Versão online: http://www.lneg.pt/iedt/unidades/16/paginas/26/30/185 Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial I, 199-203 IX CNG/2º CoGePLiP, Porto 2014 ISSN: 0873-948X; e-ISSN: 1647-581X Magmatismo ediacarano extensional na Província Borborema, NE Brasil: Pluton Serra Branca Ediacaran extensional magmatism in the Borborema Province, NE Brazil: Serra Branca Pluton L. Santos1*, I. P. Guimarães1, A. F. Silva Filho1, D. J. S. Farias1, J. V. Lima1, J. V. Antunes1 Artigo Curto Short Article © 2014 LNEG – Laboratório Nacional de Geologia e Energia IP Resumo: Os granitoides do Pluton Serra Branca (PSB) compreendem biotita sieno a monzogranitos leucocráticos, contendo localmente enclaves de granitos porfiríticos e dioritos. U-Pb em zircão por SHRIMP definiu uma idade de cristalização de 560 ± 5 Ma para o PSB. As temperaturas de saturação em zircão variam entre 783°C-843°C. Os granitoides estudados são granitos tipo-A, ricos em SiO2 (>70%) e K2O, com razões K2O/Na2O>1, levemente peraluminosos, e se cristalizaram sob condições intermediárias de fO2. Os padrões ETR são fracionados e mostram profundas anomalias de Eu. Os padrões spidergrams são caracterizados por depressões em Nb, Ta, Sr, P e Ti. Os dados geoquímicos sugerem fracionamento de biotita, apatita e zircão, e não fracionamento de plagioclásio e K-feldspatos. As anomalias negativas de Eu observadas nos padrões de ETR sugerem plagioclásio residual na fonte. Correlação entre elementos maiores projetam os granitoides do PSB no campo de interseção entre fundidos derivados de metagrauvacas e anfibolitos, envolvendo processos de mistura e/ou fracionamento de cristais. Os valores de εNd(560 Ma) são fortemente negativos (-21,06 a -21,78) e as idades modelo TDM variam de 2,35 a 2,49 Ga. Estas assinaturas geoquímicas e isotópicas sugerem que os granitoides do PSB foram originados pela mistura de magmas, gerados pela fusão parcial de crosta paleoproterozoica ou arqueana e pequena fração de material Neoproterozoico. Os granitoides do PSB, Ediacaranos tardios, são registros iniciais do magmatismo granítico tipo-A no Domínio Central da Província Borborema, marcando os estágios finais da Orogênese Brasiliana. Palavras-chave: Granitoides tipo-A, Ediacarano, Província Borborema. Abstract: The granitoids from the Serra Branca Pluton (PSB) comprises biotite sieno to monzogranites leucocratic, locally including enclaves of porphyritic granites and diorites. U-Pb zircon SHRIMP data defined a crystallization age of 560 ± 5 Ma for the PSB granitoids. Temperature of the magma based on zircon saturation ranging within the 783°C-843°C interval. The studied granitoids are A-type, SiO2 (>70%) - and K2O - rich with K2O/Na2O ratios >1, slightly peraluminous and crystallized under intermediate fO2 conditions. The REE patterns are fractionated and show deep Eu negative anomalies. The spidergrams patterns are characterized by trough at Nb, Ta, Sr, P and Ti. The geochemical data suggest that the magma evolution evolved biotite, apatite and zircon fractionation, and feldspar was not fractionated. The negative Eu anomalies suggest residual plagioclase in the source. In major elements correlations diagrams, the studied granitoids plot in the limit between the fields of melts generated by melting of metagreywackers and amphibolite, involving mixing processes and/or crystal fractionation. The εNd(560 Ma) values are very low (-21.06 a -21.78) and the TDM model ages ranging from 2.35 to 2.49 Ga. The geochemical and isotopic signatures suggest that the PSB granitoids were generated by partial melting of Paleoproterozoic to Archean lower crust and small fraction of Neoproterozoic component, The PSB granitoids, later Ediacaran, mark the beginning of the A-type magmatism and the last stages of Brasiliano (=Pan-African) Orogeny the in the Central domain of the Borborema Province. Keywords: A-type granitoids, Ediacaran, Borborema Province. 