FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA CURSO TECNOLÓGICO DE ESTÉTICA E COSMÉTICA ELLEN BRAZÃO DE OLIVEIRA VANESSA SILVA DAS MERCES MELASMA E OS SEUS TRATAMENTOS Belém - PA 2013 ELLEN BRAZÃO DE OLIVEIRA VANESSA SILVA DAS MERCES MELASMA E OS SEUS TRATAMENTOS Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao curso Tecnológico em Estética e Cosmética das Faculdades Integradas Ipiranga como requisito final para obtenção do título de Tecnológo em Estétics e Cosmética. Orientadora: Profª Tatiane Almeida de Freitas Belém - PA 2013 ELLEN BRAZÃO DE OLIVEIRA VANESSA SILVA DAS MERCES MELASMA E OS SEUS TRATAMENTOS Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso Tecnológico em Estética e Cosmética das Faculdades Integradas Ipiranga como requisito final para obtenção do titulo de Tecnológo em Estética e Cosmetica. Orientadora: Prof.ª Tatiane Almeida de Freitas Data: Resultados: _________________________ BANCA EXAMINADORA Orientador (a) Tatiane Almeida de Freitas Assinatura:__________________________ Prof. Assinatura:__________________________ Prof. Assinatura:__________________________ M48m Oliveira, Ellen Brazão de Melasma e os seus tratamentos/ Vanessa Silva das Merces. -- Belém, 2013. 44 f. Orientador: Tatiana Almeida de Freitas Trabalho de Conclusão de Curso - (Graduação) – Faculdades Integradas Ipiranga, Tecnólogo em Estática e Cosmética. 1. Hipermelanose. 2. Hiperpigmentação. 3. Melanina. I. Merces, Vanessa Silva das. II. Título CDD – 21.ed. : 616.07 CDD. 20. ed. 616.07561 C.D.D. 20.ed.615.4 C.D.D. 20ªed. 615.109811 Dedico primeiramente a Deus, pois sem ele não teria forças para desenvolver este trabalho, aos meus amados pais César Peres e Cleide Brazão, ao meu noivo José Sindeaux, sogra e sogro. Ellen Brazão de Oliveira. Dedico Este trabalho a Deus em primeiro lugar, aos meus pais Alberto e Rose que sempre me ensinaram o valor do estudo, a responsabilidade com meus deveres e obrigações, ofereço a eles tudo isto, dedico também ao meu irmão Junior, meu noivo Reandro e aos meus mestres que me apoiaram nesta grande jornada minha muito Obrigada! Vanessa Silva das Mercês Agradecimento Quero agradecer, em primeiro lugar, a Deus, pela força e saúde durante toda esta longa jornada. Aos meus pais César Peres e Cleide Brazão, pelo apoio e por tudo que sempre fizeram por mim, pela simplicidade, exemplo, amizade e carinho, fundamentais na construção do meu caráter, ao meu noivo José Sindeaux, obrigada pela paciência, pelo incentivo, pelos conselhos e força. Agradeço também pela foto da lâmina da pele mostrando melanócitos. A minha sogra Ana Carvalho, pois sem ela não estaria cursando esta faculdade, meu sogro Francisco de Assis, meus cunhados e aos amigos em especial Brenda Santos. Aos meus professores (Keila Madureira, Isabel Cordovil e Simone Miranda) e orientadores (Augusto Ruffeil e Tatiane Almeida), que foram de tão importância na minha vida acadêmica e no desenvolvimento deste trabalho. E a todos que contribuíra para a realização deste sonho, muito Obrigada a todos. ¨ A persistência é o menor caminho do êxito ¨. Charles Chaplin Agradecimento Agradeço a Deus novamente, pois foi ele que me deu forças muitas vezes que tentei fraquejar, mas ali ele estava para me erguer, dando- me força e fé. Agradeço aos meus pais Alberto e Rose que são meus maiores exemplos nesta vida, que sempre me ensinaram a dar valor ao estudo, à responsabilidade com meus deveres e obrigações e a força que me deram em todos os momentos difíceis que passei, e a eles que dedico tudo que tenho e que sou, pois graças a eles, a educação e valores que me passaram sou quem sou hoje. Aos meus mestres que através de seus conhecimentos repassaramme toda a base para concluir este curso e seguir a diante. Ao meu irmão Júnior, ao meu noivo Reandro que me ajudou e incentivou diretamente e indiretamente nesta concretização deste sonho. Aos meus verdadeiros colegas de classe que me apoiaram, me incentivaram em vários momentos aos familiares, amigos e a minha sogra Sandra a todos que contribuíram de alguma forma para a realização deste sonho muito Obrigada a todos! RESUMO O melasma é uma alteração física, que pode comprometer as relações sociais do homem e com isso causar mal estar psicológico, ou seja, é uma doença que afeta as três camadas básicas de bem estar humano: o físico, social e psicológico. O melasma é definido como uma hipermelanose crônica adquirida, que se caracteriza pelo aparecimento de máculas irregulares, simétricas, bem delimitadas, com coloração acastanhada. Está associado a uma grande variedade de fatores desencadeantes. Estão bem estabelecidas as variáveis, exposição solar, medidas de fotoproteção, fatores hormonais e familiares. Mas ainda não foram realizados estudos epidemiológicos controlados sobre outros fatores de risco como uso de álcool, tabagismo, cafeína, uso de medicamentos, cosméticos, etnia e estado de ansiedade. A cura total inexiste, no entanto, tratamentos cada vez mais modernos têm dado aos pacientes melhores resultados proporcionando-lhes melhor qualidade de vida e de suas relações interpessoais, dentre estes tratamentos daremos destaque ao Peeling químico, que são despigmentantes que agem como clareadores é um tratamento de custo acessível, rápido e eficaz em situações de melasma epidérmico; Microdermoabrasão, onde é utilizado um aparelho mecânico que emite jatos de microcristais, sobre a área hiperpigmentada, causando atrito e níveis leves de esfoliação (que facilitam a renovação celular), tem custo superior ao do peeling químico, mas em contrapartida pode gerar resultados mais rápidos e satisfatórios, principalmente em casos de melasma mais superficiais; Luz intensa pulsada, que difere dos demais tratamentos, por ser menos invasivo e indolor. Age através de uma dilatação vascular facilitando a irrigação sanguínea da região com melasma, aumentando o potencial de renovação celular e maior produção de colágeno e elastina. É um tratamento mais oneroso que os demais, mas gera resultados melhores. Palavras-chave: hipermelanose, hiperpigmentação, melanina, pele, melasma ABSTRACT Melasma is a physical change, which may compromise the social relations of man and thus cause psychological discomfort, is a disease that affects the three basic layers of human well-being: the physical, social and psychological. Melasma is defined as a chronic hypermelanosis acquired, which is characterized by the appearance of irregular, symmetrical macules, well delimited, with brownish. Is associated with a variety of triggers. Are well established variable: sun exposure, sun protection measures, hormonal factors and family. But not yet controlled epidemiological studies on other risk factors such as alcohol use, smoking, caffeine, medications, cosmetics, ethnicity and state anxiety performed. Full cure does