AMPLIAÇÃO DAS POSSIBILIDADES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL, NO ENSINO FORMAL Cristiane Fensterseifer 1 - FURG Paulo Fernando de Almeida Saul 2 RESUMO - As trilhas são um ótimo recurso didático, favorecem a interação com ambiente, visando mudanças comportamentais e atitudinais. O trabalho objetiva a ampliação das possibilidades de atividades em EA para professores e alunos, utilizando-se da interpretação ambiental de trilhas no PARCÃO em Novo Hamburgo, RS. A escolha da área se justifica por ser a única grande área verde da cidade. Foram realizadas visitas sistemáticas ao Parque de agosto/99 a junho/00, onde foram percorridos todos os ambientes para a coleta e registro de dados, referentes aos aspectos bióticos e abióticos. Para a identificação e a demarcação da trilha foram utilizados rigorosos critérios. O estabelecimento das estações abrangeu o máximo possível dos ambientes. O planejamento das atividades de EA propostas para a trilha priorizou a investigação científica. A testagem da trilha foi realizada com professores e alunos do Ensino Fundamental do município. A EA é fundamental para a superação da crise que o ambiente vem sofrendo, sendo a escola essencial no papel de promovê-la. É urgente que desenvolvamos capacitação para ação e tomada de decisões. Precisamos encontrar outras formas de agir em relação ao ambiente. A EA é a chave nessa busca. INTRODUÇÃO Nos últimos anos, Novo Hamburgo tornou-se uma grande cidade e com seu crescimento vieram os problemas ambientais. Entre outros, o destino do lixo industrial e doméstico, a falta de tratamento do esgoto cloacal, a poluição dos arroios e a conseqüente poluição do Rio dos Sinos que banha o município e a ausência de áreas verdes no perímetro urbano. Como professora da rede municipal de ensino de Novo Hamburgo e bióloga, acredito que através da Educação Ambiental possamos minimizar as conseqüências negativas da ação antrópica sobre o ambiente, sendo a escola fundamental no papel de promovê-la. Freqüentemente, nos deparamos com professores/professoras de Ciências e Biologia, que não propõem aulas práticas e de Educação Ambiental para os seus alunos, por não contarem com recursos adequados, ou seja, laboratórios de Ciências, recursos financeiros para saídas de campo e/ou excursões, etc. O presente trabalho mostra que é possível propor atividades práticas e de Educação Ambiental aproveitando recursos disponíveis no próprio município. 1 Bióloga, licenciada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS; Mestranda em Educação Ambiental - Fundação Universidade Federal de Rio Grande - FURG [email protected] 2 Biólogo, Mestre em Educação; Professor do Centro de Ciências da Saúde - Biologia - UNISINOS [email protected] "A aprendizagem resultante do contato pessoal com o objeto de estudo é experiência que dificilmente cai no esquecimento, daí a importância de aulas práticas no ensino de Ciências e Biologia".(KOFF, 1995). O trabalho de campo deve ser recuperado no ensino de Ciências e Biologia, pois é a base pedagógica da escola ativa e as experiências vividas são marcas de momentos em nossas vidas. O aluno precisa vivificar a natureza. Com a negligência de aulas e estudos práticos do ambiente e das relações entre o homem e o meio ambiente, o homem se afasta do ambiente onde vive e acaba sendo o grande responsável pelas catástrofes e agressões ambientais prejudiciais à qualidade de vida. A Educação Ambiental contempla aspectos de multidisciplinaridade, devendo estar presente em todas as áreas. Para isso exige um trabalho conjunto entre os professores/professoras das diferentes disciplinas na busca da interdisciplinaridade. A forma fragmentada, como o saber é apresentado para os alunos, impede a construção da visão global das questões ambientais. "... a educação ambiental não deve ser uma disciplina específica, mas sim um approach que permeie todo o processo educativo, aparecendo em todas as disciplinas sempre que cabível..." (CAPELETTO, 1992) O trabalho de campo e de Educação Ambiental apresentado é sob a forma de trilhas. As trilhas representam um ótimo recurso didático, pois através delas é possível interagir e interpretar o ambiente. Assim, visam mudanças comportamentais e atitudinais. O presente trabalho tem como objetivo geral ampliar as possibilidades de atividades em Educação Ambiental para professores e alunos das redes de ensino do município de Novo Hamburgo, utilizando-se da interpretação ambiental de trilhas do Parque Municipal Henrique Luiz Roessler em Novo Hamburgo - RS. Seus objetivos específicos são: Identificar, demarcar e caracterizar uma trilha do Parque Municipal Henrique Luiz Roessler (Parcão), em Novo Hamburgo - RS, interpretando o ambiente por onde ela passa, para ser utilizada em atividades de Educação Ambiental; Estabelecer estações na trilha; Elaborar atividades para serem realizadas na trilha e nas estações; Testar as atividades elaboradas, com professores/professoras e alunos da Rede Municipal de ensino de Novo Hamburgo. MATERIAL E MÉTODO O Parque Municipal Henrique Luiz Roessler, denominado popularmente de "PARCÃO", localiza-se na área urbana do município de Novo Hamburgo e ocupa uma área de 512.695,252 m2 (aproximadamente 51,3 ha), fazendo limite com os bairros Hamburgo Velho, Jardim Mauá e Canudos. Ele constitui a maior área verde do perímetro urbano do município. Possui a forma de um retângulo, tendo um lado maior com 1800 metros (sentido Norte/Sul) e outro menor com 330 metros (sentido Leste/Oeste). E apresenta vários tipos de ambientes: matas (mata ciliar, pequenos capões isolados e capão grande), campos, áreas alagadas, arroio, áreas alteradas e áreas planas e acidentadas. Novo Hamburgo encontra-se localizado na região metropolitana de Porto Alegre e pertence à Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, estado do Rio Grande do Sul. Foram realizadas visitas sistemáticas ao Parque desde agosto de 1999 até junho de 2000. Durante