UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO EDSON HERMENEGILDO PEREIRA JÚNIOR UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E PEQUENA EMPRESA DISSERTAÇÃO PONTA GROSSA 2010 EDSON HERMENEGILDO PEREIRA JÚNIOR UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E PEQUENA EMPRESA Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção, do Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Área de Concentração: Gestão Industrial. Orientador: Profa. Dra. Simone Nasser Matos Co-orientador: Prof. Dr. Luciano Scandelari PONTA GROSSA 2010 À minha amada esposa Lourdes e meus filhos, Guilherme e Gabriela, que sempre me apoiaram nos momentos mais difíceis com muito amor e carinho, que foi a minha força para nunca desistir. AGRADECIMENTOS Aos gestores das empresas pesquisadas, pelo apoio e dedicação à introdução e validação do método de gestão por processos, objeto deste trabalho. À minha orientadora, Profa.Dra Simone Nasser Matos, pelo apoio, orientação e incentivo. Ao meu co-orientador, Prof. Dr. Luciano Scandelari, pelo incentivo e apoio no início da elaboração deste trabalho. À UTFPR-PG e seus professores pelo profissionalismo e dedicação. RESUMO Pereira Junior, Edson Hermenegildo. Um método de gestão por processos para micro e pequena empresa. 2010. 132 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2010. A pequena e micro empresa possui a característica de ter administração não profissional e gestão pessoal, ter falta de recursos, principalmente o financeiro e não possuir mão de obra qualificada. Mas, para ser competitiva e se manter no mercado necessita se atualizar em termos de gestão e eliminar atividades que não agregam valor. As empresas são constituídas por processos e gerenciá-los consiste na identificação dos problemas e sugerir melhorias para a otimização das atividades organizacionais. Então, a micro e pequena empresa deve estudar seus processos e eliminar desperdícios, utilizando metodologias de gestão por processos. Existem várias destas metodologias, mas com pouca utilidade para estas empresas, pois sugerem a necessidade de um especialista em processos, atuando em equipe, com comando e liderança, com investimento em ferramentas de automação e gerando grande volume de trabalho. Desenvolver um método que possibilite ao gestor da micro e pequena empresa implantar a gestão por processos em sua organização é o problema deste estudo. Este trabalho tem por objetivo propor um modelo adaptado às micros e pequenas empresas para auxiliá-las à introdução da gestão por processos. O estudo inicia-se com uma revisão bibliográfica onde são tratados os conceitos de processo, estruturas verticais versus estruturas horizontais, gestão por processos, a relação com clientes e fornecedores, a cadeia de valor, os fatores críticos de sucesso na implantação da gestão por processos, o desenvolvimento de metodologias e as características de micro e pequena empresa. A seguir, a partir da observação das características destas metodologias apresentadas por alguns autores, desenvolveu-se um método de gestão por processos adequado para a micro e pequena empresa do ramo de prestação de serviços. O trabalho finaliza com a aplicação do método proposto em duas empresas, sendo facilmente entendido pelos gestores que o utilizaram, com a participação ativa dos envolvidos no estudo, pois todos entenderam o objetivo da atividade de gestão dos processos. Palavras-chave: Processos. Gestão por processos. Micro e pequena empresa. ABSTRACT Pereira Junior, Edson Hermenegildo. A method of process management for micro and small companies. 2010. 136 f. Dissertation (Master in Production Engineering) - Post-Graduation in Production Engineering, Federal Technological University of Paraná. Ponta Grossa, 2010. The small and micro companies have characteristic of not professional administration and personal management, not have financial resources and qualify employees. But need to be competitive and stay on the market to upgrade in terms of management and eliminating non-value added activities. The companies are a set of processes. And manage processes to identify problems and suggest improvements to optimize the organizational activities. Then, the micro and small enterprises should study their processes and eliminate waste using business process management methodologies. There are several of these methodologies, but with little use for micro and small enterprises, because it suggest the necessity a process specialist, with leader and team work, developed automation tools and create a lot off activities. Develop a method that permits the manager of micro and small enterprise to deploy the business process management in your organization is the problem with this study. This work has the intention to propose a model of process management adapted to micro and small companies to help them to the process management introduction. The study begins with a literature review which analyzes the concepts of process, vertical structures versus horizontal structures, process management, the relationship between clients and suppliers, the value chain, the critical factors of success in the implantation of process management, the methodologies of business process management development and the micro and small companies’ features. Following, based on observations of features of business process management methodologies developed by some authors, an appropriate method of business process management was developed to micro and small companies of service provide branch. The work was finalized with the application into two companies, and easily understood by process owners, who used it, with the active participation of those involved in the processes under study, because everyone understood the goal of case management activity. Keywords: Process. Business Process Management. Small and micro companies. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Hierarquia dos Processos ........................................................................ 22 Figura 2 - Classificação Geral dos Processos Empresariais .................................... 24 Figura 3 - Estrutura Integrada de Gestão por Processos ......................................... 32 Figura 4 - Os Estágios de Evolução para a Organização por Processos ................. 33 Figura 5 - O que falta fazer para atingir uma Organização por Processos ............... 34 Figura 6 - Fases da Metodologia para o Desenvolvimento e Implementação dos Processos Administrativos nas Empresas................................................................ 40 Figura 7 - Detalhamento das Fases do Desenvolvimento e Implementação dos Processos Administrativos ....................................................................................... 41 Figura 8 - Decomposição de uma Atividade de Interação do Servpro ..................... 44 Figura 9 - Símbolos usados no Servpro ................................................................... 45 Figura 10 - Mapa de Processo do Servpro ............................................................... 46 Figura 11 - BARCO – Modelo de Processo Completo ............................................. 47 Figura 12 - PIER – Modelo de Processo Simplificado ............................................. 48 Figura 13 - Metodologia de Modelagem de Processos ........................................... 50 Figura 14 - Modelo do Workflow a partir do Modelo “To Be” do Processo .............. 52 Figura 15 - Exemplo de Mapa do Processo ............................................................. 60 Figura 16 - Método de Gestão por Processo............................................................ 67 Figura 17 - Macrodiagrama do Processo ................................................................. 69 Figura 18 - Mapa do Processo ................................................................................. 70 Figura 19 - Modelo da Matriz Importância X Desempenho ...................................... 72 Figura 20 - Pontos de Análise do Processo ............................................................. 75 Figura 21 - Visão Geral dos Pontos de Melhoria de um Processo ........................... 77 Figura 22 - Método de Gestão por Processos ......................................................... 85 Figura 23 - Fase 1 do Método de Gestão por Processos ......................................... 86 Figura 24 - Processograma do Distribuidor de Baterias ........................................... 86 Figura 25 - Processograma da IES .......................................................................... 87 Figura 26 - Macrodiagrama do Processo “Atendimento ao Cliente – Distribuidor de Baterias” ................................................................................................................... 89 Figura 27 - Macrodiagrama do Processo “Atendimento ao Cliente – IES” ............... 90 Figura 28 - Mapa do Processo de Roteirização – Distribuidor de Baterias .............. 91 Figura 29 - Mapa do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico .. 92 Figura 30 - Fase 2 do Método de Gestão por Processos ........................................ 99 Figura 31 - Fase 3 do Método de Gestão por Processos ...................................... 109 Figura 32 - Mapa Revisado do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico.............................................................................................................. 114 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Porte das MPEs Pesquisadas ................................................................ 64 Gráfico 2 - Resultado da Pesquisa com as MPEs .................................................... 80 Gráfico 3 - Resultado do Método Escolhido - Pesquisa com as MPEs .................... 82 Gráfico 4 - Resultado do Método Escolhido em MPEs de Prestação de Serviços ... 83 Gráfico 5 - Resultado do Método Escolhido em MPEs de Varejo de Bens .............. 83 Gráfico 6 - Resultado do Método Escolhido em MPEs Industriais ........................... 84 Gráfico 7 - Matriz Importância X Desempenho do Distribuidor de Baterias.............. 95 Gráfico 8 - Matriz Importância X Desempenho do Fórum - IES ............................... 96 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Questões Internas às Organizações e suas Consequências ................. 27 Quadro 2 - Gestão por Processos Relacionada às Estratégias Competitivas e Cultura Organizacional ......................................................................................................... 29 Quadro 3 - Definição de Micro e Pequena Empresa ................................................ 53 Quadro 4 - Incompatibilidade da MPE às Metodologias de Gestão por Processos . 54 Quadro 5 - Validação dos Indicadores de Desempenho .......................................... 73 Quadro 6 - Análise do Processo............................................................................... 74 Quadro 7 - Causas dos Problemas do Processo ..................................................... 75 Quadro 8 - Modelo de um Plano de Ação ................................................................ 76 Quadro 9 - Relação Adotada entre a Escala Likert e Nível de Conhecimento. ........ 81 Quadro 10 - Escopo do Processo de Atendimento ao Cliente do Distribuidor de Baterias .................................................................................................................... 88 Quadro 11 - Escopo do Processo de Atendimento ao Cliente da IES...................... 88 Quadro 12 - Informações da Pesquisa aos Clientes do Distribuidor de Baterias ..... 94 Quadro 13 - Informações da Pesquisa aos clientes do Fórum - IES ........................ 96 Quadro 14 - Validação dos Indicadores de Desempenho – Distribuidor de Baterias ................................................................................................................................. 98 Quadro 15 - Validação dos Indicadores de Desempenho – IES .............................. 98 Quadro 16 - Análise do Processo de Roteirização – Distribuidor de Baterias.........100 Quadro 17 - Análise do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES............................................................................................................................104 Quadro 18 - Causas dos Problemas do Processo de Roteirização – Distribuidor de Baterias .................................................................................................................. 105 Quadro 19 - Causas dos Problemas do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES......................................................................................... 107 Quadro 20 - Plano de Ação para o Processo de Roteirização – Distribuidor de Baterias .................................................................................................................. 110 Quadro 21 - Plano de Ação para o Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES .................................................................................................... 113 Quadro 22 - Comparação das Metodologias Estudadas e do Método Proposto em relação as características da Micro e Pequena Empresa....................................... 115 Quadro 23 - Comparação das Metodologias Estudadas e do Método Proposto .... 117 LISTA DE ABREVIATURAS E BPMN Business Process Modeling Notation BSC Balanced Score Cards C Cliente do Processo SIGLAS D médio Desempenho Médio DI Metodologia para o Desenvolvimento e Implementação dos Processos Administrativos E Entrada do Processo EPC Event-driven Process Chain F Fornecedor GP Método para Gestão por Processos I médio Importância Média IDEFO Integration Definition for Function Modeling IEL Indicador de Desempenho que mede o Índice de Adequação do Local do Evento do Fórum IES Instituição de Ensino Superior MEC Ministério da Educação MP Metodologia de Modelagem de Processos MPE Micro e pequena empresa P Saída do Processo PI Indicador de Desempenho que mede o Índice de Incidentes ocorridos no Fórum Acadêmico PP Indicador de Desempenho que mede o Índice de Pedidos no Prazo RE Modelo “A Remo” RQP Indicador de Desempenho que mede o Índice de Reclamações dos clientes quanto aos Pedidos Servpro Serviço e Processo SP Subprocesso TPM Total Productive Maintenance LISTA DE ACRÔNIMOS BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15 1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA .................................................... 16 1.2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ......................................................................... 16 1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 18 1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 18 1.3.2 Objetivos Específicos........................................................................................ 18 1.4 ESTRUTURA DE DISSERTAÇÃO...................................................................... 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 20 2.1 PROCESSO ........................................................................................................ 20 2.1.1 Processos e Subprocessos............................................................................... 22 2.1.2 Estruturas Verticais Versus Estruturas Horizontais........................................... 24 2.2 GESTÃO POR PROCESSOS ............................................................................. 26 2.2.1 A Gestão Por Processos e a Relação entre Clientes e Fornecedores.............. 34 2.2.2 Cadeia de Valor e a Gestão por Processos ...................................................... 36 2.2.3 Fatores Críticos de Sucesso na Implantação da Gestão Por Processos .......... 37 2.2.4 Introdução e Desenvolvimento de Metodologias de Gestão por Processos ..... 39 2.2.4.1 Metodologia para o Desenvolvimento e Implementação dos Processos Administrativos nas Empresas (DI) ........................................................................... 39 2.2.4.2 Técnica Servpro .......................................................................................... 44 2.2.4.3 Modelo “A Remo” (RE)................................................................................ 46 2.2.4.4 Metodologia de Modelagem de Processos (MP)......................................... 49 2.2.5 Características da micro e pequena empresa (MPE) e a compatibilidade das metodologias de gestão por processos ..................................................................... 53 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................. 57 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................... 57 3.2 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................ 59 3.3 UNIVERSO DE PESQUISA E AMOSTRA .......................................................... 61 3.3.1 Tamanho da Amostra da Pesquisa com Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPE) da Região de Curitiba..................................................................................... 62 4 MÉTODO PROPOSTO PARA GESTÃO POR PROCESSOS.............................. 65 4.1 VISÃO GERAL DO MÉTODO PROPOSTO ........................................................ 65 4.1.1 Fase 1: Conhecimento do Processo ................................................................. 67 4.1.2 Fase 2: Análise do Processo ............................................................................ 73 4.1.3 Fase 3: Otimização do Processo ...................................................................... 76 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS.......................................... 79 5.1 RESULTADOS OBTIDOS SOBRE O CONHECIMENTO EM GESTÃO POR PROCESSOS............................................................................................................ 79 5.1.1 Resultados da Pesquisa com Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPE) da Região de Curitiba..................................................................................................... 80 5.2 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS NAS ORGANIZAÇÕES DE SERVIÇOS ............................................................................ 84 5.2.1 Fase 1: Conhecimento do Processo ................................................................. 85 5.2.2 Fase 2: Análise do Processo ............................................................................ 98 5.2.3 Fase 3: Otimização do Processo .................................................................... 109 5.3 AVALIAÇÃO DO MÉTODO PROPOSTO ......................................................... 115 5.3.1 Comparação das características das metodologias estudadas e do método proposto .................................................................................................................. 115 5.3.2 Pontos fortes e fracos do método proposto .................................................... 117 5.3.2.1 Pontos fortes do método de gestão por processos ................................... 118 5.3.2.2 Pontos fracos do método de gestão por processos .................................. 118 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES .......................................... 119 6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 119 6.1.1 Considerações sobre a Pesquisa com Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPE) da Região de Curitiba................................................................................... 119 6.1.2 Considerações sobre a aplicação do método proposto de gestão por processos nas organizações de serviços ................................................................................. 120 6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................ 122 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 123 APÊNDICE A ........................................................................................................ 127 APÊNDICE B ........................................................................................................ 132 APÊNDICE C ........................................................................................................ 134 APÊNDICE D ........................................................................................................ 136 15 1 INTRODUÇÃO A micro e pequena empresa tem uma contribuição acentuada na economia, pois está presente em todos os seus ramos. Está situada próxima ao seu mercado consumidor e, por isso, é sensível às oscilações econômicas. Porém, possui como característica fundamental a indefinição entre a pessoa física do proprietário e a jurídica em termos contábeis e financeiros (LIMAS, 2009). Geralmente utiliza mãode-obra pouco ou não qualificada e não está propensa a correr riscos. Mas, como toda empresa, é um conjunto de processos, distribuídos pelos departamentos. Então, entender os processos destas empresas, é compreender como as organizações executam suas atividades, identificando problemas, gargalos e ineficiências (OLIVEIRA, 2007; KRAJEWSKI, 2009). Gerenciar seus processos é auxiliar na redução de custos e tempos de ciclos, melhorias na qualidade geral da organização e, principalmente, melhorar o atendimento ao cliente, aumentando a sua satisfação e dos funcionários das organizações (COSTA, 2009), ampliando sua competitividade. Durante o gerenciamento de processos podem-se utilizar metodologias que auxiliem o gestor a mapear e entender seus processos, documentá-los, identificar os problemas e sugerir melhorias para sua otimização (OLIVEIRA, 2007 ; DE SORDI, 2008). Desta forma, com base no estudo sobre algumas metodologias e técnicas sugeridas para a gestão dos processos organizacionais observou-se que as metodologias atuais sugerem a utilização de um especialista em processos, pois necessitam de conhecimento em simbologia especifica, atuação em equipe, com comando e liderança, delegação de tarefas e investimento em ferramenta de automação. A gestão deve ter base cientifica, focado em treinamento e com propensão a corre riscos calculados. O tema central desta pesquisa é a gestão por processos em micros e pequenas organizações de serviço. Este trabalho propõe um método para gerir processos em micro e pequena empresa de prestação de serviços. Devido às características destas organizações, como administração familiar, centralizada não profissional, informalidade, falta de recursos, imaturidade organizacional, sistema simples de informações, as decisões 16 intuitivas, grande poder do proprietário-dirigente e dependência de certos empregados, este método deve ser de entendimento fácil para todos os integrantes da organização em estudo. 1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA A transformação das empresas de uma estrutura verticalizada, hierarquicamente gerenciada, organizada em departamentos, para uma estrutura horizontal, gerenciada por processos, é uma obrigação das organizações, que desejam estar à frente de seus concorrentes (HAMMER; CHAMPY, 1994). O mercado globalizado e competitivo não permite mais que as empresas fiquem estruturadas com vários níveis hierárquicos e ineficientes (OLIVEIRA, 2007). Assim, o gestor deverá enfrentar este desafio para continuar competitivo no mercado. Para que, esta atividade possa ser realizada em qualquer organização e com fácil aceitação é necessário que exista uma técnica de gestão por processos, que gere a possibilidade aos gestores de visualizar esta transformação organizacional e o alcance da meta de atendimento ao cliente com simplicidade e baixo custo. Então, a questão que estimulou a execução deste trabalho foi: como possibilitar ao gestor da micro e pequena empresa implantar a gestão por processos em sua organização? 1.2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA Nas décadas de 1950 e 1960 os gestores estavam preocupados com a capacidade operacional da organização, pois a demanda estava em crescimento. Se não fosse possível atendê-la, a empresa poderia perder mercado. A maioria das organizações estava estruturada em pirâmide, pois era fácil ajustar para atender o aumento da demanda, acrescentando trabalhadores à base e completando com cargos gerenciais, possibilitando a facilidade de planejamento e 17 controle. Com o crescimento das organizações, os processos globais se tornaram complexos e os níveis intermediários de gerentes se ampliaram, aumentando a distância entre a alta gerência e os seus clientes, tornando difícil entender suas necessidades (HAMMER;CHAMPY, 1994). As organizações, sejam de prestação de serviços ou fabricação de produtos, estão inseridas num competitivo ambiente de negócios. Os clientes não admitem que seus fornecedores cometam erros, pois estão de posse de muitas alternativas de consumo. As empresas não podem manter negócios e operações ineficientes e de alto custo. Assim, as organizações necessitam rever seus negócios, sua forma de administrar e a visualização de seus clientes e fornecedores. É necessário um grande enfoque no nível de serviço no atendimento ao cliente. E neste ambiente de negócios, verificado a partir da última década do século XX, que o tempo entre transações está se tornando cada vez mais curto e que propiciou também, sensível redução de tempo e espaço entre a gestão das empresas e seu público consumidor, entre a gestão das empresas e seus parceiros e fornecedores, mostrando as fraquezas dos modelos de gestão empresarial utilizados, todos fortemente direcionados e especializados às áreas funcionais das organizações (visão funcional) (DE SORDI, 2008, p.15). Os empresários e gestores estão envolvidos no seu dia a dia com os problemas de fornecedores, materiais, pessoal, clientes etc. e obviamente, não há disponibilidade de tempo para pensar na mudança em gestão dos negócios, inclusive se as novas técnicas e sistemáticas administrativas possuírem aspectos de complexidade e alto custo de implantação. Todas as organizações serão obrigadas a se transformarem por iniciativa própria ou terão que correr atrás do prejuízo, pois o mercado globalizado e competitivo não permite mais empresas ineficientes (OLIVEIRA, 2007, p.26). É este o desafio que os gestores estão enfrentando para se manter competitivos no mercado. Mas para que isto ocorra, as pessoas na organização devem entender sua posição, em relação aos clientes externos e qual sua importância no processo. Este estudo teve a finalidade de desenvolver um método de gestão por processos, para ser utilizado em micros e pequenas empresas, permitindo a identificação, o estudo e melhoria de seus processos. Será aplicado o objeto deste estudo em empresas de serviços para validá-lo 18 através da observação dos resultados obtidos. As grandes organizações possuem sua estrutura própria de gestão por processos, com equipes estruturadas e em constante aprendizado. Mas, as organizações menores, como as de prestação de serviço, não possuem estas condições, necessitando também promover melhorias constantes e redução de custos, para serem competitivas. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral Propor um modelo adaptado às micros e pequenas empresas para auxiliálas à introdução da gestão por processos. 