Governador Cid Ferreira Gomes Vice Governador Domingos Gomes de Aguiar Filho Secretária da Educação Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Secretário Adjunto Maurício Holanda Maia Secretário Executivo Antônio Idilvan de Lima Alencar Assessora Institucional do Gabinete da Seduc Cristiane Carvalho Holanda Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC Andréa Araújo Rocha Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Índice Capitulo 1 – Introdução a Eletrônica Capitulo 2 – Semicondutor (Teoria dos Diodos) Capitulo 3 – Transistor Bipolar Capitulo 4 – Circuito Integrado Capitulo 5 – Praticas 2 20 50 132 140 Bibliografia 144 Automação Industrial – Eletrônica Linear 1 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional CAPITULO 1 INTRODUÇÃO A ELETRÔNICA 1.1 - RESISTOR Os resistores são os componentes mais conhecidos e mais utilizados na eletrônica. Antes de falarmos sobre os diversos tipos de resistores vamos conhecer o código de cores que é a maneira pela qual lemos o valor ôhmico e a tolerância do mesmo. TABELA DE CÓDIGO DE RESISTORES Tipos de resistores: Filme de carbono (CR) Bege Filme metálico (SRF) Verde claro Metal Glazed (VR) Azul Filme Metálico (MR) [PRECISÃO] Verde escuro Existem resistores de diversos tipos como foi mencionado acima. Eles se encontram dependendo do resistor possuindo de 3 até 6 anéis ou faixas. Cada uma dessas faixas tem um valor correspondente a um algarismo, e o conjunto dessas faixas que se encontram nos resistores é o que da a referência dele. Iremos ver agora o procedimento para se efetuar a leitura de resistores, seja ele com 3, 4, 5 ou 6 faixas e anéis. PARA LER UM RESISTOR COM 3 FAIXAS Faixa → Algarismo Significativo Faixa → Algarismo Significativo Faixa → N° de zeros PARA LER UM RESISTOR COM 4 FAIXAS Faixa → Algarismo Significativo Faixa → Algarismo Significativo Faixa → N° de zeros Faixa → Tolerância PARA LER UM RESISTOR COM 5 FAIXAS Faixa → Algarismo Significativo Faixa → Algarismo Significativo Faixa → Algarismo Significativo Faixa → N° de zeros Faixa → Tolerância PARA LER UM RESISTOR COM 6 FAIXAS Faixa → Algarismo Significativo Faixa → Algarismo Significativo Faixa → Algarismo Significativo Automação Industrial – Eletrônica Linear 2 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Faixa → N° de zeros Faixa → Tolerância Faixa → Temperatura Faixa = A= 1º dig. Faixa = B = 2° dig. Faixa = C = 3° dig. Faixa = D = 4° dig. Faixa = E = 5° dig. Faixa = F = 6° dig. A B C D E F COR A= B= C= D= E= F= 1°DIG. 2°DIG. 3°DIG. MULT. TOLER. C.TEMP. Prata - - - 0,01 10 - Ouro - - - 0,1 5 - Preto 0 0 0 1 - - Marrom 1 1 1 10 1 100 Vermelho 2 2 2 100 2 50 3 3 3 1K - - Amarelo 4 4 4 10K - - Verde 5 5 5 100K - - Azul 6 6 6 1M - - Violeta 7 7 7 10M - - Cinza 8 8 8 - - - Branco 9 9 9 - - - Laranja DIG. = DIGITO MULT. = MULTIPLICADOR (ohm) TOLER. = TOLERÂNCIA (%) C. TEMP. = COEFICIENTE DE TEMPERATURA Exemplo: Um resistor com 1ª faixa laranja, 2ª faixa laranja, 3ª faixa amarelo e 4ª faixa prata, qual a referência do resistor? Resp: A referência do resistor é 330K com tolerância de 10%. OBSERVAÇÕES: 1K=1000Ω 1M = 1.OOO.OOOΩ 1R=1Ω Automação Industrial – Eletrônica Linear 3 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Existem vários tipos de resistores, fabricados por meios e materiais diferentes, com características diferentes. É importante o técnico ter uma ideia destas diferenças para especificar corretamente o componente. Para especificar um resistor a fim de realizar a sua compra ou definir a sua utilização em um circuito é necessário conhecer: valor nominal ou valor ôhmico, tolerância e capacidade de dissipação de potência. Além disto é necessário ter uma ideia do tipo do resistor segundo a sua fabricação. Os tipos de fabricação mais comuns são os seguintes: resistores de carvão, resistores de película, resistores bobinados de fio. Algumas aplicações em eletrônica exigem resistores variáveis. Existem vários tipos como: os potenciômetros, trimpots, LDR's, termistores, entre outros, no que diz respeito aos fundamentos do seu funcionamento e utilização. 1.2 - CAPACITOR Os capacitores são componentes capazes de acumular carga elétrica. Um capacitor é constituído de duas placas metálicas separadas por um meio dielétrico (isolante). Quando uma tensão V é aplicada nas placas do capacitor (através de um circuito externo) então se acumulam cargas positivas numa placa e negativas na outra placa conforme na figura abaixo. A separação de cargas indica que há energia elétrica acumulada no interior do capacitor. Isto significa que após o acúmulo de carga nas placas de um capacitor, o mesmo estará em condições de devolver esta energia acumulada a um circuito externo. Vamos imaginar um capacitor de placas paralelas ligadas a uma fonte E. Assim que a fonte E é ligado os elétrons da placa superior são atraídos pelo terminal positivo da fonte deixando esta placa positiva (falta de elétrons). Estes elétrons ao penetrarem na fonte E são repelidos pelo terminal negativo da mesma para a placa inferior. Em consequência a placa inferior se carrega com carga E negativa (excesso de elétrons). A principal característica de um capacitor é a capacitância C que é dado por C = (Q/V), o quociente da carga acumulada, dividida pela tensão nos seus terminais. Assim quanto for maior a capacitância de um capacitor mais energia será armazenada no interior do mesmo. A unidade de capacitância é o Farad. Normalmente o Farad se exprime pelos seus submúltiplos, o microFarad, pico-Farad e nano-Farad, respectivamente, uF, pF e nF. A tabela de conversão é: pF, pico-Farad = 10-12 -F nF, nano-Farad = IO-9 F uF, micro-Farad = 10-6 F Os valores práticos (comercialmente falando) de capacitância são muito menores do que o valor de 1 (um) Farad. Automação Industrial – Eletrônica Linear 4 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional A capacitância C e a energia acumulada em um capacitor são dadas pela fórmula: C=KA D Onde A é a área da placa, D é a distancia entre elas e K é uma constante que depende do material dielétrico. A colocação de um dielétrico entre as placas aumenta a capacitância C dependendo do valor da permeabilidade relativa E do material. Vimos também que o aumento da área A, e a diminuição decresce a capacitância C. Associação de capacitores: Da mesma forma que os resistores, os capacitores podem ser associados em série e em paralelo. Os valores resultantes das associações podem ser resumidos da seguinte maneira. Vemos, portanto que associar dois capacitores em série diminui a capacitância equivalente e associar dois capacitores em paralelo aumenta a capacitância equivalente. Estes resultados podem ser entendidos da seguinte maneira: Ao colocar dois capacitores em paralelo a área A vai aumentar logo a capacitância C vai aumentar. Os capacitores classificam-se em: em fixos, separáveis e variáveis. Dentro do grupo dos capacitores fixos, temos os polarizados (eletrolíticos, eletrolíticos de tântalo) que podem ser colocados numa polaridade de tensão. Aos outros podem ter qualquer polaridade. De uma maneira geral, os eletrolíticos e eletrolíticos de tântalo cobrem a faixa de uF (micro-Farads); Os capacitores plásticos cobrem á faixa de nF (nano-Farad); Os de cerâmica e mica cobrem a faixa de pico-Farad não sendo esta uma negra fixa. A substituição de um capacitor numa manutenção deve ser feita por um de mesma especificação. Tipos mais comuns de capacitores, segundo o dielétrico: Eletrolíticos comuns Eletrolíticos de tântalo Cap. de papel (tubular) Cap. de metalizado Cap. de poliéster metalizado Cap. de poliéster Cap. de policarbonato metalizado Cap. de policarbonato Cap. de polipropileno Cap. de poliestireno Cap. de cerâmica (disco e tubular) Mica Óleo Automação Industrial – Eletrônica Linear 5 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Para capacitâncias altas (a partir de 1 uF) são usados os capacitores eletrolíticos de alumínio. Os eletrolíticos são usados em circuitos de baixa frequência e corrente continua. É importante observar a polaridade correta e a tensão de trabalho na qual o mesmo poderá trabalhar. O valor da capacitância C de um eletrolítico de alumínio e sua tensão de trabalho é estampado no envólucro. Os capacitores não-polarizados, ou seja, plásticos; cerâmica e mica. Estes capacitores abrangem uma grande faixa de variação de capacitância entre alguns poucos de pico-Farads ate 0,47uF (que é aproximadamente meio mico-Farad). Devido à diferença entre dielétricos as aplicações são diferentes mesmo que algumas vezes o valor da capacitância sejam iguais. CÓDIGO DE CORES EM CAPACITORES Em alguns tipos de capacitores as informações sobre o mesmo são dados na forma de código de cores. Neste caso deve-se usar a tabela abaixo: COR N° TOL. TENSAO(V) COR N° TOL. TENSAO(V) Preto 0 - - Violeta 7 - 700 Marrom 1 - 100 Cinza 8 - 800 Vermelho 2 - 250 Branco 9 - 900 Laranja 3 - 300 Ouro - - 1000 Amarelo 4 - 400 Prata - 5% 2000 Verde 5 - 500 Sem cor - 10% - Azul 6 - 630 - - 20% - 1.3 - DIVISOR DE TENSÃO O divisor de tensão é constituído por uma fonte de tensão e dois resistores conforme o circuito abaixo. Neste circuito o objetivo é calcular as quedas de tensão em R1 e R2, conhecidos os seus valores e o valor E da fonte. Estas tensões são dadas por: Monte um circuito da figura acima com R1 = 4,7 Kohms e R2 = 2,2Kohms. Faça os cálculos com as fórmulas do item anterior usado E = 10F e em seguida E = 7V respectivamente e preencha os valores correspondentes na tabela abaixo. Em seguida meça as tensões com o voltímetro e preencha o restante da tabela. Automação Industrial – Eletrônica Linear 6 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Valor Calculado E (Volts) V1 Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Valor Medido V2 V1 + V2 V1 V2 V1 + V2 10 7 Repita o procedimento para R1 = 1Kohm e R2 - 10Kohms. Valor Calculado E (Volts) V1 Valor Medido V2 V1 + V2 V1 V2 V1 + V2 10 7 Observe que no divisor de tensão a maior queda de tensão, seta no resistor de maior valor. Agora monte o circuito abaixo e ajuste o potenciômetro de maneira a obter 1,5Volts entre os pontos B e C. em seguida desligue a fonte do circuito, não mexa na posição do potenciômetro, e meça com ohmímetro, a resistência entre M-B e B-C. Verifique se o valor de 1,5V está compatível com a fórmula apresentada no item anterior, isto é: No circuito anterior, o seu divisor de tensão é variável. Qual a faixa de tensão obtida fazendo o giro do potenciômetro entre os pontos inicial e final? Faixa de tensão: (Valor mínimo = Volts; Valor Máximo = .Volts) 1.4- LEI DE OHM A George Simon Ohm (1787 - 1854), um físico alemão é creditada a formulação da relação tensão-corrente para o resistor, baseada em experimentos desenvolvidos em 1826. Em 1827 ele publicou seus resultados em um artigo titulado "A Corrente Galvânica, Tratada Matematicamente". Como resultado de seu trabalho, a unidade de resistência é chamada ohm. O irônico, entretanto, é que Henry Cavendish (1731 — 1810), um químico britânico, havia feito as mesmas descobertas 46 anos antes. Se ele não tivesse deixado de publicar suas descobertas, a unidade de resistência poderia ser conhecida como "caven". A lei de Ohm estabelece que a tensão sobre um resistor é diretamente proporcional à corrente que o atravessa. A constante de proporcionalidade é o valor da resistência do resistor, ohms. O símbolo que representa um resistor em um circuito é mostrada na figura abaixo: Para a tensão e a corrente indicadas, a lei de Ohm é Automação Industrial – Eletrônica Linear 7 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional V= Ri onde R > O é a constante em ohms. O símbolo usado para representar o ohms é a letra grega maiúscula ( Ψ. Deste modo, temos R = v / i, então Em algumas aplicações, como em circuitos eletrônicos, o ohm é uma unidade inconvenientemente pequena, e unidades como quilo-ohms (k Ψ e mega-ohms ou simplesmente megaohms (M Ψ são comuns. 1° EXEMPLO Como exemplo, se R = 3 Ω e v = 6V na figura passada, a corrente é Se o valor de R é mudada par 1 k , a corrente é O cálculo é simplificado, observando-se que 1 V / k = 1 mA, 1 V / M = 1 μ A etc. Como R é constante, no exemplo acima é uma equação de uma linha reta. Por causa disto o resistor é dito linear. Um gráfico de v ver sus i é mostrado na figura a seguir, que é uma reta passando pela origem com uma inclinação de valor R. Obviamente, uma linha reta é a única solução possível para que a relação entre v e i seja constante, para que todos os valores de i. Resistores cuja resistência não se mantém constante para diferenciar valores de corrente são chamados resistores não-lineares. Para tal resistor, a resistência é função da corrente que percorre o componente. Um exemplo simples de resistor não-linear é uma lâmpada incandescente. Uma curva característica tensão-corrente para um elemento deste tipo é mostrada na figura abaixo, onde vemos que o gráfico não é mais parecido com uma reta. Visto que R não é constante, a analise de circuitos que contém resistores não-lineares é bem mais difícil. Na realidade, todos os resistores práticos são não-lineares, porque as características elétricas de todos os condutores são afetados por fatores ambientes, tais como a temperatura. Muitos materiais, entretanto, em determinadas regiões de operações, se aproximam de um resistor linear ideal. Vamos nos concentrar nos elementos deste tipo e nos referirmos a eles simplesmente como resistores. Um exame do exemplo passado em conjunto com a figura anterior mostra que se i > 0 Automação Industrial – Eletrônica Linear 8 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (corrente entrando pelo terminal superior), então v > 0. Desta forma, a corrente entra pelo terminal de potencial mais elevado e sai pelo de potencial mais baixo. Agora, suponha que i < O (a corrente entrando pelo terminal inferior.) Então v < O e o terminal inferior está com um potencial mais elevado que o terminal superior. Repetindo, a corrente entra pelo terminal de potencial mais elevado. Desde que cargas são transportadas do potencial mais alto para o mais baixo, passando através do resistor, a perda de energia por uma carga q (energia = qv) é absorvida pelo resistor na forma de calor. A velocidade pela qual a energia é dissipada é, por definição, a potencial instantânea. Um gráfico do exemplo anterior é mostrado na figura abaixo e revela que p(t) é uma função parabólica (e então não-linear) de i(t) ou v(t), a qual é sempre não-negativa. (As escalas horizontais são, é claro, diferentes nos dois casos.) Desta forma, para um resistor linear, a potência instantânea é não-linear, ainda que a relação tensão-corrente seja linear. A condição de passividade, dada é Portanto, como p(t) é sempre não-negativo, vem que a integral é não-negativo, e que o resistor é, de falo, um elemento passivo. O estudante iniciante muitas vezes encontrará dificuldades em determinar o sinal algébrico adequado na aplicação da lei de Ohm, quando as indicações dos sinais de tensão diferirem dos da figura da pagina anterior. De (2.1) a tensão é R vezes a corrente que entra pelo terminal negativo como na figura a seguir, a corrente que entra pelo terminal positivo é -i e, portanto, a lei de Ohm é v = R(-i) ou Automação Industrial – Eletrônica Linear 9 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Além de sua resistência, um resistor é também caracterizado pela potência nominal ou wattagem nominal, que é a máxima potência que um resistor pode dissipar sem que se danifique por excesso de calor. Desta forma, se um resistor é para dissipar uma potência p, sua potência nominal deve ser de no mínimo p, de preferência maior. (A potência empregada na potência nominal é potências médias, que será discutida nos próximos capítulos, mas, para corrente contínua, as potências média e instantânea são as mesmas). Outra grandeza importante muito usado na análise de circuitos é conhecido como condutância, definida por A unidade no SI para a condutância é o siemens, simbolizada por S, em homenagem aos irmãos Werner e William Siemens, dois notáveis engenheiros germânicos do final do século XIX. Então, 1S = 1 A/V. Outra unidade de condutância largamente usada nos Estados Unidos é o mo, que é ohm escrito ao contrário. O símbolo para mo é o Omega invertido. Combinando o exemplo anterior com o a seguir, vemos que expressões alternativas para a lei de Ohm e para a potência instantânea são Concluindo, o conceito de resistência pode ser usado para definir dois termos muito comuns na teoria de circuitos, curto circuito e circuito aberto. Um curto circuito é um condutor ideal entre dois pontos, e pode ser visto como uma resistência de zero ohm. Ele pode transportar qualquer quantidade de corrente, dependendo somente do restante do circuito, mas a tensão sobre ele é zero. Analogicamente, um circuito aberto é uma interrupção do circuito pela qual nenhuma corrente pode circular. Portanto, ele pode ser considerado como uma resistência de valor infinito e pode ter uma tensão qualquer, dependendo novamente do restante do circuito. Automação Industrial – Eletrônica Linear 10 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 2° EXEMPLO Como um exemplo, vamos calcular a corrente e a potência absorvida pelo resistor de 1k da figura abaixo e dos exemplos anteriores, G = 1 = 10-3 S e i = 10-3 x12A=12mA. 1000 Da fórmula acima vem que p(t) = IO-3 x122 W = 144mW, que é a potência nominal mínima para o resistor. A corrente neste exemplo é uma corrente contínua, visto que seu valor não se altera no tempo. Suponhamos, agora, que substituímos a fonte 12 V por uma tensão variável no tempo v = 10 cos tV e repetimos o procedimento acima. A corrente é e a potência instantânea é que é sempre não-negativa. A corrente, neste caso, é uma corrente alternada. EXERCÍCIOS A tensão sobre o resistor de 10 k é 50 V. Calcule (aΨ a condutância, (bΨ a corrente e (cΨ a potência mínima do resistor. Resposta: a) O, i mS; b) 5 mA; c) 0,25 W A potência instantânea absorvida por um resistor é 4sen2 311tW . Se a corrente é 40 sem 377 t mA, calcule o valor v e R. Resposta: v e R Calcule i e a potência entregue ao resistor. Resposta: -20 μA, 2mW Automação Industrial – Eletrônica Linear 11 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 1.5 - LEIS DE KIRCHHOFF Até que consideramos a lei de Ohm e como ela pode ser empregada para encontrar a corrente, a tensão e a potência associadas com um resistor. Entretanto, a lei de Ohm não pode ser empregada sozinha para analisar mesmo um circuito simples. Além dessa lei, temos duas leis estabelecidas primeiramente pelo físico germano Gosta Kirchhoff das correntes (LKC) e lei de Kirchhoff das tensões (LKT). Estas leis, em conjunto com as características dos vários elementos dos circuitos, permitem sistematizar métodos de soluções para qualquer rede elétrica. Não tentaremos provar as leis de Kirchhoff, pois os conceitos necessários para proválas são desenvolvidos na teoria de campos eletromagnéticos. Um circuito consiste em dois ou mais elementos de circuitos conectados através de condutores ideais. Condutores ideais são fios de resistência nula, nos quais a corrente pode fluir livremente sem acumular cargas ou energia. Neste caso, a energia pode ser considerada inerente ou estar concentrada, inteiramente dentro de cada elemento do circuito, e então, a rede é chamada um circuito de parâmetros concentrados. Um ponto de conexão de dois ou mais elementos de circuitos é denominado nó. Um exemplo de circuito contendo três nós é o mostrado na figura a seguir. O nó1 consiste na conexão completa da parte superior do circuito. O iniciante pode facilmente confundir os pontos a e b como nós. Deve-se notar, entretanto, que a e b estão conectados por um condutor perfeito e podem ser eletricamente considerados como o mesmo ponto. Isto é imediatamente demonstrado pelo redesenho do circuito na forma da figura abaixo, onde nó1 todas as conexões são mostradas como um único ponto. Comentários similares são aplicáveis ao nó 2. O nó 3 é necessário para interconexão de uma fonte independente de tensão e um resistor. Com estes conceitos, estamos agora prontos para apresentar as fundamentais leis de Kirchhoff. A lei de Kirchhoff das correntes (LKC) estabelece que: A soma algébrica das correntes que entram em um nó é igual a zero. Por exemplo, as correntes que entram no nó da figura abaixo são i1, i2 -i3 e i4 (visto que i3 saindo). Portanto, a LKC para este caso é Apenas como argumentação, suponhamos que a soma não seja zero. Neste caso, teríamos. onde tem a unidade de C/s e então será a velocidade pela qual as cargas são acumuladas no nó é constituído é constituído de condutores perfeitos, logo não pode acumular cargas. Além disso, um princípio básico da física estabelece que cargas não podem ser criadas Automação Industrial – Eletrônica Linear 12 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional nem destruídas (principio da conservação da energia). Portanto, nossa consideração não é valida, e é igual a zero, demonstrando a coerência da LKC. Suponha que em nosso exemplo tenhamos multiplicando ambos os lados por -1, obtendo. Da figura acima vemos que o lado esquerdo da equação é simplesmente a soma das correntes que saem do nó. Isto demonstra um enunciado equivalente para LKC: A soma algébrica das correntes que saem de um nó é zero. Podemos agora reescrever a equação acima na forma Onde i1, i2 e i4 estão entrando no nó e i3 está saindo. Essa forma da equação ilustra outro enunciado para a LKC, como A soma das correntes que entram em um nó qualquer c igual à soma das correntes que saem deste nó. Em geral, a expressão matemática para KLC é Onde in é a enésima corrente que entra (ou sai) do nó e N é o número de corrente no nó. Como no exemplo da LKC vamos calcular a corrente i na figura abaixo. Somando as correntes que entram no nó, temos Podemos notar que -6 A entrando no nó é equivalente a 6 A saindo do nó. Portanto, não é necessário adivinhar o sentido da corrente antes de resolver o problema. Ainda assim, chegarmos ao resultado correto. Automação Industrial – Eletrônica Linear 13 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Podemos encontrar a corrente i mais diretamente, considerando-a entrando no nó, e então equacionando-a com as outras três correntes saindo do nó. O resultado é que está de acordo com a resposta anterior. Agora, abordamos a lei de Kirchhoff das tensões (LKT), a qual estabelece que A soma algébrica das tensões ao longo de qualquer percurso fechado é zero. Como ilustração, a aplicação deste enunciado no percurso fechado abcda da figura abaixo dá Onde o sinal algébrico de cada tensão foi tomado como positivo quando vai de + para (do potencial mais elevado para o mais baixo) e negativo de - para o + (do potencial mais baixo para o potencial mais elevado) ao cruzar o componente. Usando esta convenção, estamos igualando as somas das quedas de tensão ao longo do percurso fechado a zero. Podemos também usar a convenção oposta, neste caso, a soma das elevações de tensão será zero. Como no caso da LKLC, também não iremos nos deter em demonstrar a LKT. Entretanto, para ilustrar a coerência da fórmula anterior, vamos considerar que a soma dos termos da direita não é zero. Ou seja, O termo da esquerda desta equação é, por definição, o trabalho necessário para mover uma unidade de carga através do percurso adcba. Um circuito de parâmetros concentrados é um sistema conservativo o que significa que o trabalho necessário para mover uma carga através de qualquer percurso fechado é zero (isto é provado pela teoria eletromagnética). Então, nossa suposição não é correta e ф é de fato igual a zero. Devemos assinalar, entretanto, que todos os sistemas elétricos são não-conservativos. De fato, a geração de potência elétrica, as ondas de radio e a luz do sol, para citar apenas um poucos exemplos, são consequências de sistemas não-conservativos. A aplicação da LKT é independente do sentido no qual se faz o percurso. Considere, por exemplo, o percurso adcba na figura acima. Somando as tensões, encontramos v3 – v2 + v1 = 0 Que é equivalente ao –v1 + v2 – v3 = 0. Em geral, a representação matemática para a LKT é Onde vn é a enésima tensão no laço de N tensões. O sinal de cada tensão é escolhido como descrito anteriormente. Automação Industrial – Eletrônica Linear 14 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Como um exemplo do uso LKT, vamos calcular v na figura a seguir. Percorrendo o circuito no sentido horário, temos: -15 + v + 10 + 2 = 0 Ou v = 3 V. Suponhamos, agora, que percorremos o circuito em sentido contrario. Neste caso -15 + 2 + 10 - v = 0 Ou v = 3 V, ou seja, o mesmo resultado encontrado ao percorrer o circuito no sentido horário. Ainda para a figura acima, outra versão da LKT é v + 10 + 2 = 15 Onde a soma das tensões com uma polaridade é igual à soma das tensões com polaridade oposta. De outra forma, as elevações de tensão são iguais às quedas de tensão, um outro enunciado da LKT. Finalmente, podemos resolver para v diretamente, já que ela é vbc e, logo, é igual à soma das tensões de b e c, através dos outros três elementos. Ou seja, a tensão entre dois terminais é a mesma, independente do percurso entre eles. Então, na figura anterior temos v = 15 - 2 – 10 = 3V Em cada um dos exemplos anteriores, a LKT foi aplicada através de percursos condutores, tais como abcda. A lei, entretanto, é valida para qualquer percurso fechado. Considere, por exemplo, o percurso abda da figura anterior. Podemos notar que o movimento direto de a a c não é ao longo de um percurso condutor. A aplicação da LKT a este percurso fechado resulta em vac = 12 V. Podemos também escolher o percurso abca para o qual -15 + v - vac = -15 + 3 – vac = 0 Portanto, vac = -12 V, que demonstra o uso de percursos fechados diferentes na obtenção dos mesmos resultados. Como outros exemplo de aplicação da LKC e da LKT, calcule ir e vr na rede da figura abaixo. A soma das correntes que entram pelo nó a é - 4 + 1 +i1 = 0, ou i1 = 3 A. No nó b, i1, +2 – i2 = 0, ou i2 = -1 A. No nó c, i2 + i3 - 3 = 0, ou i3 = 4 A. Portanto, no nó d, ix – 1 – i3 = 0, ou ix = -5 A. A seguir , o uso da LKT sobre o percurso abcda dá -10 + v2 - vx = 0 . Pela lei de Ohm, v2 = 5 i2 = -5 V. Portanto, vx = Í 5 V. Automação Industrial – Eletrônica Linear 15 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Antes de encerrarmos nossa discussão das leis de Kirchhoff, consideramos a rede da figura a seguir, na qual são mostrados vários elementos contidos em uma superfície fechada s. Lembramos que a corrente que entra em cada elemento é igual à que o deixa, logo, nenhum elemento armazena energia. Portanto, a carga total armazenada dentro da superfície é zero, sendo necessário que i1 + i2 + i3 + i4 = 0 Este resultado ilustra uma generalização da LKC, que estabelece. A soma algébrica das correntes que entram cm uma superfície fechada é zero. Para ilustrar a coerência da LKC generalizada, vamos escrever as equações da LKC para os nós, a, b, c, e d, na figura acima. Os resultados são i1 = i5 – i6 i2 = - i5 – i8 – i9 – i10 i3 = - i7 + i8 + i10 i4 = i6 + i7 + i9 Somando estas equações, Fica i1 + i2 + i3 + i4 = 0 como havíamos previsto. Da LKT generalizada, para uma superfície envolvendo os pontos a, b, c, e d, que 4 + 2 - 3 = 0, ou ix = 5 A. EXERCÍCIOS Calcule i e vab. Resposta: 5 A, 24 V Automação Industrial – Eletrônica Linear -ix, - 16 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Calcule v e i. Resposta: 17 V, 3 A 1.6 - TEOREMA DE THEVENIN De vez em quando, alguém pratica uma grande investida em engenharia e leva todos nós a um novo nível. M. L. Thevenin causou um desses saltos quânticos ao descobrir um teorema de circuito hoje chamado Teorema Thevenin. Você provavelmente já deve ter aprendido o teorema de Thevenin no seu básico de circuitos cc e sem dúvida lhe foi dito o quanto ele é importante. Mas é impossível falar a um principiante sobre quão valioso é esse teorema. Se a afirmação O TEOREMA DE THEVENIN É DE VITAL IMPORTÂNCIA Fosse repetido 1.000 vezes ainda não seria suficiente para transmitir a utilidade desse teorema para qualquer um que verifique os defeitos, analise os projetos ou circuitos eletrônicos. Suponha que alguém lhe entregue o diagrama esquemático dado na figura abaixo e lhe peça para calcular a corrente de carga para cada um dos seguintes valores de RL 1,5&Ω,3 e 4,5& Ω. Uma solução baseia-se na associação de resistência em série e em paralelo para obter a resistência total vista pela fonte; a seguir você calcula a resistência total e determina a carga dividindo a corrente até encontrar a corrente de carga. Depois de calcular a corrente de carga para 1,5kΩ, você pode repetir todo o processo cansativo para 3kΩ e para 4,5kΩ. Uma outra aproximação é através da solução simultânea das equações de Kirchhoff para as malhas. Admitindo que você saiba resolver quatro equações simultâneas para as malhas, pode se encaminhar para a resposta no caso da resistência de carga 1,5kΩ. A seguir você precisa repetir o processo para as resistências de 3kΩ de 4,5kΩ. Depois de meia hora (mais ou menos), você terá obtido as três correntes de carga. Suponha por outro lado, que alguém lhe peca para obter as correntes de carga da figura anterior, dadas as resistências de carga 1,5kΩ, 3kΩ e 4,5kΩ. Mais depressa do que se possa usar uma calculadora, você pode mentalmente calcular uma corrente de carga de para um resistência de carga de 1,5kΩ. Você também pode calcular correntes de carga Automação Industrial – Eletrônica Linear 17 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional de 2 mA para 3kΩ e 1,5 mA para 4,5kΩ. Por que o segundo circuito é tão mais fácil de ser resolvido do que o primeiro? Porque possui apenas um malha, comparado com as quatro malhas do primeiro. Qualquer um pode resolver um problema com uma malha, pois tudo que ele precisa é da lei de Ohm. É ai que entra a teorema de Thevenin. Ele descobriu que qualquer circuito formado por uma múltiplas malhas, como o da figura acima, pode ser reduzido ao circuito constituído por uma única malha. Você pode ter problemas com um determinado circuito, mais mesmo este circuito pode ser reduzido a um circuito com uma única malha. É por isso que os técnicos e os engenheiros com muita pratica gostam tanto de teorema de Thevenin: ele transformam os circuitos grandes e complicados em circuitos simples de unia única malha, como o circuito equivalente da figura anterior. A ideia básica é que sempre que você estiver procurando a corrente de carga de um circuito com mais de uma malha, pense no Thevenin, ou pelo menos o considere como uma possível saída. Com mais frequência que menos imagina, teorema de Thevenin se mostrará como o caminho mais eficiente para se resolver o problema, especialmente se a resistência de carga assumir vários valores. Nesta apostila, Theveninzar significar aplicar o teorema de Thevenin a um circuito, isto é, reduzir um circuito com múltiplas malhas com uma resistência de carga ao circuito equivalente formado por uma única malha com a mesma resistência de carga. No circuito equivalente de Thevenin, ou resistor de carga vem uma única resistência da fonte em série com uma fonte tensão. O que pode facilitar mais a sua vida do que isto? TENSÃO THEVENIN Lembre-se das seguintes ideias a respeito do teorema de Thevenin. A tensão Thevenin é aquela que aparece através dos terminais da carga quando você abri o resistor de carga. Por esta razão, a tensão Thevenin é às vezes chamada tensão de circuito aberto ou tensão de carga aberta. RESISTÊNCIA THEVENIN A resistência Thevenin é a resistência que se obtém olhando para os terminais de carga quando todas as fontes foram reduzidas a zero. Isso significar substituir as fontes de tensão por curto-circuito e as fontes de corrente por circuitos abertos. ANALISANDO UM CIRCUITO MONTADO Quando o circuito com várias malhas já estiver pronto, você pode medir a tensão Thevenin da forma a seguir apresenta. Abra fisicamente o resistor de carga desligando uma de suas extremidades, ou retirando-o completamente do circuito; a seguir use um voltímetro para medir a tensão através dos terminais da carga. A leitura que você obtiver será a tensão Thevenin (admitindo que não haja erro devido ao carregamento do voltímetro). Meça, então, a resistência Thevenin da seguinte forma: reduza todas as fontes a zero. Isto fisicamente significa substituir as fontes de tensão por curtos-circuitos e abrir ou remover as fontes de corrente. A seguir use um ohmímetro para medir a resistência entre os terminais da carga. Esta é a resistência Thevenin. Automação Industrial – Eletrônica Linear 18 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Como exemplo, suponha que você tenha precariamente a ponte de Wheatstone desequilibrada que aparece na figura abaixo. Para thevenizar o circuito, você abre fisicamente a resistência de carga e mede a tensão entre A e B (os terminais da carga). Supondo que não haja erro na medida, você lerá 2 V. a seguir, substitua a bateria de 12 V por um curto-circuito e meça a resistência A e B; você deve ler 4,5kΩ. Agora você pode desenhar o equivalente Thevenin da figura a seguir. Com ele, você pode fácil e rapidamente calcular a corrente de carga para qualquer valor de resistência de carga. ANALISANDO OS ESQUEMAS Se o circuito não estiver montado, você precisara usar sua cabeça no lugar do VOM (medidor de volt-ohm; tensão-resistência) para determinar a resistência e a tensão Thevenin. Dada a ponte de Wheatstone desequilibrada da figura da figura anterior, você abe mentalmente o resistor de carga. Se você estiver visualizando corretamente, Vera então um divisor de tensão um divisor de tensão do lado esquerdo e um divisor de tensão do lado esquerdo e um divisor de tensão no lado direito. O da esquerda produz 6 V, e o da direita produz 4 V, como mostra a figura abaixo. A tensão thevenin é a diferença entre essas duas tensões, que é de 2 V. Substitua, a seguir, mentalmente a bateria de 12 V por um curto-circuito para chegar à figura acima. Redesenhando o circuito, você obtém os dois circuitos paralelos. Agora fica fácil de calcular mentalmente a resistência Thevenin de 4,5kΩ. 1.7 - TEOREMA DE NORTON O teorema de Norton leva apenas alguns minutos para ser revisto porque ele está muito relacionado com o teorema de Thevenin. Dado o circuito Thevenin como o da figura abaixo, o teorema de Norton afirma que você pode substituí-lo pelo circuito equivalente. O Norton equivalente tem uma fonte ideal de corrente em paralelo com a resistência da fonte. Observe que a fonte de corrente produz uma corrente fixa VTH/RTH, observe ainda que a resistência da fonte tem o mesmo valor que a resistência Thevenin. Automação Industrial – Eletrônica Linear 19 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional SENTIDO DA CORRENTE Incidentalmente, a seta na fonte de corrente Norton indica o sentido da corrente convencional; isto porque o inventor era um engenheiro. Este é o primeiro entre os vários dispositivos em que a seta esquemática indica o sentido da corrente convencional. Se você preferir usar o fluxo de elétrons, o seu treinamento para inverter o pensamento começa agora. Quando você vir à seta numa fonte de corrente, saiba que ela indica que o elétron está seguindo no sentido oposto. Para diminuir o sofrimento, você pode imaginar a ponte da seta apontando para o terminal positivo da fonte, enquanto a outra extremidade representa o terminal negativo, como mostra a figura anterior. Os sinais mais e menos geralmente não são representados nos esquemas, de modo que você precisa fornecer mentalmente os seus próprios sinais mais ou menos ao ver o símbolo da fonte de corrente. RESISTÊNCIA DE NORTON É fácil de se lembrar da resistência de Norton porque ela tem o mesmo valor da resistência Thevenin. Por exemplo, se a resistência Thevenin for de 2kΩ, então a resistência Norton será de 2kΩ; a única diferença é que a resistência aparece em paralelo com a fonte. UM EXEMPLO Aqui está um exemplo no qual se substitui o circuito Thevenin da figura abaixo por um circuito Norton equivalente. Inicialmente, faca um curto entre os terminais da carga e calcule a corrente de carga, que é de 5 mA. Esta corrente de carga em curto é igual à corrente Norton. A seguir desenhe o circuito Norton equivalente da figura a seguir. Observe que a corrente Norton é igual a 5 mA e a resistência é de 2kΩ, idêntica à resistência Thevenin. Automação Industrial – Eletrônica Linear 20 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional CAPITULO 2 SEMICONDUTOR (TEORIA DOS DIODOS) 2.1 - INTRODUÇÃO O capitulo começa discutindo a teoria do semicondutor. O tratamento é simples, às vezes idealizado; caso contrário numa física e matemática altamente avançadas. A parte intermediária do capitulo refere-se a junções pn, a ideia chave que se esconde atrás de um diodo semicondutor. A palavra "diodo" é formada pela elisão de duas palavras "dois elétrons", onde o "di" refere-se a dois e "odo" vem do eletrodo. Esta discussão explica como diodo funciona e o prepara para o transistor, que combina dois diodos num único componente. O capitulo termina com aproximações para o diodo. Estas aproximações simplificam a verificação de defeitos, análise e o projeto de circuitos contendo