E '-T Ml/ jornal do dce-livre da usp efe-selForaFHC EM DEFESA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA! DCE-LIVRE DA USP ALEXANDRE l/AHUCCHl LEME leia na página 8 MEC apresenta projeto de autonomia no Congresso Nacional. Sinal de alerta! leia na página 7 artigo sobre o projeto. Consulta Os estudantes serão consultados nas eleições sobre a forma de composição da diretoria do DCE. Deverão votar em plebiscito entre eleições majoritárias (na qual a diretoria é composta integralmente pelos membros da chapa que obtiver o maior número de votos) e eleições proporcionais (quando a diretoria é composta por membros de todas as chapas concorrentes proporcionalmente ao número de votos obtidos). Atualmente, as eleições do DCE são majoritárias. Vale dizer que o plebiscito é tão-somente consultivo, e não deliberativo. Este é um debate importante para o movimento estudantil e precisa tempo para se maturar. A sugestão apresentada no CCA éade que se realize um seminário ou um outrofórum desta espécie para a discussão do tema. O resultado da consulta servirá como indicativo para os debates preparatórios para o próximo Congresso dos Estudantes da USP a ser realizado no ano que vem, instância que deve deliberar sobre o assunto. ilHÇOES DO PCI Encarte Especial Conheça as quatro chapas que concorrem às eleições do DCE-Livre da USP, dias 28 e 29 de setembro Dias 28 e 29 de setembro acontecem as eleições para a nova diretoria do DCE. o (D Neste número trazemos textos das quatro chapas inscritas no processo eleitoral. Apostamos na publicidade das eleições como condição primeira de assegurar a democracia estudantil. Com o mesmo espírito, publicamos no número anterior deste jornal o Regimento Eleitoral aprovado no Conselho de Centros Acadêmicos. É assim, acreditamos, que podemos trazer o conjunto dos estudantes da USP a uma participação mais efetiva no movimento estudantil, convocando-os a participar não só das eleições que ora se aproximam, mas do debate político que agora é nos exigido. As reformas educacionais em curso tendem a destruição de todo sistema de ensino superior, transformando-o em balcão de negócios para deleite da iniciativa privada. É preciso que os estudantes nos mobilizemos contra os ataques à universidade pública e contra os ataques à nação. EXPEDIENTE D CE "Alexandre Vannucchi Leme" O Carcará - jornal do Diretório Central dos Estudantes - Livre da USP "Alexandre Vannucchi No próximo ano temos um Congresso dos Estudantes já marcado, e até lá, serão muitos os debates - e se as coisas mantiverem na mesma rota em que estão, os debates serão cada vez mais radicalizados, porque mais penosa será nossa situação. É preciso apostar no debate aberto, público, amplo entre os estudantes. O período próximo será de enfrentamentos muito graves para o que pretendemos do amanhã. Leme" Gestão CALCARÁ Rua da Reitoria, 74 Cidade Universitária, São Paulo, SP : Fone/fax (011) 8183269 e 8183270 PERIODICIDADE MENSAL; TIRAGEM COMISSãO EDITORIAL: 15 MIL EXEMPLARES Luís Fernando Massonetto, Fábio Nogueira, Fernando Gameiro, Paulo Domingos Pereira, Daniel Feldmam; Virgínia Canedo; ILUSTRAçãO: DISTRIBUIçãO: SECRETáRIA: Luciano Bezerra; Edu; DIAGRAMAçãO: Philografia produção gráfica bip [5188.3838 cód 80602] Hoje o Sr. presidente caiu, foi nos índices do Ibope. É todo o povo que foi para as ruas que afirma o mesmo que afirmamos aqui: assim não dá mais. Fórum das Universidades Públicas debate a autonomia das federais Aconteceu em Uberlândia, nos dias 27,28e 29 de agosto, o Fórum Nacional de Entidades Estudantis das Universidades Públicas para a discussão de propostas de mobilização nesse segundo semestre contra aè crises da educação e sobretudo do país. Essefórumjoi uma deliberação do 46a Congresso da UNE realizado em Belo Horizonte emjulho e o DCE da Universidade Federal de Uberlândia propôs-se a sediar esse encontro de lideranças estudantis. Ao