not exist, however, increasingly modern treatments have given better results for patients by providing them a better quality of life and interpersonal relationships among these treatments give prominence to chemical peels, which are lighteners that act as bleaching, is treatment affordable, fast and effective in situations epidermal melasma cost, microdermabrasion, which is used a mechanical device that emits jets of microcrystals on the hyperpigmented area, causing friction and mild levels of exfoliation ( that facilitate cell renewal ), has the higher cost of chemical peels, but in return can generate faster and more satisfactory results, especially in cases of more superficial melasma; intense pulsed light, which differs from other treatments because it is less invasive and painless. Acts through a vascular dilation facilitating blood supply in the region with melasma, increasing the potential for cell renewal and increased production of collagen and elastin. It is a more expensive treatment than others, but produces better results. Keywords: hypermelanosis, hyperpigmentation, melanin, skin, melasma. Lista de Figuras Figura 1 - Estrutura da pele, sua divisão, células e anexos. Figura 2 - Fotomicrografia de lâmina da pele mostrando a melanócitos. Figura 3 - Esquema simplificado da melanogênese. Figura 4 - Melanina e sua síntese. Figura 5 - Melasma na região da face Figura 6 - Lâmpada de Wood. Figura 7 - Efeito da radiação ultravioleta nos melanócitos Figura 8 - Antes e depois do tratamento de melasma com o uso de despigmentantes. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. .........13 2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 16 2.1 GERAL.......................................................................................................................16 2.2 ESPECÍFICOS ........................................................................................................ 16 3 METODOLOGIA...........................................................................................................17 4 REVISÃO TEÓRICA.....................................................................................................18 4.1 FISIOLOGIA DA PELE ....................................................................................... .....18 4.2 ESTRUTURAS BÁSICAS DA PELE ....................................................... .................19 4.3 EPIDERME ...............................................................................................................19 4.3.1 Camada córnea .................................................................................................. 20 4.3.2 Camada granulosa ............................................................................................ 20 4.3.3 Camada espinhosa ............................................................................................. 20 4.3.4 Camada basal ..................................................................................................... 20 4.3.4.1 Melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel ................................. 21 4.4 DERME ................................................................................................................... 21 4.5 HIPODERME........................................................................................................... 22 5. PIGMENTAÇÃO ........................................................................................................ 23 6. MELANÓCITO E MELANOGÊNESE........................................................................ 24 7. MELANOSSOMA ..................................................................................................... 26 8. MELANINA ............................................................................................................... 27 9. MELASMA ................................................................................................................ 29 10. FISIOETIOPATOGÊNIA DO MELASMA ................................................................. 30 11. FATORES DE RISCO DO MELASMA .................................................................... 32 12. PREVENÇÃO .......................................................................................................... 33 12.1 FOTOPROTEÇÃO ................................................................................................ 33 13. PRINCIPAIS TRATAMENTOS PARA O MELASMA ................................................ 34 13.1 DESPIGMENTANTES ........................................................................................... 35 13.1.1 Hidroquinona .................................................................................................... 35 13.1.2 Tretinoína .......................................................................................................... 35 13.1.3 Arbutin ............................................................................................................... 35 13.1.4 Ácido Azeláico .................................................................................................. 36 13.1.5 Ácido Kójico ..................................................................................................... 36 13.1.6 Alfa hidroxiácidos (AHA'S) ............................................................................. 36 13.2 MICRODERMOABRASÃO .................................................................................... 37 13.3 LUZ INTENSA PULSADA (LIP) ............................................................................ 37 14. DISCUSSÃO ........................................................................................................... 38 15. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 40 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 41 14 INTRODUÇÃO Ao longo da vida as pessoas passam por períodos de intensas modificações, praticamente todos os sistemas do organismo são afetados, entre eles a pele. A pele é o maior órgão do corpo humano, representada por aproximadamente 15% do peso do corpo, sua extensão corresponde a uma área de 2 metros quadrados, e nela se localiza a primeira e a última linha de defesa contra insultos físicos, químicos e biológicos, além do primeiro meio de comunicação e mais eficiente protetor (GUIRRO e GUIRRO, 2002). A pele é histologicamente composta por três camadas: epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é um epitélio de revestimento, que se encontra acoplado ao tecido conjuntivo subadjacente, é localizada na porção mais externa do órgão. A derme é definida como uma rígida matriz de tecido conjuntivo de suporte, contendo estruturas especializadas dispostas abaixo e intimamente conectadas à epiderme (GAWKRODGER, 2002). Abaixo da derme reside um