as visitas foram percorridos todos os ambientes do Parque para a coleta e registro de dados em caderneta de campo, referentes à fauna, flora, relevo, hidrografia, ações antrópicas, entre outros. Para a identificação e a demarcação da trilha e para o estabelecimento das estações foram utilizados os seguintes critérios: avaliação do local (impactos); estabelecimento de objetivos; aproveitamento de trilhas e caminhos preexistentes; definição do tipo de público que utiliza o Parque; abrangência do maior número possível de ambientes; exclusão de locais que possam oferecer riscos; a escolha de pontos considerados de importância ecológica para o PARCÃO. O planejamento das atividades de Educação Ambiental propostas para a trilha e para as estações priorizou a investigação científica. A testagem da trilha e das atividades propostas foi realizada com professores de 1ª a 4ª série e alunos de 3ª a 5ª série do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Novo Hamburgo. Após a testagem da trilha e das atividades propostas foi feito um feedback. CARACTERIZAÇÃO DA TRILHA E INTERPRETAÇÃO DO SEU ENTORNO (ver croqui - anexo 1) A trilha em estudo está localizada no limite Sul do Parque e é percorrida no sentido Sul/Norte, apresenta o solo característico do PARCÃO: compactado, avermelhado e bastante argiloso em grande parte do caminho. Esse solo é bastante propício a ações do intemperismo e apresenta em alguns trechos, voçorocas. Há também um campinho de futebol, possível de visualizar em determinados trechos da trilha, com solo altamente compactado, devido ao pisoteio durante os jogos de bola. Ao redor dele existem processos de erosão acelerados devido à falta de vegetação. São aproximadamente 500 metros de trilha. Os 54 metros finais são em aclive até encontrar a trilha principal do Parque. Durante o percurso há trechos com desníveis acentuados. O primeiro é antes das voçorocas, o segundo são as próprias voçorocas e o terceiro e último é paralelo ao campinho de futebol. O acesso à trilha se dá pela rua Barão de Santo Ângelo, pela entrada do Parque, seguindo a trilha principal, passando o campo de futebol, saindo desta à direita. A trilha apresenta uma vegetação diversa, embora os ambientes que se repetem ao longo do percurso tendem a apresentar flora bastante semelhante. Outra característica importante de se destacar é que a mata está avançando sobre os campos, onde é possível observar vários estágios de sucessão. As mirtáceas, melastomatáceas e as vassouras (Baccharis sp.) demonstram a regeneração natural das matas. O biólogo Julian Mauhs auxiliou no trabalho de identificação das espécies em campo. As que não foram possíveis identificar em campo, foram coletadas, herborizadas e levadas para identificação no Laboratório de Taxonomia Vegetal da UNISINOS, com auxílio do professor Ms. Cláudio Augusto Mondin. O início da trilha se dá em uma capoeira, onde é possível observar várias espécies vegetais. Entre elas, Schinus terebinthifolius (aroeira-vermelha) e Mimosa bimucronata (maricá) estão entre as mais abundantes. Encontram-se também Lantana camara (camará), Casearia silvestris (chá-de-bugre), Baccharis dracunculifolia (vassourão-branco), Dodonea viscosa (vassoura-vermelha), Myrciaria tenella (camboim), Smilax campestris (salsaparilha), Calea sp., Achyrocline satureoides (macela), Baccharis sp. (carqueja), Cybistax antisyphilitica (ipê verde), gravatá (Eryngium sp.), Sebastiania klotzschiana (branquilho), Cordia verbenacea (erva baleeira), Leandra artropurpurea e Miconia sp.. No campo, predominam as compostas, as gramíneas e as melastomatáceas (principalmente do gênero Miconia). Entre as gramíneas, bastante diversas, destacam-se Erianthus angustifolius e Andropogon bicornis (capim-rabo-deburro). A Calea sp. é comum em áreas de banhado. Após o primeiro desnível, chega-se às voçorocas (estação 1). Elas formam uma grande depressão, com vegetação em alguns pontos. A erosão parece não ter tido influência da ação antrópica, mas essa se demonstra pela presença de lixo (latinhas, embalagens de cigarro, papéis de bala, sacolas, encartes) no local. Lá se encontra gramíneas, compostas, samambaias, maricás, macelas e destaca-se o ipê-verde e a embaúba. A fauna está representada pelas formigas que estão presentes em grande quantidade. Nas voçorocas, é interessante observar a sucessão vegetal. Passando as voçorocas, à direita temos uma pequena mata. Entre as espécies que se encontram na mata estão: Pipthocarpha axilaris (canela-podre), Rapanea sp. (capororoca), Miconia sp. e Guapira opposita (maria-preta). As mirtáceas (gêneros Eugenia e Myrcia) são predominantes no "recheio" da mata. Percorrendo a trilha, à direita encontramos uma grande depressão, provocada pela erosão. Lá, a pteridófita Gleichenia sp., comum em voçorocas, é encontrada. Há também, maricás, gramíneas, pinus, licopodium, entre outras. Ao lado da depressão provocada pela erosão, tem uma trilha até a mata I (estação 2). Esta mata, bem fechada, se formou dentro de uma grande depressão, sendo difícil o acesso até ela, pois não existe uma trilha definida. Encontram-se árvores de médio porte (mesmas da mata citadas acima) e arbustos. Há um grande número de epífitas e liquens nas árvores, musgos e pteridófitas nos barrancos e no solo que também apresenta grande quantidade de serrapilheira. Os insetos (formigas, mosquinhas e mosquitos) estão presentes na mata. Voltando à trilha em estudo, mais à frente, encontra-se outra trilha à direita que sai na mata II (estação 3). A mata II localiza-se numa depressão, não tão grande quanto à da mata I. No início, a mata é menos densa. Aqui se encontra bastante semelhança com a mata I, já que as mesmas estão interligadas. Encontra-se também, pteridófitas, inclusive a Gleichenia sp., musgos nos barrancos e serrapilheira no solo. A ação antrópica se faz presente, pelo lixo. Seguindo novamente pela trilha, chega-se a mais uma trilha à direita que dá na mata III (estação 