Uma instituição que vai mostrar como o Brasil se tornou o país do futebol O futebol representa uma conquista que, passo a passo, foi feita pelo povo brasileiro. Ela faz parte de uma história presente no coração de todos e que está nos estádios e nas ruas, várzeas ou terrenos baldios, sendo contada e renovada todos os dias. E para celebrar o esporte que é paixão nacional, será inaugurado no dia 22 de setembro de 2008 o Museu do Futebol. O projeto ocupa uma área de 6.900m2 embaixo das arquibancadas de um dos mais bonitos estádios brasileiros, o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho – mais conhecido como Pacaembu. Orçado em R$ 32,5 milhões, o Museu é uma realização da Prefeitura de São Paulo – por meio da Secretaria Municipal de Esportes e da São Paulo Turismo – e da Fundação Roberto Marinho em parceria com Banco Real, Telefônica, Ambev, Visa e Rede Globo. O projeto também conta com o apoio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. Visitar o Museu do Futebol é visitar a história brasileira no século XX e perceber como nossos usos, costumes, comportamentos e práticas – entre eles, o futebol – ilustram esta narrativa. Este passeio será feito de forma lúdica, voltada a todos os públicos, por meio de experiências em torno de ciências e números que o futebol exibe, assim como divertidos jogos interativos. Os ídolos do futebol que o Brasil foi capaz de criar representam tanto a nossa cultura quanto os ícones das artes plásticas, da literatura, do teatro, da música. E o Museu do Futebol chega para consagrar, definitivamente, o futebol como cultura viva, inventiva e apaixonante. Em sua curadoria, o Museu tem o jornalista Leonel Kaz, editor do livro Brasil – Um século de futebol, arte e magia (Aprazível Edições). A expografia está a cargo da dupla Daniela Thomas e Felipe Tassara. A parceria entre a diretora de cinema e cenógrafa e o arquiteto e museólogo propiciou importantes projetos, como as exposições Picasso e Guerreiros de Xian, ambas na Oca (São Paulo). Já o projeto de adaptação interna do estádio é de responsabilidade do arquiteto Mauro Munhoz. A direção de arte multimídia e o projeto visual do Museu estão sob a responsabilidade do designer Jair de Souza. O time conta, ainda, com uma equipe de consultores liderada pelo jornalista João Máximo e que inclui Marcelo Duarte, Celso Unzelte, Marcos Duarte e Aníbal Massaini, entre outros. A ARQUITETURA O Museu do Futebol preserva em suas linhas originais um imponente patrimônio público e revela a arquitetura do Pacaembu. A escolha do estádio é alinhada do ponto de vista arquitetônico e urbanístico porque preserva, recupera e dá novo uso a um edifício já existente. Articulando o Museu com a Praça Charles Miller, o arquiteto propõe a sua localização no edifício frontal do estádio, projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo, na década de 1930. O térreo representa o espaço de transição entre o interior do Museu e o exterior da praça. Aí estão o auditório, um café-restaurante e a loja do Museu. Assim, visitantes e freqüentadores da praça podem permanecer no local e usufruir dele. 1 Durante as obras, lajes foram retiradas para criar um pé-direito triplo na entrada (o hall de acolhimento, chamado de Sala do Torcedor), permitindo ao torcedorvisitante uma melhor compreensão do espaço e de sua arquitetura. Cada sala deixa aparente a estrutura de concreto do teto (o ziguezague de escadaria). Uma passarela de vidro, no segundo andar, oferece a vista da praça, assim como em meio ao percurso é possível ver o estádio com suas arquibancadas e gramado. As obras no Pacaembu estão em andamento e tem conclusão prevista para agosto de 2008. Trata-se de uma parceria rara, que conseguiu, desde a concepção inicial, a interação entre as três áreas do saber que constituem um museu: o conteúdo, a museografia e a arquitetura. Esse formato de trabalho parte da experiência que deu origem ao Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, concebido e realizado pela Fundação Roberto Marinho. A MUSEOGRAFIA A proposta de Daniela Thomas e Felipe Tassara é transformar o Museu do Futebol em um espaço contínuo, que se desconstrói na medida em que cada sala é perpassada. Para tanto, o Museu é composto por estruturas semelhantes ao mobiliário urbano e a obras públicas. “Trouxemos para as