Lição 1 Aula dada em DIA MÊS ANO Introdução aos Livros Históricos TEXTO BÍBLICO BÁSICO Deuteronômio 9.1-5 1 - Ouve, ó Israel, hoje, passarás o Jordão, para entrares a possuir nações maiores e mais fortes do que tu; cidades grandes e muradas até aos céus; 2 - um povo grande e alto, filhos de gigantes, que tu conheces e de que já ouviste: Quem pararia diante dos filhos dos gigantes? 3 - Sabe, pois, hoje, que o SENHOR, teu Deus, que passa diante de ti, é um fogo que consome, e os destruirá, e os derrubará de diante de ti; e tu os lançarás fora e cedo os desfarás, como o SENHOR te tem dito. 4 - Quando, pois, o SENHOR, teu Deus, os lançar fora, de diante de ti, não fales no teu coração, dizendo: Por causa da minha justiça é que o SENHOR me trouxe a esta terra para a possuir, porque, pela impiedade destas nações, é que o SENHOR as lança fora, de diante de ti. 5 - Não é por causa da tua justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas, pela impiedade destas nações, o SENHOR, teu Deus, as lança fora, de diante de ti; e para confirmar a palavra que o SENHOR, teu Deus, jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó. 4 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 42 TEXTO ÁUREO Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado. Josué 1.3a SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO 2ª feira – Josué 3 A entrada na Terra Prometida 3ª feira – 1 Samuel 7 Tempo de avivamento 4ª feira – 1 Samuel 8 Queremos um rei 5ª feira – 2 Crônicas 10 O reino é dividido 6ª feira – 2 Crônicas 36 O Templo é destruído Sábado – Esdras 1 O retorno dos cativos OBJETIVOS Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de: saber que os Livros Históricos compõem um terço do Antigo Testamento e servem como continuação da história de Israel após a era dos patriarcas e do êxodo; compreender que os doze Livros Históricos veterotestamentários oferecem um rico tesouro de informações sobre os líderes de Israel: juízes, reis, sacerdotes e profetas; entender que os temas dos Livros Históricos giram em torno da atividade divina de chamar, escolher, punir, redimir e usar a nação de Israel como povo da aliança para cumprir Seus propósitos globais. ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS Prezado professor, Com esta lição, damos início à série de estudos relacionada ao tema central da revista. É importante ter em mente, mestre, que, para fins didáticos, o Antigo Testamento costuma ser dividido em quatro seções principais: Lei, História, Poesia e Profecia; cada uma delas contempla um aspecto específico relacionado ao povo hebreu e aos acontecimentos que remetem à pessoa de Cristo. Este compêndio abrange eventos passados em cerca de mil anos de história israelita, a saber: conquista e posse de Canaã; governo dos juízes; instauração da monarquia; ascensão e deposição de reis; divisão do reino (Norte e Sul); queda do Reino do Norte; exílio do Reino do Sul; e retorno de Judá para Jerusalém sob a liderança de homens como Neemias, Esdras e Zorobabel. Que o Senhor lhe abençoe. Boa aula! Livros Históricos - Conquistas, exílio e restauração 5 COMENTÁRIO Palavra introdutória Quando Jacó entrou no Egito, movido pela fome que havia em Canaã, sua família apresentou-se diante do faraó (Gn 46.134). Quatro séculos depois, eles deixaram aquela terra como um povo poderoso (Êx 12.37,38). A partir de então, seguiram-se 40 anos de uma peregrinação purificadora pelo deserto, até que, finalmente, eles chegaram à planície em frente ao rio Jordão. Aquela nova geração foi encorajada por Moisés que, antes de falecer, relembrou-lhe os estatutos do Senhor e deu-lhe importantes recomendações. Josué, filho de Num, foi levantado por Deus para conduzir Israel à Terra Prometida (Js 1.1-9). O compêndio veterotestamentário a ser estudado nessa revista é composto por doze livros (Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester), que abarcam os seguintes eventos: a posse da Terra Prometida; as duas deportações sofridas pela nação israelita (desencadeadas pela incredulidade e pela desobediência do povo) e o retorno de Judá para Jerusalém. Nesses volumes, portanto, encontramos a descrição de como o povo de Deus tornou-se uma nação e de como ele ascendeu e decaiu política e espiritualmente; neles também deparamo-nos com personagens sensíveis, com dilemas comuns a todos os homens. 