tecido conjuntivo frouxo, a hipoderme, que contém gordura. Acima deste complexo de três camadas existe um elaborado revestimento chamado de revestimento córneo, ele é superficial, localizado acima da epiderme, é plano e repleto de queratina (stratum corneum), Juntamente com uma matriz hidrofóbica, o revestimento córneo previne a perda de líquido pela pele e age como barreira contra a penetração de substâncias externas potencialmente nocivas; porém seu caráter apolar permite que a penetração de compostos orgânicos ocorra facilmente (PLIQUETT e PLIQUETT, 1996). Existem ainda outras células com determinada especificidade, como os queratinócitos que produzem citosinas que participam das reações inflamatórias e imunológicas da pele (ALBANESI et al., 2005); as células de Merkel basais, que são células neuroendócrinas as quais atuam na proliferação de queratinócitos e parecem ter papel na regulação de doenças cutâneas (BOULAIS et al.,2009) e os melanócitos da camada basal, que estendem seus prolongamentos dendríticos superiormente até as outras células epidérmicas e contém pigmentos de melanina com ação protetora contra a radiação ultra-violeta (BARBOSA, 2011). A melanina é produzida pelos melanócitos a partir da tirosina (formando eumelanina) ou da tirosina e cisteína (formando feomelanina) pela ação da tirosinase. É a ativação do receptor de melacortina 1 (MCR1) que promove essa diferenciada 15 transformação. A transferência da melanina para os queratinócitos é feita pelo melanócito ou unidade epidérmica de melanização. A ação do hormônio melanoestimulante (MSH), promove aumento dos melanócitos e entra nas células pela ação de receptores. A exposição aos raios ultravioletas (RUV) promove um aumento do número de melanócitos. São quatro a seis genes que determinam a cor da pele e isso justifica os diferentes tipos de coloração. A classificação da pele pode ser dividida em seis fototipos, indo de branco, morena a negra (GUIRRO e GUIRRO, 2004). Quando ocorre alteração na atividade da síntese de melanina, pode resultar na hiperpigmentação produzida por alguns fatores, esta doença recebe o nome de Melasma (FIGUEIRÓ, 2008). O melasma caracteriza-se como um hiperpigmentação comum, crônica e adquirida, que ocorre primeiramente na face, pescoço e antebraços, é consequência de melanócitos hiperfuncionais específicos que causam deposição excessiva de melanina na epiderme e na derme, afetando adversamente a qualidade de vida, influenciando inclusive nas relações interpessoais e de estética (NUSSBAUM, 2006). A fisiopatologia do melasma é incerta, apesar de serem conhecidos fatores desencadeadores, que podem incluir influências genéticas, étnicas (determinando os fototipos), hormonais e ambientais (exposição aos raios UVA ou UVB), também são aceitas ocorrências espontâneas (BOLANCA, 2008 apud ORTONNE, 2009). Histopatologicamente o melasma dividi-se em melasma epidérmico, que consiste no depósito de melanina nas camadas basais e suprabasais da epiderme; e em melasma dérmico, onde se encontram macrófagos carregados de melanina tanto na derme superficial quanto profunda. Estes dois tipos podem ser encontrados em uma mesma área, sendo caracterizado como misto (KEDE e SABATOVICH, 2004). Fatores etiológicos na patogênese do melasma incluem gestação, uso de anticoncepcionais hormonais ou terapia hormonal com estrogênio, estimulação ovariana ou disfunção tireoidiana, tumores ovarianos, certos cosméticos, nutrição, medicamentos fotossensibilizantes, doenças hepáticas, parasitoses, drogas fototóxicas e medicamentos anticonvulsivantes. Os mesmos fatores causam melasma em homens e mulheres, exceto gravidez e contracepção. A presença de familiares com melasma dão suporte a uma predisposição genética, mas não foi identificado um modelo de herança (COSTIN, 2006 apud HEXSEL, 2009). 16 O fator ambiental mais importante para o desenvolvimento do melasma é a exposição à luz solar. Radiação ultravioleta pode causar peroxidação dos lipídios nas membranas celulares, levando à geração de radicais livres, que podem estimular os melanócitos a produzir excesso de melanina. Muitos estudos sugerem que após a exposição aos raios UVB, os queratinócitos produzem Interleucina 1 (IL-1), endotelina 1, MSH e ACTH, todos levando a um aumento da proliferação e/ou melanogênese dos melanócitos humanos. Histologicamente há um espessamento epidermal normal. As áreas de hiperpigmentação no melasma exibem aumento do depósito de melanina na epiderme, especialmente na camada basal e na derme. Além de um aumento relativo no número dos melanócitos, eles também estão mais largos. Protetores solares que primariamente bloqueiam a radiação UVB são insatisfatórios porque comprimentos de onda maiores (UVA e radiação visível) também estimulam os melanócitos a produzir melanina (ELLING, 1997; COSTIN, 2006; BOLANCA, 2008). Estudos comparativos entre a pele hiperpigmentada e a pele sã desses pacientes, assim como estudos com mulheres pós-menopausa, gestantes e homens seriam de grande ajuda para a formação de hipóteses para a escolha de tratamentos adequados (MIOT et al., 2009). O tratamento do Melasma é demorado e exige muita paciência e dedicação do paciente. É recomendável que se evite o uso de contraceptivos orais e se reduza a exposição aos raios solares, suspensão do uso de produtos cosméticos perfumados e de drogas fototóxicas (RAMOS, 2009). O tratamento do melasma tem como principal objetivo o clareamento e prevenção da área a ser tratada com o mínimo possível de efeitos adversos, há vários tipos de tratamento para o melasma entre eles estão os peelings químicos, a microdermoabrasão e a Luz Intensa Pulsada (ILP) (RASSNER, 1990). 17 2 OBJETIVOS 2.1 GERAL Descrever a pele e suas características para entender como se dá o aparecimento do melasma, os tipos de melasma e seus tratamentos. 2.2 ESPECÍFICOS . Descrever como funciona a etiopatogênia do melasma; . Identificar os tipos de melasma; . Descrever os principais tratamentos para o melasma. 18 3 METODOLOGIA Esta pesquisa se configurou como uma revisão bibliográfica, que permite que se tome conhecimento de material relevante, tomando-se como base o que já foi publicado sobre melasma e seus tratamentos, de modo que se possa se esboçar uma nova abordagem sobre este tema. Esta abordagem foi realizada através de material já elaborado e publicado, constituído de livros do acervo da biblioteca das Faculdades Integradas Ipiranga e da Universidade da Amazônia (UNAMA), campus da Alcindo Cacela, revistas, artigos científicos, portais científicos como Scielo (Scientific Electronic Library Online) utilizando as palavras-chave: melasma, hiperpigmentação, manchas, melanina melanócito, melanogênese, hipercromia. A elaboração desta monografia ocorreu no período de julho a outubro de 2013. 19 4 REVISÃO TEÓRICA 4. 