paredes do Pacaembu a idéia de passageiro e precário das ruas. Assim, o projeto aproveita a ‘precariedade’ arquitetônica do prédio”, explica Daniela Thomas. As paredes, no Museu, são feitas de materiais brutos como ferro, metais, aços, madeiras – como as que sustentam a estrutura de um edifício em construção e depois são descartadas. Aqui, contudo, elas dão sentido ao conteúdo das salas e existem para fixar as realidades vividas durante o século do futebol no Brasil. Logo na entrada, um auditório com 180 lugares está preparado para receber grupos escolares, ou mesmo acomodar eventos e mostras de filmes. O projeto do Museu do Futebol também respeita e aplica as normas de acessibilidade para garantir a visita de todos. Em paralelo às obras de criação do Museu, as fachadas do estádio estão sendo restauradas e receberão nova iluminação. O PERCURSO DO TORCEDOR-VISITANTE O Museu do Futebol foi concebido como uma seqüência de experiências lúdicas, que relacionam o esporte e a vida brasileira no século XX. Um verdadeiro “parque temático” em torno da paixão que o futebol desperta no povo brasileiro. Nos três andares que ocupa do Pacaembu, o Museu do Futebol constrói uma narrativa específica para o visitante. Os pilares em que se formula seu projeto – arquitetura, conteúdo e museografia – foram integrados para transmitir ao público três conceitos que norteiam a visita: emoção, história e diversão. Esses conceitos agrupam várias salas do Museu, e, ao mesmo tempo, se misturam nos mesmos espaços. O percurso começa no saguão de entrada, batizado como Sala do Torcedor: EMOÇÃO Sala do Torcedor: um grande hall de entrada, uma “sala de visitas” que vai reunir objetos utilizados pelos torcedores. Aqui está a primeira instalação artística do Museu, onde símbolos dos sonhos e da angústia da cada torcedor como chaveiros, cinzeiros, flâmulas, broches e bandeiras vão representar o entusiasmo das torcidas. 2 Pé na Bola: durante o percurso, o torcedor-visitante é convidado a entrar em uma sala onde imagens mostram a evolução da bola. Os primeiros chutes dados nos campinhos de várzea, em bolas improvisadas, feitas com barbante, meias, plástico ou couro. Crianças brincam descalças e descobrem a magia do futebol. Sala dos Anjos Barrocos: Na entrada, é possível ouvir o som de tambores e, logo depois, grandes painéis exibem imagens de jogadores em tamanho natural. Pelé, Falcão, Zico, Bebeto, Didi, Romário, Ronaldo, Gilmar, Gérson, Sócrates, Rivelino, entre outros. À medida que o visitante caminha, as figuras vão surgindo diante de seus olhos e dão a ilusão de movimento em pleno ar. Sala dos Gols: No centro da sala, o torcedor-visitante vai encontrar uma grande estrutura cênica de forma elíptica. Separadas por baias, telas exibem imagens de gols memoráveis, narrados por personalidades. Zagalo, Armando Nogueira, Soninha Francine, Fernando Calazans, Sérgio Noronha, Galvão Bueno, Juca Kfouri, Arnaldo César Coelho, Daniel Piza, João Gordo, Marcelo Tas, Ruy Castro, entre outros, elegeram os seus gols favoritos e os narraram como se estivessem emocionados pela paixão do momento. Sala dos Rádios: um grande dial cenográfico vai permitir ao torcedor-visitante sintonizar nas transmissões originais de diversos gols narrados por Ary Barroso, Fiori Gigliotti, Oduvaldo Cozzi, Waldir Amaral, Jorge Cury, Osmar Santos, entre outros. Sala da Exaltação: em um grande vão livre, na passagem do primeiro para o segundo andar, o visitante vai assistir à vídeo-instalação de Tadeu Jungle, com imagens projetadas entre vigas e pilares de sustentação da arquibancada, que misturam hinos, gritos e canções. A idéia é suscitar no espectador a forte emoção que precede o começo de uma partida. HISTÓRIA Sala das Origens: conta uma história que começa com Charles Miller, no final do século XIX, e vai até os primórdios da profissionalização do futebol e da aceitação de atletas negros, a partir de 1920. A saga do futebol é exaltada como uma das raras conquistas do povo brasileiro, onde a fusão étnica deu sentido, jeito de ser e modulação de gesto à história do futebol no Brasil. O grande ídolo a ser homenageado neste período é Friedenreich, filho de mãe lavadeira, negra, e pai alemão, branco. Sala dos Heróis: triedros apresentam algumas personalidades que marcaram a história e, sobretudo, a cultura do Brasil. Entre