1.3.2 Objetivos Específicos Identificar as características das micros e pequenas empresas; Comparar metodologias e técnicas de gestão por processos propostas por outros autores; Definir as abordagens relevantes destas metodologias e técnicas para as micros e pequenas empresas; Utilizar ferramentas de mapeamento de processos adequadas para as micros e pequenas empresas; Aplicar o método proposto de gestão por processos em duas organizações de prestação de serviços; 1.4 ESTRUTURA DE DISSERTAÇÃO O trabalho está estruturado em seis capítulos. O capítulo 2 apresenta a fundamentação teórica desta pesquisa, abrangendo: processo e subprocessos; consequências nos processos influenciadas pela organização; estruturas verticais versus estruturas horizontais; gestão por processos; a gestão por processos e a 19 relação com clientes e fornecedores; cadeia de valor e a gestão por processos; fatores críticos de sucesso na implantação da gestão por processos; introdução e desenvolvimento de metodologias de gestão por processos; características de micro e pequena empresa (mpe) e a compatibilidade das metodologias de gestão por processos. O capítulo 3 descreve os procedimentos metodológicos apresentando a metodologia, a classificação e o universo da pesquisa. O capítulo 4 narra a proposta de um método de gestão por processos considerando a visão geral do método proposto. O capítulo 5 relata os resultados da aplicação da metodologia envolvendo duas organizações de serviços; análise e discussão dos resultados obtidos e os pontos fortes e fracos do método proposto. O capítulo 6 apresenta as considerações finais com base no objetivo da pesquisa e recomendações para trabalhos futuros. 20 2 REFERENCIAL TEÓRICO Este capítulo apresenta os principais conceitos sobre processos e gestão por processos. É dado ênfase na relação cliente e fornecedor, nos fatores críticos de sucesso e sua importância na gestão por processos. Também são citadas as características das pequenas e microempresas e como estão atuando em relação ao gerenciamento dos seus processos. Por fim, são apresentadas algumas metodologias de gestão por processo. 2.1 PROCESSO O processo é um conjunto de atividades repetitivas e logicamente interrelacionadas, envolvendo pessoas, equipamentos, procedimentos e informações que, quando executadas, transformam entradas em saídas, agregam valor e produzem bons e aproveitáveis resultados para os clientes externos e internos da organização (KRAJEWSKI, 2009; DE SORDI, 2008, OLIVEIRA, 2007, DAVENPORT, 1994; HAMMER; CHAMPY, 1994; MOTTA, 1995). Toda atividade importante realizada nas empresas está incluída em algum processo, pois não existe um produto ou um serviço oferecido por uma empresa sem um processo de negócios (GONÇALVES, 2000a, p.7). Os processos não estão definidos para atuarem isoladamente, mas para serem aplicados em estruturas organizacionais interagindo entre si, utilizando centros de competência e equipes multidisciplinar, o que possibilita o conhecimento de forma holística (OLIVEIRA; 2007). Um processo pode ter seu próprio conjunto de objetivos e envolver um fluxo de trabalho que cruze fronteiras departamentais, necessitando de recursos de vários departamentos sendo algumas etapas projetadas para atividades de rotina, enquanto outras são constituídas para o trabalho personalizado (KRAJEWSKI, 2009, p.6). Desta forma, as organizações necessitam rever seus negócios, sua forma de administrar e visualizar seus clientes e fornecedores. O tempo é o elemento determinante no sucesso destas transações (OLIVEIRA, 2007, p.21). Além de 21 atender ao cliente, é necessário um enfoque no seu nível de serviço. Mas, para que isto ocorra, as pessoas dentro da organização devem entender onde estão situadas em relação aos clientes externos e qual sua importância no processo. A principal condição para que o processo de negócio seja integrado é entender a empresa na sua totalidade e assim transpor as barreiras organizacionais, adquirindo o conhecimento de organização por processos, sobrepondo o entendimento de hierarquia funcional (DA SILVA; PEREIRA, 2006). O trabalho deve ser desenvolvido baseado em processos e nas pessoas que o exercem (HAMMER; CHAMPY, 1994). Estas assumem o controle com autonomia e poder para tomar as decisões adequadas e se responsabilizam pelas atividades a serem executadas, pois o trabalho não é modificado, mas exercido de forma conjunta por toda a organização. Gonçalves ressalta: “O fluxo de trabalho é apenas um dos tipos de processo empresarial, talvez aquele em que as atividades são mais interdependentes e realizadas numa sequência específica. Essa definição estrita deixa de fora os processos que não têm início e fim claros ou cujo fluxo não é bem definido. Às vezes, alguns desses processos têm impacto maior que os demais na própria viabilidade da empresa, como aqueles ligados à sucessão na empresa, ao desenvolvimento dos gerentes e à avaliação do desempenho do pessoal.” (GONÇALVES, 2000a. p.7). As organizações estão inseridas em um ambiente competitivo, exigindo que haja estratégias agressivas e arrojadas, conhecidas por todos dentro da organização, para suplantar a concorrência (KRAJEWSKI, 2009, DAVENPORT, 1994; HAMMER; CHAMPY, 1994). As empresas não estão mais competindo localmente, mas com concorrentes globais, que estão localizados em qualquer parte do mundo, adquirindo materiais e fornecendo seus produtos globalmente. Então, o entendimento dos processos essenciais da organização contribui para que a empresa desenvolva as suas estratégias. Também, possibilita o entendimento de sua missão e competências para superar a concorrência e se perpetuar no mercado. As grandes organizações estão utilizando seus recursos para, explicitamente, focar sua atenção na concepção e gestão de seus processos (SMART; MADDERN; MAULL, 2008, p.3). Para Gonçalves (2000a, p.8), nos processos estão todos os trabalhos essenciais realizados nas empresas, assim não há um produto ou um serviço oferecido pelas organizações sem um processo 22 empresarial. Os processos essenciais devem ser conhecidos por todos da organização. Assim, é necessário definir processos simples e empresas definidas por processos, para poder atender as demandas de qualidade, atendimento, custos baixos e flexibilidade (HAMMER; CHAMPY, 1994, p.38). 2.1.1 Processos e Subprocessos Todas as organizações podem ser identificadas como um conjunto de processos, mesmo aquelas que estão estruturadas por departamentos e são hierarquicamente definidas, independente de seu porte e ramo de negócio. A hierarquia dos processos depende do nível de detalhes que se deseja analisar. Gonçalves (2000b, p.10) afirma que o conceito de processo é válido para qualquer nível da organização. Os processos nas organizações são estruturados seguindo a arquitetura apresentada na figura 1 (SMART; MADDERN; MAULL; 2008). Os macroprocessos possuem processos; os processos possuem subprocessos, os quais possuem atividades. Por fim, as atividades possuem tarefas e assim por diante. Macro Processos Subprocessos Atividades Figura 1 – Hierarquia dos Processos. Fonte: Adaptado de De Sordi (2008, p.60). Os macroprocessos são processos básicos e fundamentais da organização, que a descrevem de forma geral e podem ser constituídos de microprocessos alocados pelos departamentos funcionais (JURAN, 1992). E, devem ser eficazes, eficientes, adaptáveis, mensuráveis, controláveis e formalizados. 23 Macroprocessos são divididos em processos os quais podem ser formados por subprocessos, também chamados de microprocessos, que são partes menos complexas ou menores. Os subprocessos são divididos em outros subprocessos ou em atividades para simplificar a sua compreensão por parte de todos na organização. Ou seja, o conceito de subprocessos possibilita o entendimento das interconexões de atividades na organização, a forma como interagem os insumos e os resultados de cada processo. Ressalta-se que um processo complexo necessita ser repartido em seus subprocessos e seu mapeamento deve orientar todos os participantes de sua constituição e interligação (DAVENPORT, 1994, p.34). É importante considerar que, uma pessoa ou um departamento talvez não execute todas as partes do processo ou, fases diferentes podem exigir habilidades diferentes (KRAJEWSKI, 2009, p.05). A contribuição mais significativa da arquitetura (hierarquia) de processos é a de introduzir uma linguagem e conceitos fundamentais de processo focando nas necessidades do cliente (SMART; MADDERN; MAULL, 2008, p.12). As organizações necessitam distinguir entre os processos de negócio e de suporte, para ter condições de identificar os seus processos essenciais. Então, serem capazes de dividi-los em subprocessos. A figura 2 apresenta a classificação de processos empresariais e suas principais características, classificando-os em processos de negócios, organizacionais e gerenciais (GONÇALVES, 2000a). Os processos de negócios possuem a característica de mostrar a atuação da empresa, são apoiados por outros processos internos. Resultam no produto ou serviço ao cliente, possuem a capacidade de lhes agregar valor. São característicos para a organização em que estão inseridos e diferem em outras organizações. Assim, devem estar baseados nas necessidades dos clientes e serem revistos e atualizados para melhorar seu nível de serviço. Os processos organizacionais são internos à organização, possibilitando o seu adequado desempenho e apóiam os processos de negócios. Os processos gerenciais possibilitam o gerenciamento organizacional, direcionando a empresa ao alcance de suas metas estratégicas. Os processos organizacionais e gerenciais são de suporte e geram informação e decisão à organização (GONÇALVES, 2000a). 24 Figura 2 – Classificação Geral dos Processos Empresariais. Fonte: Gonçalves (2000a). Os processos organizacionais são internos à organização, possibilitando o seu adequado desempenho e apóiam os processos de negócios. Os processos gerenciais possibilitam o gerenciamento organizacional, direcionando a empresa ao alcance de suas metas estratégicas. Os processos organizacionais e gerenciais são de suporte e geram informação e decisão à organização (GONÇALVES, 2000a). Para Krajewski (2009, p.06) há uma classificação diferente para os processos: “Processos Essenciais (core process) – é uma cadeia de atividades que entrega valor a clientes externos e Processos de Apoio – provêem recursos e insumos vitais aos processos essenciais e são vitais para a gestão da empresa”. 2.1.2 Estruturas Verticais Versus Estruturas Horizontais A verticalização, baseado na Administração Científica, disseminou as estruturas verticais hierárquicas organizacionais nas empresas, com visão fragmentaria e estanque da interação entre superiores e subordinados e suas obrigações, provocando a especialização que separou o trabalho em funções, levando as empresas a se afastarem de seus objetivos de negócios (DAVENPORT, 1994; DE SORDI, 2008). 25 Para Hammer e Champy (1994), nas empresas funcionais, as áreas afins estão alocadas em uma divisão funcional, consumindo energia em demasia para a tomada de decisões através da estrutura organizacional. As estruturas funcionais sempre funcionaram com perfeição dentro da hierarquia organizacional, buscando a maximização dos lucros com redução de custos. Todos os departamentos respondem ao seu superior hierárquico, que possui suas próprias metas. Porém, sem a visão holística do processo, que fica sob a responsabilidade da diretoria. De Sordi comenta: “A busca de excelência pelos “silos funcionais” resolvia problemas localizados, não abrangendo as questões estruturais da organização. Observou-se que desempenhar diversas funções com excelência não implicava obrigatoriamente na satisfação do cliente final, pois muitos dos problemas residiam na comunicação e na interação de trabalho entre as diversas áreas funcionais, problemas apontados como “lacunas organizacionais” ou “áreas nebulosas”, pouco compreendidas e gerenciadas pelas organizações” (DE SORDI, 2008, p.20). Assim, percebe-se que, a organização necessita se modernizar e buscar novas alternativas para atender as necessidades do cliente e para se manter competitiva no mercado atual. A gestão funcional não é adequada ao modelo de organização de trabalho das empresas e este é um problema que se agravará, pois as organizações estão se movendo ao modelo de trabalho com visão nos processos de forma intensiva (DE SORDI, 2008, p.16). As organizações precisam alterar suas práticas de gestão, se modernizar, entender as necessidade e expectativas de seus clientes e integrar todas as suas áreas paulatinamente (KRAJEWSKI, 2009; DE SORDI, 2008). Além de, desenvolver intensamente uma estrutura de serviços, que mantenha o cliente sempre satisfeito. Segundo Gonçalves: “Geralmente, mudar a estrutura organizacional da empresa de um modelo funcional para uma estrutura por processo implica: Atribuir a responsabilidade pelo andamento de cada processo essencial a um process owner; Minimizar os deslocamentos de pessoas e as transferências de material (para reduzir esperas, erros e cruzamento de fronteiras), organizando as atividades ao longo de processos, e não por funções; Maximizar o agrupamento das atividades, empregando equipes multifuncionais e pessoal polivalente; Diminuir o gasto de energia por meio de atividades como, por exemplo, reunir as partes da empresa em um menor número de locais ou empregar maciçamente os recursos de tecnologia de informação para reduzir o 26 transporte, a armazenagem e o deslocamento dos recursos e materiais empregados nos processos essenciais. (GONÇALVES, 2000b).” Embora as empresas possam estar organizadas e estruturadas em relação a sua missão e objetivos, a sua grande maioria não se define como uma empresa organizada por processos. E, muitas vezes, não percebem a interação que há entre as várias áreas da empresa. Para Smart, Maddern e Maull (2008, p.07), os responsáveis pelos processos trabalham em equipes multifuncionais, focados no nível de serviço aos clientes. Enquanto que a gestão funcional utilizada na organização tradicional é direcionada para os seus propósitos departamentais. Esta ambiguidade é uma fonte potencial de conflitos, pois os gestores por processos possuem objetivos diferenciados dos gestores tradicionais. Logo, é necessário amadurecer a idéia de processos e envolver todas as pessoas da organização, fazendo-os entender que todos estão inseridos em algum processo organizacional. A qualidade dos processos internos está diretamente relacionada com o sucesso organizacional (BERTUCCI, 2005, p.14). Os processos devem estar sincronizados com os objetivos dos gestores para que a empresa tenha condições de sobreviver. Davenport (1994) considera que a estrutura de processos possibilita uma visão dinâmica da produção de valor que a organização oferece ao seu cliente. Enfatiza que a pressão competitiva e os clientes impulsionam as empresas para melhorar seus processos. E, assim, visualizar os desejos do cliente, fabricando somente o essencial, através de uma coordenação eficiente e conjunta com os departamentos de marketing e vendas. Porém, as organizações possuem muitas questões internas que podem gerar algumas consequências para a administração de processos (OLIVEIRA, 2007). Estas questões e suas consequências estão apresentadas no Quadro 1. 2.2 GESTÃO POR PROCESSOS Os processos podem e devem ser tratados como sistemas internos à organização e também, externos com interação entre sistemas de outras empresas que desenvolvem suas atividades em parceria com a organização (DAVENPORT, 27 1994; KRAJEWSKI, 2009; DE SORDI, 2008). Questões Internas a) Desenvolvimento e aplicação de estruturas voltadas para os resultados. b) Desenvolvimento e aplicação de estruturas flexíveis e ágeis. c) Adequação das atividades de apoio das empresas. d) Desenvolvimento e aplicação de estruturas organizacionais baseadas em interações e compreensões mútuas, bem como nas responsabilidades. e) Consolidação de um novo perfil de executivos. f) Desenvolvimento dos trabalhos em equipe, principalmente multidisciplinares. g) Desenvolvimento do processo de terceirização. h) Aumento da flexibilidade empresarial, tanto nos níveis estratégico, organizacional ou de processos. Consequências As tradicionais organizações hierarquizadas estão em desuso e estão dando lugar para as estruturas voltadas para os resultados e os clientes, como as estruturas por processos. As empresas estão procurando se aproximar de itens do processo, pois estão focadas no individuo, que é o ponto fundamental de consolidação do processo decisório. Estas atividades devem ser programadas e organizadas para atender às necessidades e às expectativas das atividades fim da organização. Mas, a tendência tem sido de descentralização de atividades operacionais das unidades de apoio que são alocadas nas unidades fim da empresa, assim facilitando que a empresa fique mais voltada para as necessidades do mercado. Porque as estruturas atuais estão ficando sem finalidade. Devem estar mais envolvidos com o ambiente da empresa e com maiores responsabilidades, sempre voltados para o cliente, auxiliando a empresa a encontrar o equilíbrio entre as mudanças ambientais e internas, com o intuito de alavancar e consolidá-la no mercado. Estes executivos alteram sua função de comando e controle para o de treinamento de seus subordinados, que tomarão suas próprias decisões. Cada membro foca em seu aperfeiçoamento contínuo, não faz seu julgamento pessoal, auxilia a sinergia de conhecimentos, conhece e influencia os processos, compartilha a importância do trabalho em equipe e aprende a pensar e atuar de forma holística. E as equipes multidisciplinares terão um papel fundamental de gerenciamento. Deverá ter a aceitação de todos os envolvidos, pois é um novo desafio organizacional, que solicitará profissionais com novas visões e ações, sendo que o importante diferencial da terceirização são as parcerias e o amplo conhecimento do ambiente das empresas participantes. Com a utilização de instrumentos administrativos que proporcionem a integração entre todos os sistemas da organização. Quadro 1 – Questões Internas às Organizações e suas Consequências. Fonte: Adaptado de Oliveira (2007). 28 Um sistema é “um conjunto de elementos interconectados cuja transformação em uma de suas partes influencia as demais. Originário do grego, o termo “sistema” significa combinar, ajustar, formar um conjunto” (DE SORDI, 2008, p.12). A gestão de processo pode ser definida como (OLIVEIRA; 2007, p.58): “O conjunto estruturado e intuitivo das funções de planejamento, organização, direção e avaliação das atividades sequenciais, que apresentam relação lógica entre si, com a finalidade de atender e, preferencialmente, suplantar, com minimização dos conflitos interpessoais, as necessidades e expectativas dos clientes externos e internos das empresas.” Então, os processos devem ser gerenciados e melhorados como sistemas, utilizando a gestão de processo. Isto possibilita a visão holística do negócio, dando condições do gestor observar além de suas fronteiras processuais. Para Netto (2004, p.02), a gestão por processos possibilita o fornecimento de valor aos clientes, com a definição de objetivos, metas e monitoramento do desempenho. Com isto, proporciona-se a melhoria contínua dos processos. É necessária a figura de um gestor para gerenciar os processos. Hammer e Champy (1994, p.17) consideram que, se não houver um responsável pela supervisão do processo completo, individualmente não haverá responsáveis, o que torna alta a probabilidade de erros, pois muitas pessoas agem separadamente na execução das atividades do processo. A gestão de processo sendo introduzida em uma organização pode ser utilizada como base para a melhoria contínua dos processos produtivos, ampliando os níveis de eficiência e reduzindo as perdas e em consequência, maximizando os lucros (LOPES, 2008, p.02). Tanto que, para Mororó (2008, p.40), a melhoria dos processos simplifica-os, elimina etapas, fazendo-o com maior eficiência. E, resulta em eliminação dos erros e redução de custos. Mas, Gonçalves (2000b, p.15) enfatiza que as empresas de qualquer tamanho, tipo e área de atuação podem ser reestruturadas para se organizarem por processos. Então, o gestor deve focar na administração de seus processos. Pois, a gestão por processos de negócios possui uma administração direcionada ao cliente final, desenvolvendo autonomia gerencial para a tomada de decisão nas pessoas participantes dos processos. Faze-os mais produtivos, mais qualificados, reduzindo custos operacionais (DE SORDI, 2008, p.28). 29 E Netto (2004, p.37) apresenta a gestão por processos como estando relacionada às estratégias competitivas e à cultura organizacional, gerando aumento de competitividade organizacional, como pode ser observado no Quadro 2. A gestão por Relacionamento com a Implicações processos Implica em Estratégia competitiva Melhor entendimento do funcionamento da organização. Permite a definição adequada de responsabilidades. Utilização eficiente dos recursos à prevenção e solução de problemas. A eliminação de atividades redundantes. Identificação clara dos clientes e fornecedores. Atuar com eficiência nos recursos. Eficácia nos resultados. Capacidades valorizadas pelos clientes. Possibilita Estratégia competitiva Prove meios Estratégias Implica em Eficácia Promove Cultura organizacional Gerenciar os processos interrelacionados. Controle contínuo sobre a ligação entre os processos. Integração da organização. Permite Cultura organizacional Melhor definição de responsabilidades. Quadro 2 - Gestão por Processos Relacionada às Estratégias Competitivas e Cultura Organizacional Fonte: Adaptado de Netto (2004). Mesmo com a conscientização dos benefícios citados anteriormente, para Smart, Maddern e Maull (2008, p.03), o setor de serviços embora esteja cada vez mais dominando o cenário empresarial, continua a ser relativamente inexplorado pelas comunidades de pesquisa. Dentro desta área, a gestão de processo atrai grande atenção, mas, ainda sofre falta de clareza teórica. E, Juran (1992, p.81) acrescenta que, na visão do cliente, os serviços devem ser realizados rapidamente. Isto gera uma necessidade imediata, porém, se torna crítica por estar diretamente lidando com o cliente. É preciso notar que as organizações estruturadas por processo, não necessariamente estão sendo geridas por processos. O inverso também é verdadeiro, sendo frequentemente gerida por idéias ultrapassadas, normalmente de estruturas departamentalizadas (GONÇALVES, 2000b, p.13). Logo, é importante que haja o rompimento das idéias antigas e se inicie um movimento de modernização da empresa, não somente nas estruturas e no papel, mas também na mente das pessoas, inclusive porque o desafio de implementar sistemas de gestão efetivos ainda continua atual (BERTUCCI, 2005, p.11). 30 Segundo Oliveira (2007, p.67), a falta de metodologias estruturadas de gestão por processos dificulta a sua consolidação como instrumento administrativo de qualidade, o que faz o gestor pensar se realmente é necessária a aplicação da administração de processos. Mas, não basta identificar, mapear e descrever os processos, é necessário criar possibilidades para a melhoria, preferencialmente contínua. Paladini (1995, p.96) comenta que, como a política de qualidade determina a atuação no mercado, o nível de tecnologia utilizado, a qualificação das pessoas envolvidas etc., influenciará diretamente na definição e estruturação dos processos. Antes, porém, Juran (1992, p.376) enfatiza que, será necessário entender as necessidades dos clientes para satisfazê-lo. Então, coloca as seguintes indagações que devem estar sempre à frente dos estudos sobre o cliente: a) Como o cliente utiliza os produtos e serviços do processo? b) Qual a visão do cliente em relação à importância de suas necessidades? c) Qual a diferença entre as percepções do cliente e do processo? É importante ainda medir o desempenho do processo através de indicadores, com o intuito de verificar a evolução gerada pelas melhorias. Então, os responsáveis pelos processos, de posse dos recursos necessários, administram o desempenho do processo, frequentemente independente da estrutura organizacional formal (SMART, MADDERN, MAULL; 2008, p.7). Apesar de haver necessidade de controles na organização, somente são utilizados quando viáveis economicamente (HAMMER; CHAMPY, 1994, p.43). E, para compreender os resultados obtidos, Borchardt, Sellitto e Pereira, (2007, p.308) comentam que, a pesquisa deve ser baseada por teorias e princípios direcionados para a busca da melhoria dos processos. Paladini (1995, p.71) acrescenta que, quando há a utilização da melhoria contínua, a avaliação deve ser constante, porém estruturada. O enfoque deve ser dado aos processos críticos, quando há a iniciativa para a melhoria contínua, para não desperdiçar energia, tempo e recursos da organização (DAVENPORT, 1994, p.41). A gestão por processos pode se basear em outras teorias e técnicas como Produção Enxuta (Lean Manufacturing), Teoria das Restrições, Gestão da Qualidade Total (Total Quality Management), Seis Sigma, entre outros, para alcançar os resultados positivos que seus objetivos almejam. Inclusive, Smart, Maddern, e Maull 31 (2008, p.3), sugerem que, o impacto da implantação da gestão por processos no desempenho operacional de uma empresa deverá ser medido através da avaliação sobre as melhorias que produzirem no desenvolvimento dos processos de negócio. Para Gonçalves: A importância dos processos essenciais na gestão das empresas vai da identificação e definição desses processos, passa pelo aperfeiçoamento de tais processos, pela priorização deles na gestão da empresa como um todo e chega até a redefinição da estrutura organizacional e do funcionamento da empresa em função dos seus processos básicos (GONÇALVES, 2000b, p.12). Antes de pensar em implantar a gestão por processos, algumas questões relevantes devem ser levantadas (KRAJEWSKI, 2009; DE SORDI, 2008; OLIVEIRA, 2007, DAVENPORT, 1994; HAMMER; CHAMPY, 1994; PALADINI, 1995; GONÇALVES, 2000b): a) Quais a(s) área(s) deverão adotar esta forma de gestão? b) Como conciliar a gestão por processo com o modelo de estrutura organizacional? c) Quais as atribuições e papéis das equipes de processo nesta iniciativa? d) Qual o dimensionamento ideal destas equipes para a execução e o controle dos processos? e) Qual o suporte adequado de ferramentas de tecnologias? f) Quais os tipos de indicadores de desempenho a serem utilizados para monitorar e controlar os processos? g) Quais são a integração e interdependência entre os processos? Existem cinco temas chaves que deverão estar em estreita relação com as questões citadas anteriormente, para o gerenciamento de processos: estratégias de processos, arquitetura dos processos, definição dos donos dos processos, medição dos processos e melhoria de processos (Figura 3) (SMART, MADDERN, MAULL, 2008, p.4). Para Hammer e Champy (1994), surgem as seguintes funções quando as organizações aplicam a gestão por processos: a) Líder, que é exercido por um gestor da alta cúpula, com influencia, que sugere a transformação radical da organização. É visionário e motivador. b) Dono do processo, exercido por um gerente responsável de um determinado processo, com prestígio, credibilidade e influência na 32 organização. Deve ser respeitado, voltado para mudanças, tolerante nas adversidades e ambiguidades. Deve ainda, ser motivador, inspirador e aconselhar adequadamente sua equipe. Gestão Consciente de Processos Componentes Conceituais Componentes de Aplicação Estratégias de Processo Arquitetura do Processo Medição do Processo Dono do Processo Gestão de Macroprocessos Melhoria de Processo Figura 3 – Estrutura Integrada de Gestão por Processos. Fonte: SMART, MADDERN, E MAULL (2008, p.13). c) Equipe de processos, composta por pessoas dedicadas à reengenharia de um processo. Deve diagnosticar, supervisionar e implantar novos processos ou melhorias no existente. Necessitam ser autogerenciáveis, em que o dono do processo é seu cliente, trabalhar focada à sua meta. d) Comitê geral, composto por gerentes de alto nível, com a função de estabelecer as estratégias da gestão por processos e monitorar o seu desempenho e progresso. A melhoria de processos se dá através da implantação da qualidade no processo e com a utilização de ferramentas da qualidade, que são classificadas em três grupos, como a seguir (PALADINI, 1995): a) Ferramentas tradicionais que, a partir do conhecimento do processo, desenvolvem-se ações para melhorá-lo: Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa), Histogramas, Gráficos de Controle, Folhas de Checagem, Gráficos de Pareto, Fluxogramas e Diagramas de Dispersão. b) Ferramentas baseadas em novos sistemas de produção que, a partir da organização do processo, desenvolvem-se ações para melhorá-lo: Perda Zero, Células de Produção, Kanban, TPM (manutenção produtiva total), Círculos da Qualidade, Qualidade na Origem. JIDOKA (Autocontrole – autonomação), 33 c) Novas Ferramentas que, a partir da otimização do processo, propiciam as melhorias: Diagrama - Matriz (representação de ações, responsabilidades, propriedade ou atributos interrelacionados); Matriz de Análise de Dados (visualização de um conjunto de variáveis que interferem em um processo); Diagrama Seta (programação de execução de atividades); Diagrama de Dependência (Separação de causa e efeitos e relação entre eles); Diagrama Árvore (determinação de métodos e formas para atingir um objetivo fixado); Diagrama de Similaridade (definição de níveis de similaridades entre informações de um processo); Diagrama de Programação de Decisão (determinação, eliminação ou minimização da ocorrência de problemas inesperados no processo, proveniente de uma tomada de decisão). Figura 4 – Os Estágios de Evolução para a Organização por Processos. Fonte: GONÇALVES (2000b). A figura 4 mostra os vários estágios de evolução das empresas que estão buscando se transformarem em uma organização por processo. Será necessário 34 posicionar a empresa em um destes estágios, antes de iniciar as atividades de gestão por processos, pois é importante entender a situação atual da organização em relação aos processos, para que se tenha uma idéia das atividades que deverão ser desenvolvidas, fazendo um planejamento adequado de tempo, recurso e esforço necessário (GONÇALVES, 2000b, p.19). A figura 5 detalha as ações que devem ser desenvolvidas nas empresas para se transformarem em uma organização por processos, conforme o estágio em que esta se encontra. Figura 5 – O que falta fazer para atingir uma Organização por processos. Fonte: GONÇALVES (2000b). 