1 Departamento de Geologia, Universidade Federal de Pernambuco, Rua Acadêmico Helio Ramos S/N Cidade Universitária, Recife, Pernambuco, CEP 50740-530, Brasil. * Autor correspondente / Corresponding author: [email protected] 1. Introdução O Pluton Serra Branca (PSB) intrude ortognaisses e migmatitos paleoproterozoicos a arqueanos, e rochas supracrustais de idade neoproterozoica do Domínio Estrutural Central ou Domínio da Zona Transversa da Província Borborema (PB), NE do Brasil (Fig. 1). Em uma reconstrução “pre-drift”, a PB é adjacente a cinturões Pan-africanos e terrenos cratônicos no oeste da África (Caby, 1989; Toteu et al., 2001; Castaing et al., 1993; Trompette, 1997; Brito Neves et al., 2002; Neves, 2003). A estruturação atual da PB é atribuída principalmente à orogênese Brasiliana, a qual é marcada por uma rede de zonas de cisalhamentos de caráter transcorrente, com direção dominantemente NE-SW e EW. Intenso magmatismo granítico marca a orogênese Brasiliana (=Pan-Africana) na PB. Guimarães et al. (2004) identificaram no Domínio Central (DC), 04 tipos de granitos sendo o PSB incluído no Grupo 3 ou grupo dos granitos alcalinos pós-colisionais com idades U-Pb em zircão em torno de 570 Ma, os quais marcariam o final da orogênese Brasiliana. Neste trabalho, apresentamos e discutimos dados geoquímicos e isotópicos para os granitoides do PSB. 2. Aspectos geológicos e petrográficos Os granitoides do PSB constituem uma intrusão, ~300 km2, em terminações extensionais de zonas de cisalhamento NE-SW transcorrentes com cinemática 200 sinistral, ramificações da zona de cisalhamento Coxixola (ZCC), com cinemática destral e direção EW. Foram intrudidos como sheets e pequenos plutons de biotita sieno a monzogranitos leucocráticos, equigranulares, finos a médios, contendo localmente enclaves de granitos porfiríticos e dioritos, e xenólitos miloníticos. Os granitoides do PSB exibem frequentes estruturas de fluxo magmáticas tanto interiores quanto periféricas, como às descritas por Tian & Shan (2011) em diques félsicos. Estruturas como foliação, lineação, dobras e bandamento ocorrem comumente, sugerindo cisalhamento e canalização do magma durante o fluxo magmático. A foliação magmática tem direção ENE a E. Estas direções de paralelismo das tramas magmáticas com as transcorrências e os demais dados verificados indicam que o transporte e alojamento, Hutton (1988), L. Santos et al. / Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial I, 199-203 dos granitóides do PSB foram controlados pelo movimento sincrônico das zonas de cisalhamento sinistrais e destrais. A biotita é a fase máfica principal (5-15%), algumas biotitas avermelhadas substituem quase totalmente anfibólio. Quartzo (35-45%) xenomórfico; K-feldspato (25-30%) como microclina e pertitas, com inclusões de biotita, apatita, allanita, zircão e opacos (textura poiquilítica - feição compatível com mistura de magma, refletindo interação entre magmas granítico e diorítico); plagioclásio (15-25%) hipidiomórfico, alguns destes apresentam exsolução de K-feldspato. As fases acessórias são apatita, allanita, zircão, estas fases mostram zoneamentos, e Fe-ilmenita com Mn (Mn identificado qualitativamente por microssonda eletrônica), titanomagnetita, e titanohematita. Fig. 1. Mapa geológico simplificado do Pluton Serra Branca e localização da área de estudo no encarte tectônico proposto por Medeiros (2004). Fig. 1. Simplified geological map of the Serra Branca pluton and location of the study area in tectonic booklet proposed by Medeiros (2004). 