desenvolvimento sustentável com a utilização de menos recursos naturais e redução de gases de efeito estufa (ABESCO, 2010). Segundo a SEPLAG-RJ (2007), a economia de energia gera grandes vantagens e benefícios para a sociedade, para o meio ambiente, para as empresas (Estatais e Privadas) e para o Estado, dentre as quais estão: Mais benefícios para a população, pois haverá maior disponibilidade de energia; O Estado evitará o desperdício de energia e, dessa forma, obterá mais recursos para investir na área social; Redução dos impactos ambientais entre os quais: queima de combustíveis fósseis, emissão de CO2 (gás carbônico), compostos nitrogenados e enxofre, chuvas ácidas, efeito estufa, alagamentos, desmatamentos, radiação nuclear; 26 Aumento no suprimento de energia para atender necessidades futuras das empresas sejam elas particulares ou estatais; Viabilidade econômica do negócio- Economicidade das fontes de energia e dos processos empregados; Ganhos de marketing - Impactos de marketing junto ao mercado e aos clientes, decorrentes da melhoria da imagem; Custos de produção - Redução das despesas diretas referentes ao consumo ineficiente de energia; Produtividade e competitividade das empresas - A otimização energética muitas vezes pode ser um ponto de partida para a modernização tanto de instalações prediais como de processo industriais levando ao aumento do volume de produção com o mesmo consumo de energia; Melhoria do ambiente de trabalho e da segurança - Incremento da motivação e participação dos colaboradores devido à melhoria do ambiente, com adequação de instalações e equipamentos aos novos processos de trabalho; Menos investimentos em usinas hidrelétricas e termelétricas, contribuindo para o menor endividamento e ganho de competitividade; Atração de novos investimentos e geração de emprego e renda; Garantia do suprimento de energia elétrica. 2.2.3 Eficiência Energética no Brasil Segundo Jannuzzi (2004), o Brasil vem desenvolvendo esforços para conservar energia desde meados da década de oitenta, quando foram criados dois programas nacionais: o PROCEL (eletricidade) e CONPET (derivados de petróleo). Os principais fatores que motivaram a criação dos programas foram as fortes pressões ambientais internacionais que começaram a pesar sobre o Brasil na época e que foram traduzidas em condicionantes e cláusulas nos empréstimos de bancos e governos ao setor de energia brasileiro. O SELO PROCEL DE ECONOMIA DE ENERGIA ou simplesmente Selo Procel, foi instituído por Decreto Presidencial em 8 de dezembro de 1993. É um produto desenvolvido e concedido pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica 27 (PROCEL), coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), com sua SecretariaExecutiva mantida pelas Centrais Elétricas Brasileiras S.A (Eletrobrás). O Selo Procel (Figura 2.1) tem por objetivo orientar o consumidor no ato da compra, indicando os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria, proporcionando assim economia na sua conta de energia elétrica. Também estimula a fabricação e a comercialização de produtos mais eficientes, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico e a preservação do meio ambiente. Figura 2.1: Selo Procel Fonte: Eletrobras De acordo com a Eletrobras, para ser contemplado com o Selo Procel, o produto deve ser submetido a ensaios específicos em laboratório idôneo, indicado pelo Procel. Os parâmetros a serem avaliados para cada equipamento constam nos Critérios Específicos para Concessão do Selo Procel, que consta no Regulamento Selo Procel de Economia. A adesão das empresas ao Selo Procel é voluntária. Segundo Jannuzzi (2004), quando se começou a privatização de empresas do setor elétrico, foram colocadas cláusulas nos primeiros contratos de concessão sobre obrigações de investimentos em eficiência energética, mostrando a importância que o setor público conferiu ao tema. Isso se tornou regra a partir de 1998, quando a recém criada ANEEL estabeleceu uma determinação de investimento de 1% da receita operacional líquida das empresas de 28 eletricidade em programas de Eficiência Energética e de Pesquisa e Desenvolvimento. Desde então o país nunca teve tantos recursos dedicados a programas de eficiência energética. O Brasil tem uma lei de eficiência energética, a Lei 10.295, de outubro de 2001, que dispõe que “o Poder Executivo estabelecerá níveis máximos de consumo específico de energia, ou mínimos de eficiência energética, de máquinas e aparelhos consumidores de energia fabricados ou comercializados no País, com base em indicadores técnicos pertinentes.” Também prevê que “o Poder Executivo desenvolverá mecanismos que promovam a eficiência energética nas edificações construídas no País”. Normas para edificações públicas, comerciais e de serviços devem ser publicadas como portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). As regras para construções residenciais estão em fase de testes e simulações. Em paralelo, nascem organizações como o Green Building Council Brasil com a missão de desenvolver a indústria da construção sustentável no país, utilizando as forças de mercado para conduzir a adoção de práticas de edificações sustentáveis em um processo integrado de concepção, implantação, construção e operação de edificações e espaços construídos. (MARGIT E MARTINS, 2009), e ainda de acordo com esses autores, nossas casas e escritórios consomem 40% da energia gerada no mundo. Grande parte dessa energia é empregada no aquecimento de ambientes e da água. Aplicar os princípios da eficiência energética em nosso dia a dia é um caminho para mitigar as mudanças climáticas Uma maneira de se contribuir para a eficiência energética, é utilização de sistemas alternativos para aquecimento de água, pois na maioria das vezes a população utiliza a energia elétrica para transformar a água fria em água quente. De acordo com o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica da Eletrobrás (PROCEL, 2006), há uma estimativa que existam entre 25 e 27 milhões de chuveiros elétricos instalados no Brasil. Esses equipamentos, além de consumirem cerca de 5% de toda a eletricidade produzida no país, são responsáveis por aproximadamente 18% do pico de demanda do sistema elétrico nacional. O chuveiro elétrico responde pela construção e operação de 18% de todas as usinas de energia elétrica construídas no Brasil, ou seja, cerca de 12.600 MW de potência no horário de ponta, equivalendo a quase uma Usina de Itaipu que hoje opera com 14.000MW (Eletrobrás/PROCEL). 29 2.3 CONFORTO TÉRMICO O homem é o que chamamos um animal homeotérmico, ou seja, sua energia vital é conseguida através de fenômenos térmicos em um processo chamado metabolismo. Sua energia útil, entretanto é apenas 20% da metabolizada. Os restantes 80% são transformados em calor e devem ser eliminados para que o equilíbrio seja mantido (KRAUSE, 2002). De acordo com Frota e Schiffer (2001), o organismo do homem é mantido a uma temperatura interna sensivelmente constante. Essa temperatura é da ordem de 37°C, com limites muito estreitos — entre 36,1 e 37,2°C —, sendo 32°C o limite inferior e 42°C o limite superior para sobrevivência, em estado de enfermidade. Segundo Ruas (1999), o homem produz, através do processo metabólico, energia interna que é obtida a partir da transformação dos alimentos. Essa energia é consumida na manutenção das funções fisiológicas vitais, na realização de trabalhos mecânicos externos (atividade muscular), e o restante é liberado na forma de calor. A produção de calor é contínua e aumenta com o esforço físico executado, portanto deverá haver uma permanente e imediata eliminação do excesso de calor produzido para que a temperatura do corpo possa ser mantida constante. Xavier e Lamberts (2002), consideraram o corpo humano, como uma ―máquina térmica‖, que dispõe de um mecanismo termoregulador, o qual controla as variações térmicas do organismo, fazendo com que sua temperatura permaneça praticamente constante. Em ambientes cujas condições termo-higrométricas são as mais variadas e variáveis, a manutenção da temperatura se faz por intermédio de seu aparelho termorregulador, que comanda a redução dos ganhos ou o aumento das perdas de calor através de alguns mecanismos de controle (FROTA E SCHIFFER, 2001). Ainda segundo os mesmos autores, a termorregulação, apesar de ser o meio natural de controle de perdas de calor pelo organismo, representa um esforço extra e, por conseguinte, uma queda de potencialidade de trabalho.O organismo humano experimenta sensação de conforto térmico quando perde para o ambiente, sem recorrer a nenhum mecanismo de termorregulação, o calor produzido pelo metabolismo compatível com sua atividade. O funcionamento do corpo humano é a condição na qual o mesmo se encontra para que esteja apto a desempenhar suas atividades, que podem ser subdivididas em 2 categorias: Atividades basais, internas, que são aquelas independentes de nossa vontade, suficientes para fazer com que os órgãos de nosso corpo funcionem a contento, e as atividades externas, que 30 são aquelas realizadas conscientemente pelo homem através de seu trabalho ou atividade desempenhada (XAVIER e LAMBERTS, 2002). De acordo com Ruas (1999), o conforto térmico depende de fatores que interferem no trabalho do sistema termorregulador como: taxa de metabolismo, isolamento térmico da vestimenta, temperatura radiante média, umidade relativa, temperatura e velocidade relativa do ar. O efeito combinado de todos esses fatores é que determina a sensação de conforto ou desconforto térmico embora, por motivo de classificação, os dois primeiros fatores sejam chamados de variáveis pessoais e os quatro últimos de variáveis ambientais De acordo com Frota e Schiffer (2001), a pele é o principal órgão termorregulador do organismo humano e é através dela que se realizam as trocas de calor. A temperatura da pele é regulada pelo fluxo sangüíneo que a percorre. Ao sentir desconforto térmico, o primeiro mecanismo fisiológico a ser ativado é a regulagem vasomotora do fluxo sangüíneo da camada periférica do corpo, a camada subcutânea, através da vasodilatação ou vasoconstrição, reduzindo ou aumentando a resistência térmica dessa camada subcutânea. Outro mecanismo de termorregulação da pele é a transpiração ativa, que tem início quando as perdas por convecção e radiação, somadas às perdas por perspiração insensível, são inferiores às perdas necessárias à termorregulação. A transpiração ativa se faz por meio das glândulas sudoríparas. Os limites da transpiração são as perdas de sais minerais e a fadiga das glândulas sudoríparas (FROTA E SCHIFFER, 2001). De acordo com Verdussen (1978), a temperatura é um ponto que deve merecer o maior cuidado, quando se busca criar adequadas condições ambientais de trabalho. Há temperaturas que nos dão uma sensação de conforto, enquanto outras tornam-se desagradáveis e até prejudiciais à saúde, logo o homem tenta estar sempre em um ambiente que lhe proporcione conforto térmico. Conforto térmico é um estado de espírito que reflete a satisfação com o ambiente térmico que envolve a pessoa. Se o balanço de todas as trocas de calor a que está submetido o corpo humano for nulo e a temperatura da pele e suor estiverem dentro de certos limites, pode-se dizer que o homem sente conforto térmico segundo Lamberts et al. (1997). Segundo a ASHRAE Standard 55-92, o conforto térmico é assim definido: ―Conforto térmico é a condição da mente que expressa satisfação com o ambiente térmico‖. Ruas (1999), define o conforto térmico num determinado ambiente como sendo a sensação de bem estar experimentada por uma pessoa, como resultado de uma combinação satisfatória, nesse ambiente, da temperatura radiante média, umidade relativa, temperatura e velocidade relativa do ar com a atividade desenvolvida e a vestimenta utilizada. 