diodos. TEORIA DO SEMICONDUTOR Você já sabe alguma coisa sobre átomos, elétrons e prótons. Esta seção ampliara o seu conhecimento. Você verá como os átomos de silícios se combinam para formar cristais (o esqueleto dos dispositivos semicondutores). ESTRUTURA ATÓMICA Bohr imaginou um modelo para o átomo. Ele visualizou como um núcleo rodeado por elétrons em órbita. O núcleo possui uma carga positiva que atrai os elétrons. Os elétrons cairiam dentro do núcleo se não existisse a forca centrífuga do seu movimento. Quando um elétron descreve uma órbita estável, ele tem exatamente a velocidade certa para que a forca centrífuga equilibre a atração nuclear. Figuras tridimensionais como a de baixo são muito difíceis de se desenhar para representar átomos complicados. Por causa disso, representaremos o átomo em duas dimensões. Por exemplo, um átomo isolado de silício possui 14 prótons no núcleo. Dois elétrons percorrem a primeira órbita, oito elétrons a segunda órbita e quatro deles encontramse na órbita externa ou na órbita de valência. Os 14 elétrons em rotação neutralizam a carga dos 14 prótons de modo que uma certa distancia o átomo age como se fosse eletricamente neutro. Realmente importante é o fato da órbita externa conter quatro elétrons. Por esta razão, o silício é chamado tetravalente ("tetra" em grego quer dizer "quatro"). Consequentemente, núcleo-e os elétrons internos são considerados a estrutura interna do átomo. Dentro dele, nada de interessante acontece. Nossa preocupação situa-se quase na órbita de valência; c ai que se desenvolve toda a ação nos semicondutores. Automação Industrial – Eletrônica Linear 21 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional NÍVEIS DE ENERGIA Você precisa imaginar que um elétron pode percorrer uma órbita de qualquer raio, desde que sua velocidade tenha o valor certo. Por outro lado a Física Moderna afirma que somente certas dimensões de órbitas são permitidas. Por exemplo, na figura abaixo, os elétrons podem se encontrar na primeira, na segunda e na terceira órbita, mas não podem ser encontrados em órbitas intermediárias. Isto significa que todos os raios entre r2 e r3 são proibidos, (se você quiser saber por que, terá que estudar Mecânica Quântica.) Na próxima figura, é necessário energia para deslocar um elétron de uma órbita menor para outra maior, pois é necessário realizar trabalho para vencer a atração do núcleo. Portanto 'maior a órbita de um elétron, mais alto seu nível de energia ou sua energia potencial com relação ao núcleo. Por conveniência de representação, substitui-se a órbita curva por linhas horizontais. A primeira órbita representa o primeiro nível de energia, a segunda órbita representa o segundo nível de energia, e assim por diante. Quanto mais alto o nível de energia é um sinônimo de raio orbital. Se o átomo foi bombardeado com energia externa como calor, luz, ou outra radiação, pode haver um acúmulo dessa energia e ele é, então, elevado a um nível de energia mais alto (órbita maior). Diz-se, entretanto, que o átomo esta num está num estado de excitação. Este estado não dura muito porque o elétron energizado logo volta ao seu nível de energia original. Quando ele cai, devolve a energia adquirida na forma de calor, luz ou outra radiação. (a)Viste ampliada de um átomo (b) Níveis de energia Cristais Um átomo de silício isolado possui quatro elétrons na sua órbita de valência: porem para ser quimicamente estável, precisa de oito elétrons nesta órbita. Poderá, por isso, combinar-se com outros átomos, de forma a completar os oito elétrons da sua órbita de valência. Quando os átomos de silício combinam-se para formar um sólido, eles se arranjam numa configuração ordenada chamada cristal. As forcas que mantêm os átomos unidos são conhecidas como ligações covalentes. O átomo de silício posiciona-se entre outros quatros átomos de silício. Cada vizinho compartilha então um elétron com o átomo central. Dessa forma, o átomo central apanha quatro elétrons, o que lhe dá um total de oito elétrons na órbita de Valência. Os oito elétrons não pertencem exclusivamente ao átomo central; eles são compartilhados pelo quatro átomos de volta. Como as estruturas internas adjacentes possuem carga positiva líquida, eles atraem os elétrons em comum, criando forcas iguais e opostas. Essa atração mútua em sentidos opostos é a ligação covalente, a cola que mantém os átomos (a situação é análoga aos grupos de crianças que brincam de cabo-de-guerra segurando nas Automação Industrial – Eletrônica Linear 22 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional extremidades de uma corda. Enquanto os grupos puxarem com forças iguais e opostas permanecerão imóveis e presos um ao outro). LACUNAS Quando a energia externa eleva um elétron de valência para um nível mais alto (órbita maior), o elétron que sai deixa um vazio na órbita mais externa. Chamamos esse vazio de lacuna. Estas lacunas constituem uma das razões que fazem os diodos e os transmissores trabalhar da forma como o fazem. As seções mais adiante lhe dirão mais a respeito das lacunas. BANDAS DE ENERGIA Quando um átomo de silício estiver isolado, a órbita de um elétron é controlada pelas cargas do átomo isolado. Porém quando os átomos de silício combinam-se formando um cristal, a órbita de um elétron sofre a influência das cargas de vários átomos adjacentes. Como cada elétron tem uma posição diferente dentro do cristal, nenhum vê exatamente a mesma configuração de cargas vizinhas. Por isso, a órbita de cada elétron é diferente. Na figura acima mostra o que ocorre aos níveis de energia. Todos os elétrons que se encontram nas primeiras órbitas têm níveis de energia ligeiramente diferente, porque nenhum vê exatamente a mesma carga envolvente. Como há bilhões de elétrons na primeira órbita, os níveis de energia ligeiramente diferentes formam uma nuvem ou uma banda. Analogicamente, os bilhões de elétrons da segunda órbita? todos com energias ligeiramente diferentes, formam a segunda banda de energia, e todos os elétrons da terceira órbita a terceira banda. Na figura anterior as bandas de energia são escuras. Esta será a nossa forma de representar bandas saturadas ou preenchidas, isto é, aquelas nas quais todas as órbitas disponíveis já estão ocupadas por elétrons. Por exemplo, a banda de valência está preenchida porque a órbita de valência de cada átomo possui oito elétrons. Na figura acima mostra as faixas de energia num cristal de silício à temperatura de zero absoluto (-273°C); e ai que cessam as vibrações moleculares, o que significa que ele está na mais baixa temperatura possível. Não há, definitivamente, nenhum corrente no zero absoluto. CONDUÇÃO EM CRISTAIS Cada átomo de cobre possui um elétron livre. Como este elétron percorre uma órbita extremamente grande (alto nível de energia), o elétron mal pode sentir a atração do núcleo. Num pedaço de fio de cobre os elétrons livres estão contidos numa banda de energia chamada banda de condução. Estes elétrons livres são capazes de produzir correntes altas. Um pedaço de silício já é diferente. A figura abaixo mostra uma barra de silício com extremidades metálicas. Uma tensão externa estabelece um campo elétrico entre as Automação Industrial – Eletrônica Linear 23 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional extremidades do cristal. Há passagem de corrente? Depende. De quê? Da existência de elétrons que possam deslocar-se dentro do cristal. ZERO ABSOLUTO Em temperaturas de zero absoluto, os elétrons não podem se mover dentro do cristal. Todos os elétrons de valência estão fortemente presos pêlos átomos de silício porque eles fazem parte das ligações covalentes entre os átomos. No desenho a seguir mostra o diagrama de bandas de energia. Quando as três primeiras bandas estão preenchidas, os elétrons dessas bandas não podem deslocar-se com facilidade porque não há órbitas vazias. Mas além da banda de valência está a banda de condução. Se um elétron de valência puder ser elevado até a banda de condução, ele estará livre para deslocar-se de um átomo para o seguinte. À temperatura de zero absoluto, entretanto, a banda de condução está vazia; isto quer dizer que não pode haver nenhum corrente no cristal de silício. 2.2-O DÍODO DE ZENER Os dados retificados e de pequeno sinal nunca devem operar na região de ruptura porque isto pode danificá-los. Um diodo de zener é diferente; é um diodo de silício que o fabricante otimiza para trabalhar na região de ruptura. Em outras palavras, ao contrário dos diodos comuns que nunca trabalham na região de ruptura, os diodos zener trabalham melhor nessa região. Às vezes chamado de ruptura, o diodo zenerr é a parte mais importante dos reguladores de tensão, circuitos que mantêm a tensão da carga praticamente constante apesar das grandes variações na tensão da linha e da resistência de carga. GRÁFICO I - V Na figura abaixo mostra o símbolo esquemático de um diodo zefír; constitui um símbolo alternativo. Em qualquer símbolo, as linhas assemelham-se a um "Z", que representa zefír. Variando-se o nível de dopagem dos diodos de silício, o fabricante pode produzir diodos zefír com tensões de ruptura de 2 até 200 V. estes diodos podem funcionar em qualquer uma das três regiões: direta, de fuga, ou de ruptura. A figura seguinte mostra o gráfico I-V de um diodo zener. Na região direta, ele começa a conduzir por volta de 0,7 V, exatamente como um diodo de silício comum. Na região de fuga (entre zero e a ruptura), ele apresenta apenas uma pequena fuga ou corrente reversa. Automação Industrial – Eletrônica Linear 24 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Num diodo zener, a ruptura tem um joelho muito pronunciado, seguido de um aumento de corrente praticamente vertical. Observe que a tensão é praticamente constante, aproximadamente igual a Vz em quase toda a região de ruptura. As folhas de dados geralmente especificam o valor de Vz numa determinada corrente de teste IZT. ESPECIFICAÇÕES MÁXIMAS A potência dissipada num diodo zener é igual ao produto da sua tensão pela corrente. Em símbolos, Pz = VzIz Por exemplo, se Vz = 12 V e Iz = 10 mA, então Pz =12 V X 10 mA = 120 mV Desde que seja menor do que a especificação de potência, o diodo zener pode funcionar na região de ruptura sem ser destruído. Os diodos zener comercialmente disponíveis têm especificações de potência que variam de ¼ W até mais de 50W. As folhas de dados às vezes incluem a corrente máxima que um diodo zener pode suportar sem exceder a sua especificação de potência. Esta corrente máxima está relacionada com a potência especificada da seguinte forma: Onde: IzM - máxima corrente zener especificada PzM - potência especificada Vz - tensão zener Como exemplo, um diodo zener de 12 V com uma especificação de potência de 400 m W tem uma corrente especificada de Em outras palavras, se houver uma resistência limitadora da corrente suficiente para manter a corrente zener abaixo de 33,3 mA então o diodo zener pode operar na região de ruptura sem se queimar. RESISTÊNCIA ZENER Quando o diodo zener está funcionando na região de ruptura, um aumento na corrente produz um ligeiro aumento na tensão, isto implica que o diodo zener tenha uma pequena Automação Industrial – Eletrônica Linear 25 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional resistência ca. As folhas de dados especificam a resistência zener (chamado de frequentemente impedância zener) para a mesma corrente deteste Izt usado para medir Vz. A resistência zener para esta corrente de teste é simbolizado por Rzt (ou Zzt). Por exemplo, a folha de dados de um 1N3020 indica o seguinte: Vzt = 10 V, Izt = 25 mA e Zzt = 7 quando a corrente for de 25 mA. REGULAÇÃO DE TENSÃO O diodo de zener às vezes é chamado diodo regulador de tensão porque o mantém uma saída constante, mesmo que a corrente que passa por ele varie. Em funcionamento normal, você tem que reverter à polarização do diodo de zener, como mostra a figura a seguir. Além disso, para produzir a ruptura Vz. Sempre usado um resistor Rs em série para limitar a corrente zener num nível abaixo da sua especificação de corrente; caso contrário, o diodo zener se queima como qualquer componente comum com excessiva dissipação de potência. A tensão pelo resistor em série é igual à diferença entre a tensão da fonte e a tensão zener, Vs - Vz. Portanto, a corrente que passa pelo resistor é Pelo fato deste ser um circuito com uma malha, a corrente zener Iz é igual a Is. A equação acima pode ser usada para construir a linha de carga como foi discutido anteriormente. Por exemplo, suponha que Vs = 20 V e Rs = 1k . Então a equação anterior se reduz a Como antes, obtemos o ponto da saturação (interseção vertical) fazendo Vz igual a zero e resolvendo para o valor de Iz chegando aos 20mA. Analogamente, para se obter o ponto de ruptura (interseção horizontal), fazemos lz igual a zero e calculamos Vz chegando a 20 V. Alternativamente, podemos obter os extremos da linha de carga da forma apresente a seguir. Imagine a figura acima com a Vs = 20 V e Rs = 1k . Com o diodo zener em curto, a corrente máxima do diodo é de 20mA. Com o diodo aberto, a tensão máxima do diodo é de 20 V. Suponha que o diodo zener tenha uma tensão de ruptura de 12 V. Então o seu gráfico lV assemelha-se ao que é mostrado na figura passada. Quando locamos a linha de carga para Vs = 20 V e Rs = 1k , obtemos a linha de carga superior com um ponto de interseção dada por QI. A tensão suponha que a tensão da fonte varie para 30 V. A corrente zener varia então para Isto implica que os extremos da linha de carga sejam da 30 mA e 30 V, como mostra a Automação Industrial – Eletrônica Linear 26 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional figura acima. A nova interseção é em Q2. Compare Q2 com Q1 e verá que há mais corrente através do diodo zener, mas aproximadamente a mesma tensão zener. Portanto, mesmo que a tensão da fonte tenha variado de 20 a 30 V, a tensão zener ainda que é de aproximadamente igual a 12 V. Esta é a ideia básica da regulação da tensão; a tensão de saída permaneceu praticamente constante mesmo que a tensão de entrada tenha variado de uma quantidade considerável. DÍODO ZENER IDEAL Na verificação de defeitos e nos projetos preliminares, podemos aproximar a região de ruptura a uma linha vertical. Isto quer dizer que a tensão é constante, mesmo que a corrente varie, o que é equivalente a ignorar a resistência zener. A figura abaixo mostra a aproximação ideal de um diodo zener. Isto quer dizer que um diodo zener funcionando na região de ruptura se comporta idealmente como bateria. Num circuito, significa que você pode substituir mentalmente um diodo por uma fonte de tensão Vz, desde que o diodo zener esteja funcionando na região de ruptura. SEGUNDA APROXIMAÇÃO No gráfico l-V a região de ruptura não é bem vertical, o que implica uma resistência zener. À vezes em problemas de projeto é necessário levar em conta essa resistência zener. Mesmo que rz seja pequena, ela produz variações de poucos décimos de volt quando a corrente varia consideravelmente. Na figura passada mostra como visualizar um diodo quando se usa a segunda aproximação. Aqui você vê uma resistência zener (relativamente pequena) em série com uma bateria ideal. Esta resistência produz uma queda IR cada vez maior à medida que a corrente aumenta. Por exemplo, a tensão Q1 é e a tensão Q2 é A variação na tensão é O que geralmente é escrito na forma Onde ∆Vz ∆Iz Rz = variação na tensão zener = variação na corrente zener = resistência zener Automação Industrial – Eletrônica Linear 27 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Isto nos diz que a variação na tensão zener é igual à variação na corrente zener vezes a resistência zener. Geralmente Rz é pequena, portanto a variação na tensão é suave. EXEMPLO 1 O diodo zener da figura anterior tem Vz = 10 V. utilize-se a aproximação do zener ideal para calcular a corrente zener mínima e máxima. SOLUÇÃO A tensão aplicada 20 e 40 V é maior do que a tensão de ruptura do diodo zener. Portanto, podemos visualizar o diodo zener como a bateria mostrada na figura acima. Isto quer dizer que a tensão de saída é uma constante (10 V) para qualquer tensão da fonte entre 20 e 40 V. A corrente através do resistor em série é Por ter o circuito uma malha só, a corrente zener se iguala a esta corrente do resistor. Além disso, a corrente zener mínima é e a corrente zener máxima é O ponto é o seguinte: num regulador de tensão como o da figura acima, a tensão de saída é mantida constante em 10 V, apesar da tensão da fonte variar de 20 a 40 V. Maior tensão da fonte produz mais corrente zener, mas idealmente a tensão de saída mantém-se sólida como uma rocha em 10 V. EXEMPLO 2 Suponha que o diodo zener do exemplo anterior tenha uma resistência zener de 7 . Utilize a segunda aproximação para calcular a variação na tensão zener quando a tensão da fonte varia de 20 a 40 V. SOLUÇÃO Na figura anterior mostra a segunda aproximação do diodo zener. Pelo fato da resistência zener ser de somente 7 , ela é absorvida por uma resistência muito maior em série de 820 . . Em outras palavras, Rz praticamente não tem nenhum efeito sobre a corrente zener, Automação Industrial – Eletrônica Linear 28 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional que ainda varia de aproximadamente 12,2 a 36,6 mA, quando a tensão da fonte aumenta de 20 para 40 V. Há uma ligeira variação na tensão de saída à medida que a corrente varia. Isto quer dizer que a tensão zener, nominalmente 10 V, aumenta 0,171 V quando a fonte varia de 20 para 40 V. Novamente, o exemplo ilustra a regulação de tensão; há apenas uma pequena variação da tensão de saída, mesmo que haja uma variação grande na tensão de entrada. O REGULADOR ZENER A figura acima um diodo zener usado para regular a tensão através da resistência de carga. Isto é um pouco mais complicado do que os circuitos zener analisados anteriormente, porque o circuito tem duas malhas. Mesmo assim, a ideia básica permanece a mesma; o diodo zener funciona na região de ruptura e mantém a tensão da carga praticamente constante. TENSÃO THEVENÍN Se você estiver trabalhando num circuito ou projetando-o, terá que saber certas relações básicas entre as correntes e as tensões. Para começar, a primeira coisa a verificar é o funcionamento do diodo de zener na região de ruptura. Devido ao resistor de carga, a tensão Thevenin que alimenta o diodo de zener é menor que a tensão da fonte. Qual a tensão de Thevenin que alimenta o diodo zener? Imagine que o diodo zener foi retirado do circuito. O divisor de tensão permanece, formado por Rs e RL Se você estiver imaginando certo, verá uma tensão Thevenin de Para o funcionamento na região de ruptura do diodo de zener, VTH deve ser maior do que Vz. Esta é a primeira relação que deve ser satisfeita em qualquer regulador zener. CORRENTE EM SERIE Supondo que o diodo de zener está funcionando na região de ruptura, procedemos da seguinte forma: a corrente através do resistor em série é dado por Está é a lei de Ohm aplicado ao resistor limitador da corrente. Automação Industrial – Eletrônica Linear 29 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional CORRENTE DE CARGA Como a resistência zener tem essencialmente um efeito muito pequeno, podemos numa boa aproximação igualar a tensão de carga a (O símbolo = "significa aproximadamente igual"). Isto nos permite usar a lei de Ohm para calcular a corrente de carga CORRENTE ZENER Pelo fato do circuito ser composto de duas malhas, a corrente em série se divide na junção entre o diodo zener e o resistor de carga. Com a lei de Kirchhoff para as correntes, Podemos arranjar os termos de modo a obter a relação para a corrente zener: UM EXEMPLO Os cincos equações acima são adequados para as todas as análises preliminares dos reguladores zener. Por exemplo, na figura a seguir a primeira coisa a calcular é a tensão Thevenin que passa pelo diodo zener; Isto é suficiente para produzir o funcionamento na região de ruptura porque ela á maior do que a tensão zener. A seguir calcule a corrente em série: Sabemos que a tensão de carga é de aproximadamente 10 V, portanto a corrente de carga é A corrente zener é a diferença entra a corrente em série de carga: Automação Industrial – Eletrônica Linear 30 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional ONDULAÇÃO PELO RESISTOR DE CARGA Na figura a seguir, observe que o regulador zener é alimentado por um retificador como um filtro de capacitor na entrada! Isto produz dois efeitos. Primeiro, a tensão de carga é mantida aproximadamente constante apesar das variações da tensão de pico retificada, causada pelas variações da linha de alimentação. Segundo, o regulador zener reduz a ondulação de pico a pico. Isto deve fazer sentido; acima de tudo, a ondulação é uma outra forma de dizer que a tensão da fonte varia. Que redução ocorre na ondulação? Suponha que o diodo zener foi substituído pela sua segunda aproximação. No começo da descarga, a corrente pelo resistor em série é No fim da descarga, Substituindo estas duas equações temos que geralmente escrita na forma Rearranjando os termos temos Isto diz que a ondulação de pico a pico na entrada é igual à variação da corrente em série vezes a resistência em série. Anteriormente, deduzimos a variação na tensão zener: Se estas formas as variações na figura anterior, então a ondulação de pico a pico através do diodo zener é igual à variação da corrente zener vezes a resistência zener. Considerando a razão entre a ondulação da entrada e a ondulação na saída tem Automação Industrial – Eletrônica Linear 31 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional onde ∆Vz ∆Vs Rz Rs = ondulação de saída = ondulação de entrada = resistência zener = resistência em série Esta equação é útil porque ela nos informa num relance como as ondulações de entrada e de saída estão relacionadas. A equação afirma que a razão da ondulação de saída pela ondulação de entrada é igual à razão entre a resistência zener e a resistência em série. Por exemplo, se a resistência zener for de 7 e a resistência em série de 700 , então a ondulação de saída será de 1/100 da ondulação de entrada. PONTO DE DESLIGAMENTO DO ZENER Para que um relugador zener mantenha a tensão constante, o diodo zener deve permanecer região de ruptura com todas as condições de funcionamentos; isto que deve haver uma corrente zener para todas as tensões da fonte e todas as correntes de carga. O pior caso ocorre com a tensão mínima da fonte e corrente máxima de carga porque a corrente zener cai para um mínimo. Neste caso, que pode ser rearranjado na forma Como foi visto anteriormente, No pior caso, isto é escrito na forma Automação Industrial – Eletrônica Linear 32 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional O ponto crítico ocorre quando á corrente máxima de carga é igual à corrente mínima em série Neste ponto a corrente zener cai a zero e a regulação é perdida. Substituindo IL(max) por Is(mm) na equação anterior, podemos esta relação muito útil nos projetos: Onde Rs(max) = valor critico da resistência em série Vs(max) = tensão mínima da fonte Vz = tensão zener IL(max) = corrente de carga máxima A resistência crítica Rs(max) é a máxima resistência em série permitida. A resistência em série rs deve ser sempre menor do que o valor crítico: caso contrário, se perde o funcionamento na região de ruptura e o regulador pára de funcionar. Neste caso, perdemos a tensão de carga constante, e a ondulação torna-se quase tão grande quanto à ondulação de entrada. O REGULADOR ZENER QUASE-IDEAL Nesta apostila, um regulador zener é quase-ideal quando satisfaz estas duas condições: Ao satisfazer a primeira condição, o regulador zener reduz as variações da tensão da fonte incluindo a ondulação, de um fator de pelo menos 100. Ao satisfazer a segunda condição, o regulador zener apresenta se para a carga como se fosse uma fonte de tensão quase-ideal. Por que? Porque a figura anterior o resistor de carga vê a sua esquerda uma tensão Thevenin de aproximadamente Vz e uma resistência Thevinin de aproximadamente Rz. Em outras palavras, a thevenização do circuito dá o circuito equivalente que parece na figura abaixo. Se Rz for igual ou menor do que 0,01 RL, então o regulador zener aparecerá para a carga como uma fonte de tensão quase ideal. Ao projetar reguladores zener, tente satisfazer a regra do 100:1 para as resistências em série de carga; isso garantirá que o diodo zener está regulando muitas bem as variações da carga e da fonte. Algumas vezes torna-se impossível satisfazer a regra de 100:1 usando,um regulador zener. Aí que você pode incluir no circuito um transistor para obter um regulador de tensão quase ideal. Automação Industrial – Eletrônica Linear 33 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional COEFICIENTE DE TEMPERATURA Para terminar, mais uma coisa: o aumento da temperatura ambiente (das vizinhanças) varia ligeiramente a tensão zener. Nas folhas de dados, o efeito da temperatura é apresentado sob o titulo de coeficiente de temperatura, que é a variação percentual por grau de variação. No projeto de circuitos você pode precisar calcular a variação na tensão zener à temperatura ambiente mais alta. Para os diodos zener com tensões de ruptura de menos de 5 V, o coeficiente de temperatura é negativo. Para os diodos zener com tensões de ruptura de mais de 6 V, o coeficiente de temperatura é positivo. Entre 5 e 6 V, o coeficiente de temperatura varia do negativo para o positivo; isto quer dizer que você pode determinar um ponto de funcionamento para o diodo zener no qual o coeficiente de temperatura seja zero. Isto é muito importante em algumas aplicações onde é necessária uma tensão zener firme ao longo de uma extensa faixa de temperaturas. EXEMPLO 3 Um regulador zener tem uma tensão de entrada de 15a 20 V e uma corrente de carga de 5 a 20 mA. Se a tensão zener for de 6,8 V, que valor deverá ter o resistor em série? SOLUÇÃO O pior caso acontece quando ocorrem a tensão mínima da fonte e a corrente máxima de carga. Portanto, o resistor em série deve ser menor do que 410 funcione na região de ruptura nas piores condições. para que o diodo zener EXEMPLO 4 Na figura anterior mostra um regulador de entrada (chamado pré-regulador) acionado um regulador de saída. A fonte tem uma grande ondulação que varia de 35 60 V. Qual a tensão final de saída e a ondulação de saída? SOLUÇÃO Primeiramente observe que o pré-regulador tem uma tensão de saída de 20 V. Esta é a entrada para o segundo regulador zener, cuja saída é de 10 V. A ideia básica é de alimentar o segundo regulador com uma entrada bem regulada, de modo que a saída final seja extremamente bem regulada. O primeiro diodo zener tem uma resistência zener de 25 . Para o pré-regulador, a razão de resistência zener para resistência em série é: Automação Industrial – Eletrônica Linear 34 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Que a ondulação que sai do pré-regulador é O segundo diodo zener tem uma resistência de 7 , o que dá uma razão de Portanto, a ondulação final na saída de O uso de um pré-regulador é comum sempre que você quiser uma regulação quaseideal contra variação na tensão da fonte. Numa associação em cascata de reguladores zener (cascata significa que a saída de um circuito é a entrada para o outro), a redução total na ondulação é dada pelo produto das razões de resistências. Em símbolos, EXEMPLO 5 O que faz o circuito da figura acima? SOLUÇÃO Na maioria das aplicações, os diodos zener são usados em reguladores de tensão, onde permanecem na região de ruptura. Mas há exceções. Às vezes os diodos zener são usados em circuitos formadores de onda como limitadores. Observe a ligação de dois diodos zener um de costas para o outro. Durante o semiciclo positivo, o diodo de cima conduz em aproximadamente 0,7 V e o de baixo é interrompido em Vz. Portanto, quando a tensão de entrada excede Vz + 0,7, a saída fica ceifada como mostra a figura. Durante o semicido negativo, a operação inverte-se. O diodo de baixo conduz e o de cima se interrompe. Dessa forma a saída é praticamente uma onda quadrada. Quanto maior a senóide na entrada, melhor aparência tem a onda quadrada na saída. O circuito da figura anterior constitui uma forma alternativa de se construir a associação de ceifadores. Escolhendo diferentes, tensões zener, podemos deslocar o nível de ceifamento para o nível que quisermos. 2.3-COMPONENTES OPTOELETRÔNICOS Optoeletrônica c a tecnologia que associa a óptica com a eletrônica liste campo excitante inclui vários componentes baseados na ação de uma junção pn. São exemplos de componentes optoeletrônicos os diodos emissores de luz os fotodiodos, os optoacopladores etc. Automação Industrial – Eletrônica Linear 35 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional DÍODOS EMISSORES DE LUZ (LED) Num diodo com polarização direta, os elétrons livres atravessam junção e combinam-se com as lacunas. À medida que esses elétrons caem de um nível mais alto de energia para um mais baixo, eles irradiam energia. Nos diodos comuns essa energia é dissipada na forma de calor. Mas no diodo emissor de luz (LED), a energia é irradiada na forma de luz. Os LEDs substituíram as lâmpadas de incandescência em várias aplicações devido a sua baixa tensão, vida longa, e rápido chaveamento liga-desliga. Os diodos comuns são feitos de silício, um material opaco que bloqueia a passagem da luz. Os LEDs são diferentes. Usando-se elementos como gálio, o arsênio e o fósforo, um fabricante pode produzir LEDs que irradiam no vermelho, verde, amarelo, azul, laranja ou infravermelho (invisível). Os LEDs que produzem radiação visível são úteis em instrumentos, calculadoras etc. os LEDs infravermelhos encontram aplicação em sistema de alarme contra roubo e outras áreas que exijam radiação invisível. TENSÃO E CORRENTE LED Os LEDs têm uma queda de tensão típica de 1,5 a 2,5 V para correntes entre 10 e 50 mA. A queda de tensão exata depende da corrente, da cor, da tolerância do LED. A menos que seja feita alguma recomendação em contrário, use uma queda nominal de 2 V quando estiver verificando defeitos ou analisando os circuitos com LEDs nesta apostila. Se você tiver que fazer algum projeto, precisa consultar as folhas de dados, porque as tensões do LED têm uma grande tolerância. Na figura a seguir mostra o símbolo esquemático de um LED; as setas para afora simbolizam a luz irradiada. Admitindo uma queda no LED de 2 V, você pode calcular a corrente do LED, Tipicamente, a corrente do LED está entre 10 e 50 mA porque essa faixa produz luz suficiente para a maioria das aplicações. ORIENTAÇÃO PARA O PROJETO O brilho de um LED depende da corrente. Idealmente, a melhor forma de se controlar o brilho é vincular o LED a uma fonte de corrente. A melhor coisa para se obter uma fonte de corrente é uma grande tensão de alimentação seguida de uma grande resistência em série. Neste caso, a corrente no LED é dada por Automação Industrial – Eletrônica Linear 36 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Quanto maior a tensão da fonte, menor o efeito que fled produz. Em outras palavras, um alto valor de fs encobre a variação na tensão do LED. Por exemplo, um TIL222 é um LED verde com uma queda mínima de 1,8 V e uma queda máxima de 3 V para uma corrente de aproximadamente 25 mA. Se você ligar um TIL222 a uma fonte de 20 V e a um resistor de 750 , a corrente varia de 22,7 a 24,3 mA. Isto implica um brilho que é essencialmente o mesmo para todos os TIL222. por outra lado, suponha que o seu circuito utilize uma fonte de 5 V e um resistor de 120 . A corrente varia então de cerca 16,7 a 26,7 mA; isto causa urna variação sensível no brilho. Portanto, para se obter um brilho aproximadamente constante com LEDs, utilize tanto uma fonte de tensão como resistência em série o maior possível. INDICADOR DE SETE-SEGMENTOS Na figura anterior mostra um indicador de sete-segmentos; ele contém sete LEDs retangulares (de A a G). Cada LED é chamado de um segmento porque ele faz parte do dígito que está sendo exibido. Na mesma figura é o segmento esquemático de um indicador de setesegmentos; são incluídos resistores externos em série para limitar as correntes a níveis seguros. Aterrando-se um ou mais resistores, podemos formar qualquer dígito de 0 a 9. Por exemplo, aterrando A, B e C, obtemos o 7. Aterrando A, B, C, D e G produzimos um 3. Um indicador de sete-segmentos também pode exibir as letras maiúsculas A, C, E e F, mais as letras minúsculas b e d. Os instrutores de microprocessadores frequentemente usam um indicador de sete-segmentos para mostrar todos os dígitos de 0 a 9, mais A, b, C, d, E e F. 2.4 – FOTODIODO Como foi discutido anteriormente, um elemento de corrente reversa num diodo é o fluxo de portadores minoritários. Estes portadores existem porque a energia térmica mantém os elétrons de valência desalojados de suas órbitas, produzindo no processo elétrons livres e lacunas. A vida media dos portadores minoritárias é curta, mas enquanto dura eles podem contribuir para a corrente reversa. Quando incide energia luminosa sobre uma junção pn, ela também pode desalojar elétrons de valência. Colocando de outra forma, a quantidade de luz que atinge a junção pode controlar a corrente reversa de um diodo. O fotodiodo é aquele que foi otimizado na sua sensibilidade para a luz. Nesse diodo, uma janela permite que a luz passe através do invólucro e chegue até a junção. A luz incidente produz elétrons livres e lacunas. Quanto mais intensa a luz, maior o número de portadores minoritários e maior a corrente reversa. Na figura anterior mostra o símbolo esquemático de um fotodiodo. As setas para dentro representam a luz incidente. De suma importância, a fonte e o resistor em série revertem à polarização do fotodiodo. À medida que a luz se torna mais brilhante, a corrente reversa aumenta. Com fotodiodo típicos, a corrente reversa situa-se na faixa de dezenas de microampèrs. Automação Industrial – Eletrônica Linear 37 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional O fotodiodo é um exemplo de um folodetetor, um componente optoeletrônico que converte a luz incidente numa quantidade elétrica. 