UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA OVARIOSSALPINGOHISTERECTOMIA: ANÁLISE CARDIORRESPIRATÓRIA, PRESSÓRICA, HEMOGASOMÉTRICA, INFLAMATÓRIA E ÁLGICA, NAS ABORDAGENS CONVENCIONAL, NOTES HÍBRIDA E NOTES TOTAL TESE DE DOUTORADO Paula Cristina Basso Santa Maria, RS, Brasil 2013 OVARIOSSALPINGOHISTERECTOMIA: ANÁLISE CARDIORRESPIRATÓRIA, PRESSÓRICA, HEMOGASOMÉTRICA, INFLAMATÓRIA E ÁLGICA, NAS ABORDAGENS CONVENCIONAL, NOTES HÍBRIDA E NOTES TOTAL por Paula Cristina Basso Tese apresentada ao Curso de Doutorado do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária, Área de Concentração em Cirurgia Veterinária, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Medicina Veterinária Orientador: Prof. Dr. Alceu Gaspar Raiser Santa Maria, RS, Brasil 2013 Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Rurais Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Tese de Doutorado OVARIOSSALPINGOHISTERECTOMIA: ANÁLISE CARDIORRESPIRATÓRIA, PRESSÓRICA, HEMOGASOMÉTRICA, INFLAMATÓRIA E ÁLGICA, NAS ABORDAGENS CONVENCIONAL, NOTES HÍBRIDA E NOTES TOTAL elaborada por Paula Cristina Basso Como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Medicina Veterinária Comissão Examinadora ________________________ Alceu Gaspar Raiser, Dr., UFSM (Presidente/Orientador) ________________________ Maurício Veloso Brun, Dr., UFSM ________________________ André Lacerda de Abreu Oliveira, Dr., UENF ________________________ Carlos Afonso de Castro Beck, Dr., UFRGS ________________________ Alexandre Krause, Dr., UFSM Santa Maria, 28 de janeiro 2013 AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço a Deus pela vida. Agradeço aos meus pais, Maria e Irani, pelo apoio, torcida e amor. Por iluminarem o meu caminho, sendo guias nas mais difíceis trilhas. Ao meu esposo Daniel, pela dedicação, amor, compreensão e ajuda nos momentos difíceis. Compartilho contigo esta vitória e espero comemorarmos muitas outras conquistas juntos! Ao meu orientador, Professor Alceu Gaspar Raiser, pelo crescimento profissional e pessoal. Sempre será exemplo de sabedoria, competência e humildade. Ao meu co-orientador, Maurício Veloso Brun, agradeço pela sempre pronta disposição em auxiliar, pela oportunidade única em trabalhar com este tema tão relevante e por ter aberto meu caminho no meio científico. À Professora Cínthia Melazzo Mazzanti, pela sua disposição em sempre ajudar. À Dona Sônia, pela amizade e disposição no encaminhamento dos pacientes incluídos no projeto. À minha equipe, Rafael Lukarsewski, Gabriele Serafini, Gabrielle Freitas, Francieli Marconato, Márcio Costa, Patrícia Wolkmer e Cássia Frazão, pela disposição e ajuda em todos os momentos. A minha estagiária, Luciana Hermes Dutra, por ter sido meu braço direito e esquerdo também. Aos amigos adquiridos neste período, principalmente à Heloísa Palma. E por fim, a todos os cães utilizados nessa pesquisa, o meu eterno respeito e gratidão! Muito Obrigada a todos! RESUMO Tese de Doutorado Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária Universidade Federal de Santa Maria OVARIOSSALPINGOHISTERECTOMIA: ANÁLISE CARDIORRESPIRATÓRIA, PRESSÓRICA, HEMOGASOMÉTRICA, INFLAMATÓRIA E ÁLGICA, NAS ABORDAGENS CONVENCIONAL, NOTES HÍBRIDA E NOTES TOTAL AUTORA: PAULA CRISTINA BASSO ORIENTADOR: ALCEU GASPAR RAISER Santa Maria, 02 de janeiro de 2013. A ovariossalpingohisterectomia (OSH) é o procedimento cirúrgico realizado com maior frequência na rotina cirúrgica de pequenos animais. Essa operação pode ser efetuada por meio de laparotomia ou por diferentes técnicas videocirúrgicas, as quais são associadas com reduzido traumatismo tecidual. A Cirurgia Endoscópica Transluminal através de Orifícios Naturais ou NOTES (sigla consagrada originada da expressão Natural Orifice Trasnlumenal Endoscopic Surgery), é uma nova modalidade da videocirurgia que tem sido promissora por demonstrar reduzida dor pós-operatória. Visando identificar o(s) procedimento(s) cirúrgico(s) de OSH que oferece(m) menores alterações hemodinâmicas, inflamatórias e de estímulos dolorosos trans e pós-operatório, foram comparadas três diferentes técnicas operatórias. Para tanto, foram utilizados 21 cães, alocados em três grupos de igual número. No primeiro grupo, os animais foram submetidos à técnica de OSH por celiotomia (GC). No segundo, por meio da técnica de NOTES total (GNT) e no terceiro, pela técnica de NOTES híbrida (GNH). Apenas o grupo GNH desenvolveu acidose severa no transoperatório. Nas avaliações da dor, apenas o grupo convencional necessitou de analgesia resgate transoperatória e apresentou índices mais elevados na Escala Visual Analógica e Escala de Melboure que nos demais grupos, exigindo analgesia resgate pós-operatória em 100% dos animais. Em contraste, no GNT nenhum dos cães requereu complementação analgésica pós-operatória. Nos três grupos, observou-se aumento da catalase, da atividade da butirilcolinesterase e acetilcolinesterase, contudo a peroxidação lipídica apresentou índices quase imperceptíveis no grupo GNT. Considerando a metodologia do presente trabalho, é possível afirmar que a técnica de OSH pela técnica de NOTES total é a que provoca menor alteração hemodinâmica, bem como menor dor pós-operatória e danos oxidativos. Palavras-chave: cirurgia sem cicatriz, cirurgia videoassistida, canino. ABSTRACT Doctoral thesis Postgraduate Program in Veterinary Medicine Universidad Federal de Santa Maria OVARYSALPINGOHYSTERECTOMY: CARDIOPULMONARY PRESSURE, HEMOGASIMETRIC, INFLAMMATORY AND ALGIC ANALYSIS IN THE CONVENTIONAL, HYBRID NOTES AND TOTAL NOTES APPROACHES. AUTHOR: PAULA CRISTINA BASSO ADVISER: ALCEU GASPAR RAISER Santa Maria, January 03, 2013. Ovarysalpingohysterectomy (OSH) is the most frequently surgical procedure conducted in small animal surgery routine. This procedure may be accomplished by laparotomy or by videosurgery techniques, which reduces tissue trauma. The Natural Orifice Translumenal Endoscopic Surgery (NOTES) is a new videosurgery modality that has been shown promising because it reduces postoperative pain. Aiming at identifying the OSH surgical procedure(s) that offer the fewer trans and postoperative hemodynamic, inflammatory and painful stimuli alterations, three different operative techniques were compared. With this purpose, 21 dogs, divided in three groups, were used for the experiment. In the first group, the OSH was done via celiotomy (CG). The second group was undergone to total NOTES technique (TNG) and the third was undergone to hybrid NOTES technique (HNG). Only HNG developed severe acidosis in the transoperative period. During the pain evaluations, only the conventional group needed transoperative rescue analgesia and presented higher pain levels by the Visual Analog Scale and the Melbourne Scale compared to the remaining groups, demanding postoperative rescue analgesia in 100% of the animals. In contrast, none of the dogs in TNG required postoperative analgesic complementation. It has been observed an increase of catalase levels and of butyrylcholinesterase and acetylcholinesterase activities in the three groups. However, the lipid peroxidation indices were almost imperceptible in TNG. With this methodology, it is possible to state that the OSH by total NOTES technique is the one offering fewer hemodynamic alterations as well as less postoperative pain and oxidative damage. Key words: scarless surgery, video-assisted surgery, canine. LISTA DE FIGURAS CAPITULO 1 Figura I: Dois casos de OSH eletiva via cirurgia endoscópica translumenal por orifício natural (NOTES). Observa-se o pneumoperitônio estabelecido e a introdução do endoscópio rígido com canal de trabalho pelo acesso vaginal.................................................................................................................... 