A turma do TQI, ao estudar o Romantismo, destaca
na 3ª geração da poesia Castro Alves: poeta dos
escravos, como ficou conhecido por ser o primeiro a
relatar as injustiças que ocorria com os escravos.
Castro Alves tinha uma característica marcante em
relação a conscientização dos problemas da
sociedade e tinha vontade de revolucioná-la, isto
podemos observar em um de seus fomosos poemas
épicos: “O Navio Negreiro” (IV parte).
FOLHETO DO DIA DA
CONSCIÊNCIA NEGRA
Novembro 2011
Os alunos do Curso Técnico em Química
Integrado
realizaram
entrevistas
com
a
comunidade da região de Panambi sobre a cultura
afrodescendente com o objetivo de refletir sobre o
Dia da Consciência Negra e conhecer a realidade
desse povo. Por isso vem através desse folheto
divulgar a ideia de que devemos respeitar e
conhecer as diferentes culturas que fazem parte
de nossa sociedade. A postura de respeito nos
engrandece enquanto
que reconhecem
os direitos iguais e a diversidade cultural. Serão
apresentadas ao longo desse informativo algumas
considerações dos grupos que realizaram as
entrevistas.
Mestre de Capoeira Paulo Rogério
Entrevista com o Professor de Capoeira Paulo
Rogério Barbosa do Nascimento
Foi realizada a entrevista voltada ao assunto da cultura
afrodescendente, para a disciplina de Língua
Portuguesa do Instituto Federal Farroupilha- Campus
Panambi. Entrevistamos o Professor Paulo Rogério
Barbosa do Nascimento, formado em Educação Física,
mestrado em Educação e 20 anos de estudo popular
da Capoeira. Esse Projeto iniciou-se na cidade de
Panambi e no decorrer dos anos difundiu-se em outras
cidades da região. Ele relata que os costumes da
cultura influenciou a sua família e também alunos que
tiveram contato com a capoeira quando crianças. Hoje
alguns destes são formados em educação física e dão
aulas de capoeira em sua prática.
Alunos: Bruna R., Maiara, Jordhana, Vagner, Sérgio e
Luiz Humberto.
Entrevista com moradores de Panambi
Perguntados sobre o preconceito racial e alguns
entrevistados responderam que “o preconceito não está
na cor, está nas ações das pessoas. Existem
preconceitos diferentes e uma delas é o de
descendência: ser negro, ser índio, mas acredito que
ele está nas pessoas, no jeito que elas enxergam.
Quanto mais se fala no assunto mais a gente está
lutando contra isso”.
Grupo: Jéssica, Andressa e Janaíne.
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
Entrevista com uma professora de Pejuçara
Entrevista com um morador de Panambi
A entrevista com a professora das séries iniciais da
EEEBAF de Pejuçara - RS, teve o objetivo de obter
maior conhecimento da cultura negra na região. Falou,
durante a entrevista, sobre a chegada da família dela
em Pejuçara, sobre o preconceito existente na cidade,
em que a maioria da população é de descendência
Italiana. Ela falou como foi conviver com a
discriminação. Os negros que moravam ali foram
embora, e o lugar era chamado de campo dos negros.
Relata que os pais foram o primeiro casal de negros a
se instalarem na cidade. Eles sofreram bastante
preconceito, até a mãe, a pouco tempo atrás dizia, “eu
não vou a missa porque vou ser a única negra lá
dentro, todo mundo vai ficar me olhando”. Outros
falavam “antes deles chegarem aqui não havia nenhum
marginal, agora que veio essa família, não sei não”.
A mãe incentivou muito os filhos para o estudo, ela
dizia: “ vocês vão estudar para provar para esse
pessoal que falam e que acham que os negros vão
fazer mau para eles”. Os meus irmãos mais novos e eu
conseguimos estudar, já os outros três só conseguiram
trabalhar na lavoura.