todo foram 141 estudantes e 27 DCE's participantes, inclusive com muitos diretores da UNE. Esperamos que as resoluções do fórum possam ser encampadas, não só pelas entidades, mas por todos os estudantes, que têm o dever de dar uma resposta. Junto com a sociedade, às políticas neolíberais do governo Fernando Henrique. Resolução do Encontro Nacionaí de Estudantes de Universidades Publicas AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA: ■ Que a UNE envie ao MEC um documento expressando o repúdio ao Projeto de Lei sobre Autonomia UniversitáricL ■ Que os DCE's organizem nas suas universidades grupos de discussão sobre Autonomia Universitária. ■ Que os DCE's façam assembléias nas suas universidades, preferencialmente unificadas com os professores e os técnicos —admirasíratluos, para tirar o posicionamento acerca de todas as questões relacionadas a Autonomia Universitária. ■ Que a UNE produza um caderno de textos sobre a Autonomia Universitária aprovado e reedite a revista sobre a reforma universitária da UNE. ■ Que a UNE e os DCE's construam a greve nacional dos estudantes contra o Projeto de Lei sobre a Autonomia Universitária do governo, unificada com a ANDES e FASUBRA. ■ Que a UNE promova a campanha "Na Sala com a UNE pelo FORA FHC e FMI" 1. Fazer a campanha pelo FORA FHC e FMI; 2. Debater Autonomia Universitária; 3. Passar abaixo-assinado contra o Projeto de Autonomia Universitária do governo. ■ Que o abaixo-assinado contra o projeto de Autonomia Universitária do governo seja recolhido, também, através de bancas nas universidades. ■ Que o abaixo-assinado contra o Projeto de Autonomia Universitária do governo seja: -Entregue no dia da chegada da Caravana da Educação em Brasília. leia mais na página 7 Conheça as chapas que concorrem às eleições do DCE, dias 28 e 29 de setembro ELEIÇÕES DO DCE • Encarte Especial Chapa Muda DCE - Oposição de esquerda e de luta E HORA DE MUDAR O DCE: VOTE NA OPOSIÇÃO. VOTE MUDA DCE Para lutar por mais verbas, mais vagas, mais bolsas de pesquisa, RUmais barato, mais vagas no Crusp, contra a privatização e a cobrança de mensalidades e por uma universidade democrática e sem repressão. Veja a opinião da diretoria do DCE sobre ela mesma: "A diretoria do DCE quase nunca passa nas salas de aula e boa parte dos alunos nem conhecem os seus diretores! É de se contar nos dedos as vezes que o DCE "visitou os campi do interior! Nas manifestações pela ampliação do ICMS destinado às universidades estaduais paulistas...a participação da USP é extremamente pequena." (extraído de um panfleto assinado por integrantes da chapa Universidade em Movimento, uma das chapas da situação) Não podemos ficar na mão de um DCE assim. Precisamos imediatamente unir os estudantes em uma só luta contra a privatização e a tentativa de cobrar mensalidades na USP. Para calar os estudantes, o reitor e o governo estão aumentando a repressão. A USP está virando uma prisão. Enquanto isso, implementam medidas para sucatear cada vez mais a USP, como o projeto de transformar os cursos superiores em cursos técnicos de dois anos. É preciso mudar urgentemente esse quadro. A chapa Muda DCE, Oposição de Esquerda e de Luta foi formada à partir das mobilizações na Faculdade de Letras que conseguiram derrubar uma das medidas de exclusão dos estudantes. Ganhamos a participação e o apoio de estudantes de vários cursos da USP e acreditamos que no DCE poderemos ampliar esta luta para toda a universidade.. A chapa Muda DCE, Oposição de Esquerda e de Luta tem como objetivos principais: 1) Recuperar o DCE como um instrumento de mobilização e organização dos estudantes 2) Lutar contra a privatização e a cobranças de mensalidades 3) Mobilizar os estudantes por mais professores, mais bolsas de pesquisa e mais vagas em todas as disciplinas 4) Conquistar a redução no preço do bandejão, realizando uma auditoria nas contas do Coseas; lutar por mais