1. FISIOLOGIA DA PELE . A pele é o maior órgão do corpo humano, representada por aproximadamente 15% do peso do corpo. Sua extensão corresponde a uma área de 2 metros quadrados, e nela se localiza a primeira e a última linha de defesa contra insultos físicos, químicos e biológicos, além do primeiro meio de comunicação e mais eficiente protetor (GUIRRO e GUIRRO, 2002). A pele pode exercer diferentes funções como; manutenção da sua própria integridade e do organismo, proteção contra agentes externos, absorve e secreta líquidos, controla a temperatura, possui funções metabólicas importantes (HARRIS, 2005). Este órgão de revestimento esta estruturado em três camadas a mais superficial é a epiderme, a camada media é a derme, onde se encontra os anexos subcutâneos, a derme se divide em derme papilar e derme reticular, já a camada mais profunda, a hipoderme, é uma camada gordurosa que se amolda aos músculos subjacentes (PEYREFITTE, 1998) (Figura 1). Figura 1. Estrutura da pele, sua divisão, células e seus anexos. Fonte: http://cancer.osu.edu/_layouts/ncipopup 20 4.2 ESTRUTURAS BÁSICAS DA PELE A epiderme tem como função principal, servir como barreira protetora, (GAWKRODGER, 1997). É formado por 90% de queratinócitos, os quais compõem a camada córnea externa. A epiderme contém ainda as células produtoras de melanina (melanócitos), as células dendríticas do sistema imunológico (células de Langerhans) e células do sistema nervoso periférico (células de Merkel) (RASSNER, 1990). A derme é a matriz de suporte rijo do tecido conjuntivo, contendo estruturas especializadas, presentes diretamente abaixo da epiderme, a qual é intimamente ligada (GAWKRODGER, 1997). É responsável pela firmeza e resistência mecânica do tegumento, além de conter os vasos e nervos cutâneos (RASSNER, 1990). A hipoderme é formada por um tecido conjuntivo que varia do tipo adiposo ao denso, dependendo da localização e de cada individuo, esta camada não faz parte da pele, mas é importante, pois esta fixa a pele as estruturas subjacentes (GUIRRO e GUIRRO, 2004). 4.3 EPIDERME A epiderme é um epitélio de revestimento, que se encontra acoplado ao tecido conjuntivo subadjacente. É localizada na porção mais externa do órgão (GAWKRODGER, 2002). A epiderme é um epitélio de revestimento estratificado e possui várias camadas de células que vão se achatando, a principal função da epiderme é a produção de queratina, que se dá através dos queratinócitos, esta queratina é uma proteína fibrosa maleável, responsável pela impermeabilidade cutânea (KEDE e SABATOVICH, 2004). A epiderme não possui irrigação sanguínea direta, os nutrientes são transportados através de capilaridade. Na epiderme encontramos varias células além dos queratinócitos existem os melanócitos, as células de Merkel e as células de Langerhans (HARRIS, 2005). A epiderme é constituída por quatro subcamadas, que foram originadas através da estratificação dos queratinócitos, sendo camada córnea, camada granulosa, camada espinhosa e a camada basal (HARRIS, 2005). 21 4.3.1 Camada córnea É a camada mais superficial da epiderme, suas células córneas são anucleadas (PEYREFITTE, 1998). Esta camada é constituída por uma membrana única, nesta camada encontram-se os corneócitos que são células planas. Os corneócitos são conectados entre si, através dos desmossomos, que impedem que ocorra o deslizamento entre as camadas, entre os corneócitos existe uma estrutura de bicamada lipídica, a camada córnea é impermeável para os líquidos, isso se dá através do alto grau de compactação e pelo pequeno espaço entre as células. (HARRIS, 2005). 4.3.2 Camada granulosa Está camada encontra-se situada abaixo da camada córnea, formada por camadas de queratinócitos achatados com núcleo central e maior, esta camada é chamada de granulosa, pois as células desta camada possuem grânulos ricos em percussores de queratina (queratohialina) (PEYREFITTE, 1998). A camada granulosa possui estruturas filtrantes chamadas de corpos lamelares, essa estrutura despeja seu conteúdo nos espaços intercelulares, formando uma importante barreira, chamada de manto hidrolipídico, nesta camada ocorre também à produção de proteínas que são responsáveis pela estruturação do espaço córneo (HARRIS, 2005). 4.3.3 Camada espinhosa É composta por células poligonais irregulares, possuem aspecto esponjoso devido os poros que são observados entre as células espinhosas, que permitem a passagem de nutrientes na camada. Esta camada é ligada por desmossomos que não são fixos, neste estrato também há formação de estruturas lamelares (HARRIS, 2005). 4.3.4 Camada basal Esta camada é a mais profunda da epiderme, a camada basal é composta por células proliferativas, os queratinócitos, que compõem esta camada são de forma 22 colunar, seu maior eixo é perpendicular a membrana basal. Nesta camada que se encontra os melanócitos, as células de Langerhans e as células de Merkel (HARRIS, 2005). 4.3.4.1 Melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel. Os melanócitos são células dendríticas, que não apresentam os desmossomas, que se originam a partir da crista neural, são encontrados na epiderme sobre a camada basal e entre os queratinócitos da camada germinativa, são eles que produzem a melanina, que é o pigmento responsável pela cor da pele e protege contra os raios ultravioletas (PEYREFITTE, 1998). As células de Langerhans também são células dendríticas, essas células estão envolvidas com o sistema imunológico, sendo assim as mesmas são células de defesa da pele (KEDE e SABATOVICH, 2004). Essas células fazem o controle dos antígenos que podem atravessar a camada córnea, ocorre uma redução destas células com o passar da idade (PEYREFITTE, 1998). Já as células de Merkel encontram-se espalhadas na epiderme, atuam como receptores mecânicos e estão relacionadas à função tátil (HARRIS, 2005). 4.4 DERME A derme é definida como uma rígida matriz de tecido conjuntivo de suporte, contendo estruturas especializadas dispostas abaixo e intimamente conectadas à epiderme (GAWKRODGER, 2002). Sua espessura varia de 0,5mm a 3,0mm, na derme há vascularização devido à presença de vasos sanguíneos. É responsável pela termoregulaçäo, pela defesa do organismo juntamente com as células de Langerhans que se encontram na epiderme (HARRIS, 2005). Esta camada da pele sustenta e confere consistência a epiderme que fica sobre a derme, está atravessada por vários nervos. A derme é considerada um tecido de nutrição para a epiderme que não e irrigado, mas seus elementos nutritivos provêm dos capilares que se encontram na derme (PEYREFITTE, 1998). A derme é formada por fibras de colágeno, elastina que são produzidas pelos fibroblastos, a derme se divide em derme papilar e derme reticular, e nesta camada que se encontra os anexos cutâneos. (KEDE e SABATOVICH, 2004). 