2.2.1 A Gestão Por Processos e a Relação entre Clientes e Fornecedores Os processos e as pessoas de uma organização possuem seus clientes. Uns são clientes externos, que atuam como usuários finais ou intermediários e, que adquirem os produtos ou serviços da empresa. Outros são clientes internos, que são 35 os funcionários ou processos que recebem insumos de outros e executam seu trabalho (KRAJEWSKI, 2009, p.05). Os clientes mudaram e estão mais exigentes atualmente, determinam aos fornecedores os produtos e serviços personalizados, adaptados à sua necessidade (HAMMER; CHAMPY, 1994, p.10). Comunicam o que, quando e como o querem e quanto estão dispostos a pagar por isso, ou seja, exigem um tratamento personalizado. O objetivo da gestão por processos é oferecer produtos e serviços que agreguem valor, o mais rápido que puder e com redução de custos, pois o preço pago é somente um ponto considerado pelo cliente (GONÇALVES, 2000b, p.10). Há grande quantidade de clientes com diferentes necessidades, exigindo múltiplas características dos processos (JURAN, 1992, p.23). Isto torna a tarefa de atendimento e satisfação ao cliente um item complexo. E, Davenport (1994) afirma que, a organização para adotar o ponto de vista do cliente, deve usar a abordagem de processo, o qual necessita ser projetado para satisfazer ao cliente. Qualquer melhoria deve ser baseada, também, nos seus objetivos. Todos os processos e todas as pessoas de uma organização dependem de fornecedores. Os fornecedores externos são outras empresas ou indivíduos que entregam recursos, serviços, produtos e materiais para a utilização em curto e longo prazo. Que devem ser tratados como clientes externos, pois necessitam receber realimentação constante (JURAN, 1992, p.53). Os processos possuem ainda fornecedores internos que são ou não funcionários, subprocessos ou processos que fornecem informações, recursos ou materiais essenciais para o processo cliente (KRAJEWSKI, 2009). As organizações têm obrigação de desenvolver parcerias permanentes com seus fornecedores, ou seja, necessitam trabalhar em cooperação, pois ambos possuem objetivos comuns (PALADINI, 1995). A integração com o processo deve ser unificada, considerando todos os fatores envolvidos, sendo externa em (PALADINI, 1995, p.73): a) Integração com Fornecedores Externos com avaliação prática, precisa e isenta do seu processo produtivo, antes da avaliação de seus produtos e material fornecido. b) Integração com Clientes fazendo-o participar do processo, dando 36 importância a sua opinião e necessidades. c) Integração com o Meio Ambiente preocupando-se com os recursos naturais e competitividade, para ampliar sua participação no mercado. 2.2.2 Cadeia de Valor e a Gestão por Processos Cadeia de Valor é um conjunto de ações ou processos interrelacionados que produz um serviço ou produto com valor para o cliente. A definição de cadeia de valor reforça a relação entre processos e desempenho, o que inclui a interação entre os processos internos de uma empresa e também o de seus clientes e fornecedores externos (KRAJEWSKI, 2009). A administração de cadeias de valor é baseada em administração de processo e estratégias de operações. O domínio dos processos garante seguramente a conquista de vantagens competitivas e a agregação de valor para os clientes (MORORÓ, 2008, p.39). O valor de um produto ou serviço é o quanto o cliente está disposto a pagar, desde que este atenda suas expectativas e necessidades (OLIVEIRA, 2007, p.47). E, para enfatizar este conceito, Paladini (1995, p.105) comenta que, quando a organização valoriza o cliente, todas as suas necessidades, conveniências e preferências são transformadas em objetivos fundamentais da empresa. E, baseado nas colocações anteriores, isto é conseguido com facilidade utilizando-se a visão por processos. As organizações internamente não se integram e, tão pouco, realizam a transferência de informações necessárias, deixando de desenvolver o conhecimento integrado entre os vários setores (MORORÓ, 2008, p.14). E, Tubino (2000, p.18) confirma as colocações de Mororó, quando cita que, as organizações têm o conhecimento que as barreiras funcionais necessitam ser eliminadas. Ressalta-se que os times de desenvolvimento de processos desafiam a forma original de um processo e procuram redesenhá-lo para reduzir as atividades que não agregam valor, proporcionando a integração entre as áreas internas (SMART; MADDERN; MAULL, 2008, p.07). 37 2.2.3 Fatores Críticos de Sucesso na Implantação da Gestão Por Processos Fatores críticos de sucesso são atividades ou ações vitais de um estudo ou projeto, cujo desempenho é fundamental que, quando não são considerados ou não são atendidos, provocam o insucesso, fazendo com que o processo não atinja os seus objetivos. A otimização dos negócios, da estrutura organizacional e/ou dos resultados empresariais e a consolidação dos produtos e serviços exigem várias análises de todos os componentes dos processos de negócios, especialmente nos fatores que se tornam críticos no momento de introduzir a gestão por processos dentro das organizações (OLIVEIRA, 2007, p.14). Lopes (2008), em seu artigo, indicou oito fatores críticos de sucesso para a implantação da gestão por processos, sendo as pessoas envolvidas no processo, o mais crítico: Foram indicados oito fatores determinantes para o sucesso da implantação da gestão de processos numa organização, a seleção e capacitação das pessoas que irão liderar com o projeto, a sensibilização e o envolvimento das pessoas que irão atuar no projeto, a divisão do trabalho de acordo com os conhecimentos, habilidades e atitudes, o conhecimento técnico dos processos, o envolvimento e motivação das pessoas que irão operar os processos, a disponibilidade de técnicos e gerentes para atuar nas fases do projeto, um sistema de acompanhamento de resultados funcional e a divisão do trabalho de acordo com as finalidades de processos (LOPES, 2008, p.14). Um dos fatores críticos de sucesso, e importante para a implementação da gestão por processos, são as pessoas, pois sem elas os processos não são realizados adequadamente. Como observado no artigo de Lopes, dos oito fatores críticos sugeridos, seis envolvem as pessoas que estão desenvolvendo os processos. Em um modelo estrutural, o homem é o elemento fundamental, assim deve ser considerado com grande importância (CHINELATO FILHO, 2000, p.272). Pois, são as pessoas que executam os processos e se envolvem em todas as etapas e principalmente, possibilitam que estas se executem de forma simples e adequada. E, os gestores devem perceber quão críticos são para o sucesso das organizações. Entretanto, em algumas áreas isto já está ocorrendo, conforme observado: “[...] executivos estão aprendendo um segredo sobre essa prática tão usada: cortes de funcionários geralmente causam um efeito negativo na valorização das empresas e, às vezes, demissões custam mais no longo 38 prazo do que são capazes de economizar no curto. [...] A alta direção das empresas claramente reconheceu que clientes satisfeitos - e, mais do que isso, fiéis– valem ouro” (BAIN; COMPANY, 2004, p.2) Quando as empresas demitem ou deixam seus funcionários serem contratados pelo concorrente, perdem seu capital intelectual, que geralmente, se torna difícil de ser reposto, atrasando o desenvolvimento empresarial. Para confirmar o exposto, Borchardt, Sellitto e Pereira, (2007, p.311), comentam que, em sua pesquisa realizada na cidade de Porto Alegre, as organizações consideram importantes os parâmetros relacionados às “Pessoas”. E, nas organizações que adotam a administração por processos, as pessoas são valorizadas e fortalecidas na execução de suas atividades (DE SORDI, 2008, p.28). Ressalta-se que, não é suficiente as pessoas estarem motivadas, é importante que estejam qualificadas para desenvolver atividades com qualidade e isto gera a necessidade de treinamento, que é melhor absorvido quando executado informalmente no dia a dia (PALADINI, 1995, p.95). Então, é fundamental que saibam conviver em constante cooperação e integração com seus colegas e gestores. Se uma organização for incapaz de definir e comunicar a sua visão de processo pode criar uma descrença nos seus funcionários, que pode ser difícil de ser superada quando eles são convidados a implementar a gestão centrada em processos (SMART; MADDERN; MAULL, 2008, p.5). Mas, antes de envolver as pessoas, é importante motivá-las para a gestão por processos e mostrar a importância que suas funções exercem para a organização. A motivação não é uma tarefa fácil, pois independe de decisões ou transferência de informações, sendo dependente da tendência intrínseca a quem se deseja motivar (PALADINI; 1995, p.127). E, fundamentalmente surgem algumas interrogações, quando as organizações estão estruturadas por processos: como os funcionários desenvolvem suas atividades? A quem se reportam? Qual a prática de coordenação da equipe? Como o desempenho dos funcionários é avaliado? Como gerir a carreira do profissional? (GONÇALVES, 2000b, p.12). Outro ponto a ser considerado são as metodologias de gestão de processo que, embora tenham um objetivo específico, nem sempre as empresas se interessam em utilizá-las para sua gestão. A adoção de uma metodologia pode gerar a necessidade de um profissional 39 especializado para promover o planejamento e análise das atividades de gestão por processos, o que aumenta a rejeição por estas metodologias (DA SILVA; PEREIRA, 2006, p.349). Mas, Oliveira (2007, p.6) coloca que, provavelmente a expectativa em relação à administração seja o desenvolvimento de metodologias e técnicas que, possam consolidar o comprometimento do indivíduo com os resultados das organizações. As organizações necessitam entender e medir seus processos, que devem ser direcionados por parâmetros pré-estabelecidos, baseados na visão do negócio e nas expectativas dos clientes, para então, aperfeiçoá-los. Pois, medidas eficazes, combinadas com medições comuns eficientes, proporcionam uma boa base para as atividades de melhoria de processos (SMART; MADDERN; MAULL, 2008, p.8). Paladini (1995, p.197) acrescenta que, a avaliação deve ser frequente, pois, constantemente há elementos novos surgindo nos processos. Assim, a avaliação dos processos é um fator crítico de sucesso, pois permite identificar o seu nível de desempenho. 2.2.4 Introdução e Desenvolvimento de Metodologias de Gestão por Processos As pessoas administram de forma eficiente na medida em que a decisão pode ser baseada por metodologias, técnicas e processos, porque a integração das várias partes e atividades da organização possibilita uma visão lógica e evidente (OLIVEIRA, 2007, p.4). A seguir, será apresentada a análise de algumas metodologias de gestão por processos, considerando seus aspectos técnicos. 2.2.4.1 Metodologia para o Desenvolvimento e Implementação dos Processos Administrativos nas Empresas (DI) Esta metodologia foi sugerida por Oliveira (2007) e auxilia o gestor no desenvolvimento e implantação dos processos administrativos em sua organização. Como pode ser observado na figura 6, esta metodologia possui cinco fases: comprometimento, estruturação, análise, desenvolvimento demonstrando uma metodologia de fácil entendimento visual. e implementação, 40 Comprometimento Estruturação Implementação Análise Desenvolvimento Figura 6 – Fases da metodologia para o desenvolvimento e implementação dos processos administrativos nas empresas. Fonte: Oliveira, (2007). Cada fase é composta de várias partes, totalizando 37 etapas, conforme apresentado na figura 7, e serão descritas a seguir. Para a aplicação desta metodologia, Oliveira (2007) sugere que a organização possua ou contrate um especialista em processos. A fase “Comprometimento” objetiva apresentar a estrutura geral de administração de processos para que os profissionais envolvidos nos processos possam debater, entender e comprometer-se no desenvolvimento destas atividades. Nesta fase serão abordados os seguintes itens: Apresentar os conceitos, metodologia, vantagens e precauções que abordam o entendimento da realidade da empresa, dos princípios de administração de processos e da metodologia que será aplicada. A análise e debate sobre as vantagens e precauções da implantação da gestão por processos. Realizar uma reunião com a participação dos principais gestores da organização para debater sobre os objetivos da empresa e do projeto de gestão por processos. E a forma de participação, comprometimento e os papéis dos executivos e funcionários na aplicação da metodologia. Desenvolver o modelo ideal de gestão por processos, baseado na realidade da empresa. Executar o treinamento conceitual e operacional de todos os participantes do projeto. Planejar criteriosamente o processo de mudança, com o objetivo de 41 reduzir as resistências e otimizar as interações entre as pessoas da organização. Fase 1 Comprometimento Fase 2 Estruturação Etapa 1.1 Conceitos/Metodologia/ vantagens/precauções Etapa 2.1 Expectativas dos Clientes Etapa 1.2 Reunião geral de debates/ajustes/ responsabilidades/ comprometimentos Etapa 2.2 Interação Processos Estratégicos X Clientes/ Fornecedores Etapa 1.3 Modelo ideal Etapa 1.4 Treinamento Etapa 1.5 Planejamento da mudança Etapa 2.3 Medidas de desempenho Fase 3 Análise Etapa 3.1 Situação futura desejada Etapa 3.2 Realidade do Processo Etapa 3.3 Análise do valor agregado Fase 4 Desenvolvimento Fase 5 Implementação Etapa 4.1 Sistemas de informações gerenciais Etapa 5.1 Planejamento Etapa 4.2 Relação entre processos e informações Etapa 5.2 Implementação Etapa 4.3 Estruturação dos processos Etapa 5.3 Acompanhamento e avaliação Etapa 4.4 Abordagem tecnológica Etapa 5.4 Aprimoramento Etapa 2.4 Processos de Apoio Etapa 3.4 Benchmarking dos indicadores de desempenho Etapa 2.5 Problemas existentes e potenciais Etapa 3.5 Análise dos resultados Etapa 4.5 Adequação da estrutura organizacional Etapa 2.6 Sistemas e subsistemas Focos de análise Etapa 3.6 Delineamento dos processos ideais Etapa 4.6 Delineamento dos perfis de atuação Etapa 2.7 Atividades permanentes e esporádicas Etapa 3.7 Decomposição da passagem para a situação futura Etapa 4.7 Catalisador responsável Etapa 2.8 Delineamento dos Processos Etapa 2.9 Atividades que agregam valor Etapa 3.8 Análise das alternativas Etapa 3.9 Definir as prioridades Etapa 2.10 Benchmarking Etapa 2.11 Estimativas dos recursos Etapa 2.12 Prioridades dos Processos Figura 7 – Detalhamento das fases do desenvolvimento e implementação dos processos administrativos. Fonte: Adaptado de Oliveira, (2007). A fase “Estruturação” objetiva identificar todos os aspectos para o desenvolvimento e implantação dos processos administrativos, baseado na cultura da organização e foco em seu cliente. Esta fase é composta pelos seguintes aspectos básicos: Determinar as necessidades dos clientes e do mercado para que toda a organização esteja focada no nível de atendimento ao cliente. Reconhecer os processos estratégicos e identificar sua interação com 42 clientes e fornecedores, baseado nas estratégias organizacionais. Determinar e implantar indicadores de desempenho para os processos estratégicos identificados anteriormente. Determinar os processos de apoio que darão suporte aos processos estratégicos. Levantar os problemas existentes e potenciais e determinar a ação sobre eles. Identificar os sistemas e subsistemas e a interação e interdependência entre eles para alcançar um objetivo específico, determinando as entradas, o processo de conversão, as saídas, os controles e as realimentações. Determinar as atividades permanentes e esporádicas para cada sistema identificado na etapa anterior. Determinar os processos que estão contidos nos sistemas e subsistemas identificados anteriormente. Identificar o processo principal, determinar suas estradas e saídas e a interação com outros processos e levantar todas as atividades que o compõem. Levantar as atividades que agregam valor para a organização e para o cliente, baseado nas estratégias da organização. Determinar todos os processos, sistemas e subsistemas da organização e fazer benchmarking com empresas bem sucedidas. Computar a necessidade de recursos para cada processo analisado. Estabelecer as prioridades para os processos para determinar o tratamento que cada processo deverá receber. A fase “Análise” objetiva estruturar a sistemática de administração de processos para preparar à aplicação da fase “Desenvolvimento”. Nesta fase, serão abordados os seguintes itens: Determinar a situação futura com a otimização dos processos para melhorar a organização. Entender a estrutura do processo e identificar todos os pontos de melhoria. Identificar detalhadamente e analisar as atividades que agregam valor 43 para o cliente e organização. Melhorar a definição dos indicadores de desempenho com base na aplicação de benchmarking. Identificar e analisar os resultados esperados com as mudanças planejadas. Planejar e mapear os processos ideais. Desenvolver ações para passar da situação atual para a situação futura desejada. Estabelecer e analisar as alternativas para o processo de mudança. Determinar as prioridades das várias alternativas de mudanças. A fase “Desenvolvimento” objetiva consolidar a gestão por processos na organização, desenvolvido através de ampla discussão entre os profissionais envolvidos, sobre os objetivos desta metodologia, para entender a situação administrativa proposta nas fases anteriores. Esta fase é composta pelos seguintes aspectos básicos: Desenvolver e implantar o sistema de informações gerenciais para fornecer informações de forma estruturada para o processo decisório organizacional. Organizar a alocação de informações necessárias e importantes aos respectivos processos. Otimizar e estruturar os processos administrativos ideais. Desenvolver e implantar conhecimento tecnológico aos processos. Alinhar a estrutura da organização aos objetivos dos novos processos estratégicos e administrativos. Determinar a função dos membros das equipes multidisciplinares que atuarão nos processos administrativos. Determinar o líder da gestão por processos. A fase “Implementação” tem por finalidade operacionalizar a gestão por processos planejada e estruturada nas fases anteriores da metodologia. Esta fase não deve ser o final da aplicação da gestão por processos na organização, pois o desenvolvimento desta metodologia necessita ser reconhecida como um processo, que não se encerra. Os itens abordados nesta fase são: 44 Projetar a implantação das mudanças baseado no desenvolvimento organizacional e considerar os impactos sobre a cultura organizacional. Implantar a administração de processos na organização e consolidar a documentação de todos os processos. Observar a evolução dos processos, controlar e avaliar o desempenho para garantir o alcance dos objetivos e metas. Aperfeiçoar continuamente os processos e a gestão por processos. 2.2.4.2 Técnica Servpro Possibilita o mapeamento do processo de serviço, baseado no usuário (SANTOS; FACHIN; VARVAKIS, 2003), permitindo a análise de processos existentes e o planejamento de novos serviços. Considera apenas os processos onde há a participação do usuário, sendo mapeadas as interações usuário/empresa. Possui dois componentes: a) O diagrama que decompõe os processos hierarquicamente (processos, subprocessos etc), com representação gráfica do processo. São compostos pelos elementos: Atividades de interação, que são as atividades do processo. Setas, que são utilizadas para unir as atividades de interação mostrando a sequência das atividades e o fluxo do processo, como mostra a figura 8. Figura 8 – Decomposição de uma atividade de interação do Servpro. Fonte: SANTOS; FACHIN; VARVAKIS (2003, p.88). 45 Junções, ilustrada na figura 9, que indicam se o fluxo do processo converge ou diverge em atividades que são executadas paralelamente ou alternativamente. Figura 9 – Símbolos usados no Servpro. Fonte: SANTOS; FACHIN; VARVAKIS (2003, p.88). Go-to, que ajuda a descrever o fluxo do processo quando a ocorrência seguinte não está interligada por seta; b) Documento de elaboração utilizado para as atividades de interação que estão representadas no nível hierárquico mais baixo e que necessitam de informações adicionais detalhadas. Este documento descreve as seguintes informações: “nome, número e rótulo da atividade de interação, elemento(s) de contato, interações entre o(s) elemento(s) e o usuário, operações do(s) elemento(s), operações do usuário, determinantes da qualidade e medidas de desempenho” (SANTOS; FACHIN; VARVAKIS, 2003, p.89). A figura 10 apresenta um exemplo de processo com a aplicação da técnica Servpro, caracterizando os elementos e símbolos utilizados. Pode ser observado que, a atividade “Procurar informação” está detalhada em atividades menores, o que possibilita o seu entendimento. Para Santos; Fachin; Varvakis (2003), o processo está facilmente identificado. E, esta técnica mostra ser uma ferramenta que auxiliará os gestores em empresas de serviços a melhorar a sua administração. 46 Figura 10 – Mapa de Processo do Servpro. Fonte: SANTOS; FACHIN; VARVAKIS (2003, p.91). 2.2.4.3 Modelo “A Remo” (RE) Este modelo faz uma analogia a um barco a remo (NETTO, 2004). Possui o objetivo de analisar processos de manufatura e de serviços, com uma abordagem técnica e outra comportamental. A abordagem técnica possui um componente de modelagem para representar os diversos processos e as interrelações com outros processos e participantes. Esta abordagem permite ainda avaliações do desempenho do processo. A abordagem comportamental contribui para a atuação em equipe, com comando e liderança. O modelo possui como premissas que, as representações gráficas, símbolos e diagramas sejam simples para serem usadas pelos participantes da equipe de processo. Os mapas de processo contemplam os processos de negócio, de apoio e administrativos; e as equipes multifuncionais possuem importância fundamental na análise dos processos. O modelo apresenta vários símbolos relacionados ao barco a remo, como por exemplo, raia, timão, proa, entre outros, para representar os elementos que compõem os processos. 47 Netto (2004) relaciona os pontos considerados na sua metodologia: O planejamento do projeto e a aplicação do modelo: compreende as fases de planejar, operar, provar e avaliar o processo em estudo. O mapeamento dos macroprocessos: definidos como a realização do produto, gestão de recursos e a gestão do sistema. Os componentes dos processos: representam as entradas, saídas, recursos e controles, mostrados de forma simplificada. Os controles são os procedimentos e indicadores. E, os recursos são os equipamentos e recursos humanos. O modelo completo de processo, mostrado na figura 11, é usado na fase de planejamento da modelagem dos processos. Este modelo apresenta o processo com a especificação de suas entradas e saídas, os indicadores que devem medir o processo e todos os elementos que fazem parte do processo. Também possui a atividade de averiguação, com o objetivo de realizar avaliações periódicas de curto prazo em produtos ou serviços, informação às pessoas envolvidas, objetivos e avaliações anteriores. Figura 11 – BARCO – Modelo de processo completo Fonte: Netto (2004, p.63). Esta verificação é realizada em termos de conformidade, manutenção e eficácia dos procedimentos, organização das atividades, projetos de melhoria, ações corretivas e preventivas. A verificação em longo prazo aborda os aspectos estratégicos em relação à tecnologia, informação e informática, as consequências das mudanças planejadas, o 48 ambiente interno e externo e a estrutura organizacional. São analisados valores, oportunidades, gerenciamento de restrições e limites e ameaças. A figura 12 apresenta os mesmos componentes da figura 11, porém é o modelo simplificado que foi desenvolvido para ser eficiente na fase de implantação do modelo (NETTO, 2004, p.62). O modelo “PIER” deve ser utilizado como detalhamento do modelo de processo completo (BARCO), descrevendo os processos de cada área de trabalho. Sendo que, a fase anterior e posterior significaria a área fornecedora e área cliente, com suas entradas e saídas, respectivamente. E, os outros componentes do modelo detalham o processo da área em estudo, como os equipamentos que são utilizados, os documentos e procedimentos usados e os gerados e, ainda os indicadores de desempenho, com suas metas e objetivos a serem alcançados, para avaliação destes processos. Figura 12 – PIER – Modelo de processo simplificado Fonte: Netto (2004, p.63). O modelo “A Remo” contempla ainda as seguintes etapas: Treinar os colaboradores de todos os níveis hierárquicos; Mapear os macroprocessos da organização fazendo desmembramentos até o máximo detalhamento, conforme os objetivos da organização. Esta análise busca identificar os processos-chave da organização. Alterar o comportamento dos colaboradores para desenvolver postura pró-ativa para colocar em prática as mudanças sugeridas. 