4), interligada com as outras duas (I e II), já citadas. A caracterização dessa mata é semelhante as anteriores: localiza-se numa grande depressão, onde é possível descer um pouco e visualizar a nascente de um dos arroios. Apresenta epífitas, briófitas e pteridófitas e no solo, além da serrapilheira, encontramos cogumelos (fungos). As mirtáceas encontradas no interior da mata apresentam as folhas bem maiores do que as que estão na borda da mata, sendo este assunto de investigação proposto para a atividade desta estação. De volta à trilha estudada, à esquerda tem uma pequena trilha que sai dentro da mata (estação 5). Esta mata é semifechada, com bastante serrapilheira no chão. Entre outras espécies, encontra-se o branquilho (Sebastiania klotzschiana), o chá-de-bugre (Casearia silvestris), a mamica-de-cadela (Zanthozylum rhoifolium), a embaúba (Cecropia catharinensis) e mirtáceas. As árvores são habitadas por liquens, algumas epífitas e há várias espécies de aves. A ação antrópica não é grande, mas tem lixo no chão. Após a passagem pela trilha que dá dentro da mata, chega-se a uma trilha, à direita, que sai em um arroio (estação 6). Às margens do arroio, há pteridófitas, macrófitas, marias-semvergonha, maricás, mirtáceas, entre outros. O arroio é um local de rara beleza e apresenta grande diversidade de fauna e flora. Mais adiante na trilha, encontramos o cruzamento de várias trilhas, bem no ambiente de campo (estação 7), onde se encontra as compostas, as gramíneas, as vassouras (Baccharis sp.) e os gravatás que continuam presentes nos campos que a trilha perfaz. No campo visualiza-se bem a sucessão vegetal. Já nas matas, além das espécies já citadas, encontra-se no caminho: Cecropia catharinensis (embaúba), Pinus elliottii (pinus), Solanum inaequale (canema), Syagrus romanzoffiana (gerivá), Rupretchia sp., Tabebuia chrysotricha (ipê-amarelo), Guarea lessoniana (pau-d, arco), Cedrela fissilis (cedro), Psidium guajava (goiabeira), Zanthozylum rhoifolium (mamica-de-cadela), Cytharexylum myrianthum (tucaneira), Psidium catlleyanum (araça), Lithraea brasiliensis (aroeira-braba) e Symplocus uniflora. O branquilho (Sebastiania klotzschiana), em alguns trechos da mata apresenta-se tão abundante quanto às mirtáceas. Ao campinho de futebol (estação 8) tem-se acesso, mais à frente por uma trilha à direita. Como já foi citado no presente trabalho, encontra-se com solo altamente compactado, devido ao pisoteio durante os jogos de bola e apresenta processos de erosão acelerados, devido à falta de vegetação. Vê-se aí, a falta que faz a implantação do plano de manejo no Parque. No final da trilha, temos um terreno alagadiço (estação 9), onde se destaca a beleza da Tibouchina sp. e encontramos vestígios dos lagostins-de-água-doce, do gênero Parastacus. A fauna encontrada na trilha, conforme comunicação pessoal de um Guarda Municipal, que trabalhou durante oito meses no Parque, está representada, entre outros, por rã (Leptodactylus sp.), lagarto (Tupinambis sp.), preá (Cavia aperea), cobra-coral (Micrurus sp.), caranguejeira (Gramostula sp.), joão-de-barro (Furnarius rufus), quero-quero (Vanellus chilensis), canário da terra (Sicalis flaveola), pica-pau-do-campo (Colaptes campestris), sabiá (Turdus sp.), pardal (Passer domesticus), fim-fim (Euphonia chlorotica), corruíra (Troglodytes aedon), coleirinho (Sporophila caerulescens) e dorminhoco (Nyctibius griseus). A ação antrópica na trilha se faz presente pelo lixo doméstico encontrado durante o trajeto e pelo próprio pisoteio que originou essa e as outras trilhas presentes nessa área do PARCÃO. A vegetação também sofre com a ação do homem; as árvores são muitas vezes danificadas, apresentando galhos quebrados ou removidos, principalmente as frutíferas como o araça (Psidium catlleyanum) e a goiabeira (Psidium guajava). O próprio campinho de futebol serve de exemplo da devastação da flora. Não há benfeitorias nesta área do Parque, embora é interessante destacar a regeneração natural das matas sobre os campos, que sem interferência humana segue seu percurso. ATIVIDADES DE INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL Atividades de observação ampla: → Atividade de observação ampla 1 Título: As modificações da paisagem pela ação antrópica Objetivos: Identificar, ao longo de todo o percurso da trilha, as alterações na paisagem que tenham causa antrópica; Estabelecer as possíveis conseqüências que a ação antrópica pode causar no ambiente; Levantar sugestões para minimizar, ou até mesmo acabar, com o impacto sofrido pelo ambiente. Procedimento: Realização de todo o percurso da trilha para observação da ação antrópica: presença de lixo, galhos de árvores quebrados ou removidos, derrubada de árvores, queimadas, anotando o que foi observado em um quadro de referência (anexo 2); Apresentação oral dos dados coletados para o grupo que realizou o percurso da trilha; Através de questionamentos orais para o grupo, estabelecimento das possíveis conseqüências que a ação antrópica causou no ambiente; Levantamento de sugestões para minimizar, ou até mesmo acabar, com o impacto sofrido pelo ambiente. Material: quadro de referência, lápis de escrever, caderneta de campo. → Atividade de observação ampla 2 Título: Solo, umidade relativa do ar e temperatura Objetivos: Comparar o solo, a umidade relativa do ar e a temperatura em diferentes ambientes; Estabelecer relações entre as diferenças encontradas com os ambientes estudados. Procedimento: Ao longo do caminho, observação e anotação de como é o solo em três diferentes ambientes: campo, mata, areal (campinho de futebol); Medição da temperatura do ar, da superfície e do solo (5 cm de profundidade) com termômetro e calcular a umidade relativa do ar, nos mesmos ambientes, anotando o que foi observado em quadros de referência (anexo 3); Comparação dos dados coletados nos diferentes ambientes. Material: quadros de referência, lápis de escrever, termômetro, tabela para cálculo da