ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 6134 DE 19 DE MARÇO DE 2015 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
Painéis
David Gray / Reuters
SOLARES
Autoconsumo: o mercado de
que todos querem fazer parte
II Diário Económico Quinta-feira 19 Março 2015
PA I N É I S S O L A R E S
Empresas preparam-se para
uma nova fase no mercado
A
Para a APESF, a legislação será “mudança
s empresas portuguesas que
de paradigma” de um sector que “girava
fornecem equipamentos e
em torno dos preços de referência
serviços de energia sodas tarifas a aplicar anualmente
lar e fotovoltaica
e com as quotas de instalação,
estão a preparar-se para uma
também elas anuais”, lemnova fase no seu mercado. A
bra o líder associativo. “As
aprovação do diploma que
centrais de micro e mini
regula o autoconsumo em
eram encaradas como venda
Portugal vai ser um novo code equipamentos, uma vez
meço para as empresas, que já
que o seu dimensionamenpassaram pela fase da enerto e a sua exploração engia solar térmica e pela miARTUR TRINDADE
contrava-se pouco depencro e minigeração. “Acre- Secretário de Estado da Energia
dente das características
ditamos que a publicação
do edifício hospedeiro,
desta regulamentação será
tornando os projectos praum ponto de viragem”,
Diploma do
ticamente 100% financeiafirma Carlos Sampaio,
ros”. Com a legislação do
presidente da Associação autoconsumo
autoconsumo, o fotovolPortuguesa das Empresas vai trazer
taico “passa a poder ser
do Sector Fotovoltaico democratização
encarado como uma medi(APESF).
na produção de
da de eficiência de consuA opinião é partilhada pelas
mo”, assim como permite
empresas ciontactadas pelo electricidade e
“uma certa democratizaDiário Económico. José mais poder para
Teixeira, presidente do os consumidores. ção” na produção de energia eléctrica.
Conselho de Administração
Algumas “especificações
do grupo dst, considera que
operacionais” previstas no Regulao novo diploma é “fundamental para dimento Técnico e de Qualidade e do Renamizar a actividade do mercado solar
gulamento de Inspeção e Certificação
fotovoltaico em Portugal” e, por acrediainda estão em falta e, sem elas,
tar na sua evolução, o grupo, cuja
“não é possível operacionaliárea de solar fotovoltaico (dst
zar a actuação do sector”,
solar e global sun) registaram
garante a APESF. As espeem 2014 um volume de negócificações dizem por
cios de 10 milhões de euros,
exemplo respeito a regras
tem como objetivo a duplicatécnicas e procedimentos
ção do volume de negócios,
de inspecção e certificação.
“apostando na expansão do
O presidente da associamercado do autoconsumo”.
ção reconhece no entanA expectativa em relação CARLOS SAMPAIO
to já haver empresas que
ao diploma que regula o au- APESF
começaram a vender
toconsumo é alta. Na confeprodutos sem se ter corência da APESF em Janeiro,
o secretário de Estado da
O sector “girava” nhecimento de pormenores importantes, ainda
Energia Artur Trindade deque técnicos. “Temos
fendeu que a “democratiza- em torno dos
conhecimento que algução” na produção de electri- preços de
mas empresas já se encidade que vai trazer, assim referência das
contram a vender efecticomo mais poder para os
tarifas. Com
vamente soluções e equiconsumidores e para os
agentes económicos de me- a nova legislação pamentos num momento
em que ainda não se conor dimensão. Sublinhou o fotovoltaico
nhece toda a regulamenque Portugal tem “condições passa a ser
tação”, o que poderá
ímpares” para o desenvolviencarado como
“criar alguma perturbamento do fotovoltaico e,
ção no arranque sustennuma mensagem aos em- medida de
tado do sector”.
presários que vão disponi- eficiência.
Em geral, as empresas
bilizar produtos e serviços,
contactadas pelo Diário
defendeu que “os operadoEconómico falam de uma lei positiva,
res têm de fazer bem as contas e dar ao
que apenas peca por ter sido tardia. A
consumidor a melhor proposta”, sendo
falta de informação adicional que vá
“importante haver lealdade, rigor e resalém da legislação foi outro dos pontos
peito para com o consumidor”.