38 Figura II: Dois diferentes casos envolvendo OSH em cadelas por LESS. À esquerda, utilizou-se cânula convencional associado a um endoscópio rígido com canal de trabalho, enquanto à direita, empregou-se dispositivo específico (TriportTM), o qual foi posicionado através de uma hérnia umbelical, sendo o defeito ampliado para acomodar o portal.................................................................................................................... 38 CAPITULO 2 Figura 1: Gráficos referentes aos resultados de parâmetros trans e pós-operatórios. (A) Tempo cirúrgico; (B) Pressão arterial diastólica; (C) Pressão arterial média; (D) Pressão venosa central; (E) Escala visual analógica; (F) Escala de Melboure.................................................................................................................... 47 Figura 2: Gráficos referentes aos parâmetros hemogasométricos e da concentração expirada de dióxido de carbono. (A) PH arterial; (B) Pressão parcial de dióxido de carbono; (C) Pressão parcial de oxigênio; (D) Concentração expirada de dióxido de carbono........................................................................................................................ 48 CAPITULO 3 Figura 1: Parâmetros de estresse oxidativo de cães submetidos à OSH convencional, por Notes total e por Notes Híbrida. A) atividade da catalase sanguínea do grupo convencional; B) TBARS sérica do grupo convencional; C) atividade da catalase sanguínea do grupo Notes total; D) TBARS sérica do grupo Notes total; E) atividade da catalase sanguínea do grupo Notes Híbrida; F) TBARS sérica do grupo Notes Híbrida. Grupos com letras diferentes foram estatisticamente diferentes (P>0.05; n=5). ANOVA – Teste de Duncan................................................................................................................. 63 Figura 2: Parâmetros inflamatórios de cães submetidos à OSH convencional, por Notes total e por Notes Híbrida. A) atividade da acetilcolinesterase no grupo convencional; B) atividade da butirilcolinesterase no grupo convencional; C) atividade da acetilcolinesterase no grupo Notes total; D) atividade da butirilcolinesterase no grupo Notes total; E) atividade da acetilcolinesterase no grupo Notes híbrida; F) atividade da butirilcolinesterase no grupo Notes híbrida. Grupos com letras diferentes foram estatisticamente diferentes (P>0.05; n=5). ANOVA – Teste de Duncan........................................................................................................................ 64 CAPITULO 4 Figura 1: (A) Observa-se a perfuração no final do reto após a introdução ás cegas do endoscópio rígido. (B) O local de perfuração intestinal sendo suturado com fio de ácido poliglicólico 2.0 e sutura contínua de Lembert. (C) A osteotomia foi reparada com a reposição do segmento púbico e sutura com três pontos (hemicerclagens) com fio de aço n.2. (D) O colón descendente sendo palpado externamente e deslocado contra a parede abdominal esquerda, antes da introdução do trocarte............................................................................................. 73 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................... 10 2. CAPÍTULO 1 - Atualidades em videocirurgia na Medicina Veterinária: cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais (NOTES) e cirurgia laparoendoscópica por único portal (LESS).................................................................................................... 14 3. CAPÍTULO 2 - Ovariosalpingohisterectomia em cadelas: comparação da dor e análise cardiorrespiratória, pressórica e hemogasométrica nas abordagens convencional, por NOTES híbrida e via NOTES total..................................................... 4. 39 CAPÍTULO 3 - Biomarcadores inflamatórios e indicadores de estresse oxidativo em cadelas submetidas à ovariossalpingohisterectomia convencional, por NOTES híbrida e NOTES total................................................................................................................... 49 5. CAPÍTULO 4 - Perfuração intestinal como complicação de ovário-histerectomia via NOTES transluminal pura em cadela – relato de caso..................................................... 65 6. DISCUSSÃO.................................................................................................................... 74 7. CONCLUSÕES............................................................................................................... 77 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 78 9 1. INTRODUÇÃO A ovariossalpingohisterectomia em pequenos animais é o procedimento cirúrgico realizado com maior frequência na rotina cirúrgica de clínicas e hospitais veterinários. A esterilização eletiva é a sua indicação mais comum, seguida pelo tratamento de diferentes afecções uterinas e/ou ovarianas (LUZ et al., 2009). Esse procedimento pode ser efetuado por meio de uma celitomia, acesso bastante invasivo, e por diferentes técnicas videocirúrgicas, as quais são minimamente invasivas, com reduzido trauma tecidual. Atualmente algumas das principais preocupações de médicos veterinários estão voltadas para minimização da dor no período de recuperação pós-operatória e das possíveis complicações no trans-operatório. Por isso, muitos avanços se desenvolveram em torno da criação de novas técnicas e procedimentos operatórios que buscam reduzir o trauma tecidual, os processos inflamatórios, os riscos cirúrgicos, a dor do paciente e as cicatrizes indesejáveis (OTERO, 2005). Neste contexto, são crescentes os avanços tecnológicos das cirurgias videolaparoscópicas em cães. Essa tecnologia vem ganhando importante espaço nos últimos anos devido, principalmente, às suas vantagens relacionadas ao reduzido trauma cirúrgico, destacando-se: possibilidade de realizar a intervenção terapêutica durante o diagnóstico, menor volume de sangramento transoperatório, menor desconforto e dor pós-operatórios, recuperação pós-cirúrgica mais rápida, magnificação das imagens transoperatórias, melhor aspecto estético, menor formação de aderências, entre outras (LUZ et al., 2009). Dentro do