1. RESUMO LITERÁRIO DO COMPÊNDIO HISTÓRICO VETEROTESTAMENTÁRIO Essa coletânea é, em síntese, uma grande compilação de textos, que se encontra entre o Pentateuco e os Livros Poéticos. Certamente, os cinco primeiros livros da Bíblia possuem alto valor historiográfico; contudo, a narrativa compreendida entre Josué e Ester enquadra-se melhor na categoria crônica histórica; ao passo que Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio têm uma carga estatutária muito mais pronunciada. De modo geral, essa compilação é considerada inspirada por católicos, protestantes e judeus. Vale ressaltar, todavia, que o ramo católico também considera inspirados os seguintes apócrifos (inclusos na categoria Livros Históricos): Judith, Tobias, algumas frações de Ester e os dois volumes de Macabeus (originalmente escritos na língua grega). 1.1. Datação e idioma Os Livros Históricos cobrem um recorte temporal de, aproximadamente, dez séculos. A narrativa começa em Josué, aproximadamente no século 13 a.C., e termina com Esdras e Neemias no quarto ou quinto séculos a.C.; significa dizer que eles englobam a conquista da Terra Prometida; os conflitos contra a Assíria e a Babilônia; e o retorno do cativeiro. 6 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 42 A coletânea foi escrita, majoritariamente, na língua hebraica — à exceção de alguns trechos de Esdras (4.8—6.18; 7.12-26), que foram grafados em aramaico. 1.2. O valor das narrativas históricas Para os judeus, as narrativas históricas excediam à ideia de memória da nação; os filhos de Abraão viam nelas uma fonte de espiritualidade (Sl 44.1) — o que reafirmaria a importância cultural dos referidos livros. Há de se ressaltar que nem todos os volumes podem ser considerados peças acadêmicas de historiografia, pois o objetivo primeiro de seu registro não era fazer deles uma obra de referência arqueológica sobre acontecimentos passados. A despeito disso, a coleção, como um todo, é uma fonte de renovo, pois as recordações nela inscritas remetem ao Deus soberano e misericordioso, que tirou Seu povo do cativeiro egípcio, dando-lhe uma terra por herança. Por nunca descartar a esperança de um futuro melhor, os hebreus revisitavam sua história em profundidade, a fim de retomar a comunhão com o Eterno e de preservar a memória de seus antepassados. 1.3. Aplicação para os dias atuais Os acontecimentos relatados nos Livros Históricos servem como lições para nossas lutas e conquistas, sejam espirituais ou materiais. Com tais narrativas aprendemos: que o êxito e a vitória nas pelejas dependem da nossa fidelidade ao Senhor; a desenvolver atitudes importantes, tais como: obediência, fé, esforço e bom ânimo. 2. A CRONOLOGIA DOS LIVROS HISTÓRICOS Os livros do Antigo Testamento não estão organizados em ordem cronológica, e isso pode, sob alguns aspectos, impedir que se tenha uma clara ideia dos eventos narrados. Desta forma, a fim de facilitar o estudo ora proposto, procuraremos seguir a ordem dos fatos, o que nos permitirá ascender na História, como em um roteiro que caminha para um desfecho. Observemos, pois, a sequência dos episódios. Conquista — trata-se da entrada de Israel na Terra Prome- tida. Acredita-se que seu mais significativo evento tenha sido a queda da muralha de Jericó (Js 5—6). Período dos juízes — referência aos muitos anos de batalhas que se seguiram à ocupação de Canaã. Talvez seja possível afirmar que Gideão seja seu principal expoente (Jz 8). Reino unido — período marcado pela instauração da monarquia em Israel: doze tribos tornaram-se um único povo. Os primeiros reis foram Saul, Davi e Salomão. O filho