vagas no Crusp 5) Lutar por uma universidade mais democrática, sem repressão e onde a comunidade universitária, especialmente os estudantes que são maioria possam opinar e efetivamente decidir 6) Fazer um DCE que aproxime os estudantes através de atividades dos mais variados tipos, políticas, acadêmicas, culturais, artísticas, esportivas e de lazer. Um DCE tem que ser ativo e não essa água parada que foram as últimas gestões Apenas para causar confusão, a atual diretoria do DCE dividiu-se um duas chapas nesta eleição, que se chamam Universidade em Movimento e Adaptar ou Resistir. Não se confunda! Nesta eleição há somente uma chapa de oposição, a chapa Muda DCE, Oposição de Esquerda e de Luta. Todas as outras estiveram juntas na diretoria do DCE nos últimos anos e não fizeram nada pelos estudantes! Chega de DCE's fantasmas! Chega de não fazer nada! É hora de Mudar o DCE! Vote para Mudar! Vote na Oposição! Vote Muda DCE, Oposição de Esquerda e de Luta Entre em contato conosco através dos seguintes meios: Fone 275 3717, com Silvio ou Crlstine ou pelo [email protected] Integrantes da Chapa "Muda DCE - Oposição de esquerda e de luta" Sílvio César Franciscatto - FFLCH-Letras Cristine Silva Braga - FFLCH-Letras Afonso Teixeira Filho - FFLCH-Letras Anaí Caproni Pinto - Direito Angela Pereira Oliveira - FFLCH-Letras Luciano Laface de Almeida - FFLCH-Filosofia Eduardo Dutra Fastor - Medicina Vladimir dos Santos Stein - FFLCH-Letras Elisângela Pereira da Silva Santana - FFLCH-Letras Fábio Roberto Pereira Barreto - FFLCH-Letras Francisco Antônio Capo - FFLCH-Letras Luis Roberto de Castro - FFLCH-Letras Ruynar de Oliveira - FFLCH-Filosofia Soraya Borges de Freitas - FFLCH-Letras Rafael Martins Rocha - FFLCH-Letras Solange Regina Postelli - FFLCH-Letras Vera Lúcia do Carmo - FFLCH-Letras Teresa Augusta Marques Porto - FFLCH-Letras Elza Carai Elias - FFLCH-Letras eleições dce*99 ELEIÇÕES DO DCE • Encarte Especial Chapa "Adaptar ou Resistir" O QUE TEMOS Cortes de verbas, de bolsas e de conquistas. Muito se falta: professores, serviços... E o regimento do Coseas para o Crusp? Um absurdo. E as aulas? Salas lotadas, qualidade caindo, e as propostas de ciclos básicos e cursos seqüenciais que colocam em questão o currículo e o diploma. É inegável que cada vez mais a universidade fica à mercê da iniciativa privada. É inaceitável que na faculdade de Farmácia pesquise cosméticos para as multinacionais, em vez de remédios para as doenças. É inadmissível que os alunos da FEA sejam proibidos de freqüentar um corredor que pertence exclusivamente às fundações privadas. A raiz de todos estes problemas está na política do governo para com as universidades públicas. A USP é sustentada por uma alíquota de cerca de 5% do ICMS. Os ataques à nação causados pela guerra fiscal, e a política de Covas e FHC, tem reduzido drasticamente as verbas para a USP. O QUE QUEREMOS Uma USP que garanta a qualidade do ensino e plenas condições de assistência estudantil. Uma USP com mais verbas e financiamento exclusivamente público dizendo não às fundações e ingerências da iniciativa privada. Uma USP aonde se possa eleger diretamente o reitor e que se garanta a participação paritária em todas as suas instâncias. Concretamente, defender a USP passa por um combate pelo fim do governo que aí está. Mas, de nada adianta tirarmos FH para por ACM. É necessário dar voz aos brasileiros para terminar com este governo, e também terminar com todas as instituições falidas que o sustentam. E isto parte de uma luta em defesa das conquistas democráticas e da soberania nacional, e, portanto a luta por FORA FHC e o FMI. O QUE FAZER Queremos construir em conjunto com os estudantes um DCE que lute por suas reivindicações. Para tanto é necessário fazer um balanço da atual gestão. Muito se deixou a desejar do ponto de vista da mobilização e da organização dos estudantes. Na votação na Assembléia