umidade relativa do ar, caderneta de campo. Atividades de observação restrita: → Estação 1: Voçorocas Título: Causas, conseqüências e alternativas para as voçorocas Objetivos: Identificar as causas das voçorocas e as conseqüências que traz para o local; Estabelecer alternativas para minimizar ou acabar com o impacto. Procedimento: Observação da erosão (voçorocas) no local; Identificação das causas prováveis da formação das voçorocas e suas conseqüências; Levantamento de alternativas para diminuir ou acabar com a erosão neste ponto; Registro dos dados no quadro de referências (anexo 4). Material: quadro de referência, lápis. → Estação 2: Mata I Título: Vegetação epífita no caule das árvores Objetivos: Identificar as relações estabelecidas entre a vegetação epífita e os caules das árvores, bem como das adaptações presentes nos vegetais; Reconhecer a função dos liquens como bioindicadores. Procedimento: Observação e identificação das relações estabelecidas entre a vegetação epífita e os caules das árvores, bem como das adaptações presentes nos vegetais, anotando o que foi observado em um quadro de referência (anexo 5); Questionamento sobre a quantidade de liquens presentes nas árvores do centro da cidade em comparação com as árvores observadas; Levantamento das possíveis razões para a presença de liquens ser maior no Parque do que na cidade. Material: caderneta de campo, quadro de referência, lápis. → Estação 3: Mata II Título: Briófitas (musgos) Objetivos: Verificar a importância da umidade para os musgos; Estabelecer a relação dos musgos com o controle da erosão. Procedimento: Observação da distribuição dos musgos nos solos com diferentes umidades, verificando em qual (mais seco ou mais úmido) existem mais musgos; Elaboração de uma justificativa para o tipo de distribuição encontrada; Estabelecimento da importância desta distribuição para o controle da erosão. Material: caderneta de campo, lápis. → Estação 4: Mata III Título: O tamanho das folhas e a influência do sol. Objetivos: Identificar a adaptação do tamanho da folha (expansão foliar) vegetal à quantidade de sol; Reconhecer a importância do sol para o desenvolvimento dos vegetais. Procedimento: Observação de uma mirtácea da borda da mata e de uma de dentro da mata, comparando as duas; Elaboração de justificativa para as diferenças encontradas, relacionando com a quantidade de sol recebida por cada uma. Material: caderneta de campo, lápis. → Estação 5: Dentro da mata Título: Diversidade Objetivo: Reconhecer a diversidade da flora do Parque, a partir da análise da serrapilheira. Procedimento: Em um metro quadrado de solo, análise da serrapilheira, separando as diferentes folhas encontradas; Preenchimento de um quadro de referências (anexo 6); Verificação do n.º de espécies encontradas; Identificação das espécies (nome popular), a partir da descoberta de qual árvore que a folha caiu, para posterior procura dos nomes científicos e família. Material: quadro de referência, lápis. → Estação 6: Arroio Título: Fauna e flora Objetivo: Identificar e classificar os vegetais e animais encontrados na margem do arroio. Procedimento: Ida até o arroio; Registro e classificação dos animais e vegetais encontrados na nascente do arroio, anotando o que foi observado em um quadro de referência (anexo 7); Consulta em Chaves Emparelhadas Numéricas (anexo 8), se necessário, para a classificação dos animais e vegetais. Material: Chaves Emparelhadas Numéricas, lápis de escrever, quadro de referência. → Estação 7: Campo Título: Sucessão Vegetal Objetivo: Identificar a sucessão vegetal. Procedimento: Divisão dos alunos em três grupos; Cada grupo ficará em um quadrante, cada quadrante em determinado estágio de sucessão; Os alunos deverão observar a diversidade (características de cada espécie: tipo (árvore, arbusto, gramínea), altura, espessura,...) e a quantidade de espécies vegetais, anotando tudo em um Quadro de Referências (anexo 9); Após, apresentação dos resultados de todos os grupos, montando uma grande quadro com os resultados; Comparação dos resultados, verificando a sucessão vegetal. Material: quadro de referência, fita métrica, lápis. → Estação 8: Campinho de futebol Título: Solo altamente impactado Objetivos: Identificar as causas e as conseqüências do solo altamente impactado do campinho de futebol; Estabelecer alternativas para minimizar ou acabar com o impacto. Procedimento: Observação do campinho de futebol; Identificação das causas prováveis do solo altamente impactado e suas conseqüências; Levantamento de alternativas para diminuir ou acabar com impacto causado no solo; Registro dos dados no quadro de referências (anexo 10). Material: quadro de referência, lápis. → Estação 9: Terreno alagadiço Título: Animais do terreno alagadiço Objetivo: Identificar os animais encontrados no terreno alagadiço, bem como registrar os sinais de suas presenças através de vestígios. Procedimento: Observação dos animais e/ou vestígios encontrados, como pegadas, ovos, fezes, ninhos, injúrias em vegetais...; Registro e identificação dos animais encontrados no terreno alagadiço, anotando o que foi observado em um quadro de referência (anexo 11); Consulta em Chaves Emparelhadas Numéricas (anexo 8), se necessário, para a eventual classificação dos animais. Material: Chaves Emparelhadas Numéricas, lápis de escrever, quadro de referência, caderneta de campo. TESTAGEM DA TRILHA E DAS ATIVIDADES PROPOSTAS A testagem da trilha foi realizada com professores de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Novo Hamburgo e com alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Machado de Assis. Os professores realizaram a testagem da trilha, na manhã do dia 30/5/2000, durante o 7º encontro do Mini - curso: "Atividades Práticas de Ciências no PARCÃO de Novo Hamburgo", do qual participaram, nos meses de abril e maio de 2000. As atividades vivenciadas foram: atividade de observação ampla 2 e atividades de observação