caçula de Jessé, consensualmente, é considerado o grande ícone desse período. Livros Históricos - Conquistas, exílio e restauração 7 Divisão do reino — devido aos muitos erros cometidos por Salomão, dentre os quais se destaca a idolatria, o reino foi dividido em duas casas reais [Judá (Sul) e Israel (Norte)]. Idolatria — o texto bíblico faz-nos saber que o Reino do Norte (Israel) precipitou-se na idolatria e teve seu juízo acelerado por Deus; eles foram deportados pelos assírios. Cativeiro — Judá teve seu castigo protelado um pouco mais, dada a sua condição de maior fidelidade a Deus; ainda assim, o Reino do Sul foi levado cativo pelos babilônios e lá ficou por 70 anos. Retorno do cativeiro — cumprido o juízo divino, os judeus retornaram para sua terra, paulatinamente, dando início a uma nova história no seu relacionamento com o Senhor. ENREDO DOS LIVROS HISTÓRICOS A entrada na Terra Prometida Josué 3 Os Juízes Juízes 1—21 O avivamento por Samuel 1 Samuel 7 O pedido por um rei 1 Samuel 8 O reino de Davi 2 Samuel 1—24 Salomão e a divisão do reino 1 Reis 9—12 A divisão do reino 2 Crônicas 10 O cativeiro assírio 2 Reis 17 A destruição do Templo / O cativeiro babilônico 2 Crônicas 36 O primeiro regresso dos cativos Esdras 1—6 O segundo regresso dos cativos Esdras 7—10 O terceiro regresso dos cativos Neemias 1—7 3. OS LIVROS HISTÓRICOS Como destacamos anteriormente, entre os livros de Josué a Ester, encontramos a narrativa dos atos soberanos do Altíssimo ao lidar com Seu povo, Israel — desde a conquista da Terra Prometida até a dispersão e o desterro. Cada volume põe ênfase em pessoas, ocorrências, ciclos e padrões distintos. Essa coletânea tanto descreve o que os homens fizeram ao longo da história israelita, quanto nos faz saber que o Soberano Senhor orquestra os eventos marcados no tempo e no espaço a fim de cumprir Seus propósitos eternos (Cl 1.16,17). 3.1. O Livro de Josué A tradição rabínica afirma que Josué é o autor do livro que leva seu nome. Esse volume serve como um registro da 8 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 42 conquista de Canaã pelas mãos dos israelitas. Um dos elementos mais interessantes dessa narrativa é que ela detalha uma série de eventos empreendidos por Deus na história humana; portanto, nesse sentido, pode-se afirmar que o livro conduz-nos a uma realidade inédita: há, sim, milagres e outras formas de manifestações divinas, neste mundo, relacionadas ao campo sociopolítico. As narrativas em Josué podem ser organizadas em quatro grupos: entrada na terra (Js 1.1—5.15); posse da terra (Js 6.1—12.24); distribuição da terra (Js 13.1—21.45); discursos de despedida de Josué (Js 22.1—24.33). 3.2. O Livro dos Juízes Embora a entrada na terra iniciasse uma nova época para o povo de Deus, esse novo tempo estava diretamente relacionado com o que Deus fizera na geração anterior. Deus assegurou Josué de Sua presença com ele e comissionou-o a completar a tarefa para a qual chamara Moisés (VARUGHESE, Central Gospel, 2006, p. 116). A tradição rabínica afirma que o profeta Samuel escreveu o Livro dos Juízes por volta de 1000 a.C. Nesse volume, enconPor aproximadamente tramos eventos relacionados a diferentes 200 anos, o povo hebreu líderes políticos e militares, que comanlutou para se estabelecer daram Israel entre a morte de Josué e a em Canaã, terra dominada coroação de Saul como o primeiro rei da pelas ideologias religiosas, nação. Esses líderes ficaram conhecidos como juízes, justificando, assim, o título culturais e políticas dos da obra. cananeus. Esse foi o O padrão quádruplo — apostasia, encenário histórico que trega nas mãos de um inimigo, clamor e serviu de pano de fundo ao livramento — reflete, com muita clareza, as preocupações teológicas básicas da levante de juízes em Israel. história contida em Juízes. Tendo esse paradigma como pano de fundo, uma grande porção do restante do livro fornece exemplos específicos em que esse ciclo é reproduzido (VARUGHESE, Central Gospel, 2006, p. 120). As narrativas em Juízes podem ser delineadas da seguinte forma: forasteiros em uma terra estranha (Jz 1.1—2.23); os juízes da nação israelita (Jz 3.1—16.31); narrativas variadas (Jz 17.1—21.25). 