49 Para Netto (2004), a aplicação deste modelo, tem o objetivo de alinhar as decisões entre a estratégia operacional, a gestão dos macroprocessos e a cultura organizacional. E, deverá ser aplicado para demonstrar os princípios praticados de gestão organizacional ou inserir novas formas de gerir com qualidade a organização. 2.2.4.4 Metodologia de Modelagem de Processos (MP) Costa (2009) desenvolveu uma rota metodológica para a modelagem de processos com o objetivo de determinar um modelo para levantar dados, coletar informações e trabalhar a interação com a criação de um sistema de workflow. Um workflow é um conjunto de ferramentas que proporciona parcial ou totalmente a automação dos processos da organização, para gerar um diferencial competitivo (ANGELONI, 2003). Esta ferramenta facilita a visualização do fluxo de documentos, informações ou tarefas entre seus participantes com o intuito de melhorar as transações empresariais, a comunicação interna e com seus clientes e o desenvolvimento de produtos. O workflow é uma estrutura tecnológica que movimenta a informação com o objetivo de otimizar os seus resultados, gerenciando e integrando as pessoas que atuam no processo (CRUZ, 1995), considerando os seguintes pontos básicos: Orientação ao processo, à sua lógica e aos seus participantes; Orientação a históricos e a rastreamentos. A compreensão precisa de um processo é uma tarefa complexa sem uma metodologia padronizada de modelagem, devido a sua natureza abstrata (COSTA, 2009). Porém, a modelagem de processos é uma ferramenta gerencial fundamental na determinação de problemas e geração de pontos de melhorias. A metodologia proposta por Costa (2009) apresenta as seguintes fases: 1. Delineamento do Processo; 2. Modelagem do Processo Atual (As Is); 3. Otimização para o Processo Desejado (To Be); 4. Montagem do workflow. Cada fase é composta de várias partes, totalizando 14 etapas, conforme apresentado na figura 13, que serão descritas a seguir. Na fase 1, Delineamento do Processo será abordado os seguintes itens: 50 Etapa 1.1, Documentar a missão, estratégias, metas e objetivos da organização: O processo a ser analisado deve sugerir mudanças que deverão estar de acordo com os objetivos estratégicos organizacionais. Etapa 1.2, Levantar a estrutura organizacional: Para obter um entendimento da atuação do processo na empresa e sua interação com os vários departamentos organizacionais. Etapa 1.3, Descrever as metas do processo selecionado e o seu ambiente: Identificar o tipo de cliente e suas necessidades, para determinar os limites do processo e o seu direcionamento com os objetivos organizacionais. E então, descrever e documentar as metas e objetivos do processo selecionado e o ambiente em que está inserido. Etapa 1.4, Construir o mapa geral de processos: Analisar a rede de processos da organização, determinando as entradas, fornecedores, saídas e clientes internos e externos de cada processo ou subprocesso e suas interrelações para construir o mapa geral dos processos. Figura 13 – Metodologia de Modelagem de Processos Fonte: Adaptado de Costa (2009). 51 Na fase 2, Modelagem do Processo Atual (As Is), será abordado os seguintes itens: Etapa 2.1, Preparar a modelagem: Reuni-se todos os documentos criados na fase anterior com os reguladores dos processos. O objetivo é obter uma visão holística do negócio da organização. A seguir serão definidos os processos a serem modelados, a equipe e suas funções e o treinamento necessário para explicar a metodologia e unificar informações. Etapa 2.2, Descrever a equipe envolvida no processo: Determinar o gestor do processo e formar a equipe de modelagem com representantes de nível gerencial e operacional, dos vários setores da estrutura organizacional que compõem o processo. Esta equipe terá um representante de Tecnologia de Informação e deve trabalhar coesa para ser alimentada com informações corretas e adequadas, dentro dos prazos estipulados. Etapa 2.3, Levantar detalhadamente o processo selecionado: Por meio da elaboração de entrevistas semiestruturadas, a ser aplicada aos participantes principais do processo, determinar o estado atual e descrever em detalhes as atividades do processo em análise, identificando como se relacionam entre si. Será coletada, nesta etapa, a documentação utilizada no processo, como normas, procedimentos, entre outros. Etapa 2.4, Construir os Diagramas de Processo de Negócio: Serão reunidas de forma clara e precisa todas as informações, levantadas até o momento, para documentar o As Is do processo. Também deve ser registrada cada atividade do processo em um documento textual. Etapa 2.5, Validar o modelo As Is obtido: Reunir todos os envolvidos no processo modelado para formalizar a homologação do modelo gerado, garantindo o atendimento das necessidades do cliente. Na fase 3, Otimização para o Processo Desejado (To Be) serão abordadas as seguintes etapas: Etapa 3.1, Analisar o modelo do processo atual e definir as características 52 do processo desejado: Analisar os documentos criados na fase anterior e determinar alterações no modelo As Is do processo, baseado em desempenho, custo, tempo, redundâncias e restrições do processo atual. Pode-se determinar um novo processo definindo as características desejadas. É necessário considerar a facilidade de implantação destas alterações e o impacto que causarão ao processo. Etapa 3.2, Modelar o processo desejado: Acrescentam-se ao modelo As Is as melhorias definidas e aprovadas na etapa anterior. Podem ser desenvolvidos alguns modelos To Be. Estas opções do modelo To Be serão analisados e comparados entre si para se escolher o modelo mais eficiente. Etapa 3.3, Validar o modelo (To Be) obtido: Com a equipe de projeto do processo, e garantir que todos entendam a configuração final do modelo (To Be). Na fase 4, Montagem do Workflow serão abordados os seguintes itens: Etapa 4.1, Montar o fluxo do processo (Workflow): Baseado no modelo To Be do processo, montar o fluxo do processo escolhido, apresentando o encadeamento das atividades, através de representação gráfica. A figura 14 apresenta as atividades e suas interações que compõem o modelo do workflow. Figura 14 – Modelo do Workflow a partir do modelo To Be do processo. Fonte: Costa (2009). 53 Nesta etapa, com o objetivo de introduzir o fluxo de trabalho em um sistema de gerenciamento de workflow, é gerada uma documentação que descreve detalhadamente as atividades do processo. Etapa 4.2, Implantar o fluxo do processo num sistema de Gerenciamento de Workflow: Serão analisados e utilizados os documentos gerados na etapa anterior para implantar o sistema de gerenciamento de Workflow, através de uma ferramenta de tecnologia da informação, Para consolidar sua proposta e validar o workflow implantado, Costa (2009), recomenda que seja criado um processo preliminar, chamado de processo piloto, onde serão realizadas todas as modificações e análises, sugeridas na sua metodologia. 2.2.5 Características da micro e pequena empresa (MPE) e a compatibilidade das metodologias de gestão por processos As definições de Micro e Pequena Empresa (MPE) são diferenciadas, conforme o critério de valor do faturamento, e/ou no número de pessoas ocupadas, baseado na legislação específica, ou em instituições financeiras oficiais e órgãos representativos do setor (LIMAS, 2009). O quadro 3 resume os critérios determinados para enquadrar as MPEs no Brasil. Critério SEBRAE N° de pessoas empregadas Estatuto da MPE – atualizado pelo Decreto n° 5.028/2004 Regime de Tributação SIMPLES – Medida Provisória 275/05 IBGE – As micro e pequenas empresas Comerciais e de Serviços no Brasil – 2001 BNDES – Carta Circular n° 64/02 Micro Empresa Indústria e Construção: até 19 pessoas ocupadas Comércio e Serviços: até 9 pessoas ocupadas Receita Bruta Anual de até R$ 433.755,14 Receita Bruta Anual de até R$ 240.000 Pequena Empresa Indústria e Construção: de 20 até 99 pessoas ocupadas Comércio e Serviços: de 10 até 49 pessoas ocupadas Receita Bruta Anual de R$ 433.755,15 até R$ 2.133.222,00 Receita Bruta Anual acima de R$ 240.000 até R$ 2.400.000 Até 5 pessoas ocupadas De 6 a 19 pessoas ocupadas Receita Operacional Bruta Anual de até R$ 1.200.000 Receita Operacional Bruta Anual de R$ 1.200.000 até R$ 10.500.000 Quadro 3 - Definição de Micro e Pequena Empresa Fonte: Limas (2009). 54 As MPEs possuem a marcante característica da falta de diferenciação entre a pessoa física do proprietário e a jurídica em termos contábeis e financeiros, com registros contábeis quase inexistentes (LIMAS, 2009). Outro ponto observado é o tipo de mão-de-obra utilizada, que é pouco ou não qualificada. Mas, estas empresas estão localizadas próximas ao seu mercado consumidor e conseguem perceber as mudanças e, assim reagir mais rapidamente. Outras características relevantes das MPEs, citadas no trabalho de Limas (2009) são: a pessoalidade, a administração não profissional, a informalidade, a falta de recursos, a imaturidade organizacional, a estrutura simples e leve, a falta de planejamento formal, um sistema simples de informações, as decisões intuitivas, a falta de dados quantitativos, o grande poder do proprietário-dirigente, a dependência de certos empregados e a propensão a riscos calculados. O quadro 4 apresenta a incompatibilidade das metodologias descritas anteriormente, comparando com as características das MPEs, marcando com “X” as características que são aplicadas à respectiva metodologia. Características das MPEs 1) Gestão pessoal e pessoalidade 2) Administração não profissional 3) Decisões intuitivas 4) Grande poder do proprietário-dirigente 5) Mão de obra pouca qualificada 6) Dependência de certos empregados 7) Propensão a riscos calculados 8) Informalidade 9) Falta de recursos Metodologias DI Servpro RE MP X X X X X X X X X X 10) Imaturidade organizacional 11) Estrutura simples e leve X 12) Falta de planejamento formal 13) Sistema simples de informações 14) Falta de dados quantitativos X X Quadro 4 – Incompatibilidade da MPE às Metodologias de gestão por Processos Fonte: Adaptado de Limas (2009). 55 A análise do quadro 4 mostra que as metodologias não são compatíveis às PMEs, pois não estão preparadas para atender a todas as características que são apresentadas nestas empresas. Oliveira (2007) sugere que, para a aplicação de sua “metodologia de desenvolvimento e implantação dos processos (DI)”, a organização possua ou contrate um especialista em processos. As MPEs, segundo as características descritas anteriormente, não estão preparadas para contratar um especialista somente para esta função, pois a falta de recursos, principalmente o financeiro é determinante nesta decisão. A técnica “Servpro”, de Santos; Fachin; Varvakis (2003), foi a que possibilitou um maior atendimento às características listadas. Contudo, de 14 características apenas 5 foram compatíveis, sendo a falta de mão de obra qualificada fundamental para a não utilização desta ferramenta. Pois, como a técnica necessita do conhecimento da simbologia utilizada, será importante treinar um funcionário para utilizá-la. O modelo “A Remo” (RE), de Netto (2004), se mostrou inadequado, pois, é necessário atuação em equipe, com comando e liderança, características não encontradas facilmente nas MPEs (LIMAS, 2009). Também são inseridos símbolos e metáforas e, como na técnica “Servpro”, será importante treinar um funcionário para utilizá-la. Com as características de mão de obra não qualificada, administração não profissional e gestão pessoal, a introdução deste modelo não será eficiente para todos os ramos das MPEs. A “Metodologia de Modelagem de Processos (MP)”, desenvolvida por Costa (2009), se mostrou inadequada pela necessidade de criação de um sistema de workflow. Embora um workflow facilite a visualização do fluxo de documentos, informações ou tarefas entre seus participantes, com o intuito de melhorar as transações empresariais, o investimento nesta ferramenta automatizada está fora do alcance das MPEs. Pois, com a característica de mão de obra pouco qualificada e falta de recursos, a implantação desta metodologia torna-se inadequada. Descreve-se, a seguir, para cada característica a sua incompatibilidade para as MPEs. Para a “gestão pessoal e pessoalidade”, as metodologias não foram compatíveis, pois é necessário que o gestor tenha condições de delegar tarefas e consiga trabalhar em equipe, e esta característica mostra um gestor atuando de 56 forma individual e pessoal. Para a “administração não profissional e decisões intuitivas”, as metodologias não foram compatíveis, pois é necessário que haja disposição à disciplina para o trabalho, ou seja, a gestão deve ter base cientifica. As decisões devem ser tomadas, principalmente com análise dos fatos e conhecimento científico e com pouca intuição. Para a “mão de obra pouco qualificada”, a incompatibilidade se caracteriza pela impossibilidade de delegar as atividades de trabalho em equipe, sem o treinamento adequado. Enquanto que, para “grande poder do proprietário”, somente a técnica “Servpro” foi considerada compatível pela possibilidade de centralização do desenvolvimento da técnica. Para a característica “Dependência de certos empregados e falta de recursos”, a incompatibilidade ocorre pela falta de disponibilidade de tempo do funcionário, ou por falta de interesse em aplicar qualquer metodologia. As características “Informalidade e Imaturidade organizacional” foram incompatíveis, pois, sem um treinamento adequado e conscientização dos benefícios que uma destas metodologias proporciona às empresas, não haverá a disposição para aplicar qualquer melhoria na organização. Para as características “Falta de planejamento formal”, “Sistema simples de informações” e “Falta de dados quantitativos”, o gestor não percebe a necessidade de investir em melhorias em sua gestão, pois não percebe esta necessidade. As características “Propensão a riscos calculados” e “Estrutura simples e leve” não são adequadas para a aplicação de qualquer metodologia de gestão por processos, pois gera um volume de trabalho, que nem sempre é aceitável pelo gestor. 57 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este capítulo apresenta como a pesquisa foi realizada, os tipos de materiais pesquisados e os métodos de pesquisa utilizados. Por fim, é apresentado o tipo de empresa em que foi aplicado o método de gestão por processo proposto. 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA Esta pesquisa tem caráter científico e possui o objetivo de checar a veracidade de fatos ou fenômenos. Para Gil (1999), isso possibilita a verificação de resultados por meio de métodos científicos. Para se realizar uma pesquisa é necessário que se saiba como proceder para se obter as informações necessárias através do processo investigatório. Então, antes de iniciar qualquer atividade exploratória, é importante que se defina o objeto da pesquisa, o que se pretende determinar ou validar, a população e a amostra que será pesquisada e qual o procedimento a utilizar para obter as informações necessárias para validar ou não o objeto da pesquisa. Esta pesquisa tem como propósito identificar um método para auxiliar a gestão da micro e pequena empresa, buscando otimizar os processos de negócios. Pois, este gestor necessita de um método que lhe possibilite visualizar a sua meta de atendimento ao cliente de forma clara e precisa. Inicialmente foi realizada a revisão bibliográfica para identificar as questões atuais sobre o assunto em termos de gestão por processos. A pesquisa bibliográfica possui o objetivo de fazer o pesquisador conhecer tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre gestão por processos (LAKATOS; MARCONI, 2001, p.183). Esta pesquisa pode ser feita por meio de material já elaborado, composto de livros e artigos científicos (GIL, 1999, p.65). Os artigos científicos são obtidos em periódicos científicos que são úteis porque trazem informações atualizadas. As revistas científicas especializadas possuem uma importância maior porque contém conteúdos detalhados e com uma maior qualidade (GIL, 1999, p.78). Foi realizada pesquisa em publicações como livros atualizados e artigos 58 escritos sobre o assunto. Observou-se o que foi escrito, o atual estado das pesquisas, inclusive as novidades sobre o tema. E, possibilitou realizar uma abordagem crítica ao momento atual das pesquisas. Nesta pesquisa, foi utilizado o método observacional e comparativo que, segundo Gil (1999, p.26), é o caminho para alcançar um determinado objetivo através do método científico, que é o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicas para se alcançar o conhecimento, utilizando a análise, a comparação, a síntese, os processos mentais da dedução e indução (CERVO; BERVIAN, 2002, p.25). A utilização do método observacional auxilia na identificação da forma como os agentes do processo estão utilizando-o, pois o pesquisador observa o fato no momento do acontecimento ou quando ocorreu no passado. Estes fatos deverão ser comparados, utilizando-se o método comparativo que, é realizado através de investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, com o objetivo de verificar as diferenças e similaridades entre o que está documentado e como ocorre na prática (GIL, 1999, p.34). A observação é fundamental nas ciências e é definida como a aplicação dos sentidos físicos ao objeto de pesquisa, para obter um conhecimento claro e preciso (CERVO; BERVIAN, 2002, p.27). Também foram realizadas observações individuais, que é a técnica de observação realizada por um observador, anotando os dados, fazendo algumas interferências nos eventos reais. Neste estudo de campo que, segundo Gil (1999, p.72), é o levantamento representativo de uma população bem definida para oferecer resultados específicos e precisos, serão obtidas informações sobre os processos das empresas pesquisadas, procurando aprofundar as questões relacionadas ao procedimento de gestão atual, com o objetivo de levantar os seus processos, a forma como as tarefas estão sendo realizadas na prática e identificar as falhas que ocorrem no atendimento ao cliente. Para que a observação seja eficiente, deve ser atenta, exata, completa, precisa, sucessiva e metódica (CERVO; BERVIAN, 2002, p.28). Esta observação pode ser classificada como sistemática, que segundo Gil (1999, p.114) “o pesquisador, antes da coleta de dados, elabora um plano específico para a 59 organização e o registro das informações.” Neste tipo de observação, o pesquisador possui o conhecimento do fenômeno e dos aspectos mais importantes para atingir os objetivos da pesquisa. E, possui informações do que é necessário identificar e sua importância. Assim, deve ser objetivo, perceber os erros que aparentemente não influenciam os dados levantados, para em seguida, estar apto a sugerir melhorias que deverão resultar em benefícios na organização (LAKATOS; MARCONI, 2001, p.193). 3.2 METODOLOGIA DA PESQUISA Nesta pesquisa procurou-se identificar a relevância do assunto perante as publicações, verificando se há uma metodologia de gestão por processos que possibilite ser adaptada ou que atenda ao objetivo deste trabalho. A pesquisa utilizou o método observacional, pois este auxilia na identificação da forma como os agentes do processo estão usando-a. A pesquisa é focada em micros e pequenas empresas que atuam com prestação de serviços. As organizações industriais, principalmente de grande porte, não são o foco desta pesquisa, pois, possuem pesquisadores e profissionais que estão atuando constantemente na busca da otimização dos processos produtivos e em consequência, na redução de custos. Foram realizadas entrevistas informais com os gestores dos processos estudados em duas empresas de serviços, uma micro empresa e uma de porte médio com o intuito de conhecer como estão sendo realizadas as ações de gestão dentro destas organizações. Foi aplicada também a observação direta ao estilo de gestão adotado pelas empresas escolhidas para a pesquisa, pois, não basta identificar como as atividades estão sendo realizadas e como os processos ocorrem, é necessário perceber o estilo de gestão adotado na organização. O estilo de gestão é um fator determinante nas ações da organização e nas melhorias que poderão ser sugeridas, inclusive nos processos que deverão ser identificados para gerir a empresa. Foram realizadas várias visitas às empresas pesquisadas, para a obtenção 60 de informações sobre seus processos de negócios. E, foram confeccionados mapas de processo da situação atual, como o exemplificado na figura 15, que terá como objetivo suportar a análise inicial, pois este é um dos itens primordiais integrantes de qualquer “Metodologia de Gestão por Processos”. Mapa do Processo - BL:GR MP5-004 TRIAGEM Analisar Documentação do Projeto Distribuir Equipamentos, Definindo a Posição de Montagem dentro dos Bastidores SCM Planejamento Início Carregar as Informações de Configuração de Equipamentos e Lista de Cabos para o SAP Liberar a Ordem de Equipamento no SAP S PPI Tem PPI? N Fim Configuração e Testes Figura 15 – Exemplo de um Mapa do Processo. Fonte: Autoria própria. Esta figura representa as atividades de um processo através dos retângulos menores, as setas simbolizam a sequência de execução das atividades e suas interconexões. Os paralelogramos representam os subprocessos envolvidos neste processo. O losango representa uma decisão e, os retângulos maiores, onde estão inseridos os outros elementos são as áreas envolvidas no processo. Pode ser observado o nome do processo na parte superior esquerda da figura. Após a etapa de levantamento da situação atual da organização, foram analisados os dados para a identificação de possíveis falhas nos procedimentos atuais e o seu nível de desempenho. Este estudo considerou o atendimento ao cliente, a execução dos pedidos de serviços ou produção dos produtos, a técnica de priorização e atendimento dos pedidos, os fatores que são considerados na execução das atividades, a relação dos gestores com os funcionários e clientes, as políticas de recursos humanos, as políticas e procedimentos internos, gestão da qualidade, acompanhamento de desempenho, gestão de fornecedores etc. Foram introduzidos, na implantação do método de gestão por processos sugerida, os indicadores de desempenho dos processos e a forma de obtê-los, com o objetivo de mensurar o desempenho dos processos em estudo. A identificação e seleção destes indicadores não é uma tarefa simples, pois pode haver muitos deles para uma mesma variável, ou alguns difíceis de serem 61 medidos. E, o mais importante é que os processos sejam representados pelos indicadores que foram definidos na pesquisa, pois, só assim, haverá coerência neste trabalho. Após sua introdução na organização e a execução das melhorias propostas, nova medição deverá ser realizada, para observar o ganho atingido e se as metas propostas foram alcançadas. Então, comparam-se os resultados obtidos no cenário anterior e posterior às mudanças. Deverão ser registrados os ganhos que foram, por ventura, alcançados por meio do método de gestão por processos sugerida. 3.3 UNIVERSO DE PESQUISA E AMOSTRA Inicialmente foi realizada a pesquisa em uma pequena empresa de distribuição de baterias para automóveis e similares, situada na cidade de Curitiba, que atua na Região Metropolitana. Esta empresa nunca utilizou ou estudou a gestão por processos e esta será uma oportunidade de colocá-la frente a técnicas de gestão de negócios. Também foram estudados os processos de uma instituição de ensino de nível superior, de porte médio, com aproximadamente 4.000 alunos. Esta organização está situada na cidade de Curitiba. Neste tipo de organização existe um grande dilema, cliente / aluno, onde é necessário atender os anseios do aluno, sem perder a qualidade de ensino, não tirar a autoridade do professor em sala de aula, mas ao mesmo tempo, satisfazer ao cliente, que é o aluno. Realizou-se pesquisa documental aos documentos escritos de arquivos destas organizações. O objetivo desta pesquisa é conhecer as práticas utilizadas nas organizações e obter informações sobre os processos existentes. As empresas, citadas anteriormente, possuem potencial de aplicação do método proposto neste estudo, pois são de prestação de serviços. Para Coelho e Turrioni (2008, p. 81), trabalhar com empresas de atividades, porte e produtos diferenciados garante à pesquisa maior credibilidade. 62 3.3.1 Tamanho da Amostra da Pesquisa com Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPE) da Região de Curitiba Antes da aplicação do método proposto foi realizada uma pesquisa com os gestores de micros, pequenas e médias empresas da região de Curitiba, para identificar a aceitação do método proposto. Esta pesquisa foi baseada na percepção do gestor em relação a gestão por processos e para identificar seu nível de conhecimento no assunto. Existem, segundo dados de 2009 do Sebrae – PR, uma população de 45.816 microempresas, 7280 pequenas empresas e 755 médias empresas, totalizando 53.851 empresas na região de Curitiba. A escolha da população é um fator importante na pesquisa, pois através dela é que são determinadas as variáveis que se deseja estudar e analisar (BARBETTA, 2001). As variáveis são as características que se consegue observar ou medir dos elementos de uma população. As variáveis para a pesquisa das empresas são: porte da empresa e ramo de atuação. São variáveis qualitativas, pois, os resultados são atributos como pequena, micro empresa, serviços etc (BARBETTA, 2001). Porém, como a população das empresas pesquisadas possui um valor expressivo, será necessário fazer a pesquisa em uma amostra desta população. Para Triola (1999, p.2), amostra é uma parte da coleção de elementos retirados da população. Para Barbetta (2001) a amostragem é utilizada quando a pesquisa será realizada em grande população. As razões para usar a amostragem são tempo, economia, confiabilidade dos dados e operacionalidade. O tamanho da amostra pode ser calculado em duas etapas (BARBETTA, 2001): tamanho aproximado de amostra e tamanho da amostra quando o tamanho da população é conhecido. Na primeira etapa, calcula-se um tamanho aproximado para a amostra, conforme a equação ilustrada em (1): n0 = 1/E02 Onde: n0 – uma primeira aproximação para o tamanho da amostra E0 – erro amostral tolerável (1) 63 Por sua vez, quando é conhecido o número de elementos da população, o tamanho da amostra pode ser obtida pela equação (2): n = (N . n0) / (N + n0) (2) Onde: N – número de elementos da população n – número de elementos da amostra n0 – uma primeira aproximação para o tamanho da amostra Triola (1999) e Barbetta (2001) conceituam erro amostral como sendo a variação que o resultado de um estudo estatístico pode apresentar, ou seja, é a margem de erro aceitável. Neste trabalho, deseja-se um nível de erro amostral de 10%, valor comum em estudos estatísticos, ou seja, os resultados obtidos podem estar 10% a acima ou abaixo dos valores apresentados. Por isso, uma primeira aproximação para o tamanho da amostra é de 100 empresas, obtida pela aplicação da fórmula (1): n0 = 1/E02 = 1/102 = 100 empresas Considerando que o total de elementos da população é de 53.851 (micro, pequenas e médias empresas), tem-se que o número de elementos da amostra, obtida pela aplicação da fórmula (2), é de aproximadamente 99,81 empresas, conforme ilustra-se a seguir: n = (N . n0) / (N + n0) = (53.851 x 100) / (53.851 + 100) = 99,81 empresas. Então, a pesquisa foi aplicada em uma amostra de 120 empresas de micro, pequeno e médio porte, da região de Curitiba, segmentada conforme o gráfico 1. Estas empresas foram classificadas em industriais ou de fabricação, de prestação de serviços e de compra e venda de mercadorias para o público consumidor, denominada de varejo de bens. Varejo “engloba todas as atividades envolvidas na venda de bens ou serviços diretamente a consumidores finais para seu uso pessoal, e não organizacional” (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p.330). 