conceito de redução do trauma cirúrgico, técnicas videocirúrgicas alternativas, buscando o mínimo trauma tecidual estão sendo desenvolvidas, e duas novas modalidades têm se destacado no meio científico: a cirurgia laparoendoscópica por único portal (LESS) e a cirurgia endoscópica através de orifícios naturais (NOTES). Utilizando essa última modalidade, os cirurgiões acessam a cavidade abdominal através da parede gástrica, 10 colônica ou parede vaginal, realizando o procedimento intrabdominal necessário, e finalizando com o fechamento do defeito visceral realizado para o acesso cirúrgico (SHAFI et al., 2006). WAGG et al. (2006) descreveram como vantagens potenciais na aplicação da NOTES o fato de operar com menores graus de invasão e traumatismo abdominal, assim como a queda significativa de infecção hospitalar e do tempo de convalescença. Verifica-se também a realização de cirurgias sem cicatriz (KALLO et al., 2004) e menores riscos de infecções e herniações (KANTESEVOY et al., 2005; BERGMAN e MELVIN, 2008). Para que qualquer nova técnica seja incluída no arsenal de opções de cirurgias endoscópicas são necessários estudos que comprovem sua efetividade e segurança na resolução das doenças e alterações orgânicas, além de demonstrar taxas aceitáveis de morbidade e mortalidade, no mínimo comparáveis às técnicas consideradas padrão pelas sociedades cirúrgicas. Apesar da NOTES ser uma operação avançada, é necessário considerar que é pequeno o número de publicações realizadas na Medicina Veterinária. Mesmo que ainda em fase inicial ou experimental, torna-se necessário maior investimento buscando aprimoramento técnico e resultados, no que se refere à segurança e viabilidade dessa nova técnica de operar. Atualmente a técnica de ovariossalpingohisterectomia eletiva é o procedimento cirúrgico considerado carro chefe da cirurgia de acesso mínimo em medicina veterinária, sendo viáveis, na modalidade de Cirurgias Endoscópicas Transluminais por Orifícios Naturais, dois acessos denominados NOTES Híbrida e NOTES Total (BRUN et al., 2008). Ainda que essas técnicas já tenham sido descritas para cães, se faz necessário pesquisas aprofundadas que visem compará-las, no caráter hemodinâmico, inflamatório e álgico, para então definir qual abordagem é mais segura e menos invasiva ao paciente. 11 Considerando a importância que a NOTES vem demonstrando na cirurgia experimental e seu potencial real de aplicação e desenvolvimento na rotina cirúrgica de humanos e dos demais animais, esta tese teve como objetivos: a) Geral Determinar qual(is) procedimento(s) cirúrgico(s) de ovariossalpingohisterectomia eletiva que oferece(m) menores alterações hemodinâmicas, inflamatórias e estímulos dolorosos trans e pós- operatório. b) Específicos Avaliar e comparar: A viabilidade, facilidade de execução e o tempo cirúrgico de quatro diferentes técnicas de ovariossalpingohisterectomia em cadelas. Possíveis complicações trans e pós-operatórias relacionadas com as técnicas propostas. As alterações nos parâmetros cardiovasculares (frequência cardíaca, ritmo cardíaco, pressão venosa central, análises hemogasométricas, pressões arteriais sistólica (PAS), média (PAM) e diastólica (PAD) no período trans-operatório dos cães submetidos às diferentes técnicas de castrações. A resposta inflamatória sistêmica das diferentes técnicas propostas durante o período trans e pós-operatório, por meio de hemograma e determinação da atividade das colinesterases. A peroxidação lipídica no soro dos cães submetidos ás quatro técnicas cirúrgicas de ovariossalpingohisterectomia. A atividade da enzima antioxidante catalase (CAT), no sangue total de cães submetidos ás quatro técnicas cirúrgicas de ovariossalpingohisterectomia. 12 A dor pós-operatória, através da escala visual analógica (EVA) e da escala de Melbourne, em cadelas submetidas às três diferentes técnicas de ovariossalpingohisterectomia. A dosagem de cortisol como indicativo de estresse de cadelas submetidas à diferentes técnicas cirúrgicas de ovariossalpingohisterectomia. Nesse sentido, essa tese foi dividida em quatro capítulos formatados conforme indicação do periódico submetido ou a ser submetido: o capítulo 1 refere-se a uma revisão já publicada das duas novas modalidade de videocirurgia conhecidas pelas siglas LESS e NOTES; o capítulo 2 descreve a análise cardiorrespiratória, pressórica, gasométrica e a dor trans e póscirúrgica de cadelas submetidas a OSH convencional, por Notes Híbrida e Notes Total; o capítulo 3 que discorre sobre a análise dos biomarcadores inflamatórios e indicadores de estresse oxidativo em cadelas submetidas a três diferentes técnicas de OSH; e por último, o capítulo 4 relata uma complicação grave associada ao procedimento de NOTES Total. 13 2. CAPÍTULO 1 Atualidades em videocirurgia na Medicina Veterinária: cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais (NOTES) e cirurgia laparoendoscópica por único portal (LESS) Paula Cristina Basso, Alceu Gaspar Raiser, Maurício Veloso Brun (Artigo publicado na Revista Científica de medicina Veterinária – Pequenos animais e animais de estimação – MEDVEP, 2012; 10(32):82-89) 14 Atualidades em videocirurgia na medicina veterinária: cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais (NOTES) e cirurgia laparoendoscópica por único portal (LESS) News in veterinary videosurgery: natural orifices transluminal endoscopic surgery (NOTES) and laparoendoscopic single-site surgery (LESS) Paula Cristina Basso1 Alceu Gaspar Raiser1 Maurício Veloso Brun1 Resumo O aprimoramento de cirurgias minimamente invasivas pode conferir resultados pósoperatórios ainda melhores, tais como melhorias na cicatrização e no aspecto estético, menor dor pós-operatória e diminuição do período de internação hospitalar. A cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais (Natural Orifice Transluminal Endoscopic Surgery - NOTES) em alguns casos pode ser alternativa à cirurgia laparoscópica, com a vantagem de eliminar incisões abdominais, uma vez que combina técnicas laparoscópicas e endoscópicas para acessar o abdome através de orifícios naturais. Apesar de se tratar de acesso em desenvolvimento, muitas vantagens poderão ser atribuídas a NOTES, tais como menores incidências de hérnias, de infecção da ferida operatória e de aderências. A cirurgia laparoendoscópica por único portal (Laparoendoscopic Single-site Surgery - LESS) é outra modalidade atual dentro dos procedimentos videocirúrgicos, na qual a 1 Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (PPGMV), Centro de Ciências Rurais (CCR), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil – [email protected]. Rua Moron 2603, apto 302, bairro Centro, Passo Fundo – RS. Cep 99010-035 15 operação é realizada por incisão cutânea única, com ou sem o uso de dispositivos ou equipamentos específicos. As indicações e contra-indicações de cada abordagem cirúrgica surgirão conforme o desenvolvimento da técnica e serão alvo de pesquisas na medicina