2.5 – RETIFICADOR A figura abaixo mostra um circuito conhecido como retificador de meia onda. No semiciclo positivo da tensão do secundário o diodo está polarizado diretamente para todas as tensões instantâneas maiores do que a tensão de liminar (aproximadamente 0,7 V para os diodos de silício e 0,3 V para os diodos de germânio). Isto produz aproximadamente uma meia onda senoidal de tensão através do resistor de carga. Para simplificar nossa discussão, utilizaremos a aproximação do diodo ideal porque a tensão de pico da fonte é geralmente muito maior do que a tensão de limiar do diodo. Tendo isto em mente, o pico da tensão retificado é igual à tensão de pico do secundário, como mostra a figura a seguir. Na metade negativa do ciclo, o diodo está com a polarização reversa. Ignorando as correntes de fuga (o mesmo que a corrente reversa), a corrente de carga cai a zero; é por esta razão que a tensão da carga cai a zero entre 180° e 360°. RETIFICAÇÃO O mais importante a ser observado no retificador de meia onda é o seguinte: ele converteu a tensão de entrada ac numa tensão pulsante cc. Em outras palavras, a tensão da carga é sempre positiva ou zero, dependendo de que metade do ciclo ela se encontra. Colocando de outra forma, a corrente de carga é sempre no mesmo sentido. Este processo de conversão de ca para cc é conhecido como retificação. TENSÃO MEDIA Desprezando a queda no diodo, a tensão média ou o valor de cc do sinal de meia onda na figura passada é isto às vezes aparece escrito na forma Por exemplo, suponha que a tensão do secundário seja de 12,6 V ca. Idealmente, a tensão de pico do secundário será: Automação Industrial – Eletrônica Linear 38 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional E o valor médio é Vcc = 0,318(17,8V) = 5,66V A tensão média é chamada tensão cc porque é este valor que indicaria um voltímetro cc ligado através do resistor de carga. Para uma tensão de pico da carga de 17,8 V saindo de um retificador de meia onda, um voltímetro cc indicaria uma leitura de 5,66 V. A equação acima é fácil de ser provada. Se você montar um retificador de meia onda no laboratório, descobrirá que a tensão média igual a 0,318 vezes a tensão de pico. Ou então você pode deduzir a mesma fórmula matematicamente fazendo a média dos valores de uma onda senoidal retificada. ESPECIFICAÇÃO DE CORRENTE DE UM DÍODO Pode-se calcular a tensão média da carga ou a tensão cc da carga. Se for conhecida a resistência da carga, podemos então calcular a corrente média da carga Icc geralmente aparece como /o do diodo. Este valor informa sobre a quantidade de corrente direta que o diodo pode aguentar. As folhas de dados de um IN4001, por exemplo, dão para Io um valor de 1 A. Se a tensão cc for de 5,66 V e a resistência de carga de 10 , então a corrente de carga será de 0,566 A. O IN4001 seria bom para ser usado num retificador de meia onda porque a sua especificação de corrente Io (1 A) é maior do que a corrente média retificada (0,566 A). TENSÃO DE PICO INVERSA A figura acima mostra o retificador de meia onda no instante em que a tensão do secundário atinge o seu pico máximo negativo. O diodo está sombreado ou escurecido para indicar que ele está desligado. Como o diodo está com polarização reversa, não há tensão de carga. Para que a lei de Kirchhoff para a tensão seja satisfeita, toda a tensão do secundário deve aparecer através do diodo como mostra a figura. Esta tensão máxima inversa é chamada tensão de pico inversa (PIV). Para se evitar um rompimento do circuito, a tensão de pico inversa deve ser menor do que a especificação PIV do diodo. Por exemplo, se a tensão de pico inversa for de 75 V, o diodo precisará ter uma especificação PIV maior do que 75 V. O RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA Na próxima figura mostra um retificador de onda completa. Durante o semiciclo positivo da tensão do secundário, o diodo de cima está com polarização direta e o diodo de baixo com polarização direta e o diodo de baixo com polarização reversa; portanto, a corrente passa pelo diodo de cima, pelo resistor de carga e pela metade superior do enrolamento. Durante o semiciclo negativo, a corrente passa pelo diodo de baixo, pelo resistor de carga e pela metade inferior do enrolamento. Observe que a tensão de carga tem a mesma polaridade na figura a Automação Industrial – Eletrônica Linear 39 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional seguir porque a corrente através do resistor de carga está no mesmo sentido, independentemente de que diodo esteja conduzindo. F, por este motivo que a tensão de carga é o sinal com retificação de onda completa que a aparece na figura abaixo. EFEITO DE SECUNDÁRIO COM DERIVAÇÃO CENTRAL Um retificador de onda completa se parece com dois retificadores de meia onda voltados um de costas para o outro, com um retificador controlando o primeiro semiciclo e o outro o semiciclo alternado. Por causa do enrolamento do secundário. Supondo que os diodos sejam ideias, isto quer dizer que a saída da tensão de pico retificada ë TENSÃO MEDIA O valor médio ou cc da saída de uma onda com retificação completa é o dobro da saída de um retificador de meia onda controlado pela mesma tensão do secundário: Uma fórmula alternativa dá Como exemplo, suponha que a tensão do secundário seja de 12,6 V ca. Como foi visto anteriormente, isto implica uma tensão de pico do secundário de 17,8 V. devido à derivação central, entretanto, a tensão de pico que chega a cada circuito do diodo é de somente metade desse valor 8,9 V. desprezando a queda no diodo, a saída de onda completa tem um valor de pico de 8,9 V e um valor médio de ESPECIFICAÇÃO DE CORRENTE DE DÍODOS Dada uma tensão cc de carga de 5,66 V, e uma resistência de carga de 10 , a corrente de carga será Automação Industrial – Eletrônica Linear 40 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aqui está um fato interessante. A especificação Io de cada diodo só precisa ser maior que a metade da corrente de carga cc, ou 0,283 A. Por quê? Olhe atentamente para a figura anterior e observe que a cada diodo conduz somente durante meio ciclo. Isto significa que a corrente através de um diodo é uma corrente retificada de meia onda: Portanto, a corrente cc através de cada diodo é de metade da corrente cc de carga. Aqui está uma outra forma de se entender o que está se passando. Suponha que os amperímetros cc sejam em série com cada um dos diodos e com a resistência de carga. Então cada um dos amperímetros dos diodos indicariam uma leitura de 0,283 A e o amperímetro da carga indicaria 0,566 A. Isto faz sentido que a lei de Kirchhoff para as seguintes está sendo satisfeita. FREQUÊNCIA O período T de uma onda repetitiva é o tempo entre pontos equivalentes ou correspondentes da onda. A frequência f é o inverso do período T. Num retificador de meia onda, o período da saída é igual ao período da entrada, o que quer dizer que a frequência da saída é a mesma que a frequência da entrada. Em outras palavras, para cada ciclo na saída você tem um ciclo na entrada. Por esta razão, a frequência que sai de um retificador de meia onda é de 60 Hz, o mesmo valor da frequência da linha. Um retificador de onda completa já é diferente. Olhe atentamente para a figura anterior e observe que o período é a metade do período da entrada. Colocando de outra forma, ocorrem dois ciclos serniciclos na saída para cada ciclo na entrada. Isto acontece porque o retificador de onda completa inverteu a metade negativa do ciclo na entrada. Disto resulta que o retificador de onda completa tem uma frequência de 120 Hz, exatamente o dobro da frequência da linha. TENSÃO DE PICO INVERSA Na figura acima mostra um retificador de onda completa no instante em que a tensão do secundário atinge o seu valor máximo positivo. Se aplicarmos a lei de Kirchhoff para a tensão em volta da malha externa, obteremos Onde o 0 do lado esquerdo desta equação representa a tensão ideal do diodo superior. Resolvendo a equação obtém-se a tensão de pico inversa através do diodo de baixo: Portanto segue-se que cada diodo num retificador de onda completa deve ter uma especificação de PIV maior do que V2(pico). EXEMPLO l Na figura anterior a tensão do secundário é de 40 V ac. Utilizando diodos ideais, calcule a tensão de carga cc. Deduza também as especificações Io e PIV para os diodos. Automação Industrial – Eletrônica Linear 41 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional SOLUÇÃO Primeiramente, observe que a derivação central foi aterrada. Como a extremidade inferior do resistor de carga também está aterrada, o circuito é equivalente ao circuito retificador de onda completa analisando anteriormente. Dada uma tensão do secundário de 40 V ca, a tensão de pico do secundário será Desprezando a queda através do diodo, a tensão de pico retificada é metade deste valor: e a saída cc será A tensão de pico inversa é igual à tensão de pico do secundário, que é de 56,6 V. A seguir, calcule corrente cc de carga: A corrente direta através de cada diodo é metade desta: Portanto cada diodo deve ter uma especificação de 7O maior do que 132mA. Finalmente, a tensão de pico inversa através dos diodos de um retificador de onda completa é sempre igual a tensão de pico do secundário. Neste caso Isto quer dizer que o diodo deve ter uma especificação PIOV maior do que 56,6 V. O RETIFICADOR EM PONTE Chegamos agora ao retificador em ponte, a forma mais fácil de se retificar, porque ele alcança a tensão de pico completa de um retificador de meia onda e o valor médio mais alto de um retificador de onda completa. Na figura abaixo mostra um retificador em ponte. Durante o semiciclo positivo da tensão do secundário, os diodos D2 e D3 estão com polarização direta; portanto, a tensão de carga tem a polarização mostrada, menos à esquerda e mais à direita. Durante o semiciclo negativo, os diodos D1 e D4 estão com polarização mais/menos mostrada na figura, lim qualquer dos dois semiciclos, a tensão de carga tem a mesma polaridade porque a corrente de carga está no mesmo sentido independentemente de que o diodo esteja conduzindo. É por isso que a tensão de carga é o sinal com retificação completa da onda mostrada na figura a seguir. Automação Industrial – Eletrônica Linear 42 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional TENSÃO MEDIA Desprezando as quedas no diodo da figura passada, o pico da tensão da carga é Observe que toda a tensão do secundário aparece através do resistor de carga; este é um dos motivos que tornam o retificador em ponte melhor do que o retificador de onda completa, discutido anteriormente, onda somente metade da tensão do secundário chegava até a saída. Além disso, um transformador com derivação central que produza tensões iguais em cada metade do enrolamento secundário é difícil e caro de ser fabricado. Ao utilizar um retificador em ponte, o projetista elimina a necessidade de uma derivação central precisa; a economia compensa de longe o custo dos dois diodos adicionais. Pelo fato da saída da ponte ser um sinal de onda completa, o valor médio ou c é. Por exemplo, se a tensão do secundário for de 12,6 V ca, a tensão de pico do secundário será de 17,8 V (determinado anteriormente). Idealmente, Na figura passada mostra estas tensões ideias para uma tensão do secundário de 1 2,6 V ca. ESPECIFICAÇÕES E FREQUÊNCIAS Dada uma tensão de carga cc de 11,3 Vê uma resistência de carga de 10 , a corrente de carga cc é de 11 ,3 A. Como cada diodo conduz durante somente metade do ciclo, a especificação Io dos diodos deve ser pelo menos metade da corrente de carga cc, ou 0,565 A. Na figura anterior, o diodo D2 está idealmente em curto e o diodo D4 idealmente aberto. A soma das tensões em torno da malha externa nos dá Onde o 0 do lado esquerdo da equação é a tensão ideal através de D2. Portanto, a tensão de pico inversa através de D4 é Através de um argumento análogo, cada um dos diodos restante deve suportar uma tensão de pico inversa igual à tensão de pico do secundário. Portanto, a especificação PIV do diodo deve ser maior que V2(pico). Como sinal de saída é uma onda completa, a frequência de saída é o dobro da frequência de entrada, ou 1 20 Hz. Automação Industrial – Eletrônica Linear 43 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional COMPARAÇÃO Por razões históricas, um retificador com um transformador com derivação central é chamado retificador de meia onda. Na pratica, o retificador em ponte às vezes é chamado retificador em ponte de onda completa, mas isto é desnecessário porque um retificador em ponte sempre produz uma saída de onda completa. Nesta apostila, nos referirmos aos três circuitos simplesmente como retificador de meia, o retificador de onda completa e o retificador em ponte. Na tabela abaixo resume os retificadores discutidos até aqui. Estes circuitos são chamados retificadores médios porque a sua saída cc é igual ao valor médio de uma senóide retificada. Note o dado final da tabela. Ele foi incluído com a finalidade de auxiliar a deteção de defeitos. Normalmente você mede o valor eficaz da tensão do secundário numa das escalas de um multímetro flutuante (aquele que não é plugado numa tomada de parede). Então você medirá a tensão cc numa escala cc. Como pode ver na tabela, o retificador em ponte produz uma tensão de carga cc que é idealmente de 90 por cento da tensão eficaz do secundário; os outros retificadores produzem uma tensão de carga cc de somente 45 por cento. Levando tudo isso conta, o retificador em ponte é o melhor compromisso para a maioria das aplicações, e você o vê usado na indústria mais do que os outros. Retificadores Médios Ideias RETIFICADORES EM PONTE ENCAPSULADOS Os retificadores em ponte são tão em comuns que os fabricantes os embalam em módulos. Por exemplo, o MDA920-3 é um conjunto retificador de ponte disponível comercialmente. Ele é formado por quatro diodos selados hermeticamente interligados e encapsulados em plástico de modo a formar um único invólucro resistente. Ele tem dois pinos de entrada para a tensão do secundário e dois pinos de saída para a resistência de carga. SEGUNDA APROXIMAÇÃO Para a maioria dos projetos e de diagnostico de defeito, o diodo ideal é uma aproximação pratica para os circuitos retificadores. A razão dele ser aceitável é porque todas as tensões e correntes já têm uma tolerância implícita de mais de ± 10 por cento (variação de linha de tensão e efeitos do transformador). Você pode, entretanto, às vezes precisar de respostas com maior precisão. Se for o caso, pode subtrair de 0,6 a 0,7 V do pico ideal da tensão de carga dos retificadores de meia onda e de onda completa, ou subtrair 1,2 a 1,4 V do pico de tensão de carga do retificador em ponte. Por exemplo, se a tensão do secundário for de 12,6 V ca, então o pico de tensão ideal da carga de um retificador em ponte é 17,8 V. incluindo as quedas nos diodos, isto significa que o pico de saída é reduzido de cerca de 1,2 a 1,4 V de modo que Vsaída(pico) está entre 16,4 e 16,6 V. Automação Industrial – Eletrônica Linear 44 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional A queda de tensão do diodo é significativa somente quando a tensão de saída for baixa. Por exemplo, se a tensão de pico do secundário de um retificador em ponte for somente de 5 V, estão o pico da tensão reti ficada será somente de 3,6 a 3,8 V. por outro lado, se a tensão de pico do secundário é 50 V, então a tensão de pico retificada é de 48,6 a 48,8 V, o que está bem próximo de 50 V. 2.6 - MULTIPLICADOR DE TENSÃO Um multiplicador de tensão é formados por dois ou mais retificadores de pico que produzem uma tensão cc igual a um múltiplo da tensão de pico da entrada (2Vp, 3Vp, 4Vp, assim por diante). Estas fontes de alimentação são usadas em dispositivos de alta tensão/baixa corrente como os tubos de raios catódicos (os tubos da imagem os receptores de TV, os osciloscópios, e as telas de computadores). DOBRADOR DE TENSÃO DE MEIA ONDA Na figura a seguir representa um dobrador de tensão. No pico do semicïclo negativo, D1 está polarizado diretamente D2 está reversamente. Idealmente, isto faz com que C, se carregue até a tensão de pico Vp com polaridade dada na figura abaixo. No pico do semiciclo positivo, D1, está com polarização reversa e D2 com direta. Pelo fato da fonte e C1 estarem em série, C2 tentará se carregar até 2Vp. Redesenhando o circuito e ligando uma resistência de carga. Agora esta claro que o capacitor final descarrega-se através do resistor de carga. Na medida em que RL for suficientemente grande a tensão de saída se torna 2Vp (idealmente). Isto é, desde que a carga seja suave (constante de tempo grande), a tensão de saída é o dobro da tensão de pico da entrada. Esta tensão de entrada geralmente provém do enrolamento secundário de um transformador. Para um dado transformador, você pode obter duas vezes mais tensão de saída do que se consegue de um retificador de pico padrão. Isto é útil quando se está tentando produzir altas tensões (algumas centenas de volts ou mais). Por quê? Porque tensões mais altas no secundário implicam transformadores maiores. Em algum nível, o técnico pode preferir utilizar dobradores de tensão em vez de transformadores maiores. O circuito é chamado dobrador de mela onda porque o capacitor de saída C2 se carrega somente uma vez somente durante cada ciclo. Como resultado, a frequência da ondulação é de 60 Hz. Às vezes você pode ver um resistor de surto em serie com C1. Automação Industrial – Eletrônica Linear 45 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional DOBRADOR DE TENSÃO DE ONDA COMPLETA Na figura anterior mostra um dobrador de tensão de onda completa. No semiciclo positivo da fonte, o capacitor de cima se carrega até a tensão de pico com a polaridade mostrada. No semiciclo seguinte, o capacitor de baixo se carrega até a tensão de pico com a polaridade indicada. Para uma carga suave, a tensão final de saída é de aproximadamente 2Vp. O circuito é chamado dobrador de tensão de onda completa porque um dos capacitores de saída está sendo carregado durante cada meio ciclo. Colocando de outra forma, a ondulação de saída é de 120 Hz. Esta frequência de ondulação constitui uma vantagem porque é mais fácil de ser filtrada. Uma outra vantagem do dobrador de onda completa é que a especificação PIV dos diodos precisa ser apenas maior que Vp. A desvantagem de um dobrador de onda completa é a falta de terra comum entre a saída e a entrada. Em outras palavras, se aterrarmos a extremidade inferior do resistor de carga na figura passada, a fonte fica flutuando. No dobrador de meia onda da figura acima, aterrando o resistor de carga estaremos aterrando também a fonte, uma vantagem em algumas aplicações. TRIPLICADOR DE TENSÃO Ligando-se uma outra seção, obteremos o triplicador de tensão da figura seguinte. Os dois primeiros retificadores de pico funcionam como um dobrador. No pico do semiciclo negativo, D3 está polarizado diretamente. Isto carrega C3 até 2Vp com a polaridade mostrada na figura abaixo. A saída do triplicador aparece através de C1 e C3. A resistência de carga é ligada através da saída do triplicador. Desde que a constante de tempo seja grande, a saída é de aproximadamente 3Vp. QUADRUPLICADOR DE TENSÃO* Na figura abaixo representa um quadruplicador de tensão, quatro retificadores de pico em cascata um depois do outro. Os três primeiros formam um triplicador, e o quarto completa o circuito do quadruplicador. Conforme aparece na figura, o primeiro capacitor carrega até Vp. A saída do quadruplicador é pela ligação de C2 e C4 em série. Como de costume, é necessário uma grande resistência de carga (constante de tempo grande) para se ter uma saída aproximada 4Vp. Teoricamente, podemos somar indefinidamente; entretanto, a ondulação fica pior à medida que acrescentamos seções adicionais. Esta é a razão dos multiplicadores de tensão não serem usados em fontes de baixa tensão, que constituem a maioria das fontes de alimentação encontradas. Conforme ficou estabelecido anteriormente, os multiplicadores de tensão quase sempre são usados para produzir altas tensões, bem na faixa de centenas ou milhares de volts. Automação Industrial – Eletrônica Linear 46 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 2.7 - O LIMITADOR Os diodos usados em fonte de alimentação são diodos retificadores, aqueles com uma especificação de potência maior do que 0,5 W e otimizados para utilização em 60 Hz. No restante deste capitulo estaremos utilizando os diodos de pequeno sinal; aqueles que possuem especificação de potência de menos de 0,5 W (com corrente de miliampères em vez de amperes) e são usados especificamente em frequências muito maiores do que 60 Hz. O primeiro circuito de pequeno sinal a ser discutido é o limitador; ele retira tensões do sinal acima ou abaixo de um dado nível. Isto é útil não só para variar a forma do sinal, mas também para proteger os circuitos que recebem o sinal. LIMITADOR POSITIVO Na figura a seguir mostra um limitador positivo (às vezes chamado ceifador), um circuito que retira partes positivas do sinal. Conforme a figura, a tensão de saída tem todos os semiciclos positivos cortados. O circuito funciona da seguinte maneira: durante a metade positiva da tensão de entrada, o diodo liga. Idealmente, a tensão de saída é zero; numa segunda aproximação é de aproximadamente +0,7 V. Durante a metade negativa do ciclo, o diodo está com a polarização revertida e parece aberto. Em muitos limitadores, o resistor de carga RL é de pelo menos 100 vezes maior do que o resistor R em série. Por esta razão, a fonte é estável e o semiciclo negativo aparece na saída. Na figura abaixo mostra a forma de onda de saída. A metade positiva do ciclo foi eliminada. O corte não é perfeito. Numa segunda aproximação, um diodo de silício conduzindo produz uma queda de aproximadamente 0,7 V. Pelo fato do primeiro 0,7 V ser usado para ultrapassar a barreira de potencial, o sinal de saída é cortado perto de +0,7 V e não em zero. Se você reverter à polaridade do diodo da figura a seguir, obterá um limitador negativo que retira o semiciclo negativo. Neste caso, o nível de corte é próximo de -0,7 V. LIMITADOR POLARIZADO Com o limitador polarizado da figura acima você pode deslocar o nível de corte para V +0,7. Quando a tensão de entrada for maior do que V +0,7, o diodo abrirá e o circuito se transformará num divisor de tensão. Como anteriormente, a resistência de carga deve ser muito maior do que a resistência em série; então a fonte é estabilizada e toda a tensão de entrada chega na saída. ASSOCIAÇÃO DE LIMITADORES Você pode combinar limitadores com polarização positiva e negativa como mostra a figura abaixo. O diodo D1 liga quando a tensão de entrada excede V +0,7; este é o nível Automação Industrial – Eletrônica Linear 47 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional positivo de supressão. Analogamente. O diodo D2 conduz quando a entrada é mais negativa do que - Vi - 0,7; este é o nível negativo de supressão. Quando o sinal de entrada for grande, isto é, quando Vp for muito maior do que os níveis de supressão, o sinal de saída se assemelhará a uma onda quadrada como na figura a seguir. VARIAÇÕES O uso de baterias para se ajustar o nível de ceifamento é impraticável. Uma aproximação consiste em se acrescentar mais diodos se silício, porque cada um produz uma compensação de 0,7 V. Como cada diodo tem uma compensação de cerca 0,7 V, o par de diodos produz um nível de supressão de aproximadamente + 1,4 V. Não há limite quanto ao número de diodos usados, e isto é pratico, pois os diodos são baratos. Os limitadores às vezes são usados para proteger a carga de uma tensão excessiva. Por exemplo, na figura a seguir, há um 1N914 protegendo a carga (não aparece na figura) contra tensões de entrada excessivamente grandes. O 1N914 conduz quando a entrada excede +5,7 V. Dessa forma, uma tensão de entrada destrutivamente grande como +100V nunca atinge a carga porque o diodo ceifa em +5,7 V a tensão máxima que atinge a carga. A propósito, um circuito da figura abaixo geralmente é chamado grampo de diodo porquê ele mantém o sinal num nível fixo. Ele positivamente grampeia a tensão de saída em +5,7 V quando a tensão de entrada excede esse nível. A utilização comum de um grampo de diodo é de proteger a carga. Às vezes é usada uma variação como a da figura anterior para retirar a compensação que limita o diodo D1. A ideia c o seguinte: o diodo D2 está polarizado ligeiramente para a condução direta, de modo que passa aproximadamente 0,7 V através dele. Este 0,7 V é aplicado a 1 k em série D1 c 100 k . Isto quer dizer que o diodo D1 está prestes a conduzir. Portanto, quando chega um sinal, o diodo D1 conduz próximo de 0 V. 2.8 - GRAMPEADOR CC O grampeador de diodo é uma variação do limitador discutido na seção anterior. O grampeador cc é diferente, portanto não confunda os dois termos. O grampeador cc soma uma tensão cc ao sinal. Por exemplo, se o sinal que chega oscila (varia) de -10 V a +10 V, um grampeador cc positivo produziria uma saída que idealmente oscila de O a +20 V. (Um grampeador cc negativo produziria uma saída entre O e -20 V). Automação Industrial – Eletrônica Linear 48 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional GRAMPEADOR POSITIVO Na figura a seguir mostra um grampeador cc positivo. Idealmente o seu funcionamento é apresentado a seguir. No primeiro semiciclo negativo de tensão de entrada, o diodo conduz, como mostra a figura abaixo. No pico negativo, o capacitor se carrega até Vp com a polaridade indicada. Um pouco depois do pico negativo, o diodo desliga, como aparece na figura seguinte. A constante de tempo RLC é feita deliberadamente muito maior do que o período T do sinal que entra. Por esta razão, o capacitor permanece quase completamente carregado durante o tempo em que o diodo fica desligado. Numa primeira aproximação, o capacitor funciona como uma bateria de Vp volts. Esta razão da tensão de saída na figura abaixo ser um sinal grampeado positivamente. Na figura a seguir mostra o circuito como é desenhado normalmente. Como diodo produz uma queda de 0,7 V ao conduzir, a tensão do capacitor praticamente não chega Vp. Por esta razão, o grampeador cc não é perfeito e os picos negativos ocorrem em 0,7 V. GRAMPEADOR NEGATIVO O que acontece se invertermos o diodo na figura abaixo? A polaridade da tensão do capacitor se inverte, e o circuito torna-se um grampeador negativo. Tanto o grampeado positivo como o negativo são amplamente usados. Os receptores de TV, por exemplo, utilizam um grampeador cc para somar uma tensão cc ao sinal de vídeo. Na especialidade televisão, o grampeador cc é geralmente chamado restaurador cc. RECURSO MNEMÓNICO Para se lembrar para que lado o nível cc do sinal se movimenta, observe a figura anterior. Note que a seta do diodo aponta para cima, o mesmo sentido do desvio cc. Em outras palavras, quando o diodo aponta para cima, você tem um grampeador cc positivo, quando aponta para baixo, o circuito é um grampeador negativo. Automação Industrial – Eletrônica Linear 49 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional CAPITULO 3 TRANSISTOR BIPOLAR 3.1 - DESCRIÇÃO O transistor é um componente indispensável para qualquer circuito que desenvolva funções de amplificação, controle, processamento de dados, etc. Neste capitulo, focalizamos o transistor bipolar, com suas principais características. A palavra transistor resulta da combinação de duas outras - transfer-resistor -, que descrevem sua principal função: transferência de resistência. No estagio atual da tecnologia, o transistor é um componente fundamental e indispensável a qualquer circuito que desenvolva funções de amplificação, controle, processamento de dados, recepção de radio e TV. Em 1949, Shockley criou o transistor bipolar a partir de pesquisas realizadas anteriormente por Bardeen e Brittain sobre fenômenos elétricos em semicondutores. Os três cientistas receberam o Prêmio Nobel de Física em 1956. O transistor bipolar pode ser empregado como dispositivo discreto ou como dispositivo básico incorporado a um circuito integrado bipolar. Ele constitui um dispositivo semicondutor, com a propriedade de controlar a intensidade corrente que circula entre dois dos seus terminais, graças à ação de uma corrente menor do que a anterior, aplicada a um terceiro terminal. Os dois primeiros terminais chamamse emissor e coletor, e terceiro, base. Na realidade, o transistor bipolar é um amplificador de corrente. Aplicando-se em sua base uma corrente de pequena intensidade, com qualquer variação no tempo, como sinais de áudio, radio, TV e outros, obtém-se uma variação muito maior na corrente que circula entre o emissor e o coletor desse transistor. Essa corrente, portanto, tem a mesma forma de onda da corrente de base, e é fornecida pela fonte de alimentação. Nessas condições, por meio de sucessivos estágios, é possível transformar um fraquíssimo sinal de entrada num sinal suficientemente potente para produzir a emissão de som num alto-falante ou a formação de imagens numa TV, ou, ainda o acionamento de um motor. O funcionamento de um transistor bipolar pode ser estudado com base na introdução teórica feita no capitulo dedicado ao diodo semicondutor. O transistor é composto, basicamente, de duas junções semicondutoras que se contrapõem. Admitindo-se uma estrutura formada por duas áreas de material semicondutor tipo N e que, entre essas duas áreas, encontra-se um fina camada de semicondutor tipo P, teremos duas junções: uma N-P e outra PN. Como nos diodos, antes de estabelecer o equilíbrio, há um movimento de elétrons das regiões N para a região P, o que provoca a presença de duas zonas de carga espacial, onde aparece uma diferença de potencial. As duas regiões N, como perderam elétrons, adquirem um potencial positivo em relação à região P, que, por isso, se torna negativa. O potencial negativo da região P em relação às regiões N evita que novos elétrons se dirijam para a região P. vamos denominar a primeira região N de emissor, a região P intermediária de base e a segunda região N de coletor do transistor. Se aplicarmos uma bateria entre o emissor e a base, com o terminal positivo na base, reduzirmos a barreira de potencial da junção N-P, pois tornaremos a região P mais positiva, permitindo que os, elétrons passem do emissor para a base, e tendo, por isso, a Automação Industrial – Eletrônica Linear 50 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional junção polarizada diretamente. Aplicando-se agora uma segunda bateria entre a base e o coletor, com o terminal negativo na base e o positivo no coletor, teremos nessa junção P-N uma polarização inversa. A redução da barreira entre o emissor e a base permite a passagem de elétrons do emissor e a base permite a passagem de elétrons do emissor para a base. Sendo a base estreita, os elétrons atravessam. Chegando na junção coletor-base, encontram o coletor muito mais positivo que a base. Por isso, "caem" através da barreira para o coletor. Alguns poucos elétrons ficam na base, dando origem à corrente de base. É fácil verificar no diagrama abaixo que, quanto mais estreita a base, maior o número de elétrons que conseguem atravessá-la e menor a corrente de base. Se, por exemplo, a corrente de emissor for de 200 mA e a corrente de base 2 m A, teremos um ganho de correspondente de 100. Se a corrente de emissor passar a 5 mA, a corrente de emissor passará a 500 mA, mantendo o ganho 100. Uma pequena variação de 3 mA, por exemplo, na corrente de base, produz uma grande variação (300 mA) na corrente principal entre o emissor e o coletor. O ganho de corrente (100, no exemplo acima) é indicado por β (beta). Na explicação acima, consideramos o sentido real de circulação de corrente seguido pêlos elétrons. Trocando-se as regiões N por regiões P e vice-versa, obtém-se um transistor com emissor P, base N e coletor P, ou seja, um transistor PNP. Num transistor PNP, para polarizar diretamente a junção base-emissor, baixando-se a barreira potencial, deve-se aplicar o terminal positivo no emissor p e o terminal negativo na base N. Com relação à polarização Inversa da junção base-coletor, deve-se aplicar o terminal positivo da bateria da base N e o negativo no coletor P. Com isso, são invertidos todos os sentidos de circulação das correntes. Ainda abordando o comportamento elétrico dos semicondutores, vamos nos referir à lacuna, que é a ausência de um elétron, provocada pela introdução de uma substância trivalente numa estrutura de semicondutor tetravalente. Uma lacuna pode ser coberta por qualquer elétron de átomos vizinhos. Se isso ocorrer, a lacuna passa para esse átomo vizinho; assim, sucessivamente, a lacuna pode se propagar por todo o cristal. Como a lacuna tem um movimento em sentido contrário ao dos elétrons (pois é um buraco que vai sendo preenchido), considera-se que ela tenha uma carga positiva. Uma propriedade muito interessante do transistor é a sua capacidade de operar como fonte de corrente por intermédio do seu coletor, ou seja, ao fornecer a um resistor a ele ligado uma corrente cujo valor independe do valor do resistor. A variação da corrente de base produzirá, no resistor, variações de tensão calculáveis com a aplicação da Lei de Ohm (V = IR). As variações de tensão no coletor dependem das variações da corrente de base e do valor do resistor R ligado ao coletor; quanto maior o valor do resistor R, maior será a variação de tensão no coletor, dentro, evidentemente, dos limites fixados pela tensão externa da alimentação. Esse efeito denomina-se amplificação: a amplificação é calculada pela relação entre a tensão obtida no resistor, chamada de carga, e a tensão aplicada à junção base-emissor provocada pela corrente de base. 3.2 - CONCEITO DE AMPLICAÇÃO O transistor é um componente que pode ser empregado numa série extensa de funções no interior de um circuito eletrônico. Para isso, basta propiciar as condições necessárias de Automação Industrial – Eletrônica Linear 51 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional funcionamento, como, por exemplo, associar o transistor a um certo número de componentes auxiliares, formando com eles um circuito eletrônico e aplicando a esse circuito eletrônico e aplicando a esse circuito uma fonte de alimentação. Uma das funções mais importantes do resistor é a amplificação, que consiste em ampliar um sinal' elétrico que contenha determinada informação. Esse sinal, sob a forma de tensão associada a uma certa corrente, é aplicador à entrada do elemento amplificador, o qual, na saída, fornece um outro sinal que contém a mesma informação, mas caracterizado por um nível mais alto de tensão ou de corrente, ou seja, aplicada uma corrente de certa intensidade a um de seus terminais de entrada (base ou emissor), o transistor de diferentes maneiras, obtém-se os tipos de amplificação conhecidos; de potência, de tensão e de corrente. Um dos circuitos de amplificação, ou estagio amplificador, mais usados é o chamado emissor comum. Esse circuito é reproduzido no desenho anterior, onde se verifica que o terminal, onde verifica-se que o terminal do emissor é comum à entrada e à saída. A entrada do sinal é feita através da base, enquanto a saída se dá através do coletor. Para estudar o funcionamento desse circuito é necessário examinar o que acontece quando se aplica uma tensão continua. Do diagrama a seguir mostra esse estágio, em que é aplicada uma pilha com uma determinada tensão (Vb) ao circuito de base e uma outra com tensão (Vc) ao circuito do coletor, através de dois resistores denominado Rb e Re, respectivamente. A tensão (Vb) da pilha está com o seu terminal positivo voltado para a base do transistor e o seu terminal negativo no emissor. No transistor NPN do diagrama 2, a junção emissor-base (N-P), portanto, é polarizada diretamente, pois com a aplicação do terminal positivo na base reduziremos a barreira de potencial da junção (N-P), tornando a região P mais positiva, permitindo a passagem de corrente elétrica pela junção. Assim, no circuito de base circulará uma determinada corrente (ib), cujo valor depende do valor da resistência Rb. Já a junção base-coletor (P-N) é polarizada inversamente, mas, graças ao efeito transistor (passagem de elétrons do emissor para o coletor através da base), estabelece-se uma corrente (Ic) no circuito do coletor, que provoca uma diferença de potencial nos terminais do resistor Re. A corrente de coletor está diretamente relacionada com corrente de base. Aumentando ou diminuindo o valor de Rb, produzimos o aumento ou a diminuição da corrente da base, o mesmo acontecendo à do coletor, mas com maior amplitude de variações; em consequência, a tensão nos terminais do resistor Re também varia. Automação Industrial – Eletrônica Linear 52 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Dessa forma, obtém-se uma amplificação de corrente. Os valores dessa amplificação recebem o nome de ganho e nesse caso é determinado pelo fato β (beta), definido como o ganho em corrente continua do transistor e dada pela relação: A corrente de entrada Ib controla, portanto, os valores da corrente de saída Ic. Uma variação da corrente Ic provoca uma variação de tensão nos terminais do resistor Re. Se, ao invés de uma variação no valor do resistor Rb, houver uma variação na tensão da pilha, ocorrerá o mesmo efeito de variação de Ib estudado até este momento. O esquema mais comum de um estágio amplificador desse tipo está representado no diagrama acima. Nesse esquema, substituem-se as baterias por uma indicação de tensão (+ V). Ao terminal de" base ligam-se dois resistores Rb l e Rb2 que o polarizam, enquanto o coletor recebe a tensão continua através de Re. Com isso, tem-se uma determinada circulação de corrente de base (Ib) e uma outra (Ic) no coletor; em consequência, no ponto de ligação entre Re e o coletor (a saída), ocorre uma tensão Vc menor que (+ V) e no ponto de ligação entre os terminais de Rb1 e Rb2 ocorre uma tensão Vb, menor, também, que (+ V). Se agora aplicarmos uma tensão com forma de onda semelhante à da entrada, mas de maior amplitude. Isso é fácil de perceber, se você lembrar que a corrente Ic pode ser controlada pela variação da tensão na base. Observe que aumentando-se o valor da tensão na base e vice-versa. Assim, é obtido um ganho de tensão dado pela relação: Foram analisados, então, dois aspectos funcionais características de um estágio amplificador por transistores: Ponto de trabalho (ou o ponto de operação, ou ponto de polarização). Ganho de sinal. O primeiro é determinado pela corrente continua que atravessa o transistor e pelas tensões contínuas aplicadas em seus terminais. Esse fator depende dos valores de Rb 1, Rb2 e Rc. Dependendo da corrente contínua que foi aplicada na base, vai circular uma corrente maior ou menor, sempre contínua, no coletor; esta, por sua vez, vai produzir diferenças de potencial nos terminais do resistor Re. O segundo fator refere-se ao comportamento do circuito na presença de tensão alternada (sinal de entrada). Esse comportamento só é perfeito se o ponto de trabalho for escolhido corretamente. Se assim não for, o sinal na saída, mesmo amplificado, pode sair distorcido total ou parcialmente as características do sinal de entrada. Portanto, observe a grande importância da escolha correta dos valores Rb 1, Rb2 e Re. Essa escolha deve ser feita a partir de estudos e analises que levam em conta inclusive a própria características do transistor a ser polarizado. Automação Industrial – Eletrônica Linear 53 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional No circuito do diagrama acima foi acrescentado um quarto resistor (Re), colocado entre o emissor e o ponto comuns, situados, por sua vez, entre a entrada e a saída. Esse resistor tem a função de estabilizar o ponto de trabalho do transistor. Quando o transistor é empregado como amplificador, ocorre um fenômeno que atua sobre suas características e seu ponto de operação. Trata-se de uma variação da corrente contínua de coletor em função da temperatura. Na pratica, a corrente Ic não permanece constante para uma corrente Ib determinada, aumentando com a elevação da temperatura e diminuindo quando ela desce. Esse fenômeno tem maior importância nos circuitos que trabalham com potências elevadas, pois estão sujeitos a aquecimento durante o funcionamento. Com o aumento da corrente Ic, o