31 De acordo com Xavier e Lamberts (2002), os estudos de conforto térmico visam analisar e estabelecer as condições necessárias para a avaliação e concepção de um ambiente térmico adequado às atividades e ocupação humanas, bem como estabelecer métodos e princípios para uma detalhada análise térmica de um ambiente. A importância do estudo de conforto térmico, está baseada principalmente em 3 fatores: A satisfação do homem ou seu bem estar em se sentir termicamente confortável; A performance humana, muito embora os resultados de inúmeras investigações não sejam conclusivas a esse respeito. A despeito dessa inconclusividade, os estudos mostram uma clara tendência de que o desconforto causado por calor ou frio, reduz a performance humana. As atividades intelectuais, manuais e perceptivas, geralmente apresentam um melhor rendimento quando realizadas em conforto térmico; A conservação de energia, pois devido à crescente mecanização e industrialização da sociedade, as pessoas passam grande parte de suas vidas em ambientes com climas artificiais, ambientes condicionados, e assim sendo, uma vez conhecendo-se as condições e os parâmetros relativos ao conforto térmico dos ocupantes do ambiente, evitam-se desperdícios com calefação e refrigeração, muitas vezes desnecessários. As condições de conforto térmico são função, portanto, de uma série de variáveis. Para avaliar tais condições, o indivíduo deve estar apropriadamente vestido e sem problemas de saúde ou de aclimatação. É certo que as condições ambientais capazes de proporcionar sensação de conforto térmico em habitantes de clima quente e úmido não são as mesmas que proporcionam sensação de conforto em habitantes de clima quente e seco e, muito menos, em habitantes de regiões de clima temperado ou frio (FROTA e SCHIFFER, 2001). O clima urbano é produzido pela ação do homem sobre a natureza e se relaciona à produção de condições diferenciadas de conforto térmico, à poluição do ar, às chuvas intensas, às inundações e aos desmoronamentos das vertentes dos morros – eventos de grande custo social (LOMBARDO, 1985). Condições climáticas urbanas inadequadas significam perda da qualidade de vida para uma parte da população, enquanto para outra, conduzem ao aporte de energia para o condicionamento térmico das edificações. Em conseqüência, aumentam as construções de usinas hidrelétricas, termoelétricas ou atômicas, de grande impacto sobre o meio ambiente (LAMBERTS et al., 1997). Nas regiões muito frias há necessidade de equipamentos para aquecer o ambiente , enquanto nas regiões quentes, há a necessidade de refrigeração do ambiente, para fazer com que haja o conforto térmico. O homem no mundo todo, também utiliza o conforto na hora do 32 banho, pois em regiões frias não há condições de se tomar banho com água fria, e mesmo nas regiões quentes, onde não haveria a necessidade do aquecimento de água, as pessoas que possuem condições financeiras utilizam o banho quente como uma forma de conforto. O estudo do aquecimento solar de água envolve diretamente a sustentabilidade, a eficiência energética e o conforto térmico, o que foi mostrado no desenvolver do trabalho. 2.4 O AQUECIMENTO DE ÁGUA Segundo Landi (1993), os antigos já utilizavam a água quente sendo que o aquecimento se fazia por processos simples, à base essencialmente de queima de lenha e os romanos constantemente usaram muito os banhos quentes. O sistema de aquecimento de água utilizando a lenha, atravessou a história até os séculos XVII, XVIII e XIX, quando, aos poucos e com a dificuldade de abastecimento de madeira, consequência da progressiva urbanização, a lenha foi sendo substituída pelo carvão e posteriormente, no século XX, pelos derivados do petróleo e pela eletricidade. Paralelamente, foram sendo desenvolvidos os sistemas e equipamentos que inicialmente se destinavam ao aquecimento do ambiente e, posteriormente, à água do banho. Foi somente no final do século XVIII que o efeito termo-sifão, (efeito onde as correntes de convecção naturais dos fluidos, nos que as partes quentes dos mesmos tendem à aquecer, fenômeno conhecido como sistema de circulação natural), foi empregado para manter a água em circulação. No século XIX já se dispunha de banheiras associadas a sistemas de aquecimento. Diversos modelos se difundiram e depois caíram em desuso. Uma caldeira ligava-se diretamente à banheira por duas tubulações. Quando em operação, havia uma circulação da água por ação das correntes de convecção (efeito termo-sifão) penetrando na banheira por cima e saindo por baixo (Figura 2.2). Um registro colocado na tubulação permitia o controle de vazão de água quente e, portanto, da temperatura do banho. 33 Figura 2 – Esquema de banheira e caldeira com efeito termo-sifão Fonte: Landi (1993). No final do século XIX, as grandes cidades já dispunham de redes públicas de água, esgoto, águas pluviais, bem como eletricidade e gás. Tal fato possibilitou enorme versatilidade para dotar os edifícios de equipamentos de aquecimento de água. Há situações em que a disponibilidade de água quente sempre foi imprescindível, tais como em hospitais, hotéis, motéis, lavanderias, restaurantes, etc. Paralelamente, houve também uma evolução nas exigências de conforto nas próprias residências. Desta maneira, a instalação de água quente é, hoje, fato corriqueiro na maioria das instalações de padrão médio a alto e praticamente indispensável em qualquer prédio. As exigências técnicas mínimas a serem atendidas pela instalação de água quente estão na norma NBR 7198 – Projeto e execução de instalações prediais de água quente. Na atualidade, o aquecimento de água para banho pode ser feito utilizando-se o aquecimento elétrico (normalmente feito por meio de resistências metálicas de imersão), através dos chuveiros elétricos e dos sistemas elétricos de passagem e acumulação (―boilers‖), o aquecimento a gás (com acumulação e instantâneo) e o aquecimento solar. A energia solar possui custo de coleta nulo, operacional desprezível, sendo encontrada com grande disponibilidade, porém com baixa densidade de energia, requerendo grandes áreas de 34 captação com equipamentos de alto custo. Já os sistemas elétricos apresentam a possibilidade de aproveitamento da energia com excelente resolução espacial e alta densidade de energia, requerendo do usuário um baixo investimento inicial, porém alto custo operacional (MOREIRA, 1985). Segundo Arouca (1982), ―a eletricidade é a principal energia utilizada para o aquecimento de água no Brasil. Em segundo lugar aparece a energia térmica proveniente do gás encanado, utilizado principalmente no Rio de Janeiro e em menor escala em São Paulo. Em muito menor quantidade, pode ser encontrado o GLP e a lenha. No caso da lenha, essa utilização é sempre associada à cocção de alimento‖. Ainda de acordo com o mesmo autor, o uso de energia para fins de aquecimento de água existe principalmente nas regiões urbanas das regiões sul e sudeste. Nas regiões norte e nordeste o uso de água quente é bem reduzido, devido ao menor nível de renda e à temperatura ambiente média ser maior. Os sistemas prediais de água quente podem ser classificados em individual, central privado e central coletivo. O sistema individual consiste na alimentação de um único ponto de utilização ou no máximo para aparelhos de mesmo ambiente, sem necessidade de uma rede de água quente. Como exemplo, temos o chuveiro elétrico onde uma resistência elétrica é ligada automaticamente pelo fluxo de água. Esse sistema é utilizado em edificações de baixa renda, pois o investimento inicial é baixo. A instalação da rede de água quente aumenta o custo da edificação. O sistema central privado consiste, basicamente, de um equipamento responsável pelo aquecimento da água e uma rede de tubulações que distribuem a água aquecida a pontos de utilização que pertencem a uma mesma unidade. Esse sistema torrna-se vantajoso em edificações com diferentes apartamentos, onde haja dificuldade de rateio na conta de energia e manutenção, que será de responsabilidade de cada condômino. Esse sistema tem basicamente como fontes de energia: eletricidade, óleo combustível, gás combustível, lenha e energia solar. Os aparelhos de aquecimento para o sistema central privado podem ser instantâneos (ou de passagem), onde a água vai sendo aquecida à medida que passa pelo aparelho (sem reservação) ou de acumulação, onde a água é reservada e aquecida para posterior uso. Para este sistema de aquecimento, deve haver uma prumada de água fria exclusiva, com dispositivo que evite o retorno da água do interior do aquecedor em direção à coluna de água, tal como o sifão térmico. Os aquecedores deverão ainda contar com dispositivo para exaustão dos gases e os ambientes onde os mesmos serão instalados devem obedecer às normas quanto à 35 adequação de ambientes. No caso de instalação de aquecedores a gás combustível em residências, a norma a ser obedecida é a NBR 13103. O sistema central coletivo, por sua vez, é constituído por um equipamento gerador de água quente e uma rede de tubulações que conduzem a água aquecida até aos pontos de utilização pertencentes a mais de uma unidade. O aparelho de aquecimento é normalmente situado no térreo ou subsolo, para facilitar a manutenção e o abastecimento de combustível. É recomendado quando não há rateio na conta, como em hotéis, motéis, hospitais, clubes, indústrias, etc. O abastecimento de água neste caso também é feito através de uma prumada exclusiva. 2.4.1 Chuveiro Elétrico O chuveiro elétrico é um equipamento que devido ao baixo custo de aquisição e pelo fato da simplicidade da instalação, ligado diretamente no ponto de consumo, pode ser considerado como grande facilitador do uso da água quente para a população brasileira. Este equipamento tem como principais características possuir um ótimo desempenho na conversão de energia elétrica em térmica e não necessitar de tubulações específicas para água quente. Segundo a NBR 12483/92 da ABNT, ―chuveiro elétrico é um aparelho elétrico de aquecimento instantâneo de água, aberto, instalado em um ponto de utilização cujo sub-ramal contém registro de pressão para controle de vazão‖. A Figura 2.3 apresenta esquema de um chuveiro elétrico blindado. Figura 2.3 – Esquema de chuveiro elétrico blindado Fonte: Ilha et al (1994) 36 Segundo De Marchi (2004), o chuveiro elétrico é um produto genuinamente brasileiro, concebido no início do século XX, que visava contornar deficiências específicas das instalações prediais de nosso País. A gênese do chuveiro deve-se ao tipo de matriz energética no Brasil: a eletricidade proveniente, principalmente de hidrelétricas e ao custo elevado das demais alternativas de se obter água aquecida nos domicílios. Ainda segundo este mesmo autor, os primeiros chuveiros apareceram em meados da década de 1910. Ao que parece, o primeiro aparelho foi lançado em 1914, ainda assim, havendo controvérsias com relação a esta data. Os aparelhos pioneiros utilizavam um interruptor elétrico na parede do cômodo de banho e era acionado após abrir o registro da água e esta começar a verter (figura 2.4). FIGURA 2.4 – Chuveiro elétrico fabricado por Vicente Busatto & Filhos Ltda., em Jundiaí, em 1927. Fonte: (Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo-2005) No final da década de 1920 e início da década de 1930 surgiram alguns equipamentos providos com um sistema de alavanca, que servia para abrir a água, enquanto um botão separado ligava a energia elétrica (figura 2.5). 37 FIGURA 2.5- Chuveiro elétrico fabricado pela Indústria Sintex Ltda, na década de 1940. Fonte: ( Fundação Histórico da Energia de São Paulo – 2005) Na década de 1940 surgiu o sistema de acionamento automático da resistência. Este equipamento apresentava um diafragma que, ao se mover sob o efeito da pressão da água ao penetrar na carcaça do equipamento, movimentava os contatos, acionando a energia elétrica (figura 2.6) FIGURA 2.6- Primeiro chuveiro elétrico automático fabricado pela Lorenzetti Fonte: (LORENZETTI) Segundo Prado e Gonçalves (1998), no Brasil, durante a década de 1960, os chuveiros elétricos possuíam potência ao redor de 2.500 W. A partir da década de 1990, a potência média destes aparelhos passou a situar-se ao redor de 4.400 W. 38 O chuveiro é muito eficiente, se for considerado somente o aspecto energético, pois apresenta alta taxa de conversão de energia elétrica em calor, segundo (MATAJS, 1997) de 90 a 93%. Como a água aquecida é somente a que será utilizada, o desperdício torna-se baixo. Porém, apesar de eficientes, do ponto de vista de conversão de energia elétrica em térmica, seu uso não é, de forma alguma, eficiente sob o ponto de vista da utilização da eletricidade. Um chuveiro elétrico, em sua potência mínima, consome entre 2500 e 3200 watts, chegando a consumir 5500 watts em 127 Volts e até 8800 watts em 220 Volts. O fator de equilíbrio está no seu tempo de utilização, alguns minutos frente a horas de uso de um ar condicionado ou geladeira. Um problema está no tempo médio de banho diário de um brasileiro, apesar de os fabricantes e órgãos ambientais recomendarem menos de 10 minutos, normalmente ele se estende até os 20 ou 30 minutos, contando o fato que é muito comum se tomar mais de um banho diário em algumas regiões. Logo a alternativa do uso da energia solar como fonte de aquecimento de água ganha cada vez mais força por questões econômicas e ambientais. ( CUSINATO e SILVA, 2000). No que diz respeito às questões ambientais, um banho mais rápido faz com que cada KWh que deixa de ser consumido no chuveiro elétrico leve à redução de emissão de aproximadamente 0,6 Kg de gás carbônico (CO2), nas novas usinas termoelétricas acionadas por gás natural, com a subsequente redução da velocidade da acumulação deste gás efeito estufa na atmosfera terrestre, logo, quanto mais rápido for o banho menor será o prejuízo para a natureza. 