restritas propostas para as estações 1, 2, 3, 6 e 9. Os 8 professores foram divididos em 2 grupos. O primeiro grupo realizou a atividade de observação ampla 2 e as atividades de observação restritas propostas para as estações 1 e 2 e o segundo grupo realizou as atividades de observação restritas 3, 4 e 9. As seis atividades foram realizadas em duas horas. Os alunos fizeram a testagem da trilha na manhã do dia 24/5/2000 e realizaram as atividades: atividade de observação ampla 1 e atividades de observação restritas propostas para as estações 4, 5, 7 e 8. Os 30 alunos foram divididos em 3 grupos, sendo que o primeiro grupo realizou a atividade de observação ampla 1, o segundo grupo, as atividades de observação restritas 4 e 5 e o terceiro grupo, as atividades de observação restritas 7 e 8. Três horas foram o tempo utilizado para a realização das cinco atividades. RESULTADOS DA TESTAGEM E DISCUSSÃO Os alunos participaram com bastante interesse e empenho da testagem da trilha e gostaram bastante de realizá-la. Quando terminava as atividades com um grupo e era a vez do outro, os alunos queriam voltar e participar novamente da testagem. Foi possível observar, através das questões respondidas e levantadas pelos alunos e das conclusões, que possuem bastante consciência sobre os problemas ambientais e interessam-se muito pela natureza. Eles questionaram inclusive sobre a segurança do Parque, pois ficaram admirados com a ação antrópica que a trilha possui. A consciência "ecológica" é resultado de todo um trabalho realizado pelos alunos de interação com o ambiente, sendo eles monitores ecológicos da Machado de Assis, tendo a professora responsável pelo grupo justamente a preocupação de colocá-los em contato com o meio em que vivem, sendo que a mesma solicitou a realização da trilha com eles. Todas as regras e solicitações prévias (anexo 12), feitas aos alunos antes e durante a saída de campo para a testagem da trilha foram cumpridas. As atividades estavam todas de acordo com o trabalho de campo, sendo realizadas com sucesso e estavam também de acordo com o nível de conhecimento dos alunos, já que haviam sido selecionadas previamente entre as demais. As únicas alterações a serem feitas nas atividades, seriam no quadro de referências da Atividade de Observação Restrita proposta para a Estação 7 (anexo 9), colocando na coluna: n.º de indivíduos a observação "se possível", pois as gramíneas não eram possíveis de serem quantificadas, e para a coluna espessura, também a mesma observação, já que era impossível medir a espessura de algumas gramíneas e bromélias. Ficando o quadro de referências, conforme abaixo. Apesar do dia frio e nublado no início da manhã, os professores vieram dispostos para a testagem da trilha. Realizaram as atividades com interesse, embora não demostraram tanto empenho quanto os alunos. Também não foram tão curiosos e participativos. As atividades também estavam todas de acordo com o trabalho de campo, foram realizadas com êxito e estavam de acordo com o nível de conhecimento das professoras, já que sendo minhas alunas de Mini - curso, haviam recebido algumas informações e conhecimentos necessários para a realização das atividades. As professoras gostaram de realizar a testagem das atividades da trilha, tanto que pediram para enviar para elas as atividades que haviam sido aplicadas para terem como exemplo e poderem aplicá-las com seus alunos. Muitas solicitaram a realização das atividades da trilha com seus alunos. Todas as regras e solicitações prévias (idem alunos), feitas às professoras antes e durante a saída de campo para a testagem da trilha também foram cumpridas. As alterações a serem feitas nas atividades, seriam nos quadros de referências das Atividades de Observação Ampla 2 e de Observação Restrita proposta para a Estação 6. Na atividade Observação Ampla 2 é calculada a umidade relativa do ar da seguinte forma: o bulbo do termômetro é envolvido com um algodão umedecido em água. Aguarda-se três minutos e verifica-se a temperatura. Após calcula-se a diferença entre a temperatura obtida com o termômetro com o bulbo seco e com o bulbo úmido. Consulta-se a Tabela para Cálculo da Umidade relativa do Ar (em anexo) e tem-se a umidade relativa do ar. Sendo assim, para facilitar o cálculo, o quadro de referências da umidade relativa do ar foi modificado (Anexo 3). No quadro de referências da Atividade de Observação Restrita proposta para a Estação 6, a alteração a ser feita é a de tirar a coluna n.º de indivíduos dos vegetais, porque fica bem difícil quantificá-los, já que são inúmeros. Ficando o quadro de referências alterado (Anexo 7). AVALIAÇÃO A avaliação dos alunos e dos professores, foi realizada permanentemente, de acordo com a metodologia de investigação e construção do conhecimento aplicada, durante a realização das atividades, sendo usada uma ficha (anexo 14). Os critérios para a avaliação foram estabelecidos, a partir das solicitações e regras feitas aos alunos e professores, antes e durante a saída de campo, levando-se em conta também à participação e o interesse. Todos os grupos de alunos e professores, sem exceção, receberam S - sim em todos os itens. CONCLUSÃO O PARCÃO é uma área muito rica para realização de trabalhos na área de Educação Ambiental. A trilha caracterizada, que representa uma pequena fração do Parque, já possui riqueza para elaboração de inúmeras atividades práticas de observação ampla e principalmente de observação restrita. A Educação Ambiental, sem dúvida, é fundamental para a superação da crise que o ambiente vem sofrendo ou ao menos para a diminuição dos impactos ambientais provocados pela mesma, sendo a escola essencial no papel de promovê-la. Segundo PENTEADO (1994), é através da escola que deve ser promovida à compreensão sócio-política das questões ambientais e a formação da consciência ambiental. O ensino formal até apresenta professores com boa vontade para realizar aulas de Educação Ambiental, mas