23 A derme papilar é a mais externa, situa-se próximo da epiderme formado de tecido conjuntivo frouxo e contêm papilas dérmicas. A derme papilar possui uma fina rede de fibras elásticas, e rica em fibroblastos (HARRIS, 2005). Na derme papilar se encontra os capilares linfáticos e sanguíneos e as terminações nervosas (PEYREFITTE, 1998). A derme reticular é um tecido denso e irregular que dá força e elasticidade para a pele (HARRIS, 2005). Nesta camada há uma grande quantidade de fibras elásticas, essas fibras são grosseiras, curtas e retorcidas (KEDE e SABATOVICH, 2004). As fibras elásticas que compõem esta camada são responsáveis pelas características de elasticidade da pele (GUIRRO e GUIRRO, 2004). Esta parte da derme é responsável pela sustentação da epiderme (PEYREFITTE, 1998). A grande diferença entre a camada reticular da camada papilar é no que diz respeito ao seu conteúdo de capilares, a camada papilar é rica em capilares sanguíneos, já na derme reticular os capilares são raros (GUIRRO e GUIRRO, 2004). 4.5 HIPODERME A hipoderme é formada por um tecido conjuntivo que varia do tipo adiposo ao denso, dependendo da localização e de cada individuo. Esta camada tem como funções ser um reservatório energético, realizar o isolamento térmico do organismo, modela a superfície corporal, absorve choques através de seus coxins, preencher e auxiliar na fixação de órgãos (GUIRRO e GUIRRO 2004|). 24 5. PIGMENTAÇÄO Há dois tipos de cores que participam da coloração da pele a que é proporcionada pela melanina e a dos pigmentos sanguíneos. A pigmentação melânica é geneticamente determinada, isso se dá através do grau de tolerância do indivíduo a exposição solar. Sua classificação é feita em fototipos a partir da tabela de Fitzpatrick (Quadro 1). No Brasil a classificação de Fitzpatrick é difícil de ser seguida, isso se dá devido à miscigenação racial presente (KEDE, e SABATOVICH, 2004). Quadro 1. Classificação dos fototipos de Fitzpatrick Fonte: http: //www.surgicalcosmetic.org.br Entre humanos, a pigmentação da pele e do cabelo depende da atividade melanogênica dentro dos melanócitos, que são responsáveis pela pigmentação da pele, da taxa de produção de melanina, do tamanho, número, composição, e distribuição de partículas do citoplasma dos melanócitos, denominadas melanossomas, além da natureza química da melanina que elas contem (JIMBOW, QUEVEDO e FITZPATRICK 1999 apud ABDEL 2011). 25 6. MELANÓCITOS E MELANOGÊNESE Os melanócitos são células responsáveis pela pigmentação da pele e dos pelos, conferindo proteção direta aos danos causados pela radiação ultravioleta. A quantidade de melanócitos diminui com a idade (PEYREFITTE, 1998) (Figura 2). Figura 2. Fotomicrografia de lâmina da pele mostrando a melanócitos Fonte: Laboratório de Histologia da Universidade Federal do Pará Os melanócitos são encontrados apenas na camada basal, isso ocorre apenas em pele normal, eles estão distribuídos entre os queratinócitos presentes nessa camada, cada melanócito esta em contato com 30 a 40 queratinócitos. A melanogenêse é um encadeamento de numerosas reações bioquímicas que inicia com a tirosina que é um tipo de aminoácido e termina com a melanina, isto ocorre com a presença da enzima tirosinase. Em indivíduos normais este processo funciona normalmente, mas em indivíduos que apresentam algum tipo de hipercromia como o melasma, este processo é desordenado, devido um grande aumento deste pigmento que resultou do aumento da atividade melanócita epidérmica (WILKSON e MOORE, 26 1990). A fabricação da melanina dentro do melanócito ocorre em três etapas, a primeira etapa é a produção da tirosinase, a segunda é a formação dos melanossomas, a terceira e ultima é a sínteses das melaninas (PEYREFITTE,1998). A melanina é produzida dentro dos melanossomas a partir da enzima tirosinase, esta produção é estimulada pela radiação ultravioleta. A produção de melanina começa através da oxidação enzimática de L-tirosinase a L-dopa e dopaquinona. Em seguida ocorre a transformação espontânea da dopaquinona em dopacromo e leucodopacromo inicia-se reações bioquímicas, resultando na formação de pigmento de eumelanina que dão os pigmentos marrons ou negros. A união de dopaquinona com cisteína ou glutationa resulta em cisteinidopa e glutationildopa. Ambos passam por diversas transformações, gerando a feomelanina que é responsável pelos pigmentos amarelos ou vermelho-marrom. Além de todas estas enzimas que participam deste processo, fatores não enzimáticos também interferem na produção do pigmento entre eles podemos destacar o ph, concentração de íons metálicos ou os oligoelementos como o Ca++ (WILKSON e MOORE, 1990) (Figura 3). Figura 3. Esquema simplificado da melanogênese. Fonte: http://www.adeliamendonca.com.br/dicas 27 7. MELANOSSOMA Os melanossomas são organelas, nas quais ocorre a produção é o depósito de melanina, e nele que ocorre os fenômenos bioquímicos que originam a melanina. (MOSHER e FITZPATRICK, 1999). A produção de melanina ocorre nos melanossomas, isso ocorre com a presença de vários genes (JIMBOW, QUEVEDO e FITZPATRICK, 1999 apud BOLOGNI e ORLOW, 2003). A qualidade do melanossoma é importante para identificar a diferença fenotípica entre as raças mais pigmentadas e as menos pigmentadas, pois é a partir dele que se pode constatar esta diferença. (BOLOGNI e ORLOW 2003). Os melanossomas nos indivíduos de pele branca são menores e menos maduros que os de pele negra e são armazenados mais como grupamento do que como unidade (SULAIMON e KITCHELL, 2003). Nos melanossomas de pele normais, e observado uma melanina densa, que apresenta alto peso molecular, insolúvel, que além de dar cor à pele, apresenta uma ação protetora, que filtra e absorve as radiações ultravioletas realizando uma proteção contra os danos que são causados na pele pela radiação ultravioleta (JIMBOW, QUEVEDO e FITZPATRICK, 1999; ROUZAD e KADEKARO, 2005). 28 8. MELANINA A melanina é produzida pelos melanócitos a partir da tirosina (formando eumelanina que é mais comum e confere coloração castanho-enegrecida) ou da tirosina e cisteína (formando feomelanina que é a menos comum e produz uma coloração amarela ou vermelha) pela ação da tirosinase (GAWKRODGER, 1997). É a ativação do receptor de melacortina 1 (MCR1) que promove essa diferenciada transformação. A transferência da melanina para os queratinócitos é feita pelo melanócito ou unidade epidérmica de melanização. A ação do hormônio melanoestimulante (MSH), promove aumento dos melanócitos e entra nas células pela ação de receptores. A exposição aos raios ultravioletas (RUV) promove um aumento do número de melanócitos. São quatro a seis genes que determinam a cor da pele e isso justifica os diferentes tipos de coloração. A classificação da pele pode ser dividida em seis fototipos, indo de branco, morena a negra. (GUIRRO e GUIRRO, 2004). A quantidade de melanócito que se encontra na epiderme, varia de região para região, a região com maior quantidade destas células é a cabeça e o antebraço, já em indivíduos que se expõem a radiação solar, observa-se um aumento de melanócitos em regiões do corpo mais exposta. (PEREIRA, 2013). A melanina tem como funções dar cor à pele, esta depende do número, tamanho, composição e distribuição dos melanossomas, ,realizar a fotoproteção através de uma parte da radiação que a melanina difrata e a outra parte e absorvida ,para que ocorra a síntese de vitamina D, neutraliza os radicais livres, faz a termoregulação que e a transformação da radiação em calor (PEREIRA, 2013) (Figura 4). 