2.5 APROVEITAMENTO DA ENERGIA GERADA PELO SOL Podemos utilizar a radiação solar diretamente como fonte de energia térmica, para aquecimento de fluidos e ambientes e para geração de potência mecânica e/ou elétrica. Podese também converter a radiação solar diretamente em energia elétrica, por meio de efeitos sobre determinados materiais, entre os quais se destacam o termoelétrico e o fotovoltaico. 39 A figura 2.7 apresenta as duas formas de aproveitamento da energia solar, isto é, a passiva e a ativa. Figura 7: Fluxograma das Aplicações da Energia Solar Fonte: Pereira et al (2003) A energia elétrica é obtida através de células solares, dispostas em painéis solares (Figura 2.8) que produzem eletricidade e, atualmente, podem ser usadas como uma solução para a eletrificação rural. A energia elétrica obtida a partir destas células pode ser usada de maneira direta, como para se retirar água de um poço com uma bomba elétrica, ou ser armazenada em acumuladores para ser utilizada durante a noite. Pode-se também fazer com que seja inserida a energia excedente na rede geral. Figura 8 – Sistema Térmico de geração solar de energia elétrica Fonte: ANEEL, 2002 40 A conversão direta da energia solar em energia elétrica ocorre pelos efeitos da radiação eletromagnética sobre determinados materiais semicondutores. Entre esses, destacam-se os efeitos termoelétrico e fotovoltaico. O primeiro, é caracterizado pelo surgimento de uma diferença de potencial, provocada pela junção de dois metais, em condições específicas. No segundo, os fótons contidos na luz solar são convertidos em energia elétrica, por meio do uso de células solares. Entre os vários processos de aproveitamento da energia solar, os mais usados atualmente são o aquecimento de água e a geração fotovoltaica de energia elétrica (ANEEL, 2002). O aproveitamento da energia gerada pelo Sol, inesgotável na escala terrestre de tempo, tanto como fonte de calor quanto de luz, é hoje, sem sombra de dúvidas, uma das alternativas energéticas mais promissoras para enfrentarmos os desafios do novo milênio. E quando se fala em energia, deve-se lembrar que o Sol é responsável pela origem de praticamente todas as outras fontes de energia. Em outras palavras, as fontes de energia são, em última instância, derivadas da energia do Sol (COMETTA, 2004). É a partir da energia do Sol que se dá a evaporação, origem do ciclo das águas, que possibilita o represamento e a conseqüente geração de eletricidade (hidroeletricidade). A radiação solar também induz a circulação atmosférica em larga escala, causando os ventos. Petróleo, carvão e gás natural foram gerados a partir de resíduos de plantas e animais que, originalmente, obtiveram a energia necessária ao seu desenvolvimento. De acordo com o Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito (CRESESB), o Sol fornece anualmente, para a atmosfera terrestre, 1,5 x 1018 kWh de energia. Trata-se de um valor considerável, correspondendo a 10.000 vezes o consumo mundial de energia neste período. Este fato vem indicar que, além de ser responsável pela manutenção da vida na Terra, a radiação solar constitui-se em uma inesgotável fonte energética, havendo um enorme potencial de utilização por meio de sistemas de captação e conversão em outra forma de energia (térmica, elétrica, etc.). A energia irradiada pelo sol é a fonte de quase toda energia disponível ao homem, seja como energia vital ou força motriz e de transformação na execução de tarefas cotidianas. No nosso ecossistema, através de diversos ciclos naturais, a radiação solar é convertida em diversos outros tipos de energia. Mas, corriqueiramente, o termo "Energia Solar" só é utilizado para expressar as formas de aproveitamento da radiação solar direta. As formas de aproveitamento indireto, que se valem do aproveitamento de energia produzida em sistemas, processos ou fenômenos que têm a radiação solar como fonte 41 primária, geralmente são referidas de forma específica, em energia eólica, biomassa e hidroenergia (Rostand, 2001). O atendimento de comunidades isoladas tem impulsionado a busca e o desenvolvimento de fontes renováveis de energia. Como exemplo, uma parte da população brasileira não possuí acesso à energia elétrica e coincidentemente, esta parcela da população vive em regiões onde o atendimento por meio da expansão do sistema elétrico convencional é economicamente inviável. Trata-se de núcleos populacionais esparsos e pouco densos, típicos das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. No Brasil a geração de energia elétrica por conversão fotovoltaica teve um impulso notável, através de projetos privados e governamentais, atraindo interesse de fabricantes pelo mercado brasileiro. A quantidade de radiação incidente no Brasil é outro fator muito significativo para o aproveitamento da energia solar. 2.5.1 Aplicações Térmicas Aplicações térmicas são aquelas onde a forma de energia necessária ao processo final é o calor. A conversão térmica da radiação solar é a que apresenta maior rendimento, além de ser a mais direta, simples e barata. Nela a radiação solar é transformada em calor pelo efeito térmico da absorção de superfícies escuras ou seletivas. O aproveitamento da iluminação natural e do calor para aquecimento de ambientes, denominado aquecimento solar passivo, decorre da penetração ou absorção da radiação solar nas edificações, reduzindo-se com isso, as necessidades de iluminação e aquecimento. Assim, um melhor aproveitamento da radiação solar pode ser feito com o auxílio de técnicas mais sofisticadas de arquitetura e construção. A partir de alguns princípios básicos, um edifício pode tirar vantagens da variação diária e sazonal da passagem do sol pelo céu. No hemisfério Sul, as janelas voltadas para o Norte, o isolamento adequado e o uso de materiais pesados como o concreto podem ajudar a captar o sol do inverno para aquecimento. Os mesmos prédios podem ser resfriados em meses quentes através da plantação de árvores e de telhados que façam sombras nas janelas. Estas simples ações podem reduzir os custos de aquecimento em 40% ou mais (UNEP, 2003). 42 O aproveitamento térmico para aquecimento de fluidos é feito com o uso de coletores ou concentradores solares. Os coletores solares são mais usados em aplicações residenciais e comerciais (hotéis, restaurantes, clubes, hospitais etc.) para o aquecimento de água (higiene pessoal e lavagem de utensílios e ambientes). Os concentradores solares destinam-se a aplicações que requerem temperaturas mais elevadas, como a secagem de grãos e a produção de vapor. Existem diversos tipos de coletores solares, estando divididos em dois tipos: Planos e com concentração. De acordo com Bezerra (2000), em aplicações de baixa temperatura, até 150ºC, geralmente são utilizados coletores planos ou caixas de efeito estufa sem concentradores. Para aplicações que exijam temperaturas de trabalho mais elevadas, acima de 150º C, o uso de concentradores é imperativo. Os concentradores são dispositivos focais tais como lentes, refletores cônicos, cilíndricos, parabólicos ou conjuntos de espelhos que, através da concentração dos raios solares num foco definido, permitem a obtenção de temperaturas da ordem de até 3.000ºC. Nos coletores com concentração, devido à seletividade do ângulo de incidência imposta pelos concentradores, apenas a radiação direta é aproveitada, sendo bastante sensível ao alinhamento com a posição do sol. Céu nublado ou ensombramentos também são fatores de acentuada redução no seu rendimento, limitando seu uso em locais de bom índice de insolação e condições climáticas. Já nos sistemas de coletores planos e caixas de efeito estufa sem concentradores todos os tipos de radiação incidentes - direta, difusa e refletida - são aproveitados. A produção para estas configurações, varia quase que proporcionalmente ao índice de radiação total, garantindo uma operação satisfatória mesmo em dias nublados e de baixa insolação e tornando seu uso bem mais abrangente. Também dispensam dispositivos de segmento do sol, bastando para sua operação, uma correta orientação geográfica e valores de ângulo de inclinação em relação ao plano horizontal compatíveis com a latitude. A água aquecida através da energia solar também pode ser utilizada para aquecer ambientes. Nestes sistemas, a água aquecida pela energia solar é circulada através do prédio via radiadores ou através de coletores especiais, embutidos em blocos de concreto. Os sistemas de aquecimento solar de espaços geralmente requerem áreas muito maiores de coletores e de reservatórios de água quente, mas o princípio de funcionamento é o mesmo (UNEP, 2003). Dentre as diversas utilizações da energia solar, apenas os processos ativos de geração de energia térmica, a baixas temperaturas, relacionados aos sistemas de aquecimento de água serão abordados. 43 2.6 FUNCIONAMENTO DE UM AQUECEDOR SOLAR DE ÁGUA Segundo Bezerra (2000), o funcionamento de um aquecedor solar é muito simples. Basicamente o princípio de funcionamento é o mesmo que se verifica quando deixamos, sob a ação do sol, um veículo fechado e estacionado por algumas horas na via pública. A ação da radiação solar se faz cada vez mais presente a medida em que a pintura do veículo se aproxima da cor preta, ocorrendo o mesmo com o seu interior, pois as cores escuras e principalmente a preta tem uma absorção muito grande de radiação solar, fazendo com que esquente mais do que uma cor clara. Um sistema básico de Aquecimento de água por Energia Solar é composto de coletores solares (placas), reservatório térmico (Boiler), tubulação de interligação, válvulas e registros (figura 2.9). As placas coletoras são responsáveis pela absorção da radiação solar. O calor do sol, captado pelas placas do aquecedor solar, é transferido para a água que circula no interior de suas tubulações de cobre. Figura 2.9: Componentes básicos de sistema solar de aquecimento de água Fonte: Catálogo Tecnosol (2003) O reservatório térmico, também conhecido por Boiler, é um recipiente para armazenamento da água aquecida. São cilindros de inox isolados termicamente com 44 poliuretano expandido sem CFC (Cloro Flúor Carbono), que não agride a camada de ozônio. Dessa forma, a água é conservada aquecida para consumo posterior. A caixa de água fria alimenta o reservatório térmico do aquecedor solar, mantendo-o sempre cheio. Em sistemas convencionais, a água circula entre os coletores e o reservatório térmico através de um sistema de circulação natural chamado termossifão. Nesse sistema, a água dos coletores fica mais quente e, portanto, menos densa que a água no reservatório. Assim a água fria ―empurra‖ a água quente gerando a circulação. A circulação da água também pode ser feita através de moto-bombas em um processo chamado de circulação forçada ou bombeado, e são normalmente utilizados em piscinas e sistemas de grandes volumes. A temperatura obtida na água com o uso de um Aquecedor Solar dependerá de fatores diversos como: região, tecnologia empregada, tipo de aplicação, época do ano, condições climatológicas e características outras relacionadas às condições de instalação. Como exemplo, uma instalação residencial no estado de São Paulo em um dia pleno de Sol atingirá a temperatura de cerca de 50°C no inverno e 70°C no verão. Em todos os casos, a temperatura produzida normalmente estará acima da temperatura necessária para uso, sendo portanto necessária sua mistura com a água fria. 2.6.1 Coletor Solar Segundo Pedro e Silva (2207), os coletores solares são aquecedores de fluídos (líquidos ou gasosos) e são classificados em coletores concentradores e coletores planos em função da existência ou não de dispositivos de concentração da radiação solar. O fluído aquecido é mantido em reservatórios termicamente isolados até o seu uso final (água aquecida para banho, ar quente para secagem de grãos, gases para acionamento de turbinas, etc.). Os coletores solares planos são largamente utilizados para aquecimento de água em residências, hospitais, hotéis etc. devido ao conforto proporcionado e à redução do consumo de energia elétrica. Dentre estes coletores estão os sistemas que empregam a conversão termodinâmica e conforme as temperaturas obtidas são classificados em coletores de baixa, média e alta acumulação (PEDRO e SILVA, 2007). 45 De modo geral são constituídos de uma caixa termicamente isolada na parte inferior, contendo sobre este isolamento uma chapa metálica pintada de preto fosco, podendo ter sobre esta chapa uma tubulação, caso seja projetado para aquecimento água. A parte superior do coletor é fechada por um ou dois vidros planos transparentes, dependendo do nível de temperatura desejado. O funcionamento baseia-se no efeito estufa que é a absorção da radiação solar pela chapa preta que a transforma em calor transferindo-o para o fluido de trabalho. Os coletores têm que ser montados em posição inclinada, que varia em função da latitude do lugar onde o coletor está instalado. A Figura 2.10 ilustra a geometria de um coletor para aquecimento de água bem como detalhes construtivos. Figura 2.10 – Esquema básico de coletor solar plano Fonte: Catálogo Tecnosol (2003) Quando os raios do sol atravessam o vidro da tampa do coletor, eles esquentam a aleta, que é feita de cobre ou alumínio e pintada com uma tinta especial e escura que ajuda na absorção máxima da radiação solar. O calor passa então da aleta para os tubos (serpentina) que geralmente são de cobre. Daí a água que está dentro da serpentina esquenta e vai direto para o reservatório do aquecedor solar (SOLETROL, 2010). 