64 30,83% 36,67% Micro Pequena 32,50% Média Gráfico 1 – Porte das MPEs Pesquisadas Fonte: Autoria própria. Após definido a quantidade de amostra, aplicou-se o questionário ilustrado no Apêndice A, com o objetivo de identificar e avaliar o nível de conhecimento dos gestores destas empresas em relação a gestão por processos, bem como as metodologias nesta área. E, para perceber sua intenção em aplicá-las na organização. Foram escolhidas quatro questões diretas que apresentassem a percepção dos gestores das empresas pesquisadas e que fosse respondida rapidamente, para se obter um bom percentual de retorno de resposta e alcançar o tamanho da amostra desejada. A quinta pergunta do questionário estava relacionada a escolha de uma das metodologias apresentadas neste trabalho e o método proposto. 65 4 MÉTODO PROPOSTO PARA GESTÃO POR PROCESSOS Este capítulo apresenta a proposta de um método de gestão por processos (GP), construído a partir das metodologias descritas no Capítulo 2. Considera os levantamentos fundamentais para identificação de processos de negócios e possibilita a sugestão de uma situação futura otimizada. Poderá ser aplicado em micro e pequenas empresas de serviços e de fabricação. 4.1 VISÃO GERAL DO MÉTODO PROPOSTO A modelagem de processos gera um aumento do percentual de integração dos processos internos da organização (DA SILVA; PEREIRA, 2006, p.352). Possibilita também a facilidade de visualização e entendimento dos processos, aumentando o relacionamento com parceiros e clientes, bem como melhora a competitividade. Os executivos devem cuidar, para uma bem sucedida implantação da gestão por processos em sua organização, com os seguintes itens (OLIVEIRA; 2007): Conhecer o significado, a abordagem e a amplitude da administração de processos; Começar a administração de processos imediatamente; Ter abrangência global na empresa; Ter sustentação de outros instrumentos administrativos; Possuir uma metodologia de desenvolvimento e implementação; Ter entendimento dos resultados esperados; Permitir aos clientes sugerirem as mudanças; Focar os negócios futuros; Estar à alta administração amplamente envolvida. Estar fundamentada pelo espírito do servir de todos os profissionais. Fundamentado na pesquisa das metodologias de gestão por processos e em observações das características das micros e pequenas empresas foi desenvolvido um método de gestão por processos, com o objetivo de analisar e melhorar os processos organizacionais. Pois, os processos devem ser analisados para 66 possibilitar pontos de melhoria e assim, atingir as metas da estratégia da organização (KRAJEWSKI, 2009, p.15). Projetar a eficiente capacidade de processo com eficaz administração das restrições, elaborar o layout adequado das atividades do processo e definir o “enxugamento” dos processos, eliminando atividades que não agregam valor, e, simultaneamente, melhorar as que agregam, é também função primordial na redefinição dos processos. O método desenvolvido está de acordo com os aspectos estratégicos do projeto de processo que são a identificação de oportunidade, definição do escopo, documentação do processo, avaliação de desempenho, projeção de novo processo e a implantação de mudanças, definidos por Krajewski (2009, p.15). O método se baseia nas atividades-chave da análise e melhoria de processos existentes, que Davenport (1994) definiu como sendo, mapear o processo atual, mensurar o processo atual com base nos objetivos do processo sugerido e fazer comparações, avaliar o processo atual baseado nos níveis dos atributos do processo novo (base para comparações), observar problemas ou deficiências baseado nas comparações realizadas, propor melhorias para o processo atual, analisar e avaliar as tecnologias utilizadas, tanto da informação, quanto da organização, que poderão continuar sendo utilizadas. Desta forma, o método proposto considera os levantamentos fundamentais para identificação de processos de negócios e possibilita a sugestão de uma situação futura otimizada. Foi baseado nas fases 2, Estruturação e fase 3, Análise da Metodologia de Desenvolvimento e Implantação dos Processos Administrativos, desenvolvido por Oliveira (2007). Estas fases, conforme citado no capítulo 2, determinam e estruturam os aspectos para o desenvolvimento e implantação dos processos, baseado na cultura organizacional e foco no cliente. Aspectos fundamentais para a gestão por processos. Da “Metodologia de Modelagem de Processos”, apresentada por Costa (2009), foi utilizada a fase 2 e 3, por definirem o estudo do processo atual (As Is) e a possibilidade de otimização para um processo desejado (To Be). Pois, a gestão por processos busca constantemente a melhoria e otimização, gerando novos desenhos do processo em estudo. 67 E, estas metodologias consideram os aspectos estratégicos de Krajewski e as atividades-chave de Davenport. O método proposto, composto de três fases e oito etapas, conforme a figura 16, será descrito a seguir. Melhoria Contínua Conhecimento do Processo Análise do Processo Otimização do Processo Etapa 1 Levantamento do Processo Atual Etapa 4 Entendimento do Processo Etapa 7 Planejamento de Alternativas de Melhoria Etapa 2 Identificação dos Requisitos do Processo Etapa 5 Análise de Problemas Etapa 8 Resultado das Melhorias Implantadas Etapa 3 Determinação de Medidas de Desempenho Etapa 6 Definição de Metas de Sucesso Figura 16 – Método de Gestão por Processos Fonte: Autoria própria. 4.1.1 Fase 1: Conhecimento do Processo Nesta fase é definida a estrutura de processos, o seu “processograma”, que é composto de todos os macrodiagramas da organização. Juran (1992, p.48) considera que, para evitar a complexidade dos processos, é necessário mostrá-los através de um diagrama de macroprocessos, de forma geral, com escopo multifuncional. E, a seguir, representar cada parte deste em microprocessos, fazendo o seu detalhamento. Os processos serão classificados em administrativos, de apoio e de negócio. A próxima ação é definir o processo que será estudado, os participantes e líderes do processo, sua missão e limites, o conhecimento da missão, estratégias e objetivos da organização. Todos estes itens são fundamentais para entender a 68 necessidade de mudanças (COSTA, 2009), e principalmente, compreender como este processo auxiliará a organização a atingir os seus objetivos e metas. É fundamental documentar todos os itens levantados, pois após a identificação e mapeamento dos processos, será necessário definir critérios para a escolha dos processos que deverão ser melhorados (HAMMER; CHAMPY, 1994, p.101). É sugerida então, com o auxílio do líder do processo, a escolha dos processos mais problemáticos. A seguir, os que exercem maior impacto sobre os clientes. E, por fim, os processos que possuem maior possibilidade de redefinição ou melhoria. Porém, se não houver a compreensão de um processo existente, não deverá ser projetado um processo novo a partir deste (DAVENPORT, 1994, p.161). A estrutura organizacional será descrita de forma objetiva, em macrofunções, e decomposta nas respectivas microfunções, pois assim, se conseguirá um maior detalhamento de informações do processo (DA SILVA e PEREIRA, 2006). É importante, ao iniciar esta fase, procurar trabalhar com profissionais que atuam no processo para auxiliar na aplicação do método. Sempre que possível, escolher representantes do fornecedor e do cliente. E, a seguir, treiná-los para a equalização do nível de conhecimento sobre gestão por processos e do método a ser aplicado. Esta fase é composta de três etapas, que serão descritas a seguir. Etapa 1: Levantamento do processo atual Esta etapa consiste em determinar o escopo do processo atual, definindo sua missão, o início, o fim, o que contém e o dono do processo em estudo. Desta forma, o processo está identificado e limitado. Outro aspecto a ser determinado nesta etapa é o “macrodiagrama” do processo, detalhando: As entradas do processo; Os seus fornecedores; As saídas do processo; Os seus clientes; Os subprocessos que o compõem. 69 Alguns pontos relevantes devem ser destacados pelos profissionais que estão estudando os processos, quando introduzirem o mapeamento de macroprocessos (NETTO, 2004, p.13): Planejamento de mudanças com visão sistêmica; Visão holística das operações organizacionais; As ferramentas para facilitar o mapeamento; Conexão com o fornecedor e/ou cliente; Ligação forte entre a gestão pela qualidade e a gestão por processos; Mostrar as interrelações entre as atividades de cada função organizacional. Após a identificação de todos os elementos citados anteriormente, a figura 17 ilustra uma visão geral do processo em estudo e o seu ambiente de atuação. Fornecedores Entradas F1 E1 Processos Saídas Clientes SP1 P1 C1 P2 C2 C3 SP2 F2 E2 E3 SP3 P3 C4 Figura 17 – Macrodiagrama do Processo. Fonte: Autoria própria. A seguir, com a identificação de cada subprocesso, inicia-se o seu mapeamento, utilizando-se a técnica de fluxograma, destacando as atividades do processo, suas inter-relações, a sequência na qual são executadas e quem executa cada uma dessas atividades (departamento / função). A utilização do fluxograma, durante o mapeamento do processo permite uma visão clara, precisa e completa do objeto que está em análise, por ser uma representação gráfica da sequência de atividades de um processo (D’ASCENÇÃO, 2001, p.109). Por isso, escolhida em 70 relação a outras técnicas de mapeamento do processo. A modelagem de processos possui uma visão simplificada centrada no fluxo de trabalho, isto é, os processos empresariais são reduzidos para um sequenciamento de atividades (HEPP; ROMAN, 2007). E, demonstra as interdependências do processo com os diversos setores envolvidos, conforme ilustrou a figura 15. Ao utilizar-se uma ferramenta de modelagem de processos será possível levantar e desenhar os processos antes de sua implantação, facilitando a tomada de decisão de implantação de um novo processo (DA SILVA; PEREIRA, 2006, p.345). É necessário definir o nível de detalhamento do mapeamento do processo, baseado nos objetivos desejados do estudo. Assim, o processo atual está determinado e possibilita a equipe de estudo entender como estão ocorrendo as atividades. Porém, antes de identificar os requisitos do processo e do cliente, não há condição de sugerir melhorias, pois se corre o risco de otimizar o que não é importante ou necessário. A figura 18 apresenta um mapa de processo com a aplicação da técnica do fluxograma. Figura 18 – Mapa do Processo Fonte: Autoria própria. 71 Etapa 2: Identificação dos requisitos do processo Esta etapa consiste em determinar os requisitos, necessidades e expectativas da organização e do cliente. E, a partir disto, entender como o processo está atuando para atendê-los. As várias ferramentas existentes para mapear os processos indicam somente a sequência de atividades (NETTO, 2004, p.20). Mas, não demonstram com clareza os recursos envolvidos e os controles necessários para o processo. Conforme os dados identificados na etapa anterior, será preparada uma entrevista com o cliente, para ouvir suas expectativas e necessidades e, assim identificar os requisitos que lhes agregam valor. Esta atividade é crítica, pois se não for executada com eficiência, poderá traduzir de forma errada os desejos do cliente. E, assim buscar melhorias em pontos que não provocarão eficácia para o processo. A seguir, relacionam-se todos os requisitos mencionados pelos clientes, determinando a frequência com que foram citados. Os requisitos que mais se destacaram devem ser considerados críticos e importantes. E, então verificar o desempenho destes requisitos críticos. Com estas informações, gerar um ponto com suas coordenadas, p(x; y): “requisito (valor da importância; valor do desempenho)”. E, desenvolver a “Matriz Importância X Desempenho”, apresentada por Martilla e James (1997 apud Tontini e Sant’ana, 2007), conforme mostrado na figura 19. Então, posicionar estes requisitos (pontos) na matriz, e verificar a posição de cada um nos seus quadrantes e priorizando- os para análise detalhada posterior. Esta matriz foi escolhida por apresentar claramente a relação de requisitos, conforme a visão do cliente do processo. Os requisitos com importância alta e com baixo desempenho (quadrante II) devem ser priorizados para as sugestões de melhorias. A “Matriz Importância X Desempenho” apresenta aos gestores, os requisitos do processo que necessitam de melhorias, para aumentar a competitividade organizacional (TONTINI e SANT’ANA, 2007). 72 Desempenho Quadrante IV Pontos fortes menores D médio Quadrante I Pontos fortes Atenção / repensar Manter / melhorar Quadrante III Pontos fracos menores Quadrante II Pontos fracos Melhorar imediatamente Repensar / melhorar I médio Importância Figura 19 – Modelo da Matriz Importância X Desempenho Fonte: Adaptado de Tontini e Sant’ana (2007, p. 46). Etapa 3: Determinação de medidas de desempenho A determinação das medidas de desempenho do processo tem como objetivo determinar indicadores de desempenho para medir o processo em cada requisito que agrega valor ao cliente. Pois, as organizações necessitam entender e medir seus processos, que devem ser direcionados por parâmetros pré-estabelecidos, baseados na visão do negócio e nas expectativas dos clientes para então, aperfeiçoá-los. (SMART; MADDERN; MAULL, 2008, p.8). Paladini (1995, p.197) acrescenta que, a avaliação deve ser frequente, pois, constantemente há elementos novos surgindo nos processos. São criados vários indicadores, formando um conjunto de medidas de desempenho do processo. Estes indicadores devem ser validados pela equipe de estudo e pelo dono do processo, com o objetivo de haver somente indicador que realmente irá medir o que agrega valor. Estes devem ser facilmente obtidos, ou seja, possuir simplicidade, clareza, facilidade de implantação e frequência de medição. Para validar um conjunto de indicadores, preenche-se o quadro 5, respondendo aos seguintes questionamentos: Por que medir? O que medir? Como medir? Quando medir? Com que freqüência medir? Quem mede? A quem interessa este indicador? 73 Requisito do Processo Indicadores de Desempenho Requisito A Indicadores de Desempenho baseado no Requisito A Requisito B Indicadores de Desempenho baseado no Requisito B Por que medir? O que medir? Como medir? Quando medir (frequência)? Quem mede? Parte Interessada Quadro 5 – Validação dos Indicadores de Desempenho Fonte: Autoria própria. 4.1.2 Fase 2: Análise do Processo Nesta fase foi analisado o processo detalhadamente para entendê-lo criteriosamente, identificando seu desempenho e os pontos que podem estar falhando em não atender as necessidades dos clientes. A seguir, são determinados os prováveis problemas que causam estas falhas, são levantadas suas possíveis causas-raízes. Então, são definidas ações de melhoria com o objetivo de eliminar as causas dos problemas. A partir deste conhecimento, serão identificados os fatores críticos de sucesso e estabelecidas as metas para que as saídas do processo possam agregar valor ao cliente. Etapa 4: Entendimento do processo Entender como o processo atual é executado na prática e os problemas que ocorrem é importante para poder identificar pontos de melhoria. A modelagem de sistemas de produção é aplicada para ampliar o conhecimento sobre o processo, base para análise e simulação do processo, estruturação para tomada de decisões, identificação da funcionalidade e comportamento da organização etc (MORORÓ, 2008, p. 92). Para entender o processo atual são utilizados o Macrodiagrama e o Mapa do Processo desenvolvidos na Etapa 1, o que permite fazer uma verificação detalhada de todas as atividades, suas interrelações, os participantes do processo, as entradas e as saídas. A próxima atividade será o questionamento de cada atividade, principalmente aquelas que afetam diretamente aos requisitos dos processos, em particular os dos clientes. Para cada requisito, cujo desempenho tenha sido 74 considerado baixo pelos clientes durante a Etapa 2, buscar entender que atividade ou aspecto do processo está causando esse baixo desempenho. Nesta etapa, o quadro 6 será uma ferramenta importante para auxiliar no desenvolvimento dos planos futuros de melhoria. Resultando: Identificação do nível de desempenho atingido pelo processo; Problemas crônicos; Oportunidades de melhoria; Principais dependências; Integridade dos sistemas; Planos de melhoria existentes; Barreiras às melhorias. ANÁLISE DO PROCESSO Área Item Descrição Objetivo Como Ocorre? Ponto Forte Problemas Oportunidades de Melhorias Quadro 6 – Análise do Processo Fonte: Autoria própria. Etapa 5: Análise de problemas A partir da identificação dos problemas do processo, esta etapa teve o objetivo de determinar as suas possíveis causas-raízes. Isto pode ser alcançado utilizando algum método de análise e solução de problemas, em conjunto com ferramentas de identificação de causa de problemas, como por exemplo, o Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa). É importante nesta etapa, determinar os problemas potenciais para que haja uma antecipação à sua ocorrência. E, como ferramenta auxiliar, será utilizado o quadro 7. São analisadas as entradas, saídas, atividades, suas interrelações, fluxo e sistema de indicadores existente, para identificar as causas-raízes dos problemas. A figura 20 apresenta estes pontos de análise em um mapa de processo. 75 Causas dos Problemas no Processo Área Item Descrição Problemas Oportunidades de Melhorias Consequências Causas Quadro 7 – Causas dos Problemas do Processo Fonte: Autoria própria. Sistema de Indicadores Entrada Saída Atividade Interrelações Figura 20 – Pontos de Análise do Processo Fonte: Autoria própria. Assim, se gerará uma base de dados para a sugestão de melhorias e definição das metas de sucesso do processo, que serão as próximas etapas deste método. Etapa 6: Definição de metas de sucesso Esta etapa inicia com a identificação dos fatores críticos para o sucesso do processo, que deverão ser determinados a partir de uma conversa com os clientes mais importantes, particularmente aos aspectos relacionados às prioridades identificadas na “Matriz de Importância X Desempenho”. E nas principais lacunas identificadas no diagnóstico da etapa 5. A partir da determinação dos fatores críticos de sucesso serão definidas as metas de sucesso para o processo em estudo. Estas devem compreender níveis de desempenho que atendam ou superem as expectativas do cliente e os seus requisitos. Mas, será necessário considerar as estratégias da organização e buscar informações competitivas no mercado. 76 4.1.3 Fase 3: Otimização do Processo Nesta fase serão definidas alternativas de melhoria para o processo, a fim de atender as necessidades e superar as expectativas do cliente. Identificam-se soluções para os problemas encontrados na fase de análise, com o objetivo de eliminar as suas causas básicas. Então, deverá ser montado um plano de ação para alcançar as melhorias propostas, visando uma situação futura. Logo após, parte-se para a implantação de um plano piloto de melhorias. Para encerrar a otimização do processo em estudo serão coletados dados sobre as ações implantadas, realizar os ajustes que se façam necessários e documentar todo o processo. Etapa 7: Planejamento de alternativas de melhoria Após a definição das metas de sucesso são planejadas as alternativas de melhoria para o processo, conforme a análise realizada na etapa 5. A seguir é necessário priorizar as oportunidades de melhoria sugeridas com base no impacto que causará no processo, urgência das ações e no nível de desempenho para os clientes. Então, foi montado o plano de implantação das melhorias com o propósito de validar as metas de sucesso, realizar mudanças nas atividades ou no fluxo, fazer terceirização de alguma etapa do processo, melhorar os sistemas de informação e fazer redesenho parcial ou total do processo. O quadro 8 apresenta um modelo de um plano de melhorias. Ação Meta Responsável Prazo Recursos Quadro 8 – Modelo de um Plano de Ação Fonte: Autoria própria. No quadro 8, observam-se as ações para a melhoria, a meta de sucesso que esta ação irá atender, os responsáveis pela execução da ação, o prazo para a sua conclusão e os recursos que deverão ser utilizados para executá-la. Logo após, é planejada a situação futura do processo e elaborado o novo modelo do processo. As ações de melhoria, as metas de sucesso e o novo modelo do processo devem ser validados por todos os envolvidos e que possuam poder de 77 decisão. Pois, é fundamental que todos os participantes do processo possuam o conhecimento das ações que transformarão o processo final (COSTA, 2009). Na próxima etapa deverá ser implantado um plano piloto de melhorias e acompanhar as ações passo a passo, monitorando os resultados. Etapa 8: Resultado das melhorias implantadas Após a implantação do plano piloto de melhorias, quando os resultados começarem a surgir, se iniciará a coleta de dados para avaliar a sua eficácia. Os ajustes que se fizerem necessários deverão ser realizados. O plano de implantação deve ser revisado com frequência para corrigir os desvios e, assim resultar em ações eficientes de melhorias. A figura 21 mostra todos os pontos do processo que devem ser Relacionamento Líder Processo Requisitos Requisitos Entradas Saídas Clientes Fornecedores considerados no plano piloto de melhorias. Feedback Sistema de Indicadores Figura 21 – Visão Geral dos Pontos de Melhoria de um Processo Fonte: Autoria própria. É importante rever as metas propostas e fazer modificações constantes para obter os resultados esperados e facilitar a implantação e comprovação das melhorias. Com a conclusão da implantação das melhorias, deverão ser demonstrados os benefícios obtidos, como redução dos defeitos, dos tempos de ciclo, dos custos, aumento da satisfação dos clientes entre outros. São armazenados todos os documentos do processo, gerados em todas as 78 fases e etapas do método. Na Fase1, Etapa1 são emitidos o Escopo, Macrodiagrama, Mapa e Fluxogramas. O documento gerado na Etapa 3 é o Sistema de Medição, incluindo os indicadores de desempenho, baseado nos requisitos dos clientes. Na fase 2, Etapa 4, são gerados os quadros de análise do processo. Na etapa 5, desta fase, são gerados os quadros de causa dos problemas. E, na etapa 6 são definidas as metas de sucesso do processo em estudo. Na Fase 3, Etapa 7 são gerados os planos de ação para melhoria dos processos em estudo e, finalmente na etapa 8 são armazenados todos os documentos de entendimento, os resultados da aplicação das melhorias. Durante a aplicação deste método deve haver o acompanhamento constante do responsável (dono) pelo processo. E, emitir relatórios de acompanhamento com frequência aos gestores da organização. 79 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Este capítulo apresenta os principais resultados obtidos com a aplicação do método proposto em um processo de duas organizações de serviços: uma revenda de baterias automotivas e uma instituição privada de ensino superior. Empresas de serviço atuam na prestação de serviços e possuem atividades intangíveis que apresentam uma grande interatividade entre pessoas (MARTINS; LAUGENI, 2005). Serviços são atividades que não geram nenhuma posse de produto (KOTLER; ARMSTRONG; 2007). Ouros tipos são as empresas industriais de fabricação ou de transformação, para Martins e Laugeni (2005), caracterizadas por executarem um conjunto de atividades que, transformam um grupo de bens tangíveis em outro bem com características e utilidades distintas das originais. A pesquisa realizada para identificar o conhecimento em gestão por processos foi aplicada em indústrias e empresas de prestação de serviço. A variável considerada fundamental para o resultado foi o porte da empresa. Então, foram pesquisados micros, pequenas e médias empresas situadas em Curitiba. Foram excluídas as empresas de grande porte, por não pertencerem a população desejada. 5.1 RESULTADOS OBTIDOS SOBRE O CONHECIMENTO EM GESTÃO POR PROCESSOS As organizações menores, como as de prestação de serviço, não possuem uma estrutura própria de gestão por processos. Sua condição é precária para promover melhorias constantes e redução de custos. Então, para identificar esta dificuldade, foi aplicado um questionário (Apêndice A) em empresas industriais e de prestação de serviços com o objetivo de se obter a percepção dos gestores de pequenas e micro empresas sobre gestão por processos. A seguir, são apresentados os resultados obtidos nesta pesquisa. 80 5.1.1 Resultados da Pesquisa com Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPE) da Região de Curitiba A pesquisa foi aplicada em uma amostra de 120 empresas, distribuídas em 32,5% de microempresas, 36,7% de pequenas empresas e 30,8% de empresas de médio porte, da região de Curitiba. Estas empresas foram classificadas em industriais ou de fabricação, de prestação de serviços e de compra e venda de mercadorias para o público consumidor, denominada de varejo de bens. Após definido a quantidade de amostra, aplicou-se o questionário ilustrado no Apêndice A, com o objetivo de identificar e avaliar o nível de conhecimento dos gestores destas empresas em relação a gestão por processos, bem como as metodologias nesta área. E, para perceber sua intenção em aplicá-las na organização. A seguir são comentados os resultados obtidos na pesquisa, conforme ilustra o gráfico 2. 5,0 4,5 3,9 4,0 3,5 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 2,9 4,1 Q1 - A empresa possui conhecimento sobre o que é uma Metodologia de gestão por processos? Q2 - A empresa utilizaria uma metodologia de gestão por processos? Q3 - A empresa possui conhecimento das necessidades de seus clientes? Q4 - A aplicação de uma metodologia de gestão por processos auxiliaria na gestão de sua empresa? 