29 Figura 4. Melanina e sua síntese. Fonte: http://www.adeliamendonca.com.br/dicas Em indivíduos de cor branca, os melanócitos funcionam de forma mais lenta, apresentando uma ausência de estimulação dos raios solares, com fabricação de melanossomas pequenos. Já os negros se diferenciam, pois produzem na ausência ou presença de raios solares, coma fabricação de melanossoma duas vezes maiores que os de cor branca. Na pele indivíduos orientais se encontra melanossomas grandes e pequenos (PEREIRA,2013). 30 9. MELASMA Quando ocorre alteração da atividade na taxa de síntese de melanina pode resultar na hiperpigmentação produzida por alguns fatores, esta patologia recebe o nome de Melasma (FIGUEIRÓ, 2008), este se caracteriza como um hiperpigmentação comum, crônica e adquirida, que ocorre primeiramente na face, pescoço e antebraços, é consequência de melanócitos hiperfuncionais específicos que causam deposição excessiva de melanina na epiderme e na derme, afetando adversamente a qualidade de vida, influenciando inclusive as relações interpessoais e de estética (NUSSBAUM, 2006). Este melasma pode aparecer ou piorar No período da gravidez, neste caso ele é denominado de cloasma gravídico (PEREIRA, 2013). Ë responsável por um grande número de consultas dermatológicas. A maioria dos casos e visto em mulheres, embora possa ser visto em homens, que correspondem a 10% de indivíduos afetados por esta hiperpigmentaçäo. É uma condição que além de um problema estético pode levar um considerável problema psicológico (RIGOPOULOS, GREGORIOUS e KATSAMBAS, 2007) (Figura 5). Figura 5: Melasma na região da face. Fonte: http:// dramariahelenasandoval.com.br 31 10. ETIOFISIOPATOGÊNIA DO MELASMA. A fisiopatologia do melasma é incerta, apesar de serem conhecidos os fatores desencadeantes, que podem incluir influências genéticas, étnicas (determinando os fototipos), hormonais e ambientais (exposição aos raios UVA ou UVB), também são aceitas ocorrências espontâneas (BOLANCA, 2008 apud ORTONNE, 2009). Fatores etiológicos na patogênese do melasma incluem: gestação, o uso de anticoncepcionais hormonais ou terapia hormonal com estrogênio, estimulação ovariana ou disfunção tireoidiana, tumores ovarianos, certos cosméticos, nutrição, medicamentos fotossensibilizantes, doenças hepáticas, parasitoses, drogas fototóxicas e medicamentos anticonvulsivantes. Os mesmos fatores causam melasma em homens e mulheres, exceto gravidez e contracepção. A presença de familiares com melasma dão suporte a uma predisposição genética, mas não foi identificado um modelo de herança (COSTIN 2006 apud HEXSEL, 2009). O aumento dos níveis de hormônios melanócito estimulante, progesterona e estrógeno têm grandes indícios no aparecimento dessas manchas, isso ocorre devido à relação destes hormônios tanto na gravidez quanto no uso de anticoncepcionais. O melasma se apresenta em uma porcentagem de 70% das dermatoses em gestantes e 35% em mulheres que fazem o uso de anticoncepcionais (PEREIRA, 2013). Outro fator importante no aparecimento destas manchas e a radiação ultravioleta, a exposição solar faz com que ocorra um aumento dos melanócitos situados na camada basal, na produção e a transferência da melanina (NICOLLETI et al., 2002). O melasma é classificado de acordo com características clínicas e histológicas, histopatologicamente o melasma divide-se em: melasma epidérmico que consiste no depósito de melanina nas camadas basais e suprabasais da epiderme e em melasma dérmico onde se encontra macrófagos carregados de melanina tanto na derme superficial quanto profunda. Quando estes dois tipos de melasma podem ser observados em uma mesma área, este é denominado como misto. Esta classificação tem especial importância para definir a escolha terapêutica e o prognóstico (KEDE e SABATOVICH, 2004). Quanto à fluorescência é observado quatro tipos de melasma, o melasma epidérmico, dérmico, misto (apresenta tanto o epidérmico quanto dérmico) e indefinido (observado em pacientes que apresentam fototipos de pele do tipo V e VI de 32 Fitzpatrick). O exame com a lâmpada de Wood é empregado para se determinar a profundidade do melasma. Quanto mais superficial for o melasma, melhor e mais rápido e a resposta do tratamento. Ao avaliar um paciente que apresenta melasma devem-se levar em conta alguns fatores como: histórico familiar, grau de exposição solar e o uso de hormônios (KEDE e SABATOVICH, 2004) ( Figura 6). Figura 6. Lâmpada de Wood Fonte: www.aparelhosdeestetica.com.br 33 11. FATORES DE RISCO DO MELASMA A ação dos raios ultravioletas-B faz com que ocorra uma multiplicação dos melanócitos ativos e estimula a enzima tirosinase, isso faz com que ocorra um aumento na síntese de melanina, que é uma reação defensiva da pele promovendo a formação de pigmentação indireta, já os raios ultravioleta fazem com que ocorra a oxidação e escurecimento dos precursores incolores da melanina, promovendo uma pigmentação direta. A exposição a esta luz ultravioleta faz que ocorra o aparecimento destas manchas devido o processo que ocorre quando a pele entra em contato com luz ultravioleta (PEREIRA, 2013). Outros fatores que implicam no desenvolvimento do melasma e os altos níveis de hormônios como estrogênio e progesterona, pois estes hormônios estão associados com a gravidez, ao uso de contraceptivos e nos casos de reposição hormonal em mulheres pós-menopausicas. A influência genética também é um fator de risco para o desencadeamento do melasma (KEDE e SABATOVICH, 2004). O uso de cosméticos, que muitas vezes pode ser inadequado ao tipo de pele, seguido da exposição solar pode desencadear ou agravar a hiperpigmentação pele, alguns exemplos de cosméticos são: perfumes e maquiagem que contenham ação fototóxica que ao induzem os radicais livres fazem com que ocorra uma hiperprodução dos melanócitos (KEDE e SABATOVICH, 2004). A exposição solar induz a melanogênese, a falta de fotoproteção faz com que a pele fique mais vulnerável ao aparecimento de melasma por isso e necessário que se faça a fotoproteção adequada para que ocorra o bloqueio da radiação solar, com isso pode-se evitar a síntese de melanina nos