3.3. O Livro de Rute O Livro de Rute — aparentemente despretensioso — consegue ser inédito e comovente ao mesmo tempo, pois, além de narrar a história de uma verdadeira heroína da fé, ele define o palco de nascimento e ascensão do rei Davi (Rt 4.18-22), o homem a partir de quem nos seria apresentado o Salvador (Mt 1.1). Livros Históricos - Conquistas, exílio e restauração 9 A história de Rute, personagem-título do livro, começa com um período de fome, morte e tragédia; todavia, termina com um comentário feliz sobre casamento, construção de uma casa e existência de crianças para assegurar a posteridade. Essa obra literária tem o formato de uma peça, dividida em quatro atos. Vejamos: Noemi e Rute (Rt 1.1-22); Boaz e Rute (Rt 2.1-23); o plano de Noemi (Rt 3.1-18); Boaz casa-se com Rute (Rt 4.1-21). 3.4. Primeiro e Segundo Livros de Samuel No período em que foi escrito, o Livro de Samuel era considerado um só volume; acredita-se que ele tenha sido dividido em duas partes pelo fato de ser excessivamente extenso para ser manuseado em um único rolo — o mesmo teria acontecido com os livros de Reis e de Crônicas. Como registro histórico, 1 e 2 Samuel falam a respeito de Saul, o primeiro rei israelita, e de Davi, o maior rei israelita; além disso, fornecem diversos detalhes relacionados aos diferentes aspectos da Renomados historiadores e vida religiosa da nação. O conteúdo de 1 e 2 Samuel pode ser arqueólogos afirmam que resumido da seguinte forma: o nome do livro teria sido Samuel e a transição para o estado monárquico (1 Sm 1.1—12.25); uma homenagem a Samuel, Saul e Davi (1 Sm 13.1—31.13); o último juiz de Israel e o o estabelecimento da dinastia davídiprimeiro dos profetas. ca (2 Sm 1.1—8.18); Ele ocupou o cargo fidelidade à aliança e rompimento do concerto (2 Sm 9.1—12.31); de regente da nação entre problemas familiares de Davi (2 Sm os períodos pré-monárquico 13.1—18.33); e monárquico. restauração do reinado de Davi (2 Sm 19.1—24.25). 3.5. Primeiro e Segundo Livros dos Reis O primeiro Livro dos Reis narra a transição de poder entre Davi e seu filho, Salomão (1 Rs 1); além disso, destaca: diversos atos do rei Salomão, incluindo a construção do Templo em Jerusalém (1 Rs 6); a divisão do reino, sob o governo de Roboão, filho de Salomão (1 Rs 12); e o declínio gradual de ambas as nações devido aos governantes maus e idólatras que sobre elas se levantaram. A obra pode ser dividida em três grandes seções: o reino unificado (1 Rs 1.1—11.43); o reino dividido (Norte e Sul) (1 Rs 12.1—22.53); narrativas extensas sobre o ministério de Elias (a partir do cap. 17). O segundo Livro dos Reis continua a narrativa de declínio iniciada no volume anterior, culminando na destruição de Jerusalém pelas mãos dos babilônios (2 Rs 24;25). A obra pode ser dividida em duas grandes seções: 10 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 42 a queda de Israel (2 Rs 1.1—17.41); a queda de Judá (2 Rs 18.1—25.30). 3.6. Primeiro e Segundo Livros de Crônicas Acredita-se que ambos os livros tenham sido redigidos por Esdras, o escriba, por volta de 530 a.C. Vale ressaltar, todavia, que os dois volumes narram eventos descritos em 1 e 2 Reis — a principal diferença entre os registros de Reis e Crônicas é que o primeiro enfatiza os aspectos negativos dos fatos observados. Estudiosos das Escrituras defendem a hipótese norteadora de que os Livros dos Reis foram escritos no período em que o povo de Israel foi exilado para a Babilônia (parte antes e parte durante); as obras, nesse sentido, explicariam as razões pelas quais os filhos de Abraão experimentaram um destino tão terrível (desobediência). Em contrapartida, os Livros de Crônicas teriam sido redigidos após o retorno do cativeiro; assim, o objetivo do escriba seria resgatar a