0,0 Gráfico 2 – Resultado da Pesquisa com as MPEs Fonte: Autoria própria. Observou-se que os gestores possuem pouco conhecimento sobre o que é gestão por processos, mas reconhecem que isto poderia ajudá-los a se tornarem 81 competitivos. Em relação a primeira pergunta da pesquisa, “A empresa possui conhecimento sobre o que é uma Metodologia de gestão por processos?” foi determinado que as empresas possuem um nível de conhecimento de 2,9, referente as escala Likert de 5 pontos. Esta escala foi relacionada ao nível de conhecimento, conforme o quadro 9. Escala Likert Nível de Conhecimento 1 Nenhum 2 Mínimo 3 Médio 4 Muito 5 Máximo Quadro 9 - Relação Adotada entre a Escala Likert e Nível de Conhecimento. Fonte: Autoria própria. Assim, as empresas demonstraram que estão com um nível inferior ao médio de conhecimento sobre esta questão. Para a questão “A empresa utilizaria uma metodologia de gestão por processos?”, o nível de aceitação ficou em 3,5, ou seja, as empresas acreditam que talvez um método estruturado de gestão por processos poderia ser utilizado. Quando questionado sobre as necessidades do cliente, o nível de conhecimento foi superior aos anteriores, ou seja, foi registrado o valor de 3,9. Isto demonstra que as organizações possuem de seu ponto de vista, um bom conhecimento das necessidades de seus clientes. Porém, quando a pergunta foi relacionada à aplicação de uma metodologia para auxiliar a gestão da empresa, os valores foram elevados para 4,1. Assim, o nível de conscientização dos gestores em relação a utilização de uma ferramenta que lhes auxilie a ser competitivo, ficou acima do nível “muito”. Ou seja, os gestores estão cientes que uma ferramenta estruturada poderá ajudá-los a melhorar a sua organização. A última pergunta estava relacionada à adequação de uma metodologia para a organização. O gráfico 3 apresenta o resultado obtido e mostra que 64% dos gestores optou pelo “Método de Gestão por Processos” (GP), proposto por este trabalho. 82 Tipo de Método Escolhido - PME Modelo “A Remo" (RE) 12% 18% Metodologia de Modelagem de Processos (MP) Método de Gestão Por Processo (GP) 64% 6% Metod. de Desenv. e Implantação dos Processos Admin. (DI) Gráfico 3 – Resultado do Método Escolhido - Pesquisa com as MPEs Fonte: Autoria própria. Também pode ser observado que a “Metodologia de Desenvolvimento e implantação dos Processos Administrativos” (DI) (OLIVEIRA, 2007), que apresenta cinco fases e 37 etapas de desenvolvimento, obteve o percentual (12%) de escolha pelos gestores e a “Metodologia de Modelagem de Processos” (MP) (COSTA, 2009), que apresenta quatro fases e 14 etapas de desenvolvimento, obteve o percentual (6%) de escolha pelos gestores. Foram as metodologias que apresentaram os menores percentuais da pesquisa. Este resultado está relacionado à característica de “Imaturidade organizacional e Estrutura simples e leve” das MPEs, que ao observarem uma metodologia com várias etapas, não a escolheram por acreditar que não se adaptaria à sua organização. O modelo “A Remo”, que apresenta representações gráficas, símbolos e diagramas de forma simples para serem utilizadas pelos participantes da equipe de processo, obteve um percentual de 18%. Ou seja, foi a metodologia que conseguiu o segundo maior percentual. Estes resultados mostraram que, os gestores querem uma ferramenta de fácil visualização, com poucas etapas de estudo, pois permite a percepção de fácil utilização. Se for considerado por ramo e porte de empresa, os resultados confirmam a mesma percepção do gráfico 3. O gráfico 4 apresenta os resultados estratificados 83 para as empresas de serviço. 48 44 40 36 32 28 24 20 16 12 8 4 0 SERVIÇO Média Pequena Micro RE MP GP DI Gráfico 4 – Resultado do Método Escolhido em MPEs de Prestação de Serviços Fonte: Autoria própria. A maioria dos gestores das micros e pequenas empresas de serviços, que responderam ao questionário, preferem o “Método de Gestão por Processos”. O mesmo pode ser observado nas empresas de varejo de bens, conforme o gráfico 5. Neste caso, observou-se que as metodologias com maior número de fases e etapas não foram escolhidas por nenhum gestor entrevistado. 24 VAREJO DE BENS 20 16 Média 12 Pequena Micro 8 4 0 RE MP GP DI Gráfico 5 – Resultado do Método Escolhido em MPEs de Varejo de Bens Fonte: Autoria própria. Para a categoria de empresas industriais, conforme o gráfico 6, os 84 resultados não se alteraram. Pode ser observado que, houve uma quantidade maior de empresas pesquisadas de porte médio, porém a maioria escolheu o “Método de Gestão por Processos”. 14 INDÚSTRIA 12 10 8 Média Pequena 6 Micro 4 2 0 RE MP GP DI Gráfico 6 – Resultado do Método Escolhido em MPEs Industriais Fonte: Autoria própria. Mais uma vez as metodologias com maior número de fases e etapas foram escolhidas por poucos gestores. Esta pesquisa demonstrou que o “Método de Gestão por Processos”, obteve uma boa aceitação, pelo aspecto visual, em comparação com as outras metodologias apresentadas, pela maioria dos gestores, independente de porte ou ramo da empresa pesquisada. 5.2 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS NAS ORGANIZAÇÕES DE SERVIÇOS A seguir serão apresentados os resultados da aplicação do “Método de Gestão por Processos” em duas empresas de serviços. Um distribuidor de baterias automotivas (Tudor), classificada como micro empresa, atuando na região metropolitana de Curitiba. Esta empresa é um braço do setor de vendas da fábrica de baterias Tudor. A outra organização onde foi aplicado o método é uma instituição privada de 85 ensino superior (IES), localizada em um bairro da região sul de Curitiba. Possui 13 cursos reconhecidos pelo MEC e atua a mais de quinze anos na região. Sua meta é oferecer um ensino com qualidade, sendo competitiva e lucrativa. O método de gestão por processos possui o objetivo de analisar e melhorar os processos organizacionais. E, considera que o estudo dos processos de negócios, possibilita a sugestão de uma situação futura otimizada. É composto de três fases, que estão apresentadas na figura 22. Melhoria Contínua Conhecimento Análise Otimização Figura 22 – Método de Gestão por Processos Fonte: Autoria própria. A seguir, os resultados da aplicação do método serão apresentados através das três fases e suas respectivas etapas (figura 16), detalhando o que foi obtido nas duas empresas. Estas empresas, apesar de serem classificadas como de prestação de serviço, atuam em atividades bem distintas. Isto mostra que o método poderá ser utilizado em qualquer tipo de negócio. 5.2.1 Fase 1: Conhecimento do Processo Nesta fase, através das três etapas mostradas na figura 23, é definida a estrutura de processos da empresa, o seu “processograma”, que é composto de todos os macrodiagramas da organização. Também é determinado o processo que será estudado e os participantes da equipe de estudo, se houver. É definido o escopo do processo e os líderes que atuam nos processos. São determinados os requisitos, necessidades e expectativas da organização e do cliente. Além disto, os requisitos e clientes críticos e os indicadores de desempenho para medir o processo atual, são identificados. 86 Conhecimento do Processo Etapa 1 Levantamento do Processo Atual Etapa 2 Identificação dos Requisitos do Processo Etapa 3 Determinação de Medidas de Desempenho Figura 23 – Fase 1 do Método de Gestão por Processos Fonte: Autoria própria. Etapa 1: Levantamento do processo atual Para iniciar o conhecimento do processo a ser analisado, foram determinados, com auxílio dos gestores, os processos que compõem cada empresa, classificando-os em administrativos, de apoio e de negócio. Então, foi gerado o seu processograma. A figura 24 mostra o processograma do Distribuidor Tudor. Observa-se que, há poucos processos nesta organização, caracterizando o tipo de suas atividades, que é basicamente revenda de baterias de uma única marca, entrega aos clientes e assistência técnica. Figura 24 – Processograma do Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria. 87 Também é possível perceber que há um processo de cobrança, pois as vendas são realizadas a vista ou a prazo. Assim, são geradas atividades adicionais. Na IES, o processograma possui outra configuração, conforme a figura 25. Há uma quantidade maior de processos, pois a instituição possui diversas atividades que auxiliam no desenvolvimento de seu negócio. Este processograma apresenta vários processos definidos como de apoio ou suporte. Além disso, possui apenas quatro processos considerados de negócios, chamados de acadêmicos. Isto é caracterizado, pois a IES necessita de uma forte estrutura de apoio para atender adequadamente seus alunos. Após definidos os processos que compõem cada organização, através do processograma, foi montada a equipe de processos, que têm como função básica, auxiliar na aplicação do método proposto. Em consenso, após discussão na equipe de processos, ficou definido que seria analisado o processo de “Atendimento ao Cliente”. Esta decisão foi tomada tanto na distribuidora de baterias, como na IES. Figura 25 – Processograma da IES Fonte: Autoria própria. 88 Nas primeiras reuniões desta equipe foi determinado o escopo do processo de “atendimento ao cliente”, assim delimitando o objeto de estudo. Para a empresa de distribuição de baterias foi determinado o escopo do processo atual, conforme quadro 10. Escopo do Processo: TUDOR Nome: Atendimento ao Cliente Missão: Atender ao Cliente com qualidade para fidelizá-lo e mantê-lo satisfeito. Inicia com: Reunião de definição de Metas Termina com: Com o cumprimento das metas mensais Venda de baterias; armazenagem; recolhimento de sucata de bateria para Contém: reciclagem; entrega de baterias ao cliente. Não Contém: Fabricação de baterias; Assistência técnica ao cliente do cliente. Quadro 10 – Escopo do Processo de Atendimento ao Cliente do Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria. A partir desta atividade, identificaram-se os limites do processo e a sua composição. Para a instituição de ensino superior (IES), o escopo do processo, conforme quadro 11, foi determinado com a equipe de processo e o gerente administrativo, que era o responsável por este processo, ou seja, o “dono do processo”. Escopo do Processo: IES Nome: Atendimento ao Cliente Missão: Atender ao Cliente com qualidade para mantê-lo satisfeito. Inicia com: Definição dos cursos ofertados no vestibular. Termina com: Entrega do Diploma de Graduação ou do Certificado de Pós-Graduação. Contém: Disponibilização de serviços financeiros; Serviços da biblioteca; Processos de Marketing; Vestibular; Matrícula; Re-matrícula; Avaliações; Contratos de estágios; Divulgação de ofertas de estágios e empregos; Benefícios estudantis; Ouvidoria; Emissão de documentos; Transferências; Tratamento especial; Período especial; Colação de grau; Cadastros semestrais; Acordos financeiros; Informações via Callcenter; ENADE. Não Contém: Aulas; Emissão esporádica de documentos. Quadro 11 – Escopo do Processo de Atendimento ao Cliente da IES Fonte: Autoria própria. 89 Outro elemento a ser determinado nesta etapa é o “macrodiagrama” do processo, identificando suas entradas, seus fornecedores, suas saídas, seus clientes e os seus subprocessos. Os macrodiagramas e os mapas do processo foram desenhados com o auxílio do software MS-Visio, por ser de fácil utilização, ter bibliografia acessível, versão em português, visualizador gratuito e diversos grupos de simbologia (COSTA, 2009). A figura 26 apresenta o macrodiagrama do processo de “Atendimento ao Cliente” do distribuidor de baterias. Pode ser observado que estão relacionados os principais subprocessos envolvidos no atendimento ao cliente. Figura 26 – Macrodiagrama do Processo “Atendimento ao Cliente – Distribuidor de Baterias” Fonte: Autoria própria. Nesta parte do método são relacionados os fornecedores e suas respectivas entradas, bem como as saídas do processo e seus respectivos clientes, possibilitando a equipe perceber todos os componentes e participantes do processo. A figura 27 apresenta o macrodiagrama do processo de “Atendimento ao Cliente” da IES. 90 Fornecedor Entradas MEC Legislação e Regulamentações PROCESSO Saídas Cliente Aluno Regular Diretrizes Candidatos ao Vestibular Mantenedora Recursos Instituições de Ensino Perfil do Candidato Atendimento ao Cliente Satisfação do Cliente Alunos de Evasão Tecnologia Candidatos a Pós e Extensão Mercado Demanda Figura 27 – Macrodiagrama do Processo “Atendimento ao Cliente – IES” Fonte: Autoria própria. Neste macrodiagrama, a equipe de processos decidiu não representar todos os subprocessos, pois são muitos, conforme registro no escopo deste processo e o tornaria confuso, não atendendo ao propósito desta etapa. Desta forma, identificaram-se todos os fornecedores e clientes e suas entradas e saídas. A seguir, foram definidos, pela equipe e o dono do processo, quais os subprocessos que seriam mapeados, como prioridade, conforme a necessidade da organização. Então, iniciou-se o mapeamento, utilizando-se a técnica de fluxograma com o auxílio da ferramenta MS-Visio. O gestor do distribuidor de baterias solicitou que fosse dada prioridade ao processo de “Roteirização” das visitas dos seus vendedores e entregadores, pois havia a necessidade de reduzir tempo de viagens e aumentar a prospecção de clientes. A figura 28 apresenta este mapa do processo. 91 Figura 28 – Mapa do Processo de Roteirização – Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria. Com o processo atual mapeado, a equipe de estudo, analisando o fluxo das atividades, teve condições de entender como estas estão ocorrendo neste processo. E, quais atividades poderiam gerar problemas no processo. Para a IES foram mapeados os processos de atendimento ao aluno no protocolo, de preparação para o vestibular, de matrícula e rematrícula, de ofertas de estágios e de preparação e execução de Fórum Acadêmico. Decidiu-se aplicar o método proposto, conforme prioridade para o gestor, no processo de preparação e execução do Fórum Acadêmico, de responsabilidade do setor de marketing. Este processo apresenta atividades que envolvem seis setores da IES e é destinado ao público em geral, não somente à comunidade acadêmica. 92 Por isso, a inscrição ao evento pode ser realizada via internet. O mapa deste processo, apresentando todos os seus participantes e atividades, está mostrado na figura 29. Figura 29 – Mapa do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico Fonte: Autoria própria. 93 O Fórum Acadêmico apresenta a instituição a futuros clientes, tornando-se um processo importante. Então, foram identificadas todas as atividades com círculos em amarelo, contendo a sua numeração, como pode ser observado na figura 29. Com o mapeamento e definição dos processos que seriam analisados, foi concluída a etapa 1 do “Método de Gestão por Processos”. A equipe de gestão por processos está preparada para iniciar a etapa 2, que é identificar os requisitos importantes para os clientes dos processos. Etapa 2: Identificação dos requisitos do processo Nesta etapa, para determinar os requisitos, necessidades e expectativas da organização e do cliente foi preparada uma pesquisa para identificar o que lhes agrega valor. Foi criado, junto com o gestor da empresa de distribuição de baterias, um formulário para a pesquisa (Apêndice B). Os itens pesquisados foram definidos com base nas atividades exercidas pela empresa aos seus clientes. A sua aplicação foi realizada em 24 clientes, definidos pela empresa, como importantes. Isto representou 8% da totalidade de seus clientes. Solicitou-se que fosse avaliado o desempenho de itens como “atendimento ao telefone” entre outros. E, também que os clientes atribuíssem a cada item, um grau de importância (1 a 5) para o seu negócio. De posse de todos os formulários respondidos, tomaram-se todos os valores, atribuídos pelos clientes, para a importância de cada requisito e fez-se a sua média aritmética. O mesmo foi feito para o desempenho dos requisitos. Compilou-se os dados e gerou-se as informações que estão apresentadas no quadro 12. A seguir, foram gerados os pontos: “requisito (valor da importância; valor do desempenho)” e foi desenvolvida a “Matriz Importância X Desempenho”, posicionando estes requisitos na matriz e verificando sua localização nos quatro quadrantes. Os requisitos que foram localizados no quadrante I (alta importância e alto desempenho) necessitam ser mantidos neste nível. Os requisitos que foram localizados no quadrante II (alta importância e baixo desempenho) necessitam de melhorias imediatamente e são as prioridades. Os requisitos que foram localizados 94 no quadrante III (baixa importância e baixo desempenho) necessitam ser repensados e é importante entender porque não são importantes para os clientes. Os requisitos que foram localizados no quadrante IV (baixa importância e alto desempenho), também necessitam ser repensados e analisados para verificar se não está sendo dada importância para requisitos insignificantes para o cliente. Item Avaliado Importância Desempenho 1) Atendimento ao Telefone 3,42 4,42 2) Apresentação e Postura do Vendedor 3,75 4,63 3) Pontualidade das Visitas do Vendedor 3,54 4,67 4) Tempo entre as Visitas do Vendedor 3,54 4,54 5) Apresentação e Postura do Entregador 3,67 4,33 6) Pontualidade das Entregas de Baterias 3,63 4,17 7) Quantidade de Baterias Entregue 4,00 4,27 8) Qualidade do Pedido 3,68 4,18 9) Qualidade da Assistência Técnica 4,05 4,05 10) Atendimento da Assistência Técnica 3,76 3,95 11) Qualidade das Orientações Técnicas 3,52 4,22 12) Reposição de Produtos com Garantia 3,80 3,60 13) Agilidade e Retorno na Solução de Problemas 3,80 3,70 3,70 4,21 Média Quadro 12 – Informações da Pesquisa aos Clientes do Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria. O gráfico 7 apresenta os requisitos do processo que necessitam de melhorias. Após análise detalhada, foram encontrados no quadrante II os requisitos “Qualidade da Assistência Técnica”, “Reposição de Produtos com Garantia”, “Agilidade e Retorno na Solução de Problemas”, “Atendimento da Assistência Técnica”, que necessitam de melhoria imediata. Pode ser observado, que estes quatro requisitos estão relacionados direta ou indiretamente à assistência técnica da empresa. Porém, “Pontualidade das Entregas de Baterias” e “Qualidade do Pedido”, se situaram no quadrante III, mas muito próximos das linhas divisórias dos quadrantes. Estes requisitos também necessitam de atenção, pois qualquer variação pode fazêlos deslocar-se para o quadrante II e gerar um aumento na insatisfação do cliente, 95 afetando o desempenho da empresa e reduzindo a competitividade organizacional. 4,80 Atendimento ao Telefone 4,70 Apresentação e Postura do Vendedor 4,60 Pontualidade das Visitas do Vendedor 4,50 Tempo entre as Visitas do Vendedor 4,40 Apresentação e Postura do Entregador 4,30 Pontualidade das Entregas de Baterias 4,20 Quantidade de Baterias Entregue 4,10 Qualidade do Pedido 4,00 Qualidade da Assistência Técnica 3,90 Atendimento da Assistência Técnica 3,80 3,70 Qualidade das Orientações Técnicas 3,60 Reposição de Produtos com Garantia 3,50 3,30 3,40 3,50 3,60 3,70 3,80 3,90 4,00 4,10 Agilidade e Retorno na Solução de Problemas Gráfico 7 - Matriz Importância X Desempenho do Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria. Os dois últimos requisitos estão diretamente relacionados ao processo de “Roteirização”, mostrando que a preocupação do gestor tinha fundamento. Na IES, o procedimento foi semelhante. Foi criado, junto com o gestor do processo de “Preparação e Execução do Fórum Acadêmico” e a equipe de processo, um formulário para avaliar o evento do ano de 2010 (Apêndice C), que ocorreu em outubro. Os itens pesquisados foram definidos com base nas atividades executadas pelos setores envolvidos no evento. Foram respondidos 723 formulários. Isto representou 66% dos participantes do Fórum. Solicitou-se que fosse avaliado itens como “organização do evento” entre outros, conforme quadro 7. E, também que os clientes atribuíssem a cada item, um grau de importância (1 a 5). De posse de todos os formulários respondidos, foram compilados os dados, da mesma forma que no processo de “Roteirização” e geraram-se as informações que estão apresentadas no quadro 13. A seguir, foi criada a “Matriz Importância X Desempenho”, mostrada no gráfico 8. 96 Item Avaliado Importância Desempenho 1) Local do Evento 4,35 4,21 2) Processo de Inscrição no Evento 4,34 4,35 3) Organização do Evento 4,33 4,24 4) Recepção/Atendimento no dia do Evento 4,31 4,29 5) Palestrante/Tema 4,31 4,42 4,33 4,30 Média Quadro 13 – Informações da Pesquisa aos clientes do Fórum - IES Fonte: Autoria própria. 4,5 Local do Evento Processo de Inscrição Desempenho 4,4 Organização do Evento 4,3 Recepção/Atendimento Palestrante/Tema 4,2 4,1 4,2 4,3 4,4 Importância Gráfico 8 - Matriz Importância X Desempenho do Fórum - IES Fonte: Autoria própria. Para a IES, a matriz do gráfico 8, apresentou “Local do Evento”, “Organização do Evento” e ”Recepção/Atendimento” como requisitos do processo que necessitam de melhorias, pois ficaram localizadas no quadrante II. Pode ser observado, que estes requisitos estão relacionados ao dia do evento e diretamente ao atendimento aos clientes. O requisito “Processo de Inscrição” foi classificado acima da média, em importância e desempenho, caracterizando que as pessoas estão satisfeitas com a comodidade em realizar sua inscrição via internet. 97 Com o conhecimento dos requisitos importantes para os clientes dos processos, a equipe está preparada para iniciar a etapa 3. Pois, estará concentrando suas ações nestes requisitos, reduzindo o campo de atuação e podendo obter resultados efetivos para as empresas. Etapa 3: Determinação de medidas de desempenho Nesta etapa, a equipe de gestão por processos possui o objetivo de determinar indicadores de desempenho, focando nos requisitos importantes e com baixo desempenho (quadrante II), baseado na “Matriz Importância X Desempenho”. Para então, medir o processo utilizando estes indicadores. Esta atividade deve ser realizada em conjunto com o “dono do processo”, pois necessita de pessoas que possuam conhecimento do processo. Além disto, devem ter autoridade para tomar a decisão sobre a implantação dos indicadores que serão sugeridos. Para a empresa de distribuição de baterias foram estudados os requisitos “Pontualidade das Entregas de Baterias” e “Qualidade do Pedido”, que estão relacionados ao processo de “Roteirização”. Foram criados os indicadores “Pedidos no Prazo” e “Reclamações Quanto aos Pedidos”. Outros indicadores foram sugeridos, porém estes representam com maior propriedade os requisitos citados pelos clientes. Estes indicadores foram desenvolvidos e validados com o gestor da empresa, utilizando os questionamentos mostrados no quadro 14. Para a IES foram estudados os requisitos “Local do Evento”, “Organização do Evento” e ”Recepção/Atendimento”. A equipe e o gestor do processo em análise desenvolveram os indicadores “Infraestrutura Local” e “Percentual de Incidentes”. Estes indicadores foram validados com o gestor da empresa, utilizando os questionamentos mostrados no quadro 15. 98 Requisito do Processo Indicadores de Desempenho Por que medir? O que medir? Como medir? Quando medir (frequência)? Quem mede? Parte Interessada “Pontualidade Baterias” das Entregas de “Qualidade do Pedido” Para identificar a pontualidade da empresa e vendedores em relação aos pedidos dos clientes O número de pedidos entregues dentro do prazo solicitado pelo cliente. PP = (Quantidade de pedidos entregues no prazo / Quantidade total de pedidos do período) x 100% Reclamações Quanto aos Pedidos (RQP) Para identificar a satisfação dos clientes em relação a sua necessidade de produtos. O número de reclamações realizadas pelos clientes em relação a quantidade e tipo de baterias solicitadas. RQP = (Quantidade de reclamações dos clientes no período / Quantidade total de pedidos do período) x 100% Mensalmente. Mensalmente. Assistente Administrativo. Assistente Administrativo. Cliente e distribuidor. Distribuidor. Pedidos no Prazo (PP) Quadro 14 – Validação dos Indicadores de Desempenho – Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria. Requisito do Processo Indicadores de Desempenho Por que medir? O que medir? Como medir? Quando medir (frequência)? Quem mede? Parte Interessada “Local do Evento” “Organização do Evento” ”Recepção/Atendimento”. Infraestrutura Local (IEL) Percentual de Incidentes (PI) Para garantir conforte e comodidade aos participantes do evento. Todos os itens de infraestrutura necessários, com o auxílio de uma lista de verificação (check list). Para identificar a satisfação dos clientes em relação ao evento. O número de reclamações e/ou quantidade de avaliações regulares e ruins. PI = (Quantidade de reclamações e/ou quantidade de avaliações regulares e ruins / Quantidade total de participantes do evento) x 100% IEL = (valor do item de infraestrutura x peso do item) / Total de itens avaliados) Sempre que houver a necessidade. No evento. Equipe de Marketing. Equipe de Marketing. IES. Clientes e IES. e Quadro 15 – Validação dos Indicadores de Desempenho – IES Fonte: Autoria própria. 5.2.2 Fase 2: Análise do Processo Nesta fase, através das três etapas mostradas na figura 30, para entender o processo em estudo, é realizada uma análise detalhada e criteriosa, identificando os pontos falhos ao não atendimento das necessidades dos clientes. São identificadas oportunidades de melhoria e levantadas as possíveis causa-raízes dos problemas. 99 Análise do Processo Etapa 4 Entendimento do Processo Etapa 5 Análise de Problemas Etapa 6 Definição de Metas de Sucesso Figura 30 – Fase 2 do Método de Gestão por Processos Fonte: Autoria própria. Etapa 4: Entendimento do processo Para iniciar esta etapa são necessários o Macrodiagrama e o Mapa do Processo desenvolvidos na Etapa 1, da Fase 1. Também é utilizado o resultado das pesquisas sobre os requisitos do processo, gráficos 7 e 8. A seguir, é realizada uma análise detalhada nestas documentações, buscando identificar inconsistências, como falta de subprocessos, entradas ou saídas indeterminadas, entre outros. Logo após, são verificadas todas as atividades que compõem o processo. Cada atividade será questionada em relação ao seu objetivo, execução, pontos fortes, problemas e oportunidades de melhoria. Esta etapa é base para os planos de melhoria. No processo de “Roteirização” do distribuidor de baterias, a análise resultou que, ocorrerem problemas devido a falta de disciplina dos vendedores e entregadores às visitas aos clientes, de acordo com as rotas estabelecidas. Então, como consequência, haverá atrasos. Outros clientes não poderão ser atendidos por falta de tempo e não haverá possibilidade de conquistar novos clientes. A análise completa deste processo está registrada no quadro 16. 