sobre o montante de verbas para a USP, porque a maioria da diretoria do DCE, não se colocou na linha de frente da mobilização? E por que apenas um setor da diretoria implementou a campanha do Fora FHC aprovado em Assembléia na História, enquanto a maioria boicotou a campanha? E a luta por professores e assistência estudantil? Logo, é necessária uma gestão que se preocupe não com a disputa entre tendências na UNE, mas sim em como construir de fato o movimento em defesa da USP. Isto se dá por exemplo através de CCAs mensais junto ao interior, de um Congresso da comunidade USP que decida um montante de verbas em milhões, que não seja refém do ICMS, através de Assembléias que discutam as reivindicações, as mobilizações e as tarefas da representação discente, entre vários. Enfim, nos colocamos como oposição, preconizando o DCE de volta para os estudantes. Um DCE que não se adapte e resista. Integrantes da Chapa "Adaptar ou Resistir" Thiago Vasconcelos - FFLCH-Letras Patrícia M. R. Terranova - FFLCH-Letras Márcio do Nascimento Gambá - FFLCH-Letras Daniel A. Feldmann - FEA-Economia Adriana M. Marcolino - FFLCH-C. Sociais Luciana Yano - FAU Michele K. 0 Silva - FFLCH-C. Sociais Gabriela Verticchio - FFLCH-Geografia Mareio Rosa Azevedo - FFLCH-C. Sociais André Lanfer Marquez(Lagosta) - Geologia Yuri Martins Fontes Leichsenring - FFLCH Filosofia Inês Chaves Prado - FFLCH-História Flaviana Bellini N. de Oliveira - FFLCH-C. Sociais Cynthia Alario Rodrigues dos Santos - ECA-Relações Públicas José Adjailson Uchoa Fernandes - FFLCH-Letras Edmilson Ferreira da Silva - FFLCH-Filosofia Igor Martins Fontes Leichsenring - FFLCH-História Tiago Franco Teixeira - FEA-Economia Marinês de Almeida - ECA-Biblioteconomia Patrícia Tavares de Freitas - FFLCH-C. Sociais Marcos Tarquiano Vicente - FFLCH-C. Sociais José Fábio Barbosa Ferreira - FFLCH-História Luciano Jurcovichi Costa(Lub) - FFLCH-História Guilherme Flynn Paciornik - FFLCH-C. Sociais Moyses Israel Coelho Ribeiro - FFLCH-C. Sociais Conheça as chapas que concorrem às eleições do DCE, dias 28 e 29 de setembro ELEIÇÕES DO DCE • Encarte Especial Chapa "Universidade em Movimento" Defender a Universidade pública. Uma frase decisiva para o Brasil. Decisiva porque define seu destino e os rumos de sua história. E nunca esse destino e essa história estiveram tão fora de suas mãos, como nesses tempos de pensamento único. Nunca a Universidade brasileira foi tão aviltada e destruída naquilo que deveria ser sua principal função: a produção de um conhecimento destinado à superação crítica das nossas desigualdades e mazelas. Nesses tempos sombrios a imposição se faz clara: recusa ao pensamento e à crítica, abandono de qualquer alternativa que não se insira no mesmo conhecimento bolorento de sempre, inscrição obrigatória em todas aquelas cartilhas que já conhecemos desde o nosso nascimento. Quinhentos anos parecem nos separar, mas nunca estivemos tão próximos deles. A chapa Universidade em Movimento nasce para buscar outra história. Não nascemos ontem e só quem tem história pode modificá-la. Fomos gestados no cotidiano das salas de aula e em meio à correria dos CA's e de suas atividades. Parte de nossas pegadas estiveram presentes nos principais momentos que fizeram o movimento acontecer este ano na USP. Passos que se encontraram na construção do Seminário de Graduação que discutiu a fundo o projeto de universidade dos estudantes e como articulá-lo numa luta ampla presente em cada sala de aula. Rastros que marcaram o asfalto da Av. Paulista durante a passeata em defesa do Brasil e da Educação, na maior atividade de rua já promovida pelos estudantes da USP nos últimos anos. Foram dessas pegadas que surgiu Universidade em Movimento. Nossa chapa é a única que concorre tanto ao DCE quanto para a Representação Discente. As mais de 100 assinaturas iniciais do nosso manifesto de lançamento são garantia de