ponto de operação do transistor se desloca, não permitindo mais a ocorrência de grandes variações de sinal. Com esse fenômeno, o sinal senoidal de saída sofre saturações e cortes, que resultam na sua distorção. Para reduzir esse inconveniente, faz-se o acréscimo de um resistor Re ao circuito. Com o aumento de temperatura, a corrente Ic também aumenta. Esse aumento acarretará uma elevação de tensão nos terminais Re que através da junção base-emissor, fará diminuir a corrente na base, diminuindo, portanto, a corrente de Ic. 3.3-OSCILOSCÓPIO O osciloscópio é um instrumento de medida que tem um enorme campo de aplicações. Com uma grande vantagem: ele permite "visualizar" as variações dos sinais no tempo, além dos níveis de corrente ou de tensão. O osciloscópio de raios catódicos é um instrumento de medida que tem um enorme campo de aplicações. Ele pode ser usado quase exclusivamente como aparelho de laboratório de pesquisa e desenvolvimento ou como importante auxiliar em outros trabalhos do campo elétrico e eletrônico, além de encontrar aplicação em vários setores tecnológicos. A principal vantagem do osciloscópio em comparação com os outros aparelhos de medida é que permite "visualizar" a variação no tempo dos sinais aplicados em sua entrada, além dos níveis de corrente ou de tensão em qualquer ponto de seu percurso. O elemento básico para a visualização dos sinais é o tubo de raios catódicos: em seu visor são produzidas as representações dos sinais. Originalmente, o visor tinha forma circular, mas hoje predominam os formatos quadrado e retangular. No caso do visor circular, a superfície útil é de cerca de 10 cm de diâmetro; no quadrado, de 10 X 10 cm; e 10 X 8 cm, no retangular. Os fósforos que recobrem o visor Automação Industrial – Eletrônica Linear 54 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional determinam sua persistência, que é um fator muito importante para a observação do movimento das ondas. Em geral, o efeito dê persistência é muito pequeno, exceção feita para o caso dos osciloscópios especialmente projetados para alta persistência. O sistema de reflexão baseia-se num princípio bastante diferente do utilizado em televisão. O tubo catódico incorpora em seu próprio trabalho interior um sistema de quatro pequenas chapas defletoras que funcionam eletrostaticamente; ou seja, sobre elas aplica-se uma tensão que exerce uma ação de atração ou repulsão, dependendo da polaridade, sobre os elétrons do feixe. Essas pequenas placas são colocadas cm pares com as faces em paralelo, duas em posição vertical e duas em posição horizontal. O intervalo entre as placas depende da forma geométrica do tubo. As chapas verticais são encarregadas da deflexão horizontais movem o raio eletrônico verticalmente. O fenômeno da deflexão exige a aplicação de tensões relativamente elevadas sobre as chapas, tanto nas horizontais como nas verticais. As tensões que se aplicam nas chapas verticais -chamadas do "horizontal", pois produzem este movimento - são gerados por um circuito denominado varredura horizontal ou base dos tempos, na maior parte dos osciloscópios é possível aplicar na horizontal, no lugar da varredura, um sinal externo que, convenientemente amplificado, é aplicado nas placas de deflexão do tubo. As tensões aplicadas nas pequenas placas verticais provêm do sinal que se deseja visualizar, graças a um amplificador interno que recebe o sinal do exterior e o eleva ao nível suficiente. Tendo em vistas que o osciloscópio deve admitir formas de onda de amplitude muito variada, o ganho desse amplificador deve poder variar no interior de uma ampla margem de possibilidades. É necessário que entre o sinal que se deseja observar e o circuito da base dos tempos exista uma certa correlação. Assim, será produzida representação de uma forma de onda completamente estática. Caso contrario, a imagem observada ficaria em contínuo movimento, tornando praticamente impossível a sua análise. O que garante isso é um circuito de sincronização ou de amarração. O circuito de sincronização faz com que o gerador de varredura tenha uma frequência do sinal vertical (múltipla ou submúltipla). O sinal de sincronização pode ser gerado internamente (no osciloscópio) a partir do sinal vertical (sinal automático), ou ser aplicado externamente através de uma entrada, indicada por "pulso de disparo" (trigger). Outra possibilidade que a maioria dos osciloscópios modernos oferecem é a de poder representar simultaneamente dois sinais distintos no visor. Naturalmente, eles são aplicados através de entradas diferentes. Para esta finalidade, o aparelho dispõe de dois canais os sinais a um tubo de raios catódicos de feixe duplo ou a um sistema que os comuta para um único feixe. Desse modo, é possível representar as duas formas de onda ao mesmo tempo. Resumindo, um osciloscópio apresenta as seguintes características: Número de entradas: Um ou dois canais de entrada do sistema a ser representado. Uma entrada para o sincronismo a partir de um sinal externo. Alguns modelos dispõem de uma entrada suplementar para ser utilizada Automação Industrial – Eletrônica Linear 55 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Impedância de entrada: Da ordem de 1 M , quantia que pode ser elevada com a utilização de pontas de prova especiais. Reposta em frequência: Varia, dependendo do modelo de 500 kHz até 100 MHz, ou mais. Sensibilidade: Podem se representados sinais com níveis compreendidos entre poucos milivolts até centenas de volts; as possibilidades podem ser aumentadas ainda com a utilização de sondas atenuadoras. Base de tempo: Permite representar sinais ou porções de sinal com tempos que podem ser selecionados à vontade entre frações de microssegundos e vários segundos. Sincronização: interna ou externa, selecionável. Memória: Alguns modelos de osciloscópio oferecem a possibilidade de imagem na tela, mesmo que o sinal de entrada seja removido. O elemento interno mais importante do osciloscópio é o tubo de raios catódicos (TRC). Por isso, é fundamentais conhecer com precisão os seus princípios de funcionamento, e as suas características, para poder desfrutar todas as possibilidades do instrumento e evitar qualquer operação que possa danificá-lo, já que se trata de um dos componentes mais caro do aparelho. O tubo de raios catódicos é constituído por uma ampola de vidro, na qual é feito vácuo e que contém diversos eletrodos são acessíveis por meio de contatos situados na base ou soquete da ampola e em alguns pontos de seu próprio corpo. A parte frontal do tubo constitui a tela que é plana e recoberta internamente por uma camada de fósforo que emite luz quando atingida em algum ponto por um feixe de elétrons. A quantidade de luz emitida depende da intensidade com que o feixe chega à tela. Por feito termoiônico, os feixes de elétrons ou raios catódicos são gerados por uma filamento, o cátodo. Depois do cátodo há três eletrodos, cuja função é controlar o feixe. O primeiro dos eletrodos que o feixe encontra na sua trajetória em direção à tela é a grade de controle, que tem uma tensão negativa em relação ao cátodo. Regulando esta tensão por meio de um potenciômetro, pode-se fazer passar um numero maior ou menor de elétrons, aumentando ou diminuindo a luminosidade no ponto de incidência do feixe na tela. Esse potenciômetro está situado num ponto externo do aparelho e é indicado com as palavras BRILHO ou INTENSIDADE (do inglês BRIGHTNESS ou BEAMINTENSITY). Os dois outros eletrodos têm a função de aceleração e regulagem do foco. Para isto, eles recebem uma tensão de aceleração e relativamente elevada, de algumas centenas de volts, que imprime ao feixe uma velocidade mais alta. Automação Industrial – Eletrônica Linear 56 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional O ajuste de foco é obtido graças à diferença de potencial existente entre os dois ânodos, sendo o primeiro ligeiramente mais negativo que o segundo. Variando a diferença de potencial, pode-se obter o foco do feixe de elétrons numa pequena região da tela, e isso é feito por um potenciômetro, que também é acessível na parte externa, indicando pelas palavras FOCO ou FOCUS. Depois dos eletrodos de que já tratamos, existem as placas de deflexão. Elas têm a função de atrair ou repelir o feixe de elétrons e, dessa maneira, modificar sua trajetória para fazê-lo postar-se em qualquer ponto da tela. A tensão média existente nas placas de deflexão vertical ou horizontal é quase igual àquela que é aplicada ao ultimo ânodo, para não alterar a velocidade dos elétrons e fazer com que, na ausência de tensão de deflexão, o feixe de elétrons atinja o centro geométrico da tela. Se a esta tensão de polarização sobrepor-se uma segunda tensão diferencial entre as duas placas laterais, observa-se uma deflexão horizontal do ponto luminoso - que antes se achava no centro - para um dos bordos verticais da tela. Direção desta deflexão depende da placa em que se aplica o positivo da segunda tensão, já que esta exercerá uma força de atração sobre o feixe, e a placa negativa, uma força de repulsão. Em sequência, o efeito final será a soma das forças e o ponto se aproximará do lado da tela correspondente à placa mais positiva. As placas de deflexão vertical trabalham de modo semelhante às placas de deflexão horizontal mas, neste caso, o feixe se deslocamento de cima para baixo e vice-versa. A amplitude do deslocamento do ponto sobre a tela em relação ao centro, quando se aplica uma tensão ao centro, quando se aplica uma tensão de deflexão, pode ser calculada com a seguinte fórmula matemática: Aqui devem ser considerados os seguintes fatores: ℓ : comprimento total das placas de deflexão; L: distancia da tela medida a partir do centro das placas; d: separação entre as placas; Va: tensão de aceleração aplicada ao ultimo ânodo e às placas. Nesta fórmula, nota-se que ℓ, L e d são valores fixos e invariáveis que dependem das características do tubo de raios catódicos, e Vá e uma tensão constante. Portanto, e = k/Vd, sendo que a letra k representa o quociente de todos os valores constantes, ou seja: Também k tem um valor constante para cada tipo de tubo. Em consequência, pode-se observar que a deflexão obtida na tela depende unicamente da tensão de deflexão aplicada, e é diretamente proporcional a esta. A partir daí, deduz-se que o tubo de raios catódicos é um instrumento capaz de permitir medições de tensões desde que se conheçam as suas características geométricas. Para obter Automação Industrial – Eletrônica Linear 57 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional a medida do potencial aplicado à placa de deflexão, basta medir o deslocamento que se observa sobre a tela e multiplicá-lo pela constante k. Há um parâmetro que exprime a maior ou o menor capacidade do tubo de produzir, com aplicação de pequenas tensões, desvios mais intensos do feixe. Esse parâmetro é chamado sensibilidade, e representa o espaço percorrido pelo ponto luminoso na tela em unidades de comprimento, quando se aplica uma tensão de 1 V às placas de deflexão. Portanto, a sensibilidade será: Como se pode nptar, essa sensibilidade depende exclusivamente das características de construção do tubo. Para aumentar as Máximo a sensibilidade, aumentar-se o cumprimento das placas de deflexão porque, como foi mostrado na fórmula anterior, o comprimento das placas tem uma influência direta na sensibilidade. Por outro lado, deve-se recorrer ao emprego de placas que sejam paralelas até certo ponto, e depois divergentes, para evitar que os elétrons atinjam os bordos das placas e não atinjam, assim, a tela. Das fórmulas dadas aqui, deduz-se que, quando se eleva a tensão de aceleração aplicada ao ultimo ânodo, obtém-se uma diminuição da sensibilidade e que, por outro lado, se essa tensão desce a um nível muito baixo, a luminosidade do ponto sobre a tela diminui até tornar-se quase invisível. É necessário, portanto, um dispositivo adicional que elimine esse inconveniente. O dispositivo pode ser um eletrodo intensifícador colocado entre as placas de deflexão e a tela, a uma distancia muito pequena da tela, na qual é aplicada uma elevada tensão que garante a luminosidade sem prejudicar a sensibilidade de deflexão. A tensão continua aplicada entre as placas de deflexão é ajustada na parte externa por alguns potenciômetros que agem sobre a posição do ponto luminoso. Esses potenciômetros são indicados com a palavra POSICIONAMENTO HORIZONTAL (HORIZONTAL POSITION) e POSICIONAMENTO VERTICAL (VERTICAL POSITION). As tensões de deflexão aplicadas devem ser geradas no osciloscópio por amplificadores internos que aumentam o nível dos sinais aplicados à entrada. Deve-se então, dispor de um mínimo de três amplificadores para realizar as seguintes funções: Amplificador vertical (Y) Amplificador horizontal (X) Base do tempo ou circuito de varredura horizontal. Tanto o amplificador horizontal quanto o vertical devem atender a algumas exigências muito especifica, com o objetivo de fazer a reprodução mais fiel possível do sinal aplicado. Com isso, qualquer erro ou distorção produzidos se traduzem numa representação infiel do sinal sobre a tela, e isso poderá ser erroneamente interpretado como um defeito no ponto do circuito que se está examinando. Portanto, o ganho deve ser uniforme em todas as faixas de frequência nas quais o osciloscópio trabalha, para que a curva característica amplitude-frequência seja linear. É necessário também que o atraso produzido pelo amplificador, em relação ao sinal aplicado, Automação Industrial – Eletrônica Linear 58 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional seja constante e invariável para qualquer frequência. Se isso não ocorrer, serão produzidas distorções em todos os sinais que contém uma certa quantidade de frequências distintas, pois algumas frequências seriam amplificadas em níveis diferentes, mudando substancialmente a forma da onda. Uma outra característica que deve ser destacada é a possibilidade de medir tensões continuas, por meio de um recurso encontrado na maioria dos osciloscópios modernos. Para isso, é preciso que os amplificadores, principalmente o vertical, sejam projetados de modo que não necessitem de capacitores de acoplamento entre os diversos estágios, e que sejam capazes de trabalhar com tensões de frequências muito baixas, com pouca margem de erro. Esses amplificadores são construídos com base de estágios diferenciais ou simétricos. Outra característica importante, que deve ser levada em conta, é que os sinais a serem medidos têm diversas procedências e diversas amplitudes. É necessário, então, um sistema capaz de regular o ganho, de modo que a amplificação dos sinais mais fortes seja mais fraca em relação à amplificação dos sinais menos intensos. Por outro lado, deve haver uma perfeita calibragem desse ganho, para que se possa fazer medidas de nível e amplitude confiáveis. Em resumo: deve ser possível representar o sinal na dimensão ou altura mais conveniente para observação. Isso requer uma regulagem do ganho em, patamares selecionados na parte externa. Para realizar todas essas funções, utiliza-se um circuito atenuador com vários degraus selecionáveis, que permitem escolher o degrau mais apropriado para a observação. Esse circuito é colocado antes do amplificador e acoplado à entrada do aparelho. O efeito do complexo atenuador-amplificador produz ganho variável necessário. As exigências impostas aos atenuadores são semelhantes às dos amplificadores, no que diz respeito à absoluta fidelidade da transmissão do sinal. Os atenuadores devem ainda atender uma ultima exigência, ou seja, a de fornecer uma impedância elevada, correspondente à impedância de entrada do osciloscópio. Para esta função utilizam-se geralmente estágios transistorizados, conhecidos como seguidores de emissor, devido à sua propriedade de alta impedância na saída. A resistência de emissor pode, por sua vez, ser dividida em várias partes selecionáveis com o comutador ou seletor de amplitude, obtendo-se assim os indispensáveis níveis de ganho. A largura de faixa que um osciloscópio é capaz de reproduzir é definida pela faixa de frequência a ele aplicada, pode ser representada na tela sem que sua amplitude seja influenciada pelo aparelho. Na realidade frequência de corte, para a qual existe uma atenuação de 3 dB. Já dissemos que, para poder representar na tela o sinal aplicado à entrada vertical, há duas alternativas. Uma delas consiste em aplicar uma tensão a placas horizontal, proveniente de uma entrada externa (X) por meio de um sistema atenuador-amplificador similar à da vertical (Y). Outra alternativa é utilizar o circuito interno do osciloscópio, denominado base de tempo ou circuito de varredura já preparado para obter os níveis de tensão necessários para a deflexão. O ultimo circuito - base do tempo — produz uma forma de onda muito peculiar, denominada dente de serra. Esse sinal é formado por dois trechos de variação de tensão, um veloz e outro lento, e o feixe eletrônico se desloca para uma das extremidades. Do mesmo modo em que varia a tensão de deflexão, o feixe se dirige gradualmente ao Automação Industrial – Eletrônica Linear 59 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional outro extremo. Quando termina esse trecho, tem inicio uma variação rápida no sentido contrário, e o feixe se desloca rapidamente para a extremidade inicial. Com esta forma de onda no canal horizontal (X), cujo valor e deslocamento são proporcionais ao tempo, consegue-se visualizar as subidas e descidas do feixe vertical. Para o osciloscópio trabalhe com sinais de diversas frequências, é necessário dispor de dentes de serra de varias durações, ou seja, de varreduras com diferentes períodos. Para isso, deve-se fazer com que os geradores internos variem a própria frequência por meio de um comutador acessível na parte externa, que permita degraus perfeitamente calibrados em unidades de tempo para cada divisão da tela. Dessa maneira, um osciloscópio pode produzir, no próprio circuito de base de tempo, frequências de varredura muito baixas ou muito altas. A base de tempo a ser escolhida depende do sinal que se observar. Por exemplo, se quer observar na tela do osciloscópio uma forma de onda de frequência de ordem de 1 Khz, temos que escolher uma base de tempo de pelo menos 0,5 ms/cm ou 0,5 ms/divisão, pois como T = 1/F, período do sinal será de 1 ms. Com isso, um ciclo de sinal ocupará 2 cm ou duas divisões na tela. Se escolhermos uma base de tempo de 1 ms/cm ou l ms/divisão, um ciclo do sinal ocupara apenas l cm da tela. Se, em vez de utilizar a base de tempo, se aplicar à entrada X um sinal externo, a junção desse sinal com o do canal Y - no caso de ambos serem senoidais - produz na tela curvas muito características, genericamente denominadas figuras de Lissajous. Pode se obter inúmeras combinações de pares amplitude-frequência para cada um dos dois sinais alternados, que produzirão inúmeras formas na tela do osciloscópio. As aplicações mais comuns dessas curvas são as seguintes: comparação de frequências medida de deformações ou distorções medida de,defasagem medida das frequências Os osciloscópios de duplo canal ou de duplo traço estão se difundindo cada vez mais no mercado, devido às grandes vantagens que oferecem e suas numerosas aplicações. Esses aparelhos contêm dois amplificadores verticais (Y), geralmente idênticos, que permitem amplificar e representar dois sinais independentes. Portanto, a grande vantagem desse osciloscópio é tornar possível a observação simultânea dos dois sinais aplicados às suas entradas. Existem duas maneiras de construir um osciloscópio de duplo canal: - empregando-se um tubo de raios catódicos com duplo de feixe eletrônico e dupla série de plaquetas verticais e horizontais de deflexão; - empregando-se um tubo de raios catódicos convencional, dotado de um sistema de comutação em condições de apresentar os dois sinais alternadamente. Nessas duas maneiras, os sinais que se pretende visualizar permanecem nitidamente separados durante todo o seu percurso através dos circuitos do osciloscópio, atingindo depois o tubo, em cujo interior também não existe nenhuma interação entre eles. Automação Industrial – Eletrônica Linear 60 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional A primeira maneira é bastante simples, pois os sinais aplicados às entradas verticais chegam à dupla série de placas verticais e horizontais, e cada unia delas produz sua própria deflexão sobre o feixe catódico correspondente. O circuito da base de tempo pode ser comum a ambas ou independente. Caso ele seja comum, a deflexão horizontal deve ser escolhida de tal maneira que o período de afastamento da tela permita visualizar facilmente os dois sinais aplicados às entradas. Se for independente, as deflexões são escolhidas independentemente uma a outra. Assim, o formato de cada sinal pode ser escolhido em separado. Um segundo tipo de osciloscópio de duplo canal é dotado de um sistema de comutação que pode se utilizado de duas formas diferentes à vontade, por meio dos comandos externos no aparelho. Essas formas são as seguintes: - sistema alternado - sistema comutado (choppede) Quando o osciloscópio trabalha de modo alternado, um dos canais se apresenta na tela como os dentes de serra correspondentes aos números pares do sinal de deflexão horizontal, produzido pela base de tempo, enquanto o outro canal se apresenta com os dentes de serra correspondentes aos números impares. No interior de cada canal se sobrepõe uma tensão contínua diferentes, separando os sinais presentes na tela. Dessa forma, pode-se comparar seus diferentes pontos e a posição de cada sinal é regulada independentemente por meio de dois comandos próprios situados externamente. Quando se emprega esse sistema e a velocidade de varredura escolhida é alta, a visão não percebe as alternâncias sucessivas e o resultado é uma visão simultânea e continua dos dois canais na tela do aparelho. Se, porém, tivermos uma velocidade de varredura baixa, a visão captará nitidamente e não-simultaneidade da representação na tela. Quando o osciloscópio trabalha no modo comutado, o sistema de deflexão vertical passa rapidamente de um canal para outro durante todo o tempo de duração dos dentes de serra aplicados às placas (varredura horizontal). Dessa maneira, o período do sinal de cada um dos canais é praticamente o mesmo. Esse sistema, ao contrário do anterior, é eficaz quando se escolhem velocidades de varredura horizontal baixas e, portanto, se tem sinais lentos no sistema de deflexão vertical, uma vez que a vista não consegue perceber os saltos do feixe e tem impressão de observar ao mesmo tempo os dois canais. Além disso, quando a velocidade de varredura é alta (considerando-se que o período de comutação dos sinais é sempre o mesmo), vê-se que as formas de onda presentes nos dois canais são representadas em segmentos resultantes da comutação. Nos osciloscópio de duplo canal, existem diversas possibilidades para se escolher a imagem que se deseja observar. Por um outro lado, pode-se escolher dois canais (A ou B) de que se dispõe, para se observar o sinal, como em um osciloscópio de traço simples. Pode-se também escolher dois canais simultaneamente (A e B) ou realizar combinações lineares entre os dois, como a soma (A + B) ou a diferença (A - B ou B - A). Como no osciloscópio de duplo feixe o circuito da base de tempo é geralmente comum aos dois canais, deve-se escolher com muito cuidado o tempo de espaçamento. Com o sistema de deflexão horizontal por meio de sinal a dente de serra, pode-se verificar que, quando o feixe catódico retorna ao ponto de origem para dar inicio a uma nova varredura, a forma da onda do Automação Industrial – Eletrônica Linear 61 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional sinal que se quer visualizar não se encontra no ponto correspondente ao inicio da varredura precedente. Na tela, o fenômeno se apresenta como um movimento contínuo da forma de onda, dando a impressão de deslocar-se da direita para a esquerda ou vice-versa, a uma velocidade que depende da frequência do sinal em relação à frequência do dente de serra. Pode-se corrigir esse efeito de duas maneiras. Nos osciloscópios mais simples varia-se o período do dente de serra da varredura até fazê-lo coincidir com um múltiplo ou submúltiplo do período do sinal cuja forma da onda seja representada. Se esta variação for contínua, podese parar forma da onda na tela. Esse procedimento é realizado por "tentativa e erro", e o resultado torna-se satisfatório somente quando a frequência do sinal representado por suficientemente estável. Se a varredura não for continuar ajustando o comando que fixa o período do dente de serra, para adequá-lo ao sinal que se quer visualizar. Nos osciloscópios mais modernos e sofisticados, o procedimento consiste em dar partida ao sinal horizontal e, por consequência, ao dente de serra, quando o nível do sinal a visualizar se encontra em um determinado valor. Desse modo se verá a onda começando sempre em um ponto fixo e se conseguirá mantê-la parada qualquer que seja a sua frequência e o dente de serra empregado. Obtém-se, assim, uma sincronização perfeita do sinal. O valor de tensão de^sinal escolhido para fezer "disparar" a varredura pode ser fixado através do comando externo correspondente, que, na maioria absoluta dos casos, traz a indicação nível de disparo (trigger level). Pode se também preferir que o próprio osciloscópio determine o nível de disparo mais adequado. Isso acontece por meio de um sistema denominado sincronização automática. Os osciloscópios com memória oferecem maiores possibilidades que os convencionais, no que diz respeito à análise e à medida das características de um determinado sinal. Graças a eles, é possível observar sinais que variam lentamente no tempo. Esses sinais requerem varreduras lentas, inferiores a 2 ms/div. No osciloscópio convencional, varreduras muito lentas produziram osciloscópio ou cintilações de imagem tão fortes que não permitiriam a visualização e a medida da forma de onda. Outra aplicação importante é a visualização de sinais rápidos, porém de baixas frequência de recorrência (por exemplo, uma transição de duração 1 μ.s. que se repete a cada 2 segundos). Esses sinais requerem a aplicação de altas velocidades de varredura, pois de outro modo não seria possível a visualização das transições rápidas. Porém, a baixa frequência de recorrência reduz sensivelmente a luminosidade na tela, tornando quase impossível a observação de forma da onda. Esses problemas são contornados com a utilização do osciloscópio com memória, que permite também uma visualização das formas de onda de sinais não repetitivos e que aparecem apenas ocasionalmente. A observação e medida desses sinais são procedimentos absolutamente necessários para determinada aplicação (nesse caso, a frequência de recorrência tende a zero, pois o sinal ocorre apenas uma vez). O principio de funcionamento do osciloscópio com memória está baseado quase exclusivamente no emprego de um tubo de raios catódicos especial, denominado persistência variável ou tubo de armazenamento. O sistema de armazenamento ou de persistência realiza-se no interior do tubo de raios Automação Industrial – Eletrônica Linear 62 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional catódicos, que é provido de um dispositivo onde permanece impressa a imagem que se quer observar. Também fazem parte do tubo dois cátodos geradores de feixes de elétrons adicionais, correspondentes aos dois canais de entrada. A função desses feixes adicionais é projetar na tela as imagens armazenadas pelo eletrodo. Para a obtenção do eleito completo é necessário ainda que o tubo disponha dos seguintes elementos adicionais: dois cátodos geradores de raios eletrônicos; grade de controle; ânodo acelerador; colimador; eletrodo pós-acelerador e de armazenamento. Os cátodos são muitos semelhantes àqueles que produzem o feixe principal, e que já foram estudados em capítulos anteriores. A grade de controle, comum aos dois feixes catódicos, tem a função de verificar a intensidade eletrônica, com o objetivo de regular a luminosidade da imagem sobre a superfície do eletrodo de armazenamento. Isso permite melhorar a observação da imagem em todas as velocidades de varredura possíveis. O ânodo acelerador fornece aos elétrons dos dois feixes a velocidade necessária para se obter na tela uma imagem suficientemente intensa. Seu funcionamento é muito semelhante ao dos ânodos do cátodo principal. O colimador tem a função de concentrar e de acelerar os elétrons na direção do eletrodo de armazenamento. Esse eletrodo, por sua vez, é constituído pela parede interna do tubo, em toda a região localizada entre o fim do cilindro de vidro e o eletrodo pós-acelerador e de armazenamento. O eletrodo pós-acelerador provoca uma aceleração adicional, cuja finalidade é intensificar o feixe e facilitar o funcionamento do colimador, completando a concentração dos feixes de elétrons. O eletrodo de armazenamento é composto por uma malha sobre a qual existe uma camada de material dielétrico, cuja superfície externa forma a superfície de armazenamento. Esse eletrodo tem uma ligação para o exterior, pela qual recebe a tensão de polarização. O principio de funcionamento da superfície de armazenamento e de memorização da informação está baseado na emissão secundária de elétrons. Se a incidência do raio catódico sobre a superfície de armazenamento produzir uma emissão de mais de um elétron secundário, o resultado será um aumento do potencial e uma diminuição dos elétrons. Se, porém, os elétrons que chegam superarem os que saem, o potencial diminuirá, tornando-se mais negativo. O efeito de armazenamento desejado é obtido graças à incidência do feixe principal. Ele provoca uma emissão secundária de intensa, fazendo aparecer uma acumulação de carga positiva unicamente nos seus pontos de incidência, memorizando a forma da onda que se deseja conservar. A projeção da imagem na tela é obtida por meio dos feixes de elétrons dos dois cátodos adicionais, que passam somente através dos pontos da superfície de armazenamento que estão carregados positivamente. Em seguida, os feixes de elétrons são acelerados pelo eletrodo intensificador atingindo, assim, a camada fosforizada da tela com energia suficiente para poderem reproduzir a imagem. Portanto, esses feixes, além de manterem o Automação Industrial – Eletrônica Linear 63 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional armazenamento por emissão secundária, são acelerados te a tela, para fazer surgir a forma de onda. O controle externo sobre as várias formas de trabalho de um osciloscópio com memória é feito por meio de um seletor, que permite escolher entre as três funções distintas de armazenamento dos sinais. A função PERSISTÊNCIA (persistence, em inglês) está a associado a um comando que permite variar o tempo de permanência da imagem na tela. Geralmente é utilizado para a observação de formas de onda de frequência muito baixa, eliminando assim a cintilação continua que seria produzida pela varredura convencional. É muito importante ajustá-lo, para que o tempo de armazenamento coincida com o aparecimento da varredura sucessiva na tela. Quando se deseja manter a forma da onda na tela por um longo período de tempo, é necessário passar às funções ESCRITA (write), depois APAGAR (erase), terminando a sequência selecionando a função ARMAZENAMENTO (store). Com isso, a imagem permanecerá por um período de tempo normalmente superior a uma hora. A função ESCRITA é usada principalmente para memorizar os sinais que aparecem ' isoladamente, sem se repetir. Para isso, o seletor da base de tempo deverá ser colocado na posição de partida simples, gerando uma única varredura. A persistência se predispõe automaticamente ao valor Máximo, e a imagem é conservada por um tempo geralmente superior a um minuto. A função ARMAZENAMENTO permite que se observe por longos períodos de tempo um sinal memorizado anteriormente pela função ESCRITA. Quando se seleciona este modo de funcionamento, bloqueia-se os dois canais dos sinais (A e B), juntamente com a função APAGAR. Os osciloscópio, tanto o convencional quanto o memorizador, é um excelente instrumento que permite medir tensões nos diversos pontos de uma forma da onda ou de frequência, graças às subdivisões do retículo da tela e aos comandos de amplitude vertical e de base de tempo. Porém, para que esse sistema de medição seja realmente útil e confiável, é necessário que o osciloscópio esteja perfeitamente calibrado, e que todas as indicações das diversas escalas correspondam a valores reais. A calibração de um osciloscópio é feita com auxilio de alguns instrumentos de alta precisão, de onde são extraídos os sinais que devem ser observados e medidos na tela. Se dispuser de um sinal de amplitude e de uma frequência conhecida, colocam-se em funcionamento os potenciômetros internos de calibração, até que o número de divisões ocupadas pelo sinal na tela -multiplicado pela escolhida - coincida com o nível de tensão ou com frequência aplicados pela gerador externo. Nesse ponto, o aparelho pode ser considerado calibrado. Normalmente, osciloscópio oferece uma precisão em torno de 5%, o que significa que se pode prever um erro de grandeza em qualquer medida efetuada com o aparelho. 