Para nutrição de crianças e pessoas idosas Cozinha “Made in Mozambique” ensina culinária a mulheres de Metuchira Pelo menos 60 mulheres entre jovens e adultas da localidade de Metuchira, no distrito de Metuchira, beneficiaram recentemente de um curso de culinária visando contribuir para a acabar com a fome e malnutrição que afecta principalmente a crianças, mulheres grávidas e pessoas idosas. O curso foi promovido pelos ministérios da Mulher e da Acção Social e Industria e Comércio, através do Projecto de Potenciação de Habilidades Empresarias Femininas e Cozinha “Made in Mozambique”, respectivamente, com recurso a novos hábitos para o aproveitamento da produção local. A capacitação ensinou as boas maneiras da culinária, higiene, processamento e conservação de alimentos para melhorar a dieta alimentar e criar fonte de rendimento para relançamento sócio-económico das mulheres nas zonas rurais. Algumas mulheres não esconderam a sua satisfação pela iniciativa. Por exemplo, Virgília Mabai disse ter ficado encontrada com o curso de culinária. “Já precisávamos deste tipo de capacitação, para podermos ter alguma actividade rentável para as nossas famílias”. Farência Mando imprimiu pelo mesmo diapasão acrescentando que “o curso foi fascinante porque “aprendi fazer bolos de tomate e outros cozidos, que vão a fazer parte da minha actividade de geração de rendimento”. Por seu turno, Carla Mariana disse ter notado diferença no fabrico de bolos e confecção de alguns alimentos, sobretudo bolos sem manteiga e óleos, bem como bolo de abóbora para o consumo imediato. “Foi uma grande oportunidade para a realização do grande sonho, de um dia, vir ser uma cozinheira profissional”. Para o administrador de Nhamatanda, Sérgio Moyane Siona, quando se fala do desenvolvimento é importante olhar para o capital humano, dai que a iniciativa do curso “Cozinha Moçambique”, em Metuchira, foi excelente. Ele argumentou que as mulheres rurais precisam dessa educação para melhorar aproveitamento de recursos disponíveis e o seu próprio desenvolvimento, em primeiro lugar. Ele observou que Metuchira constitui o celeiro de Nhamatanda e da província em geral, pois produz quase tudo; milho, mapira, gergelim, batata, banana, legumes, hortícolas, tubérculos e mais. “Por isso, esta capacitação foi uma grande oportunidade para muitas mulheres que vão poder processar e vender a sua produção”, disse Siona. “O curso ensinou coisas importantes, como o processamento e a mistura de farinha de milho e mandioca e ou banana para o enriquecimento do alimento. Por isso, a capacitação vai ajudar as comunidades a poupar e a confeccionar produtos com maior valor nutricional para as crianças, mulheres grávidas e pessoas idosas, a partir da produção local”, frisou. O nosso entrevistado considerou que as crianças já não vão sofrer de malnutrição, razão pela qual, a iniciativa deve ser expandida para outras regiões do país, que enfrentam a situação de carência alimentar. A falta de processamento e conservação é um problema sério. Segundo a fonte, mesmo com a abundância alimentar, as comunidades passam fome e sofrem a malnutrição, facto que provoca a insegurança alimentar, devido a falta de conhecimento sobre como aproveitar e conservar os alimentos. Para o administrador de Nhamatanda, uma boa alimentação consubstancia-se como um elemento importante para o desenvolvimento das comunidades no meio urbano e rural, e concorre para uma boa saúde das populações. “As comunidades devem melhorar a dieta alimentar para fazer face ao impacto de doenças como HIV/SIDA e noutras que requerem uma alimentação adequada”, sublinhou Siona lembrando que durante a capacitação as mulheres aprenderam fazer bolinhos de batata-doce e pão de milho, o que pode servir para o consumo familiar ou para a venda. Sobre que apoio o Governo local poderá dar as associações femininas para o seu relançamento em diversas iniciativas, o administrador Sérgio Siona respondeu que as mulheres e homens devem submeter projectos similares que serão financiados no âmbito dos “Sete milhões” alocados aos distritos. Por seu turno, o director Provincial da Mulher e Acção Social de Sofala, José Diquisson Tole considerou “depois, desta capacitação não haverá motivos para as comunidades não se alimentarem adequadamente ou ouvirmos situações de crianças desnutridas em Metuchira”.(x) Notícia enviada para o CIPS pela Direcção Nacional de Acção Social do Ministério da Mulher e Acção Social de Moçambique. 16-03-2012