que movimento e RD estarão num único tom, afinados no compromisso real com as entidades e seus fóruns e não apenas na promessa do papel. Queremos uma RD que se movimente, onde são os estudantes e apenas eles os donos de seu próprio destino. Um DCE e uma RD que tenham como centro a defesa da universidade pública e que, por isso, assumem o compromisso de lutar por eleições diretas para reitor e paridade nos órgãos colegiados, resoluções aprovadas nos últimos dois congressos dos estudantes da USP. Por fim, cabe ressaltar a palavra que nos organiza: democracia. Esta concepção nos afasta de todos aqueles que em sua intolerância não conseguem pensar num movimento estudantil dos próprios estudantes. Os donos das verdades préestabelecidas estão aí para serem derrubados, a começar pelo comandante do pensamento único em nosso país. Essa chapa foi formada da diversidade de experiências dos CA's da USP. Começou como sussurro, transformou-se em conversa e virou canto. Um canto que quer ser cantado com todos os estudantes. Estamos nos movimentando. Queremos que você se movimente conosco. Universidade em Movimento. Integrantes da Chapa "Universidade em Movimento* Alexandre "Alô" Nohara - ECA Almir Rogério Pepato - Biologia Carlos Eduardo Quartin Elias - "Cadu" - Direito Carlos Albino Sartorelli - "Carlão" - FFLCH-Sociais Diogo Moyses - ECA Diogo SanfAna - Direito Domenico Hur - Psicologia Esteia Barbieri - "Teca" - Educação Fabiano Simões Corrêa - Psicologia/Rib. Preto Fábio Nogueira - FFLCH-Sociais Flávio Simões Ramos - Poli-Civil Igor Tadeu Crivellari Gomes - IAG Há Cristina Coimbra - FFLCH-Letras Laura Cymbalista - Educação Leonardo Mattes - "Alemão" - Física Luís Cláudio Messa Longo - FFLCH-Filosofia Mafoane Odara Poli Santos - Psicologia Marcelo Prado - "Mause" - Poli-Civil Maurício Stédile - Física Paula Mangolin - Educação Paulo da Filo - FFLCH-Filosofia Paulo Domingos - FFLCH-Letras Pedro Ekman - Arquitetura - S.Carlos Simone Rodrigues Dias - "Lantana" - ESALQ Tomás Vieira - Poli-Civil ELEIÇÕES DO DCE • Encarte Especial eleições dce'99 Chapa "X" O "X" DA QUESTÃO Você quer que o DCE seja filial de algum partido político (PSTU, PC do B, PCO, POR, etc.)? Se quer, terá várias opções nas próximas eleições para o DCE, exceto a chapa "X". Esta não irá se perder em uma gestão corporativista, burocrática e radical porque não está subordinada a interesses políticos. Queremos um DCE moderno, que represente todos os alunos da Universidade e não apenas uma panelinha arcaica unida por ambições políticas veladas. A USP possui problemas de extrema importância que são relegados a um segundo plano. Um DCE sério deve ser capaz de articular suas ações com Centros Acadêmicos objetivando resolver tais problemas. Temos muitas propostas concretas, dentre as quais: 1 - Criação de uma Central de Estágios que atenda a todas as Unidades; 2 - Criação de um Calendário Esportivo que integre todas as Unidades da USP e envolva todas as modalidades esportivas; 3 - Modernizar o jornal do DCE para que seja um veículo de divulgação de eventos culturais, esportivos, acadêmicos, etc. 4 - Incentivar a criação de "Empresas Júnior" e apoiar as já existentes; 5 - Lutar pela modernização e ampliação das salas pró-aluno; 6 - Criar uma home-page do DCE que constará, dentre outras informações, a prestação de contas do próprio DCE. 7 - Fazer contatos com entidades públicas, privadas e não-govemamentais para que patrocinem programas sociais, acadêmicos e financiem a criação de novas salas de computação, cursos de língua, etc. 8 - Organização de Grupos de Estudo com alunos de diversas Unidades para debater temas polêmicos dentro e fora da Universidade. 9 - Criar um departamento de Relações Internacionais no DCE visando firmar convênios de intercâmbio acadêmico e cultural; 10 - Promover uma "Calourada" integrada de todas as Unidades. 