3. Geoquímica Elementos maiores, traços e Terras Raras foram determinados de 11 amostras representativas dos granitoides do PSB. Os granitoides do PSB são ricos em SiO2 (>70%) e K2O, com razões K2O/Na2O>1, levemente peraluminosos com razões ACNK [A/CNK= razão molar de Al2O3/(CaO+K2O+Na2O)] variando de 1,01-1,08. No diagrama AFM, os granitoides estudados mostram um trend paralelo ao lado AF deste diagrama, refletindo rochas altamente evoluídas. No diagrama FeOt/(FeOt+MgO) vs. SiO2 com campos de Frost et al. (2001), os granitoides estudados caem no campo de granitoides da serie ferrosa. Os padrões ETR, normalizados em relação aos valores do condrito, são fracionados e mostram profundas anomalias de Eu (Fig. 2). Os padrões Spidergrams são caracterizados por depressões em Nb, Ta, Sr, P e Ti (Fig. 3), semelhante aos padrões de granitos tipo-A. Nos diagramas tipo Harker estes Magmatismo Ediacarano extensional granitoides mostram trends negativos para K2O, TiO2, P2O5 e Fe2O3, sendo levemente negativos para CaO e MgO e positivos para Na2O, Al2O3 e Rb. Trends horizontalizados foram observados para Ba e Sr. Os trends observados sugerem fracionamento de biotita e apatita, e não fracionamento de plagioclásio e K-feldspatos. O fracionamento conjunto de plagioclásio, K-feldspatos e biotita levaria a trends negativos para Al2O3, Na2O, Ba e Sr. As anomalias negativas de Eu observadas nos padrões de ETR, sugerem plagioclásio residual na fonte. Nos vs. diagramas (Na2O+K2O+Fe2O3+MgO+TiO2) (Na2O+K2O)/(Fe2O3+MgO+TiO2); vs. (Al2O3+Fe2O3+MgO+TiO2) Al2O3/(Fe2O3+MgO+TiO2); (CaO+Fe2O3+MgO+TiO2) vs. CaO/(Fe2O3+MgO+TiO2), os granitoides do PSB se projetam segundo trends negativos no campo dos fundidos derivados de grauvacas metamorfizadas, envolvendo processos de mistura e/ou fracionamento de cristais. No vs. diagrama (Al2O3+Fe2O3+MgO+TiO2) Al2O3/(Fe2O3+MgO+TiO2), os granitoides do PSB caem no campo de interseção entre fundidos derivados de metagrauvacas e anfibolitos, definindo um trend negativo que se sobrepõe a curva de reação experimental de baixa pressão (BP) calculada por Patiño Douce (1999). Os granitoides do PSB nos diagramas discriminantes de Whalen et al. (1987) são classificados como granitos tipo-A (Fig. 4). Entretanto, em alguns desses diagramas três amostras do PSB se afastam sutilmente do campo de granitos tipo-A, provavelmente devido ao fracionamento de Y e Zr em algumas fases minerais (apatita e zircão). Nos diagramas triangulares (Y-Nb-Ce, Y-Nb-Ga, Y-NbZr) de Eby (1992), que subdivide os granitos com uma geoquímica tipo-A de acordo com o ambiente tectônico. Os granitoides estudados caem no campo do subtipo A1, tangenciando o limite dos campos A1 e A2. As razões Ga/Al e Eu/Eu classificam os granitoides estudados como tipo-A peraluminoso segundo King et al. (1997). 201 Fig. 3. Padrões spidergrams para os granitoides estudados normalizados em relação aos valores do condrito, Thompson (1982). Fig. 3. Spidergrams patterns for normalized studied granitoides to the values suggested by Thompson (1982). Fig. 4. Granitoides estudados projetados nos diagramas discriminantes tectônicos propostos por Whalen et al. (1987). OGT= campo para granitoides tipo I-, S- e M- não fracionados; FG = campo para granitoides tipo I-, S- e M- fracionados; Tipo-A = campo para granitoides tipo A. Fig. 4. Studied granitoids plotted in the discriminant diagrams proposed by Whalen et al. (1987). OGT = field to I-, S-and M- non-fractionated granitoids; FG = field to I, S- and M- fractionated granitoids and A-type = field to A-type granitoids. 4. Geocronologia e geoquímica isotópica Fig. 2. Padrões de ETR normalizados em relação aos valores do condrito para os granitoides do Pluton Serra Branca. Fig. 2. REE patterns normalized to chondrite values for granitoids of Serra Branca pluton. Uma amostra (SB-03) do PSB foi datada utilizando U-Pb por SHRIMP no Laboratório de Geocronologia da Research School of Earth Sciences da Australian National University. Foram datados 18 spots em diferentes cristais de zircão. A maioria dos pontos analisados se projetam 202 próximos à curva concórdia, sendo observado apenas um grão mais antigo, mostrando idade 206Pb/238U Paleoproterozóica. Cinco análises definiram uma idade Concórdia de 560 ± 5 Ma (Fig. 5) a qual foi interpretada como a idade de cristalização dos granitoides do PSB Dados isotópicos Rb-Sr e Sm-Nd para duas amostras do PSB (SB-03 e SB-05) mostram valores de εNd(560 Ma) fortemente negativos (-21,06 a -21,78) e idades modelo TDM variando de 