melanócitos (PEREIRA, 2013) (Figura 7). Figura 7. Efeito da radiação ultravioleta no melanócito. Fonte: HTTP: // www.clinicaleger.com.br /melasma.htm 34 12. PREVENÇÃO Para prevenir o aparecimento do melasma é necessário que se tome algumas precauções entre elas estão a suspensão de drogas e cosméticos que possam desencadear o surgimento do melasma ou manter hiperpigmentações da pele (KEDE e SABATOVICH, 2004). É indicado o uso de cosméticos com agentes inibam a tirosinase, o uso de agentes despigmentantes como o ácido ascórbico que contribui para que ocorra uma redução na síntese de melanina (PEREIRA, 2013). Evitar produtos que contenham altas concentrações de estrógenos, pois os anovulatórios são apontados como um dos fatores desencadeantes do aparecimento do melasma no sexo feminino (KEDE e SABATOVICH, 2004). Outro fator importante é a realização de fotoproteção adequada, o uso de fotoprotetores adequados com o tipo de pele, que faz com que a pele fique protegida ao entrar em contato com os raios solares (PEREIRA, 2013). É essencial que o indivíduo se exponha as radiações com moderação e em horários que intensidade dos raios solares sejam menores para que as mesma possa trazer efeitos benéficos e não maléficos (PEREIRA,2013). 12.1 FOTOPROTEÇÃO É importante que os fotoprotetores estejam inclusos nos protocolos de tratamento do melasma, os fotoprotetores devem ter um amplo poder de absorção das radiações e um alto fator de proteção. Os filtros solares são todos os produtos que apresenta como função a capacidade de filtrar as radiações ultravioletas A e B com o intuito de diminuir sua penetração na pele (KEDE e SABATOVICH, 2004). A escolha adequada do filtro solar é essencial para que ocorra uma proteção correta, deve-se levar em consideração o Fator de Proteção Solar (FPS),este fator mede a proteção contra os raios UVB (PEREIRA, 2013). 35 13. PRINCIPAIS TRATAMENTOS PARA O MELASMA. O tratamento do Melasma é demorado e exige muita paciência e dedicação do paciente. É recomendável que se evite o uso de contraceptivos orais e se reduza a exposição aos raios solares, suspensão do uso de produtos cosméticos perfumados e de drogas fototóxicas (RAMOS, 2009). Para um tratamento eficiente deste melasma, é necessário identificar a área da lesão, fazer o diagnóstico desta área lesada, avaliar qual camada foi atingida. O resultado satisfatório não é atingido imediatamente, pois tudo depende do grau da despigmentação (PEREIRA, 20013). A proposta de um tratamento eficaz para o melasma resulta de algumas etapas indispensáveis no tratamento como prevenção e proteção contra a radiação solar, inibição da atividade dos melanócitos, destruição dos grãos de melanina (PEREIRA, 2013). O tratamento do melasma tem como principal objetivo o clareamento e prevenção da área a ser tratada com o mínimo possível de efeitos adversos, há vários tipos de tratamento para melasma mais os principais são os peelings químicos e a microdermoabrasão e Luz Intensa Pulsada (LIP) (RASSNER, 1990) (Figura 8). Figura 8: antes e depois do tratamento de melasma com o uso de despigmentantes. Fonte: http://dulcineiasemadalenas.blogspot.com.br 36 13.1 DESPIGMENTANTES Os despigmentantes agem por três mecanismos distintos: Clareamento da melanina, inibição da função melanocitária e a distribuição dos melanócitos (FIGUEIRÓ, 2008). 13.1.1 Hidroquinona A hidroquinona é um agente mais comum é mais efetivo utilizado. É inibidor da melanogênese, que é um derivado fenólico atuando sobre o melanócito (FIGUEIRÓ, 2008; BOLANCA, 2008). Tem como mecanismo de ação a inibição da oxidação da tirosinase em Diidroxifenilalanina (DOPA), por meio da inibição da síntese melânica e da ação citotóxica, levando a diminuição da produção de melanina, podendo ser aplicado em creme ou em solução álcool-base (COSTIN, 2006; FIGUEIRÓ, 2008; BOLANCA, 2008). Este agente é o despigmentante mais utilizado no tratamento de hiperpigmentações como o melasma. Alguns efeitos colaterais como irritação da pele, dermatites de contato e fotosensibilidade fazem com que este agente seja restrito e proibido em alguns casos(PEREIRA, 2013). 13.1.2 Tretinoína A Tretinoína, que deriva da vitamina A (ácido trans-retinóico), menos efetiva que hidroquinona, podendo levar em média 6 meses ou mais para ocorrer uma melhora.(COSTIN, 2006 apud BOLANCA, 2008). Este tem como função diminuir a pigmentação na pele, principalmente nos casos de melasma epidérmico, este em concentração elevada só poderá ser manuseado em consultório médico(PEREIRA, 2013). 13.1.3 Arbutin É um derivado metabólico da hidroquinona, considerado como a hidroquinona natural, é obtida das folhas da amoreira. O seu mecanismo primário de ação é a inibição da tirosinase, além da capacidade degradação da melanina, inibindo a 37 hiperpigmentação e na diminuição do melasma existente (FIGUEIRÓ 2008). 13.1.4 Ácido Azeláico O ácido azeláico é um inibidor da tirosinase, tem também ação de antimicrobiano, diminui a formação de comedões, regula a oleosidade e a queratinização da pele (FIGUEIRÓ, 2008). O mecanismo de ação não é certo, mas a indícios que tem como alvo apenas os melanócitos hiperativos e anormais, de forma que não irá clarear a pele nos locais em que existem melanócitos normalmente funcionamento ,assim evitando a ocorrência de leucodermias e ocronoses (COSTIN,2006; FIGUEIRÓ, 2008; BOLANCA,2008). É eficaz no tratamento de hiperpigmentação, devido sua ação anti-tirosinase, preconizando-se a porcentagem de 20% (PEREIRA, 2013). 13.1.5 Ácido Kójico O ácido Kójico tem grande eficácia no tratamento do melasma, pois inibe a ação da tirosinase como quelante de íons cobre e promove a diminuição da eumelanina e do seu precursor (PEREIRA, 2013). Quando associado ao ácido glicólico, tem resultados semelhantes à hidroquinona a 2% no tratamento do melasma (FIGUEIRÓ, 2008). Este ácido tem a vantagem de apresentar uma suavidade de sua ação em contato com a pele,pois o mesmo não causa efeitos adversos como irritação e fotosensibilização do usuário, com a possibilidade de ser usado durante o dia.(PEREIRA, 2013). 13.1.6 Alfa-Hidroxiácidos (AHA'S) Os peelings de Alfa- hidroxiácidos (AHA´S), bem como ácido glicólico e ácido láctico, promovem a melhora do melasma ocorrendo um afinamento do estrato córneo (diminuindo a adesão dos corneócitos), promove dispersão da melanina pela camada basal e aumento na síntese de colágeno na derme (COSTIN, 2006 apud FIGUEIRÓ, 2008). O ácido glicólico é um despigmentante devido sua ação de descamação, de acordo com a concentração e tempo levando em consideração a necessidade do 38 cliente. Em baixa concentração seu efeito e de hidratação, já em alta concentração apresenta um efeito esfoliante e descamante. O ácido glicólico pode ser encontrado na cana- de açúcar, beterraba, uva, abacaxi (PEREIRA, 2013). 