11 - Criar sub-sedes do DCE nos campí do Interior. Chega de Nhém-Nhém-Nhémü! Chega de Blá Blá-Blaü! Chega de Ti-Ti-Tiü! Vote chapa "X" e coloque o DCE no ano 2000! Integrantes da Chapa "X" SÁLVIO - FEA SIMONE - FFLCH-Letras HUGO - IME TIMM - Ciências Moleculares KAISER - Farmácia JÚNIOR -FFLCH-Geografia CLÁUDIO - Poli STHEFAN - Física PABLO - FEA LATINO - Poli SÉRGIO - Poli ELISEU - FFLCH-Geografia FELIPE - FFLCH-Geografia HENRIQUE - Poli LEONARDO - FFLCH-Geografia jornal do dce livre da usp Constituição Federal — Artigo 207 Al/TOJVOMIA Autonomia em xeque C. DO AMARAL Estudante de Filosofia, especial para o Jornal do DCE. EDUARDO GARCIA Tentamos aqui desvendar o que o Sr. Ministro da Educação entende por Autonomia Universitária. Estamos fundamentados no projeto de lei recém apresentado ao Congresso Nacional pelo MEC, regulamentando o Artigo 207 da Constituição Federal, cujo texto destacamos no canto da página. Tal projeto, é bom que se diga desde logo, referese tão somente à autonomia das universidades federais, em razão das particularidades de uma Instituição pública de ensino mantida pela União. A rigor, portanto, não se aplicaria a uma universidade estadual paulista, e de fato não se aplica. Contudo, quais são estas particularidades? Para além do fato de que os recursos das federais provém diretamente do Orçamento da União, tanto universidades federais quanto estaduais e municipais, pelo fato de serem instituições públicas, estão todas sujeitas aos princípios e regras do Direito Público: legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. Tais princípios, quando observados, implicam ritos burocráticos e administrativos sem os quais uma instituição pode ter arranhado seu caráter público. Assim, as licitações, os concursos e tudo o mais visam a preservação dos princípios inerentes ao setor público. O projeto de autonomia do MEC apresenta-se como uma alternativa institucional pela qual as instituições públicas de ensino possam "escapar" das restrições impostas justamente pelo seu caráter público, ou seja, flexibilização. Esse é o traço mais característico da tal da Reforma do Estado, tão afamada pelos homens bicudos de Brasília. E em tempos de reengenharia do Estado, o Estado de São Paulo quer sempre ser pioneiro. Aviso aos navegantes universitários paulistas: se tomam lá, tomaremos cá. Insistimos muito em um termo, não por descuido do autor. A repetição da palavra "instituição" não vem ao acaso, mas sim para darlhe o devido eco. A questão da autonomia universitária está intimamente relacionada a este termos. Uma instituição se define pelo reconhecimento interno e externo de valores e práticas, discursivas e não discursivas, próprios do fazer da própria instituição; os agentes institucionais são reconhecidos com autoridade para fazer o que fazem e da forma pela qual o fazem. Deste modo, o professor na escola é reconhecido como autoridade competente para ensinar, o médico no hospital, para curar etc. Pois sim, agora a autonomia, dar-se as próprias regras. O termo não consta do vocabulário jurídico. mas é importado do discurso ético-político e tem suas raízes na história, sobretudo quando aplicado às universidades. Desde os medievais, a universidade quer a prerrogativa da autonomia, porque desde lá se reconhece como Instituição. Ciência uersus Religião, Ciência uersus Política: o fazer da Instituição universitária se opõe ao poder da Igreja ou do Estado e a universidade luta pelo reconhecimento dos valores e práticas inerentes ao seu fazer, luta por autonomia. O que é mais importante reter não é o aspecto jurídico e formal da discussão, mas seu sentido propriamente político. Ora, a autonomia é o resguardo da instituição universitária contra todo e qualquer arbítrio quer da Igreja, quer do Estado, quer do mercado. O sentido da autonomia é negativo. Isto é, o reconhecimento de que seu fazer não pode estar refém de valores extrínsecos a universidade. A