Em cerimónia solene presidida pelo Secretário de Estado da Cultura Prémios Literários da Estoril Sol de 2013 entregues a Agualusa e Paula Rodrigues . Anunciada a instituição do Prémio Vasco Graça Moura para a Cidadania Cultural no valor de 40 mil euros Em cerimónia solene, o Auditório do Casino Estoril acolheu a entrega dos Prémios Literários Fernando Namora e Revelação Agustina Bessa-Luís, referentes a 2013, respectivamente, a José Eduardo Agualusa e a Paula Cristina Rodrigues, pelos seus romances “Teoria Geral do Esquecimento” e “Horizonte e Mar”. O Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, presidiu a este importante evento, congratulando-se pelo anúncio do novo Prémio Vasco Graça Moura, em homenagem ao notável homem de Letras, falecido no passado mês de Abril, que presidiu ao Júri dos Prémios Literários. Numa curta intervenção, o Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, saudou os vencedores e o Júri presidido por Guilherme d’Oliveira Martins, sublinhando: “É uma honra estar presente nesta cerimónia que homenageia Fernando Namora e a Agustina Bessa-Luís e que, obviamente, ganha um significado especial pelo anúncio da atribuição de um novo Prémio com o nome de Vasco Graça Moura”. Jorge Barreto Xavier que presidiu pela primeira vez a esta cerimónia referiu, “o significado do Prémio que se institui, hoje, parece-me lógico e extremamente feliz. Vasco Graça Moura distinguiu-se por um permanente exercício de cidadania e a forma impar como se diferenciou nas suas múltiplas facetas orgulha-nos a todos”. “A sociedade Estoril Sol e, nomeadamente, Mário Assis Ferreira estão de parabéns pela atribuição destes Prémios, que consolidam a presença da Empresa em iniciativas de âmbito cultural com um relevante contributo na sociedade portuguesa”, concluiu. No enquadramento das obras vencedoras, Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do Júri, referiu que o romance “Teoria Geral do Esquecimento” “evidencia as qualidades literárias de José Eduardo Agualusa. Uma obra rica onde se encontra uma linguagem em que o português é falado em intercepção com outros modos”. O Presidente do Júri disse, ainda, que “Horizonte e Mar” “é um bom exemplo da relação dos portugueses com a Costa Atlântica. Distingue-se por uma narrativa bem conduzida, permitindo que se compreenda tudo o que rodeia os seus personagens”. Guilherme d’Oliveira Martins recordou que foi sob a presidência de Vasco Graça Moura, que o júri se reuniu para atribuir os Prémios Literários a José Eduardo Agualusa e a Paula Cristina Rodrigues. “Vasco Graça Moura é insubstituível. Deixou-nos o exemplo de uma personalidade fascinante, com uma actividade intelectual diversificada onde predomina a ética e a estética. Foi autor de uma obra vastíssima na qual perdurará a sua excepcional qualidade literária”. Após a entrega dos Prémios aos dois vencedores pelo Secretário de Estado da Cultura, foi José Eduardo Agualusa quem usou, primeiro, da palavra: “Utilizo a língua portuguesa como instrumento de trabalho, desde que comecei a escrever há mais de 20 anos. A língua portuguesa ultrapassa fronteiras e o meu objectivo é utilizá-la em todas as suas variantes, territórios e tempos”. Por seu lado, Paula Cristina Rodrigues confessou que o Prémio que recebeu tem um significado muito especial. “Agustina Bessa-Luís é uma escritora que povoa o meu imaginário desde a minha adolescência. É uma referência colossal da língua portuguesa. Presto-lhe aqui a minha homenagem”. Na abertura da cerimónia, o Presidente da Estoril Sol, Mário Assis Ferreira, saudou os vencedores. Com o romance “Teoria Geral do Esquecimento”, José Eduardo Agualusa “reforçou a maturidade literária que o tem projectado muito para além das fronteiras que são a sua casa comum. Já Paula Cristina Rodrigues, ao escrever “Horizonte e Mar”, é “a jovem escritora nortenha que ingressa no exigente elenco de revelações na ficção romanesca, sob a égide de Agustina Bessa-Luís”. “E é no âmbito desse enquadramento e do fiel compromisso aos desígnios da Estoril Sol na promoção da cultura que decidimos instituir um novo Prémio em homenagem a Vasco Graça Moura, saudoso Amigo que acompanhou os trabalhos deste Júri, até ao limite das suas forças, enquanto seu Presidente”. E anunciou: “Será um Prémio com o seu nome, consagrado à Cidadania Cultural, com periodicidade anual, no valor de 40 mil euros, inaugurando, também, uma nova parceria da Estoril Sol com a Editora Babel”. Mais adiante e a concluir: “Cultura é o desígnio que nos acompanha desde há décadas e ao qual nos queremos manter fiéis, não obstante as dificuldades conjunturais que enfrentamos e que tão duramente têm afectado o País”. O Júri da 16ª edição do Prémio Literário Fernando Namora e da 6ª edição do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, integrou, além de Vasco Graça Moura, que ainda presidiu, Guilherme D`Oliveira Martins, em representação do CNC – Centro Nacional de Cultura; José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores; Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas; Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários e, ainda, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual e Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, em representação da Estoril-Sol.