100 ANÁLISE DO PROCESSO - Roteirização – Distribuidor de Baterias Tudor Distribuidor Área Item Descrição Objetivo 1 Dividir a Região de Atendimento em 4 Subregiões 2 Planejar Rota dos Vendedores O Vendedor deveria trabalhar cada setor da rota diariamente Vendedor estar ciente da área de atuação diariamente Vendedor estar ciente da área de atuação diária Entregador estar ciente da área de atuação diária Vendedor estar ciente da área de atuação diariamente Possuir uma rota definida para melhor atendimento ao Cliente 3 Entregador Vendedor 4 Entregar Planejamento aos Vendedores Entregar Planejamento aos Entregadores 5 Receber Planejamento 6 Executar Rota conforme Planejamento 7 Receber Pedido por Telefone - PG e Litoral Não fazer viagens sem necessidade 8 Montar Carga - PG e Litoral Atender ao cliente 9 Encaminhar Carga para o Motorista PG e Litoral Preparar as cargas para atendimento aos clientes 10 Executar a Rota diariamente Visitar os clientes 11 Receber Planejamento O Entregador estar ciente da área de atuação diariamente 12 Montar Carga no Caminhão Preparar as cargas para atendimento aos clientes 13 Executar Rota: Um dia após o Vendedor Visitar clientes para entregar os pedidos Como Ocorre? Verificar o mapa da região e dividir em quadrantes Trabalhar o quadrante, identificando os clientes na área. O vendedor recebe sua rota diária por semana O Entregador recebe sua rota diária por semana Trabalhar o quadrante, identificando os clientes na área. O vendedor segue a rota definida para as visitas ao cliente O Vendedor contata os clientes da região via telefone Montar carga aos clientes, conforme pedidos por telefone O responsável pela revenda confere os pedidos O vendedor faz a rota semanalmente ou a cada quinzena Trabalhar o quadrante, identificando os clientes na área. O revendedor prepara as cargas pelo pedido. O motorista a confere O entregador faz a rota, baseado no vendedor. Ponto Forte Problemas Oportunidades de Melhorias Vendedor nem sempre segue a rota planejada Entregador nem sempre segue a rota planejada Educar o vendedor para a realização de sua rota diária Educar o Entregador para a realização de sua rota diária Vendedor não segue a rota planejada Treinar o vendedor para seguir a rota planejada e seus benefícios O cliente está ciente do horário de visita do vendedor O vendedor estará com maior tempo para abertura de novos clientes O vendedor está ciente do horário de visita ao cliente O Entregador está ciente do horário de visita ao cliente O vendedor estará com maior tempo para abertura de novos clientes Aumento em clientes visitados e redução de tempo na rota Redução de tempo com deslocamentos Redução de tempo com deslocamentos O vendedor fazer as visitas pessoalmente Conferência dos pedidos pelos responsáveis pela revenda. Vendedor não segue a rota conforme planejado Educar o vendedor para a realização de sua rota planejada. Entregador não segue a rota conforme planejado Educar o entregador para a realização de sua rota planejada. O Entregador estará com maior tempo para abertura de novos clientes Há uma conferência da preparação das cargas pelos responsáveis pela revenda. Quadro 16 – Análise do Processo de Roteirização – Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria. 101 No processo de “Preparação e Execução do Fórum Acadêmico” da IES, a análise resultou em vários problemas, como: centralização do controle do evento e excesso de atividades; quantidade de papéis para controlar a entrada e saída dos participantes do evento, pois gera atividades extras e atrito entre os atendentes e participantes do evento; geração centralizada de certificados de participação, pois cria sobrecarga de trabalho para o setor envolvido e aumenta a emissão de papéis, que muitas vezes, ficam esquecidos, porque os participantes do evento não os retiram. A análise completa deste processo está registrada no quadro 17. ANÁLISE DO PROCESSO - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (continua) Área Item Descrição Objetivo Como Ocorre? Ponto Forte 1 Definir data para Realização do Fórum Haver uma data determinada no calendário acadêmico No início do ano, na elaboração do calendário acadêmico Organização e prazo para a elaboração do evento 2 Definir necessidade s para Realização do Fórum Prever com antecipação, os serviços necessários ao evento Identificar prioridades baseado em um check list Organização e ganho de tempo para a elaboração do evento Reservar local para o Fórum Definir um espaço adequado para o evento Fazer levantamento dos possíveis locais para o evento, sua disponibilidade e custo Haver a possibilidade de ter um palestrante de renome. Em reuniões são sugeridas nomes e são feitas pesquisa pelo setor. A seguir levantar o custo de cada profissional Levantar custos para Realização do Fórum 6 7 Marketing 3 4 5 Problemas Oportunidades de Melhorias Não haver datas disponíveis para o local escolhido Adequar a data do evento, conforme a disponibilidade do palestrante A participação das coordenações; Conseguir profissionais envolvidos com temas relacionados ao público alvo O palestrante escolhido não possuir disponibilidade de datas Definir com antecedência o palestrante, junto com a definição do local do evento Ter conhecimento do valor do evento Fazer levantamento dos valores referentes a todos os itens necessários para a realização do evento Planejar antecipadame nte com o financeiro, valores e formas de pagamento A diferença entre valores orçados antecipadam ente Formalizar através de contrato os serviços e produtos adquiridos antecipadamente Divulgar o Fórum Fazer campanha promocional do evento Através de diferentes mídias Tornar tanto o evento, quanto a instituição, conhecidos do público interno e externo Acompanhar Instalações de Iluminação e som no Local do evento Certificar-se que a infra estrutura do evento está de acordo com o contrato Acompanham ento no local do evento Garantia de padrão de qualidade das instalações do local do evento Definir Palestrante para o Fórum Criar maior interesse dos discentes, docentes e corpo técnico administrativo 102 ANÁLISE DO PROCESSO - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (continua) Item Descrição Objetivo Como Ocorre? Posicionar móveis, equipamentos e pessoal nos lugares adequados Gerar a lista de presença via sistema 8 Organizar Local do evento Adequar o local às necessidades do evento 9 Gerar a Lista de Presença Relacionar todos os inscritos no evento 10 Buscar Palestrante no Aeroporto e levá-lo ao hotel Garantir a presença do palestrante no evento 14 Acompanhar Evento Gerenciar o Evento 15 Providenciar o deslocamento do Palestrante ao final do Evento Garantir o bem estar ao palestrante 16 Recolher Ficha de Avaliação do Fórum e Lista de Presenças Verificar o número de participantes. Estar de posse das avaliações do evento 17 Compilar resultados da Pesquisa de Satisfação sobre o Fórum Quantificar a avaliação do evento Marketing Área 18 19 20 21 Divulgar no Site Imagens e Vídeo do Evento Direcionar Resultado da avaliação à coordenações e Direção Encaminhar Lista de Presença para o Setor de Diplomas Separar relação de participantes Externos e sua origem Com o veículo da empresa, o responsável pela segurança faz o translado do palestrante até o hotel Coordenador as inscrições, verificar as instalações e manter o local organizado Com o veículo da empresa, o responsável pela segurança faz o translado do palestrante Recolhe as fichas de avaliação da equipe de controle de entrada/saída e as listas de presenças Ponto Forte Problemas Estar com o ambiente adequado para a recepção dos convidados Ganho de tempo na tarefa e obter a lista para confecção dos certificados de participação Oportunidades de Melhorias Reunir e instruir com antecedência a equipe de apoio O comprometime nto da instituição com o palestrante A centralização do controle Delegar atividades para os responsáveis de equipes Ter o controle dos dados do evento Deixar de recolher as fichas, devido a quantidade de pessoas saindo do local evento Alocar um maior número de pessoas para o controle de saída Organizar as fichas e levantar os dados Obter os dados de avaliação do evento, gerando informações Centralização da execução da tarefa Delegar atividades para a equipe Mostrar como o evento ocorreu Preparar material e postar no site Divulgar o resultado do evento Mostrar a avaliação do evento Enviar e-mail com as informações Informar os dados para a confecção dos certificados Encaminhar uma cópia física da lista de presenças Os dados estarem em papel (físico) Encaminhar o arquivo em meio eletrônico Determinar a origem do participante externo individualmente O participante gerar o certificado via sistema Obter a relação de participantes externos Compara as informações via sistema Controle do Evento O comprometime nto da instituição com o palestrante Rapidez no encaminhame nto dos dados 103 ANÁLISE DO PROCESSO - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (continua) Secretaria Marketing Área Objetivo Como Ocorre? Enviar certificado ao participante externo Preparar as correspondências e encaminhar ao protocolo 11 Receber Participantes do evento Garantir a organização do evento Na recepção do evento, direcionar os convidados para assinar lista de presença Organização da chegada dos convidados 12 Solicitar assinatura na lista de presença Controlar a presença para quantificar o número de participantes Identificar o nome do participante e solicitar assinatura Possuir a quantidade de participantes do evento, para elaborar certificados 13 Entregar Ficha de Avaliação do Evento Avaliar o evento 23 Receber Lista de Presenças do Fórum Obter a relação dos participantes 24 Gerar Certificado de Participação Item 22 Enviar Certificados pelo correio Obter Comprovante de participação dos inscritos Entregar a ficha de avaliação ao participante Receber uma cópia física da lista de presenças Comparar lista física com dados de inscritos do Sistema Ponto Forte Conhecer a opinião dos participantes Problemas Oportunidades de Melhorias A geração de trabalho extra e o custo de envio via correio O participante gerar o certificado via sistema A falta de colaboração de outros setores da instituição Manter bom relacionamento com os funcionários e responsáveis pelos setores Utilizar um leitor de código de barras para controlar a entrada, eliminando a assinatura. A não entrega da ficha de avaliação Melhorar o controle de saída Lista física de presença Receber lista via sistema O participante gerar o certificado via sistema Possibilidade de fazer "Mala direta" Encaminhar Certificado de Participação para o Marketing Separar Certificado de Participação dos alunos Armazenar e Aguardar Retirada dos Certificado de Participação Entregar Certificados dos participantes externos Entregar Certificados pessoalmente ao Marketing Volume de trabalho O participante gerar o certificado via sistema Selecionar os Certificados dos alunos Fazer a seleção manualmente Volume de trabalho O participante gerar o certificado via sistema Reservar certificados para os alunos solicitarem Armazenar fisicamente certificados Volume de material no setor 28 Entregar Certificado de Participação Disponibilizar certificado aos alunos 29 Separar Certificados por Departamento Selecionar os Certificados dos docente e do corpo técnico administrativo 30 Encaminhar Certificados aos Departamentos Entregar Certificados a participantes do corpo técnico administrativo 25 26 Diplomas Descrição 27 Entrega física do certificado pessoalmente ao aluno Separar fisicamente certificados por departamento Entregar Certificados pessoalmente e por malote aos gerentes das áreas Reduzir o volume de material no setor O atendimento pessoal ao aluno no setor O participante gerar o certificado via sistema Volume de trabalho Volume de trabalho O participante gerar o certificado via sistema 104 ANÁLISE DO PROCESSO - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (conclusão) Coordenações Direção e Coordenações Área Como Ocorre? Ponto Forte Informar o resultado da avaliação Receber via email arquivo com os resultados da pesquisa Possuir as informações para ter base para novas sugestões 32 Encaminhar Resultado da Pesquisa de Satisfação Mostrar a avaliação do evento Enviar e-mail com as informações 33 Receber Certificados de Participação Obter os certificados de participação 34 Distribuir Certificados de Participação Entregar Certificados dos participantes internos Item Descrição 31 Receber Resultado da Pesquisa de Satisfação sobre o Fórum Objetivo Receber uma cópia física dos certificados de participação Entregar Certificados pessoalmente a todos os participantes do evento Obter a informação dos participantes do evento Problemas Oportunidades de Melhorias Utilizar com maior objetividade as informações contidas no relatório. Volume de material no setor Receber lista de participantes via sistema Volume de trabalho O participante gerar o certificado via sistema Quadro 17 – Análise do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES Fonte: Autoria própria. Etapa 5: Análise de problemas A análise dos problemas foi iniciada na etapa anterior, quando ao identificar os problemas do processo (pontos fracos), também foram sugeridas oportunidades de melhoria. A seguir foram relacionados os problemas e identificada as suas possíveis causas - raízes. É importante nesta etapa, determinar os problemas potenciais para que haja uma antecipação a sua ocorrência. Para o distribuidor de baterias foram identificadas as causas relacionadas, principalmente a falta de cultura para seguir rotas planejadas e a preocupação com redução de custos. Durante suas atividades, tanto vendedores quanto entregadores, sempre foram cobrados pelo cumprimento de metas. E, seguir a rota, às vezes, para eles, representa deixar de visitar um bom cliente naquele período. Mas, pode causar custos a mais e perdas de tempo em viagens desnecessárias. E, também possibilitar a prospecção de novos clientes. Ou seja, seguir a rota, momentaneamente pode parecer prejudicial, do ponto de vista do vendedor / entregador, mas trará benefícios para todos e principalmente para o negócio. Esta análise está relacionada no quadro 18. 105 Causas dos Problemas no Processo - Roteirização Entregador Vendedor Distribuidor Área Item Descrição Problemas Oportunidades de Melhorias Entregar Planejamento aos Vendedores O vendedor nem sempre segue a rota planejada Educar o vendedor para a realização de sua rota diária 6 Executar Rota conforme Planejamento O Vendedor não segue a rota planejada Treinar o vendedor para seguir a rota planejada e mostrar os seus benefícios 10 Executar a Rota diariamente O vendedor não segue a rota conforme o planejamento. Educar o vendedor para a realização de sua rota planejada. 8 Montar Carga - PG e Litoral 4 Entregar Planejamento aos Entregadores O Entregador nem sempre segue a rota planejada Educar o Entregador para a realização de sua rota diária 13 Executar Rota: Um dia após o Vendedor O entregador não segue a rota conforme o planejamento. Educar o entregador para a realização de sua rota planejada. 3 O vendedor fazer as visitas pessoalmente Consequências Aumento do percurso realizado pelo Vendedor; Falta de tempo para prospectar novos clientes. Causas Falta de cobrança para o vendedor seguir a rota; Estímulo somente ao cumprimento das metas de vendas. Falta de cultura para seguir as rotas; Preocupação em atingir as metas de vendas; Falta de cultura com redução de custo. Aumento das Vendas e prospecção de novos clientes. Aumento do percurso realizado pelo Entregador; Falta de tempo para prospectar novos clientes. Falta de cultura para seguir as rotas; Preocupação em atingir as metas de entregas; Falta de cultura com redução de custo. Quadro 18 – Causas dos Problemas do Processo de Roteirização – Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria. No processo de “Preparação e Execução do Fórum Acadêmico” da IES foram identificadas as causas relacionadas, principalmente ao controle da entrada ao evento e a emissão física dos certificados de participação ao evento. A movimentação que, ocorre instantes antes do início do evento, gera um grande volume de atividades e possibilita o atraso na entrada dos participantes. E, criará a insatisfação destas pessoas, que são clientes ou potenciais clientes da instituição. Desta forma, afetando o atendimento ao cliente e, por consequência, prejudicando a imagem da empresa perante o mercado. Quanto à emissão física dos certificados de participação no evento, o volume de trabalho e de papel gerado é prejudicial para a empresa. Pois, faz com que os funcionários do setor responsável executem esta atividade e posterguem outras, talvez prioritárias. E, há a geração de custos, pelo desvio das atividades prioritárias, pela geração de papel e pelo valor da emissão via correio ou malotes. A 106 análise completa está relacionada no quadro 19. Causas dos Problemas no Processo - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (continua) Área Problemas Oportunidades de Melhorias Reservar local para o Fórum Não haver datas disponíveis para o local escolhido Adequar a data do evento, conforme a disponibilidade do palestrante 4 Definir Palestrante para o Fórum O palestrante escolhido não possuir disponibilidade de datas Definir com antecedência o palestrante, junto com a definição do local do evento 5 Levantar custos para Realização do Fórum A diferença entre valores orçados antecipadame nte 8 Organizar Local do evento Item Descrição 3 Marketing e Secretaria 11 Receber Participantes do evento A falta de colaboração de outros setores da instituição Formalizar através de contrato os serviços e produtos adquiridos antecipadamente. Reunir e instruir com antecedência a equipe de apoio Manter bom relacionamento com os funcionários e responsáveis pelos setores Consequências Redução de atividades extras com escolhas de novo palestrante e/ou Local para o Evento. Causas Fazer escolha do local do Evento em data diferente da definição do palestrante. Previsão correta dos custos do evento. Falta de um contrato formalizado entre as partes interessadas, para garantir os valores negociados. Garantir a participação das áreas de apoio e a organização do evento. Centralização de atividades; Falta de distribuição de informações sobre o evento, no Setor de Marketing. Eliminar esta atividade. Falta de pessoas para controlar a entrada no local do evento; Grande quantidade de pessoas chegando ao mesmo tempo, principalmente próximo ao início do evento. 13 Entregar Ficha de Avaliação do Evento A não entrega da ficha de avaliação Utilizar um leitor de código de barras para controlar a entrada dos participantes, eliminando a assinatura. 14 Acompanhar Evento A centralização do controle Delegar atividades para os responsáveis de equipes Redução de atividades de controle e contato com as equipes de trabalho. 16 Recolher Ficha de Avaliação do Fórum e Lista de Presenças Deixar de recolher as fichas, devido a quantidade de pessoas saindo do local evento Alocar um maior número de pessoas para o controle de saída Eliminar esta atividade. 17 Compilar resultados da Pesquisa de Satisfação sobre o Fórum Centralização da execução da tarefa Delegar atividades para a equipe Redução de atividades. Aumento do controle. Os dados estão em papel; Faltam pessoas para colaborar nesta atividade. 20 Encaminhar Lista de Presença para o Setor de Diplomas Os dados estarem em papel (físico) Encaminhar o arquivo em meio eletrônico Redução de atividades. Aumento do controle. Geração de várias listas de presença para as assinatura dos participantes. Centralização de atividades; Falta de distribuição de informações sobre o evento, no Setor de Marketing; Falta de cooperação de outras áreas da instituição. 107 Causas dos Problemas no Processo - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (conclusão) Marketing e Secretaria Área Item Descrição Problemas 21 Separar relação de participantes Externos e sua origem 22 Enviar Certificados pelo correio Determinar a origem do participante externo individualmente A geração de trabalho extra e o custo de envio via correio 23 Receber Lista de Presenças do Fórum 24 Gerar Certificado de Participação 25 Diplomas 26 27 28 29 Entregar Certificado de Participação Separar Certificados por Departamento Encaminhar Certificados aos Departamento s Consequências O participante gerar o certificado via sistema Redução de atividades. O participante gerar o certificado via sistema Eliminar esta atividade. Receber lista via sistema Redução de atividades. O participante gerar o certificado via sistema Eliminar esta atividade. Volume de trabalho O participante gerar o certificado via sistema Eliminar esta atividade. Volume de trabalho O participante gerar o certificado via sistema Eliminar esta atividade. Lista física de presença Volume de material no setor O atendimento pessoal ao aluno no setor Eliminar esta atividade. O participante gerar o certificado via sistema Volume de trabalho Eliminar esta atividade. Causas Não há uma lista de participantes externos separada da lista de participantes internos no sistema. Não há a emissão de certificados via Sistema; Os certificados não são emitidos com antecedência para ser entregue no dia do evento. Eliminar esta atividade. Volume de trabalho O participante gerar o certificado via sistema Eliminar esta atividade. 33 Receber Certificados de Participação Volume de material no setor Receber lista de participantes via sistema Eliminar esta atividade. 34 Distribuir Certificados de Participação Volume de trabalho O participante gerar o certificado via sistema Eliminar esta atividade. 30 Coordenações Encaminhar Certificado de Participação para o Marketing Separar Certificado de Participação dos alunos Armazenar e Aguardar Retirada dos Certificados de Participação Oportunidades de Melhorias Quadro 19 – Causas dos Problemas do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES Fonte: Autoria própria. Com as análises realizadas anteriormente, é gerada uma base de dados para as melhorias e para a definição das metas de sucesso do processo, que serão as próximas etapas deste método. 108 Etapa 6: Definição de metas de sucesso Esta etapa iniciou com a identificação dos fatores críticos para o sucesso dos processos. E, a seguir, foram determinadas as metas para o processo em estudo. Estas devem compreender níveis de desempenho que atendam ou superem as expectativas do cliente e os seus requisitos. Para o distribuidor de baterias, no processo de “Roteirização” foram identificados os seguintes fatores críticos de sucesso: Conscientização com redução de custos em suas atividades; Prospecção de novos clientes. A partir da identificação dos fatores críticos de sucesso, foram definidas as metas para os vendedores e entregadores. As metas de sucesso estão apresentadas a seguir: Atender a 100% dos pedidos no prazo; Reduzir em 10% as reclamações dos clientes quanto aos pedidos; Prospectar, pelo menos, mais um cliente por mês; Reduzir em 5% os custos com automóveis e viagens a cada mês. Na IES, para o processo de “Preparação e Execução do Fórum Acadêmico”, foram identificados os seguintes fatores críticos de sucesso: Satisfação do cliente do Fórum; Inscrição no Fórum; Definição do palestrante; Local do evento; Tratamento ao cliente no dia do evento. A partir da identificação dos fatores críticos de sucesso, foram definidas as metas para a preparação e execução do Fórum, Acadêmico, que são: Atender a 100% dos pedidos de inscrição no Fórum Acadêmico; Introduzir o leitor de código de barras para a entrada no evento; Reduzir em 5% os custos do Fórum Acadêmico em relação ao evento anterior. Como se observa, todas as metas de sucesso estão relacionadas aos fatores críticos de sucesso e aos indicadores de desempenho definidos na etapa 3. 109 5.2.3 Fase 3: Otimização do Processo Nesta fase, através das duas etapas mostradas na figura 31, foram definidas alternativas de melhoria para os processos em estudo, a fim de atender as necessidades e superar as expectativas do cliente, buscando eliminar as causas dos problemas encontrados nas etapas anteriores. Otimização do Processo Etapa 7 Planejamento de Alternativas de Melhoria Etapa 8 Resultado das Melhorias Implantadas Figura 31 – Fase 3 do Método de Gestão por Processos Fonte: Autoria própria. Foi necessário montar um plano de ação, visando uma situação futura. E, partir para a implantação de um plano piloto de melhorias. Para efetivar estas propostas, foram apresentadas aos gestores das organizações em estudo, para sua aprovação. A partir da obtenção da aprovação das propostas de melhoria, executálas e obter os resultados. Estas etapas estão descritas a seguir. Etapa 7: Planejamento de alternativas de melhoria Esta etapa é uma sequência do trabalho executado anteriormente. Pois, não são suficientes, apenas identificar os problemas e suas causas e definir metas para os processos. Mas, propor melhorias para eliminar as causas dos problemas, priorizá-las e atingir a as metas. Para o distribuidor de baterias foi sugerida o desenvolvimento de um treinamento, contemplando os benefícios de seguir a rota planejada, como redução de tempo das viagens, melhoria no planejamento das visitas aos clientes, entre 110 outros. E, como consequência, o aumento do nível de atendimento ao cliente e ampliação da carteira de clientes. A seguir, no quadro 20, adaptado do quadro 8, está apresentado o plano de ação para este treinamento. Plano de Ação para Melhorias - Roteirização Entregador Vendedor Distribuidor Área Item Problemas Oportunidades de Melhorias 1 O vendedor nem sempre segue a rota planejada Educar o vendedor para a realização de sua rota diária 6 O Vendedor não segue a rota planejada Treinar o vendedor para seguir a rota planejada e mostrar os seus benefícios 4 O Entregador nem sempre segue a rota planejada Educar o Entregador para a realização de sua rota diária Solução Treinamento . Ação Preparar Treinamento contemplando: 1 - Benefícios de seguir Rota Planejada; 2 - Melhoria no Atendimento ao cliente; Duração Responsável Quatro treinamentos, sendo realizado uma vez por semana (Segundafeira, manhã). Distribuidor Quadro 20 – Plano de Ação para o Processo de Roteirização – Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria. Não foi necessário sugerir nenhuma mudança no processo de “Roteirização”. Desta forma, não foi preciso alterar o mapa deste processo. Para a IES, foram sugeridas algumas alterações no processo de “Preparação e Execução do Fórum Acadêmico”, como desenvolver um contrato padrão para os fornecedores do evento e adaptar o sistema acadêmico para utilização de leitor do código de barras e geração de relatórios e documentos. Estas melhorias geraram redução de tarefas para os setores de Diplomas e Marketing. E, em consequência, otimização deste processo e redução de custos. Pois, com pouco investimento em aquisição de alguns equipamentos e o desenvolvimento e adaptação do sistema existente, se alcança vários benefícios para os clientes do processo. As propostas de solução para os problemas encontrados nas etapas anteriores estão descritas, na sua totalidade no quadro 21. 111 Plano de Ação para Melhorias - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (continua) Área Problemas Oportunidades de Melhorias Não haver datas disponíveis para o local escolhido. Adequar a data do evento, conforme a disponibilidade do palestrante. 4 O palestrante escolhido não possuir disponibilidade de datas. Definir com antecedência o palestrante, junto com a definição do local do evento. 5 A diferença entre valores orçados antecipadamente. Item Solução Ação Sincronizar as atividades de "Reservar Local" e "Definir Palestrante". Definir Palestrante e Local do evento em sincronia. 20 dias Marketing Formalizar através de contrato os serviços e produtos adquiridos antecipadamente. Formalizar contrato entre as partes interessadas, garantindo os valores negociados. Desenvolver um contrato Padrão para os Fornecedores do Evento. 30 dias Marketing e Jurídico 6 Criar maior interesse dos discentes, docentes e corpo técnico administrativo. Ampliar a Campanha de divulgação do evento, apresentando a sua importância para os participantes. Utilizando vários tipos de mídia. Criar Campanha agressiva de divulgação do evento para o público interno. 