II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 24 de maio de 2014 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE EMBALAGENS PLÁSTICAS UTILIZADAS PARA O ACONDICIONAMENTO DE FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS SILVA, Andrea G.(1), OLIVEIRA, Andrea C.(2), FARIA, Luciane G.(2), FERRARINI, Marcio (2) (1) Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP. (2) Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP. e-mail: [email protected] Palavras-chave: RECIPIENTES EM POLIPROPILENO. ESTANQUEIDADE. RECIPIENTES PARA LÍQUIDOS. INTRODUÇÃO De acordo com Ansel (2000), durante os estágios inicias do uso clínico dos medicamentos, como as fases 1, 2 e 3 é preciso demonstrar que as embalagens de acondicionamentos e seus sistemas de fechamento sejam efetivas e proporcionem estabilidade adequada ao fármaco a que se destina. Recipiente perfeitamente fechado é aquele que protege seu conteúdo de perdas e de contaminação por sólidos, líquidos e vapores estranhos, eflorescência, deliqüescência ou evaporação nas condições usuais de manipulação, distribuição, armazenagem e transporte (ANVISA). Esse tipo de recipiente deve ser projetado de forma a permitir sua repetida abertura e fechamento, sem prejuízo da estanqueidade (ANSEL, 2000). A Farmacopéia Brasileira descreve o teste de estanqueidade, baseado na medida da perda da massa de líquido, em recipientes armazenados a temperatura de 25'C e umidade relativa de 50%. OBJETIVO Avaliar a qualidade de embalagens plásticas para formas farmacêuticas líquidas, utilizadas pela Farmácia Escola do Centro Universitário São Camilo, de acordos com os padrões estabelecidos pela Farmacopéia Brasileira 5a. Ed. METODOLOGIA A metodologia do presente teste segue as especificações contidas na Farmacopéia Brasileira, 5⁰ Edição, Volume1. Para cada volume de embalagens usualmente utilizadas, 30 e 60 mL,foram selecionados, ao acaso, 10 recipientes novos. Cada recipiente foi montado com sua tampa, numerados e sua tara registrada, utilizando balança analítica (Marte, AY220), em seguida foram cheios com água purificada, fechados com gotejador (quando disponível) e tampa e mantidos à temperatura de 25°C ± 2ºC e umidade relativa de 50 ± 2%. Após 168 h ± 1 h (7 dias), registrou-se o peso dos recipientes, individualmente (W7) e estes foram mantidos, nas mesmas condições , por outras 168 h ± 1 h. finalizado este segundo período, registrou-se a massa de cada recipiente e a taxa de penetração de vapor de água foi calculada, em porcentagem de perda de peso de água, por meio da fórmula: Realização II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 24 de maio de 2014 Porcentagem anual = (W7 - W14) 365 x 100 Onde: W7 é o peso (mg) do recipiente aos 7 dias (W7-WT) x 7 W14 é o peso (mg) do recipiente aos 14 dias 7 é o tempo de teste em dias Os recipientes assim testados cumprem os requisitos e são considerados como recipientes firmemente vedados se a porcentagem de perda de peso de água não exceder 2,5% ao ano em 9 das 10 amostras testadas e, não exceder a 5,0% em nenhum deles. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores de tara, massa aos 7 dias e massa aos 14 dias estão expressos nas tabelas 1 (para embalagens de 30 mL) e 2 (para embalagens de 60 mL). Tabela 1: massas para as embalagens de 30mL, com a porcentagem de perda de peso de água anual. Realização Porcentagem de perda de peso de água (%) Tara do recipiente (g) Massa aos 7 dias (g) Massa aos 14 dias (g) 4,8940 38,2095 38,1648 7,00 4,9351 37,5130 37,3225 30,50 4,9835 37,2590 37,1400 19,22 4,9070 37,6362 37,5932 6,85 4,9900 37,7811 37,7546 4,21 5,1797 37,4120 37,1709 39,00 5,0481 36,9615 36,8178 23,48 4,8911 37,3685 37,0756 47,02 5,1494 37,3345 37,2841 8,16 5,4730 36,8781 36,7983 13,25 II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 24 de maio de 2014 Tabela 2: massas para as embalagens de 60mL, com a porcentagem de perda de peso de água anual. Porcentagem de Tara do Massa aos 7 Massa aos perda de peso recipiente (g) dias (g) 14 dias (g) de água (%) 8,4458 70,7645 70,7595 0,42 7,8213 71,1055 71,0978 0,7 8,3499 70,7727 70,7458 2,25 8,4467 70,8423 70,8139 2,38 7,7371 71,174 71,1737 0,03 8,3365 70,9614 70,9613 0,01 8,3267 70,8283 70,8280 0,03 7,8867 71,2206 71,1965 1,99 8,2158 70,7415 70,7405 0,09 8,2699 70,8321 70,8314 0,06 As embalagens têm como função a proteção do fármaco, garantindo sua estabilidade e também evitando a perda de conteúdo para o meio ambiente durante transporte, uso e armazenamento. Os testes realizados com os recipientes para líquidos em condições de uso servem para demonstrar experimentalmente se a embalagem é ou não firmemente vedada e capaz de evitar a perda de líquidos durante o uso e armazenamento do medicamento. Pode-se observar na Tabela 1, que as 10 embalagens pequenas testadas estão completamente fora do padrão de especificações contidas na Farmacopéia, que seria no máximo 1 embalagem acima de 2,5% e nenhuma acima de 5% (porcentagem de perda de peso de água). Estas embalagens foram testadas sem o gotejador, uma vez que este não foi fornecido pelo fabricante, isto pode explicar os resultados obtidos. Os valores obtidos permitem evidenciar a importância do uso correto do sistema de fechamento da embalagem, de modo a garantir a qualidade do produto contido nesta. Para as embalagens de 60mL, que possuem vedação no gotejador, os resultados do teste estão dentro das especificações e nenhum valor excedente, como pode ser verificado na Tabela 2, demonstrando que essas embalagens são adequadamente vedadas e podem ser usadas para acondicionar substâncias líquidas sem perda considerável do seu conteúdo. CONCLUSÕES Conclui-se que as embalagens de 60mL estão dentro das especificações e podem ser consideradas firmemente vedadas, com perda de massa da água abaixo dos valores máximos, podendo ser utilizadas para acondicionar e conservar os produtos líquidos adquiridos ou manipulados na Farmácia Escola do Centro Universitário São Camilo (FESC). Para as embalagens de 30mL, um novo teste deverá ser realizado, desta vez utilizando o sistema de fechamento completo da embalagem (gotejador + tampa). Enquanto esse teste não for realizado, estas não poderão ser utilizadas. Realização II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 24 de maio de 2014 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANSEL, Howard C.; POPOVICH, Nicolas G.; ALLEN, Loyd V. Farmacotécnica – Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos. 6⁰ Ed. São Paulo: Editoria Premier, 2000, p. 150,151,152 Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Material de acondicionamento e embalagem. Disponível em: <http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B23764-1-0%5D.PDF>. Acesso em 01 de Abril de 2014 Farmacopéia Brasileira, 5⁰ Edicão, Volume 1. Procedimento para Testes de Recipientes de Doses Múltiplas em Condições de Uso, 2010. p. 300 Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/hotsite/cd_farmacopeia/pdf/Volume%201.pdf>. Acesso em 25 de Março de 2014 Realização