“
Michaela Rehle / Reuters
“
Deco alerta para pormenores a ter em conta
Num artigo publicado em Novembro
na revista Proteste, a DECO considerou
o novo diploma do autoconsumo vantajoso,
mas avisava que “os consumidores devem
estar atentos às chamadas “tarifas
de mercado”, que podem induzir em erro
na altura de calcular custos e ganhos”. Isto
porque segundo o mesmo artigo, aquilo
a que o diploma chama tarifa de mercado
não se refere ao valor que o consumidor
final paga pela energia, mas sim ao valor
do mercado de produção de energia. Outra
das questões levantadas pela associação
de consumidores diz respeito ao contrato
que o consumidor tem de fazer com uma
empresa de energia para lhe vender o
excedente produzido. Como o decreto-lei
apenas estabelece linhas de orientação
para esses contratos, o consumidor deve
confirmar se inclui
levantados por algumas empresas, que
consideram ter assim a responsabilidade de “desmitificar” alguns conceitos
junto dos clientes.
A falta do SERUP, que é o portal online
onde se poderão fazer e gerir os registos
dos sistemas de auto consumo, também
foi apontada como sendo um problema,
sendo que só recentemente a Direcção
por exemplo cláusulas abusivas, prazos
de fidelização ou quotas obrigatórias
de compra de electricidade.
As regras na relação com o Estado são
simples: quem quiser comprar um painel
fotovoltaico até 200 watts (w) e começar
a produzir - e a consumir - a sua própria
electricidade, não precisa de avisar
as entidades reguladoras. 200 watts
dá para, por exemplo, para garantir
a electricidade necessária de um
frigorífico ou de aparelhos em ‘stand-by’
durante o dia, se as condições solares
forem as ideais. Para os painéis entre
200 e 1.500 watts, é preciso uma
comunicação prévia. E a partir dos 1.500
watts, tem de pagar uma compensação
durante 10 anos às entidades competentes,
um seguro de responsabilidade civil
obrigatório. I.M.
Geral de Energia e Geologia passou a ter
um formulário no seu site, “um remédio enquanto não chega o SERUP”, disse uma empresa.
A Ikaros-Hemera, que trabalha apenas
com o mercado empresarial, destaca ainda
as regras de ligação do sistema auto produtor à instalação de consumo do cliente e ligação à rede. ■ Irina Marcelino com R.C.
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IV Diário Económico Quinta-feira 19 Março 2015
PA I N É I S S O L A R E S
Guia para
começar a poupar
na factura da luz
Quanto tem de investir para começar a produzir
a sua própria electricidade?
IRINA MARCELINO E RAQUEL CARVALHO
Há muita gente com dúvidas e a querer
saber mais sobre o autoconsumo. O pequeno consumidor pode avançar hoje
com a sua própria produção, se quiser.
Mas tem de saber fazer as perguntas certas às empresas que lhe vão fornecer o
serviço ou, apenas, o produto. Por
exemplo, para o que dá um painel de
200w? Quantos são precisos para “sustentar” uma casa ou uma empresa? E
baterias e contadores, são necessários? E
comunicações ao Estado? É possível ter
painéis em apartamentos? E a questão
da manutenção? Em quantos anos terá o
retorno do investimento? Pode controlar
a sua produção à distância?
Quando se trata do pequeno produtor,
até aos 1.500watts (w), as respostas são
simples e o investimento não é muito
alto. Há empresas que até fornecem soluções em que a própria pessoa faz a
montagem do painel e o liga à tomada de
casa. Mas cada caso é um caso, e há muitas questões a ter em conta. De uma forma geral, as empresas contactadas pelo
Diário Económico dizem que as perguntas mais frequentes prendem-se com o
funcionamento do sistema de autoconsumo, o tipo de solução que melhor se
adequa à sua situação, preços e poupança obtida. Deixamos de seguida a resposta a algumas destas questões:
EDP
Poupanças entre os 15% e os 30%
Com 30 euros durante 24 meses, e sem
entrada inicial, a EDP disponibiliza um
sistema com um painel de 250w com capacidade de produção anual aproximada
de 370 kWh por ano, “que corresponde
ao consumo de um frigorífico (classe A+)
e os ‘standby’ típicos de um televisor e
uma box de televisão”, explica José Lobato Duarte, director de marketing de
serviços, que refere poupanças estimadas entre os 15% e os 30%. Os sistemas
duram pelo menos 25 anos.