46 Os coletores são fabricados com matéria-prima nobre, como o cobre e o alumínio. Recebem um cuidadoso isolamento térmico e ainda vedação com borracha de silicone. Eles têm cobertura de vidro liso e são instalados sobre telhados ou lajes, sempre o mais próximo possível do reservatório térmico (SOLETROL, 2010). O número de coletores a ser usado numa instalação depende do tamanho do reservatório térmico, mas, pode também variar em função do nível de insolação de uma região ou até mesmo de acordo com as condições de instalação. 2.6.2 Reservatorio Térmico O reservatório térmico é o componente responsável pelo armazenamento da energia gerada pelos coletores solares na forma de água quente. Tem a função de uma garrafa térmica, armazenando a água quente durante horas e até dias. Um reservatório Térmico ou Boiler é composto basicamente por um tanque fabricado com material resistente a corrosão, uma camada isolante e uma capa para a proteção do isolante. Normalmente o equipamento vem dotado de uma ou mais resistências elétricas ou esperas para interligação com um sistema de aquecimento auxiliar a gás, para que aqueça a água em ocasiões que ocorram longos períodos sem insolação (SOLETROL, 2010). De acordo com a SOLARES (2010), o tanque interno é o reservatório que fica em contato efetivo com a água. Ele deve ser construído de um material que resista ao potencial corrosivo natural da água e as pressões de operação. Os materiais mais comumente utilizados são os aços Inoxidáveis AISI 304 e AISI 316L, sendo que este último é recomendado para locais aonde a água é muito corrosiva. Podem ser utilizados também o Cobre e materiais plásticos como o polipropileno. O aço carbono revestido é utilizado em grandes reservatórios onde o custo benefício se torna interessante em relação aos aços galvanizados. Uma água é considerada prejudicial a uma liga metálica quando ela possui elementos químicos que podem causar a corrosão dos mesmos como a presença de metais e sais. O isolamento térmico recobre o tanque interno e é responsável pela manutenção da temperatura. Os fatores principais que definem um bom isolamento são o material do isolante, a sua densidade e a espessura do isolante. Como isolantes mais comuns pode-se destacar as mantas de lã de vidro ou de rocha e o poliuretano expandido. O poliuretano tem uma 47 característica muito interessante que é a sua facilidade de moldagem e sua rigidez estrutural após a secagem, entretanto só podem ser utilizados na faixa de temperatura de 90°C. Para maiores temperaturas de operação deve-se procurar outro tipo de isolante. Quanto maior a espessura do isolante melhor será o grau de isolamento do reservatório térmico (SOLARES, 2010). A capa externa serve exclusivamente para proteger o isolante térmico. Em casos eventuais aumentam a rigidez mecânica do reservatório térmico como um todo. Podem ser feitas em aço galvanizado, inox, alumínio, material plástico, entre outros. A figura 2.11 esquematiza um reservatório térmico Figura 2.11 – Reservatório Térmico Fonte: SOLARES Aquecimento solar, 2010 2.6.3 Sistema Auxiliar de Aquecimento Para garantir que nunca haverá falta de água quente em uma residência, todo aquecedor solar deve trazer um sistema auxiliar de aquecimento. No reservatório de água quente, obtida pela energia solar, devem ser instaladas resistências elétricas que entram em funcionamento, através do comando de um termostato convenientemente regulado,. Quando o tempo fica muito nublado ou chuvoso por vários dias, ou quando a casa recebe visitas e o número de banhos fica acima do dimensionamento inicial, o sistema auxiliar é acionado. 48 O sistema auxiliar elétrico deve estar sempre desligado e ser acionado somente quando houver necessidade. Embora o sistema seja automático, não aconselha-se que o mesmo seja mantido ligado, justamente para evitar que seu acionamento ocorra em momentos desnecessários. Caso não se deseje instalar o sistema auxiliar elétrico, pode se utilizar um aquecedor a gás de passagem para realizar a complementação do Aquecimento da água, ou então há ainda a possibilidade de usar o chuveiro elétrico, normalmente, sem complicações, neste caso, o mais indicado seria a utilização de chuveiros inteligentes com controles digitais de temperatura, os quais utilizam apenas a quantidade de energia necessária para complementar o aquecimento da água, evitando assim desperdícios. Mas a verdade é que, com o nível de insolação do Brasil, o sistema auxiliar de aquecimento é acionado poucos dias por ano. 2.7 AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA NO BRASIL A tecnologia do aquecedor solar já vem sendo utilizada no Brasil desde a década de 60, época em que surgiram as primeiras pesquisas. As primeiras empresas com atuação comercial datam de 1973 (PROSOLAR, 2010). Segundo Alvarenga (2001), a geração de energia solar no Brasil ainda é pequena, porém estima-se que a produção gere anualmente cerca de 20 milhões de megawatts-hora de eletricidade, o que é uma quantidade suficiente para abastecer 15 mil residências de dois cômodos, e ainda podendo destacar que pode-se usar a energia solar em alguns pontos estratégicos dentro de uma empresa. Mesmo assim ainda é pouco, visto que o nosso país é um dos mais ricos do mundo em incidências de raios solares. De acordo com a ANEEL, além das condições atmosféricas (nebulosidade, umidade relativa do ar etc.), a disponibilidade de radiação solar, também denominada energia total incidente sobre a superfície terrestre, depende da latitude, local e da posição no tempo (hora do dia e dia do ano). Isso se deve à inclinação do eixo imaginário em torno do qual a Terra gira diariamente (movimento de rotação) e à trajetória elíptica que a Terra descreve ao redor do Sol (translação ou revolução), como ilustrado na Figura 2.12. 49 Figura 2.12 – Representação das estações do ano e do movimento da Terra em torno do Sol Fonte: ANEEL, 2009 A maior parte do território brasileiro está localizada relativamente próxima da linha do Equador, de forma que não se observam grandes variações na duração solar do dia. Contudo, a maioria da população brasileira e das atividades socioeconômicas do País se concentra em regiões mais distantes do Equador. Em Porto Alegre, capital brasileira mais meridional (cerca de 30º S), a duração solar do dia varia de 10 horas e 13 minutos a 13 horas e 47 minutos, aproximadamente, entre 21 de junho e 22 de dezembro, respectivamente. O Atlas Solarimétrico do Brasil apresenta uma estimativa da radiação solar incidente no país (Figura 2.13), resultante da interpolação e extrapolação de dados obtidos em estações solarimétricas distribuídas em vários pontos do território nacional. 50 Figura 13- Radiação solar global diária - média anual típica (MJ/m2.dia) Fonte: Atlas Solarimétrico do Brasil (2000) Devido, porém, ao número relativamente reduzido de estações experimentais e às variações climáticas locais e regionais, o Atlas de Irradiação Solar no Brasil faz estimativas da radiação solar a partir de imagens de satélites (Figura 2.14). 51 Figura 2.14- Radiação solar global diária - média anual típica (Wh/m2.dia) Fonte: Atlas de Irradiação Solar no Brasil (1998) Como pode ser visto os maiores índices de radiação, são observados na região Nordeste, com destaque para o Vale do São Francisco. A tecnologia do aquecedor solar já vem sendo usada no Brasil desde a década de 60, época em que surgiram as primeiras pesquisas. Em 1973, empresas passaram a utilizá-la comercialmente (ABRAVA, 2001). Segundo informações da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA, 2001), existiam até recentemente cerca de 500.000 coletores solares residenciais instalados no Brasil. Somente com aquecimento doméstico de água para banho, são gastos anualmente bilhões de kWh de energia elétrica, os quais poderiam ser supridos com energia solar, com enormes vantagens socioeconômicas e ambientais. Mais grave ainda é o fato de que quase toda essa energia costuma ser consumida em horas específicas do dia, o que gera uma sobrecarga no sistema 52 elétrico. Além disso, há uma enorme demanda em prédios públicos e comerciais, que pode ser devidamente atendida por sistemas de aquecimento solar central O aquecimento de água é um dos grandes consumidores de energia dentro das diversas finalidades da mesma. Há uma demanda considerável de energia elétrica devido a sua utilização em chuveiros elétricos que faz com que em determinados horários faça uma grande diferença no sistema de geração e distribuição, tendo portanto um grande campo para disseminação do aquecimento solar doméstico desde que haja incentivos. Existem alguns empecilhos na difusão da tecnologia de aquecimento solar de água e entre eles se destacam o elevado custo na compra dos equipamentos, de maneira particular para residências de baixa renda, mas com o passar dos anos há uma tendência que os custos para aquisição dos equipamentos sejam reduzidos em função da escala de produção, dos avanços tecnológicos, do aumento da concorrência e dos incentivos governamentais. Fatores que têm contribuído para o crescimento do mercado são: a divulgação dos benefícios do uso da energia solar; a isenção de impostos que o setor obteve; financiamentos, como o da Caixa Econômica Federal, aos interessados em implantar o sistema; e a necessidade de reduzir os gastos com energia elétrica durante o racionamento em 2001 (ABRAVA, 2001) e historicamente, o principal mercado para esses sistemas tem sido o de residências unifamiliares, com a venda direta para os consumidores finais. A cidade brasileira mais adiantada na adoção de sistemas de aquecimento solar de água - inclusive em edifícios altos, residenciais e comerciais - é Belo Horizonte, Minas Gerais. Lá, desde 1985 a concessionária de energia elétrica, Centrais Elétricas de Minas Gerais(CEMIG), junto com empresas e universidades locais, utiliza o emprego da tecnologia como alternativa à energia elétrica para a produção de água quente. De acordo com o projetista Rodrigo Cunha Trindade, da Agência Energia, já existem na capital mais de três mil instalações de grande porte. "Belo Horizonte é referência internacional em instalações de aquecimento solar de água para edificações multifamiliares", afirma Trindade. (REVISTA TÉCHNE, 2009). Belo Horizonte é a cidade com a maior concentração de edificações dotadas de sistema de aquecimento solar da América do Sul, sendo, também, referência nacional em aquecimento solar. BH possui grandes sistemas de aquecimento solar como exemplo: o maior sistema de aquecimento para piscina da América do Sul, no ―Minas Tênis Clube II‖; e apresenta perspectivas como a instalação em novos conjuntos habitacionais populares em parceria com a CEMIG e em equipamentos públicos (escolas, postos de saúde, hospitais e centros comunitários). 53 No território brasileiro, entre os esforços mais recentes e efetivos de avaliação da disponibilidade de radiação solar, destacam-se os seguintes: a) Atlas Solarimétrico do Brasil, iniciativa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF),em parceria com o Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito (CRESESB); b) Atlas de Irradiação Solar no Brasil, elaborado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e pelo Laboratório de Energia Solar (LABSOLAR), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Esse sucesso de Belo Horizonte se dá principalmente devido a Política Municipal de Incentivo ao Uso de Formas Alternativas de Energia, criando incentivo para os proprietários e construtores de edificações que utilizem energia solar, gás liquefeito de petróleo (GLP) e gás natural como fonte para o aquecimento de água. Outros motivos para o sucesso do sistema de aquecimento solar de água em Belo Horizonte são a integração entre fabricantes, entidades de pesquisa e concessionária local (CEMIG), permitindo maior incremento das atividades no Estado, A reconhecida preocupação com a qualidade, e como fruto disso encontra-se em BH o único Centro Brasileiro para Desenvolvimento da Energia solar térmica do Brasil credenciado pelo INMETRO para testes de coletores solares, reservatórios térmicos e de sistemas – Green Solar - Grupo de Estudos em Energia da PUC-Minas. A Bahia tem um clima muito propicio para a utilização do aquecimento solar de água, pois aqui as radiações solares são constantes durante a maioria do ano, porém falta o incentivo do governo e de algumas organizações para que este sistema seja difundido e frequentemente utilizado em obras residenciais e comerciais. Outro fator que dificulta, principalmente o uso em residências é o alto custo do equipamento de aquecimento solar como já foi citado anteriormente. 