2,35 a 2,49 Ga. Os valores de εSr(560 Ma) (111,70 a 154,93) e εNd(560 Ma) (-21,06 a -21,78) caem no quadrante IV do diagrama de correlação εNd vs. εSr (Harmon et al., 1984), próximos à composição isotópica da crosta inferior (Fig. 6). Fig. 5. Diagrama Concordia U-Pb para os granitoides do Pluton Serra Branca. Fig. 5. U-Pb Concordia diagram for the granitoids of Serra Branca pluton. L. Santos et al. / Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial I, 199-203 5. Considerações petrogenéticas O PSB é caracterizado por diversos pulsos de magmas canalizados. Estes granitoides foram diferenciados entre si pelos padrões geoquímicos. Os granitoides do PSB foram cristalizados sob condições variáveis de fO2 (baixa a intermediária), caracterizadas pela presença de ilmenita, titanomagnetita e titanohematita. As temperaturas estimadas do liquidus, utilizando saturação em zircão, variam entre 783°C-843°C. No diagrama de variação La vs. La/Yb, os granitoides do PSB mostram que o principal processo envolvido na evolução do magma que os gerou foi fusão parcial. Cristalização fracionada parece ter ocorrido, mas foi um processo subordinado. As depressões em Nb nos padrões spidergrams são características de crosta continental e podem ser bom indicador de envolvimento de material crustal nos processos magmáticos assim como os LILE. Os diagramas experimentais de Patiño Douce (1999) sugerem que os granitoides do PSB foram derivados de fusão parcial de uma crosta inferior máfica. Os granitoides do PSB apresentam assinaturas geoquímicas similares aos granitoides extensionais estudados por Erkül & Erkül (2012). Estes autores observaram que magmas geradores de granitoides extensionais podem ter componentes mantélicos, sendo improvável que estes magmas sejam derivados diretamente de fusão parcial do manto astenosférico. Entretanto, magmas gerados em manto astenosférico podem contribuir como uma fonte de calor para geração de magmas crustais extensionais. Os granitoides do PSB mostram valores de εNd intermediários entre os observados nos migmatitos e nos gnaisses de 2,0 Ga da Faixa de dobramentos PajeúParaíba, Van Schmus et al. (1995), sugerindo uma contribuição crustal, possivelmente envolvendo uma fonte crustal Arqueana e uma Transamazônica (2,2-1,9 Ga). Se houve geração simultânea de magmas gerados por fusão de manto astenosférico, este não foi um componente importante na fonte dos granitoides do PSB, devido aos valores muito baixos de épsilon de Nd observados nestes granitoides. 6. Conclusões Fig. 6. Diagrama de correlação εNd vs. εSr para os granitoides do Pluton Serra Branca. Campos LC (crosta inferior), UC (crosta superior) e CG (granitoides Caledonianos - com maior componente derivado de anfibolito da crosta inferior) de Harmon et al. (1984). Fig. 6. εNd versus εSr correlation diagram for the granitoids of Serra Branca pluton. LC (lower crust), UC (upper crust) and CG (Caledonian granitoids - contain major component derived from amphibolite lower crust) fields from Harmon et al. (1984). As análises geocronológicas e geoquímicas dos granitoides do PSB sugerem magmatismo extensional (tipo-A) no Dominio Central da Província Borborema durante o Ediacarano tardio. Estes granitoides são tipo-A oxidados, pois contêm titanomagnetita e titanohematita, originados por interações de magmas gerados por fusão crustal. Entretanto, as assinaturas de granitos tipo-A1 observadas em algumas amostras analisadas sugerem que em parte houve contribuição de magmas gerados de fontes semelhantes à OIB. A presença de enclaves dioríticos sugere contribuição ainda que restrita, de componente mantélico, na fonte destes granitoides. A idade do PSB não permite sua classificação como anorogênico, pois as fases finais da Orogênese Brasiliana têm sido datadas no final do Ediacarano (~550 Ma). Magmatismo Ediacarano extensional Agradecimentos Ao CNPq pelo auxílio financeiro para os trabalhos de campo e de laboratório, Projeto Universal Edital MCT/CNPq 14/2013 (Processo No. 