autonomia foi consagrada na Constituição Federal; é resultado da luta da comunidade acadêmica e científica contra os demandos do Estado, em plena ditadura militar, quando a universidade foi alvo de Intervenção, tendo cassado uns professores, perseguindo outros, impregnando agentes da repressão para analisar se convinha a contratação de doutores, se eram pessoas confiáveis para o exercício de sua função. Desrespeito flagrante da autonomia. Contudo, o uso de critérios extra-acadêmicos não é um privilégio da ditadura, não. Hoje ela se dá de modo muito mais sutil, mas arbitrário igualmente, autoritário como de costume, mas com vernizes modernos. A ladainha modemizante do MEC insiste em termos como eficiência, produtividade e competitividade - vocabulário próprio do mercado. A reforma do Estado redefine a universidade como prestadora de serviços, e o vocabulário encontra aí seu sentido: como prestadoras de serviço, as universidades devem ser competitivas, moldar-se às demandas do mercado, disputarem com afinco e ferocidade as parcerias com a Iniciativa privada. E eis aí o projeto de autonomia do Sr. Ministro. Adesão à lógica do mercado. Busca-se um modelo de gestão que associa a alocação de recursos à eficiência e no desempenho de cada instituição. A universidade pode optar, conforme o projeto, pela celebração de um contrato de gestão com o Ministério, "Contrato de Desenvolvimento Institucional", que estabeleceria metas a serem alcançadas pela universidade, metas que visam a modernização da Instituição. E o que se entende por Isso? Em relação à "autonomia didática", a modernização passa pela criação dos famigerados li Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, JJ cursos seqüenciais e de curta duração, passa pelas reformas curriculares, os mestrados profissionais e que tais. O contrato visa também a ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira, ou, trocando em miúdos, flexibiliza-se a aplicação dos princípios do Direito Público, com a constituição de Fundações e Fundos de capital privado, em busca de novas fontes de financiamento. E tal recurso se Imporá por força dos recursos públicos escasseados. Prevê o projeto o montante Igual ao destinado em 97 - demonstrado no cotidiano das universidades federais não dar conta dos pagamentos a serem efetuados. E mais: o presidente da República poderá dispor destes recursos e limitar a sua transferência por "necessidade imperativa de redução do défit público". Não é só Isto. Privilegia-se os contratos temporários de trabalho, os contratos precários, prevê ainda que cada universidade tenha seu próprio plano de carreira, ferindo o princípio da isonomia entre os docentes e também os servidores técnlcos-admlnistrativos das universidades federais. O que é mais grave ainda: caso as metas não sejam cumpridas, pode o Ministério Intervir na administração da Universidade. E assim, descobrimos o mistério do ministro, o que ele entende de autonomia: nada. A adesão ao senso de mercado se dá na marra, em conformidade com a lei. O projeto é de lesa-autonomia, de transformar a universidade em prestadora de serviços, numa universidade de resultados. Talvez não seja demais perguntarmos: a serviço de quem? Para quem? A eficiência dos resultados e a produtividade são medidas pelas demandas do mercado; nada tem a ver com a produção do conhecimento ou às demandas sociais. Assim, é o mercado que deve definir os currículos, as pesquisas e a gestão da universidade. A universidade, esvaziada de sentido institucional, porque não se conhece a peculiaridade de seu fazer, converte-se em qualquer coisa, uma Organização Social, que nem carece de um fazer próprio seu, nem de reconhecimento: somente vive dos recursos econômicos nela Investidos - rica e pobre de espírito. A adesão à lógica do mercado esvazia o projeto Institucional de qualquer universidade, projeto que se inscreveria num projeto de nação