54 3 ESTUDO DE CASO O estudo de caso do presente trabalho foi realizado em dois condomínios residenciais da cidade de Feira de Santana, o Condomínio Mansão José da Costa Falcão e o Residencial Saint Germain, que utilizam sistema de aquecimento solar de água e o sistema de aquecimento convencional de água, respectivamente. 3.1 CONDOMINIO MANSÃO JOSÉ DA COSTA FALCÃO O Condomínio Mansão José da Costa Falcão (Figura 3.1) é um empreendimento do tipo residencial de alto padrão construído em um terreno de área igual a 14.071,50 m², localizado na Rua São Pedro, 365, bairro Santa Mônica, na zona urbana da cidade de Feira de Santana. Figura 3.1 – Condomínio Mansão José da Costa Falcão Fonte: Mirante Empreendimentos, 2004 É constituído por dois edifícios, denominados Edifício João Carlos Falcão e Edifício Lourdes Silva Falcão, e por uma Área de Urbanização e Lazer. Cada edifício é constituído por 23 pavimentos, que subdividem-se em 2 pavimentos garagem, 1 playground e 20 pavimentos tipo os quais constituem-se de 2 apartamentos cada, totalizando 40 apartamentos, numerados de 101 a 2001 e 102 a 2002, com área privativa de 191,28m², área de uso comum de 114,84 55 m2 e área total de 306,12 m2. A cada apartamento correspondem 3 vagas de garagem localizadas nos pavimentos de garagem, com área privativa mínima de 37,5 m2, área de uso comum de 16,88 m2 e área total de 54,38 m2; um depósito individual com área privativa mínima de 5,52 m², área de uso comum de 3,68 m² e área total de 9,20 m². A sua construção se deu pelo regime de administração. Nesse tipo de regime de construção, uma empresa é contratada para executar a obra, devendo apresentar um cronograma físico financeiro, para alocar as verbas necessárias ao andamento normal da obra, onde os custos finais não podem ultrapassar os custos previstos nos orçamentos. Um dos maiores benefícios da modalidade de construção por administração está na questão fiscal, diferente da modalidade por empreitada, onde o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) são recolhidos apenas uma vez. Isso ocorre porque as contratações dos subempreiteiros e fornecedores são realizadas diretamente pela administração e estão sob a intervenção, gerenciamento e fiscalização da Construtora/Administradora. O faturamento se dá diretamente dos contratados para o cliente final, desta forma não ocorre o processo de retributação. As empresas que realizaram a construção do empreendimento foram a R. Carvalho Construções e Empreendimentos e a Mirante Empreendimentos Ltda., que são duas empresas de portes distintos mais que trabalharam em parceria em alguns empreendimentos. A R.Carvalho atua há 20 anos na incorporação e construção de imóveis residenciais e comerciais, realiza projetos destinados às classes alta, média e baixa, focando em produtos de alta qualidade e pontualidade na entrega. É a maior construtora do interior do Estado, atuando inclusive em outros mercados como Salvador, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista na Bahia, em Caruaru e região metropolitana de Recife no estado de Pernambuco, atua também nas capitais dos estados do Ceára e do Espirito Santo . Foi a primeira construtora do interior da Bahia a obter a certificação ISO 9001:2000. Já construiu 300.000m² em mais de 5.000 unidades residenciais e comerciais, e conta com um quadro aproximado de 6.000 colaboradores. A Mirante Empreendimentos Ltda é uma empresa voltada para o desenvolvimento de projetos no segmento da construção civil, incorporação, intermediação de compra, venda e aluguel de imóveis e planejamento estratégico para novos negócios com incentivo fiscal nas áreas industrial e comercial. Atua somente na cidade de Feira de Santana e conta com um quadro de apenas 4 funcionários. 56 O condomínio foi dividido em 3 obras para ser executado, conforme mostra a Figura 3.2. Figura 3.2 – Layout canteiro das três obras Fonte: Projeto Técnico Obra 1-Urbanização e Lazer: muro de fechamento do condomínio, passeios e ruas, praça, guarita, piscina, apoio da piscina, central de gás, casa de lixo e pista de Cooper. Obra 2-Edifício Lourdes Falcão: metade dos pavimentos garagem 1, garagem 2, play-ground e torre do Edifício Lourdes Falcão; Obra 3-Edifício João Carlos Falcão: metades dos pavimentos garagem 1, garagem 2, playground e torre do Edifício João Carlos Falcão. As obras 1 e 2 foram iniciadas em março de 2004, sendo concluídas 90% da obra 1 e 100% da obra 2 em março de 2007. Já a obra 3 teve inicio em março de 2005 e foi concluída em março de 2008 juntamente com o percentual restante da obra 1. 57 Os pavimentos dos prédios estão denominados e descritos na forma a seguir, conjuntamente com a Urbanização e Área de Lazer: Primeiro Pavimento- Garagem 1 com 126 vagas privativas numeradas de 01 a 126, 40 depósitos individuais numerados de 01 a 40, rampa de acesso à garagem 2, poço e halls dos elevadores e escada de acesso ao pavimento superior para cada Edifício, dois vestiários para funcionários com sanitário, duas salas para gerador de energia de emergência (uma para cada Edifício), sala para sub-estação de energia elétrica, compartimento para bombas, salão de jogos, salão de ginástica, lobby, sala para administração, sala para lavagem de veículos, sala medidores de energia e reservatório inferior; Segundo Pavimento- Garagem 2 com 126 vagas privativas numeradas de 127 a 252, 40 depósitos individuais numerados de 41 a 80, rampa de acesso a garagem , poço e hall dos elevadores e escada, sala para motoristas com copa, sala medidores de energia, três depósitos extras do condomínio, mesanino da sala de ginástica e mesanino da sala de jogos; Terceiro Pavimento- Play ground descoberto, dois salões de festas com bar, depósito e sanitários ( para cada Edifício), duas saunas com ducha e repouso (para cada Edifício), duas salas para redutora de pressão(uma para cada prédio),circulação, poços dos elevadores, escadas de acesso aos pavimentos superiores e inferior, quadra esportiva, quadra de tênis e jardineiras. Quarto ao Vigésimo Terceiro Pavimento (Figura 3.3) - Nestes pavimentos estão localizados os apartamentos numerados de 101 a 2001 e 102 a 2002; cada apartamento na sua concepção original, possui living em dois ambientes, sala de jantar, lavabo, cozinha, área de serviço, quarto de empregada, sanitário de empregada, duas varandas, circulação, quatro quartos com sanitário privativo; nas áreas comuns, estão os halls dos elevadores sociais e de serviço, circulação entre os halls, os poços dos elevadores, ante-câmara, poço de ventilação e escada de acesso aos pavimentos superiores e inferiores. 58 Figura 3.3 – Planta Baixa do Pav. Tipo Fonte; Mirante Empreendimentos Telhado - Além do telhado do edifício, estão localizados neste pavimento o barrilete das instalações de água potável, a casa de máquinas dos elevadores, o reservatório superior de água, poço de ventilação, escada de acesso ao pavimento inferior, os coletores solares e os reservatórios térmicos de água. Urbanização e Área de Lazer- Constituída de guarita com portões de acesso, praça com espelho d água, piscina, bar de apoio da piscina com sanitários, área para parque infantil, pista de Cooper, ruas e passeios internos, casa de lixo, central de gás, jardins e muro de fechamento. Esse trabalho tem como objeto de estudo a obra 2, que como citado anteriormente refere-se ao Edifício Lourdes Falcão o qual está a mais tempo habitado e apresenta o maior número de moradores na atualidade. 3.1.1 Caracterização do Sistema de Aquecimento de Água O Edifício Lourdes Falcão utiliza o aquecimento solar de água, classificado como um aquecimento do tipo central por acumulação, que segundo a NBR 10674/89 da ABNT, ―tratase de um aparelho estacionário para aquecer a água em um recipiente, destinado ao armazenamento temporário ou de longa duração, da água aquecida, sendo provido com um ou mais dispositivos para controlar e/ou limitar a temperatura da água‖. 59 O sistema de aquecimento solar de água é classificado, segundo Ilha et all (1994), como um sistema de aquecimento predial do tipo central e coletivo, pois é constituído por um equipamento gerador de água quente e uma rede de tubulações que conduzem a água aquecida até os pontos de utilização pertencentes a mais de uma unidade, que no caso são os apartamentos do edifício. O edifício Lourdes Falcão é dotado de água quente apenas nos chuveiros de quatro sanitários e na alimentação da banheira do sanitário da suíte principal. O projeto de instalações hidráulicas foi feito pela empresa HS ENGENHARIA DE PROJETOS, que dimensionou toda a rede de distribuição de água quente com tubos de Polipropileno Copolímero Randon Tipo 2, mais conhecido como tubos de PPR, que é um material adequado para elevadas temperaturas. Quanto ao dimensionamento do sistema de aquecimento solar, a empresa responsável pelo projeto (anexo A) foi a AGÊNCIA ENERGIA PROJETO E CONSULTORIA EM ENGENHARIA TÉRMICA, empresa especializada na tecnologia de aquecimento solar e a instalação e manutenção do sistema é de responsabilidade da empresa PROSOLAR. O sistema de aquecimento solar do Edifício Lourdes, foi dimensionado para atender uma produção média mensal mínima de energia da área coletora na ordem de 11.000 kWh/mês e para um volume de armazenamento total de 16.000 litros de água. Para isso foi necessária uma área coletora total de 154,0 m², que foi obtida com a colocação de 77 coletores planos com área de 2m² cada, que foram dispostos em 5 grupos diferentes para se obter um melhor aproveitamento do espaço e da radiação solar, os grupos foram denominados de BATERIA, sendo a Bateria 1 composta por 12 coletores, a Bateria 2 por 15 coletores, a Bateria 3 por 30 coletores, a Bateria 4 por 12 coletores e a Bateria 5 por 8 coletores. (Figura 3.4) Figura 3.4 – Planta cobertura / coletores Fonte: R. Carvalho, 2006 60 Os coletores foram acomodados na cobertura do edifício sobre uma estrutura metálica apropriada, posicionados na direção do Norte Geográfico e com uma inclinação de 20°.(Figura 3.5) Figura 3.5 – Corte AA com detalhe dos coletores Fonte; R. Carvalho, 2006 O volume de armazenamento de 16.000 litros, foi obtido com a composição de quatro reservatórios (Figura 3.6), cada um com capacidade de 4.000 litros, sendo denominados de RT-1, RT-2, RT- 3 e RT-4, possuem ligação entre si e apenas o RT-1 faz a ligação direta com a distribuição de água quente e com o sistema auxiliar de aquecimento. Figura 3.6 – Disposição dos reservatórios Fonte: R. carvalho, 2006 61 O sistema auxiliar de aquecimento utilizado é constituído por três aquecedores de passagem a gás (Figura 3.7), cada um com uma potência de aproximadamente 25.000 Kcal/h. Eles são acionados automaticamente, através de um censor de temperatura, que fica localizado na saída para os pontos de consumo no RT-1, quando a temperatura da água fica com um valor abaixo do preestabelecido, que é de 40° podendo também ser programado, a depender da época do ano, dentro do intervalo de 35° a 55°. Figura 3.7 – Detalhe do sistema complementar de aquecimento Fonte: R. Carvalho (2206) 3.2 RESIDENCIAL SAINT GERMAIN O Residencial Saint Germain (Figura 3.8) é um condomínio de luxo, que foi edificado em um terreno de 2.000m² situado na Avenida Santo Antônio, N° 899, no bairro Ponto Central, na cidade de Feira de Santana, no estado da Bahia. Foi construído entre os anos de 2003 e 2005 no regime de administração por uma parceria de duas empresas, a R. Carvalho Construções e a Mirante Empreendimentos Imobiliários, que como citado anteriormente, também foram responsáveis pela construção do Mansão José da Costa Falcão. 