humana e animal. Neste artigo, os autores abordam o histórico da videocirurgia na medicina veterinária e o estado atual das categorias de NOTES e LESS. Palavras-chave: cirurgias minimamente invasivas, cirurgias sem incisões, endocirurgia. Introdução A cirurgia endoscópica é caracterizada como acesso cirúrgico minimamente invasivo, no qual a visualização é realizada por meio de um endoscópio. Em determinados casos, pode também ser denominada de cirurgia laparoscópica, celioscópica, ou pelvioscópica, quando o procedimento envolve o acesso abdominal, e toracoscópica, pleuroscópica, ou cirurgia toracoscópica videoassistida (CTVA), quando o procedimento envolve o acesso torácico (1,2). A videocirurgia representa uma modalidade relativamente nova em cirurgia veterinária. Como ainda poucos técnicos dominam essa categoria cirúrgica, apenas uma minoria de pacientes é beneficiada. As dificuldades estão relacionadas à longa curva de aprendizado, ao fato de poucos cirurgiões possuírem acesso a esses equipamentos, a complexidade da técnica e ao custo elevado dos equipamentos. Entretanto, suas vantagens são óbvias. O menor trauma cirúrgico associado a menor taxa de complicações, levam diferentes autores a acreditar que a utilização da videocirurgia venha a ocupar seu espaço na medicina veterinária (3). Esse artigo 16 tem por objetivo revisar o histórico da videocirurgia na medicina veterinária e o estado atual das categorias de cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais (NOTES) e cirurgia laparoendoscópica por único portal (LESS). Revisão de literatura Em animais, a abordagem laparoscópica foi iniciada com o intuito experimental envolvendo, principalmente, o trato reprodutivo (4,5) e para exploração da cavidade peritoneal (6), bem como na coleta de biópsias de diferentes órgãos (7). Com o desenvolvimento tecnológico, com repercussão na qualidade e variedade dos equipamentos e instrumentais, assim como o crescimento técnico dos cirurgiões, determinou-se rápida evolução do acesso laparoscópico, o qual se tornou altamente especializado (1). Diferentes procedimentos laparoscópicos experimentais e clínicos em pequenos animais já foram implantados, incluindo intervenções cirúrgicas com variado grau de complexidade técnica, tais como biópsias de diferentes órgãos abdominais (8), intervenções digestivas como gastrotomia, pilorotomia, piloroplastia, gastropexia, colopexia e no trato urinário como nefrectomia e cistotomia (9). As intervenções cirúrgicas no trato reprodutivo, em especial a ovariosalpingohisterectomia, atualmente estão entre os principais procedimentos em pequenos animais, demonstrando como esses pacientes podem ser beneficiados por técnicas de invasão mínima (10). Novas operações minimamente invasivas têm sido empregadas como alternativa à ovariosalpingohisterectomia realizada por laparotomia (11,12) pelas vantagens que essas apresentam quando comparadas com cirurgias convencionais, como diminuição do sangramento e do risco de deiscência, pela menor dor pósoperatória, devido ao menor tempo de recuperação e ás menores incisões. Pela sua 17 diminuta lesão tecidual, a laparoscopia parece ser mais aceita pelos proprietários como método cirúrgico para seus animais (13). A primeira ovariosalpingohisterectomia eletiva laparoscópica em cães foi realizada em 1994 (14). Posteriormente, o acesso laparoscópico foi utilizado para terapêutica de piometra em duas cadelas (15), onde foram empregados quatro portais de trabalho e notou-se menor estresse tecidual quando comparada com a cirurgia convencional. No Brasil, a primeira publicação de ovariohisterectomia em cadelas foi descrita por Brun et al. (10), os quais utilizaram quatro portais de trabalho para a execução do procedimento. Em 2008, Collard e Viguier (16), realizaram ovariosalpingohisterectomia em uma cadela com piometra e hiperadrenocortiscismo, utilizando-se três portais, sendo o complexo arteriovenoso ovariano cauterizado com uma pinça monopolar. Nos últimos anos, a ovariosalpingohisterectomia videoassistida utilizando-se apenas dois portais de trabalho (17) já é feita rotineiramente em cães e gatos em algumas instituições brasileiras, e vários grupos de pesquisa investigam a execução desse procedimento com acessos ainda menores. Nesse contexto, técnicas cirúrgicas alternativas, focalizando o mínimo trauma tecidual estão sendo desenvolvidas, e atenção especial tem sido dada à Laparoendoscopic Single-Site Surgery (LESS) e a Natural Orifice Trasnlumenal Endoscopic Surgery (NOTES), para as quais têm sido atribuídas na cirurgia médica melhores resultados cosméticos e reduzida dor pós-operatória (Figuras I e II). A Laparoendoscopic Single-Site Surgery (LESS), também conhecida como cirurgia com único portal, é uma nova e avançada técnica minimamente invasiva, a qual visa reduzir a morbidade associada com múltiplas incisões. Dados recentes de pacientes humanos submetidos a procedimentos cirúrgicos gerais e urológicos têm 18 indicado que a LESS é uma inovação cirúrgica bastante promissora, demonstrando melhores resultados cosméticos e na maioria dos casos em menor período de convalescência quando comparada com pacientes submetidos a abordagens laparoscópicas convencionais (18). Nessa categoria cirúrgica, os trocarteres podem ser colocados em uma única incisão cutânea, geralmente na região umbilical, ou de outra forma, utiliza-se dispositivos específicos ou endoscópio com canal de trabalho por incisão abdominal única. Ao se optar por dispositivos específicos, esses permitem a passagem simultânea de diferentes instrumentos e do endoscópio por única incisão muscular (18). A cicatriz umbilical tem sido bastante utilizada na medicina humana, pois representa um orifício embrionário natural e se constitui em sítio de excelente cicatrização para o acesso à cavidade peritoneal (19). Como principal vantagem da LESS, descreve-se a mínima cicatriz cirúrgica o que resulta em baixa incidência de complicações associadas com feridas cirúrgicas e diminuição da dor pós-operatória (20). Entretanto, apesar dessas vantagens incontestáveis, essa categoria oferece algumas limitações. Uma delas é a perda da triangulação dos portais, importante condição para delicadas dissecações. Entretanto, utilizando instrumentos curvados específicos essa limitação pode ser superada e atingir melhor grau de triangulação, embora ainda assim sejam exigidos movimentos que podem causar colisão. Além disso, a falta de triangulação dificulta a retração dos órgãos exigindo-se a utilização de suturas transabdominais ou suturas de transfixação para manter os órgãos na correta posição. Outra dificuldade técnica, é a perda de percepção de profundidade, a qual ocorre quando a câmera é alinhada com o eixo dos instrumentos de trabalho. Em virtude dessas dificuldades, evolução considerável tem sido obtida associando esses procedimentos com a cirurgia 19 robótica. Novos robôs têm sido desenvolvidos com o objetivo de minimizar espaço e