ID: 45602102 11-01-2013 Tiragem: 3630 Pág: 5 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 25,90 x 16,31 cm² Âmbito: Regional Corte: 1 de 1 Reitor da Universidade dos Açores volta a alertar que OE para este ano vai ter “consequências altamente nefastas” O reitor da Universidade dos Açores, Jorge Medeiros, voltou quarta-feira a admitir que “a actual lei para o Orçamento do Estado de 2013 vai ter consequências altamente nefastas” para o funcionamento da academia e de todas as universidades portuguesas. “Na Universidade dos Açores as transferências do Orçamento do Estado sofreram entre 2012 e 2013 um corte efectivo de 11,9%, atingindo os 20,4% se considerarmos o corte entre 2011 e 2013. O Orçamento do Estado para funcionamento de 2013 cobre apenas 70% da massa salarial desta universidade”, afirmou Jorge Medeiros durante a sessão solene do 37.º aniversário da academia açoriana, que decorreu na Aula Magna do Campus de Ponta Delgada. Segundo a agência Lusa, para Jorge Medeiros, as consequências negativas vão abranger sobretudo “a área da educação”, tendo em conta que “não haverá recursos humanos e materiais que permitam suportar o funcionamento das universidades”, bem como as áreas da investigação, inovação, internacionalização, especialização e cooperação. “Existe, assim, uma absoluta necessidade de evitar a asfixia e a derradeira desintegração do sistema universitário português. A Universidade dos Açores, com as suas especificidades próprias, com a estrutura organizacional pertencente ao passado, verá, nestas con- dições, comprometido o seu funcionamento normal num espaço de tempo curto”, alertou o reitor. No discurso, Jorge Medeiros disse-se agradado “com o reforço orçamental prometido às instituições de ensino superior, que será disponibilizado ainda no início de 2013”, confirmado no passado fim-de-semana pelo ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato. O reforço vai permitir que “esta Universidade possa sair do sufoco financeiro”, apontou. No entanto, o reitor anunciou que para “sair desta situação de asfixia em que vive per manentemente” a Universidade dos Açores vai ter de se reorganizar e alterar a estrutura interna, passando as doze unidades orgânicas a ficar concentradas em três grandes grupos. “Só assim se conseguirá que, com a mesma dignidade, unidades orgânicas direccionadas para o ensino universitário, ensino politécnico e investigação científica possam desenvolver sinergicamente as suas actividades nas várias áreas científicas desenvolvidas na universidade e que os serviços possam ser encarados de um modo profissional e adequado à realidade actual”, afirmou Jorge Medeiros. O reitor da Universidade dos Açores admitiu mesmo que a nova orgânica “será a única maneira de a universidade conseguir no futuro sobreviver financeiramente”.