Grupo: Fabiana, Daiane, Jean Carlo
O objetivo desta pesquisa é expandir o conhecimento
sobre a relação da população de Panambi e o racismo,
durante seu crescimento e hoje. A entrevista que
realizamos foi com o aposentado Ivo Trentine de 69
anos. Ele, natural de Panambi, viveu aqui grande parte
de sua vida. A partir dos conhecimentos adquiridos
durante sua vivencia o senhor Trentine relatou-nos que
comparada com sua juventude, hoje a vida é mais
tranquila. Revelou que é nossa obrigação conviver com
todas e quaisquer pessoas, respeitando suas culturas.
Grupo: Bruna M., Cassandra, Priscila, Vinícius.
Entrevista realizada com uma
dona de casa afrodescendente
Ao ser questionada destaca que um dos grandes
problemas enfrentados hoje pelo afrodescendentes é a
falta de conhecimento sobre a sua própria cultura. Ela
diz “Acho muito triste o fato de termos perdido boa
parte da nossa cultura. Eu venho de uma família
completamente negra, assim como meu falecido
marido e mesmo assim não tenho quase nenhum
conhecimento sobre a cultura negra”. Declara ainda
que o primeiro passo para acabar com o preconceito
contra negros seria o melhor conhecimento da sua
cultura e origens. Normalmente quando não
conhecemos uma coisa a julgamos de maneira errada.
A partir do momento que a cultura negra for estudada
com mais profundidade nas escolas teremos cidadãos
mais conscientes e menos preconceituosos. Grupo:
Alana, Candida, Karine, Laura, Jaíne.
- As entrevistas estarão disponibilizadas na página
do Instituto Federal Farroupilha, Campus
Panambi, no link do NEABI.
- Também a turma estará passando nas salas de
aulas dos cursos do campus, a partir do dia 21 de
novembro de 2011, juntamente com a
coordenadora do NEABI, Marcia Rejane Kristiuk,
para conversar sobre o Dia da Consciência
Negra e apresentar resultados das entrevistas.
- Teremos o professor Paulo Nascimento
realizando palestras na semana da Consciência
Negra.
ORGANIZAÇÃO: NEABI - Núcleo de Estudos
Afro-brasileiros e Indígenas
Coordenação NEABI Campus Panambi e Alunos do
Curso Técnico em Quimica Integrado, juntamente
com a professora de português Marcia Rejane Kristiuk
Alunos: Adrieli Berg, Alana Zimmermann, Alisson
Kuss, Alisson Ochoa de J., Anderson Quadra,
Andressa Loblein, Bruna Epple, Bruna Rosa, Cainã
Strucker, Candida Brandl, Cassandra Castro, Daiane
Martins, Esther Carvalho, Fabiana Didonet, Jaine
Dessbell, Janaíne Paula, Jean Carlos Vieira, Jéssica
Nichele, Johanna Eming, Jordhana P. Martins, Juan
Carlo Lamaison, Karine Reinki, Laura F. da Silva, Luiz
Humberto Malheiros, Maiara M. Silva, Mateus Lawal,
Pablo F.B.Barato, Priscila Post, Sergio P. B. Silva,
Solano Franke, Vagner de Oliveira, Vanessa Horst,
Vinicius Schaeffer.
Recado do Técnico em Química Integrad
A Turma do Técnico em Química deixa o recado de
que todos devemos respeitar as diferentes culturas,
pois é a cara de nosso Brasil, formado por diversas
etnias que representam a nossa população. As
entrevistas realizadas pelos alunos demonstram que há
um envolvimento da população em melhorar o convívio
com o diferente. Também houve depoimentos que
destacam a educação exercendo um papel de
cidadania em que os povos que passaram por
massacres ao longo dos anos possam se reerguer
inserindo-se na sociedade e no trabalho com direitos
iguais. O professor Paulo
vem a muito tempo
trabalhando com a Capoeira na cidade de Panambi e
região, assim demonstra que é possível a integração
com diferentes culturas. Os alunos dedicam o trabalho
realizado com as entrevistas, e a própria produção
desse folheto ao Dia da Consciência Negra, buscando
mais adeptos a divulgarem a ideia de promovermos
ações de conscientização e respeito ao outro que
convive em nossa realidade.
Instituto Federal Farroupilha – Campus Panambi
Rua Erechim, 860 - 98280-000 - Panambi - RS
www.pb.iffarroupilha.edu.br | (55) 3376-8800
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folheto ao Dia da Consciência Negra