evitar o cruzamento das mãos dos cirurgiões (20). Diversos procedimentos cirúrgicos já foram descritos na medicina via LESS, tais como: colescistectomia; gastrectomia (18); apendicectomia (21); adrenalectomia (22), orquiectomia (23), biopsia renal (24), prostatectomia radical (25), pieloplastia (26) e nefrectomias (27). Na medicina veterinária, a maioria dos procedimentos foram realizados na espécie suína, visando futuras aplicações e adaptações para a espécie humana, tais como nefrectomias radicais (28) e colecistectomias (29). No Brasil, os primeiros relatos de utilização da modalidade LESS em cadelas foram feitos por Brun et al. (30) os quais descreveram o emprego do TriportTM na realização de ováriohisterectomia (OSH) em uma cadela com pequena hérnia umbilical. Para tanto, ampliou-se o defeito da parede abdominal através do qual foi posicionado o TriportTM. O corno uterino esquerdo foi então fixado à parede abdominal ventral com sutura transparietal, e os vasos uterinos e o corpo do útero submetidos à hemostasia por eletrocirurgia bipolar. A partir da manobra de rotação do tórax, os ligamentos suspensores foram rompidos, expondo os vasos ovarianos e os mesovários. Foram aplicadas duas suturas transparietais, uma em cada flanco, fixando temporariamente os ovários à parede abdominal. Tal procedimento facilitou a hemostasia dos mesovários e dos vasos ovarianos, obtidas por eletrocirurgia bipolar. Após a ruptura dos mesométrios, os tecidos extirpados foram removidos da cavidade em conjunto com o TriportTM, finalizando-se com a laparorrafia convencional. No ano de 2011 Silva et al. (31) avaliou retrospectivamente as 20 primeiras ovário-histerectomias videoassistidas com único portal realizadas no Brasil, concluiu que tais procedimentos foram realizados em tempo cirúrgico médio de 22,95 minutos 20 e sem complicações graves em 19 de 20 cadelas operadas. Os primeiros cinco procedimentos consumiram mais tempo cirúrgico que os demais e a abordagem aos pedículos foram as etapas cirúrgicas que apresentaram maior tempo de execução. A categoria NOTES é outra modalidade atualmente explorada dentro do conceito de cirurgias com mínima invasão e pode envolver a combinação de técnicas minimamente invasiva com endoscopia flexível (e em determinados casos a endoscopia rígida), representando uma importante mudança no conceito de cirurgia sem cicatriz, culminando em uma modalidade operatória marcada por uma característica principal, a ausência de incisões abdominais (32). Existe uma classificação, ainda não oficial, das técnicas de NOTES. A T-NOTES ou Total NOTES, nesta técnica todo o material de trabalho, como o endoscópio são inseridos apenas através de orifícios naturais. E a H-NOTES, ou NOTES híbrida, onde é realizado acesso através de orifícios naturais associado a acesso na parede abdominal. A H-NOTES permite a execução segura do acesso visceral enquanto ainda não há domínio total sobre a realização de portais translumenais às cegas (33). A cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais também é nominada de cirurgia endoluminal, transluminal, cirurgia sem incisão (incisionless) ou cirurgia sem cicatriz (scarless) (34). As principais vantagens da NOTES em humanos são, teoricamente, menor dor abdominal pós-operatória, redução dos riscos de infecção da ferida operatória, ausência de hérnias incisionais e melhor aspecto estético (35). Além disso, Dapri (19) ainda defende como benefícios a probabilidade de menor trauma abdominal, melhor recuperação do paciente, e reduzida necessidade de analgésicos no controle da dor. 21 Para Seid et al. (36), as principais vantagens da NOTES são sem dúvida, o menor risco de infecções do sítio cirúrgico e de ocorrência de hérnias incisionais. Para esses autores, as infecções do sítio operatório são as complicações cirúrgicas mais comuns na medicina humana, acontecendo em 2 a 25% dos pacientes na dependência do tipo de cirurgia realizada. Dessa forma, a ausência de incisões cutâneas na NOTES poderia eliminar as infecções de sítio operatório nas cirurgias abdominais. Seid et al. (36) relatam que a hérnia constitui a segunda complicação mais freqüente em cirurgias abdominais de humanos, sendo observada em 4 a 18% nas cirurgias abertas e em 0,02 a 3% nas laparoscópicas. O outro grupo de pacientes onde a NOTES pode ser benéfica é o de pacientes humanos críticos internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), especialmente aqueles com indicação de gastrostomia endoscópica percutânea para nutrição entérica, sem necessitar de gastrotomia aberta. Esse procedimento, além de ser menos traumático, também facilita o diagnóstico de isquemia intestinal em pacientes críticos, situações extremamente difíceis de serem diagnosticadas radiograficamente (37). A NOTES tem sido considerada um grande avanço na história da cirurgia. Alguns dos principais relatos dessa técnica datam de 2004, quando se teve início o desenvolvimento da via transgástrica como acesso à cavidade abdominal (38). Vários procedimentos começaram então a ser realizados através dos acessos naturais. Dentre as abordagens relatadas incluem-se as rotas transgástrica, transcolonica, transvesicais, transvaginal e menos comumente, a transesofágica. Estas abordagens podem oferecer uma série de vantagens sobre as técnicas laparoscópicas e abertas como diminuição da dor pós-operatória, 22 redução/eliminação da anestesia geral e redução de tempo e custos de internação hospitalar. Além disso, a NOTES permitirá que procedimento convencionais sejam realizados sem incisões de pele, evitando assim complicações associadas com a dor, infecções de feridas e hérnias com redução potencial na internação hospitalar, mais rápido retorno da função intestinal, melhora dos resultados cosméticos e aumento na satisfação geral do paciente (39). A abordagem transgástrica perioral tem sido usada para realizar biópsia hepática, colescistectomia e anastomoses colecistectogástricas, pancreatectomia distal, esplenectomias, gastroduodenostomia, reparação de hérnias, anastomoses entéricas, além de ooferectomias e ligação de tubas em modelos animais. O ambiente ácido do estômago e, conseqüentemente, a reduzida carga bacteriana e a excelente vascularização sanguínea do órgão protegem a injúria tecidual. Além disso, a localização oferece excelente acesso e visualização da região abdominal inferior e região pélvica. A maior desvantagem dessa abordagem é o acesso do abdômen superior, exigindo retroflexão do endoscópio o que pode ser dificultoso ou até impossível (40). A abordagem transesofágica já foi relatada para procedimentos como mediastinoscopia e toracoscopia, bem como para biópsia pulmonar e de linfonodos mediastínicos. No entanto, esse acesso tem sido pouco investigado, pois a pobre irrigação sanguínea e a falta de serosa do esôfago dificulta o seu fechamento e conseqüências desastrosas de vazamento esofágico tem resultado em mediastinite (40). O acesso transvesical é realizado