para o povo brasileiro. jornal do dce livre da usp Todos em Brasília Estudantes da USP _ na manifestação de Brasília Cerca de 200 estudantes da USP participaram da Marcha dos 100 mil, ocorrida em Brasília no último dia 26 de agosto em Brasília. A participação foi altamente significativa e contou com representantes dos mais variados cursos. Dezenas de funcionários da USP também estiveram em Brasília. A organização da caravana foi uma atividade conjunta do DCE, SINTUSP, ADUSP, ASSIPEN, ASSIPT-SINTPQ, Associação dos moradores da São Remo e Núcleo de Consciência Negra. A ida dos estudantes à manifestação ficou ameaçada pela atitude da UEE/SP (União Estadual dos Estudantes) que, três dias antes do ato, cancelou os 2 ônibus que havia prometido para a USP. Alega-se que foi uma represália à declaração do DCE da USP (publicada no Folhateen de 23/08) criticando a irresponsabilidade da UNE e da UEE no repasse do dinheiro das carteirinhas. Sabemos que o motivo, claramente político, foi impedir ou dificultar a ida dos estudantes 8 de universidades em que o movimento estudantil é de oposição à atual diretoria majoritária da UNE. Um absurdo, considerando-se que a UNE e a UEE sustentam-se do dinheiro das carteirinhas pagas por todos os estudantes. E já que o último Congresso da UNE decidiu apoiar o protesto contra a política econômica de FHC, nada mais correto que a UEE garantisse ônibus para todos os estudantes universitários que quisessem participar, não apenas para aqueles que concordam com o modo como a UJS/PC do B conduz o movimento estudantil. Graças aos esforços do DCE da USP e dos centros acadêmicos, além do apoio da ADUSP (que garantiu um ônibus para os estudantes), conseguimos mandar três ônibus (só do campus Butantã) de estudantes da USP para a histórica manifestação. Há muito tempo que não se via mais de cem alunos da USP participando de uma importante manifestação política em um lugar tão distante como Brasília. A insatisfação generalizada da população para com o presidente Fernando Henrique Cardoso e sua política recessiva e Incapaz de diminuir o desemprego e a miséria no país (muito pelo contrário) levou milhares de pessoas a realizarem uma manifestação raramente vista na capital do país. Cerca de 100 mil pessoas tomaram Brasília e fizeram um protesto que ganhou destaque nos principais veículos de comunicação do país. A caravana que tomou conta de Brasília no dia 26 de agosto foi fruto do descontentamento geral com o governo e a elite econômica que o sustenta. Todos os que participaram do protesto tinham consciência de que não é possível conviver com uma política prlvatista e desumana que só sabe sustentar empresários e bancos privados (através de acordos vergonhosos com o FMI), apresentando um discurso demagógico de que está fazendo o possível pelo bem da população. O objetivo da manifestação era deixar claro que com FHC não é mais possível continuar. É necessário um outro projeto para o país. O mais importante é que o protesto contou com o apoio de dezenas de milhões de pessoas (basta ver o alto de índice de rejeição de FHC nas pesquisas) que não puderam ir para Brasília no dia 26. O ato em frente ao Congresso serviu para a entrega de um abaixo-assinado com 1 milhão e trezentas mil assinaturas pedindo a instalação da CPI da Telebrás e o indiciamento de FHC por crime de responsabilidade. Falaram no ato representantes CUT, MST, UNE, movimentos populares e partidos de esquerda como o PT, PCdoB, PSTU, PCB, além de outros da oposição como o PDT e o PSB. Representantes da pseudooposição oportunista (que representam assumidamente as elites econômicas do país como o PMDB e o PL) quiseram falar no ato e foram vaiados pelos manifestantes. A idéia é que o protesto não se encerre com o que aconteceu no dia 26 de agosto. É necessária a continuidade através de mobilizações constantes e cada vez maiores. O CARCARá - AGOSTO DE 1999