473294/2011-7), coordenado pela Profª. Drª. Ignez de Pinho Guimarães. Ao DGEO-UFPE. Referências Brito Neves, B.B., Van Schmus, W.R., Fetter, A., 2002. Northwestern Africa-North-eastern Brazil. Major tectonic links and correlation problems. Journal of African Earth Sciences, 34, 275-278. Caby, R., 1989. The Precambriam terranes of Benin-Nigeria and Northeast Brazil and the late Proterozoic south Atlantic fit. In: R.D. Dallmeyer, (Ed.). Terranes in the Circum-Atlantic Paleozoic Orogens. Geological Society of America Special Papers, 230, 145-158. Castaing, C., Triboulet, C., Feybesse, J.L., Chèvremont, P., 1993. Tectonometamorphic evolution of Ghana, Togo and Benin in the light of the Pan-African/Brasiliano Orogeny. Tectonophysics, 218, 323-342. Eby, G.N., 1992. Chemical subdivision of the A-type granitoids: petrogenetic and tectonic implications. Geology, 20, 64-644. Erkül, S.T., Erkül, F., 2012. Magma interaction processes in synextensional granitoids: The Tertiary Menderes Metamorphic Core Complex, western Turkey. Lithos, 142, 16-33. Frost, B.R., Barnes, C., Collins, W., Arculus, R., Ellis D., Frost, C., 2001. A chemical classification for granitic rocks. Journal of Petrology, 42, 2033-2048. Guimarães, I.P., da Silva Filho, A.F., Almeida, C.N., Van Schmus, W.R., Araujo, J.M.M., Melo, S.C., Melo, E.B., 2004. Brasiliano (Pan-African) granitic magmatism in the Pajeú-Paraíba belt, northeast Brazil: an isotopic and geochronological approach. Precambrian Research, 135, 23-53. Harmon, R.S., Halliday, A.N., Clayburn, J.A.P., Stephens, W.E., 1984. Chemical and isotopic systematics of the Caledonian intrusions of Scotland and northern England: a guide to magma source region and magma-crust interaction. In: F.R.S. Moorbath, R.N. Thompson, F.R.S. Oxburgh, (Eds). The relative 203 contributions of mantle, oceanic crust and continental crust to magma genesis. Philosophical Transactions of the Royal Society of London, Special Publications, 310, 709-742. Hutton, D.H.W., 1988. Igneous emplacement in a shear-zone termination: The biotite granite at Strontian, Scotland. Geological Society of America Bulletin, 100(9), 1392-1399. King, P.L., White, A.J.R., Chapell, B.W., Allen, C.M., 1997. Characterization and origin of aluminous A-type granites from the Lachlan Fold Belt, southeastern Australia. Journal of Petrology, 38, 371-391. Medeiros, V.C., 2004. Evolução Geodinâmica e Condicionamento Estrutural dos Terrenos Piancó-Alto Brígida e Alto Pajeú, Domínio da Zona Transversal, NE do Brasil. Natal. Tese. PPGG/UFRN, 200 p. Neves, S.P., 2003. Proterozoic history of the Borborema province (NE Brazil): correlations with neighboring cratons and PanAfrican belts and implications for the evolution of western Gondwana. Tectonics, 22(4), 1-14. Patiño Douce, A.E., 1999. What do experiments tell us about the relative contributions of crust and mantle to the origin of granitic magmas? Geological Society, London, Special Publications, 168, 55-75. Thompson, R.N., 1982. Magmatism of the Bristish Terciary volcanic Province. Scottish Journal of Petrology, 18, 50-107. Tian, Y., Shan, Y., 2011. The diversity of flow structures in felsic dykes. Journal of the Geological Society, 168, 1001-1011. Toteu, S.F., Van Schmus, W.R., Penaye, J., Michard, A., 2001. New U-Pb and Sm-Nd data from north-central Cameroon and its bearing on pre-Pan African history of central Africa. Precambrian Research, 108, 45-73. Trompette, R., 1997. Geology of Western Gondwana (200-500 Ma) Pan-African Aggregation of South America and Africa. Bakelma, Rotterdam/Broofield, 350 p. Van Schmus, W.R., Brito Neves, B.B, Harckspacher, P., Babinsky, M., 1995. U/BP and Sm/Nd geochronologic studies of the eastern Borborema province, northeastern Brazil: initial conclusions. Journal of South American Earth Sciences, 8, 267-288. Whalen, J.B., Currie, K.L., Chappell, B.W., 1987. A-types granites: geochemical characteristics, discrimination and petrogenesis. Contributions to Mineralogy and Petrology, 95, 407-419.