62 Figura 3.8 – Residencial Saint Germain Fonte: Mirante Empreendimentos, 2002 A área construída total do empreendimento é de 7.310.04m², dividida em 18 pavimentos da seguinte maneira: Primeiro Pavimento - Garagem com área de 1.484,97m², constituída por setenta e uma vagas autônomas, sendo duas vagas autônomas de garagem por apartamento, cinco vagas extras e duas vagas para visitantes, com área privativa de 12,50m², área de uso comum de 5,49m², área total de 17,99m²; Segundo Pavimento (Figura 3.9) – Playground, subdividido em playground coberto e playground descoberto, composto de hall social, hall de serviço, dois elevadores, escadas de acesso ao pavimento inferior e superior, salão de festas com bar, sanitário masculino e feminino, sauna, piscina adulto e infantil e quadra esportiva; 63 Figura 3.9 – Playground Saint Germain Fonte Mirante Empreendimentos, 2002 Terceiro ao Décimo Oitavo Pavimento – Em cada um desses pavimentos estão localizados dois apartamentos numerados de 101 a 1601 e 102 a 1602, em um total de 32 unidades; cada apartamento na sua concepção original (Figura 3.10), possui varanda, sala de jantar, circulação, living, três quartos (sendo um suíte), sanitário social, cozinha, área de serviço, quarto de empregada e sanitário de empregada. Nas áreas comuns de cada pavimento, estão os halls dos elevadores sociais e de serviço, circulação entre os halls, os poços dos elevadores, ante-câmara, poço de ventilação e escada de acesso aos pavimentos superiores e inferiores. Figura 3.10 – Apartamento tipo Residencial Saint Germain Fonte: Mirante Empreendimentos 64 3.2.1 Caracterização do Sistema de Aquecimento de Água O Residencial Saint Germain utiliza o aquecimento de água no sistema convencional, usando o chuveiro elétrico para elevar a temperatura da água quando se há necessidade ou simplesmente por conforto. Como já explicado anteriormente, o chuveiro elétrico é um aquecedor do tipo instantâneo, ou seja, a água vai sendo aquecida à medida que passa por ele sem requerer reservação e é classificado como um sistema predial de água quente do tipo individual, pois a sua alimentação consiste de um único ponto de utilização, sem necessidade de uma rede de água quente. O projeto de instalações elétricas e hidráulicas do empreendimento foi feito pela empresa HS ENGENHARIA DE PROJETOS e devido ao tipo de aquecimento não foi necessário o dimensionamento de uma rede de tubulações de água quente, porém houve a necessidade de incluir no projeto de instalações elétricas o dimensionamento de circuitos próprios para os chuveiros elétricos dos três sanitários de cada apartamento. Em virtude disso e considerando uma potência média de 4.400 watts por chuveiro, com três chuveiros por apartamento em um total de 32 unidades, obtêm-se uma potência total de 422.400 watts, logo teremos um aumento considerável na demanda de carga elétrica para o dimensionamento da subestação e de todo rede elétrica do condomínio. O que faz com que os custos que são economizados por não existir rede de água quente sejam aproximadamente o mesmo para o aumento da rede elétrica. 65 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO O capítulo atual descreve as análises dos dados coletados após a pesquisa de satisfação com os moradores do Edifício Lourdes Falcão e do Residencial Saint Germain. Através da aplicação de questionários e entrevistas, pesquisou-se, considerando a percepção dos usuários, quais as vantagens e desvantagens dos sistemas de aquecimento solar de água e do sistema de aquecimento convencional, utilizado em cada um dos objetos de estudo. 4.1 RESULTADO DOS QUESTIONÁRIOS Foram elaboradas 8 (oito) questões para conhecer o perfil dos moradores e avaliar o seu grau de satisfação quanto ao sistema de aquecimento utilizado, considerando vários fatores. Como já explicado no capítulo 3 deste trabalho, o edifício Lourdes Falcão é composto por 40 apartamentos e o Residencial Saint Germain por 32 unidades. A pesquisa de opinião com os moradores dos dois empreendimentos foi feita no período de 15/11 à 03/12/10 e antes de dar inicio a aplicação do questionário, o pesquisador verificou junto às empresas responsáveis pela administração dos respectivos condomínios, quais unidades possuíam moradores. Durante os 15 dias de pesquisa tentou-se obter o a pesquisa com 100% dos moradores dos dois condomínios, porém nem todos os proprietários aceitaram responder o questionário bem como em alguns apartamentos não encontramos os moradores durante o dia e em alguns casos, os mesmos estavam fora da cidade e não tinham data para retornar. A tabela 4.1 mostra um comparativo, entre o número total de unidades do empreendimento, a quantidade de unidades habitadas e quantas unidades foram entrevistadas. 66 Tabela 4.1 – Comparativo entre unidades entrevistadas LOCAL Nº TOTAL UNIDADES UNIDADES HABITADAS UNIDADES APROVEITAMENTO ENTREVISTADAS EDIFÍCIO LOURDES FALCÃO 40 36 27 75% RESIDENCIAL SAINT GERMAIN 32 27 25 93% Analisando os valores da tabela percebe-se que apesar de ter sido inaugurado no ano de 2005, o residencial Saint Germain conta com um índice de ocupação de 84%, o que é menor do que os 90% do Edificio Lourdes Falcão que somente foi inaugurado dois anos depois. Também fica claro que conseguiu obter um melhor aproveitamento no número de questionários aplicados no Residencial Saint Germain. Como o número de unidades entrevistadas foi diferente em cada um dos empreendimentos, trataremos os resultados a seguir em percentagem do total de unidades entrevistadas, ou seja, no Lourdes Falcão 100% corresponderá a 27 apartamentos enquanto no Saint Germain corresponderá a 25 apartamentos. A primeira pergunta do questionário, conforme anexo B, diz respeito a quantidade de moradores por apartamento, foi disponibilizado quatro intervalos e o morador teria que escolher uma das opções que melhor caracterizava sua residência. As opções eram 2 moradores, 3 moradores, 4 moradores e 5 ou mais moradores, essa pergunta visa esclarecer ainda mais quanto ao porte dos empreendimentos. O gráfico 4.1 mostra os resultados obtidos. Gráfico 4.1 – Análise comparativa de número de moradores por apartamento 67 Logo, percebe-se que os dois empreendimentos se assemelham e cada apartamento tem em sua maioria quatro habitantes. O sistema de aquecimento de água é um dos itens do empreendimento que geralmente não desperta muito atenção na aquisição de um imóvel, o comprador na maioria das vezes nem procura saber qual o tipo de aquecimento utilizado, porém no caso do Condomínio Mansão José da Costa Falcão a construtora colocou em evidência o sistema de aquecimento solar de água e tentou fazer com que isso fosse um diferencial nas vendas do empreendimento. Em virtude disso, na segunda questão do questionário foi solicitado que o entrevistado numerasse por ordem de prioridade, fatores que o influenciaram no momento da aquisição do imóvel. As opções que foram dadas ao entrevistado foram a seguintes: Mansão José da Costa Falcão: ( ( ( ( ( ) A área comum do condomínio ) A área do apartamento ) O fato de serem apenas dois apartamentos por andar ) A localização do empreendimento ) A utilização do sistema de aquecimento solar de água como forma de beneficiar o meio ambiente e de economia de energia Já no Residencial Saint Germain cujo sistema é o convencional as opções foram: ( ) A área comum do condomínio ( ) A área do apartamento ( ) O fato de serem apenas dois apartamentos por andar ( ) A localização do empreendimento ( ) A utilização do sistema de aquecimento convencional de água As tabelas 4.2 e 4.3 mostram os resultados obtidos do Mansão José da Costa Falcão e no Residencial Saint Germain, respectivamente. Tabela 4.2 Influência para aquisição do imóvel - Mansão José da Costa Falcão INFLUÊNCIA NA AQUISIÇÃO DO IMÓVEL ORDEM DE PRIORIDADE A ÁREA COMUM DO CONDOMÍNIO 1º 2º 3º 78% 19% 0% 4º 0% 5º 4% A ÁREA DO APARTAMENTO 7% 59% 19% 11% 4% O FATO DE SEREM APENAS DOIS APARTAMENTOS POR ANDAR 0% 15% 44% 30% 11% A LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA COMO FORMA DE BENEFICIAR O MEIO AMBIENTE E DE ECONOMIA DE ENERGIA 4% 4% 22% 22% 48% 11% 4% 15% 37% 33% 68 Tabela 4.3 Influência para aquisição do imóvel – Residencial Saint Germain INFLUÊNCIA NA AQUISIÇÃO DO IMÓVEL A ÁREA COMUM DO CONDOMÍNIO A ÁREA DO APARTAMENTO O FATO DE SEREM APENAS DOIS APARTAMENTOS POR ANDAR A LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE AQUECIMENTO CONVENCIONAL DE ÁGUA ORDEM DE PRIORIDADE 1º 2º 3º 4º 5º 36% 8% 0% 52% 12% 52% 28% 4% 30% 20% 20% 26% 20% 16% 48% 12% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 84% Os resultados das duas tabelas indicam que o sistema de aquecimento solar de água influenciou na aquisição do imóvel enquanto que o aquecimento convencional de água não teve importância relevante na hora da aquisição do Saint Germain. Observa-se na tabela 4.3 que a área comum do condomínio e a localização do empreendimento tiveram a mesma percentagem como 3ª prioridade, porém como a localização do empreendimento teve o maior percentual como a prioridade de número 1, a área comum do empreendimento ficou como 3ª prioridade. Na sequência o entrevistado teria que opinar de maneira objetiva, sobre o último item da questão anterior, que faz referência ao sistema de aquecimento utilizado. Foram abordados 4 (quatro) pontos, e a resposta teria que ser afirmativa ou negativa: a) Houve alguma dificuldade na utilização do sistema de aquecimento de água ? b) O sistema de aquecimento de água atende às expectativas ? c) O sistema de aquecimento de água utilizado influenciaria para aquisição de outro imóvel ? d) Houve algum problema com o sistema de aquecimento de água ? Os resultados obtidos são apresentados são apresentados nos Gráficos 4.2, 4.3, 4.4 e 4.5 respectivamente. Gráfico 4.2 – Análise das respostas da questão 3 a 69 Ao analisar o Gráfico 4.2 percebe-se que os usuários do aquecimento solar de água apresentam mais dificuldades no uso do sistema de aquecimento de água do que aqueles que utilizam o chuveiro elétrico. Gráfico 4.3 – Análise das respostas da questão 3 b O Gráfico 4.3 mostra que o sistema de aquecimento solar de água atende as expectativas de seus usuários, pois 24 dos 27 entrevistados responderam de maneira afirmativa a questão. Gráfico 4.4 – Análise das respostas da questão 3 c 70 Ao analisar o Gráfico 4.4 percebe-se que a grande maioria dos usuários do sistema de aquecimento convencional não sofreriam a influência do tipo de aquecimento de água na hora da aquisição de outro imóvel. Gráfico 4.5 – Análise das respostas da questão 3 d A análise do Gráfico 4.5 mostra que o chuveiro elétrico gera menos problemas que o aquecimento solar, pois enquanto 26% dos entrevistados responderam que já tiveram problemas com o aquecedor solar, apenas 20% tiveram problemas com o chuveiro elétrico. Depois de opinarem quanto a utilização do sistema de aquecimento de água, os entrevistados que responderam de maneira afirmativa o item 3 d tiveram que responder a questão 4 (quatro) que faz referência aos problemas encontrados em cada um dos sistemas. A tabela 4.4 mostra os valores encontrados. Tabela 4.4 – Problemas com o sistema de aquecimento TIPO DE PROBLEMA FALTA DE ÁGUA QUENTE DURANTE O BANHO AQUECIMENTO EXCESSIVO DE ÁGUA DURANTE O BANHO FALTA DE ÁGUA QUENTE DURANTE O BANHO E AQUECIMENTO EXCESSIVO DE ÁGUA AQUECIMENTO SOLAR 71% 86% AQUECIMENTO CONVENCIONAL 100% 0% 57% 0% Diante da tabela 4.4 fica evidente que dos entrevistados que já tiveram problemas com o aquecimento de água, o problema comum dos chuveiros elétricos é a falta de água quente durante o banho enquanto existe um equilíbrio nos tipos de problemas do aquecedor 71 solar, pois 71% dos apartamentos que apresentaram problemas foi devido à falta de água quente durante o banho e 86% foi por aquecimento excessivo de água e um pouco mais da metade dos apartamentos apresentaram os dois problemas. Em seguida os entrevistados responderam se houve agilidade na resolução do problema. A figura 4.6 mostra os resultados obtidos através de gráficos Gráfico 4.6 – Análise de opinião sobre agilidade da solução do problema A questão 5 (cinco) diz respeito a economia nas contas de energia. Para os moradores do Lourdes Falcão foi perguntado se existe economia nas contas de energia devido ao aquecimento solar de água, enquanto que para os entrevistados do Residencial Saint Germain foi questionado se haveria economia por conta do uso do chuveiro elétrico. Os dados obtidos são mostrados através do gráfico 4.7. Gráfico 4.7 – Comparativo de opinião sobre as contas de energia 72 Logo, percebe-se que a grande maioria acha que o aquecimento solar gera economia nas contas de energia enquanto que o chuveiro elétrico não para 92% dos usuários, não reduz o custo da geração de energia A penúltima pergunta para os moradores do Lourdes Falcão, foi se o aquecimento solar de água deveria ser substituído pelo chuveiro elétrico, enquanto que no Saint Germain foi perguntado o inverso, se os proprietários gostariam de que o sistema de aquecimento convencional fosse substituído pelo solar. Os resultados são mostrados nos dos gráficos 4.8 e 4.9. Gráfico 4.8 – Intenção de mudança para o aquecimento convencional Gráfico 4.9 – Intenção de mudança para o aquecimento solar de água Para finalizar a pesquisa, foi proposto para aqueles que opinaram pela manutenção do aquecimento solar no Edifício Lourdes Falcão e para os que escolheram pela troca de 73 sistema de aquecimento no Saint Germain, que enumerassem por ordem de prioridade as justificativas de suas respostas. As opções dadas aos entrevistados foram às seguintes: Edifício Lourdes Falcão: ( ) Devido ao benefício econômico; ( ) Devido ao benefício ao meio ambiente; ( ) Por motivos de satisfação com o sistema atual; ( ) Outros motivos Residencial Saint Germain: ( ) Devido ao benefício econômico; ( ) Devido ao benefício ao meio ambiente; ( ) Por motivos de insatisfação com o sistema atual; ( ) Outros motivos Tabela 4.5 – Justificativa para manutenção do aquecedor solar – Edifício Lourdes Falcão JUSTIFICATIVA DEVIDO AO BENEFÍCIO ECONÔMICO DEVIDO AO BENEFÍCIO AO MEIO AMBIENTE POR MOTIVO DE SATISFAÇÃO COM O SISTEMA ATUAL OUTROS MOTIVOS ORDEM DE PRIORIDADE 1º 2º 3º 4º 73% 27% 0% 0% 27% 65% 8% 0% 0% 8% 77% 15% 0% 0% 15% 85% Tabela 4.6 – Justificativa para mudança para o aquecedor solar – Residencial Saint Germain JUSTIFICATIVA DEVIDO AO BENEFÍCIO ECONÔMICO DEVIDO AO BENEFÍCIO AO MEIO AMBIENTE POR MOTIVO DE INSATISFAÇÃO COM O SISTEMA ATUAL OUTROS MOTIVOS 1º 50% 36% 14% 0% ORDEM DE PRIORIDADE 2º 3º 41% 45% 9% 5% 9% 18% 55% 18% 4º 0% 0% 23% 77% Analisando os resultados obtidos, percebe-se que em ambos os empreendimentos os moradores associam o sistema de aquecimento solar de água ao beneficio econômico, deixando o benefício ao meio ambiente em segundo plano, e no caso do Edifício Lourdes Falcão destaca-se a satisfação com o aquecimento de água, deixando outros motivos como última opção. 