falta, na maioria das vezes, uma boa formação. Possuem falta de conhecimento e resistência às aulas práticas e saídas de campo, já que sua formação foi praticamente teórica. Acreditam que é necessário ir a grandes parques e reservas para a realização de atividades práticas, não sabendo valorizar o ambiente que os cerca. Para atingir os objetivos da Educação Ambiental, é imprescindível colocar o aluno em contato com o ambiente. A interação com a natureza faz com que vivencie experiências que formarão sua consciência ecológica. Os alunos nas aulas práticas e saídas de campo se mantêm interessados, participativos, mesmo aqueles que em sala de aula são apáticos. Sendo assim, dificilmente os objetivos não são alcançados, a não ser que as atividades propostas não tiverem um bom planejamento. O desenvolvimento da Educação Ambiental, a partir de trilhas interpretativas é interessante porque favorece a interação com o meio ambiente. Sendo elas, um excelente instrumento didático, na medida que interpretam o ambiente por onde passam quanto aos seus aspectos bióticos, abióticos e antrópicos. A trilha deve ser bem conhecida pelo professor, não havendo surpresas e obstáculos para ele durante o percurso, mas sim somente para o aluno. O conhecimento da trilha também é fundamental para a determinação dos pontos ou estações onde serão realizadas as atividades de observação restrita. Na escolha das estações, é indispensável o aproveitamento, ao máximo, dos recursos que a trilha interpretativa oferece. Tanto as atividades de observação ampla quanto às atividades de observação restrita devem ser bem elaboradas, só assim terão seus objetivos atingidos. A investigação científica é a chave na elaboração das mesmas. Os alunos devem ser levados a resolverem problemas. A testagem da trilha se faz necessária para que seja feita uma reestruturação das atividades propostas, pois nem sempre o que colocamos no papel, funciona na prática. Na Educação Ambiental não existem receitas prontas, é preciso testar a metodologia. Acredito que o presente trabalho atinja grande parte dos objetivos propostos para a Educação Ambiental, porém ao conclui-lo senti a necessidade de ter abrangido outras disciplinas, além das de Ciência e Biologia na elaboração das atividades de observação ampla e restrita. Através da troca com especialistas de outras áreas, pretendo ampliar as atividades, a fim de contemplar os aspectos cognitivos, afetivos e sociais do ser humano. É urgente que desenvolvamos capacitação para a ação e tomada de decisões a fim de que a qualidade de vida seja recuperada. Precisamos encontrar outras formas de agir em relação ao ambiente. A Educação Ambiental é a chave nessa busca. BIBLIOGRAFIA ANDRADE, Lícia ; SOARES, Geraldo, ; PINTO, Virgínia. Oficinas Ecológicas - Uma proposta de mudanças. Petrópolis: Vozes, 1995. 132 p. BORGES, Regina M. R. ; MORAES, Roque. Educação em Ciências nas séries iniciais. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1998. 222 p. BRAUN, Maria C. ; KAYSER, Arno L. Aves Silvestres de Novo Hamburgo. Novo Hamburgo: Otomit , 1993. 78 p. CAMPOS, Heraldo et al. Ciências da terra e meio ambiente: diálogos para (inter)ações no Planeta. São Leopoldo: Ed. UNISINOS, 1999. 284 p. CAPELETTO, Armando José. Biologia e Educação Ambiental: roteiros de trabalho. São Paulo: Ática, 1992. 224 p. COMITESINOS/UNISINOS - PROMOVEM. Curso de Capacitação em Educação Ambiental. São Leopoldo, 1994. DIAS, Genebaldo F. Atividades interdisciplinares de Educação Ambiental. 2ª ed. São Paulo: Global., 1994. 112 p. DIAS, Genebaldo F. Educação Ambiental, princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 1992. 400 p. FOFONKA, Luciana. Educação Ambiental através de trilha interpretativa na cascata do Rio dos Sinos, Caraá - RS. Trabalho de Conclusão, UNISINOS, 1999. KAYSER, Arno L. e BRAUN, Maria C. As Árvores de Novo Hamburgo. 2ª ed. Novo Hamburgo: Otomit, 1993. 73 p. KOFF, Elionora D. A questão ambiental e os estudos de ciências: algumas atividades. Goiânia: Editora Universidade Federal de Goiás,1995. 114 p. LEAL, Joana C. P. Aproveitando o ambiente: Uma proposta de atividades em Biologia com alunos de ensino médio. Trabalho de Conclusão, UNISINOS, 1998. MAUHS, Julian. Potencialidades da vegetação do Parque Municipal Henrique Luiz Roessler. Trabalho de Conclusão de Curso, UNISINOS, 1995. MAUHS, Julian ; SAUL, Paulo F. A. ; WEISHEIMER, Cristine. Parque Municipal Henrique Luiz Roessler - Plano de Manejo. Novo Hamburgo, 1996. ONU, agenda 21, New York, 1992. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Temas Transversais - Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998. 436p. PENTEADO, Heloísa D. Meio ambiente e Formação de professores. São Paulo: Cortez, 1994. 120 p. PEREIRA, Antônio B. Aprendendo ecologia através da Educação Ambiental. Porto Alegre: Sagra-DC Luzzatto, 1993. 94 p. PEREIRA, Antônio B. ; PUTZKE, Jair. Ensino de botânica e ecologia: proposta metodológica. Porto Alegre: Sagra - Luzzatto, 1992. 184 p. PORT, Dagoberto. Parque Municipal Henrique Luiz Roessler - Situação Atual e Proposta Emergencial de Manejo. Trabalho de Conclusão de Curso, UNISINOS, 1994. SAUL, Paulo F. de A. Trilhas Ecológicas e Educação Ambiental (seminário de atualização em Biologia - Departamento de Biologia). São Leopoldo: UNISINOS, 1993. SCHÜTZ, Liene M. M.. Novo Hamburgo - Sua História, Sua Gente. 2ª ed. Porto Alegre: Pallotti, 1992. 223 p. SEMEC. Diretrizes Básicas da Proposta Curricular das Séries iniciais. Novo Hamburgo. Não foi publicado, 1995. ZAJACZKOWSKI, Helena. Trilhas Ecológicas - Educação Ambiental. INTERNET. http://www.wln.com.br/~helena/1999 ANEXO 1 CROQUI DA TRILHA ANEXO 2 Quadro de Referência Presença de lixo Galhos de Derrubada Queimada árvores de árvores s quebrados ou removidos Início da trilha (Até Estação 3) Continuaç ão da trilha (Da Estação 3 até a 5) Final da trilha (Da Estação 5 até o final) ANEXO 3 Quadro de Referência VARIÁVEIS Campo Mata Areal Ar Superfície/substrato 5 cm de profundidade Quadro de Referência (Original) AMBIENTE Umidade relativa do ar CAMPO MATA AREAL Outros Quadro de Referência (Alterado) Ambientes ↓ Termômetro seco Termômetro úmido Diferença Umidade relativa do ar Campo Mata Areal ANEXO 4 Quadro de Referência CAUSAS DA EROSÃO CONSEQÜÊNCIAS ALTERNATIVAS ANEXO 5 Quadro de Referência Epífitas nos troncos N.