identidade judaica. Partindo dessa matriz analítica, o palco dos eventos justificaria a diferença Os Livros de Crônicas, de foco observada entre Reis e Crônicas. Esdras, Neemias e Os Livros de Crônicas concentram-se Ester compõem a seção nas histórias de Davi e de Salomão. As seções introdutória e final moldam os evenveterotestamentária tos relacionados ao reinado de ambos. A denominada história obra pode ser dividida em quatro seções: pós-exílica, pois foram genealogias (1 Cr 1.1—9.44); escritos após o cativeiro narrativas davídicas (1 Cr 10.1— 29.30); e contêm registros dos narrativas salomônicas (2 Cr 1.1— acontecimentos desse 9.31); período. A narrativa em narrativas reais (Judá) (2 Cr 10.1— Crônicas começa com Davi, 36.23). 3.7. O Livro de Esdras em aproximadamente 1000 a.C., e termina nos tempos de Neemias, em torno de 430 a.C. Possivelmente, essa obra literária foi escrita depois de 440 a.C., por Esdras, o sacerdote-escriba, ou por Neemias. O Livro de Esdras (tal como o de Neemias) narra a história do retorno dos exilados, em etapas; além disso, registra os esforços de Esdras no sentido de ajudar o povo de Israel a voltar-se integralmente para o Senhor. 3.8. O Livro de Neemias O Livro de Neemias abrange o mesmo período histórico de Esdras; esse volume foca a vida de seu personagem-título: um homem piedoso, copeiro de Artaxerxes. As ênfases principais desse registro são: (1) os esforços empreendidos por Neemias no sentido de restaurar o muro de proteção ao redor de Jerusalém; e (2) o modo como ele lidou com as diferentes formas de corrupção na liderança local. Livros Históricos - Conquistas, exílio e restauração 11 O material de Esdras—Neemias pode ser dividido em quatro grandes seções: restauração do Templo (Ed 1.1—6.22); restauração da pureza (Ed 7.1—10.44); restauração dos muros (Ne 1.1—7.73); restauração da Lei (Ne 8.1—13.31). 3.9. O Livro de Ester Escrito por volta do quinto século a.C., o livro narra a surpreendente história de Ester e Mardoqueu. A jovem casa-se com o rei Xerxes I e torna-se rainha; na realeza, ela faz um sacrifício perigoso para salvar o seu povo do genocídio. A história de Ester também explica a origem da Festa de Purim (Et 9.20-28), celebrada pelo povo judeu até os dias de hoje. Ironicamente, a obra não menciona o nome de Deus nem qualquer tradição israelita. Os acontecimentos relatados em Ester ocorreram durante o reinado de Xerxes I (Assuero, em hebraico), que governou o Império Persa de 486 a 464 a.C. Pouco se sabe a respeito da condição religiosa dos judeus nesse período. A história de Ester pode ser estruturada da seguinte maneira: eventos contextuais (Et 1.1—2.23); conflito (Et 3.1—5.14); clímax (Et 6.1—7.10); resolução final (Et 8.1—10.3). CONCLUSÃO Os temas das obras a serem estudadas, nesta revista, giram em torno da atividade divina de chamar, escolher, punir, redimir e usar a nação de Israel como povo da aliança para cumprir Seus propósitos globais. Nesse sentido, os livros não apenas contam a história da nação e do povo hebreu, mas também a história maior da Graça redentora de Deus para com todos os povos (por exemplo: Raabe, a cananeia; Rute, a moabita; Naamã, o sírio). Em cada livro, as promessas da aliança de Deus são expressas em termos de bênção, julgamento, perdão, restauração e preservação (HINDSON; YATES (ed.), Central Gospel, 2014a, p. 111). ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO 1. Cite o recorte temporal (cronológico) coberto pelos Livros Históricos: R.: A narrativa abrange cerca de mil anos, começando em Josué, aproximadamente no século 13 a.C., e termina com Esdras e Neemias no quarto ou quinto séculos a.C. 2. Quais livros compõem o gênero literário estudado nesta lição? Resuma a história hebreia narrada neste compêndio: R.: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. Ao todo, são doze livros. Eles narram desde a conquista da Terra Prometida até a volta do cativeiro. 12 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 42