CARACTERIZAÇÃO DOS PORTADORES DE ÚLCERA VENOSA ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE TRATAMENTO DE FERIDAS Luana Cecylia Gomes Lucas1, Isis de Carvalho Oliveira1, Maria Lysete de Assis Bastos2, Ingrid Martins Leite Lúcio3, Claudia Sarmento Porto4, Marcelle de Vasconcelos Teixeira4 Introdução: Úlceras venosas (UV) são injúrias no sistema vascular das extremidades dos membros inferiores, caracterizadas por perda da derme, podendo atingir o tecido subcutâneo e subjacências. Indivíduos portadores desta lesão necessitam de atenção integral pela equipe de saúde, em especial, pela enfermagem. Nesse contexto, o tratamento da UV deve levar em conta a técnica correta de curativo, o incremento da assistência de enfermagem, escolha do tratamento e cobertura, registro de enfermagem, bem como, avaliação prognóstica. Objetivo: Delinear o perfil dos portadores de úlcera venosa atendidos em uma unidade de referência em tratamento de feridas. Método: Estudo descritivo de abordagem quantitativo, realizado entre outubro/2011 e março/2012. O projeto foi aprovado no Comitê de Ética sob nº 023507/20143. Como critérios de inclusão adotaram-se: ter ferida crônica de origem vascular nos membros inferiores; idade acima de 18 anos; aceitar em participar do estudo e comparecer sistematicamente para realização dos curativos. A população constou de 8 portadores, sendo que destes 3 foram excluídos por apresentarem um dos critérios de exclusão: recusa ou comparecimento irregular ao serviço. Os dados analisados foram: sexo, idade, escolaridade, ocupação atual, tempo da lesão atual e localização da ferida e coleta de material para cultura da flora microbiana do leito da ferida. Resultados: Constatou-se que a maioria dos pacientes é do sexo masculino (60%), com idade média acima de 60 anos (60%), aposentados (80%) e ensino fundamental incompleto (80%). Quanto à localização das feridas, o segmento mais afetado foi a metade distal da perna e tornozelo (100%). Em relação ao tempo de ferida atual, a maioria apresentou lesões acima de 10 anos (60%). O resultado da coleta identificou que 100% dos pacientes apresentaram colonização por Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis no leito das feridas. Além desses achados foram identificados outros microrganismos associados aos citados, tais como: Klebsiella spp. (40%), Proteus mirabilis (10%) e Proteus vulgaris (10%). Um estudo corrobora com os dados encontrados na presente pesquisa ao relatar que mais de 50% dos pacientes estudados eram do sexo masculino com 1 Enfermeirandas do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Alagoas; Maceió, Alagoas, Brasil. Membros do Grupo Núcleo de Pesquisa e Inovação Tecnológica em Tratamento de Feridas – CNPq/UFAL 2 Enfermeira. Doutora em Ciências; Professora Adjunta da Graduação e da Pós-Graduação/Mestrado em Enfermagem da Universidade Federal de Alagoas; Líder do Grupo Núcleo de Pesquisa e Inovação Tecnológica em Tratamento de Feridas - CNPq-UFAL. Brasil. E-mails: [email protected] 3 Enfermeira. Doutora em Enfermagem; Professora Adjunta da Graduação e da Pós-Graduação/Mestrado em Enfermagem da Enfermagem da Universidade Federal de Alagoas; Membro do Grupo Núcleo de Pesquisa e Inovação Tecnológica em Tratamento de Feridas - CNPq-UFAL. Brasil. 4 Enfermeiras Assistenciais da Secretaria de Saúde do Município de Maceió, lotadas no Posto de Atendimento Médico do Salgadinho/PAM Salgadinho. Maceió, Alagoas, Brasil. idade superior a 60 anos, feridas colonizadas por S. aureus e em alguns casos a presença significativa de Proteus mirabilis e Proteus vulgaris. Outro estudo também identificou que os portadores de ulceras crônicas exibem baixa escolaridade e a região mais acometida é o terço médio distal da perna, o que apoia os dados aqui encontrados. A baixa escolaridade encontrada foi comparada com outros cenários, apontando o nível fundamental incompleto como predominador, entendendo-se este, como um fator limitante para a promoção da saúde dessas pessoas. Conclusão: Os resultados deste estudo se assemelham aos da literatura, evidenciando que existe necessidade de investimentos no combate da infecção dessas úlceras, por se tratar de indivíduos idosos, que estão incluídos no grupo de risco para infecção e retardo do processo cicatricial. 1 Enfermeirandas do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Alagoas; Maceió, Alagoas, Brasil. Membros do Grupo Núcleo de Pesquisa e Inovação Tecnológica em Tratamento de Feridas – CNPq/UFAL 2 Enfermeira. Doutora em Ciências; Professora Adjunta da Graduação e da Pós-Graduação/Mestrado em Enfermagem da Universidade Federal de Alagoas; Líder do Grupo Núcleo de Pesquisa e Inovação Tecnológica em Tratamento de Feridas - CNPq-UFAL. Brasil. E-mails: [email protected] 3 Enfermeira. Doutora em Enfermagem; Professora Adjunta da Graduação e da Pós-Graduação/Mestrado em Enfermagem da Enfermagem da Universidade Federal de Alagoas; Membro do Grupo Núcleo de Pesquisa e Inovação Tecnológica em Tratamento de Feridas - CNPq-UFAL. Brasil. 4 Enfermeiras Assistenciais da Secretaria de Saúde do Município de Maceió, lotadas no Posto de Atendimento Médico do Salgadinho/PAM Salgadinho. Maceió, Alagoas, Brasil.