São Paulo Informe da OAB-SP OAB SP inicia nova fase de campanha contra a corrupção Alerta contra a corrupção, um dos principais eixos da atual gestão da Seção São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil, em 9 de dezembro, Dia Internacional contra a Corrupção, a instituição expôs suas ações no sentido de ajudar a extirpar esse mal assolador e procura avançar nos pontos já apresentados. As 12 propostas elaboradas na campanha lançada no meio deste ano, sob o lema Corrupção NÃO, pede agora apoio por meio de assinaturas. Com essa iniciativa, as proposições poderão se tornar anteprojetos de lei e, com isso, promover a prevenção antes mesmo de duras punições legais no combate à corrupção. Desde o princípio, a ação da OAB SP incentiva a cultura da transparência nos procedimentos contra o aliciamento em todas as esferas públicas. Há clara preocupação com o fortalecimento e autonomia dos órgãos de controle interno e externo do Poder Público. Entre as propostas relacionadas está a criação de programas de diminuição da burocracia em todos os níveis da administração pública, ao mesmo tempo em que visa dotar os órgãos de fiscalização e de controle dos meios e recursos materiais e humanos adequados e suficientes ao exercício da atividade correcional de prevenção e punição dos desvios. Dá, dessa maneira, especial relevo ao fortalecimento dos órgãos de controle interno (Corregedorias, Controladorias, Comissões de Sindicância, Advocacia Pública, Conselhos, Ouvidorias) e aos órgãos de controle externo da administração pública (Tribunais de Contas, Agências Reguladoras). A entidade apresenta ainda regra de compliance e de integridade corporativa para as empresas estatais, grande foco da corrupção, assim como redução substan- cial dos cargos e funções comissionadas. São aspectos que se diferenciam de iniciativas de natureza repressiva penal apresentadas por outras instituições. A Secional paulista da Ordem já encaminhou proposta ao governo do Estado de São Paulo, dando total transparência aos procedimentos de licitação no âmbito do Poder Executivo Estadual, de tornar obrigatória a disponibilização on-line pela internet de todos os atos da licitação, desde a elaboração de seu orçamento, da publicação do edital, de todas as fases do certame, de todas as propostas dos licitantes, até a adjudicação do objeto da licitação ao proponente vencedor do certame licitatório. Ao propor o movimento nesse sentido, a entidade leva em consideração ser fundamental a apuração dos fatos decorrentes das denúncias de corrupção, dentro do amplo direito de defesa e com isenção. É preciso verificar os desvios, identificar seus autores e condenar, nos termos da lei, os infratores. Somente assim, o país poderá sair dessa rotina sombria na qual tem vivido nos últimos anos, sempre mantendo o respeito ao Estado Democrático de Direito. Com a criação de mais essa etapa dentro da campanha, que conta com a participação de interessados em amplificar o combate à corrupção apoiando e assinando as 12 propostas da OAB São Paulo para se materializem em iniciativas que previnam atos corruptivos, a instituição procura se comprometer ainda mais na construção de uma nação que controle essa praga destrutiva. Para conferir as proposituras e participar da campanha, basta acessar o endereço eletrônico h t t p : / / w w w. o a bsp.org.br/campanhacorrupcao-nao-novafase. Iniciada busca de recursos para Memorial da Luta pela Justiça Os interessados em incentivar o projeto cultural “Memorial da Luta pela Justiça - Advogados Brasileiros contra a Ditadura” já podem oferecer suas contribuições. A captação de recursos para o projeto cultural defendido pela OAB SP foi aprovada pelo Ministério da Cultura, por intermédio da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura, em 12 de novembro, quando publicada a portaria no Diário Oficial da União. De acordo com a Lei 8.313, de 23/12/1991 (Lei Rouanet), o doador ou patrocinador poderá deduzir do imposto devido na declaração do Imposto sobre a Renda (IRPF) os valores contribuídos em favor de projetos culturais. Todas as informações sobre os procedimentos para doação serão fornecidas por meio do e-mail da Comissão da Verdade: [email protected]. Idealizado pela Secional paulista da Ordem em parceria com o Núcleo de Preservação da Memória Política, o projeto tem por proposta central preservar a memória dos embates ocorridos durante o período da ditadura civil-militar no Brasil. O prédio da 2ª Circunscrição Judiciária Militar recebia, nos anos de chumbo, os presos políticos que aguardavam pelo julgamento em primeira instância. Quinta-feira, 10 de dezembro de 2015 • Jornal do Commercio • A-9 GEOSAMPA Haddad remove sigilo e abre cadastro de imóveis Com a relação de nomes e código do IPTU, expectativa é que a medida iniba a lavagem de dinheiro com aquisição de imóveis dentro da capital paulista » BRUNO RIBEIRO DA AGÊNCIA ESTADO A Prefeitura de São Paulo publicará na internet a relação com nome, metragem do lote e código do Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU) de todos os cerca de 3,3 milhões de imóveis da cidade. A relação estará no recém-lançado site Geosampa, que reúne informações da cidade em um mapa georeferenciado. Segundo o prefeito Fernando Haddad (PT), a decisão foi tomada após a Controladoria-Geral do Município, a Procuradoria-Geral do Município e a Secretaria Municipal de Finanças chegarem ao entendimento de que o cadastro público não deveria ser mantido em sigilo, co- mo era feito até então. Havia entendimento de que os dados, que podem revelar o patrimônio dos cidadãos, era protegido por sigilo fiscal. “Esses dados já são públicos, mas era preciso fazer buscas nos cartórios e pagar por isso”, disse o prefeito. “Isso foi discutido com toda a administração e chegou-se no entendimento que o sigilo era um obstáculo criado artificialmente”, completou. A proposta é que os cidadãos possam ter acesso ao próprio cadastro, verificando, por exemplo, se a metragem lançada na base de dados, para fins de cálculo do IPTU, estejam corretos. A abertura dos dados, porém, permitirá também verificar se o dono do terreno de determinado imóvel, como um shopping, é a mesma pessoa ou empresa que se apresenta como dono. “A ocultação de bens é uma das formas mais comuns de se investir recursos obtidos ilicitamente”, concluiu Haddad. Regularização de recursos A expectativa é que a medida iniba a lavagem de dinheiro com aquisição de imóveis dentro da capital paulista. São Paulo é a primeira cidade do País a adotar tal medida. “É uma das ações que reforçam as mudanças para transparência na secretaria de Finanças depois da crise gerada em 2013, quando a Máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS) foi descoberta”, assinala o secretário da Pasta, Rogério Ceron. A ação, divulgada ontem, foi planejada para marcar o Dia In- ternacional de Combate à Corrupção. Além dessa, a gestão Haddad divulgou a criação de um novo órgão, a Coordenadoria de Defesa do Usuário do Serviço Público Municipal (Condusp), para acompanhar queixas de cidadãos em relação à qualidade dos serviços prestados pela Prefeitura, e a criação de um manual de conduta para empresas que prestam serviços ou bens à administração municipal. O novo órgão deverá analisar as queixas recorrentes de postos de saúde ou escolas e propor termos de ajustamento com os gestores dos órgãos fiscalizados. Já o manual de conduta servirá para as próprias empresas fornecedoras, no caso de alguma denúncia de irregularidade, apresentar sua defesa – caso cumpra as regras. REJEITOS Estado forma grupo de trabalho para diagnosticar 21 barragens » MATEUS FAGUNDES DA AGÊNCIA ESTADO A Secretaria de Energia e Mineração do Estado apresentou, ontem, o grupo de trabalho criado para diagnosticar a situação das 21 barragens de rejeitos de São Paulo. O painel, que conta com especialistas da área de mineração, bem como representantes da Defesa Civil estadual, do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), deve apresentar até o final de fevereiro do ano que vem relatório recomendando às empresas eventuais adequações de estrutura, adoção de novas tecnologias e redução de riscos. O grupo é formado também, entre outros, por representantes do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O secretário de Energia e Mineração do Estado, João Carlos Meirelles, afirmou que o trabalho já vinha sendo planejado desde o começo do ano, mas ganhou notoriedade após o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), que deixou ao menos onze mortos. “Além de verificar a situação atual das barragens e os riscos que podem causar, esse grupo de trabalho quer olhar para o futuro e sugerir inovações”, assinalou. Levantamento Estudo sobre as barragens de rejeitos de São Paulo, apresentado no encontro, mostra que o Estado tem 21 reservatórios cadastrados, de pequeno porte e que guardam rejeitos da produção de areia e brita, em sua maioria. A maior das barragens está localizada no município de Cajati, no litoral Sul paulista - tem volume de 5,9 milhões de metros cúbicos, 75 metros de altura e guarda rejeitos da exploração da turfa, um tipo de carvão mineral usado para conter derramamentos de petróleo, e na agricultura. De acordo com a secretaria, o Estado possui mais de 2.800 minas em operação, com 95% da produção concentrada