com o auxílio de um cistoscópio, onde uma abertura é criada na parede ventral da bexiga com um cateter uretral, o qual é posteriormente trocado por uma cânula de 5mm (40). Esse acesso já foi descrito 23 com sucesso para realização de biópsia pulmonar em suínos, mostrando-se ser factível nessa espécie. Além disso, também foi descrito para procedimentos de peritonioscopia e biópsia hepática (40). Ao contrário da vagina, que permite abrigar cânulas de maior diâmetro e múltiplos instrumentos, o tamanho da uretra é uma grande limitação, sendo essa abordagem mais aceitável quando associado com outros acessos naturais (40). A via transcolonica foi utilizada em modelos experimentais suínos para realização de colescistectomia e para exploração da cavidade abdominal (41). Intervenções utilizando o acesso colônico para realização de cirurgia abdominal tem sido objeto de pesquisa experimental recente, sugerindo que o acesso poderia ser uma opção atraente para o tratamento de afecções colorretais e abdominais em humanos. A abordagem transcolonica apresenta várias vantagens teóricas sobre a via transgástrica, como a eliminação da necessidade de retroflexão do endoscópio, permitindo um acesso mais direto, além do fato da junção anorretal permitir a passagem de espécimes (como baço, rins e cólon) e instrumentais de diâmetro maior, que a via transoral. No entanto, obstáculos técnicos iniciais como: risco de infecção e de formação de fístula, acesso seguro à cavidade e fechamento confiável do orifício colônico, permaneceram como possíveis problemas que retardam o uso dessa modalidade, quando comparada com os acessos vaginal e transoral (42). A NOTES transvaginal foi descrita em 2007, para realização de nefrectomia em suínos com auxílio de endoscopia flexível (43). No ano seguinte, esse acesso foi utilizado para realização de colescistectomia em humanos (44). As descrições de NOTES transvaginal acenderam-se na medicina humana no ano de 2009, período no qual Navarra e colaboradores (45) realizaram colescistectomia em seis mulheres por meio de NOTES híbrida, utilizando endoscopia flexível através da via 24 transvaginal e um portal abdominal para a inserção do endoscópio rígido (45). No ano seguinte Kaouk et al. (46), realizaram nefrectomia em humanos pelo acesso transvaginal, observando-se boa recuperação pós-operatória e ausência de complicações trans e pós-operatórias. Na área de medicina veterinária, os primeiros relatos de OSH por NOTES foram descritos por Feranti et al. (47) no ano de 2008, os quais realizaram, com auxílio laparoscópico, a cirurgia de ovariohisterectomia transvaginal em cadelas por NOTES híbrida. Para tanto, os autores promoveram a punção da parede vaginal junto à cervix para a entrada dos instrumentais cirúrgicos. Esse acesso foi guiado pelo endoscópio, que havia sido introduzido levemente caudal à cicatriz umbilical. O mesovário e os vasos ovarianos foram ocluídos com clipe de titânio ou eletrocirurgia bipolar via vaginal, enquanto os vasos ovarianos e o corpo do útero foram ligados por cirurgia convencional após a exteriorização dos cornos uterinos e ovários pela ferida vaginal. A primeira paciente submetida a essa modalidade cirúrgica demonstrou rápida recuperação pós-operatória e mínimo desconforto associado à ferida vaginal (48), estimulando esse grupo de pesquisa a desenvolver a OSH por NOTES total, a partir do ano de 2009. Baseado nessas considerações, no ano de 2010 Silva et al. (49) descreveram o primeiro relato de OSH totalmente NOTES na medicina veterinária. Para o acesso transvaginal, os autores tracionaram a região do fundo vaginal e pinçou para melhor exposição. A mucosa vaginal foi incisada com tesoura de Metzenbaum e o tecido submucoso divulsionado de forma romba. Um trocarte foi posicionado no local da incisão e meticulosamente inserido na cavidade abdominal. Em seguida, estabeleceu-se o pneumoperitônio e a óptica rígida com canal de trabalho foi introduzida para inspeção inicial da cavidade abdominal. Posteriormente, o ovário 25 esquerdo foi apreendido e suspenso para passagem de sutura de sustentação transparietal. O complexo artiriovenoso ovariano esquerdo foi seccionado com pinça de coagulação bipolar e corte. A mesma manobra foi realizada no lado contralateral, e em seguida os ovários foram apreendidos e tracionados para o interior do trocarte, juntamente com o corpo do útero, até sua exteriorização. Após, o corpo uterino foi pinçado, ligado, seccionado e posteriormente reposicionado na cavidade abdominal. Nessa mesma linha de pesquisa Souza (50) realizou experimentalmente biópsia hepática transvaginal em cadelas por endoscopia flexível, concluindo que o procedimento é viável e seguro, desde que sejam realizadas melhorias técnicas quanto ao acesso vaginal. Para essa operação o autor recomendou a realização do acesso vaginal em plano mais profundo na vagina do que o descrito, buscando a introdução do endoscópio flexível cranialmente à gordura pélvica. Nesse mesmo ano, Carvalho et al. (51), utilizou o acesso vaginal para exploração da cavidade abdominal por NOTES total em éguas. O método evidenciou eficiência e mínima invasibilidade para exploração de vísceras abdominais em fêmeas equinas, ficando clara sua relevância para diagnóstico de patologias abdominais como seu uso para realização de biópsias. Infelizmente, apesar da categoria NOTES representar um grande avanço na medicina veterinária, algumas desvantagens ainda precisam ser superadas. Com a introdução desses procedimentos cirúrgicos refinados e consequentemente, com as modificações nos acessos peritoneais e equipamentos cirúrgicos, percebe-se uma mudança no perfil de algumas complicações, principalmente ao comparar a cirurgia aberta com a laparoscópica. Por exemplo, hérnias e infecções de feridas dão lugar à síndrome da compressão e à infecções intra-abdominais. O cirurgião que embarcar 26 na NOTES deve compreender e reconhecer essas mudanças para evitá-las ou controlá-las adequadamente (40). Até poucos anos, para NOTES com endoscópio flexível o abdome era insuflado com ar de forma descontrolada (39). A insuflação através de endoscópios flexíveis geralmente não apresenta controle de pressão e a taxa de fluxo é muito menor que um insuflador laparoscópico típico (35). Dessa forma, os clássicos efeitos hemodinâmicos do aumento da pressão abdominal decorrente da insuflação têm sido descrito em vários animais e em humanos. Esses efeitos são taquicardia, aumento da pressão arterial, vasoconstrição periférica, diminuição do volume sistólico e débito cardíaco e diminuição do fluxo sanguíneo renal, especificamente com a pressão acima de 15mmHg (40). Essas alterações certamente apresentam um potencial risco do paciente com reserva fisiológica menor, desenvolver injúria renal, hipoventilação e colapso cardiovascular. Algumas técnicas foram desenvolvidas para minimizar esses problemas, uma delas é introduzir uma agulha de Veress percutânea para monitorar a pressão