de painéis varia em função da dimensão
do sistema, nomeadamente do número
de painéis a instalar e da sua potência.
Mas um sistema “bem dimensionado”
verá o retorno do seu investimento em
cinco a seis anos, sendo que a vida útil do
sistema rondará os 25, garante Filipe Bello Morais, director da Sotecnisol Energia.
O responsável enumera as vantagens
para o produtor e consumidor de energia
fotovoltaica: “a possibilidade de efectuarem um investimento com rentabilidades acima da média (6-9%), imunidade face ao aumento dos custos de energia
eléctrica a 25 anos, custos operacionais
das instalações bastante mais baixos”.
SINERSOL
Poupanças até 70%
Com um custo entre os 3.200 e os quatro
mil euros, a Sinersol tem soluções que
permitem uma produção de 1.500w, o
que permite uma poupança entre os 30%
e os 70% na factura energética. Ivo Pinheiro, director financeiro, lembra que
os painéis fotovoltaicos têm garantia de
25 anos e não carecem de manutenção. O
retorno chega em sete anos.
Daniel Acker/Bloomberg
[email protected]
painéis (500 wp - pico de produção fotovoltaica) ou pagando 3.250 euros, por
seis painéis (1500 wp - que mede o pico
de produção), a SunEnergy criou soluções chave na mão com TAN 0% para financiamentos de valor superior a 1.500
euros e com prazo de 12 meses. O retorno
do investimento consegue-se apartir dos
quatro anos, e a “autonomia energética
pode ir até aos 100% em muitas situações”, diz Raúl Santos, director-geral.
SUNERGETIC
FUTURSOLUTIONS
495 euros a menos por ano
Para uma produção estimada de 2.200
kWh e para uma tarifa de 22 cêntimos e
que inclui IVA e imposto especial de
electricidade, a poupança com um kit de
seis painéis de 1,5 kW é de 495 euros ano,
frisa Glória Carvalho, directora executiva da Futursolutions, que tem kits que
podem ir dos 565 euros (futur25) aos
2.950 euros (futur150). A responsável
frisa várias vantagens do autoconsumo:
“os consumidores passam a ter maior
controlo dos gastos da energia consumida e reduzem o valor a pagar ao comercializador e a dependência energética”.
A amortização do investimento é feita
entre seis a sete anos.
SOTECNISOL
SUNENERGY
Em cinco anos atinge-se o retorno
Para a Sotecnisol, o custo da instalação
Retorno a partir dos quatro anos
Com 1.250 euros, por um kit com dois
Menos 60% na factura
O custo das soluções da Sunergetic
“pode ir de 3.500 euros a três milhões de
euros ou mais, no caso das grandes centrais”, informa Marina Béjinha, administradora. As poupanças geradas podem
atingir “patamares de 50 a 60% de redução de factura eléctrica”, diz. Já em média “o retorno do investimento é atingido entre o quarto e o quinto ano”. Com o
‘core business’ no solar fotovoltaico,
através da microgeração, a área pesa
95% da facturação, sendo os restantes
5% assumidos pelo solar térmico e eficiência energética. O próximo desafio é o
autoconsumo.
IKAROS-HEMERA
Nas empresas, retorno é em nove anos
A Ikaros-Hemera actua em exclusivo no
sector do fotovoltaico para empresas.
Duarte Caro de Sousa, director-geral, dá
conta de “retornos entre os seis e os nove
anos e uma produção garantida para os
25 anos seguintes à instalação do sistema
solar”. Destaca “a redução de custos
com a energia eléctrica, a produção de
energia 100% limpa e a possibilidade de
rentabilizar os activos parados”.