º de indivíduos Adaptação • Bromélias • Orquídeas • Samambaias • Liquens • Outros: ______________ _______________________ _______________________ _______________________ _______________________ _______________________ ANEXO 6 Quadro de Referência Tipo de folha N.º de folhas encontradas Nome popular Folha 1 Folha 2 Folha 3 Folha 4 Folha 5 Folha 6 Folha 7 Folha 8 Folha 9 Folha 10 ANEXO 7 Quadro de Referência (Original) Vegetal 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. N.º de indivíduos Animal 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. N.º de indivíduos Quadro de Referência (Alterado) Vegetal 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. Animal 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. N.º de indivíduos ANEXO 8 CHAVES EMPARELHADAS NUMÉRICAS (AZEVEDO, E. C. G. Faculdades integradas de Santa Cruz do Sul, departamento de Biologia, Centro de Ciências da FISC, Santa Cruz do Sul) CHAVE PARA A IDENTIFICAÇÃO DOS GRANDES GRUPOS DE ORGANISMOS NÃO ANIMAIS 1.1- 1.2- 2.12.23.13.24.1- 4.2- 5.1- 5.2- Organismo de cor geralmente não verde, com forma de guarda-chuva (cogumelo), concha, copo, clava, etc. ou formando mofos e bolores. Não apresentam raiz, caule e folhas..........................................................................................................................Fungos Planta de cor em geral verde (em geral as folhas), quase sempre com raiz, caule e folhas (um destes três pode faltar); podem ser muito pequenos e apresentando raízes, caule e folhas falsas (rizóides, caulídios, e filídios) ou ter forma de fita ramificada e rasteira; alguns são microscópicos e formam limo, são geralmente aquáticas...............................................................................................................................2 Flores bem desenvolvidas ou pelo menos sementes macroscópicas, bem visíveis..................3 Flores não formadas e sementes microscópicas, muito pequenas............................................4 Apresenta raiz, caule, folhas (um destes três pode faltar), flor e semente dentro de um fruto; são ervas, arbustos e árvores (além de trepadeiras)...............................Angiosperma Apresenta raiz, caule e folhas, formando sementes do tipo pinhão; são árvores ou arbustos não ervas.........................................................................................................Gimnosperma Plantas microscópicas formando limo esverdeado, ou filamentosas (fios longos), geralmente crescendo mergulhadas em água ou na superfície desta (flutuando).................................................................................................Algas (água doce) Plantas macroscópicas, com folhas bem desenvolvidas e grandes ou com apenas um centímetro de altura; às vezes a planta é achatada, formando fita verde que se ramifica.................................................................................................................................5 Planta pequena (com mais de 5 cm de altura) ou arbustos e pequenas árvores; formam a "semente" embaixo das folhas ou na margem, em grupos que formam linhas ou pontos...................................................................................................................Pteridófita Plantas com menos de 5 cm de altura, com folhas muito pequenas (denominadas filídios) ou sem folhas, formando uma fita verde e rasteira; sementes formadas em pequenos copinhos (cápsulas) que são erguidos pôr um fio finíssimo (a seta) com menos de 1mm de largura........................................................................................................................Briófita CHAVE PARA A IDENTIFICAÇÃO DE ANIMAIS 1.1- Animais com patas................................................................................................................2 1.2- Animais sem patas..............................................................................................................13 2.1- Várias patas articuladas revestidas por esqueleto externo duro............Artrópode..................3 2.2- Um ou dois pares de patas revestidas por pele e seus anexos e com esqueleto inteiro......................................................................................................Vertebrado......................7 3.1- Artrópodo com dez ou mais patas........................................................................................4 3.24.1- Artrópodo com seis ou oito patas.........................................................................................6 Cabeça fundida ao tórax; abdômen com segmentação nítida; dois pares de antenas e um par de mandíbulas..................................................................................................Crustáceo 4.2- Cabeça distinta do resto do corpo que é formado por uma série de segmentos muito nítidos; um par de antenas e um par de mandíbulas.............................................................5 5.1- Cada segmento do corpo com um par de patas....................................................Quilópodo 5.2- O primeiro segmento do corpo é ápodo; os três seguintes com um par de patas cada; os demais com dois pares de patas por segmento.....................................................Diplópodo 6.1- Quatro pares de patas, um par de quelíceras e um par de pedipalpos; sem antenas; cabeça fundida no tórax....................................................................................................Aracnídeo 6.2- Três pares de patas; antenas e mandíbulas sempre presentes (1 par); asas