74 4.2 RESULTADO DAS ENTREVISTAS Durante o trabalho foram realizadas entrevistas, com o engenheiro residente responsável pela execução do Condomínio Mansão José da Costa Falcão e com o engenheiro da empresa PROSOLAR, responsável pela instalação do sistema de aquecimento solar de água e por consultorias prestadas a empresa construtora. As entrevistas realizadas (Anexo C) foram de tipo estruturada. Foram feitas três perguntas ao engenheiro da PROSOLAR e quatro perguntas ao engenheiro residente responsável pela execução da obra. A primeira pergunta feita ao engenheiro da PROSOLAR, foi sobre a atual situação do mercado para empresas especializadas que trabalham com o aquecimento solar de água. A resposta foi que o mercado passa por uma transição, onde as empresas não precisam mais ir a procura do cliente e sim os clientes é que estão vindo a procura da empresa e que diferente de 10 anos atrás há um grande número de projetos a serem executados. A segunda pergunta foi sobre as normas regulamentadoras do sistema de aquecimento solar de água e das etapas para execução de um projeto desse mesmo sistema. A resposta do engenheiro foi a seguinte : A única norma existente é a NBR 7198 da ABNT, que trata de sistemas prediais de água quente; Primeiro deve ser feito um estudo climatológico do local onde será implantado o sistema, analisando a incidência de radiação solar no local para saber se o mesmo é viável para implantação do sistema; O próximo passo é dimensionar o sistema de aquecimento solar em conjunto com o projetista de instalações hidráulicas; O projetista de instalações hidraúlicas projeta a rede de distribuição de água quente, enquanto a outra empresa fica responsável pelo dimensionamento do funcionamento e da alimentação do sistema; A última pergunta feita ao engenheiro da PROSOLAR foi sobre qual o seu papel no projeto do sistema de aquecimento solar do Condomínio Mansão José da Costa Falcão. Ele respondeu que a sua empresa foi contratada para fornecer material e mão-de-obra 75 especializada para a instalação do sistema, para prestar consultoria à empresa responsável pela construção do empreendimento e realizar a sua manutenção. A entrevista feita com o engenheiro residente responsável pela construção do Mansão José da Costa Falcão, foi composta por 4 (quatro) perguntas. A primeira pergunta foi se o mesmo já havia executado outra obra que possuísse a tecnologia do sistema de aquecimento solar de água. A resposta foi que nunca tinha trabalhado com tecnologia semelhante. Prosseguindo com a entrevista, o engenheiro foi questionado se teve alguma dificuldade na execução do referido sistema. A resposta foi que não existiram dificuldades pois trabalhou em conjunto com o engenheiro da PROSOLAR que prestou consultoria esclarecendo todas as suas dúvidas. Dando continuidade a entrevista, a pergunta seguinte foi sobre quais as diferenças principais para um engenheiro residente, executar uma obra com o sistema de aquecimento solar de água e uma obra que utiliza o chuveiro elétrico para o aquecimento da água. O mesmo respondeu que basicamente a diferença é que para implantação do sistema de aquecimento solar existe a necessidade de se contratar uma empresa terceirizada para efetuar a sua instalação além da necessidade de ter um número maior de encanadores na obra, pois além da rede de distribuição de água fria é necessário executar toda a rede de distribuição de água quente, o que no caso dos chuveiros elétricos não é feito, pois o mesmo é um aquecedor de água instantâneo, logo não necessita de uma rede de tubulações de água quente. 4.3 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO Durante o trabalho foi realizado um levantamento fotográfico do local onde foi instalado o sistema de aquecimento solar de água do Edifício Lourdes, para se analisar o espaço necessário e os detalhes da disposição do sistema no empreendimento. A figura 4.1 mostra a disposição dos coletores solares. 76 Figura 4.1 – Verificação da disposição dos coletores De acordo com a entrevista feita com o engenheiro responsável pela execução do empreendimento, a figura 4.2 mostra que os coletores que estavam previstos em projetos que ficariam localizados na área de acesso à cobertura, foram re-locados pois os mesmo dificultariam o acesso de pessoas e equipamentos ao pavimento de cobertura e não havia outro lugar onde pudesse ser feito o acesso. Figura 4.2 – Re-locação de coletores próximo ao acesso 77 A figura 4.3 mostra a disposição dos reservatórios térmicos, que foram colocados como previsto em projeto. Os boilers recebem alimentação de água fria do reservatório do edifício e existe uma rede que interliga os 4 (quatro) boilers e apenas o boiler principal é que distribui a água quente. Figura 4.3 – Disposição dos reservatórios térmicos A figura 4.4 mostra o respiro ascendente, que são tubos por onde sai o ar quente gerado pelo movimentação da água dentro do boiler . Figura 4.4 – Respiro ascendente 78 A figura 4.4 mostra a capacidade de cada um dos reservatórios térmicos, que é de 4.000 litros, totalizando 16.000 litros conforme projeto técnico, a figura deixa evidente também a garantia do equipamento que é de 10 (dez) anos. Figura 4.5 – Capacidade dos reservatórios térmicos A figura 4.6 mostra o detalhe dos sensores de temperatura que acionam o sistema de aquecimento auxiliar quando a temperatura da água está abaixo do valor preestabelecido. Figura 4.6 – Sensor de temperatura 79 A figura 4.7 mostra o esquema de distribuição do Reservatório térmico principal, onde temos a saída de distribuição de água quente para o consumo, a saída para o sistema auxiliar de aquecimento e o retorno para os coletores solares. Figura 4.7 – Saídas de alimentação do RT 1 A figura 4.8 mostra os aquecedores a gás que compõe o sistema auxiliar de aquecimento conforme projeto. São 3 (três) aquecedores cada um com uma potência de aproximadamente 25.000 Kcal/h. O último aquecedor da esquerda para a direita é de marca diferente dos outros dois pois o original apresentou problemas e foi substituído por um modelo similar. Figura 4.8 – Sistema auxiliar de aquecimento 80 5 CONCLUSÕES 5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS As formas convencionais de geração de energia para a efetivação do hábito de utilizar água quente para lavar as mãos ou tomar banho, estão sendo utilizadas de maneira desordenada, tem-se que procurar soluções sustentáveis, que garantam a saúde do planeta e ao mesmo tempo possibilitem à população continuar a utilizar confortavelmente a água aquecida. Residiu aí a importância e relevância do presente trabalho: estudar uma forma alternativa de geração de energia para o aquecimento da água, qual seja, o sistema de aquecimento solar de água, o qual é considerado importante fator de auxílio às políticas de preservação do meio-ambiente e de economia. Assim, conforme definido nessa pesquisa, o objetivo principal foi analisar a utilização do aquecimento solar de água no Condomínio Mansão José da Costa Falcão, através da avaliação de pós-ocupação quando comparado com o sistema de aquecimento de água convencional do Residencial Saint Germain. Para que esse objetivo fosse atingido, foram estabelecidas algumas metas específicas: analisar os projetos de implantação do sistema de aquecimento solar de água no Edifício Lourdes do Condomínio Mansão José da Costa Falcão; analisar o processo de execução do sistema de aquecimento solar; e analisar o sistema de aquecimento de água convencional no condomínio Residencial Saint Germain. Ao observar o projeto dos sistemas de aquecimento de água nos empreendimentos, foi visto que o aquecimento solar necessita de projetos específicos de rede de tubulação de água quente e de implantação do sistema, enquanto que o sistema de aquecimento convencional não necessita de tubulações de água quente e o projeto de implantação, pois estes já estão dentro do projeto de instalações elétricas, necessitando apenas da criação de mais um circuito para os chuveiros elétricos. Ao analisar a entrevista com o engenheiro residente responsável pela construção do Condomínio Mansão José da Costa Falcão e através do levantamento fotográfico, vimos que houve a necessidade de algumas alterações de projeto para que facilitasse a instalação do sistema de aquecimento bem como sua manutenção e ficou evidente que para implantar um 81 sistema semelhante a esse, existe a necessidade de utilização de mão-de-obra qualificada através da contratação e consultoria com empresas especializadas em aquecimento solar de água. O objetivo principal deste trabalho foi alcançado através da análise das respostas dadas pelos moradores dos dois condomínios e por dois engenheiros, com o uso da aplicação de questionários e entrevistas e com uma análise do projeto e da implantação dos dois sistemas de aquecimento em seus respectivos prédios. Pôde-se concluir ao final do estudo que o sistema de aquecimento solar de água apresenta como vantagens: Um elevado grau de aceitação por parte de seus usuários. Os usuários do sistema de aquecimento convencional gostariam de substituir o chuveiro elétrico pelo aquecedor solar; Na opinião da grande maioria o aquecimento solar é uma forma de economizar energia e beneficiar o meio ambiente; O sistema de aquecimento solar atende as expectativas de seus usuários; Por fim, os problemas com o sistema de aquecimento são equivalentes ao do chuveiro elétrico. As principais desvantagens do sistema de aquecimento solar com relação ao chuveiro elétrico foram as seguintes: Maior dificuldade de adaptação ao uso; Os problemas gerados demoram mais para serem resolvidos que os do chuveiro elétrico; O processo de implantação no empreendimento é mais complexo que o sistema de aquecimento de água convencional e requer mão-de-obra especializada; Não podem ser utilizados em qualquer localização; Após a exposição de todos os dados e conclusões fica clara a importância do estudo dos diferentes sistemas de aquecimento de água em prédios residenciais por parte dos profissionais que atuam na construção civil, para que possam proporcionar à população diferentes tecnologias para o aquecimento de água. 82 5. 2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS A partir dos resultados que foram obtidos neste trabalho e de todos os conhecimentos que foram adquiridos ao longo de sua realização, pode-se fazer algumas sugestões para o desenvolvimento de estudos futuros: Análise comparativa entre custos de implantação e manutenção dos sistema de aquecimento solar de água e do convencional; Análise de desempenho energético no sistema de aquecimento solar; Análise comparativa entre o sistema de aquecimento convencional de água e os aquecedores a Gás; Análise comparativa entre os aquecedores solares e os aquecedores a Gás 83 REFERÊNCIAS ABESCO -Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia, Disponível em <http://www.abesco.com.br>, Acesso em 08 de setembro de 2010. ABREU, C. 2008, Disponível em <http://www.atitudessustentaveis.com.br/conscientizacao/ meio-ambiente/> Acesso Janeiro de 2010 A CRISE de abastecimento de energia eletrica : Relatorio. Brasilia: Senado Federal, 2002. 202p AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Energia Solar. Disponível em <http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/Atlas/energia_solar/3_3_2.htm> Acesso em 15 de out. 2009 Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e AquecimentoABRAVA, disponível em <http://www.abrava.com.br> ALVARENGA, C. A., Energia Solar, Lavras: UFLA/FAEPE, 2001 Ambiente Brasil Portal Ambiental Dsiponível em <http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./energia/index.html&conteudo=./en ergia/solar.html> acessado 24/08/2009 as 10:30 AROUCA, M. C. Análise da demanda de energia no setor residencial no Brasil. Rio de Janeiro, R.J.: Dissertação de mestrado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1982, 76 p. ASHRAE - American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers Standard 55-92 – Thermal environments conditions for human occupancy. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7198 – Projeto e Execução de Instalações Prédiais de Águua Quente. Rio de Janeiro, 1993. 84 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 12483 – Chuveiros elétricos. Rio de Janeiro, R.J.: Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1992. BEZERRA, A. M. Aplicações Térmicas da Energia Solar. 4ª ed. João Pessoa: Editora UFPB, 2000. COMETTA, E. Energia Solar utilização e empregos práticos. São Paulo: Editora Hemus Editora Ltda, 2004. COMPANHIA ENERGETICA DE SAO PAULO. Bibliografia da historia da energia eletrica no Brasil. Sao Paulo: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, 1988. 298 p (Serie Divulgacao e informacao / Companhia Energetica de Sao Paulo 109). CRESESB: Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito; disponível em <:http://www.cresesb.cepel.br/index.php?link=/tutorial/tutorial_solar.htm; acesso 24/08/2009 CUSINATO, L. J.; SILVA, H. C. Otimização dos recursos energéticos : comparação de sistemas de aquecimento de água para banhos domésticos /. Revista Arquitetura, Vol. 1, n.1 , p. 77-89, 2000. FROTA, A. B.; SCHIFFER, S. R. 2001, Manual de conforto térmico : arquitetura, urbanismo, São Paulo : Studio Nobel, 2001 GUAITOLINI, B. S. 2008, Sustentabilidade Ambiental, <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/sustentabilidade>, Disponível em Acesso de 08 setembro de 2010. ILHA, M. S. de O.; GONÇALVES, O. M. e KAVASSAKI, Y. Sistemas prediais de água quente – TT/PCC 09. São Paulo, S.P.: Texto Técnico da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – EPUSP, 1994 JANNUZZI, G. M. 2004 http://www.fem.unicamp.br/~jannuzzi/documents/ Comciencia12040.pdf 85 KRAUSE, C. B. 2002, Bioclimatismo No Projeto De Arquitetura: Dicas De Projeto LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F.R. Eficiência energética na arquitetura. São Paulo: PW, 1997 LANDI, F. R. A evolução histórica das instalações hidráulicas São Paulo S.P / Boletim Técnico da Escola Politécnica do Estado de São Paulo – EPUSP, 1993, 64p LOMBARDO, M. A. Ilha de Calor nas Metrópoles – o exemplo de São Paulo. São Paulo: HUCITEC, 1985. 244p. LORENZETTI Disponível em S.A. INDÚSTRIAS BRASILEIRAS <http://lorenzetti.com.br> Acesso em ELETROMETALÚRGICAS. 15 outubro de 2009 MARGIT, A. e MARTINS, M. Aumentando a Eficiência Energética, Um Universo em Possibilidades, Rio de Janeiro 2009. MATAJS, R. R. Demanda, consumo e custo das alternativas ao chuveiro elétrico: O exemplo do estado de São Paulo. São Paulo, S.P.: Dissertação de mestrado da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 1997, 156 p. MOREIRA, J. G. de S. Energia Solar no Brasil: O uso de coletores planos para o aquecimento de água. 1985. 261 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Nuclear e Planejamento Energético). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1985. NUNES, R. 2008, O Meio Ambiente e a Sustentabilidade, Disponível em: <http://www.ecologiaurbana.com.br/conscientizacao/meio-ambiente-sustentabilidade/>. Acesso em 15 outubro 2009 PEDRO, L. e SILVA, J., Energia Solar Térmica, 2007 86 PORTAL DA SUSTENTABILIDADE, 2010, Disponível em; <http://www.sustentabilidade.org.br/>, Acesso em 17 Maio 2010 PRADO, R. T. A. e GONÇALVES, O. M. Demanda da energia elétrica e seu controle em edificações residenciais, SÃO PAULO, S.P.: Produção científica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – EPUSP, 10 p, 1998 PROCEL – PROGRAMA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. Disponível em http://eletrobras.gov.br PROSOLAR SISTEMAS DE AQUECIMENTO, Disponível em <http://www.prosolarbahia.com.br>, Acesso 15 de outubro de 2009 RATTNER, H. 1999, Ambiente e Sociedade, Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-753X1999000200020&script=sci_arttext> Revista Construção Mercado, 85- agosto de 2008, disponível em <http://revista.construcaomercado.com.br/negocios-incorporacao-consstrucao/85/artigo1206981.asp> Revista Techne, 147 ano 17 junho de 2009 http://www.revistatechne.com.br/engenhariacivil/147/aquecedores-solares-142402-1.asp; 18/08/2009 RUAS, A. C. Avaliação de conforto térmico: contribuição à aplicação prática das normas internacionais. / Álvaro Cesar Ruas.--Campinas, SP: [s.n.], 1999. ROSTAND, R. 2001, Disponível em < http://www.aondevamos.eng.br/textos/texto> SEPLAG -Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do Rio de Janeiro, 2010 SOLARES AQUECIMENTO SOLAR, Disponível em<http://www.solares.com.br> Acesso em 15 de outubro de 2009 TECNOSOL AQUECEDORES E HIDRÁULICA LTDA. Catálogo, 2003 87 UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME (UNEP). Switched On: Renewable Energy Opportunities in the Tourism Industry, 2003. Disponível em: <http://www.uneptie.org/pc/tourism/library/energy.htm>. VERDUSSEN, R. A racionalização humanizada do trabalho. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978. XAVIER, A. A. P., & LAMBERTS, R. Conforto Térmico e Stress Térmico, 2002 88 ANEXOS 89 ANEXO B QUESTIONÁRIOS Nº 1 2 3 4 5 6 7 QUESTIONÁRIO JOSÉ DA COSTA FALCÃO QUESTÕES QUANTAS PESSOAS RESIDEM NO APARTAMENTO ? ASSINALE UMA DAS ALTERNATIVAS ABAIXO ( )3 ( )4 ( ) 5 OU MAIS ( )2 O QUE LHE INFLUENCIOU PARA A AQUISIÇÃO DO IMÓVEL? NUMERE POR ORDEM DE PRIORIDADE ( ) A ÁREA COMUM DO CONDOMÍNIO ( ) A ÁREA DO APTº ( ) O FATO DE SEREM APENAS DOIS APARTAMENTOS POR ANDAR ( ) A LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ( ) A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA COMO FORMA DE BENEFICIAR O MEIO AMBIENTE E DE ECONOMIA DE ENERGIA EM RELAÇÃO À ÚLTIMA ALTERNATIVA DA QUESTÃO ANTERIOR RESPONDA ÀOS ITENS ABAIXO ASSINALANDO UMA DAS OPÇÕES a - HOUVE ALGUMA DIFICULDADE NO USO DO SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA ? ( ) NÃO ( ) SIM b - O SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA ATENDE ÀS EXPECTATIVAS ? ( ) NÃO ( ) SIM c - O SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA INFLUENCIARIA PARA AQUISIÇÃO DE OUTRO IMÓVEL ? ( ) NÃO ( ) SIM d - HOUVE ALGUM PROBLEMA COM O SISTEMA DE AQUECIMENTO DE ÁGUA ? ( ) NÃO ( ) SIM SE VOCÊ RESPONDEU DE MANEIRA AFIRMATIVA À LETRA d DA QUESTÃO ANTERIOR RESPONDA AOS ITENS ABAIXO ASSINALANDO UMA DAS OPÇÕES a - FALTA DE ÁGUA QUENTE DURANTE O BANHO ? ( ) NÃO ( ) SIM b - AQUECIMENTO EXCESSIVO DE ÁGUA DURANTE O BANHO ? ( ) NÃO ( ) SIM c - HOUVE AGILIDADE PARA RESOLUÇÃO DO PROBLEMA ? ( ) NÃO ( ) SIM NA SUA OPINIÃO EXISTE ALGUMA ECONOMIA NAS CONTAS DE ENERGIA COM O USO DE AQUECIMENTO SOLAR AO INVÉS DO AQUECIMENTO CONVENCIONAL ? ( ) NÃO ( ) SIM NA SUA OPINIÃO O SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA DEVERIA SER SUBSTITUÍDO PELO SISTEMA DE AQUECIMENTO DE ÁGUA CONVENCIONAL ? ( ) NÃO ( ) SIM SE VOCÊ RESPONDEU DE MANEIRA NEGATIVA À QUESTÃO ANTERIOR, NUMERE AS OPÇÕES ABAIXO POR ORDEM DE PRIORIDADE ( ) DEVIDO AO BENEFÍCIO ECONÔMICO 90 ( ( ( ) DEVIDO AO BENEFÍCIO AO MEIO AMBIENTE ) POR MOTIVO DE INSATISFAÇÃO COM O SISTEMA ATUAL ) OUTROS MOTIVOS Nº 1 2 3 4 5 QUESTIONÁRIO RESIDENCIAL SAINT GERMAIN QUESTÕES QUANTAS PESSOAS RESIDEM NO APARTAMENTO ? ASSINALE UMA DAS ALTERNATIVAS ( )3 ( )4 ( ) 5 OU MAIS ( )2 O QUE LHE INFLUENCIOU PARA A AQUISIÇÃO DO IMÓVEL? NUMERE POR ORDEM DE PRIORIDADE ( ) A ÁREA COMUM DO CONDOMÍNIO ( ) A ÁREA DO APARTAMENTO ( ) O FATO DE SEREM APENAS DOIS APARTAMENTOS POR ANDAR ( ) A LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ( ) A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE AQUECIMENTO CONVENCIONAL DE ÁGUA EM RELAÇÃO À ÚLTIMA ALTERNATIVA DA QUESTÃO ANTERIOR RESPONDA ÀOS ITENS ABAIXO ASSINALANDO UMA DAS OPÇÕES a - HOUVE ALGUMA DIFICULDADE NO USO DO SISTEMA DE AQUECIMENTO CONVENCIONAL DE ÁGUA ? ( ) NÃO ( ) SIM b - O SISTEMA DE AQUECIMENTO CONVENCIONAL DE ÁGUA ATENDE ÀS EXPECTATIVAS ? ( ) NÃO ( ) SIM c - O SISTEMA DE AQUECIMENTO CONVENCIONAL DE ÁGUA INFLUENCIARIA PARA AQUISIÇÃO DE OUTRO IMÓVEL ? ( ) NÃO ( ) SIM d - HOUVE ALGUM PROBLEMA COM O SISTEMA DE AQUECIMENTO DE ÁGUA ? ( ) NÃO ( ) SIM SE VOCÊ RESPONDEU DE MANEIRA AFIRMATIVA À LETRA d DA QUESTÃO ANTERIOR RESPONDA AOS ITENS ABAIXO ASSINALANDO UMA DAS OPÇÕES a - FALTA DE ÁGUA QUENTE DURANTE O BANHO ? ( ) NÃO ( ) SIM b - AQUECIMENTO EXCESSIVO DE ÁGUA DURANTE O BANHO ? ( ) NÃO ( ) SIM c - HOUVE AGILIDADE PARA RESOLUÇÃO DO PROBLEMA ? ( ) NÃO ( ) SIM NA SUA OPINIÃO EXISTE ALGUMA ECONOMIA NAS CONTAS DE ENERGIA COM O USO DE AQUECIMENTO DE ÁGUA CONVENCIONAL ? ( ) NÃO ( ) SIM 91 6 7 NA SUA OPINIÃO O SISTEMA DE AQUECIMENTO CONVENCIONAL DE ÁGUA DEVERIA SER SUBSTITUÍDO PELO SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA ? ( ) NÃO ( ) SIM SE VOCÊ RESPONDEU DE MANEIRA AFIRMATIVA À QUESTÃO ANTERIOR, NUMERE AS OPÇÕES ABAIXO POR ORDEM DE PRIORIDADE ( ) DEVIDO AO BENEFÍCIO ECONÔMICO ( ) DEVIDO AO BENEFÍCIO AO MEIO AMBIENTE ( ) POR MOTIVO DE INSATISFAÇÃO COM O SISTEMA ATUAL ( ) OUTROS MOTIVOS 92 ANEXO C ENTREVISTAS ENGENHEIRO PROSOLAR 1-Em sua opinião, qual a atual situação do mercado para as empresas que trabalham com a utilização do sistema de aquecimento solar de água ? Há algum tempo atrás, por volta do ano 200, quando iniciei no mercado dos sistemas de aquecimento solar de água, eram raras as empresas que ousavam implantar essa tecnologia no mercado da Bahia, muitos ainda não conheciam o que realmente era a energia solar, quais as formas de sua utilização, a empresa tinha que divulgar seu trabalho e fazer visitas as empresas para tentar convencê-las à utilizar os aquecedores solares, na atualidade com a melhora do mercado da construção civil como um todo, com o incentivo da mídia e do governo e com a necessidade de se utilizar energias sustentáveis o mercado do aquecimento solar se expandiu bastante e hoje já existi uma quantidade considerável de serviços que a empresa administra seus clientes e tem mais a necessidade de está fazendo visitas para divulgar o trabalho, são os próprios clientes que nos procuram. 2 – Existe alguma norma regulamentadora para projetos de sistema de aquecimento solar de água ? Como é que se dá todo o processo de elaboração de um projeto de aquecimento solar ? Ainda não existe uma norma específica para o aquecimento solar todos os projetos de sistema de aquecimento solar são baseados na NBR 7198 da ABNT. Primeiramente é feito um estudo climatológico do local onde se quer implantar o sistema, é analisado a incidência de radiação solar para verificar se o local é viável a implantação, logo após está etapa em conjunto com o projetista de instalação hidráulica é dimensionado o sistema, lembrando que só ficamos com a rede de alimentação e com o funcionamento do sistema a parte de distribuição da rede de água quente é dimensionada pelo projetista de instalações. 4 – Qual a sua contribuição no projeto do sistema de aquecimento solar do Condomínio José da Costa Falcão ? O projeto do sistema a ser implantado foi realizado pela empresa 93 Agência Energia, a minha empresa foi contratada para fornecer o material e fazer toda a parte de instalação do sistema, tendo em vista que para isso existe a necessidade de mão-de-obra especializada, bem como prestar consultoria a empresa responsável pela construção. A manutenção do sistema também é de nossa responsabilidade e temos uma equipe técnica exclusiva para tal serviço. ENGENHEIRO RESIDENTE 1 Você já havia trabalhado com a tecnologia do aquecimento solar de água antes de construir o condomínio Mansão José da Costa Falcão ? Não 2 Existiu alguma dificuldade para se executar o referido sistema ? Não, pois trabalhamos em conjunto com o engenheiro da PROSOLAR que prestou consultoria esclarecendo todas as dúvidas geradas. 3 O que diferencia basicamente para o engenheiro residente, executar uma obra com o sistema de aquecimento solar de água e uma obra que utiliza o chuveiro elétrico para o aquecimento da água ? A principal diferença é que para implantação do sistema de aquecimento solar existe a necessidade de se contratar uma empresa terceirizada para efetuar a instalação do mesmo, e também há necessidade de ter um número maior de encanadores na obra pois além da rede de distribuição de água fria é necessário executar toda a rede de distribuição de água quente, o que no caso dos chuveiros elétricos não é feito, pois o mesmo é um aquecedor de água instantâneo, logo não necessita de uma rede de tubulações de água quente. 4 Na implantação do sistema você fez alguma sugestão de alteração de projeto ? O projeto inicial previa que 10 (dez) coletores ficassem localizados acima dos reservatórios térmicos, o que geraria uma dificuldade no processo executivo, então em reunião com o engenheiro responsável pela instalação do sistema de aquecimento, sugeri que relocássemos os mesmos para espaços vazios que existiam na cobertura, logo comunicamos ao projetista e o mesmo verificou que havia um trecho onde ele poderia ser colocar sem interferir na incidência de radiação solar 94 Outra mudança sugerida por mim, foi a também relocação de coletores que impediriam o acesso de pessoas à cobertura pois seriam colocados exatamente no colocou onde ficaria o acesso. 95