BOA ENERGIA
Retorno depende da área
geográfica
Foi no ano passado que a empresa lançou no mercado kits de autoconsumo
“faça você mesmo” com preços a partir
dos 410 euros para painéis de 200W. No
caso das empresas as potências são variáveis e adaptáveis aos consumos do local de instalação. O custo do investimento pode ir “dos três mil às várias
dezenas de milhar de euros”, dependende do perfil de consumos, explica
Nuno Brito Jorge, que garante que as
poupanças podem ser bastante significativas. Entre as vantagens enumeradas, o responável da Boa Energia enumera: “passar a poder consumir a energia que eles próprios produzem e que,
sendo proveniente de uma fonte inesgotável como o sol e a durabilidade dos
painéis fotovoltaicos (mais de 25 anos) é
bastante mais barata que a comprada a
qualquer comercializado”. O retorno
chegará entre os quatro e os sete anos,
dependendo da dimensão e da zona
geográfica da instalação. ■
Quinta-feira 19 Março 2015 Diário Económico V
Aquecer águas
enquanto produz
Grupo Auchan poupa energia
O Grupo Auchan tem reduzido anualmente os consumos energéticos nas suas
instalações, através de medidas de eficiência energética, e, “as poupanças obtidas
em 2014 face a 2013, foram superiores a 4%”, frisa Manuel Alves, director
de Energia e Desenvolvimento Sustentável. O responsável dá conta de algumas
medidas: aposta no solar térmico, para aquecimento de água, aproveitamento do
calor libertado pelas centrais de frio, para aquecimentos de água quente sanitária
e aproveitamento da luz natural, em articulação com a iluminação artificial.
De frisar também a instalação de sistemas de iluminação mais eficientes e o fecho
dos expositores de frio, com tampas e portas. Manuel Alves dá ainda conta
da instalação de 19 microgerações nas gasolineiras do grupo, que já contribuem
com 10% do seu consumo energético.
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A Energie é a única empresa no mercado a
disponibilizar painéis solares termodinâmicos para aquecimento de água nas habitações.
Em 2014, a empresa da Póvoa do Varzim lançou um novo produto, bombas de calor aerotérmicas, “que captam energia do meio ambiente com o objectivo de aquecer águas sanitárias ou para climatização”, explica Francisco Fernandes, director técnico.
E um particular que queira apostar no autoconsumo pode aproveitar as soluções da
Energie como complemento da produção de
energia. Ambas “podem ser englobadas num
sistema fotovoltaico tradicional e fazer um
melhor aproveitamento da electricidade gerada”. É que, lembra, “o período de maior
produção é o de menor consumo, levando a
grande desperdício de energia”. E por isso,
“associar as nossas soluções aos kits de produção de energia, permite aquecer água durante esse período, para posterior uso”.
Devido a esse período morto de consumo,
Francisco Fernandes acredita que o autoconsumo “é mais promissor para grandes indústrias e empresas e mais vantajoso para particulares que conjuguem as soluções”. ■ R.C.
VI Diário Económico Quinta-feira 19 Março 2015
PA I N É I S S O L A R E S
PEDRO RUÃO, CEO da Omniflow. O sistema transforma a energia do vento e sol em
corrente eléctrica através de um conversor. Os sistemas podem ser instalados no solo,
em vivendas ou no topo mais alto dos edifícios, apresentando uma elevada produção
de energia graças ao funcionamento em espiral ascendente. Antes da montagem
faz-se uma análise do potencial eólico para garantir que não há obstrução
ao escoamento do vento e para conhecer o seu grau de autonomia. Pode-se optar por
Bruno Barbosa
um sistema com ou sem armazenamento. Depois, basta pedir autorização
aos vizinhos, e, no caso de mais de 1.500W, avisar os reguladores.
Omniflow cria sistema que junta sol
e vento para produção de electricidade
Empresa tem inovação patenteada internacionalmente e já entrou nos EUA, Brasil, Índia e Alemanha.