intra-abdominal e agir como um escape. Alternativamente, insufladores autoregulados podem ser conectados nessa agulha para fornecer melhor controle da pressão intrabdominal (40). Cabe ressaltar, que ao se utilizar cânula convencional ou outro dispositivo através do orifício natural, é possível insuflar e manter a insuflação de forma segura utilizando o próprio portal de acesso. Outra complicação em potencial dos procedimentos da cirurgia endoscópica transluminal é a infecção intrabdominal. Durante o acesso, a cavidade peritoneal pode tornar-se contaminada com o contato com o endoscópico não esterilizado ou pela passagem do endoscópio e instrumental cirúrgico através de um orifício 27 contaminado. Além disso, o fechamento da parede do órgão de acesso pode ser inadequado e, dessa forma, ocorrer vazamentos para a cavidade (40). Na peritonioscopia transgástrica tem se obtido sucesso para prevenir infecções pós-operatórias usando solução antibiótica para lavagem gástrica, antibióticos parenterais profiláticos e desinfecção rigorosa do endoscópio (40). Além disso, Shafi et al. (39), também recomendam que antes do procedimento, todos os animais sejam alimentados com dieta líquida, seguindo de jejum por 24 horas. Outro aspecto que requer consideração é o emprego de inibidores da bomba de prótons. Estudos mostram que o uso desses fármacos tem resultado em maior crescimento bacteriano intraperitoneal, e dessa maneira estariam contra-indicados nesses procedimentos (40). Para peritonioscopia transcolonica, a profilaxia usualmente consiste de cefazolina parenteral e enemas, o que demonstrou eliminar mais de 80% das bactérias colônicas (40). O Conselho de Avaliação e Pesquisa das Cirurgias Endoscópicas por Orifício Natural (NOSCAR), criado no ano de 2005 pela Sociedade Americana de Cirurgia e Endoscopia Gastrintestinal, concluiu que um fechamento gástrico ou colônico perfeito é essencial para garantir que não haja infecção intraperitoneal. Atualmente, os grampos cirúrgicos são usados para ocluir o sitio de acesso, mas estes provaram ser insuficiente, especialmente no cenário das grandes incisões. Normalmente, o intestino é ocluído com um fio de sutura ou grampos, que são comprovadamente eficazes nos procedimentos convencionais e laparoscópicos, mas que não são excelentes opções em procedimentos endoscópicos. Até o momento, não há comercialmente disponíveis métodos simples, seguros e eficazes para a síntese da gastrotomia, exigindo-se maior investigação científica em relação à oclusão desse procedimento (39). Nesse ponto de vista, a categoria LESS é 28 atualmente mais segura que a NOTES devido o fechamento ser similar à laparoscopia convencional. Entretanto algumas particularidades são notadas nessa abordagem tais como a dificuldade e algumas vezes a impossibilidade de exposição cirúrgica dos instrumentais no centro do monitor de vídeo e a necessidade de movimentar simultaneamente a câmera e os instrumentais, o que requer movimentos mais delicados e precisos que a laparoscopia (52). Outra limitação da NOTES transgástrica é o tamanho do tecido que pode ser removido da cavidade peritoneal. Este se encontra limitado pelas dimensões da incisão estomacal, do diâmetro do esôfago, e/ou do diâmetro da cavidade oral. Isso é importante principalmente na remoção de tecido maligno que poderia semear o caminho de saída ou causar a ruptura. Além disso, a laparoscopia apresenta limites associados à perda da habilidade táctil do cirurgião. Esse problema é exagerado no NOTES devido à utilização de instrumentos flexíveis e maior distância entre o operador e a extremidade distal do endoscópio. Ainda, atenção deve ser dada no gerenciamento de complicações como as hemorragias, já que os principais métodos disponíveis para hemostasia são clipes cirúrgicos, a eletrocirurgia convencional, ou o coagulador de plasma de argônio (39). Comparando-se as categorias de NOTES e LESS, embora a NOTES transvaginal esteja se consolidando na medicina humana, em algumas especialidades médicas a LESS parece mais promissora em virtude de se evitar a remoção de espécimes através de vísceras ocas, evitando dessa forma a necessidade de suturas de órgãos, com potencial risco de falha no fechamento da sutura. Além disso, o acesso transumbilical fornece uma visualização da cavidade peritoneal similar à laparoscopia convencional, evitando problemas de ângulo de 29 visão associada com as abordagens transvaginal, transgástrica ou transcolonica da NOTES (20). Conclusão Conclui-se que, as cirurgias endoscópicas transluminais por orifícios naturais (NOTES) e as cirurgias por acesso único (LESS) surgem como novas perspectivas da cirurgia moderna, baseada nos princípios da abordagem com mínima ou até mesmo ausência de incisões abdominais. Teoricamente, tendem a apresentar vantagens em relação às outras formas de procedimentos cirúrgicos, mas precisam ser consolidadas como prática segura factível e com bons resultados a curto e longo prazos, exigindo-se a execução de estudos experimentais e prospectivos para que seus resultados possam ser avaliados. Abstract The improvement of minimally invasive surgery can provides better postoperative results, such as better scar healing, improved cosmetics results, less postoperative pain and earlier discharge from hospital. Transluminal endoscopic surgery by natural orifices can be an alternative to laparoscopic surgery, with the advantage of eliminating abdominal incisions since it combines endoscopic and laparoscopic techniques to access the abdominal cavity via natural orifices. Despite being a technique under development, many advantages would be attributed to NOTES, such as lower incidence of hernias, surgical wound infection and adhesion. The Laparoendoscopic Single Site Surgery (LESS) is another current technique within the video surgical procedures of laparoscopic procedures, which is used a single abdominal incision, with our without specific devices and equipment. The indications and contra indications of each approach will arise according to the development of 30 the surgical technique and they will be the focus of researches in human and veterinary medicine. In this article, the authors review the history of the video surgery in veterinary medicine and the current conditions of NOTES and LESS categories. Keywords: minimally invasive surgery, scarless surgery, endosurgery. Referências Bibliográficas 1 FREEMAN LJ. Introduction. In: FREEMAN LJ. Veterinary Endosurgery. ST Louis: Mosby; 1998. p.92-102. 2 BECK CAC, PIPPI NL, BRUN MV, CONTESINI EA, CUNHA AF, STEDILE R et al. Toracoscopias nas hérnias diafragmáticas: estudo experimental em cães. Ciência Rural 2004; 34(6):1857-1863. 3 FRANCO CAD, LUZ MJ, FERREIRA GS, SANTOS CL, CASTELLO A, ROZA MR et al. Acesso cirúrgico Transvaginal em NOTES (cirurgia endoscópica por orifício natural). Medvep 2009; 7(20):31-35. 4 WILDT DE, LEVISON CJ, SEAGER SWJ. Laparoscopic expoure and sequential observation of the ovary of the cycling bitch. Anat. Rec. 1977a; 189:443-449. 