em areia, brita, calcário e argila. São Paulo é o terceiro maior produtor de bens minerais do País, atrás de Minas Gerais e Pará. TAXI PRETO ÁGUA Dados de aplicativos serão usados no controle do trânsito Nível do Cantareira sobe pelo 7º dia DA AGÊNCIA ESTADO » RAFAEL ITALIANI DA AGÊNCIA ESTADO A Prefeitura de São Paulo usará dados de aplicativos de táxis para monitorar o trânsito da capital. As empresas que exploram o serviço com as ferramentas para celular serão obrigadas a se credenciar para continuar a prestar o serviço. Além disso, terão de fornecer à administração informações sobre pontos de embarque e desembarque dos passageiros, os trajetos dos taxistas, o tempo das viagens e a avaliação dos usuários. Os primeiros veículos a ter os dados dos aplicativos compartilhados com a gestão Fernando Haddad (PT) serão os 5 mil novos táxis pretos. Hoje, a Secretaria Municipal de Transportes faz o sorteio das licenças, com 27.691 inscritos. O resultado será divulgado até o dia 22. De acordo com Ciro Biderman, chefe de gabinete da pasta e coordenador do Laboratório de Mobilidade Urbana e Protocolos Abertos (MobiLab), após a troca de informações com os novos veículos com arcondicionado, bancos de couro e cobrança por trajeto (e não por bandeirada), o compartilhamento de dados será expandido para todos os 33 mil veículos da frota da capital. “Passo a ter ótima ferramenta, porque, além de GPS dos ônibus e dos radares, posso ter um dado bem mais capilar que pode me indicar a velocidade do tráfego em tempo real e um problema na rua. São mais 5 mil sensores andando pela cidade”, assinalou Biderman. Gargalos Ele cita como exemplo a possibilidade de conhecer os gargalos no trânsito da capital e repensar a permissão de estacionamento em ruas da cidade. “Posso verificar se há vias estranguladas, onde o estacionamento é permitido. É impossível saber todos os detalhes, principalmente porque o trânsito é dinâmico. Uma via que aguentava 6 mil veículos há seis meses, pode não suportar hoje”, ponderou. Segundo Biderman, os dados dos passageiros serão preservados, mas as avaliações, com notas de 1 a 5, serão usadas pela Prefeitura para punir taxistas. A forma como isso será feito está em estudo, uma vez que a administração teme que motoristas rivais façam reclamações de colegas para prejudicá-los. As empresas Easy Taxi e 99Taxis têm opiniões distintas sobre o compartilhamento de informações com a Prefeitura, porque a administração municipal entende que os dados devem ser públicos. Segundo Dennis Wong, da Easy Taxi, a empresa corre risco de perder valor de mercado. “São dados que a gente pode vender para provedores de mapas. Perder esse valor é prejudicial para o nosso negócio”, afirmou. Ele concorda em repassar os dados para a Prefeitura, desde que isso seja feito com três meses de atraso. “A Prefeitura teria dados suficientes para fazer o planejamento da cidade”, frisou. Pedro Somma, gerente de Operações da 99Taxis, diz que é positivo dividir os dados com o poder municipal e que isso não causará prejuízos à empresa. A troca de informações, afirma, pode ser benéfica também para os taxistas. “É uma postura boa da Prefeitura de saber que os aplicativos têm um papel fundamental. Também atuamos em cima do táxi. Se percebemos que o taxista não melhora, ele é retirado do aplicativo”, garantiu. Para Luiza Balthazer, advogada especializada em Direito Eletrônico, a Prefeitura pode usar os dados de rota, desde que não exija informações de marketing das empresas. “O que não pode é a Prefeitura ter acesso ao perfil dos passageiros, que é usado pelas empresas em ações internas e comerciais”, sublinhou. O nível do Sistema Cantareira, principal manancial de abastecimento da capital e da Grande São Paulo, subiu pelo sétimo dia consecutivo, apontam dados divulgados, ontem, pela Sabesp. Outros três sistemas registraram aumento do volume de água armazenada, e dois permaneceram estáveis. Responsável por abastecer cerca de 5,2 milhões de pessoas, o Cantareira opera com 22,4% da capacidade, segundo cálculo tradicionalmente divulgado pela Sabesp, que considera as duas cotas do volume morto como se fossem volume útil do sistema. A alta foi de 0,5 ponto percentual. No dia anterior, os reservatórios que formam o sistema estavam com 21,9%. Na última segunda-feira, o Cantareira ultrapassou o maior índice desde que os 105 bilhões de litros de água represados abaixo dos túneis de captação foram incluídos no cálculo, no dia 24 de outubro de 2014. Na ocasião, o sistema já operava com volume morto de 182,5 bilhões de litros, acrescentado cinco meses antes. A adição da segunda cota fez o manancial saltar de 3% para 13,6%.