RAQUEL CARVALHO
[email protected]
Produzir electricidade conjugando a energia
eólica e solar é possível depois da Omniflow
ter desenvolvido uma tecnologia híbrida que
alia as duas fontes de energia, tendo assim
“mais horas de produção durante o ano”, esclarece Pedro Ruão, CEO da empresa.
Por trás do conceito está o facto do “sol ser
mais estável como fonte de energia, mas a
turbina compensar a quebra de produção no
Inverno, já que o solar fotovoltaico tem o seu
pico de produção no Verão e a turbina no inverno, podendo também funcionar ocasionalmente de noite”, frisa.
O fundo inicial para desenvolvimento e prova do conceito foi de 230 milhões de euros,
tendo a empresa do Porto tido apoio da COTEC Portugal e da Portugal Ventures Capital
de Risco.
Com um grande cariz inovador e investindo
por ano cerca de 100 milhões de euros em
inovação e desenvolvimento, a Omniflow já
patenteou internacionalmente o conceito.
No que se refere à aliança entre as duas fontes
energéticas mais limpas e inesgotáveis do
Um candeeiro
100% autónomo
A empresa disponibiliza
ainda o Omniled, um
candeeiro de iluminação
pública. É 100% autónomo
alimentado por sol e vento
completamente integrado
numa só peça e com
capacidade para alimentar
sistemas de comunicação
wi-fi, câmaras de vigilância,
carregar dispositivos
móveis, e integrar no seu
interior equipamentos como
Small Cells para
telecomunicações móveis.
Pode ainda ser ligado à rede
e funcionar como uma
unidade de microprodução
em matriz injectando o
excesso de energia na rede.
O preço é de três mil euros,
tendo a e empresa já
vendido 20 unidades.
mundo, o sol e o vento, Pedro Ruão explica
como funciona: “os dispositivos utilizam uma
asa invertida para dirigir o vento de qualquer
direcção, que acelera o escoamento na direcção da turbina de eixo vertical. A superfície da
asa é coberta por células fotovoltaicas de alta
eficiência que maximizam a produção de
energia na área disponível”. A electricidade é
“injectada automaticamente na rede e pode
ser armazenada em baterias autónomas”.
Mas a inovação vai mais além, já que não há
qualquer ruído, vibrações e desconforto devido ao movimento das pás, o que se consegue
por causa do ‘design’ do produto. “A turbina
fica protegida dentro do difusor ominidirecional que por si só reduz muito o ruído. E o
gerador fica apoiado em apoios antivibratórios que elimina na raíz a propagação das vibrações pelos edifícios. Isto só é possível porque o nosso rotor não se tem de alinhar com a
direcção do vento e é estático”, frisa.
São três os modelos disponíveis com potências diferentes, podendo-se gerar energia
apenas para um candeeiro ou ir até aos
10.00kWh/ano. Todos têm duração de 20
anos e não precisam de manutenção.
Os preços variam entre os 1.400 euros e os 14
mil euros já com IVA, sendo que “o tempo de
amortização pode ser de sete a dez anos para
aplicações na rede, e muito menos tempo em
locais remotos ”, destaca.
No fundo, a Omniflow disponibiliza três modelos. O OM07, de 300Wp Vento, mais 70Wp solar, alimenta pequenos aparelhos eléctricos ou
casas com muito pouco consumo. O OM1.2 de
600Wp Vento e 260Wp Solar é para aplicações
residenciais com um consumo médio, aliado
com quatro painéis fotovoltaicos de 1.000 W,
assim como para projectos de telecomunicações de baixo consumo. O OM3.8 tem capacidade de 3000Wp vento, mais 800Wp Solar, e é
utilizado em edifícios de maior dimensão, com
necessidades de produção superiores, e em torres de telecomunicações remotas.
A empresa inciou a comercialização no final
de 2013, tendo instalado 50 sistemas em 2014.
Este ano, entrou nos EUA, Alemanha, Brasil e
Índia. ■
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VIII Diário Económico Quinta-feira 19 Março 2015
PA I N É I S S O L A R E S
Portugal atinge
recordes na produção
fotovoltaica
Em 2014 produção chegou aos 631 GWh. Há dez anos,
Portugal produzia apenas três GWh de electricidade.