elas, Villa-Lobos, Carlos Drummond de Andrade, Oscar Niemeyer, Mário de Andrade, Noel Rosa, Candido Portinari, Jorge Amado. E, por que não, Leônidas da Silva e Domingos da Guia? Mostra como o futebol se inseriu como um instrumento de afirmação nacional em plenos anos 40, quando a força do rádio divulgava a arte, a música e a política. Hoje conhecido como a “Era das multidões”, este período foi o momento perfeito para o esporte se firmar como prática cotidiana e paixão dos brasileiros. Rito de passagem, a Copa de 50: este é o momento em que o torcedor-visitante irá sentir o impacto da derrota do Brasil na Copa de 1950. Dentro de um túnel fechado, vai experimentar o silêncio que tomou conta do Maracanã e do país, ao mesmo tempo em que vê as imagens da partida contra o Uruguai. É a partir daí que o Brasil começa a viver os seus grandes triunfos no futebol mundial. Sala das Copas do Mundo: a sala é uma grande homenagem à Seleção brasileira e à CBF. Gigantescas taças formadas por telas mostram, a partir do período histórico correspondente à cada Copa do Mundo, como o futebol acompanhou e 3 ainda acompanha a cultura e os costumes da sociedade. Em cada taça, telas de cristal líquido, com imagens em movimento, se alternam com painéis de fotos e ilustrações. Estas imagens mostrarão a moda, a música, os acontecimentos políticos e as transformações sociais de cada tempo. Experiência Pelé e Garrincha: é a sala dedicada aos dois grandes ídolos que, juntos, nunca perderam uma partida. A homenagem aos craques inclui uma seleção de seus dribles e gols inesquecíveis. DIVERSÃO Sala dos Números e Curiosidades: Placas gigantes propõem um trajeto polêmico entre números, táticas, datas, histórias, superstições. Um verdadeiro almanaque para ver, sentir e participar. Aqui estão reunidas possibilidades interativas – O que você faria se fosse o árbitro? Impedimento, sim ou não? –, memorabilia (chuteiras, bolas e uniformes de todas as épocas) e outras curiosidades. Sala da Dança do Futebol: quatro estruturas hexagonais (como se fossem os gomos de uma bola gigante) dedicada, cada uma, a um tema. Dentro delas, telas de TV vão exibir imagens que ilustram as crônicas de quatro convidados: Marcelo Duarte, que vai falar sobre o “drible”; Celso Unzelte, dedicada ao “gol”; João Máximo, sobre “goleiro”; e Juca Kfouri, sobre o Canal 100. Jogo de Corpo: em várias atividades interativas, o torcedor-visitante vai poder testar a potência do seu chute, usando uma bola de futebol com um chip que consegue calcular sua velocidade; ver, em câmera lenta como a bola de aconchega e deforma em contato com o corpo; brincar em jogos virtuais que simulam mini campos de futebol; e encontrar os dados do seu time em um hall de painéis com os 170 times de futebol que participaram, pelo menos uma vez, do campeonato brasileiro. Sala Pacaembu: última parada do percurso, este é o espaço dedicado ao estádio do Pacaembu. A proposta é celebrar o patrimônio histórico e explicar a história de um dos estádios mais antigos do país. O Museu do Futebol apresenta, ainda, outros espaços que interligam suas várias salas. No meio do percurso, uma passarela de vidro conecta duas alas do Museu: leste e oeste. Suspensa por tirantes, ela parece flutuar por trás do pórtico monumental. Ali, o visitante poderá fazer uma pausa para o descanso e admirar a vista da Praça Charles Miller. Sendo uma passarela de vidro, o fluxo de pessoas também é visível para quem está do lado de fora do Museu. Além disso, ao sair da Sala dos Números e Curiosidades, o torcedor-visitante terá a possibilidade de realizar uma visita à arquibancada e ver o campo. Ao ser inaugurado, o Museu do Futebol será uma ótima opção de lazer para toda a família e promete atrair não apenas os torcedores, mas também uma parcela dos dois milhões de visitantes que vão a São Paulo à trabalho. Toda a atenção da Fundação Roberto Marinho e da SPTuris está voltada para a criação de uma infraestrutura museológica e de ação educativa que estimule reflexões junto ao visitante, além de servir para aplicação em sala de aula. Informações para a imprensa: Approach Gestão de Informação: (21) 3461.4616 ramais 136 e 121 Cláudia Montenegro – [email protected] Anna Beatriz Vasconcellos – [email protected] Diogo Sinhoroto - [email protected] (21) 3232-8901 / (21) 9972-0787 4