quase sempre presentes; corpo constituído por três partes distintas: cabeça, tórax e abdômen.......................................................................................................................Inseto 7.1- Membros anteriores e posteriores do mesmo tipo................................................................8 7.2- Membros anteriores e posteriores diferentes......................................................................10 8.1- Patas posteriores adaptadas para saltar, sem cauda e corpo coberto por pele úmida.........................................................................................................................Anfíbio 8.2- Patas adaptadas para caminhar.............................................................................................9 9.1- Cauda desenvolvida, corpo coberto por escamas ou placas.........................................Réptil 9.2- Com ou sem cauda, corpo coberto por pelos.........................................................Mamífero 10.1- Membros anteriores transformados em asa, com bico, corpo coberto de penas............................................................................................................................................Ave 10.2- Membros anteriores transformados em asas, sem bico, corpo coberto de pelos.................................................................................................................................. Mamífero 11.1- Corpo alongado, formado por anéis...................................................................................12 11.2- Corpo com outras características........................................................................................13 12.1- Duas extremidades são iguais e apresentam um anel mais saliente e mais claro........................................................................................................................Anelídeo 12.2- Uma extremidade com cabeça distinta, boca e olhos atrofiados, sem distinção entre os anéis......................................................................................................................... Anfíbio 13.1- Corpo fusiforme..................................................................................................................14 13.2- Corpo alongado...................................................................................................................15 14.1- Corpo coberto por escamas ou pele lisa, nadadeiras bem visíveis................................Peixe 14.2- Corpo coberto por pele lisa, sem nadadeiras.............................................................Anfíbio 15.1- Corpo coberto por pele lisa, com nadadeiras.................................................................. Peixe 15.2- Corpo coberto por escamas............................................................................................ Réptil ANEXO 9 Quadro de Referências (Original) Vegetais N.º de indivíduos Tipo (árvore, arbusto, Altura Espessura Outros: gramínea) Espécie 1 Espécie 2 Espécie 3 Espécie 4 Espécie 5 Espécie 6 Espécie 7 Espécie 8 Espécie 9 Espécie10 Quadro de Referência (Alterado) Vegetais N.º de indivíduos (se possível) Tipo (árvore, arbusto, gramínea) Altura Espessura (se possível) Outros: Espécie 1 Espécie 2 Espécie 3 Espécie 4 Espécie 5 Espécie 6 Espécie 7 Espécie 8 Espécie 9 Espécie10 ANEXO 10 Quadro de Referência Causas do solo altamente compactado Conseqüências Alternativas ANEXO 11 Quadro de Referência Animais N.º de indivíduos Identificação por visualização direta ou através de vestígio ANEXO 12 Regras de conforto e segurança: 1. Usar calçados confortáveis e fechados para proteção de mordida de animais; 2. Vestir roupas confortáveis e compridas, a fim de evitar arranhões e picada de insetos; 3. Procurar deixar as mãos livres, levando o material necessário e o lanche em uma mochila; 4. Andar em grupos; 5. Não levar objetos de valor. Material necessário para a saída de campo: • • • caneta, lápis e borracha; prancheta ou caderno; lanche; • • sacola plástica para armazenar o lixo; fita métrica. Regras para saída de campo: • • • • • • • Não deixar ao longo da trilha, nenhum tipo de vestígio; Procurar não fazer muito barulho durante a realização das atividades; Não colocar as mãos ou qualquer outro objeto em buracos no solo; Permanecer nos grupos durante a realização das atividades; Prestar atenção nas orientações dadas pela professora; Realizar as atividades no tempo previsto; Não coletar nenhum material. ANEXO 13 TABELA PARA CÁLCULO DA UMIDADE RELATIVA DO AR DIFERENÇA EM GRAUS ENTRE O TERMÔMETRO ÚMIDO E SECO T. seco 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 0,5 92 93 94 94 94 94 95 95 95 96 96 96 96 96 96 96 97 97 97 97 1 83 85 87 87 88 89 90 90 90 91 92 92 92 92 93 93 93 93 94 94 1.5 75 77 80 81 82 84 84 85 86 87 87 88 89 89 89 90 90 90 90 91 2 67 70 73 74 76 78 79 81 82 82 83 85 85 85 86 86 87 87 87 88 2,5 59 63 66 68 71 73 74 76 78 78 79 81 81 82 82 83 84 84 84 85 3 52 56 60 62 65 68 69 71 73 74 75 77 77 78 79 80 81 81 81 82 3,5 43 48 54 56 60 63 65 67 69 70 72 74 74 75 76 77 77 78 79 79 4 36 41 47 50 54 58 60 62 65 66 68 70 71 72 73 74 74 75 76 76 4,5 27 34 41 45 49 53 55 58 61 62 64 66 67 68 70 71 71 72 73 74 5 20 28 35 39 44 48 51 54 57 58 60 63 64 65 67 68 69 70 70 71 6 7 8 9 10 15 23 28 34 38 41 45 49 51 53 56 57 59 61 62 63 64 65 66 11 17 23 30 33 37 42 44 46 49 51 53 55 56 58 59 60 61 14 21 24 29 35 36 40 43 45 47 50 51 53 54 56 57 12 16 21 27 30 34 37 39 42 44 46 48 50 51 52 4 10 14 20 23 27 31 34 37 39 41 43 45 46 48 ANEXO 14 Ficha para avaliação dos grupos Comportament o→ Grupos ↓ Prestou atenção nas orientações dadas 1. 2. 3. 4. 5. Critérios para preenchimento: S - sim N - não ± - parcialmente Realizou as atividades no tempo previsto Não deixou ao longo da trilha nenhum vestígio Trouxe o material necessário Desenvolveu as atividades com interesse, respondendo e levantando questões 2