3.4 - AMPLIFICADORES CC E BC Se você ligar uma fonte de alta impedância e uma carga de baixa impedância, a maior parte do sinal ca sofrerá uma queda através da impedância interna da fonte. Uma fonte de se contornar esse problema é usando um seguidor de emissor entre de alta impedância e a carga de baixa impedância. O seguidor de emissor eleva o nível da impedância e reduz as perdas do Automação Industrial – Eletrônica Linear 64 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional sinal. Além dos seguidores do emissor, este capitulo também discute os amplificadores Darlington, tipos de acoplamentos entre estágios, reguladores de tensão mais sofisticados e os amplificadores BC. AMPLIFICADORES CC Na figura a seguir mostra um circuito chamado amplificador com coletor comum (CC). Como Rc é chamado amplificador de coletor aterrado. Quando uma tensão cc Vent aciona a base, aparece uma tensão cc Vsaída através do resistor do emissor. IDEIA BÁSICA Um amplificador CC é como um amplificador EC fortemente linearizado com o resistor do coletor em curto e a saída retirada do emissor e não do coletor. Conto o emissor está arrumado à base, a tensão de saída cc é O circuito também é chamado seguidor de emissor porque a tensão cc do emissor segue a tensão cc da base. Se Vent for de 2 V, como mostra a figura abaixo, Vsaida será de 1,3 V. Se Vent aumentar para 3 V, Vsaida aumentará para 2,3 V. Isto quer dizer que as variações em Vsaida estão em fase com as variações de Vent. RELAÇÕES DE FASE Na próxima figura, VCE é dada por Se Vsaida aumentar, VCE diminui. Portanto, vce está defasado da saída Vsaída e Vent. Você pode ver esta relação defasada observando a figura abaixo. Quando Vent aumenta de 1 V Vsaída aumenta de 1 V, mas VCE diminui de 1 V. LINHA DE CARGA CC Somando as tensões ao longo da malha do coletor da figura abaixo temos Como a corrente do coletor é aproximadamente igual à corrente do emissor, podemos tirar o valor Ic obtendo Esta equação da linha de carga cc, mostrada na figura passada. Quando a tensão de entrada contiver uma componente ca bem como uma componente cc, a linha de carga ca é a mesma linha de carga cc porque Ic e VCE apresentam a flutuação senoidal mostrada na figura anterior. Se o sinal de entrada for suficientemente grande para usar toda a linha de carga ca, o transistor atingirá a saturação e o corte nos picos. Isto limita a excursão da tensão de saída para um valor de pico a pico de Vcc como mostra a figura anterior. Automação Industrial – Eletrônica Linear 65 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional GANHO DE TENSÃO ‘Na figura a seguir mostra um seguidor do emissor acionado por uma pequena tensão ca. Na figura abaixo mostra o circuito equivalente ca. A tensão ca de saída é igual Como a tensão ca de entrada é A razão de Vsaida relativamente a Vent é Na maioria dos seguidores de emissor, RE encobre r'e e o ganho de tensão aproxima-se unidade por exemplo, se RE = 5,1 k e r'e = 2,5 , na equação fornece um ganho de tensão Observe que a tensão de saída está dentro de meio por cento da tensão de entrada. PEQUENAS DISTORÇÕES O seguidor de emissor é intrinsecamente um amplificador de baixa distorção. Como o resistor emissor não é derivado, a linearização é extrema forte e não linearidade do diodo emissor é praticamente eliminada. Automação Industrial – Eletrônica Linear 66 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Como ganho de tensão é aproximadamente 1, a tensão de saída é uma replica da tensão de entrada. Dada uma onda senoidal perfeita na entrada, teremos uma onda senoidal praticamente perfeita na saída. EXEMPLO 1 Na figura acima mostra um seguidor de emissor usando uma polarização com divisor de tensão. Calcule as tensões cc e explique as formas de onda. SOLUÇÃO A tensão Thevenin cc que sai do divisor de tensão é Isto estabelece uma tensão quiescente do emissor de O sinal da fonte é uma onda senoidal com um nível cc de 0 V. Este sinal é acoplado à base do seguidor do emissor. O nível quiescente ou cc na bas é de +5 V. Logo a tensão de entrada para a base consiste, equivalente a não se ter nenhum componente ca. EXEMPLO 2 Calcule o ganho da figura anterior. Se a tensão ca de entrada tiver um pico de 1 V, qual a saída de tensão? SOLUÇÃO A corrente cc do emissor é resistência ca do diodo emissor é Automação Industrial – Eletrônica Linear 67 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional O ganho de tensão é A tensão de saída tem um pico de Isto está tão próximo da tensão de entrada que você não pode distinguir Vent, de Vsaída com osciloscópio. Em praticamente qualquer seguidor de emissor, você terá uma tensão ca de saída praticamente igual à tensão ca de entrada. O AMPLIFICADOR BASE COMUM (BC) Na figura a seguir mostra um amplificador de base comum (BC). Como a base está aterrada, este circuito também é chamado amplificador com base aterrada. O ponto Q é definido pela polarização do emissor, que reconhecemos imediatamente quando o circuito cc equivalente é desenhado, como mostra a figura abaixo. Portanto a corrente cc do emissor é dado por Na figura abaixo mostra um amplificador BC polarizado como divisor de tensão. Você pode reconhecer a polarização como divisor de tensão desenhando o circuito equivalente cc. Em cada amplificador, a base é aterrada em ca. O sinal de entrada aciona o emissor, e o sinal de saída é tirado do coletor. Na próxima figura mostra o circuito equivalente ca de um amplificador BC durante a metade positiva do ciclo da tensão de entrada. Os resistores de 3 polarização foram omitidos porque eles têm um efeito desprezível na impedância de entrada. A impedância de entrada de um amplificador BC é praticamente igual a A tensão de saída é dada por Ela está em fase com a tensão de entrada. Como a tensão de entrada é igual a O ganho de tensão é Automação Industrial – Eletrônica Linear 68 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Pelo fato de ic ~ ie, podemos reescrever a equação na forma Isto nos diz que o ganho de tensão tem a mesma intensidade que teria num amplificador EC não linearizado; somente a fase é diferente. Por exemplo, se Rc = 2500 e re = 25 , então o amplificador BC tem um ganho de tensão de 100, enquanto um amplificador EC tem um ganho de tensão de - 100. Idealmente, a fonte de corrente do coletor da figura abaixo tem uma impedância interna infinita. Portanto a impedância de saída de um amplificador BC é A figura da página seguinte mostra o modelo ca de um amplificador BC. A grande diferença entre esse amplificador EC é a impedância extremamente baixa. Um motivo que impede o amplificador BC de ser usado é a sua baixa impedância de entrada. A fonte ca que aciona o amplificador BC vê Que pode ser bem pequeno. Por exemplo, se IE = 1mA, a impedância de entrada de um amplificador BC é somente ela. A menos que a fonte ca seja quase-ideal, a maior parte do sinal perde através da resistência da fonte. A impedância de entrada de um amplificador BC é tão baixa que é tão baixa que ela sobrecarrega a maioria das fonte de sinal. Por isso, um amplificador BC discreto não é usado tão frequentemente em baixas frequências; ele é usado principalmente em aplicações de alta frequência (acima de 10 MHz) onde são comuns as fontes de baixa impedância. Nos circuitos integrados, o amplificador BC é amplamente usado como parte de um amplificador diferencial. Automação Industrial – Eletrônica Linear 69 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional EXEMPLO l Qual a tensão ca de saída na figura acima? SOLUÇÃO A corrente cc do emissor é Portanto ganho de tensão sem carga é impedância de saída Na figura passada mostra o circuito ca equivalente. A tensão de entrada é tensão de saída real é 3.5 - FORMAS DE POLARIZAÇÃO Os circuitos digitais são os que utilizam o transistor como uma chave. Os circuitos lineares são os que o utilizam como uma fonte de corrente. Acionar um LED com um transistor fonte de corrente é um exemplo de circuito linear. Um outro exemplo é o amplificador, um circuito que aumenta a amplitude de um sinal. A ideia consiste em colocar um pequeno sinal ca num transistor e ter na saída um sinal ca maior de mesma frequência. Os amplificadores são fundamentais nos circuitos de rádio televisão e outros circuitos de comunicação. Antes do sinal ca ser acoplado a um transistor, é preciso estabelecer um ponto quiescente (Q) de operação, geralmente próximo ao meio da linha de carga cc. Então, o sinal ca que entra pode produzir flutuações acima e abaixo desse ponto Q. Para que o circuito permaneça linear, o diodo emissor precisa estar polarizado diretamente e o diodo coletor polarizado reversamente. Colocando de outra forma, as flutuações na corrente e na tensão não devem levar o transistor nem à saturação nem ao corte. Este capítulo discute as formas de se polarizar um transistor para que ele funcione linearmente, o que significa estabelecer um ponto Q próximo do meio da linha de carga cc. O próximo discutirá o que acontece quando um pequeno sinal ca aciona os circuitos. Automação Industrial – Eletrônica Linear 70 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional POLARIZAÇÃO DA BASE Na Figura abaixo é um exemplo de polarização da base (também chamada polarização fixa). Geralmente, a fonte de alimentação da base é a mesma que alimenta o coletor; isto é, Vbb = Vcc. Neste caso, os resistores da base e do coletor voltam ambos para o lado positivo da alimentação do coletor, e o circuito é desenhado como o que aparece na Figura a seguir. Em qualquer dos dois casos, este é o pior modo possível de se polarizar um transistor para que ele funcione linearmente, pois o ponto Q é instável. Como foi discutido no capítulo anterior, βcc pode ter uma variação de 9: l com a corrente e a temperatura. Isto quer dizer que é impossível estabelecer um ponto Q estável, no que podemos nos basear na produção em grande escala. Portanto, nunca usamos a polarização da base em circuitos lineares. A utilização mais elementar da polarização da base é nos circuitos digitais, nos, quais o transistor usado como uma chave entre o corte e a saturação. Neste caso, usamos a saturação forte para passar as variações em βcc. POLARIZAÇÃO COM REALÍMENTAÇÃO DO EMISSOR Na próxima figura mostra uma tentativa inicial de se compensar as variações em βcc. Geralmente, as orientações da base e do coletor são iguais e o circuito é desenhado como mostra a figura abaixo. Em qualquer dos dois casos, a ideia consiste em se tentar usar a tensão através do resistor do emissor compensar as variações em βcc. Por exemplo, se βcc aumentar, a corrente do coletor aumenta. Aumenta a tensão do emissor, o que diminui a tensão através do resistor da base e reduz. A corrente da base. A corrente da base reduzida resulta numa corrente do coletor menor, o que parcialmente o aumento original em OBSERVAÇÃO PRÁTICA A polarização com realimentação do emissor baseia-se no aumento da corrente do coletor que produz mais tensão através do resistor do emissor, o que reduz a corrente da base e consequentemente a corrente do coletor. A ideia básica soa bem, mas o circuito parece não funcionar muito bem quando se considera valores práticos para resistência. Para ser conclusivo, o circuito precisa de um resistor do emissor relativamente baixo para evitar a saturação do coletor. A análise matemática que se segue lhe mostrará porquê. A propósito, a palavra "realimentação" é usada aqui para indicar uma quantidade na saída (corrente do coletor) que produz uma variação numa quantidade de entrada (corrente da base). O resistor do emissor é o elemento de realimentação porque ele é comum aos circuitos de entrada e de saída. Automação Industrial – Eletrônica Linear 71 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional LINHA DE CARGA CC. Se somarmos as tensões ao longo da malha do coletor na figura acima, obteremos Como IE: é aproximadamente igual a Ic, esta equação pode ser rearranjada na forma Por ora, você deve estar apto a ver num relance que o extremo superior da linha de carga tem uma corrente de saturação de Vcc/(Rc + RE) e a extremidade inferior da linha de carga tem uma tensão de corte dada por Vcc. EFEITO DE βcc A seguir, podemos somar as tensões ao longo da malha da base para obter Como IE = Ic e IB = Icβcc-, podemos reescrever a equação na forma A polarização com realimentação do emissor pretende encobrir as variações em βcc, isto equivale a re ser muito maior do que RB/βcc- Nos circuitos práticos, entretanto, você não pode fazer re suficientemente grande para encobrir os efeitos de βcc sem saturar o transistor. Em projetos típicos, evidencia-se que a polarização com realimentação do emissor é quase tão sensível às variações em βcc quanto a polarização da base. Portanto, a polarização com realimentação do emissor não é a forma preferida de polarização, e evitaremos utilizá-la. Estude o exemplo 6 para ver como o circuito é ineficiente contra as variações em βcc. SATURAÇÃO Se RB = βccRc, então a equação anterior produz Este valor é ligeiramente menor do que a corrente de saturação encontrada anteriormente, Vcc/(RE + Rc)- Portanto, chegamos à seguinte conclusão: uma resistência da base ligeiramente menor do que βccRc produz saturação no circuito de polarização com realimentação do emissor. EXEMPLO 1 Calcule o valor da corrente de saturação do coletor na Fig. 6-3a. A seguir, calcule a corrente do coletor para estes dois valores de βcc: 100 e 300. Automação Industrial – Eletrônica Linear 72 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional SOLUÇÃO A corrente saturação do coletor é Quando βcc = 100, na equação da página anterior dá Quando βcc = 300, Na figura anterior resume os cálculos mostrando a linha de carga cc e os dois pontos Q. Com você pode ver, uma variação de 3:1 em βcc produz praticamente uma variação de 3:1 na corrente do coletor. Esta variação é inaceitável. Se você tentar escolher outros valores para o circuito ver que a polarização com realimentação do emissor permanece sensível demais às variações βcc para se tornar um circuito polarizador preferido. POLARIZAÇÃO COM REALIMENTAÇÃO OO COLETOR Na próxima figura mostra a polarização com realimentação do coletor (também chamada autopolari/ação). O resistor da base é reconduzido ao coletor e não à fonte de alimentação. É isto que diferencia a polarização com realimentação do coletor da polarização da base. AÇÃO DA REALIMENTAÇÃO Aqui está como funciona a realimentação. Suponha que a temperatura aumente, fazendo com que βcc na figura anterior aumente. Isto produz mais corrente no coletor. Tão logo aumenta a corrente do coletor, diminui a tensão do coletor-emissor (há uma grande queda através de Rc). Isto quer dizer que há uma tensão menor através do resistor da base, e isto faz com que haja uma diminuição na corrente da base. A menor corrente da base compensa o aumento inicial na corrente do coletor. Como você verá, a polarização com realimentação do coletor tem certas vantagens sobre a polarização com realimentação do emissor. Automação Industrial – Eletrônica Linear 73 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional LINHA DE CARGA CC Somando as tensões ao longo da malha do coletor temos Como ib é muito menor do que Ic na região ativa, podemos ignorar IB e rearranjar a equação de modo a obter De imediato, você pode ver que a extremidade superior da linha de carga tem uma corrente de saturação de Vcc/Rc e a extremidade inferior tem uma tensão de corte de Vcc. EFEITO DE βcc Se somarmos as tensões ao longo da malha da base, Como IB - Ic/βcc, a equação anterior pode ser resolvida para Ic: A polarização com realimentação do coletor é um pouco mais eficiente do que a polarização com realimentação do emissor. Embora o circuito ainda seja sensível a variações em βcc, é usado na prática, tem a vantagem de ser muito simples (só tem dois resistoresΨ e de apresentar uma melhor resposta de frequência (discutiremos mais adiante). O Exemplo 3 dá uma ideia concreta de como o circuito é eficiente ao superar as variações em βcc. CASO ESPECIAL A polarização com realimentação do coletor tem uma outra vantagem sobre o emissor polarizado: você não pode saturar o transistor. À medida que você diminui a resistência da base, o ponto de operação desloca-se em direção ao ponto de saturação da linha de carga cc. Porém nunca pode atingir u saturação, independentemente do valor mínimo que u resistência da base possa ter. A Figura passada mostra a polarização a polarização da realimentação do coletor com um resistor da base em curto. Observe que o VCE não pode ser menor do que 0,7 V porque esta é a queda através dos terminais da base-emissor. A corrente do coletor é de aproximadamente Este valor é um pouco menor do que Vcc/Rc, o extremo superior da linha de carga cc; portanto, o transistor não pode estar saturado. Na Figura anterior mostra o circuito equivalente para um resistor da base em curto. Um transistor com base em curto com o coletor funciona do mesmo jeito que um diodo. Esta ideia é importante nos circuitos integrados. Mais tarde veremos porquê. Automação Industrial – Eletrônica Linear 74 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional ORIENTAÇÃO PARA O PROJETO Nesta apostila, geralmente colocamos o ponto Q próximo à metade da linha de carga cc. Com a polarização com realimentação do coletor, isto exige que A forma mais fácil de se perceber isto é substituindo este valor da equação da página anterior Este valor é aproximadamente metade de Vcc/Rc, a corrente de saturação. Portanto, satisfazendo na equação da página anterior estamos produzindo um ponto Q próximo da metade da linha de carga. A menos que seja feita alguma ressalva em contrário, desenharemos os circuitos de polarização da realimentação do coletor satisfazendo a regra RB = βccRc. EXEMPLO 2 Desenhe um circuito de polarização com realimentação do coletor no ponto médio que preencha as seguintes especificações: SOLUÇÃO A resistência da base deve ser de EXEMPLO 3 Na Figura acima, calcule a corrente do coletor para estes dois valores de βcc:1 00 e 300. SOLUÇÃO Quando βcc = 100, a equação da pág. 93 dá Quando βcc = 300, A Figura passada mostra a linha de carga cc e os pontos de operação. Como você pode ver, uma variação de 3:1 em βcc produz uma variação na corrente do coletor menor do que uma variação de 2:1. O ponto Q não é muito firme, mas pelo menos há uma melhora sobre a polarização com realimentação do emissor. Além disso, o circuito não pode saturar independentemente do valor βcc. Por esta razão, você às vezes vê polarização com realimentação do coletor sendo usada em amplificadores de pequeno sinal. Automação Industrial – Eletrônica Linear 75 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional POLARIZAÇÃO POR DIVISOR DE TENSÃO Na figura abaixo mostra a polarização por divisor de tensão (também chamada polarização universal). É a polarização mais usada em circuitos lineares. O nome "divisor de tensão" provém do divisor de tensão formado por R1 e R2. A tensão através de R2 polariza diretamente o diodo emissor. CORRENTE DO EMISSOR A polarização por divisor de tensão funciona assim: abra mentalmente o terminal da base na Figura anterior. Então você está olhando para uni divisor de tensão descarregado cuja tensão Thevenin é: Agora religue mentalmente o terminal da base. Se o divisor de tensão for quase-ideal, mais de 99 por cento da tensão Thevenin acionará a base. Em outras palavras, o circuito tornase mais simples, como o da Figura anterior e o transistor agem como a fonte de corrente controlada discutida no Cap. 5. Pelo fato do emissor estar amarrado à base A corrente do coletor c aproximadamente igual a este valor. Observe que βcc não aparece na fórmula para a corrente do emissor. Isto quer dizer que o circuito c imune a variações em βcc, o que implica um ponto Q fixo. Por isso, a polarização por divisor de tensão é a forma preferida de polarização nos circuitos lineares; com transistores você a vê sendo usada quase que universalmente. DIVISOR DE TENSÃO ESTABILIZADO O mais importante num circuito bem projetado é a estabilização do divisor de tensão. Aqui é dada uma orientação para um projeto bem estabilizado. Se thevenizarmos o circuito da Fig. 6-6a, obteremos o circuito equivalente na figura abaixo, no qual: Para maior simplicidade, frequentemente escreve-se essa equação na forma: Automação Industrial – Eletrônica Linear 76 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Onde as barras verticais significam "em paralelo com". Você lê a equação acima assim: "RTH é igual a R1 em paralelo com R2”. Somando as tensões ao longo da malha da base da figura acima resulta Como IB ~IE/ βcc, as equações anteriores reduzem-se a Se RE for 100 vezes maior do que RTH/βcc, então o segundo termo será abolido e a equação ficará simplificada na forma Neste livro, um circuito de polarização por divisor de tensão estabilizado é aquele que satisfaz esta condição: Esta regra dos 100:1 deve ser satisfeita para o βcc mínimo encontrado sob quaisquer condições. Por exemplo, se um transistor tiver um βcc que varie de 80 até 400, use o valor mais baixo (80). Geralmente, R2 é menor do que R1 e a equação anterior simplifica-se na forma Isto é conservativo porque satisfazendo a equação acima estaremos automaticamente satisfazendo a equação da pagina anterior. Por conveniência, utilizaremos a equação acima ao projetar divisores de tensão quase-ideais. DIVISOR DE TENSÃO FIRME Às vezes um projeto quase-ideal resulta em valores tão pequenos de R1 e R2 que surgem outros problemas (discutidos mais adiante). Neste caso, muitos projetos são ajustados utilizando-se esta regra: Mais uma vez, será conveniente trabalhar com esta regra de projeto: Automação Industrial – Eletrônica Linear 77 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional No pior caso, satisfazer esta regra significa que a corrente do coletor será de aproximadamente 10 por cento mais baixa do que o valor ideal. De agora em diante, nos referiremos a um divisor de tensão "firme" quando ele satisfazer a equação acima. Como orientação, geralmente tentamos conseguir o divisor de tensão quase-ideal. Por razões que serão dadas mais tarde (impedância de entrada), às vezes concordamos em usar um divisor de tensão firme porque isto pode nos dar um projeto mais versátil do circuito. LINHA DE CARGA CC Se você somar as tensões ao longo da malha do coletor na Fig. 6-7 e resolver a equação determinando o valor de Ic, obterá Disto fica claro que a extremidade superior da linha de carga tem uma corrente de saturação de Vcc/(Rc + RE) e a extremidade inferior tem uma tensão de corte de Vcc. TENSÕES DO TRANSISTOR Na análise de defeitos você achará conveniente medir as tensões dos transistores com relação ao terra. A tensão Vc do coletor ao terra é igual à tensão de alimentação menos a queda através do resistor do coletor: A tensão de emissor ao terra é que também é dada por porque o emissor está amarrado dentro de uma queda vbe da base. Num projeto estabilizado, a tensão da base ao terra é ORIENTAÇÕES PARA O PROJETO A Figura abaixo mostra um amplificador. Os capacitores acoplam o sinal ca que entra e sai do amplificador. No que se refere ao cc, os capacitores aparecem como circuitos abertos. Uma pequena tensão ca de entrada alimenta a base e aparece no coletor uma tensão de saída ca amplificada. Tudo o que nos preocupa agora é aprender como projetar estes circuitos com um ponto Q estável. Nesta apostila, a menos que seja indicado o contrário, aplique a regra do um décimo, o que faz a tensão do emissor aproximadamente um décimo da tensão de alimentação: A regra para o projeto vale para a maioria dos circuitos, mas lembre-se, é apenas uma orientação. Nem todos usam essa regra, portanto não se surpreenda se encontrar tensões do Automação Industrial – Eletrônica Linear 78 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional emissor com valores diferentes de um décimo da tensão da alimentação. Comece calculando o RE necessário para estabelecer a corrente especificada para o coletor: Posicione também o ponto Q aproximadamente no meio da linha de carga cc. Isto significa que cerca de 0,5 Vcc aparece através dos terminais do coletor-emissor. Os 0,4 Vcc restantes aparecem através do resistor do coletor; portanto A seguir, você pode projetar um divisor de tensão quase-ideal usando a regra 100:1 Se você preferir um divisor de tensão firme, aplique então a regra dos 10:1: Finalmente, calcule R1 através da proporção: EXEMPLO 4 O circuito da figura a seguir tem um divisor de tensão quase-ideal. Desenhe a linha de carga cc e mostre o ponto Q. SOLUÇÃO Abra mentalmente o transistor do coletor para o emissor. Então, toda a tensão da alimentação aparece através dos terminais coletor-emissor. Isto quer dizer que a extremidade inferior da linha de carga tem uma tensão de corte de 30V. A seguir, faça mentalmente um curto no transistor do coletor para o emissor. Você pode ver, então, que Rc está em série com RE com uma corrente de saturação de Isto representa a extremidade superior da linha de carga cc. Automação Industrial – Eletrônica Linear 79 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional O divisor de tensão quase-ideal produz uma tensão Thevenin de A corrente do emissor é A tensão do coletor é A tensão do emissor é Portanto, a tensão do coletor-emissor é A Figura anterior mostra a linha de carga cc e o ponto Q. Como você pode ver, o ponto Q está próximo do meio da linha de carga cc. EXEMPLOS A próxima figura mostra um amplificador de dois estágios. (Um estágio é formado por cada transistor com os seus resistores de polarização, incluindo Rc e RE). Quais as tensões cc do emissor para cada estágio? Quais as tensões cc do coletor? SOLUÇÃO Os capacitores estão abertos em cc; portanto podemos analisar cada estágio separadamente porque as tensões e as correntes cc não interagem. Os estágios são idênticos são porque usam os mesmos valores de resistência. Em cada estágio, a tensão através do resistor de 1k do divisor de tensão é de 2,27V. A tensão do emissor é 0,7V menor, ou A corrente do emissor é Numa aproximação melhor, Ic = 13,1mA e Automação Industrial – Eletrônica Linear 80 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional EXEMPLO 6 Projete um circuito de polarização por divisor de tenção com as seguintes especificações: Vcc = 20, Ic = 5mÀ, e βcc varia de 80 a 400. SOLUÇÃO A tensão do emissor deve ser aproximadamente um décimo da tensão de alimentação, logo VE = 2V. A corrente quiescente do coletor tem uma especificação de 5mA; portanto a resistência do emissor exigida é O valor padrão mais próximo é de 390 . Para funcionar próximo ao meio da linha de carga cc, a resistência do coletor deve ser de aproximadamente quatro vezes a resistência do emissor: O valor padrão mais próximo é de 1,6k . A tensão da base é 0,7V mais alta do que a tensão do emissor, portanto VB = 2,7V. esta é a tensão através de R2. A tensão através de R1 é Para se obter um divisor de tensão quase-ideal, O valor padrão mais próximo é 300, portanto O valor padrão mais próximo é 2k . Portanto os valores finais do circuito são POLARIZAÇÃO DO EMISSOR Na figura abaixo mostra a polarização do emissor, que é usada às vezes quando se dispõe de uma alimentação dividida (tensões positiva e negativa). A figura a seguir é uma forma simplificada de desenhar o circuito. Vejamos como analisar um circuito com emissor polarizado. Se RB for suficientemente pequeno, a tensão da base será aproximadamente zero. A tensão do emissor está a uma queda vbe abaixo dessa. Portanto, a tensão através do resistor do emissor é VEE — VBE e a corrente do emissor é Automação Industrial – Eletrônica Linear 81 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Como βcc não aparece nessa fórmula, o ponto Q é fixo. Sempre que se dispuser de uma fonte de alimentação separada, pode ser usada a polarização do emissor, porque ela fornece um ponto Q bem firme, exatamente como o faz uma polarização por divisor de tensão. O mais importante num circuito bem projetado de polarização do emissor é o valor de RB. Deve ser pequeno. Mas, quão pequeno? Através de uma dedução semelhante a que foi dada para a polarização por divisor de tensão, a fórmula exata para a corrente do emissor é Num projeto estabilizado, RE é de pelo menos 100 vezes maior do que RB/βcc. Isto é equivalente a Ao verificar defeitos num circuito com polarização do emissor, você precisa fazer uma estimativa das tensões do transistor com relação ao terra. A tensão do coletor é Num projeto quase-ideal, a tensão da base é aproximadamente 0V e a tensão do emissor de aproximadamente -0,7V. EXEMPLO 7 Na Figura acima, Rc = 5,1k , RE - 10 k +15V e -l 5V, qual a tensão do coletor ao terra? e RB = 6,8 k . Se a fonte separada for de SOLUÇÃO Suponha um projeto quase-ideal. Então a base é essencialmente aterrada. O emissor está a uma queda VBE, abaixo do terra, ou -0,7V. A corrente do emissor é A tensão do coletor é 3.6 - AMPLIFICADOR DIFERENCIAL Os transistores, os díodos e os resistores são os únicos componentes práticos de um Cl monolítico. Os capacitores já foram fabricados em pastilhas, mas estes geralmente de menos de 50 pF. Portanto os projetistas de CIs não podem usara capacitores de acoplamento ou de passagem co mo fazem os projetistas de circuitos discretos. Ao contrário, os estágios de um Cl Automação Industrial – Eletrônica Linear 82 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional monolítico têm de ser acoplados diretamente. Um dos melhores estágios de acoplamento direto do amplificador diferencial (amp dif). Este amplificador é amplamente usado como o estágio de entrada de um amp op. Nesta seção, focalizamos o amp dif porque ele determina as características de entrada do amp op típico. ENTRADA E SAÍDA COM TERMINAL DUPLO Na figura abaixo mostra a forma mais geral de um amp dif. Ele tem duas entradas, V 1 e V2 devido ao acoplamento direto, os sinais de entrada podem ter frequências de qualquer valor até zero, equivalente ao cc. A tensão de saída vsajda é a tensão entre os coletores. Idealmente, o circuito é simétrico com resistores do transistor e do coletor idênticos. Como resultado, a tensão de saída é zero quando duas entradas forem iguais. Quando V1 for maior que V2, aparecerá uma tensão de saída com polaridade mostrada. Quando V 1 for menor que V2, a tensão de saída terá a polaridade oposta. O amp dif da figura a seguir tem uma saída com terminal duplo. A entrada V 1 é chamada entrada não-inversora porque a tensão de saída está em fase com V 1. por outro lado V2 é a entrada inversora porque a saída esta 180° fora de faze com V 2. Um amp dif amplificada a diferença entre as duas tensões de entrada, produzindo uma saída de Onde Vsaída A V1 V2 = tensão entre os coletores = Rc/r ' e = tensão de entrada não-inversora = tensão de entrada inversora ENTRADA COM TERMINAL SIMPLES E SAÍDA COM TERMINAL DUPLO Em algumas aplicações, é usada somente uma das entradas, sendo a outra aterrada como mostra a figura anterior, liste tipo de entrada é chamada terminal simples. A saída permanece dupla e é dada pela equação da pagina anterior. Com V 2 igual a zero, Vsaída = Av1. Uma saída de terminal duplo tem poucas aplicações porque ela requer uma carga flutuante. Em outras palavras, você precisa ligar os dois terminais da carga aos coletores. Isto não é convencional na maioria das aplicações porque as cargas geralmente têm terminal simples, o que significa que um lado da carga é ligado ao terra. ENTRADA COM TERMINAL DUPLO E SAÍDA COM TERMINAL SIMPLES Na figura anterior mostra a fornia mais prática e mais amplamente usada de um amp dif. Ele tem várias aplicações porque pode alimentar cargas com um único terminal como os Automação Industrial – Eletrônica Linear 83 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional amplificadores EC, os seguidores do emissor e outros circuitos discutidos em capítulos anteriores. O amp dif usado da figura passada é o tipo de amp dif usado no estagio de entrada da maioria dos amps op. Por isso o restante deste capitulo enfatiza es forma de amp dif. Como será deduzido mais tarde, a tensão de saída é dada por Onde Vsaída A V1 V2 = tensão entre os coletores = Rc/r ' e = tensão de entrada não-inversora = tensão de entrada inversora Observe que o ganho de tensão A é metade do valor da equação da pagina anterior, uma consequência direta de se utilizar somente uma única resistência do coletor Rc. A ENTRADA E SAÍDA COM TERMINAL SIMPLES Na figura anterior mostra a forma final de um amp dif: ele tem uma entrada com um terminal simples e uma saída com um só terminal. A tensão de saída é dada na equação acima. Como V1 é zero, Vsaida é igual a AV1. desta forma um amp dif é útil nos estágios de acoplamentos direto onde você está interessado em amplificar somente uma entrada. 3.7 - AMPLIFICADOR OPERACIONAL Um amplificador operacional (AMPOP) é um circuito integrado (30 transistores) com um ganho DC muito elevado. É um componente ativo de uso geral com um comportamento próximo do ideal em baixa frequência. A denominação ''operacional" deve-se a estes circuitos terem sido, inicialmente, utilizados nos computadores analógicos para efetuar operações como somas, diferenças e integrações. As montagens com amplificadores operacionais utilizam redes de realimentação de forma a controlar a sua resposta. Um amplificador operacional ideal sem realimentação tem as seguintes características: 1. Ganho infinito; 2. Resistência de entrada infinita; 3. Resistência de saída nula; 4. Largura de banda infinita; 5. Tensão de saída nula quando a tensão de entrada é nula. Na prática nenhum amplificador operacional consegue atingir estas características ideais. A figura 1 mostra o símbolo utilizado para a representação de um AMPOP. Automação Industrial – Eletrônica Linear 84 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Existem 2 terminais de entrada: a inversora "-" e a não-inversora "+"; e apenas um terminal de saída. Se os sinais de entrada forem v+ e v_, então o sinal de saída será: Onde A é o ganho do amplificador. Note-se que a tensão de saída é igual à amplificação da tensão diferencial Vd. Os terminais +Vz e -Vz são os terminais de alimentação do AMPOP, que deve ser alimentado por uma fonte de dupla polarizada (e.g. ±15 V). No entanto, é normal omitir estas fontes quando se desenha o esquema de um AMPOP. Num AMPOP ideal se a tensão diferencial não for numa a tensão de saída deveria ser infinita, pois o ganho é infinito. Na prática existe um limite para a tensão de saída de um AMPOP conhecida como tensão de saturação V±sat, . A figura 2 mostra a característica de transferência de um AMPOP ideal. Como a resistência de entrada é idealmente infinita, as correntes i+ e i- são nulas. Na prática a característica de transferência é a que se encontra na figura 3, onde se considerou um ganho A = 105. O ganho de um AMPOP é instável e elevado demais para que o circuito tenha alguma utilidade. O uso de realimentação permite ultrapassar o problema anterior. Existe a realimentação positiva, que consiste em ligar componentes entre a saída e a entrada nãoinversora do AMPOP. Este tipo de realimentação faz com que o AMPOP sature e tem aplicações práticas no desenho de osciladores. Existe também a realimentação negativa que consiste em ligar componentes entre a Automação Industrial – Eletrônica Linear 85 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional saída e a entrada inversora. Este tipo de realimentação é utilizado para estabilizar o ganho do AMPOP. MONTAGENS BÁSICAS • Montagem inversora Uma das montagens mais utilizadas é representada na figura 5, denominada montagem inversora. Para analisar este circuito é necessário considerar que o ganho A é muito elevado, logo: Ou seja, quando o ganho A é muito elevado, as tensões V+ e V- aproximam-se. E usar dizer que existe um "curto-circuito virtual" entre os terminais inversor e não-inversor, no entanto não é um curto-circuito pois não existe passagem de corrente entre eles. Como V+ = 0, então V 0 . A corrente que passa em R1 é: Dado que a resistência de entrada do AMPOP é idealmente infinita, nenhuma parte da corrente i1 flui em direção ao terminal inversor. Assim, a corrente i1 tem de fluir através de R2 para o terminal de saída do AMPOP (que tem resistência idealmente nula). Aplicando a lei de ohm tem-se Note-se que a tensão de saída aparece com sinal oposto ao da tensão de entrada, justificando o nome montagem inversora. O ganho G desta montagem define-se como: Automação Industrial – Eletrônica Linear 86 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional • Montagem não-inversora Uma outra montagem também muito utilizada é a montagem não-inversora, representada na figura 6. Tal como na montagem anterior tem-se v+ v-. Logo, v- vi e a corrente i1 que passa em R1 é dada por: Por outro lado, i1 = i2 o que permite concluir: O ganho desta montagem é então Note-se que o ganho desta montagem é sempre superior a 1. Características não-ideais de um AMPOP • Tensão de desvio de entrada (vent) - "input oftset voltage" Quando os terminais inversor e não-inversor se encontram ligados entre si, a tensão va é nula e a tensão de saída v0 também o deveria ser. Na prática, devido a assimetrias no fabrico do AMPOP, a tensão de saída não pé nula o que indica que existe uma tensão de desvio de entrada. A figura 7 ilustra o conceito de tensão de desvio de entrada. • Taxa de inflexão - "slew-rate" O "slew-rate" é máxima taxa de variação da tensão de saída Esta limitação deve-se à existência de um condensador no interior co circuito. Se a tensão diferencial de entrada variar muito depressa, a tensão de saída não consegue acompanhar. Automação Industrial – Eletrônica Linear 87 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional RELAÇÃO DE REJEIÇÃO DE MODO COMUM (CMRR) Os AMPOPS devem idealmente amplificar apenas a diferença entre as tensões v+ e v-, e rejeitar a tensão comum a ambos os terminais. Na prática, o AMPOP também amplifica a componente comum, mas com um ganho muito inferior ao da componente diferencial. Assim, a tensão de saída é dada por: Onde Ac é o ganho da componente comum e vc é a componente comum. A relação de rejeição de modo comum define-se como: Cm em decibéis: LARGURA DE BANDA Idealmente, a largura de banda e o ganho de um AMPOP seriam infinitos. Na prática, tanto o ganho com a largura de banda são finitas, como mostra a figura 9. O ganho é constante para frequências pequenas, mas cai ao ritmo de -20dB por década (uma década é um aumento de 10 vezes na frequência). Quando o circuito é negativamente realimentado, o seu ganho reduz-se, mas a largura de banda aumenta. A figura 10 mostra que se a malha de realimentação reduzir o ganho para 100, então a largura de banda passará a ser 1kHz. Automação Industrial – Eletrônica Linear 88 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Nos AMPOPS existe a figura de mérito Produto Banda-Ganho, que é uma constante para um dado AMPOP. Nas figuras 9 e 10 este produto vale lOOkHz. Material experimental: • Gerador de funções • Fonte de tensão continua • AMPOP 741C • Potenciômetro e Resistências • Multímetro • Osciloscópio Parte prática 1 - Medição de características não-ideais • Obtenção da tensão de saturação Vsai Monte o circuito da figura 12 e preencha as tabelas 1 e 2. Automação Industrial – Eletrônica Linear 89 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Tabelas 1 e 2 • Medição da resistência de entrada de um AMPOP Monte o circuito da figura 13. Ajuste o gerador de funções de forma a ter na entrada em onda senoidal com amplitude 2V e frequência 100Hz. Ajuste o potenciômetro até a onda de saída ter amplitude 1V. (metade da amplitude de entrada). Desligue o circuito e meça com um ohmímetro a resistência do potenciômetro A resistência de entrada do AMPOP é igual à resistência do potenciômetro. • Obtenção da tensão de "offset" de um AMPOP Monte o circuito da figura 14a. Meça a tensão de saída v0 com um multímetro. Atendendo a que o circuito equivalente é uma montagem não-inversora, calcule a tensão "offset": • Medição do "slew-rate" Monte o circuito da figura. Ajuste o gerador de funções de forma a ter uma onda quadrada com 5V pico a pico, e frequência 10kHz. Meça a tensão de saída (pico a pico), e o tempo necessário para que a tensão de saída passe do valor mínimo ao máximo: Automação Industrial – Eletrônica Linear 90 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Com estes valores, calcule o "slew-rate": • Medição do Produto Banda-Caiilio Monte o circuito da figura 1 6. Ajuste o gerador de funções de forma a ter na entrada uma onda senoidal com frequência 1kHz, e amplitude 1V pico a pico. Verifique que a tensão de saída tem também 1V (pico a pico), mas está em oposição de fase com a entrada (note que a montagem é invcrsora e tem um ganho A = -R2/R1 = -1). Varie a frequência da senóide até a tensão de saída se reduza a 0,7V (pico a pico). A tensão de saída é agora 2 vezes inferior (-3dB) à tensão de saída em baixa frequência. Aonde o valor de frequência obtido: Altere ri para 5k , colocando outra resistência de 10k em paralelo. Ajuste a frequência para 1 kHz. A tensão de saída em baixa frequência é agora 2V (pico a pico), pois o ganho é 2. Varie a frequência até a tensão de saída ter uma amplitude 1.4V (pico a pico), que é inferior a 2V. Anote o valor de frequência obtido: 2 vezes Substitua a resistência ri por uma de 1k . Ajuste a frequência para 1kHz. A tensão de saída em baixa frequência é agora 10V (pico a pico), pois o ganho é 10. Varie a frequência até a tensão de saída ter uma amplitude 7V (pico a pico). Anote o valor de frequência obtido: Automação Industrial – Eletrônica Linear 91 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional • Medição da relação de rejeição de modo comum (CMRR) do 741C Monte o circuito da figura 17. Ajuste o gerador de funções de forma a ter uma tensão senoidal com 100Hz. Com a ajuda de um voltímetro AC, ajuste a amplitude da tensão comum de entrada V i(cm) para 2Vrms. Meça a tensão comum de saída V0(cm): Calcule o ganho de modo comum: Sabendo que o circuito da figura 17 é amplificador de diferença, com ganho R2/R1, calcule a CMRR em dBs: Parte prática 2 - Montagens comuns • Seguidor (buffer) Monte o circuito da figura 18a, que representa uma fonte de sinal (sensor, etc.) com a respectiva resistência R2, a transferir o sinal para uma carga R1. Observe a tensão na carga usando o osciloscópio. Monte o circuito da figura 18è, em que se introduziu um seguidor (G=1) entre a fonte e a carga. Visualize a tensão de saída. Explique as diferenças entre as tensões na carga, nas duas montagens. Automação Industrial – Eletrônica Linear 92 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional • Amplificador diferença Monte o circuito da figura 19, que amplifica a diferença V a -Vb com um ganho G = R2/R1. Ligue o terminal B à terra e aplique um sinal senoidal de frequência 1kHz e amplitude 1V à entrada A. Recorrendo a um multímetro obtenha o ganho diferencial G. Ligue o terminal A ao B e aplique o mesmo sinal senoidal de frequência 1kHz. Obtenha o ganho de modo comum e calcule a CMRR (relação de rejeição de modo comum). • Amplificador de Instrumentação Monte o circuito da figura 20, e repita a medições da experiência anterior. Compare e comente as vantagens/desvantagens de usar um amplificador de instrumentação versos amplificador diferença. Substitua a resistência R1 por um potenciômetro de 10k em série com uma resistência fixa de 1,2k . Observe a variação do ganho diferencial com o ajuste do potenciômetro. Anote o valor máximo e mínimo do ganho. Confirme os resultados teoricamente. 