30 dias 8 Reunir e instruir com antecedência a equipe de apoio. Desenvolver um Plano de Ação para a distribuição das tarefas do evento. 5 dias Marketing Adaptar o Sistema Acadêmico para utilização do Leitor do Código de Barras e Geração dos Relatórios e Documentos Necessários. 60 dias Marketing, Diplomas e Informática Marketing e Secretaria 3 Realizar reuniões com as equipes; Fazer treinamentos para a execução das tarefas; E, delegar a coordenação das atividades aos responsáveis por cada equipe de trabalho. 11 A falta de colaboração de outros setores da instituição. Manter bom relacionamento com os funcionários e responsáveis pelos setores. 14 A centralização do controle. Delegar atividades para os responsáveis de equipes. Delegar a coordenação das atividades aos responsáveis por cada equipe de trabalho. Utilizar um leitor de código de barras para controlar a entrada dos participantes, eliminando a assinatura. O documento de entrada será o crachá funcional do corpo técnico administrativo e docentes. Os discentes usam a carteirinha da faculdade. Para os participantes externos, no ato da inscrição seria gerado um documento com código de barras. Todos apresentam estes documentos na entrada do local do evento. 12 Duração Responsável Marketing 112 Plano de Ação para Melhorias - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico - IES (continua) Marketing e Secretaria Área Item Problemas Solução Com a introdução do leitor de Código, os participantes do evento poderão gerar o seu próprio certificado de participação. Mas, só o farão após o preenchimento da avaliação do evento. Uma atividade fica condicionada a outra. 13 A não entrega da ficha de avaliação. Utilizar um leitor de código de barras para controlar a entrada dos participantes, eliminando a assinatura. 16 Deixar de recolher as fichas, devido a quantidade de pessoas saindo do local evento. Alocar um maior número de pessoas para o controle de saída. Atividades realizadas através do Sistema e Leitor de Código de Barras. 17 Centralizar a execução da tarefa. Delegar atividades para a equipe. As compilações dos dados são feitas pelo sistema. 20 Os dados se encontram em papel (físico). Encaminhar o arquivo em meio eletrônico. 21 Determinar a origem do participante externo individualmente. O participante gerar o certificado via sistema. 22 A geração de trabalho extra e o custo de envio via correio. O participante gerar o certificado via sistema. 23 Lista física de presença. Receber lista via sistema. O participante gerar o certificado via sistema. 24 Diplomas Oportunidades de Melhorias 25 / 26 / 30 Volume de trabalho. 27 Volume de material no setor. 28 O atendimento pessoal ao aluno no setor. O participante gerar o certificado via sistema. O participante gerar o certificado via sistema. O Setor de Diplomas gera a lista dos participantes presentes via sistema, com a separação dos externos e internos e por departamento. Geração da lista dos participantes presentes via sistema, com a separação dos externos e internos e por departamento. Ação Adaptar o Sistema Acadêmico para utilização do Leitor do Código de Barras e Geração dos Relatórios e Documentos Necessários. Duração Responsável 60 dias Marketing, Diplomas e Informática 113 Plano de Ação para Melhorias - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (conclusão) Direção e Coordenações Coordenações Área Item 33 34 31 Problemas Oportunidades de Melhorias Volume de material no setor. Receber lista de participantes via sistema. Volume de trabalho. O participante gerar o certificado via sistema. Utilizar com maior objetividade as informações contidas no relatório. Solução Ação Duração Responsável Geração da lista dos participantes presentes via sistema, com a separação dos externos e internos e por departamento. Adaptar o Sistema Acadêmico para utilização do Leitor do Código de Barras e Geração dos Relatórios e Documentos Necessários. 60 dias Centralizar atividade de distribuição das informações no Setor de Marketing. Distribuir as informações através do email Marketing 5 dias Marketing, Diplomas e Informática Marketing Quadro 21 – Plano de Ação para o Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES Fonte: Autoria própria. Com a implantação destas melhorias o mapa do processo ficou alterado, sendo eliminadas algumas atividades, principalmente do setor de Diplomas. O novo mapa deste processo é mostrado na figura 32. A seguir, deverá ser implantado um plano piloto de melhorias e acompanhar as ações passo a passo, monitorando os resultados. Etapa 8: Resultado das melhorias implantadas Esta etapa não foi considerada neste trabalho, pois, a partir do plano de ação, a decisão da sua implantação ou não depende da alta gerência das organizações em estudo. Porém, foi encaminhada a cada empresa, a documentação levantada neste estudo, sendo entregue uma cópia de: Escopo do processo; Macrodiagrama; Mapa e Fluxogramas; Sistema de Medição; Documentos de Entendimento. 114 Figura 32 – Mapa Revisado do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico Fonte: Autoria própria. Para validar o método proposto, além de aplicá-lo nas empresas e verificar os resultados descritos anteriormente, foi feito uma análise em relação às principais características de uma metodologia de gestão por processos e comparado com as metodologias apresentadas. E, foram determinados os pontos fortes e fracos do método proposto. A próxima seção apresenta estes resultados. 115 5.3 AVALIAÇÃO DO MÉTODO PROPOSTO Com a aplicação do método proposto nos processos das empresas de serviços e em discussão com os envolvidos nas análises foi possível determinar o seu desempenho e identificar seus pontos fortes e fracos. E, foi realizada a comparação com as outras metodologias apresentadas no capítulo 2, em relação às principais características de uma metodologia de gestão por processos e da micro e pequena empresa. A seguir, são apresentados os resultados obtidos com esta análise. 5.3.1 Comparação das características das metodologias estudadas e do método proposto Para executar esta análise foram identificadas as características de todas as metodologias, estudadas no capítulo 2, baseado nas definições de seus autores. Considerou-se as características da micro e pequena empresa e foi comparado ao método proposto. Os resultados obtidos estão mostrados no quadro 22. Características das MPEs Metodologias DI Servpro RE MP GP 1) Gestão pessoal e pessoalidade 2) Administração não profissional 3) Decisões intuitivas 4) Grande poder do proprietário-dirigente 5) Mão de obra pouca qualificada 6) Dependência de certos empregados 7) Propensão a riscos calculados 8) Informalidade 9) Falta de recursos X X X X X X X X X X 10) Imaturidade organizacional 11) Estrutura simples e leve X X X X X X 12) Falta de planejamento formal 13) Sistema simples de informações 14) Falta de dados quantitativos X X X X X X X Quadro 22 – Comparação das Metodologias Estudadas e do Método Proposto em relação as características da Micro e Pequena Empresa Fonte: Adaptado de Limas (2009). 116 O método de gestão por processos se mostrou mais adequado que as outras metodologias estudadas, pois não necessita de uma ferramenta específica de mapeamento de processos, utiliza uma quantidade menor de fases e etapas e auxilia ao gestor organizar sua empresa. A característica “grande poder do proprietário”, foi considerada compatível pela possibilidade de visualização da organização em processos. O método facilita a visão holística da organização, através do processograma. A “mão de obra pouco qualificada”, não influencia a aplicação do método proposto, pois o gestor do processo está atuando em conjunto com a equipe de processos. E, todos recebem o mesmo treinamento, equalizando o conhecimento. Enquanto que, para a característica “falta de recursos”, o método foi desenvolvido para ser aplicado pelo próprio gestor e seu pessoal, com baixo custo. As características “Informalidade e Imaturidade organizacional” são combatidas com a geração dos documentos do processo, o que permite ao gestor entender a estrutura do seu negócio. Para as características “Falta de planejamento formal”, “Sistema simples de informações” e “Falta de dados quantitativos”, o método proposto permite ao gestor levantar dados e requisitos do seu cliente e planejar melhorias para sua organização. As características “Propensão a riscos calculados” e “Estrutura simples e leve” são consideradas na aplicação do método de gestão por processos, pois possibilita ao gestor planejar planos de ação dentro de suas perspectivas, considerando as necessidades do cliente. Outra análise realizada considerou características como quantidade de fases e etapas da metodologia, se há a preocupação com melhoria contínua dos processos, se é sugerido o desenvolvimento de indicadores de desempenho para medir o processo, entre outras. A seguir, foi analisado o método proposto, verificando quais características importantes foram consideradas neste método. Na análise completa, apresentada no quadro 23, observa-se que o método proposto apresenta as principais características de uma metodologia de gestão por processos, mostrando-se adequado para ser aplicado nas organizações, com o objetivo de otimizar processos e propor melhorias. É caracterizado também, como 117 de fácil visualização para os clientes, devido à adequada quantidade de fases e etapas. Características 1) Quantidade de Fases da metodologia RE MP DI Servpro GP 5 4 5 NA 3 NA 14 37 NA 8 2) Quantidade de Etapas da metodologia 3) Melhoria contínua 4) Definição dos macroprocessos X 5) Utilização de equipe de processos 6) X X X X X X X X Análise do processo atual X X X 7) Escopo do processo X X 8) Requisitos do cliente 9) Indicadores de desempenho X X 10) Identificação de problemas X X X X X X X X X X X 11) Identificação das causas dos problemas 12) Determinação de metas X X X X X 13) Sugestão de alternativas de melhorias X X 14) Modelagem do processo otimizado X X 15) Workflow X 16) Fácil visualização para os clientes 17) Necessidade de especialista em processos 18) Treinamento sobre utilização do método X 19) Documentação X X X X X X X X X X X X X Quadro 23 – Comparação das Metodologias Estudadas e do Método Proposto Fonte: Autoria própria. A não exigência da contratação de um especialista em processo na organização em estudo é um ponto importante para a aceitação do método pelos gestores. E, ainda sugere a definição de indicadores de desempenho para medir o processo, possibilitando ao gestor verificar os pontos que devem ser melhorados, para aumentar a satisfação do cliente. 5.3.2 Pontos fortes e fracos do método proposto Com as análises realizadas no método proposto, como citado na seção anterior e com os resultados obtidos com a sua aplicação nos processos de “Roteirização” e “Preparação e execução do Fórum Acadêmico”, foram determinados os seus pontos fortes e fracos, que são descritos a seguir. 118 5.3.2.1 Pontos fortes do método de gestão por processos Este método apresentou os seguintes pontos fortes: Redução na quantidade de fases e etapas; Apresentação das características básicas de uma metodologia de gestão por processos; Não há a necessidade de um especialista em gestão por processos na organização; Sugestão de um sistema de indicadores de desempenho e como obtê-los; Identificação dos principais requisitos dos clientes; Identificação das causas-raízes dos problemas, com o objetivo de eliminar definitivamente os problemas; Determinação do escopo e limites do processo; Utilização de uma ferramenta acessível de mapeamento de processos; A melhoria dos processos continuamente como objetivo fundamental; A possibilidade de visualização da empresa como um conjunto de processos e, assim facilitar a visão de uma organização horizontal. 5.3.2.2 Pontos fracos do método de gestão por processos E como pontos fracos, este método apresenta: Necessidade de treinamento no método; Maior concentração de atividades para o analista de processos na fase 1; A falta de um sistema gerencial para garantir o processo de melhoria contínua; A grande dependência do dono do processo e/ou equipe de gestão por processos. 119 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES Este capítulo apresenta as conclusões e recomendações para trabalhos futuros, centralizadas nos objetivos do desenvolvimento e aplicação do método de gestão por processo adaptado para micros e pequenas empresas. 6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de ser proposto um modelo de gestão por processos, adaptado às micros e pequenas empresas para auxiliá-las à introdução da gestão por processos. E, para validá-lo, foi aplicado em duas empresas de prestação de serviço, com atividades distintas. 6.1.1 Considerações sobre a Pesquisa com Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPE) da Região de Curitiba Primeiramente foi realizada uma pesquisa com médias, pequenas e micros empresas da cidade de Curitiba, para identificar o nível de conhecimento dos gestores destas organizações sobre gestão por processos. E, também identificar, se estes aceitam utilizar técnicas de gestão por processos. A pesquisa usou uma amostra equilibrada de empresas, sendo 30,83% de médio porte, 36,67% de pequeno porte e 32,5% de micro empresas. Desta forma, garantindo que não haja influência de qualquer tipo de empresa nos resultados da pesquisa. Conclui-se que, a maioria dos gestores não conhece o que é uma metodologia de gestão por processos, comprovando a característica deste tipo de empresa que é de administração amadora, centralizada na pessoa do gestor ou dono da empresa. Entretanto, a questão relacionada à aplicação de uma metodologia de gestão por processo auxiliar na gestão da empresa, as respostas foram acima do nível “muito”. Embora possa parecer uma controvérsia, este resultado representa que, os gestores são conscientes da utilidade de uma metodologia sistematizada para auxiliar na gestão de sua empresa. Quando a questão estava relacionada ao conhecimento das necessidades 120 de seus clientes, as respostas foram variadas. Ou seja, a maioria dos gestores acredita possuir bons conhecimentos das necessidades de seus clientes, contudo alguns, principalmente os gestores das microempresas, não tem certeza. Quando a questão foi relacionada ao tipo de técnica que poderia ser utilizada na organização, as que possuem um impacto visual menos agressivo, e com menor número de fases e/ou etapas foram as mais escolhidas pelos gestores, independente do porte ou ramo da empresa, conforme os gráficos 4, 5 e 6. Conclui-se que, após a análise desta pesquisa, que os gestores se interessam por métodos ou metodologias que apresentam uma característica de menor complexidade, ou seja, procuram aplicar uma ferramenta de fácil visualização, com poucas etapas de estudo, pois lhe permite a percepção de fácil utilização. Mas, não desprezam um método estruturado, para auxiliá-los na gestão da organização. E, em todos os seguimentos pesquisados, o método proposto obteve uma aceitação superior às outras metodologias apresentadas. Então, conclui-se que, o método pode ser aplicado às micros e pequenas empresas, pois foi aceito pelos seus gestores. Porém, ainda é necessário avaliá-lo em relação à eficiência dos resultados obtidos na aplicação às empresas estudadas. E, identificar sua adaptabilidade às necessidades das micro e pequenas empresas. 6.1.2 Considerações sobre a aplicação do método proposto de gestão por processos nas organizações de serviços A utilização de uma metodologia de gestão por processos permite identificar os principais processos da organização e padronizar suas documentações. Auxilia o gestor a definir quais estratégias deverão ser adotadas para melhorar o atendimento ao cliente. Com os resultados alcançados, apresentados no capitulo 5, o método proposto mostrou-se adequado para a aplicação em micro e pequena empresa, sendo facilmente entendido pelos gestores dos processos, que o utilizaram. E, durante todas as fases da metodologia, foi observada a participação ativa dos envolvidos nos processos em estudo, pois todos entenderam o objetivo da atividade de gestão dos processos. 121 Uma característica importante do método proposto é a utilização de fluxograma para o mapeamento dos processos, facilitando a compreensão do processo em análise e possibilitando uma visão holística deste. Este é um fator primordial para este tipo de atividade, pois, está visão geral, permite ao gestor entender o processo e rapidamente verificar pontos que podem ser melhorados ou eliminados. Também, possibilita a verificação da participação de todos os envolvidos no processo e assim, valorizar suas atividades para a melhoria do nível de serviço ao cliente. Foi identificado pelos participantes da aplicação do método, nas duas empresas, que a etapa 1(Levantamento do processo atual) e a etapa 2 (Identificação dos requisitos do processo), na fase 1 (Conhecimento do Processo) foram as atividades mais longas e trabalhosas. Na etapa 1, foram realizados todos os levantamentos para o entendimento dos processos da organização em estudo. Estas atividades são fundamentais para a gestão por processo, pois posicionam a empresa em relação aos seus processos, definindo como será a empresa, se transformada em uma organização horizontal, conforme discutido no capitulo 2. E, permite ao gestor ter a visão holística do seu negócio. Por ser uma etapa básica, apresenta atividades que necessitam ser executadas e não devem ser desmembradas. Em relação a etapa 2, identificação dos requisitos do processo, é o momento de identificar os requisitos e necessidades dos clientes. Desta forma, esta etapa é base para todas as outras fases e etapas do método proposto. Todas as análises, melhorias e otimizações estão baseadas no objetivo de aumentar a competitividade organizacional. Principalmente, a etapa 1 poderia ser desmembrada em outras etapas dentro da fase 1, porém não atenderiam ao propósito do método que é ser de fácil visualização pelos gestores e dificultaria a obtenção de sua aceitação. Com isso, as micros e pequenas empresa não teriam esta ferramenta para auxiliá-la a melhorar sua gestão e aumentar sua participação no mercado. Embora não haja os resultados das melhorias obtidas (etapa 8), o método de gestão por processos se mostrou adequado para a gestão dos processos nas duas empresas de prestação de serviços. Em síntese, este método mostrou-se eficiente, pois foi possível identificar os 122 problemas nos processos estudados e analisar as suas causas. Então, sugerir melhorias e indicadores de desempenho para medir os processos. Porém, como qualquer aplicação de técnicas de gestão, só poderá ser utilizado se houver o comprometimento da direção da organização em estudo. 6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Como este trabalho não possui caráter definitivo, espera-se que sirva de estímulo para novas pesquisas sobre este tema. E, que haja aprofundamento em alguns itens como: a) Desenvolver um sistema de indicadores de desempenho, baseado no Balanced Score Cards (BSC) e adaptá-lo ao método proposto, para introduzir um conjunto de indicadores financeiros, de produção, de qualidade, entre outros. Isto permitirá criar um sistema de indicadores padronizados ao método. b) Aplicar o método em indústrias de porte pequeno e médio, pois este também é um segmento significativo de empresas que necessitam de ferramentas para auxiliar na sua gestão. c) Utilizar outras técnicas de mapeamento de processos, pois a documentação do processo necessita linguagens com bom grau de aplicabilidade, capacidade intuitiva de representação e simplicidade, como (COSTA, 2009): IDEF0 – Integration DEFinition for Function Modeling; EPC – Event-driven Process Chain da SCHEER; BPMN – Business Process Modeling Notation. d) Como a fase 1, do método proposto foi considerada extensa e trabalhosa, sugere-se desmembrar a etapa 1, com o intuito de equalizar, em termos de quantidade de tarefas. E, aplicar nova pesquisa para verificar a sua aceitação perante os gestores das micros e pequenas empresas. 123 REFERÊNCIAS ANGELONI, Maria Terezinha. Organizações do conhecimento: infra-estrutura, pessoas e tecnologias. 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Curitiba: UTFPR, 2008. 127 APÊNDICE A: Formulário de Pesquisa com as MPEs 128 QUESTIONÁRIO GESTÃO POR PROCESSOS Sua empresa está sendo convidada para participar de uma pesquisa sobre Gestão por Processos, que é um instrumento eficaz na busca da satisfação dos clientes e do aperfeiçoamento dos sistemas de Gestão de Qualidade. Para que as organizações possam realizar a gestão de seus processos é necessário implantar um método de gestão por processo. Esta pesquisa possui o objetivo de identificar o nível de conhecimento das organizações sobre a gestão por processos e se utilizaria um método para isto. E, dentre os métodos apresentados qual seria mais adequado à sua organização. Processo: É um conjunto de atividades repetitivas e logicamente inter-relacionadas, envolvendo pessoas, equipamentos, procedimentos e informações que, quando executadas, transformam entradas em saídas, agregam valor e produzem resultados específicos ao Cliente. Gestão por Processos: é uma Forma estruturada e preventiva para definir, avaliar, analisar e melhorar, de forma contínua, os processos empresariais com base nas necessidades dos clientes, maximizando a eficácia e a eficiência. Empresa: Ramo: Porte da Empresa: Micro ( ) Pequena ( ) Nenhum Mínimo Médio Média ( ) Muito Máximo 1) A empresa possui conhecimento sobre o que é uma Metodologia de gestão por processos? 1 2 3 4 5 2) A empresa utilizaria uma metodologia de gestão por processos? 1 2 3 4 5 3) A empresa possui conhecimento das necessidades de seus clientes? 1 2 3 4 5 4) Em sua opinião, a aplicação de uma metodologia de gestão por processos auxiliaria na gestão de sua empresa? 1 2 3 4 5 5) Qual das metodologias apresentadas abaixo se adequaria a sua organização? 129 ( ) - Modelo “A Remo” 130 ( ) – Metodologia de Modelagem de Processos Fase 2 Modelagem do Processo Atual (“As Is”) Fase 1 Delineamento do Processo Etapa 1.1 Documentar a missão, estratégia, metas e objetivos da organização Fase 3 Otimização para o Processo Desejado (“To Be”) Fase 4 Montagem do Workflow Etapa 3.1 Etapa 4.1 Preparar a modelagem; Analisar o modelo do processo atual Montar o fluxo do processo (workflow) Etapa 2.2 Etapa 3.2 Descrever a equipe envolvida no processo Definir as características do processo desejado Etapa 2.1 Etapa 1.2 Levantar a Estrutura Organizacional Etapa 2.3 Etapa 4.2 Etapa 1.3 Descrever as metas do processo selecionado e o seu ambiente Levantar detalhadamente o processo selecionado Etapa 1.4 Construir o Mapa geral de Processos Etapa 2.4 Etapa 3.4 Construir os Diagramas de Processo de Negócio Validar o modelo “To Be” obtido Implantar o fluxo do processo num Sistema de Gerenciamento de Workflow Etapa 3.3 Modelar o Processo desejado Etapa 2.5 Validar o modelo “As Is” obtido ( ) – Método de Gestão Por Processo Melhoria Contínua Conhecimento do Processo Análise do Processo Otimização do Processo Etapa 1 Levantamento do Processo Atual Etapa 4 Etapa 7 Planejamento de Alternativas de Melhoria Entendimento do Processo Etapa 2 Identificação dos Requisitos do Processo Análise de Problemas Etapa 3 Determinação de Medidas de Desempenho Etapa 6 Definição de Metas de Sucesso Etapa 5 Etapa 8 Resultado das Melhorias Implantadas 131 ( ) - Metodologia de Desenvolvimento e Implantação dos Processos Administrativos Fase 1 Comprometimento Fase 2 Estruturação Etapa 1.1 Conceitos/Metodologia/ vantagens/precauções Etapa 2.1 Expectativas dos Clientes Etapa 1.2 Reunião geral de debates/ajustes/ responsabilidades/ comprometimentos Etapa 2.2 Interação Processos Estratégicos X Clientes/ Fornecedores Etapa 1.3 Modelo ideal Etapa 1.4 Treinamento Etapa 1.5 Planejamento da mudança Etapa 2.3 Medidas de desempenho Fase 3 Análise Etapa 3.1 Situação futura desejada Etapa 3.2 Realidade do Processo Etapa 3.3 Análise do valor agregado Fase 4 Desenvolvimento Fase 5 Implementação Etapa 4.1 Sistemas de informações gerenciais Etapa 5.1 Planejamento Etapa 4.2 Relação entre processos e informações Etapa 5.2 Implementação Etapa 4.3 Estruturação dos processos Etapa 5.3 Acompanhamento e avaliação Etapa 4.4 Abordagem tecnológica Etapa 5.4 Aprimoramento Etapa 2.4 Processos de Apoio Etapa 3.4 Benchmarking dos indicadores de desempenho Etapa 2.5 Problemas existentes e potenciais Etapa 3.5 Análise dos resultados Etapa 4.5 Adequação da estrutura organizacional Etapa 2.6 Sistemas e subsistemas Focos de análise Etapa 3.6 Delineamento dos processos ideais Etapa 4.6 Delineamento dos perfis de atuação Etapa 2.7 Atividades permanentes e esporádicas Etapa 3.7 Decomposição da passagem para a situação futura Etapa 4.7 Catalisador responsável Etapa 2.8 Delineamento dos Processos Etapa 2.9 Atividades que agregam valor Etapa 2.10 Benchmarking Etapa 2.11 Estimativas dos recursos Etapa 2.12 Prioridades dos Processos Etapa 3.8 Análise das alternativas Etapa 3.9 Definir as prioridades 132 APÊNDICE B: Formulário de Pesquisa com os Clientes do Distribuidor de Baterias Tudor 133 Pesquisa - Posicionamento dos Clientes Cliente: Cidade: Bairro: Data: Observações: 1 - Estamos realizando este estudo para conhecer a percepção de nossos clientes em relação aos serviços prestados pelo representante TUDOR, com o objetivo de melhorarmos sempre mais nossas atividades. 2 - Na coluna "Importância", colocar de 1 a 5 conforme o item é importante em sua opinião, sendo 1: Pouca ou nenhuma Importância e 5: Máxima Importância. 3 - Para cada Item de avaliação marque com "X" sua percepção em relação a qualidade do seviço prestado (Ruim, Regular, Bom, Muito Bom ou Excelente). Itens 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Atendimento ao Telefone Apresentação e Postura do Vendedor Pontualidade das Visitas do Vendedor Tempo entre as Visitas do Vendedor Apresentação e Postura do Entregador Pontualidade das Entregas de Baterias Quantidade de Baterias Entregue Qualidade do Pedido Qualidade da Assistência Técnica Atendimento da Assistência Técnica Qualidade das Orientações Técnicas Reposição de Produtos com Garantia Agilidade e Retorno na Solução de Problemas Comentários / Sugestões ou Críticas: Importância Ruim Regular Bom Muito Bom Excelente 134 APÊNDICE C: Formulário de Pesquisa com os Clientes do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES 135 Pesquisa - Posicionamento dos Clientes Interno: Cliente: Externo: Observações: 1 - Estamos realizando este estudo para conhecer a percepção de nossos clientes em relação ao processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES, com o objetivo de melhorarmos sempre mais nossas atividades. 2 - Na coluna "Importância", colocar de 1 a 5 conforme o item é importante em sua opinião, sendo 1: Pouca ou nenhuma Importância e 5: Máxima Importância. 3 - Para cada Item de avaliação marque com "X" sua percepção em relação a qualidade do seviço prestado (Ruim, Regular, Bom, Muito Bom ou Excelente). Itens 1 Local do Evento 2 Processo de Inscrição no Evento 3 Organização do Evento 4 Recepção/Atendimento no dia do Evento 5 Palestrante/Tema Importância Comentários / Sugestões ou Críticas: Regular Bom Muito Bom Ótimo 136 APÊNDICE D: Autorização de Divulgação dos Resultados da Pesquisa com os Clientes do Distribuidor de Baterias Tudor 137