Portugal nunca produziu tanta energia
fotovoltaica como hoje. De acordo com
os dados mais recentes da Direcção Geral
de Energia e Geologia (DGEG), publicados no início de Março mas relativos a
Dezembro, o país terá produzido 631
GWh em 2014. Em 2005, o valor era de
três GWh, um valor residual num mercado ainda dominado pelo solar térmico
(aquecimento de águas).
Comparando a produção de origem renovável de 2013 com 2014, a fotovoltaica
foi a quemais cresceu: cerca de 31,7% . A
DGEG destaca ainda o incremento de
10,7% na hídrica e da redução de 18,2%
em RSU (resíduos sólidos urbanos).
O Alentejo foi a região que mais energia
fotovoltaica produziu, seguido de Lisboa.
Em 2014, esta região foi responsável por
38% da produção fotovoltaica nacional.
O sol é, assim , mais forte a Sul, quando o
Norte do país é o líder no que respeita as
energias renováveis, o que está relacionado com as barragens (a energia hídrica
é considerada renovável) e com as eólicas. De 2005 a 2014, a tecnologia com
maior crescimento em potência instalada foi a eólica (3,8 GW). Mas, destaca a
DGEG, em termos relativos a tecnologia
que mais cresceu foi a fotovoltaica, tendo
evoluido de uma potência instalada residual (três MW)para 414 MW.
Os grandes potenciadores deste aumento
que se foi registando ao longo dos últimos
anos foram os decretos-lei que passaram a
enquadrarar a produção e comercialização de energia eléctrica em regime de micro (em 2007) e de mini produção (em
2011). A taxa média de crescimento anual
de produção entre 2008 e 2014 foi de 78%.
Com o corte na remuneração aos projectos de micro e minigeração, o mercado,
assim como os licenciamentos, arrefeceram entre 2013 e 2014.
Solar térmico em contracção
O mercado solar térmico português caiu
4% em 2014, comparativamente com
2013, o que corresponde a novas instalações num total de 55 mil metros quadrados, segundo dados da Associação Portuguesa para a Indústria Solar (APISOLAR).
Estes números indicam que 2014 voltou a
ser de contracção. No entanto, mais moderada do que os 7% previstos pela associação no final do ano.
Para 2015, a APISOLAR prevê uma estabilização em torno dos 50 mil a 60 mil
metros quadrados. Porém, apesar do
abrandamento da queda, estes números
não são suficientes para que as empresas
do sector consigam atingir as metas estabelecidas nos Planos Nacionais de Acção para Eficiência Energética (PNAEE) e
para as Energias Renováveis (PNAER),
no que respeita ao uso da energia solar
térmica, e que estipulam metas claras
para esta tecnologia: até 2020, instalar
2.214.282 metros quadrados de sistemas
solares térmicos.
Cumprir esse objectivo implicava que o
mercado nacional crescesse, em média
11,5% entre 2010 e 2020. Mas, em termos
acumulados, e de acordo com a associação, as instalações realizadas em 2014
compõem um total de 1.133.965 metros
quadrados (793 775 kWth), o que significa que Portugal está ainda a 1.083.317
metros quadrados dos objectivos para
2020. ■ I.M. e R.C.
No mundo
A IHS, num estudo sobre o sector fotovoltaico no mundo, diz
que a procura quer por energia fotovoltaica quer pela
instalação de painéis fotovoltaicos aumentará 25% este ano.
Em 2014, o crescimento também foi de dois dígitos, ainda que
menor que o esperado, em grande parte devido à fragilidade
dos fornecedores mundiais, confrontados com falências, fusões
e aquisições, uma tendência que se deverá verificar também este
ano. Em termos geográficos, os maiores mercados continuarão a ser a
China, o Japão e os Estados Unidos. E os que mais vão contribuir para o crescimento
absoluto vão ser a China, os Estados Unidos e a Índia.
Infografia: [email protected]
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