3.8 - INTEGRADOR / DIFERENCIADOR /COMPARADOR 3.8.1-INTEGRADOR Um integrador é um circuito que realiza a operação matemática da integração porque ele produz uma tensão de saída proporcional à integral da entrada. Uma aplicação comum é usar uma tensão de entrada constante para produzir uma rampa de tensão de saída. (Uma rampa é uma tensão linearmente crescente ou decrescente.) Por exemplo, se você alimentar um 741C com urna tensão em degrau, a saída inclina-se a uma taxa de 0,5V/u.s. Isto significa que a tensão de saída varia 0,5Vμs durante cada microssegundo. Este é um exemplo de uma rampa, uma tensão que varia linearmente com o tempo. Com um amp op, podemos construir um integrador, um circuito que produz um declive de saída bem definido para uma entrada retangular ou constante. Automação Industrial – Eletrônica Linear 93 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional CIRCUITO BÁSICO A figura a seguir é um integrador amp op. Vamos mostrar o seu funcionamento. A entrada típica para um integrador é um pulso retangular como o da próxima figura. V ent maiúsculo representa uma tensão constante durante o tempo T do pulso. Visualize V ent aplicado do lado esquerdo de R. Devido ao terra virtual, a corrente de entrada é constante e igual a V ent ent R Aproximadamente toda essa corrente segue para o capacitor. A lei básica de capacitores afirma que Q C V Ou Q V C Como uma corrente constante flui para o capacitor, a carga Q aumenta linearmente. Isto significa que a tensão do capacitor aumenta linearmente com a polaridade mostrada na próxima figura. Devido à inversão de fase do amp op, a tensão de saída é uma rampa negativa como está representado na figura abaixo. No final do período do pulso, a tensão de entrada volta a zero, e a corrente de carga cessa. Pelo fato do capacitor manter a sua carga, a tensão de saída permanece constante num nível negativo. Para se obter a fórmula para a tensão de saída, divida os dois lados da equação acima por T: V Q /T T C Como a carga é constante, podemos escrever V I T C IT V C onde V = tensão do capacitor I = corrente de carga, Vent/R C = capacitância T = tempo de carga Esta é a tensão através do capacitor. Devido à inversão de fase, Vsaida = -V. Por exemplo, se I = 4mA, T = 2ms e C = 1μF, então a tensão do capacitor no fim do período de carga é (4mA)(2ms) 8V V 1F Devido à inversão de fase, a tensão de saída é -8V depois de 2 ms. Para terminar: devido ao efeito Miller, um integrador pode ser visualizado como mostra a figura a seguir. A constante de tempo para a rede de atraso da entrada é Automação Industrial – Eletrônica Linear 94 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional RC (1 A) Para que o integrador funcione corretamente, esta constante de tempo deve ser maior do que a largura T do pulso de entrada (pelo menos 10 vezes maior). No integrador amp op típico, o valor grande de A produz uma constante de tempo extremamente grande, e você dificilmente tem qualquer problema se satisfazer a condição de que t seja muito maior do que T. VARIAÇÃO DO GANHO EM ZERO Circuito da figura anterior precisa de uma ligeira modificação para torna-lo prático, pelo fato do capacitor se comportar como um aberto para os sinais cc, o ganho de tensão da malha fechada é igual ao ganho de tensão da malha aberta na frequência zero. Isto resulta numa produção excessiva de tensão de compensação na saída. Sem a realimentação negativa na frequência zero, a malha trataria as compensações de entrada da mesma forma que um sinal válido de entrada. As compensações de entrada eventualmente carregariam o capacitor e levariam a saída para a saturação positiva ou negativa. Uma forma de se reduzir o efeito das compensações de entrada é variar o ganho de tensão em baixas frequências inserindo-se um resistor em paralelo com o capacitor, como mostra a figura a seguir. Este resistor deve ser pelo menos 10 vezes maior que o resistor de entrada. Se a resistência adicionada for igual a 10R, o ganho de tensão de malha fechada será -10 e a tensão de compensação da saída será fortemente reduzida. O integrador trabalha aproximadamente da forma descrita anteriormente porque a maior quantidade da corrente de entrada ainda segue para o capacitor. Uma outra forma de suprimir o efeito das compensações de entrada é usando uma chave de reativação JFET como mostra a figura acima. Isto nos permite descarregar o capacitor imediatamente antes do pulso ser aplicado à entrada. Por exemplo, na figura anterior mostra uma chave JFET capaz de reativar o integrador. Quando a tensão da porta é –Vcc, a chave JFET está aberta e o circuito funciona da forma descrita anteriormente. Quando a tensão da porta varia para 0V, a chave JFET se fecha e descarrega o capacitor. Quando o ganho de tensão da porta se torna negativo, o JFET se abre, e o capacitor pode ser recarregado pelo pulso de entrada seguinte. Automação Industrial – Eletrônica Linear 95 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 3.8.2 - DIFERENCIADOR Um diferenciador é um circuito que realiza a operação matemática da diferenciação. Ele produz uma tensão de saída proporcional à inclinação da tensão de entrada. As aplicações mais comuns de um diferenciador são a detecção das bordas dianteira e posterior de um pulso retangular, ou a produção de uma saída retangular a partir de uma entrada rampa. DIFERENCIADOR RC Para diferenciador o sinal de entrada pode ser usada uma rede de avanço como na figura abaixo. Quando usada dessa forma, é chamada diferenciador RC. Em vez de um sinal senoidal, a entrada típica é um pulso retangular, como mostra a figura abaixo. A saída do circuito são espículas positivas e negativas. A espícula positiva ocorre simultaneamente com a borda dianteira da entrada; a espícula negativa ocorre simultaneamente com a borda posterior. Outros circuitos podem utilizar essas espículas em delimitações de tempo. Para se entender como o diferenciador RC funciona, observe a figura seguinte. Quando a tensão de entrada varia de zero a V, o capacitor começa a se carregar exponencialmente, como aparece na figura. Depois de aproximadamente cinco constantes de tempo, a tensão do capacitor está dentro de l por cento da tensão final V. Para satisfazer a lei de Kirchhoff para a tensão, a tensão através do resistor da Fig. 18-19 a é U R Vent VC Isto significa que a tensão de saída salta de repente de zero a V, e então decai exponencialmente, como mostra a próxima figura. Na borda posterior do pulso, a tensão de entrada forma um degrau negativo, e através de um argumento análogo, temos uma espícula negativa. Observe que cada espícula na figura a seguir tem um valor de pico de aproximadamente V, a altura do degrau de tensão. Se um diferenciador RC tiver que produzir espículas estreitas, a constante de tempo deve ser pelo menos 10 vezes menor que a largura de pulso T. Por exemplo, se a largura de pulso for de Ims, então a constante de tempo RC deve ser menor ou igual a 0,1ms. A figura abaixo mostra um diferenciador RC com uma constante de tempo de 0,1 ms. Quanto menor a constante de tempo, mais agudas as espículas. AMP OP DIFERENCIADOR Na próxima figura mostra um diferenciador amp op. Note a semelhança com o integrador amp op. A diferença é que o resistor e o capacitor são intercambiados. Quando a tensão de entrada varia, o capacitor carrega ou descarrega. Devido ao terra virtual, a corrente do capacitor passa através do resistor de realimentação, produzindo uma tensão. Esta tensão é proporcional à inclinação da tensão de entrada. Automação Industrial – Eletrônica Linear 96 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Uma entrada que é frequentemente usada com diferenciadores amp op é uma rampa como a forma de onda de cima da figura a seguir. Devido ao terra virtual, toda a tensão de entrada aparece através do capacitor. A rampa de tensão implica que a corrente do capacitor seja constante. Como toda esta corrente constante flui através do resistor de realimentação, obtemos um pulso invertido na saída, como mostra a figura abaixo. Vamos mostrar como se calcula a corrente. No fim da rampa, a tensão do capacitor é Q V C Dividindo os dois lados pelo tempo da rampa resulta V Q /T T C Ou V I T C Tirando o valor da corrente, obtemos CV I T Onde I = corrente do capacitor C = capacitância V = tensão no final da rampa T = tempo entre o começo e o fim da rampa Esta corrente é fundamental, uma vez calculada, você pode obter a tensão de saída com Vsa ida IR Como exemplo, a Fig. 18-20 mostra uma rampa de 3 V alimentando um diferenciador amp op. A corrente do capacitor é (0,01F )(3V ) I 30A 1ms A tensão de saída é Vsa ida (30A)(2K) 60mV Portanto a forma de onda da saída é um pulso negativo com um pico de —60mV. Num osciloscópio, a corda dianteira de um pulso retangular pode parecer perfeitamente vertical. Mas se você diminuir o suficiente o tempo da base, verá que a borda dianteira é Automação Industrial – Eletrônica Linear 97 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional geralmente uma onda exponencial ascendente. Como aproximação, podemos tratar essa exponencial crescente como uma rampa positiva. Uma das aplicações comuns do diferenciador amp op é produzir espículas muito estreitas, como mostra a figura acima. A borda dianteira do pulso é aproximadamente uma rampa positiva, de modo que a saída será uma espícula do lado negativo com uma duração muito curta. Analogamente, a borda traseira do pulso de entrada é aproximadamente uma rampa negativa, de modo que a saída é uma espícula positiva muito estreita. A vantagem do diferenciador amp op sobre um diferenciador RC simples é que as espículas provêm de uma fonte de baixa impedância, o que torna mais fácil alimentar resistências de carga típicas. O DIFERENCIADOR AMP OP PRÁTICO O diferenciador amp op da figura anterior tem uma tendência de oscilar, uma condição indesejada. Para se evitar esse efeito, um diferenciador amp op prático geralmente inclui alguma resistência em série com o capacitor, como mostra a figura abaixo. Um valor típico para essa resistência adicionada é entre 0,01 R e 0,1 R. Com este resistor, o ganho de tensão de malha fechada fica entre -10 e -100. O efeito é de limitar o ganho de tensão de malha fechada em frequências altas, quando surge o problema da oscilação. A propósito, a fonte que alimenta o diferenciador amp op tem uma impedância de saída. Se esta for uma resistência entre 0,01R e 0,1R, você não precisa incluir um resistor extra porque a impedância da fonte o fornece. 3.8.3 - COMPARADOR Frequentemente precisamos comparar uma tensão com outra para ver qual delas é maior. Tudo o que precisamos é uma resposta sim/não. Um comparador é um circuito com duas tensões de entrada (não-inversora e inversora) e uma tensão de saída. Quando a tensão não-inversora for maior que a tensão inversora, o comparador produzirá uma alta tensão de saída; quando a entrada não-inversora for menor que a entrada inversora, a saída será baixa. A siada alta simboliza a resposta "sim", e a saída baixa representa a resposta "não". CIRCUITO BÁSICO A forma mais simples de se construir um comparador é ligando um amp op com resistores de realimentação como mostra a figura abaixo. Quando a entrada inversora está aterrada, a mais suave tensão de entrada (em fração de milivolts) é suficiente para saturar o amp op. Por exemplo, se as alimentações forem de 15 V, então a compliance de saída vai de aproximadamente -13 V para +13 V. Com um 741 C, o ganho de tensão de circuito fechado é tipicamente de 100.000. Automação Industrial – Eletrônica Linear 98 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Portanto, a tensão de entrada necessária para produzir a saturação positiva é 13V Vent 0,13mV 100.000 Isto é tão pouco que a característica de transferência da figura acima mostra o que parece ser uma transição vertical Vent = 0. Na verdade não é vertical. Com um 741C são necessários 0,13 mV da tensão de entrada para produzir a saturação positiva e -13 mV para se chegar à saturação negativa. Pelo fato das tensões de entrada necessárias para produzir a saturação serem tão pequenas, a transição da figura anterior parece ser vertical. Apenas como aproximação, vamos trata-la como vertical. Isto significa que uma tensão positiva de entrada produz saturação positiva, enquanto uma tensão negativa de entrada produz saturação negativa. MUDANDO O PONTO DE DESENGATE (CHAVEAMENTO) O ponto de desengate (também chamada de limiar, ponto de referência etc.) de um comparador é o valor da tensão de entrada para o qual a saída faz mudança de estados (de baixo para alto ou vice-versa). Na figura passada, o ponto de desengate é o zero, porque este é o valor de tensão de entrada para o qual a saída faz a mudança de estados. Quando V ent for maior que o ponto de desengate, a saída será alta; quando V ent for menor que o ponto de desengate, a saída será baixa. Um circuito como o da figura anterior é chamado frequentemente detector de cruzamento zero. Na figura a seguir será aplicada uma tensão de referência à entrada inversora Vent R2 R1 R2 Quando Vent for menor que Vref, a tensão de erro será negativa e a saída será baixa; quando Vent for maior que Vref, a tensão de erro será positiva e a saída será alta. A propósito é usado geralmente um capacitor de passagem na entrada inversora.como mostra a figura abaixo. Isto reduz a quantidade de ondulação e ruído da fonte de tensão que parecem na entrada inversora. Na verdade, a Frequência de corte deste circuito de passagem (uma rede de atraso com uma resistência equivalentes de R 1, || R2) deve ser muito mas baixa que a frequência de ondulação. Automação Industrial – Eletrônica Linear 99 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Na figura acima mostra a característica de transferência. O ponto de desengate agora é igual a Vref. Quando Vent é ligeiramente maior que Vref, a saída do comparador entra em saturação positiva. Quando Vent é menor que Vref, a saída do comparador entra em saturação negativa. Um comparador como este é chamado às vezes detector limite porque a saída positiva indica que a tensão de entrada excede um determinado limite. Com valores diferentes de R1 e R2, podemos estabelecer um ponto de desengate positivo em qualquer ponto entre zero e Vcc. Se preferirmos um ponto de desengate negativo, então teremos de ligar o -VEE ao divisor de tensão, como mostra na figura anterior. Agora é paliçada uma tensão de erro será positiva e a saída será alta, como mostra a figura passada; quando Vent for mais negativa que Vref, a saída será baixa. COMPARADOR DE ALIMENTAÇÃO SIMPLES Como você sabe, um amp op típico como o 741C pode funcionar a partir de uma única fonte de alimentação positiva aterrando-se o pimo -VEE, como mostra a figura a seguir. Agora a tensão de saída tem apenas uma polaridade, uma tensão positiva baixa ou alta. Por exemplo, com Vcc igual a +15V, a compliance de saída é de aproximadamente 1 ou 2 V (estado baixo) até a cerca de 13 a 14 V (estado alto). A tensão de referência aplicada à entrada inversora é positiva e igual a R2 VCC Vr ef R1 R2 Quando vem for maior que Vref, a saída será alta, como mostra na figura acima; quando Vent for menor que Vref, a saída será baixa. Nos dois casos, a saída tem uma polaridade positiva. Na maioria das aplicações digitais, este é o tipo preferido de saída do comparador. Automação Industrial – Eletrônica Linear 100 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional PROBLEMAS DE RAPIDEZ Um amp op como o 741C pode ser usado como um comparador, mas ele apresenta limitações quanto à rapidez. Como você sabe, a taxa de inclinação limita a taxa de variação da tensão de saída. Com um 741 C, a saída pode variar no Máximo a uma taxa de 0,5 V/μs. Por isso, um 741C leva mais de 50 μs para fazer um chaveamento entre uma saída baixa de -13 V e uma saída alta de +13 V. Uma aproximação para se aumentar de chaveamento é usar um amp op de taxa de inclinação mais rápida, como o 318. Como este possui uma taxa de inclinação de 70 V/μs, ele pode fazer um chaveamento de -13 V para +13 V em 0,3 μs aproximadamente. CI’s COMPARADORES O capacitor de compensação encontrado num amp op típico é a fonte do problema da taxa de inclinação. Para circuitos lineares com amp op, este capacitor é essencial porque ele desenvolve o ganho de tensão do circuito aberto a uma taxa de 20 dB por década e evita oscilações. Além disso, o amp op típico tem um estágio de saída push-pull classe B que em ultima instância determina a compliance de saída. Um comparador é um circuito ano-Iinear, portanto não há necessidade realmente de se incluir um capacitor de compensação. Além disso, na maioria das aplicações de comparadores é melhor deixa o usuário determinar a compliance de saída. Por estas duas razões, o fabricante pode projetar novamente o amp op típico abandonando o capacitor de compensação e mudando o estágio de saída. Quando um Cl é otimizado para ser usado como um comparador, o dispositivo é apresentado numa seção separada do catálogo do fabricante. Em outras palavras, você vai encontrar amps op num lugar e comparadores em outro. Na figura seguir é um diagrama simplificado de um Cl comparador. O estágio de entrada é um amp dif (Q1 e Q2). Um espelho de corrente, Q6 e Q7, fornecem a alimentação para a corrente de cauda. Como anteriormente, um espelho de corrente, Q 3 e Q4, é uma carga ativa. O estágio de saída é um único transistor Q 5 com o coletor aberto. O fabricante deixa este coletor de propósito. Isto permite que o usuário ligue qualquer resistor de carga e qualquer tensão de alimentação positiva desejados. Para que o circuito funcionar corretamente, você precisa ligar o coletor aberto a um resistor externo e uma fonte de alimentação, como mostra na próxima figura. O resistor é chamado resistor de suspensão porque ele literalmente eleva a tensão de saída é um transistor de saída está cortado. Basicamente, o estágio de saída é um transistor chave. É por isso que o comparador produz uma saída em dois estágios, ou uma tensão baixa ou alta. Quando a entrada não-inversora é mais positiva que a entrada inversora, a tensão de base de Q5 diminui, e o transistor é cortado. Isto significa que a tensão de saída é alta e igual a +V. Por outro lado, quando a entrada não-inversora é menos positiva que a entrada inversora, a tensão de base Q5 aumenta, e o transistor entra em saturação. Portanto a tensão de saída é baixa, apenas alguns décimos de volts. Sem capacitor de compensação, a saída da figura a seguir pode inclinar-se muito rapidamente porque somente as pequenas capacitâncias de dispersão permanecem no circuito. Uma limitação na velocidade de chaveamento é a quantidade de capacitância que atravessa Q5. Esta capacitância de saída é a soma da capacitância do coletor e da capacitância de dispersão da fiação. A constante de tempo da saída é o produto da resistência de elevação Automação Industrial – Eletrônica Linear 101 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional pela capacitância de saída. Por esta razão, quanto menor a resistência de suspensão, mais rápido a tensão de saída pode variar. Tipicamente, R pode ser de algumas centenas alguns milhares de ohms. São exemplos de Cl comparadores o LM311, LM339 e o NE529. Todos eles têm um estágio de saída com o coletor aberto, e assim você tem de ligar o pino de saída a um resistor de suspensão e a uma tensão de alimentação positiva. Devido às suas altas taxas de inclinação, LM339 é na verdade um comparador quadrangular, quatro comparadores numa única embalagem de Cl. Por isso ele é barato e fácil de ser usado, e tornou-se um comparador popular em aplicações com múltiplas finalidades. ALIMENTANDO DISPOSITOVOS TTL* Frequentemente, a saída de um comparador alimenta dispositivos TTL ( lógica transistortransistor) que são os circuitos integrados usados em computadores, sistemas digitais e em outras aplicações de chaveamento. As tensões de entrada típicas para um dispositivo TTL situam-se entre 0 e +5 V. Na figura passada mostra como um LM339 pode ser ligada a uma alimentação de +5 V através de um resistor de elevação 1 k . Por isso, a saída pode ser ou 0 V ou +5V, como mostra a figura anterior. Esta alimentação é ideal para dispositivos TTL. PARTE DE UM CONVERSOR A/D Na próxima figura mostra parte de um conversor analógico para digital (A/D) usado em voltímetros digitais e em muitas outras aplicações. A tensão de entrada a ser medida ou convertida é aplicada à entrada não-inversora. Uma tensão em escada alimenta a entrada inversora torna-se menos positiva. Em algum ponto ao longo da escadaria, a entrada inversora torna-se mais positiva que a entrada não-inversora. Quando isto ocorre, a saída do comparador muda para o estado baixo. Automação Industrial – Eletrônica Linear 102 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional *N.T. Abreviação dircta do inglês: Transistor-transistor logi. O intervalo de tempo que a tensão da escada leva para ultrapassar vent, é a base para se entender o funcionamento do circuito. Quanto maior V ent, mais tempo leva para a tensão da escala ultrapassar Vent; em outra palavras, o tempo é diretamente proporcional a V ent, Com outros circuitos, que não aparecem aqui, podemos medir este tempo e exibir a tensão com um indicador de sete segmentos. O COMPARADOR DE JANELA Um comparador comum indica quando a tensão de entrada excede um certo limite ou limiar. Um comparador de janela (também chamado detector de limite terminal duplo) detecta quando a tensão de entrada situa-se ente dois limites. Esta seção vai discutir dois exemplos de comparadores de janela. EXEMPLO DE AMP OP Na próxima figura é um exemplo de um comparador de janela que utiliza um amp op. Entrada não-inversora tem como referência uma tensão Thevenin +Fcc/3, e a entrada inversora uma tensão Thevenin de +Fcc/4. Como Vcc é de 12 V, as referências de Thevenin são +4 V para a entrada não-inversora e +3 V para entrada inversora. Quando a tensão de entrada é zero, o díodo de cima está ligado e o de baixo desligado. Como a entrada não-inversora é grampeada a uma queda do diodo acima de tensão de entrada, a entrada não-inversora é +0,7 V. A entrada inversora por outro lado, está a +3 V. Portanto a tensão de erro é negativa e a saída do comparador é baixa. À medida que a tensão de entrada aumenta, a entrada não-inversora também aumenta, permanecendo 0,7 V mais alta do que Vent. Quando Vent, atinge +2,3 V, a entrada não-inversora é grampeada em +3 V. Como a entrada inversora ainda está em +3 V, a tensão de erro agora é zero. Se a tensão de entrada Vent sobe acima de +2,3 V, a saída do comparador se eleva. Uma entrada de +2,3 V é um valor critico porque a saída do comparador está prestes a chavear do estado baixo para o alto. Esta tensão de entrada é chamada ponto de desengate inferior (LTP)*. Quando Vent for maior que o LTP, a tensão de saída chaveia para o estado alto, como mostra a figura abaixo. Automação Industrial – Eletrônica Linear 103 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional *N.T. Abreviação direta do inglês: Lower Trip point N.T. À medida que a tensão de entrada aumenta, a saída do comparador permanece alta até que Vent se iguale a +4,7 V. Neste valor de tensão de erro está novamente em zero. Mais uma vez, o comparador está prestes a chavear a sua saída. Quando V ent for maior que +4,7 V, a tensão de erro fica negativa, levando a saída para o estado baixo. Uma entrada de +4,7 V é chamada ponto de desengate superior (UTP)* porque logo acima desse nível, a saída chaveia de volta para o estado baixo. A características de transferência da figura anterior é chamada janela porque a saída é alta somente quando a entrada se situa entre LTP e o UTP. Com uma Vcc de 12 V, o comparador de janela da figura anterior tem um LTP de +2,3 V e um UTP de +4,7 V. Mudando os divisores de tensão, podemos variar a largura se uma entrada se situa entre dois limites. USANDO O LM339 Na próxima figura, mostra você pode ligar dois comparadores (metade de um LM339) de modo a obter um comparador de janela. Com uma alimentação positiva de +12 V, as tensões de referências são +4 V para o comparador de cima e +3 V para o baixo. Quando V ent se situar entre +3 V e +4 V, os dois comparadores terão uma tensão de erro positiva, e os seus transistores de saída estarão abertos. Por isso, a saída final é alta. Quando vent for menor que +3 V ou maior que +4 V, um dos comparadores terá um transistor saturado e o outro terá um transistor em corte. O transistor saturado puxa a tensão de saída de baixo para um nível mais baixo. Na figura acima mostra a característica de transferência. O LTP é +3 V e o UTP é +4 V. *N.T. Abreviação direta do inglês: Upper Trip poin 3.9 - OSCILADOR O oscilador é um circuito de importância fundamental para os aparelhos eletrônicos. Sua função é gerar oscilações elétricas permanentes, ou seja, um sinal senoidal com valores de amplitude e de frequência muito bem determinados. Pafa a construção do oscilaHor é Automação Industrial – Eletrônica Linear 104 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional indispensável um transistor que funcione como amplificador. O oscilador é um circuito de muita importância, pois tem grande utilidade prática. Sua função básica é gerar oscilações elétricas permanentes, isto é, um sinal senoidal com valores de amplitude e de frequência constantes. Para a construção dos osciladores, é indispensável um transistor que funcione como amplificador. Esse elemento tem a função de retirar a energia da fonte de alimentação para fornecê-la ao circuito ressonante básico, que é constituído pela célula L-C (bobina e capacitor). Com isso, o transistor possibilita que a oscilação se automantenha nessa célula. A bobina e o capacitor são dois elementos básicos do oscilador, pois eles permutam energia entre si, armazenando e restituindo periodicamente esta energia. Os osciladores podem também ser construídos com cristal de quartzo, que é capaz, graças ao efeito piezelétrico, de desempenhar uma função semelhante à da célula L-C, com a vantagem adicional de garantir maior estabilidade da frequência de oscilação. Os osciladores a quartzo têm uma frequência fixa. Para variá-la, é necessário substituir o cristal. Partindo do circuito base L-C, mostraremos aqui diversos tipos de oscilador existentes. Como se pode notar na figura abaixo, foi acrescentado um transistor ao circuito base, enquanto a bobina original foi substituída por um transformador. O funcionamento deste oscilador é muito simples: o secundário L2 retira uma parte do sinal do circuito ressonante e o envia à base do transistor, que por sua vez, o restitui amplificado ao circuito L1-C, completando, dessa maneira, o ciclo. Isso se repete com uma frequência igual à frequência da oscilação. Um outro tipo de oscilador, muito semelhante ao precedente, está representado na figura abaixo. Seu circuito ressonante é colocado no secundário, na parte correspondente à base. Nesse caso, a distribuição de energia é dada pelo transistor através do circuito primário. Além dos exemplos citados, existem outras configurações, nas quais a retirada da fração do sinal que o transistor emprega para manter a oscilação é feita sem o emprego de um transformador. Há duas configurações clássicas, a partir das quais é possível obter qualquer oscilador deste tipo: são os osciladores conhecidos, respectivamente, como Hartley e Colpitts. Automação Industrial – Eletrônica Linear 105 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional O Hartley ilustrado na figura abaixo mostra apenas a estrutura fundamental do oscilador; não foram levados em consideração os outros elementos necessários para se obter a polarização. Seu circuito ressonante, formado pelo capacitor C e pela soma das bobinas L1 e L2, é inserido entre o coletor e a base do transistor. O transistor retira uma fração do sinal presente em L1, entre a base e o emissor. Essa fração é restituída, devidamente amplificada pelo coletor, de modo a completar o ciclo. A frequência em que oscila este circuito é definida pela fórmula: f 1 2 ( L1 L2) C É preciso, também, estabelecer as condições necessárias para que as oscilações necessárias para que as oscilações sejam produzidas e mantidas. Esta condição é definida pela comparação entre a razão dos valores das indutâncias e o ganho em corrente (β) do transistor. A fórmula empregada é a seguinte: Condição de manutenção: L2 / L1 Emprega-se o sinal (aproximadamente igual) porque é quase impossível determinar exatamente a condição, pois o ganho em corrente (β) pode variar dentro de certos limites, até para os transformadores do mesmo tipo. O oscilador Colpitts é representado na figura abaixo. Ele tem, como se pode observar, uma estrutura semelhante à do oscilador Hartley, mas apresenta os papéis das bobinas e dos capacitores invertidos. Seu circuito oscilador é constituído, portanto, pela bobina L e pêlos capacitores C1 e C2 ligados em série — ligação que não equivale à sua soma. Este circuito também é inserido entre a base e o emissor do transistor, que retira parte do sinal do capacitor C1 e o amplifica. No Colpitts a frequência obtida e a condição de manutenção são calculadas pelas fórmulas seguintes: Automação Industrial – Eletrônica Linear 106 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Frequência de oscilação: f Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 1 C1 C 2 2 L C1 C 2 Condição de manutenção: C 2 / C1 A estabilidade da frequência de oscilação pode ser incrementada em ambos os casos. Para isso, basta utilizar um cristal piezelétrico como elemento de controle da frequência. Esse cristal pode substituir qualquer elemento do circuito oscilador. O circuito equivalente ao cristal oscila numa frequência bem determinada quando lhe é aplicada uma tensão elétrica. Ele é representado pela figura acima, como já foi frisado. Empregando-se este elemento, pode-se projetar os osciladores com a mesma disposição dos precedentes. Ele substitui a bobina, no caso do tipo Colpitts, ou fica no lugar do indicador, no caso do tipo Hartley. A partir dos esquemas precedentes, pode-se completar a estrutura do oscilador acrescentando-se os outros elementos necessários para levar o transistor ao ponto de trabalho adequado. Na figura a seguir mostra um oscilador do tipo Hartley completo. Nele, você pode observar que os componentes do circuito oscilador propriedade dito são as indutâncias L1 e L2 e o capacitor C1. Em série com os indutores, estão ligados dois capacitores, C2 e C3, que têm a única função de impedir que a corrente contínua de base e o coletor, respectivamente, deriva para a massa, e não influencie o funcionamento do oscilador. Na figura abaixo vê-sc um oscilador Corpilts. Seu circuito é formato por C1, C2 e L. Nesse caso, é o capacitor C3 que isola as tensões contínuas de base e coletor. Além dos osciladores descritos até aqui, há outros dois tipos, também muito empregados nos aparelhos eletrônicos: são os osciladores RC e os osciladores de relação. Automação Industrial – Eletrônica Linear 107 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Y+ Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Y+ R1 R2 C1 L1 R1 L2 R2 Sinal de Saída C2 C1 C3 O oscilador RC emprega uma série de células formadas por um resistor e um capacitor, que produzem um efeito de defasagem ou rotação de fase. Com isso, eles fornecem à base um sinal com as mesmas características de fase do sinal que está sendo amplificado. Assim, a oscilação não é atenuada e o ciclo pode repetir-se indefinidamente. O número de células necessário é igual ou maior que três. A frequência de oscilação é calculada pela fórmula: f 2 R C1 1 C C 5 1 C1 C Enquanto a condição de manutenção é dada por: C C 16 10 1 3 C C1 Onde R e C são os valores dos elementos que compõem as células (supostamente todas iguais) e Rc é a resistência da polarização do coletor. Os osciladores de relaxação empregam transistores comuns ou, então, um transistor do tipo unijunção, do qual já tratamos anteriormente. Esses osciladores funcionam graças ao processo de carga e descarga de capacitores, cujos ciclos determinam a frequência. O sinal de saída não é, como em outros casos, senoidal, mas consiste em ondas quadradas ou de pulsos, ou de sinais em forma de onda especial, como os dentes de serra. Automação Industrial – Eletrônica Linear 108 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional TEORIA DA OSCILAÇÃO SENOIDAL Para se construir um oscilador senoidal, precisamos de um amplificador com uma realimentação positiva. A ideia consiste em se usar o sinal de realimentação no lugar de um sinal de entrada. Se o ganho de malha e a fase estiverem correios, haverá um sinal de saída, mesmo que não haja sinal externo na entrada. Em outras palavras, um oscilador é um amplificador 'que foi modificado pela realimentação positiva para fornecer o seu próprio sinal de entrada. Isto pode se parecer a um movimento perpétuo, e de uma certa forma é. Mas lembrese de uma coisa: o oscilador não cria energia; ele muda somente a energia cc da fonte de alimentação em energia ca. GANHO E FASE DA MALHA Na figura abaixo mostra uma fonte de tensão vent alimentando os terminais de entrada de um amplificador. A tensão de saída amplificada é Vsa ida ABvent Esta tensão alimenta a malha de realimentação que geralmente é um circuito ressonante. Por isso, obtemos realimentação máxima numa certa frequência. A tensão de realimentação que volta ao ponto x é dada por Vf ABvent Se o desvio de fase através do amplificador e da malha de realimentação for 0°, então ABvent estará em fase com o sinal vent que alimenta os terminais de entrada do amplificador. Admita que ligamos o ponto x ao ponto y e simultaneamente retirarmos a fonte de tensão Vem. Então a tensão de realimentação ABvent alimenta os terminais de entrada do amplificador como mostra a figura acima. O que acontece com a tensão de saída? Se AB for menor que 1, ABvent será menor que vent, e o sinal de saída desaparecerá, como mostra a figura anterior. Por outro lado, se AB for maior que 1, ABvent será maior que vent e a tensão de saída crescerá. Se AB for igual a 1, então ABvent será igual a vent e a tensão de saída será uma onda senoidal estável como mostra a figura passada. Neste caso, o circuito fornece o seu próprio sinal de entrada e produz uma onda senoidal na saída. Num oscilador o valor do ganho do circuito AB é maior que 1 logo que a alimentação é ligada. Uma pequena tensão de partida é aplicada aos terminais de entrada, e a tensão de saída cresce, como mostra a figura acima. Depois da tensão de saída atingir um nível desejado, o valor de AB automaticamente diminui até 1, e a amplitude de saída permanece constante. Automação Industrial – Eletrônica Linear 109 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional TENSÃO DE PARTIDA De onde vem a tensão de partida de um oscilador? Qualquer resistor contém alguns elétrons livres. Devido à temperatura ambiente, estes elétrons livres deslocam-se aleatoriamente em diferentes direções e geram uma tensão de ruído através do resistor. O movimento é tão aleatório que contém frequências acima de 1000GHz. Você pode imaginar cada resistor como uma pequena fonte de tensão ca produzindo todas as frequências. Na figura anterior, vejamos o que acontece. Logo que você liga a potência, os únicos sinais do sistema são as tensões de ruídos geradas pelos resistores. Estes ruídos são amplificados e aparecem nos terminais de saída. O ruído amplificado alimenta o circuito de realimentação ressonante. Através de um projeto deliberado, podemos fazer o desvioO de fase ao longo do circuito igual a 0° na frequência de ressonância. Desta forma, obteremos oscilações somente numa frequência. Em outras palavras, o ruído amplificado é filtrado de modo a haver somente uma componente senoidal com a fase exatamente correta para a realimentação positiva. Quando o ganho de malha AB for maior que 1, as oscilações crescem nesta frequência. Depois que um nível adequado é atingido, AB diminui para 1, e obtemos um sinal de saída com uma amplitude constante. AB DIMINUI ATÉ A UNIDADE Há duas formas que fazem AB diminuir para 1: A pode diminuir ou B pode diminuir. Em alguns osciladores, permite-se que o sinal aumente até ocorrer o ceifamento devido à saturação e ao corte; isto equivale a reduzir o ganho de tensão A. Em outros osciladores, o sinal aumenta e faz B diminuir antes de ocorrer o ceifamento. Nos dois casos, o produto AB diminui até ficar igual à unidade. Aqui estão os princípios fundamentais de qualquer oscilador de realimentação: 1. Inicialmente, o ganho da malha AB precisa ser maior que l na frequência na qual o desvio de fase do circuito é de 0°. 