13.2 MICRODERMOABRASÃO O equipamento que realiza a microdermoabrasão utilizado atualmente oferece ao profissional a possibilidade de regular os níveis de esfoliação. A abrasão produzida nos tecidos é condicionada pela quantidade de microcristais que são jateados na pele, pela pressão utilizada, para a projeção, aspiração e também pelo número de passagens sobre a área tratada (KEDE e SABATOVICH, 2004). O procedimento é feito com níveis leves de esfoliação e com número controlado de passagens da ponteira do equipamento sobre a pele, atingindo-a superficialmente, não promovendo lesões (KEDE e SABATOVICH, 2004). A utilização da microdermoabrasão no tratamento de melasma pode contribuir para uma reposta de resultado mais rápido, principalmente se a despigmentação ocorrer nas camadas mais superficiais (KEDE e SABATOVICH, 2004). 13.3 LUZ INTENSA PULSADA (LIP) A tecnologia conhecida como Luz Intensa Pulsada (ILP) consiste em fontes luminosas de alta intensidade, que são capazes de emitir uma luz policromática multidireccional, utilizada de maneira eficaz para tratamento de disfunções vasculares e pigmentares e também fotodepilação (AGNE, 2011). O uso da IPL apresenta algumas limitações em alguns tratamentos como no tratamento de lesões pigmentadas e vasculares em tipos de pele mais escura, principalmente nos fototipos IV, V, VI, devido isto cabe ao profissional determinar a fluência de energia de acordo com o fototipo de pele (AGNE, 2011). Trata-se de um procedimento não ablativo, indolor, rápido, é indicado para o tratamento de discromias induzidas pela exposição solar como o melasma, já que o seu amplo espectro trata a melanina e os vasos sanguíneos dilatados, embora também tenha sido descoberto que a luz intensa pulsada estimula a produção de colágeno e elastina (NARINS, 2004 apud ODO, 2005). 39 14. DISCUSSÃO Esta pesquisa bibliográfica foi realizada com o intuito de realizar um levantamento de informações com o objetivo de se ampliar o conhecimento sobre o melasma, os tipos de melasma e os seus tratamentos, aos profissionais da área da saúde, em especial os profissionais da área da estética que estão a cada dia mais aperfeiçoando seus conhecimentos. O melasma resulta de uma alteração que ocorre na atividade de produção de melanina e caracteriza-se como um hiperpigmentação comum, crônica e adquirida, que ocorre primeiramente na face, pescoço e antebraços, é consequência do surgimento de melanócitos hiperfuncionais específicos, que causam deposição excessiva de melanina na epiderme e na derme, afetando adversamente a qualidade de vida, influenciando inclusive nas relações interpessoais e de estética (NUSSBAUM, 2006). O objetivo desta pesquisa foi alcançado de acordo das informações já publicadas e estudos desenvolvidos nesta área, após este levantamento bibliográfico, podemos perceber que o melasma tem sua fisiopatologia indefinida, mas se observou que há fatores que implicam no aparecimento desta hiperpigmentação entre eles o principal fator é a exposição solar sem proteção, mas também pode se desencadear através de predisposição genética, étnicas (determinando o fototipo) e fatores hormonais (BOLANCA, 2008 apud ORTONNE, 2009). Um aspecto que se deve levar em consideração é o impacto psicológico que esta doença pode causar no individuo que é acometido pelo melasma, muitos sentem vergonha e até mesmo entram em um quadro de depressão. Os vários trabalhos usando os tratamentos do melasma têm resultados seguros e satisfatórios, pois são usados tratamentos que tenham o mínimo de efeitos adversos, e promove o resultado adequado para o tratamento. Portanto ao se utilizar os tratamentos de peelings, microdermoabrasão e luz intensa pulsada é notável uma melhora gradativa do melasma, lembrando que é de suma importância se verificar na avaliação do paciente a profundidade do melasma, pois quanto mais superficial e mais fácil de se tratar. O profissional da estética tem o papel de realizar o acompanhamento do indivíduo desde a anamnese até o final do procedimento, acompanhando a evolução do tratamento proposto. Este profissional deverá ter conhecimento sobre fisiologia e 40 anatomia da pele, para propor o tratamento adequado. É de suma importância que a esteticista firme uma parceria com profissionais dermatologistas, afim de que com isso ocorra uma contribuição nos resultados dos tratamentos que ambos realizaram. Para isso é necessário que o profissional seja qualificado, tenha formação acadêmica e procedimentos, e atue com ética e transparência. esteja seguro para realizar os 41 15. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho possibilitou, através de uma revisão de literatura, entender os principais fatores que contribuem para aparecimento do melasma e suas variantes, bem como os tratamentos mais utilizados no seu controle. De acordo com a maioria dos autores, a prevenção é a principal forma de combate ao melasma. Este controle preventivo ocorre através da utilização diária de protetor solar, de forma correta e com reaplicações a cada 3 horas ou menos, bem como, visita ao médico dermatologista aos primeiros sinais de qualquer mancha na pele, devemos lembrar que o melasma pode ser epidérmico (tratado também pelo profissional esteticista), dérmico (tratado somente pelo Médico Dermatologista) e ainda pode ser um diagnóstico diferencial para Neoplasias de pele (câncer de pele). Os tratamentos existentes fornecem somente uma amenização dos sinais clínicos, o que instiga a sociedade científica para um maior estudo voltado para a gênese e evolução deste distúrbio hiperpigmentar. Só através de um conhecimento mais aprofundado sobre esta doença, será possível um tratamento mais eficaz e acessível a todos os portadores indiferentemente de sexo, idade ou classe social. Estudos estatísticos complementares sobre a evolução do melasma no estado do Pará são de fundamental importância para o entendimento mais completo sobre a evolução desta doença. 42 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDEL-MALEK ZA, SCOTT MC, FURUMURA M, et al. The melanocortin 1 receptor is the principal mediator of the effects of agouti signaling protein on mammalian melanocytes. J Cell Sci. 114:1019-24. 2001. ALBANESI,c,SCARPONI,c GIUSTIZIERI,M.L, GFROLOMONI,G “Keratinocytes in Inflammtory Skin Diseases”Current Drug Torget. Inflammation &Allergy, v.4,n3,p329-334 2005. AGNE, Jones Eduardo, Eu sei eletroterapia. Santa Maria: Pallotti 2011. BARBOSA F.S, modelo de impedância de ordem funcional para a resposta inflamatória cutânea .Dissertação de Mestrado apresentado no programa de pósgraduação em Engenharia Biomédica , COPRE,da Universidade Federal do Rio de Janeiro,como parte dos requisitos necessários a obtenção do título de mestre em Engenharia Biomédica,2011. BOLOGNI J.L., ORLOW S.J. 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