2. Depois de atingido o nível de saída desejado, AB precisa diminuir até 1 através de reduções ou de A ou de B. O OSCILADOR A PONTE DE WIEN O oscilador a ponte de Wien é o circuito oscilador padrão para frequências baixas a moderadas, na faixa de 5Hz até cerca de 1MHz. É quase sempre usado em geradores de áudio comerciais e é geralmente preferido em outras aplicações em baixa frequência. REDE DE AVANÇO-ATRASO (LEAD-LAG) O oscilador a ponte de Wien utiliza um circuito de realimentação chamado rede de avanço-atraso. Em frequências muito baixas, o capacitor em série parece aberto ao sinal de entrada, e não há sinal de saída. Em frequências muito altas, o capacitor de derivação parece em curto, e não há saída. Entre estes extremos, a tensão de saída da rede de avanço-atraso atinge um valor máximo. A frequência para a qual a saída é maximizada é chamada frequência ressonante fr. Nesta frequência, a fração de realimentação atinge um valor máximo de 1/3. A figura abaixo mostra o ângulo de fase da tensão de saída com relação à tensão de entrada. Automação Industrial – Eletrônica Linear 110 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Em frequências muito baixas, o ângulo de fase é positivo, e o circuito se comporta como uma rede de avanço. Por outro lado, em frequências muito altas, o ângulo de fase é negativo, e o circuito se comporta como uma rede de atraso. Entre essas frequências, há uma frequência ressonante fr para a qual o desvio de fase é igual a 0°. A rede de avanço-atraso da figura abaixo se comporta como um circulo ressonante. Na frequência de ressonância fr, a fração de realimentação atinge um valor máximo de 1/3 e o ângulo de fase é igual a 0°. Acima e abaixo da frequência de ressonância, a fração de realimentação é menor que 1/3 e o ângulo de fase não é mais igual a 0°. FÓRMULA PARA A FREQUÊNCIA DE RESSONÂNCIA Na figura acima, a saída da rede de avanço-atraso é RII jX C Vsa ida Vent R jX C RII jX C Expandindo e simplificando, a equação anterior conduz a estas duas fórmulas: B 9 XC / R R / XC 1 2 arctg XC / R R / XC 3 O gráfico destas fórmulas produz a figura anterior. Na primeira equação da pagina anterior tem um máximo quando X C R . Para esta 1 e 0 0 . Este resultado representa a frequência ressonante da rede de 3 avanço-atraso. Como X C R , podemos escrever condição, B 1 R 2f r C Ou Fr 1 2RC COMO FUNCIONA Na próxima figura mostra um oscilador a ponte de Wien; ele utiliza realimentações positiva e negativa. A realimentação positiva ajuda as oscilações a aumentarem quando a alimentação é ligada. Depois do sinal de saída atingir o nível desejado, a realimentação Automação Industrial – Eletrônica Linear 111 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional negativa reduz o ganho da malha fechada a 1. A realimentação positiva se dá através da rede de avanço-atraso para a entrada não-inversora; a realimentação negativa se dá através do divisor de tensão para a entrada inversora. Assim que é ligada, a lâmpada de tungsténio tem uma baixa resistência, e não se dispõe de muita realimentação negativa. Por esta razão, o ganho do circuito ACLB é maior que 1, e as oscilações podem aumentar na frequência de ressonância fr. À medida que as oscilações aumentam, a lâmpada de tungsténio se aquece ligeiramente, e a sua resistência aumenta. (Observação: Na maioria dos circuitos, a corrente através da lâmpada não é suficiente para faze-la brilhar.Ψ No nível de saída desejado, a lâmpada de tungsténio tem uma resistência R’. Neste ponto, R 2 R' 1 3 ACL 1 1 R2 R' Como a rede de avanço-alraso tem um B de 1 , o ganho do circuito Aci.B é igual à 3 unidade. CONDIÇÕES INICIAIS No momento em que é ligada, a resistência da lâmpada é menor que R'; portanto A CL é 1 na frequência de ressonância, o ganho da malha inicialmente maior que 3. Como B é igual a 3 é maior que 1. Isto significa que a tensão de saída aumentará da forma já descrita. À medida que a tensão de saída aumenta, a resistência da lâmpada aumenta, como mostra a figura abaixo. Em alguma tensão V a lâmpada de tungsténio tem uma resistência R'. Isto significa que ACL. tem um valor de 3 e o ganho da malha fechada torna-se 1. Quando isto ocorre, os níveis de saída da amplitude tornam-se constantes. (Num oscilador prático, a lâmpada de tungsténio não acende porque isto implicaria desperdício de potência do sinal). V amp(rms) l DESVIO DE FASE DO AMPLIFICADOR Num oscilador a ponte de Wien, o desvio de fase da rede de avanço-atraso é igual a 0° quando as oscilações têm uma frequência de 1 fr 2RC Automação Industrial – Eletrônica Linear 112 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Por isso, podemos ajustar a frequência variando o valor de R ou C. Isto supõe que o desvio de fase do amplificador seja desprezivelmente pequeno. Colocando de outra forma, o amplificador precisa ter uma frequência de corte de malha fechada bem acima da frequência de ressonância fr. Então, o amplificador não introduz nenhum desvio de fase"adicional. Se o amplificador introduzisse desvio de fase, a fórmula simples f r 1 / 2RC não valeria mais. Na figura abaixo mostra uma outra forma de se desenhar o oscilador a ponte de Wien. A rede de avanço-atraso forma o lado esquerdo de uma ponte, e o divisor de tensão forma o lado direito. Esta ponte ca, chamada ponte de Wien, é usada em outras aplicações além de osciladores. A tensão de erro é a saída da ponte. Quando a ponte se aproxima do equilíbrio, a tensão de erro se aproxima de zero. A ponte de Wien é um exemplo de um filtro rejeita banda, um circuito com saída zero numa determinada frequência. Para uma ponte de Wien, a frequência rejeitada é igual a fr 1 2RC Como a tensão de erro para o amplificador é muito pequena, a ponte de Wien é aproximadamente equilibrada e a frequência de oscilação aproximadamente igual a fr. OUTRAS FORMAS DE SE REDUZIR AB A UNIDADE Uma lâmpada incandescente de baixa potência é o método padrão de se reduzir AB à unidade em osciladores a ponte de Wien. (Têm sido usadas lâmpadas como a #80, 327, 1869, 2158, 7218, e outras.) Há alternativas para a lâmpada incandescente. Na figura abaixo mostra um oscilador com ponte de Wien que se baseia em díodos para limitar a amplitude do sinal de 1 saída. Ao se ligar, os díodos estão desligados, e a fração de realimentação é menor que 3 porque a razão R1//R2 é maior que 2. Isto permite que o sinal de saída aumente. Automação Industrial – Eletrônica Linear 113 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Depois de atingido o nível de saída desejado, os díodos conduzem em semiciclos 1 alternados. Isto coloca R3 em paralelo com R1 e aumenta a fração de realimentação para . A 3 tensão de saída se estabiliza então. Às vezes, são usados LEDs em vez de díodos comuns; os LE.Ds acesos indicam que o circuito está oscilando. Na figura acima, um diodo zener é o elemento limitador. No momento em que é ligado, 1 os diodos da ponte estão desligados, e a fração de realimentação é menor que porque a 3 razão R1/R3 é maior que 2. À medida que a saída aumenta, os diodos da ponte estão polarizados diretamente, mas nada acontece abaixo da ruptura zener. Em algum nível de saída mais alto, o diodo zener se rompe e o nível de saída estabiliza. Na figura acima mostra uma outra aproximação. Desta vez, um JFET que se comporta como uma resistência de tensão variável limita a amplitude de saída. No instante em que é ligado, o JFET tem uma resistência mínima porque a sua tensão da porta é zero. Através do 1 projeto, a fração de realimentação é menor que , e assim sendo as oscilações podem 3 começar. Quando o nível de saída excede a tensão zener mais a queda de um diodo, obtemos a deteção do pico negativo, e a tensão da porta torna-se negativa. Quando isto ocorre, o 1 rds(ligado) do JFET aumenta, o que aumenta a fração de realimentação até ela se igualar a . A 3 saída, aí então, se estabiliza. Automação Industrial – Eletrônica Linear 114 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional EXEMPLO l Calcule as frequências mínima e máxima no oscilador a ponte de Wien da próxima figura. SOLUÇÃO Os reostatos concatenados podem variar de 0 a 100k ; portanto o valor de R vai de 1 a 101 k . a frequência mínima de oscilação é fr 1 158Hz 2 101k0,01F E a frequência máxima é fr 1 15,9kHz 2 1k0,01F EXEMPLO 2 Na figura acima mostra a resistência de uma lâmpada. Calcule a tensão de saída. SOLUÇÃO Na Figura acima a amplitude de saída torna-se constante quando a resistência da lâmpada é igual a 1k . Isto significa que a tensão da lâmpada é de 2Vrms. A corrente que flui através da lâmpada também flui do resistor de 2k , o que significa que existe um sinal de 4V de rms através do resistor. Portanto a tensão de saída é igual à soma de 4V mais 2V, ou Vsa ída 6Vrms OUTROS OSCILADORES RC Embora o oscilador a ponte de Wien seja o padrão industrial para frequências até 1MHz, você ocasionalmente vê diferentes osciladores RC. Esta seção discute dois outros tipos, chamados oscilador duplo-T e oscilador de deslocamento de fase. OSCILADOR DUPLO-T Na próxima figura é um filtro duplo-T. Uma análise matemática deste circuito mostra que ele se comporta como uma rede de avanço-atraso com o ângulo de fase apresentado na figura abaixo. Novamente, há uma frequência fr, para a qual o desvio de fase é igual a zero. O ganho de tensão é igual à unidade em baixas e altas frequências. No meio, há uma frequência fr, para a qual o ganho de tensão cai a zero. O filtro duplo-T às vezes é chamado filtro rejeita banda porque ele e capaz de eliminar ou atenuar estas frequências próximas de fr. A frequência fr, conhecida com a frequência de rejeição (também chamada frequência ressonante), é dada por 1 fr 2RC Automação Industrial – Eletrônica Linear 115 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Na figura abaixo mostra um oscilador duplo-T. A realimentação positiva se faz através do divisor de tensão para a entrada não-inversora. A realimentação negativa se dá através do filtro duplo-T. Logo que a alimentação é ligada, a resistência da lâmpada R 1 é baixa, e a realimentação positiva é máxima. À medida que as oscilações aumentam, a resistência da lâmpada aumenta e a realimentação positiva diminui. À medida que a realimentação diminui, as oscilações se nivelam e tornam-se constantes. Desta forma, a lâmpada estabiliza o nível da tensão de saída. No filtro duplo-T, a resistência R/2 é ajustada. Isto é necessário porque o circuito oscila numa frequência ligeiramente diferente da frequência ideal rejeitada na equação anterior. Para assegurar que a frequência de oscilação esteja próxima da frequência de rejeição, o divisor de tensão deve ter R1 muito maior que R2. A título de orientação, R1/R2 está na faixa de 10a 1000. Isto força o oscilador a funcionar numa frequência próxima da frequência de rejeição. Na figura acima mostra um método alternativo de se limitar o nível de saída. Neste circuito, é usado um JFET como uma resistência variável com a tensão. A porta do JFET é ligada à saída de um detector de pico negativo. Em algum nível de saída, a tensão negativa que sai do detector de pico aumenta o rds(ligado) até aproximadamente R/2. Neste ponto, o filtro duplo-T é ressonante e a saída do oscilador se estabiliza. Automação Industrial – Eletrônica Linear 116 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional OSCILADORES DE DESLOCAMENTO DE FASE Na figura acima é um oscilador de deslocamento de fase com três redes de avanço no percurso da realimentação. O amplificador tem 180° de desvio de fase porque o sinal alimenta a enteada inversora. Como voeê deve se lembrar, umaTede de avanço produz um desvio de fase entre 0° e 90°, dependendo da frequência. Portanto numa dada frequência, o desvio total de fase das três redes de avanço é igual a 180° (aproximadamente 60° cada). Como resultado, o desvio de fase ao longo do circuito será de 360°, equivalente a 0°. Se AB for maior que a unidade nessa determinada frequência, as oscilações podem começar. Na fígur anterior mostra um projeto alternativo. Ele utiliza três redes de atraso. A operação é análoga. O amplificador produz um desvio de fase de 180°, e as redes de atraso contribuem com outros 180° em alguma frequência mais alta. Se AB for maior que a unidade nessa frequência, as oscilações podem começar. Embora seja usado ocasionalmente, o oscilador de deslocamento de fase não é um circuito popular. A razão principal de introduzi-lo é porque você pode acidentalmente construir um oscilador de deslocamento de fase ao tentar construir um amplificador. Isto será discutido mais tarde no capítulo sobre pipocamento e oscilações parasitas. O OSCILADOR COLPITTS Embora excelente em baixas frequências, o oscilador da ponte de Wien não é adequado para as altas frequências (bem acima de 1MHz). O principal problema é o desvio de fase através do amplificador. Uma alternativa é um oscilador LC, um circuito que pode ser usado para frequências entre 1MHz e 500MHz. Esta faixa de frequência está além da funitária da maioria dos amps op. É por isso que é usado geralmente um transistor bipolar ou um FET para o amplificador. Com um amplificador e um circuito tanque LC, podemos realimentar um sinal com a amplitude e a fase certas para manter as oscilações. A análise e o projeto de osciladores de alta frequência é mais uma arte do que uma ciência. Em frequências mais altas, a capacitância de dispersão e a indutância dos condutores no transistor e na fiação afetam a frequência de oscilação, a fração de realimentação, a potência de saída, e outras quantidades ca. Por esta razão, uma análise exata torna-se um pesadelo. Muitas pessoas utilizam uma aproximação global para um projeto inicial e ajustam o oscilador montado o necessário para se obter o desempenho desejado. Nesta seção, examinaremos o oscilador Colpitts, um dos osciladores LC mais amplamente usados. Automação Industrial – Eletrônica Linear 117 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional LIGAÇÃO EC Na próxima figura mostra um oscilador Colpitts. A polarização por divisor de tensão estabelece um ponto de operação quiescente. O circuito então tem um ganho de tensão de baixa frequência de rc/r' e onde rc é a resistência ca vista pelo coletor. Devido às redes de atraso da base e do coletor, o ganho de tensão de alta frequência é menor que rc/r'e. Na figura a seguir é um circuito ca equivalente simplificado. A corrente de amostra ou de circulação no tanque flui através de C1 em série com C2. Observe que vsajda é igual à tensão ca través de C1, e que a tensão de realimentação vf aparece através de C2. Esta tensão de realimentação alimenta a base e mantém as oscilações que se desenvolvem através do circuito tanque, desde que haja ganho de tensão suficiente na frequência de oscilação. Como o emissor está ligado ao terra ca, o circuito constitui uma ligação EC. Você vai encontrar muitas variações do oscilador Colpitts. Uma forma de reconhecê-lo é através do divisor de tensão capacitivo formado por C1 e C2. Este divisor de tensão capacitivo produz a tensão de realimentação necessária para as oscilações. Em outros tipos de osciladores, a tensão de realimentação é produzida por transformadores, por divisores de tensão indutivos, e assim por diante. FREQUÊNCIA DE RESSONÂNCIA A maioria dos osciladores LC utilizam circuitos tanque com um Q maior que 10. Por isso, podemos calcular a frequência de ressonância aproximada na forma fr 1 2 LC Este resultado tem uma precisão melhor que 1 por cento quando Q é maior que 10. A capacitância a ser usada na equação da pagina anterior é a capacitância equivalente por onde passa a corrente de circulação. No tanque Colpitts da figura acima, a corrente de circulação flui através de C1 em série com C2. Portanto a capacitância equivalente é C 1C 2 C C1 C 2 Por exemplo, se C1 e C2 foram de 100pF cada, você deverá usar 50pF na equação acima. Automação Industrial – Eletrônica Linear 118 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional CONDIÇÃO INICIAL A condição inicial exigida por osciladores qualquer é AB 1 Na frequência de ressonância do circuito tanque. Isso é equivalente a 1 A B O ganho de tensão A nesta expressão é o ganho de tensão na frequência de oscilação. Na figura anterior, a tensão de saída aparece através de C 1 e a tensão de realimentação através de C2. Como a corrente de circulação é a mesma para os dois capacitores, B Ou Portanto a condição inicial é f Vsa ída XC 2 X C1 B A 1 / 2fC 2 1 / 2fC 1 C1 C2 C2 C1 Lembre-se de que esta é uma aproximação grosseira porque ela ignora a impedância que olha para a base. Uma análise exata levaria a impedância da base em conta porque ela está em paralelo com C2. Qual o valor de A? Isto depende das frequências de cortes superiores do amplificador. Como você se lembra, há redes de atraso da base e do coletor num amplificador bipolar. Se as frequências de corte destas redes de atraso forem maiores que a frequência de oscilação, então A é aproximação igual a rc/r'e. Se as frequências de corte forem mais baixas que a frequência de oscilação, o ganho de tensão é menor que rc/r' e e há um desvio de fase adicional através do amplificador que pode evitar as oscilações. TENSÃO DE SAÍDA Com uma realimentação leve (B pequeno), o valor de A é apenas ligeiramente maior que 1/B, e a operação é aproximadamente classe A. Logo que você liga a alimentação, as oscilações crescem, e o sinal oscila mais além ao longo da linha de carga ca. Com esta oscilação aumentada do sinal, a operação varia de sinal pequeno para sinal grande. Enquanto isto está acontecendo, o ganho de tensão diminui ligeiramente. Com a realimentação leve, o valor de AB pode diminuir até 1 sem ceifamento excessivo. Com realimentação pesada (B grande), o sinal de realimentação grande a base da figura anterior à saturação e ao corte. Isto carrega o capacitor C3, produzindo o grampeador cc negativo na base e mudando a operação da classe A para classe C. O grampeamento negativo ajusta automaticamente o valor de AB em 1. Se a realimentação for pesada demais, você poderia perder um pouco da tensão de saída devido às perdas de potência de dispersão. Ao construir um oscilador, você pode ajustar a quantidade de realimentação necessária para maximizar a tensão de saída. O truque está em usar realimentação suficiente para iniciar sob todas as condições (transistores, temperatura, tensão etc. diferentes), mas nem tanto de modo a perder mais saída do que o necessário. Automação Industrial – Eletrônica Linear 119 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional ACOPLANDO A UMA CARGA A frequência exata de oscilação depende do Q do circuito e é dada por fr Q2 2 LC 1 Q 2 1 Geralmente, Q é maior que 10 e esta equação exata se simplifica no valor ideal dado anteriormente. Se Q for menor que 10, a frequência é puxada mais para baixo que o valor ideal. Além disso, um baixo Q pode impedir o oscilador de começar por levar o ganho da alta frequência abaixo de 1/B. Na figura abaixo mostra uma forma de se acoplar à resistência de carga. Se a resistência de carga for grande, então ela não carregará abaixando demais o circuito ressonante, e o Q será maior que 10. Por outro lado, se a resistência de carga for pequena, o Q abaixo de 10, e as oscilações podem não começar. Uma solução para uma resistência de carga pequena é usar uma pequena capacitância C 4, cujo XC seja grande comparado com a resistência de carga pequena é usar uma pequena capacitância c 4, cujo XC seja grande comparado com a resistência de carga. Isto evita uma carga excessiva do circuito tanque. A figura abaixo mostra um acoplamento indutivo, uma outra forma de acoplar o sinal a uma pequena resistência de carga. O acoplamento indutivo significa usar somente algumas espirar do enrolamento secundário do transformador de RF. Este acoplamento leve assegura que a resistência de carga não abaixará o Q do circuito tanque até um ponto onde o oscilador não poderá partir. Quando é usado o acoplamento com capacitor ou indutivo, o efeito de carregamento poderá ser mantido o menor possível. Desta forma, o alto Q do tanque assegura uma saída senoidal não distorcida com uma partida confiável para as oscilações. LIGAÇÃO BC Quando o sinal de realimentação entre na base, aparece uma capacitância Miller através da entrada. Isto produz uma frequência de corte relativamente baixa e desenvolve o ganho a uma taxa de 20dB por década. Para se obter uma frequência de corte mais alta, o sinal de Automação Industrial – Eletrônica Linear 120 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional realimentação pode ser aplicado ao emissor, como mostra na figura da página anterior. O capacitor C3 faz o terra ca da base, e assim o transistor se comporta como um amplificador BC. Um circuito como este pode oscilar em frequências mais altas porque o seu ganho de alta frequência é maior que o de um oscilador EC comparável. Com o acoplamento indutivo na saída, o tanque está ligeiramente carregado e a frequência ressonante ainda é dada pela equação da pagina 149. A fração de realimentação é ligeiramente diferente. A tensão de saída aparece através de C1 e de C2 em série, enquanto a tensão de realimentação aparece através de C2. Idealmente, a fração de realimentação é B f Vsa ida XC 2 X C1 X C 2 Depois de expandir e simplificar, torna-se B C1 C1 C 2 Para que as oscilações comecem, A precisa ser maior que 1/B. Como uma aproximação, isto significa que C C2 A 1 C1 Está é uma aproximação grosseira porque ela ignora a impedância de entrada do emissor que está em paralelo com C2. Uma análise exata incluiria a impedância do emissor. COLPITTSAFET Na figura abaixo é um exemplo de um oscilador Colpitts a FET, no qual o sinal de realimentação é aplicado à porta. Como a porta tem uma alta resistência de entrada, o efeito de carregamento no circuito tanque é muito menor do que com um_ transistor bipolar. Em outras palavras, a aproximação C B 1 C2 é mais precisa com um FET porque a impedância que olha para a porta é mais alta. A condição inicial para este oscilador FET é C A 2 C1 Automação Industrial – Eletrônica Linear 121 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Num oscilador FET, o ganho de tensão em baixa frequência é gmrc- Acima da frequência de corte do amplificador FET, o ganho de tensão não se inclina mais, Na equação anterior, A é o ganho na frequência de oscilação. Como uma norrna, tente manter a frequência de oscilação mais baixa que a frequência de corte do amplificador FET; caso contrário, o desvio de fase adicional através do amplificador pode impedir o oscilador de partir. Uma forma de se obter uma frequência de corte mais alta para o amplificador é usando um FET de porta-comum em vez de um FET de fonte-comum. EXEMPLO 3 Qual a frequência de oscilação na próxima figura? Qual a fração de realimentação? Qual o ganho de tensão que o circuito precisa para começar a oscilar? SOLUÇÃO A capacitância equivalente do circuito tanque é C 0,001F 0,01F 909 pF 0,001F 0,01F A indutância é 15μH; portanto, a frequência de oscilação é 1 1,36MHz fr 2 15H 909 pF A fração de realimentação é 0,001F 0,1 0,01F Para o oscilador partir, o ganho de tensão precisa ser maior que 10 em 1,36MHz. Se possível, a frequência de corte deve ser maior que 1,36MHz para evitar o desvio de fase adicional ap longo do circuito. Em outras palavras, o circuito já tem um desvio de fase do circuito de 0° abaixo da frequência de corte. Se o amplificador começa a manter-se constante, o desvio de fase excedente pode evitar oscilações bem acima de corte. B OUTROS OSCILADORES LC O oscilador Colpitts é o oscilador LC mais amplamente usado. O divisor de tensão capacitivo no circuito ressonante é uma forma conveniente de desenvolver a tensão de realimentação. Mas há outros tipos de osciladores que também são usados. Nesta seção, discutiremos os osciladores de Armstrong, de Hartley, de Clapp, e a cristal. Automação Industrial – Eletrônica Linear 122 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional OSCILADOR ARMSTRONG A figura a seguir é um exemplo de um oscilador Armstrong. Neste circuito, o coletor alimenta um tanque LC ressonante. O sinal de realimentação é tomado de um pequeno enrolamento secundário e realimenta a base. Há um desvio de fase de 180° no transformador, o que significa que o desvio de fase ao longo do circuito é zero. Colocando de outra forma, a realimentação é positiva. Ignorando o efeito de carga da base, a fração de realimentação é M B L onde M é o. indutância mútua e Z, é a indutância do primário. Para que o oscilador de Armstrong dê a partida, o ganho de tensão precisa ser maior que 1/B. Um oscilador de Armstrong utiliza um acoplamento por transformador para obter o sinal de realimentação. É dessa forma que você reconhece variações neste circuito básico. O enrolamento do secundário é às vezes chamado bobina de realimentação porque realimenta o sinal que mantém as oscilações. A frequência de ressonância é dada pela Eq. (20-5), usando o L e o C dados na Fig. 20-17a. Via de regra, você não vê o oscilador Armstrong ser muito usado porque a maioria dos projetistas evitam os transformadores sempre que possível. HARTLEY A figura a seguir é um exemplo de um oscilador Hartley. Quando o tanque LC está em ressonância, a corrente de circulação flui através de L1 em séria com Z2. L L1 L2 Num oscilador Hartley, a tensão de realimentação é desenvolvida pelo divisor de tensão indutivo, L1 e L2. Como a tensão de saída aparece através de L 1 e a tensão de realimentação através de L2, a fração de realimentação é B f X L2 sa ída X L1 B L2 L1 Como de costume, isto ignora os efeitos de carregamento da base. Para que as oscilações comecem, o ganho de tensão precisa ser maior que 1/B. Frequentemente um oscilador Hartley utiliza um indutor com uma derivação simples em vez de dois indutores separados. O funcionamento é basicamente o mesmo em qualquer dos Automação Industrial – Eletrônica Linear 123 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional dois jeitos. Uma outra variações manda o sinal de realimentação para o emissor em vez da base. Você pode ver também um FET usado no lugar de um transistor bipolar. O sinal de saída pode ser acoplado capacitivamente ou indutivamente. OSCILADOR CLAPP O oscilador Clapp da figura anterior é uma sofisticação do oscilador Colpitts. O divisor de tensão capcitivo produz o sinal de realimentação como antes. Um capacitor adicional C 3 está em série com o indutor. Como a corrente de circulação do tanque flui através de C 1, C2 e C3 em série, a capacitância equivalente usada para calcular a frequência de ressonância é C 1 1 / C1 1 / C 2 1 / C 3 Num oscilador Clapp, C3 é muito menor que C1 e C2. Como consequência, C é aproximadamente igual a C3, e a frequência de ressonância é dada por 1 fr 2 LC 3 Por que isto é importante? Porque C1 e C2 estão derivados pelas capacitâncias do transistor e de dispersão. Estas capacitâncias extras alteram ligeiramente os valores de C 1 e de C2. Num oscilador Colpitts, a frequência ressonante depende até certo ponto das capacitâncias do transistor e de dispersão. Mas no oscilador Clapp, as capacitâncias do transistor e de dispersão não têm nenhum efeito sobre C3, o que significa que a frequência de oscilação é mais estável e mais precisa. É por isso que você ocasionalmente vê o oscilador Clapp ser usado no lugar de um oscilador Colpitts. OSCILADOR A CRISTAL Quando for importante a precisão e a estabilidade da frequência de oscilação, deve-se usar um oscilador de cristal. Na figura passada, o sinal da realimentação provém do terminal capacitivo. De acordo com o que será discutido na próxima seção, o cristal (abreviado por XTAL) se comporta como um indutor grande em série com um pequeno capacitor (semelhante ao Clapp). Por isso, a frequência de ressonância praticamente não é afetada praticamente não é afetada pelas capacitâncias do transistor e de dispersão. EXEMPLO 4 Se colocarmos 50pF em série com o indutor de 15μF da figura da página 155, o circuito torna-se um oscilador Clapp. Qual a frequência de oscilação? SOLUÇÃO O capacitor C3 adicionado tem somente 50pF, portanto C 1 50 pF 1 / 0,001F 1 / 0,01F 1 / 50 pF A frequência de oscilação aproximada é 1 fr 5,81MHz 2 15H 50 pF Automação Industrial – Eletrônica Linear 124 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 3.10 - TIRISTOR O tiristor trabalha de maneia semelhante ao díodo, ou seja, permite a passagem corrente em um único sentido, mas o inicio de sua condução é regulado por um eletrodo especial, que recebe o nome de porta. O tiristor é um componente semicondutor projetado para realizar a função de interruptor ou retificador controlado. Ele trabalha de forma muito semelhante a um díodo, ou seja, permite a passagem da corrente em um único sentido. No entanto, diferencia-se do diodo pelo fato de seu estado de condução ser regulado por um eletrodo especial conhecida por porta. O tiristor é formado por uma estrutura de quatro regiões semicondutores P-N-P-N; a primeira forma o ânodo, e a ultima o cátodo; a região que fica junto ao cátodo é a porta (gaté). Sua função consiste na saturação, ou colocação em condução, do dispositivo. Essa estrutura pode ser dividida em duas partes. Como cada uma delas forma um transistor, temos então um transistor P-N-P, que é constituído pelo ânodo e pelas duas regiões contíguas, e um outro transistor do tipo N-P-N, que é constituído pelo cátodo e pelas duas regiões acima dele. Esses transistores são unidos eletricamente nas seguintes regiões: A base do P-N-P com o coletor do N-P-N; O coletor do P-N-P com base do N-P-N e o eletrodo porta. O circuito assim obtido forma uma estrutura fortemente realimentada: qualquer sinal de corrente aplicado à porta é amplificado e sai pelo coletor do transistor N-P-N, onde é então aplicado diretamente à base do P-N-P e é amplificada novamente em seu coletor. Este coletor coincide com o terminal porta, fechando o ciclo de realimentação positiva. O crescimento muito rápido da corrente faz com que o componente entre em saturação. Nessas condições, temos, entre o emissor do transistor P-N-P, que coincide com o ânodo, e o emissor do transistor N-PN, que forma o cátodo do elemento em questão, uma impedância muito pequena, o que permite a circulação de uma corrente intensa. Dessa forma, a entrada em condução do tiristor depende do sinal aplicado na porta perde o controle sobre a corrente que se forma entre o ânodo e o cátodo (contrariamente ao que acontece num transistor bipolar) porque a própria realimentação interna mantém a condução. O tiristor sai de condução apenas quando o ânodo torna-se negativo em relação ao cátodo. Pode-se, portanto, suprimir o sinal de porta sem influir de modo algum sobre a condução. Além da forma precedente de condução, existem outras que vale a pena conhecer. Elas podem ser úteis para certas aplicações do componente. São as seguintes: Tensão: quando aumenta a tensão coletor-emissor de um transistor, pode-se provocar sua ruptura por avalanche. Verifica-se, nessa momento, uma situação bastante semelhante àquela que foi descrita para a alimentação interna, pois o tiristor entra em condução. Mas nesse caso, o transistor é destruído porque a junção se funde. Variação rápida de tensão: se a tensão anodo-catodo varia muito rapidamente, produzse uma transmissão dessa variação ao interior do componente. Devido a um efeito capacitivo, é induzido, na região de porta, um sinal de amplitude suficiente para dar inicio ao processo regenerativo da condução. Temperatura: a função da temperatura sobre um transistor é de aumentar a corrente que deriva do coletor. No momento em que se obtém a corrente suficiente para dar inicio à regeneração, o tiristor entra em condução. Automação Industrial – Eletrônica Linear 125 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Condução através de um sinal de porta: esta é a forma de saturação mais comum. Seu mecanismo já foi comentado. Luz: no caso dos fototiristores produz-se a condução em presença de luz incidente, da mesma maneira que ocorre com os fotodiodos. Observa-se que, apesar de os tiristorcs apresentarem determinadas semelhantes com ò transistor bipolar, eles diferenciam-se deste no que se relacione ao controle da corrente circulante no seu interior. Enquanto no transistor bipolar essa corrente é controlada pela ação da base, no tiristor não existe controle algum cobre a corrente depois do inicio da condução. Para que se possa retornar ao controle de qualquer dos mecanismos de condução descritos, deve-se, consequentemente, definir um procedimento consiste na aplicação de uma tensão inversa entre o ânodo e o positivo no cátodo. Desse modo, o tiristor é cortado rapidamente num período de tempo denominado "tempo de corte" (em inglês turn-of-tíme). Uma vez que o dispositovo entre o corte, a tensão inversa poderá ser retirada imediatamente depois, e o componente conservará deste modo o estado adquirido. A forma de trabalho do tiristor é definida pelas curvas características, nas quais a corrente é representada no eixo vertical e a tensão anodo-catodo no eixo horizontal. Costumase desenhar diversas curvas para os diversos valores de tensão de condução de porta. Essas curvas apresentam três regiões. A primeira, situada à esquerda, com a tensão invertida entre o ânodo e o cátodo, apresenta o ponto de máxima tensão quando o dispositivo entra em avalanche inversa. Essa primeira região estende-se em direção à direita, com os diversos pontos de condução de porta, chegar a um ponto de condução para tensões diretas. A segunda região é a da condução propriamente dita, em que se observar um fenómeno muito curioso de resistência negativa, dado que uma diminuição de tensão produz uni aumento da corrente. A terceira região é a de corrente de manutenção com baixa tensão anodo-catodo. Essa região é limitada somente pela dissipação máxima de potência do tiristor. Para a fabricação dos tiristores empregam-se tecnologias semelhantes à adotados para os transistores. Cada elemento parte de uma bases, por um sistema de liga-difusão, difusão ou difusão planar, formam-se as quatro camadas P-N-P-N necessárias. O invólucro é um fator muito importante e depende do tipo de meprego do tiristor. Os de baixa corrente são colocados em invólucros de plástico, como os dos transistores. Para correntes muito altas, utilizam-se carcaças de pressão (presspack). As aplicações dos tiristores estendem-se da retifïcação de correntes alternadas – em substituição aos diodos convencionais - ate a realização de determinadas comutações de baixa potência nos circuitos eletrônicos, passando pêlos conversores, que transformam a corrente alternada. A principal vantagem que os teristores apresentam em relação aos díodos, quando usados como retificadores, é que sua entrada em condução é controlada pelo sinal de porta. Desse modo, é possível variar a tensão continua de saída quando se faz variar o momento da condução, uma vez que se obtêm ângulos diferentes na fase de condução do ciclo da tensão ou da corrente alternada de entrada. Por outro lado, tiristor é bloqueado automaticamente quando a corrente alternada passa de positiva para negativa, dado que nesse momento começa a receber tensão inversa. Esse sistema é conhecida com o nome de controle de fase. Automação Industrial – Eletrônica Linear 126 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Esta fases são as características dos vários tipos de tiristor: IT(RMS): máxima corrente alternada eficaz conduzivel IT(AV): máxima corrente contínua em condução VTM: tensão direta máxima em condução de 180° VRRM: a tensão inversa máxima repetitiva aplicável sem produzir produção. IGT: a corrente mínima de porta para a condução IGD: corrente máxima de porta aplicável sem produzir a condução VGT: tensão de porta necessária para produzir a condução VGTmaz: tensão de porta necessária para a condução VGTmin: tensão mínima de porta necessária para a garantir a corrente de condução 3.11-O TRIAC Hoje iremos falaremos sobre o triac (abreviação do inglês Triode AC: o triodo para a corrente alternada). A sua estrutura interna é constituída por dois sistemas interruptores complementares, cada um deles semelhante a um tiristor ou diodo controlado. O triac é um componente semicondutor. Ele nasceu da necessidade de se dispor de um interruptor controlado que apresentasse características funcionais semelhantes às do tiristor ou do diodo controlado, mas que permitisse o controle do ciclo completo da corrente alternada. A palavra "triac" é uma abreviação da denominação inglesa tríde AC, que significa triodo para corrente alternada. Como o próprio nome indica, o componente dispõe de três eletrodos. Sua estrutura compõe-se de dois sistemas interruptores, um P-N-P-N e outro N-P-N-P, ligados em paralelo, cada um é semelhante a um tiristor (ou diodo controlado). De certo modo, assemelha-se à disposição que se obteria ligando-se dois tiristores complementares (ou paralelos com polaridade invertida). No desenho que mostra sua estrutura podemos observar os dois eletrodos principais - T1 e T2 - que, nesse caso, não são denominados ânodo e cátodo porque trabalham com dupla polaridade na tensão alternada. Debaixo do terminal T 2 (e ligadas a ele) encontram-se duas regiões, uma P e outra N. Descendo para o terminal T 1 aparecem uma região N, uma P e finalmente, uma ligada eletricamente à ultima P, através da ligação de T 1. Automação Industrial – Eletrônica Linear 127 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional À esquerda, existe uma outra região N relativa ao contato (gate) de comando do dispositivo. O terminal T1 serve de referencia para medida das tensões e correntes dos terminais T2 e da porta. As curvas características se parecem com as do tiristor, quando este trabalho com polarização direta, estendendo-se também até a região em que, ou a corrente ou a tensão são negativas, com forma semelhante, ainda que oposta, às primeiras. Nas curvas, observa-se a máxima tensão suportável pelo componente, sem passar suportável pelo componente, sem passar a conduzir, de modo que a máxima tensão alternada de pico a pico fica automaticamente delimitada e pode ser controlada. O disparo do triac ocorre quando se aplica uma corrente ao eletrodo chamado porta. Existe um amplo leque de opções desejado. De fato, este pode ser obtido aplicando-se uma corrente contínua, uma corrente pulsante vinda de um retifïcador, uma alternada direta ou de "trem" de impulsos gerados por um dispositivo qualquer de controle. Sempre tornando como referência o terminal T 1, os diversos métodos de disparo para o funcionamento podem ser resumidos da seguinte forma: Terminal T2 positivo: tensão de disparo na porta positiva, provocando a entrada de uma corrente através deste terminal, cujo sentido é considerado positivo. Terminal T2 positivo: tensão de disparo na porta negativa, corrente na porta negativa. Terminal T2 negativo: tensão de disparo na porta positiva, corrente na porta positiva. Terminal T2 negativo: tensão disparado na porta negativa, corrente na porta negativa. Embora, essas quatro possibilidades sejam teoricamente admissíveis, obtém-se a melhor possibilidade do triac com os tipos a e d. Do tipo b, a sensibilidade é decidamento menor, e no tipo c, ainda mais reduzida. Aliás, este último não deve ser utilizado; se, por alguma razão, ele estiver previsto em determinado projeto, será necessário um triac concebido especialmente para esse fim,. para que sejam evitados graves inconvenientes. A diferença mais importante entre o funcionamento de um triac e o de dois tiristores é que, neste último caso, cada tiristor só conduzirá pelo período de meio ciclo se for adequadamente disparado, bloqueando-se quando a corrente muda de polaridade e resultando na condução completa da corrente alternada. O triac, porém, bloqueia-se durante o breve instante em que a corrente passa pelo valor zero, até que alcance o valor mínimo de tensão entre T1 e T2, voltando a conduzir desde que a excitação da porta seja adequada, isso implica a perda de um pequeno ângulo de condução, mas não acarreta problemas se as cargas em fase com a tensão. Automação Industrial – Eletrônica Linear 128 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional No caso de cargas reativas, é preciso levar em conta, no esquema do circuito, que, no momento em que a corrente passa pelo zero, não coincide com a mesma situação da tensão aplicada. Isso acontece porque nesses momentos ocorrem impulsos de tensão entre dois terminais do componente. A versatilidade do triac e a simplicidade do seu emprego fazem dele o componente ideal para uma grande variedade de aplicações, relacionadas principalmente com o controle das correntes alternadas. Uma delas é a sua utilização como interruptor estático, que oferece murtas vantagens em relação aos interruptores mecânicos, que necessitam sempre do movimento de um contato. Já o triac dispara sempre a cada meio ciclo, quando a corrente passa pelo zero, e isso evita os arcos e as sobretensões derivadas da comutação de cargas induzidas que armazenam uma determinada energia durante o seu funcionamento. Existem muitas possibilidades de se realizar, na pratica, o disparo de um triac. Pode-se, então, escolher o mais adequado para aplicação concreta que vai efetuar. É possível resumi-lo em duas variantes fundamentais: Disparo com correntes continua Disparo com corrente alternada. No primeiro caso, a tensão provém de uma fonte de tensão contínua aplicada ao triac por meio de um resistor limitador da corrente aberta. É absolutamente necessário dispor de um elemento interruptor em série com a corrente de disparo, com função de controle; ele pode ser um simples interruptor mecânico ou um transistor que trabalhe em comutação. Esse sistema de disparo é normalmente empregado nos circuitos eletrônicos alimentados por tensões continuas. A função dessas tensões é controlar uma corrente, a partir de um determinado sinal de excitação, em geral originado em um tipo qualquer de transdutor. O disparo por meio de corrente alternada pode ser executado com o emprego de um transformador que forneça a tensão para o disparo. Outra possibilidade é partir diretamente da própria tensão da rede, com um adequado resistor limitador da corrente da corrente da porta com qualquer elemento interruptor que transmita a excitação à porta no momento certo. Um componente muito usado para produzir o disparo do triac é o chamado "diac" (abreviação da forma inglesa díodo AC). Esse dispositivo tem uma estrutura interna semelhante à do triac., só que sem o eletrodo da porta. Assim o único mecanismo aplicável para entrada em condução é a tensão entre os seus terminais. Depois de ter superado o ponto de disparo, essa tensão cai em um valor baixo de manutenção. Geralmente, é empregado nos circuitos Automação Industrial – Eletrônica Linear 129 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional que executam um controle de fase da corrente do triac, de tal modo que se aplique a tensão à carga só mente por uma fração do ciclo da corrente alternada. Esses sistema são usados no controle da iluminação com intensidade variável, no aquecimento elétrico com regulagem de temperatura e em alguns controles de velocidade de motores. O modo mais simples de se executar tais controles consiste no emprego do circuito representado na figura abaixo. Nele, o resistor variável RD carrega o capacitor CD até atingir a tensão de disparo do diac D, E, através do diac D, produz-se então a descarga de CD, cuja corrente chega à porta do triac e o coloca em condução. Esse mecanismo é produzido uma vez no semiciclo positivo e outra no negativo. O momento do disparo poderá ser regulado como o valor de rd e, por consequência, varia o tempo de condução do triac, bem como o valor da tensão média aplicada à carga. Dessa maneira, obtém-se um controle de potência simples, mas eficaz, região esquerda do esquema e da placa. Deve-se procurar, sem rigidez excessiva, dispor de componentes de modo semelhante ao que está indicado pelo esquema elétrico. Com esta precaução, o trabalho de montagem, a revisão e eventuais reparações serão simplificados. Normalmente, começa-se montando o transistor ou circuito integrado que ocupa a primeira posição à esquerda, soldando-se seus terminais aos nós correspondentes. Procura-se também ligar as sobras de ílos terminais aos terminais aos nós contíguos. Dessa maneira, obtém-se alguns pontos nos quais podem ser soldados outros componentes, sem o perigo de aquecer novamente as soldados as soldas do transistor ou de danificá-lo por superaquecimento. Em seguida, montam-se os componentes que se ligam ao transistor, soldando-os na placa. Emprega-se fio nu ou os próprios terminais para realizar as ligações com os outros componentes ou com a linha de alimentação, tornando sempre referência os pontos de ligação indicados no esquema. Proceda-se dessa maneira até completar o circuito. Durante a montagem é preciso tomar algumas precauções: Se for montar algum circuito integrado, convém, na maioria dos casos, utilizar um soquete. Desse modo, o circuito propriamente dito pode ser montado no último momento, ficando protegido de qualquer dano eventual. Quando não existe nenhum sinal de referência no soquete, assinala-se o ponto em que o terminal n° 1 deverá ser inserido. É possível que o soquete não possa ser inserido por não haver entre os furos da placa a distância necessária. Num caso como esse, podem ser feitos furos adicionais com uma furadeira elétrica equipada com broca de 1,25 mm. As ligações feitas com um fio nu não devem-se cruzar, pois existe o risco de provocar Automação Industrial – Eletrônica Linear 130 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional curtos-circuitos. Eventuais cruzamentos, no entanto, podem ser feitos com a adaptação de um tubo isolante (''espaguete") ao fio de conexão, ou então passando um dos fios no lado da montagem dos componentes. 3.12 - FOTOTRANSISTOR Num foto transistor, a luz é empregada para controlar a corrente de coletor. Para esta finalidade, mantém-se a cápsula de vidro, que contém o transistor, transparente. Transistores comuns têm normalmente, sua cápsula pintada de preto a fim de evitar a influencia da luz. Costuma-se operar os foto transistores com base desconectada de modo que incidindo luz sobre a base, aumenta a corrente de saturação icbo, que aparece no coletor multiplicada por (β + 1Ψ. A junção coletor-base atua, então, simplesmente como um foto diodo e a junção emissor-base atua, como amplificadora. Suas curvas características são análogas às de um fotodiodo. Um foto transistor tem, em alguns casos, uma sensibilidade 10.000 vezes maior que a das fotocélulas. Tanto o fotodiodo como o fototransistor são, infelizmente, bastante sensíveis às variações de temperatura; sendo este um dos pontos negativos quando comparados às células. Do conceito de tempo de vida média dos portadores vemos que um semi condutor responde a um degrau de excitação luminosa segunda um função do tipo 1 e t / , o que limita sua resposta em frequência. Em regime continuo de iluminação, a foto corrente apresenta uma componente contínua e uma alternda, que correspondem respectivamente ao valor médio do fluso luminoso incidente e às flutuações desse mesmo valor. Entretanto, se modularmos o sinal luminoso com uma frequência (áudio por exemplo) e gradualmente a elevarmos, haverá um ponto (frequência de corte) em que a sensibilidade cairá abaixo de 3 dB com relação à resposta para flutuações em baixas frequências. Os elementos condutivos apresentam uma frequência de corte relativamente baixa comparada com a dos foto emissivos a vácuo. Por exemplo: um LDR responde até alguns ciclos por segundo, com boa sensibilidade, pois representa um coeficiente de recuperação de 200 K /s a um degrau de iluminação; o fotodiodo e o fototransistor têm, como frequência de corte, 50 K/s e 3 Kc/s e as de vácuo até 100 Kc/s. Automação Industrial – Eletrônica Linear 131 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional CAPITULO 4 CIRCUITO INTEGRADO 4.1 - O CIRCUITO INTEGRADO 555 O 555 é um circuito integrado composto de um Flip-Flop do tipo RS, dois comparadores simples e um transistor de descarga. Projetado para aplicações gerais de temporização, este integrado é de fácil aquisição no mercado especializado de Eletrônica. Ele é tão versátil e possui tantas aplicações que se tornou um padrão industrial, podendo trabalhar em dois modos de operação: monoestável (possui um estado estável) e estável (não possui estado estável). Sua tensão de alimentação situa-se entre 5 e 18v, o que o torna compatível com a família TTL de circuitos integrados e ideal para aplicações em circuitos alimentados por baterias. A saída deste C.I. pode fornecer ou drenar correntes de até 200mA ou 0,2A, podendo assim comandar diretamente relês, lâmpadas e outros tipos de carga relativamente grandes. Nas figuras abaixo são mostrados os pinos e o diagrama simplificado. Geralmente o pino 5, entrada de controle, não é conectado, deixando assim a tensão de controle fixa em 2/3Vcc (de acordo com a fórmula de divisor de tensão: Vcontrole = (R+R)*Vcc/R+R+R = 2R*Vcc/3R = 2/3Vcc). Toda vez que a tensão de limiar (Sensor de nível, pino 6) exceder a tensão de controle (2/3Vcc), a saída do comparador l vai para nível alto, selando o flip-flop RS e saturando o transistor de descarga, devido ao nível alto na saída Q do flip-flop. Automação Industrial – Eletrônica Linear 132 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Lembre-se ! Comparador simples: Se: V1 V2 V0 = Vcc; V1< V2 V0 = Gnd; V1= V2 Vo = 0V. Flip-flop RS: Entradas S (Set) Nível baixo Nível alto Nível baixo Nível alto R (Reset) Nível alto Nível baixo Nível baixo Nível alto Saídas Q /Q (Complementar) Nível baixo Nível alto Nível alto Nível baixo Não mudam de estado Condição não aceita pelo circuito O disparador (trigger) está conectado à entrada inversora do comparador 2 (pino 2). A entrada não-inversora tem uma tensão fixa de 1/3Vcc (Vn-inv = R*Vcc/R+R+R - RVcc/3R = Vcc/3).Toda vez que a tensão do disparador for menor que 1/3 Vcc. a saída do comparador vai a nível alto, resetando o ílip-flop ,cortando o transistor de descarga e deixando a saída /Q (pino 3) em nível alto. O reset (pino 4) habilita o 555 com nível alto e o desabilita com nível baixo. Geralmente na maioria das aplicações, este pino é ligado à Vcc. OPERAÇÃO MONOESTÁVEL (TEMPORIZADOR) As figuras abaixo mostram as configurações do 555 em operação monoestável. Automação Industrial – Eletrônica Linear 133 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Inicialmente, a tensão de disparo é +Vcc. Como o disparador (trigger) está ligado à entrada inversora do comparador 2, um tensão de +Vcc nesta entrada faz com que se tenha nível baixo na saída deste comparador (já que a tensão na entrada inversora, +Vcc, é maior que a tensão na entrada não-inversora, +1/3Vcc). Isto faz com que o flip-flop RS fique no seu estado normal (com nível alto na saída Q e nível baixo na saída /Q), saturando o transistor de descarga e deixando Ct descarregado. Quando a tensão de disparo vai a nível baixo com um pulso invertido, a tensão na entrada não-inversora (+1/3Vcc) é maior que a tensão na entrada inversora (0V), no comparador 2. Isto faz com que a sua saída vá a nível alto, resetando o flip-flop (nível baixo na saída Q e nível alto na saída /Q) e consequentemente cortando o transistor de descarga. Assim Ct se carrega por Rt. A tensão em Ct (tensão de limiar) aumenta até que exceda a tensão de controle (+2/3Vcc). Quando isto ocorre, a saída do comparador 1 vai a nível alto, setando o flip-flop, saturando o transistor de descarga e, por consequência, descarregando Ct. Quanto maior a constante de tempo RC, mais tempo leva para a tensão em Ct chegar a +2/3Vcc (tensão de controle). Isto determina a largura do pulso ou a temporização na saída, que é dada por: T 1,1* Rt * Ct Onde T é dado em segundos, Rt em ohms e Ct em farads. A tensão de controle, geralmente de 2/3Vcc, pode ser desacoplada através de um outro capacitor ligado ao pino 5 e à terra (tipicamente de 0,01μFΨ, para melhorar a imunidade a ruído. Esta tensão também pode ser alterada, através do pino 5, a fím de obter outras tensões diferentes de 2Vcc/3. Alterando os valores de Ct e Rt, o período da temporização pode ser controlado entre cerca de 5ms até aproximadamente l hora. Porém, em uma temporização acima de 5 mim. A confíabilidade fica comprometida, devido aos altos valores de Rt e Ct necessários para esta temporização. O valor mínimo de Rt é limitado pelo transistor de descarga (geralmente 1kμ é o mínimo permitido). Com relação ao valor máximo de Rt, geralmente os fabricantes recomendam um máximo de 20 M , mas acima de 1 M a precisão fica comprometida. Por tanto, em aplicações gerais, o valor de Rt deve ficar entre 1 k e 1 M . Não há limites para o valor de Ct, a não ser o seu custo. Apenas note que, dependendo do valor da capucitância do capacitor clelrolítico e de sua qualidade, ele pode apresentar correntes de fuga que podem distorcer os períodos calculados das temporizações. Note também que para valores muito altos de capacitância, o transistor de descarga levará mais tempo para descarregar Ct. A sua tensão de isolação deve ser maior ou igual a Vcc (quanto mais próximo de Vcc, melhor), já que uma tensão de isolação menor que Vcc causará uma diminuição na vida útil do capacitor. OPERAÇÃO ASTÁVEL (OSCILADOR) As figuras abaixo mostram as configurações do 555 em operação astável. Automação Industrial – Eletrônica Linear 134 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Neste tipo de operação, são colocados os resistores Rt1 e Rt2 em série no lugar do Rt na operação monoestável. Como ponto de partida, vamos supor que inicialmente o flip-flop está reseíado (Q em nível baixo e /Q em nível alto). Assim sendo, o transistor está cortado e Ct está se carregando através da resistência (Rt1 + Rt2). Ct se carrega até que excede a tensão de controle (2/3Vcc), fazendo com que a tensão na entrada não-inversora (pino 6) do comparador l seja maior que a tensão na sua entrada inversora, isso faz com que sua saída vá a nível alto, setando o flip-flop. Com nível alto em Q, o transistor de descarga entra em saturação fazendo com que Ct se descarregue por Rt2. A tensão em Ct diminui até que fique menor que a tensão da entrada não inversora do comparador 2 (1/3Vcc). A saída do comparador 2 vai a nível alto, resetando o flipflop e voltando ao ponto de partida. Esta operação astável se repete indefinidamente. A tensão em Ct varia entre 1/3Vcc e 2/3Vcc, embora possa ser alterada, externamente, atuando-se sobre a tensão de controle (pino 5). A duração do período alto ou tempo de carga é dada por: T1 0,7 * ( Rt1 Rt 2) * Ct E a duração do período baixo ou tempo de descarga é dada por: T1 0,7 * Rt 2 * Ct O período total (T) é: T T1 T 2 0,7 * ( Rt1 2Rt 2) * Ct E a frequência (f) é: f 1 / T 1,45 * ( Rt1 2Rt 2) * Ct Se Rt2 for muito maior que Rtl (Rt2= 100 k e Rt1 = 1 k, por exemploΨ, os períodos altos e baixos serão quase iguais. O valor de Rt1 será desprezível em relação ao valor de Rt2, assim a frequência será de: f 0,73 / Rt * Ct Caso tenha a necessidade um oscilador com durações iguais dos níveis altos e baixos, o circuito deve ser configurado como mostram as figuras abaixo. Automação Industrial – Eletrônica Linear 135 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional O pino 7 (descarga) não é conectado e é colocado um resistor Rt no lugar dos dois resistores Rt1 e Rt2, com o pino 3 (saída) conectado à este resistor Rt. Supondo que inicialmente o flip-flop esteja selado, não existe diferença de potencial em Rt e Ct. Com Ct descarregado, a tensão no disparador (pino 2) é de 0V. Assim, a saída do comparador 2 vai à nível alto, resetando o flip-flop e deixando a saída /Q em nível alto. Neste momento Ct se carrega por Rt, fazendo a tensão de limiar (pino 6) elevar-se, até que atinge a tensão de controle (+2/3Vcc). Quando isso ocorre, a saída do comparador 1 vai a nível alto, setando o flip-flop e fazendo com que a saída /Q vá a nível baixo. Então, Ct se descarrega por Rt, voltando para o estado inicial. Os períodos de nível alto e baixo são iguais porque Ct se carrega por Rt e se descarrega pelo mesmo Rt. O período de carga e de descarga é dado por: Tc arg a Tdesc arg a 0,7 * Ct * Rt Assim, o período total é de: Ttotal 2 * Tc arg a 1,4 * Ct * Rt O CIRCUITO INTEGRADO 556 O 556 consiste em dois temporizadores 555 inseridos em um único integrado de 14 pinos. A pinagem do 556 é dada pela figura abaixo: O funcionamento do 556 é idêntico ao 555. Porém, o 556 só pode fornecer ou drenar 150mA, em comparação ao 200m A do 555. ALGUMAS APLICAÇÕES ÚTEIS Além das funções de oscilador e temporizador vistas acima, aqui vão alguns circuitos que poderão ser de muita ajuda em montagens de projetos mais complexos. Automação Industrial – Eletrônica Linear 136 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Gerador de bips Este circuito consiste em dois 555 em operação astável, sendo que a saída de um (que possui uma frequência relativamente baixa) está conectada ao reset do outro (que possui uma frequência relativamente alta). As figuras acima mostram os diagramas elétricos do circuito utilizando dois 555 e um 556. Abaixo temos o diagrama em bloco simplificado do circuito. Este circuito, pela sua simplicidade, dispensa maiores explicações. Ele é ativado com nível alto (Vcc) no pino de reset do oscilador 1. Observe que foram colocados capacitores de 10uF entre os pinos da tensão de controle e o terra. Isto aumenta a imunidade a ruídos que podem alterar esta tensão de controle para valores diferentes de 2Vcc/3. Note também que foram colocados um capacitor de 10uF e um resistor de 150 em série com o alto-falante de 16 . A função do capacitor em série é de acoplamento, ou seja, bloquear a componente contínua do sinal, deixando passar apenas o sinal alternado. E a função do resistor é a de limitar a corrente no alto-falante, já que a sua impedância é muito baixa. Estejam à vontade para alterar os valores dos resistores e capacitores dos osciladores (nos circuitos acima foram usados resistores de 10 K e capacitor de 10uF, no oscilador 1, e resistores de 1 k e capacitor de 1uF, no oscilador 2), apenas certifique-se de que a frequência do oscilador 2 esteja na faixa de frequência audível do ouvido humano (de 200Hz a 20kHz). Também podem ser colocados potenciômetros ao invés de resistores, caso queira variar as durações dos bips ou a sua frequência. Para obter uma tensão de Vcc de +12v, recomendamos o integrado 7812. Este regulador de tensão fornece uma tensão constante de +12 v na saída, com uma tensão contínua de entrada que pode variar de +13,7 a +35v. Caso queira tornar este circuito compatível com nível Automação Industrial – Eletrônica Linear 137 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional TTL (Vcc= +5v), utilize o regulador 7805 que fornece urna tensão de +5v. Apenas atente para o valor do resistor em série com o alto-falante, que deverá ser menor, já que a tensão diminuiu para 5v. VCO (OSCILADOR CONTROLADO POR TENSÃO) VCO é um circuito que produz um sinal de saída oscilante (geralmente uma onda quadrada ou triangular) cuja frequência é ajustada dentro de uma faixa, controlada pelo nível de urna tensão de entrada. Este tipo de circuito é usado para, entre outras coisas, modulação de sinais. O circuito acima é apenas um oscilador cuja tensão de controle não é mas constante (2Vcc/3), e sim uma tensão de entrada que é uma fração qualquer de Vcc. Variando o potenciômetro, a tensão de controle irá variar e consequentemente a frequência do sinal de saída também. Na prática, não é muito confiável usar o 555 ou 556 para esta aplicação. O 566 é um circuito integrado voltado essencialmente para esta função. Ele gera ondas quadradas e triangulares cuja frequência varia linearmente com o nível da tensão de entrada (de acordo com o resistor e capacitor externos empregados). Mas isto não tira o valor didático deste circuito. MONITORADOR DE FREQUÊNCIA Este circuito dispara o oscilador na ausência de uma frequência de entrada que se queira monitorar. Com sinal na entrada, o transistor satura e o capacitor de InF é constantemente descarregado. Isto garante uma tensão baixa no disparador (pino 2), que faz com que tenha nível alto na saída do comparador 2, resetando o flip-flop. O resultado disto é que o 555 fica impossibilitado de operar como oscilador, mantendo nível alto na saída /Q (pino 3). Na ausência da frequência monitorada, o transistor fica cortado. Isto habilita o capacitor a se carregar e descarregar normalmente na operação astável. Assim, haverá um sinal oscilante na saída. Este circuito pode ser utilizado como watchdog para circuitos com microcontroladores que não possuam este circuito internamente, como 8051. O watchdog é um Automação Industrial – Eletrônica Linear 138 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional circuito que tem a função de não deixar o μC travar, resetando-o caso pare de responder ao watchdog. Operando normalmente, o μC geraria pulsos periódicos para a entrada do watchdog (por meio de instruções que ponha nível alto e baixo em um pino do μC, como por exemplo, no 8051: SETB Px.x e CLR Px.x , onde Px.x é um port de I/O qualquer). Estas instruções devem estar presentes no programa principal e nas sub-rotinas,sendo executadas repetidamente, gerando pulsos em um pino do μC. Se o μC estiver operando normalmente, ele enviará estes pulsos frequentemente para a entrada do watchdog, fazendo com que o íransistor seja continuamente cortado e o capacitor, descarregado. O resultado disso é um nível alto no pino de /Reset ( no caso, 8051 é resetado com nível baixo neste pino). A função do capacitor de 4,7nF é a de impedir que o transistor seja saturado apenas com nível alto no pino do port do μC, e sim com pulsos neste pino. Caso o μC trave por algum motivo, ele não enviará mas os pulsos. Então o watchdog enviará uma série de pulsos ao pino de /Reset do μC, resetando-o. Na maioria das vezes o μC retorna à sua operação normal, a não ser por um problema rnaior, como erro no sofíware ou operações em condições extremas. Maiores informações sobre este recurso podem ser encontrados no texto sobre o μC AVR90S1200. Para finalizar, diversas são as aplicações deste versátil circuito integrado, por isso no que se refere ao 555 podemos dizer que o limite para as suas aplicações é a sua imaginação. Automação Industrial – Eletrônica Linear 139 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional CAPITULO 5 PRATICAS 5.1 - SIRENE ELETRONICA Aqui está uma outra sirene - não fique surpreso se este tornar-se o circuito mais popular dentro deste kit. Este circuito produz um som mais parecido com uma sirene verdadeira de um carro de polícia! Após completar o cabeamento, pressione a tecla, Você ouvirá um tom que gradualmente aumenta. Solte a tecla, e o tom diminuirá até desaparecer por completo. Aqui está algumas mudanças que você pode tentar: Mude o capacitor de 10μF para 100μF ou 470μP. Isto provoca aumento no tempo de atraso para ligar e desligar. Mude o circuito para eliminar o tempo de atraso desconectando-se temporariamente o capacitor de 10μF. Simplesmente desconecte um dos cabos do terminal 113 ou terminal 114. Mude o capacitor de 0.02μF para 0.01μF e então para 0,05μF. Divirta-se! Sequência de cabeamento: 1-29, 2-30, 3-103-109, 4-119,137, 5-47-110, 46-104-90. 114-48-120, 85-138, 86-89-113. 5.2 - LÓGICA DIODO-TRANSISTOR AND COM DISPLAY LED Agora vamos dar um passo para dentro do mundo dos circuitos digitais e aprender alguns conceitos básicos. Primeiramente, um circuito digital é um circuito que atua como uma chave ^ comutar diferentes componentes entre ligado e desligado. Esta seção trabalha com circuitos lógicos a diodo-transistor (DTL - "diode-transistor logic") - circuitos que utilizam díodos e transistores na comunicação entre alimentado ou não. Normalmente não importa o quanto de tensão é aplicada a um circuito digital; o que importa na realidade é se o circuito está alimentado (tensão presente) ou sern alimentação (tensão ausente). Quando o circuito está alimentado, nós descrevemos como nível lógico alto ("high"), ou usamos o número 1 para descrever este estado. Quando o circuito está desalimentado, nós dizemos nível lógico baixo ("low"), ou usamos o número 0. Automação Industrial – Eletrônica Linear 140 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Primeiramente, você irá aprender sobre circuitos AND. O circuito AND produz uma saída quando todas as conexões dos terminais de entrada estão em nível lógico alto (recebendo tensão). Monte o circuito de acordo com a sequência de cabeamento abaixo. Então, conecte os terminais A (126) e B(128) aos terminais 119 e 124 em diferentes combinações para fechar o circuito e aprender como o circuito AND trabalha. Neste circuito, o terminal 124 proporciona nível lógico alto (tensão) e o terminal 119 proporciona nível lógico baixo (sem tensão). O LED mostra H somente quando você conecte os terminais A e B, ou ambos, ao terminal 119 (o terminal com nível baixo), o LED não deve mostrar nada. Ambos os terminais A e B devem estar em nível lógico alto para a saída combinada (o LED) mostrar H ("high" - alto). Quando uma das entradas ou ambas estiverem em nível lógico baixo (isto é, o terminal 126 e/ou o terminal 128 são conectados ao terminal 119), tensão positiva é aplicada a base do transistor PNP através do(s) diodo(s) e o transistor PNP mantém-se desabilitado. Como o transisíor PNP não completa o circuito, nenhuma corrente é fornecida à base do transistor NPN e ele também mantém-se desabilitado. O terminal cátodo comum não é conectado ao negativo da fonte de alimentação e o LED mantém-se apagado. Quando ambas as entradas estão em nível lógico alto, ambos os díodos fornecem tensão negativa à base do transistor PNP, assim ele é habilitado. O transistor NPN também é habilitado, e a corrente pode fluir acendendo o LED. Matemáticos usam o símbolo AB para representar a função AND. No canto inferior direito do esquema você pode ver o símbolo esquemático do circuito AND. Sequência de cabeamento: 22-23-21-18-19-72, 25-47, 81-40-125-127, 41-83, 42-129, 46-84-85, 86-82-48-124, 71-130-119, 121 -122, 126-( 119 "alto" ou 124 "baixo"), 128-( 119 "alto" ou 124 "baixo"). 5. 3 - AMPLIFICADOR DE SOM Este circuito é um poderoso amplificador de dois transistores. Um amplificador usa um pequeno sinal para controlar ou produzir um sinal maior. Este amplificador é similar aos novos modelos de amplificador auxiliar à transistor. O alto-falante atua como um microfone dinâmico. Usando seu multímetro neste amplificador para medir as tensões do circuito, ajudará você a aprender como os transistores trabalham. As tensões medidas ajudarão você a determinar medidas de corrente e a maneira como este circuito trabalha. O alto-falante de seu kit pode transformar a pressão do som em tensões fracas. O transformador aumenta a tensão um tanto. Esta tensão é então aplicada ao transistor NPN através do capacitor de 3.3μP. Automação Industrial – Eletrônica Linear 141 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional A tensão amplificada na saída do transistor NPN é acoplada ao transistor PNP através do capacitor de 0,1μF. É então amplificada pelo PNP, e é acoplada ao fone de ouvido através do capacitor de 100μF. É hora de falarmos sobre o transformador. O transformador é formado por um enrolamento de centenas de voltas. Nós chamamos de bobina. Um transformador tem duas bobinas separadas por uma placa. Quando eletricidade flui através da bobina, ele cria um campo magnético. O inverso também é verdade - se uma bobina é submetida a uma mudança na intensidade do campo magnético, eletricidade flui através dele. Assim, quando eletricidade flui através da primeira (ou primária como nós frequentemente a chamamos) bobina do transformador, o campo magnético criado pela bobina primária faz com a eletricidade flua através da bobina secundária. O número de voltas de cada bobina é diferente, assim a tensão da eletricidade de cada bobina é também diferente. Este estabelecimento de uma carga elétrica, usando um campo magnético é chamada indução. Volte ao projeto 15 (Descarga de Capacitor / Gerador de Alta Tensão) e relembre-se de como uma tensão grande é induzida no lado secundário quando 9V é aplicado ao lado primário do transformador. Sequência de cabeamento: 1-29, 2-30, 3-112, 5-124-48-116-102-78-13-Fone de Ouvido, 93-109-40, 41,94,77,14Fone de Ouvido, 42-72, 91 -100-101 -111 -46, 75-92-99-110-47, 71 -76-115-119, 121 -122. 5.4 - TRANSISTOR CONTROLANDO A COMUTAÇÃO DE DISPLAY LED Agora vamos entrar no campo da eletrônica. As explicações a partir de agora se tornarão um pouco mais difíceis, e mais interessante! Este projeto mostra como controlar o display LED com transistores. Este circuito é muito parecido com o do projeto 20 (Ação do Circuito a Transistor). As únicas diferenças são a posição da chave e o valor do resistor. Este projeto utiliza o circuito de base do transistor NPN como uma chave, para controlar o cátodo do LED. No projeto 20 nós controlávamos o LED pelo lado do ânodo (positivo). Ambos os transistores deste projeto atuam como chaves. O transistor PNP está sempre habilitando, permitindo que corrente flua do coletor para o emissor, porque uma quantidade suficiente de tensão negativa é aplicada a sua base através de um dos resistores de 10k. O transistor NPN é habilitado quando você fecha a tecla, aplicando-se tensão positiva suficiente a sua base, através de um outro resistor de 10k. Assim, a corrente pode fluir do emissor para o coletor somente quando você fecha a tecla. Os seguintes princípios básicos são importantes para você relembrar: Automação Industrial – Eletrônica Linear 142 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Um transistor PNP é habilitado quando tensão negativa é aplicada a sua base; a corrente flui do coletor para o emissor. Um transistor NPN é habilitando quando tensão positiva é aplicada a sua base; a corrente flui do emissor para o coletor. Agora que a corrente pode fluir através do transistor NPN, ele pode trafegar pelo caminho completo desde o lado negativo das baterias, ao transistor NPN, ao terminal cátodo comum do display, aos terminais ânodo b e c do display, ao transistor PNP, ao lado positivo das baterias desta forma o display acende. Acender o LED com ambos os transistores pode não parecer importante agora. Mas para pessoas que projetam complicados circuitos de computadores, é uma maneira útil de controlar circuitos. Sequência de cabeamento: 21-23-41,25-47,40-82, 119-42-137,46-84, 124-48-81,83-138, 121-122. Automação Industrial – Eletrônica Linear 143 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Bibliografia CEPEP. Eletrônica Básica. Fortaleza, [S.d.]. ICEL. Roteiro de Práticas. São Paulo,[S.d.]. SENAI-ES; CST. Eletrônica Básica. Vitória: 2000. Automação Industrial – Eletrônica Linear 144 Hino Nacional Hino do Estado do Ceará Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante. Poesia de Thomaz Lopes Música de Alberto Nepomuceno Terra do sol, do amor, terra da luz! Soa o clarim que tua glória conta! Terra, o teu nome a fama aos céus remonta Em clarão que seduz! Nome que brilha esplêndido luzeiro Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro! Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada,Brasil! Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores." Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - "Paz no futuro e glória no passado." Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! Mudem-se em flor as pedras dos caminhos! Chuvas de prata rolem das estrelas... E despertando, deslumbrada, ao vê-las Ressoa a voz dos ninhos... Há de florar nas rosas e nos cravos Rubros o sangue ardente dos escravos. Seja teu verbo a voz do coração, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte! Ruja teu peito em luta contra a morte, Acordando a amplidão. Peito que deu alívio a quem sofria E foi o sol iluminando o dia! Tua jangada afoita enfune o pano! Vento feliz conduza a vela ousada! Que importa que no seu barco seja um nada Na vastidão do oceano, Se à proa vão heróis e marinheiros E vão no peito corações guerreiros? Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas! Porque esse chão que embebe a água dos rios Há de florar em meses, nos estios E bosques, pelas águas! Selvas e rios, serras e florestas Brotem no solo em rumorosas festas! Abra-se ao vento o teu pendão natal Sobre as revoltas águas dos teus mares! E desfraldado diga aos céus e aos mares A vitória imortal! Que foi de sangue, em guerras leais e francas, E foi na paz da cor das hóstias brancas!