5 USON J, TEJEDO V, VIVES MA, EZQUERRA, LJ, USON JM. Thérapeutique laparoscopique: l’ovariectomie et la ligature dês cornes utérines chez La chienne. Recueil de Médicine Vétérinaire Spécial Endoscopie 1992; 168(34):237-241. 6 WILDT DE, KINNEY GM, SEAGER SWJ. Laparoscopy for direct observation of internal organs of the domestic cat and dog. Am J Vet Res 1977b; 38(9):1429-1432. 7 RICHTER KP. Laparoscopy in dogs and cats. Vet Clin North Am Small Anim Pract 2001; 31(4):707-727. 8 RAWLINGS CA. Laparoscopic-assisted gastropexy. J Am Anim Hosp Assoc 2002; 38:15-19. 31 9 GOMEZ HM, ALVARENGA J. Nefrectomia videolaparoscópica em cães: estudo experimental. In: Congresso Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária; 2000; Goiânia. Anais. Goiânia: Escola de Veterinária da UFG, 2000. p.174. 10 BRUN MV, SILVA FILHO APF, BECK CAC, MARIANO MB, MELLO JRB. Ováriohisterectomia em caninos por cirurgia laparoscópica. Braz J Vet Res Anim Sci 2000; 37(6): p. S1413-959620000. 11 MALM C, SAVASSI-ROCHA PR, GHELLER VA, OLIVEIRA HP, LAMOUNIER AR, FOLTYNECK V. Ovário-histerectomia: estudo experimental comparativo entre as abordagens laparoscópica e aberta na espécie canina – Intraoperatória – I. Arq Bras Med Vet Zoot 2004; 56(4):457-466. 12 MALM C, SAVASSI-ROCHA PR, GHELLER VA, OLIVEIRA HP, LAMOUNIER AR, FOLTYNECK V. Ovário-histerectomia: estudo experimental comparativo entre as abordagens laparoscópica e aberta na espécie canina II– Evolução clínica pósoperatória. Arq Bras Med Vet e Zoot 2005; 57(2):162-172. 13 LUZ MJ, SANTOS CL, SALAVESSA CM, BUSTAMANTE SRB, RAMOS RM LIMA ACQ et al. Ovariectomia por via laparoscópica em cadela com ovário remanescente. Medvep 2009; 7(22):372-376. 14 SIEGL VH, BÖHM R, FERGUSON J. Laparoskopische ovariohysterektomie bei einem hund. Wiener Tierärztliche Monatsschirft 1994; 81:149-152. 15 MINAMI S, OKAMOTO Y, EUGCHI H, KATO K. Successful laparoscopy assisted ovariohysterectomy in two dogs with pyometra. J Vet Med Sci 1997; 59(2):845-847. 16 COLLARD E, VIGUIER AF. Pyometra managed by laparoscopic ovariohysterectomy in a dog. Revue Méd Vét 2008; 159(12):624-627. 17 SANTOS FR, BRUN MV, ATAIDE MW, FERANTI JPS, BORTOLUZZI M, LUZ M et al. OSH eletiva vídeo-assistida com o uso de dois portais – Relato de dois casos. 32 In: XVIII Mostra de Iniciação Científica, 2008. Passo Fundo. Anais. Passo Fundo, 2008. 18 ROMANELLI JR, ROSHEK TB, LYNN DC, EARLE DB. Single-port laparoscopic cholecystectomy: initial experience. Surg Endosc 2010; 24:1374-1379. 19 DAPRI G. Single access laparoscopic surgery: Complementary or alternative to NOTES?. World J Gastrointest Surg 2010; 2(6):207-209. 20 ALCARAZ A, PERI L, IZQUIERDO L, MUSQUERA M, SERAPIAO R, PACHÓN D et al. Transvaginal NOTES and LESS: are they future in kidney surgery?. Eur Urol 2011; 10:58-63. 21 SKINOVSKY J, DANTAS MV, COELHO D, CHIBATA M, RIBEIRO FC SPIGOLON M. Apendicectomia por trocarte único SITRACC – o primeiro caso relatado. In: IX Congresso Brasileiro de videocirurgia (SOBRACIL); 2009; Belo Horizonte. Anais. Oficial Journal of the Brazilian society of Videosurgery, v.2, n.2, Supl.1, 2009. 22 BRANCO AW, KONDO W, STUNITZ LC, NASCIMENTO NETO SR, NASCIMENTO CCR, BRANCO FILHO AJB. Adrenalectomy by retroperitoneal laparoendoscopic single site surgery. J S L S 2010; 14:571-575. 23 RANÉ A, RAO P, RAO PP. Single-port-acess nephrectomy and other laparoscopic urologic procedures using a novel laparoscopic port (R-port). Urology 2008; 72:260-263. 24 KAOUK JH, HABER GP, GOEL RK, DESAI MM, ARON M, RACKLEY RR. Singleport laparoscopic surgery in urology: initial experience. Urology 2008a; 71:3-6. 25 KAOUK JH, GOEL RK, HABER GP, CROUZET S, DESAI MM, GILL IS. Singleport laparoscopic radical prostatectomy. Urology 2008b; 72:1190-1193. 33 26 DESAI, MM, STEIN R, RAO P, CANES D, ARON M, RAO PP. Embryonic natural orifice transumbilical endoscopic surgery (E-NOTES) for advanced reconstruction: initial experience. Urology 2009; 73:182-187. 27 BRANCO AW, KONDO W, STUNITZ LC, BRANCO FILHO AJ. Transumbilical laparoscopic bilateral nephrectomy. Brazilian Journal of Videoendoscopic Surgery 2009; 2(1):42-48. 28 BRUN MV, MARIANO MB, CAVAZZOLA LT, MORALES CMP, FONSECA, GN, TANAKA MT et al. Nefrectomia radical LESS (Laparoendoscopic Single Site Surgery) umbilical em suíno – relato de caso. In: IX Congresso Brasileiro de videocirurgia (SOBRACIL); 2009, Belo Horizonte. Anais. Oficial Journal of the Brazilian society of Videosurgery, v.2, n.2, Supl.1, 2009a. 29 CAVAZZOLA LT, MORALES CMP, MARIANO MB, BRUN MV, TANAKA MT, FONSECA GN et al. Colecistectomia LESS (Laparoendoscopic Single Site Surgery) em suínos – relato de caso. In: IX Congresso Brasileiro de videocirurgia (SOBRACIL), 2009, Belo Horizonte. Anais. Oficial Journal of the Brazilian society of Videosurgery, v.2, n.2, Supl.1, 2009. 30 BRUN MV, MARIANO MB, CAVAZZOLA LT, ATAÍDE MW, COLOMÉ LM FERANTI JPS et al. Ovario-histerestomia em cadelas por LESS. In: IX Congresso Brasileiro de videocirurgia (SOBRACIL), 2009, Belo Horizonte. Anais. Oficial Journal of the Brazilian society of Videosurgery, v.2, n.2, Supl.1, 2009b. 31 SILVA MAM, BATISTA PACS, POGIANNI FM, SILVA ML, MUNERATO MS, FLORES FN et al. Ovario-histerectomia vídeo-assistida com único portal em cadelas: estudo retrospectivo de 20 casos. Ciência Rural 2011; 41(2):294-300. 32 BARON TH. Natural orifice transluminal endoscopic surgery. Br J Surg 2007; 94(1):1-2. 34 33 LUZ MJ, SANTOS CL, FERREIRA GS, RAMOS RM, VALE DF, ANTUNES F et al. Ovariohisterectomia por NOTES híbrida transvaginal em cadelas – Relato de três casos. Medvep 2010; 8(24):152-155. 34 LEE LS. Desarrollo tecnológico actual de la cirurgía endoscópica transluminal através de orifícios naturales. Cirurgía Espaňola 2006; 8(5):283-288. 35 SANTOS FILHO PV, SANTOS MP, ETTINGER JEMTM. Cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais: realidade atual. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgia 2009; 36(2):167-172. 36 SEID VE, ARAÚJO SEA, CARAVATTO PPP, KISS DR. Notes: presente e futuro – um breve revisão. Einstein 2008; 6(1):99-101. 37 NESARGIKAR PN, JAUNOO SS. Natural orifice translumenal endoscopic surgery (N.O.T.E.S). Int J Surg 2009; 7:232-236. 38 KANTSEVOY SV, JAGANNATH SB, NIIYAMA H, CHUNG SS, COTTON PB, GOSTOUT CJ et al. Endoscopic gastrojejunostomy with survival in a porcine model. Gastrointest Endosc 2005; 60(2):287-292. 39 SHAFI BM, MERY CM, BINYAMIN G, DUTTA S. Natural orifice translumenal endoscopic surgery (NOTES). Semin Pediatr Surg 2006; 15(4):251-258. 40 BERMAN, S.; MELVIN, S. Natural orifice translumenal endoscopic surgery. Surg Clin North Am 2008; 88:1131-1148. 41 FONG DG, PAI RD, THOMPSON CC. Transcolonic endoscopic abdominal exploration: a NOTES survival study in a porcine model. Gastrointest Endosc; 65(2):312-318. 42 ZORRON R, COELHO D, FLACH L, LEMOS FB, MOREIRA MS, OLIVEIRA OS et al. Cirurgia por Orifícios Naturais transcolonica: Acesso NOTES peri-retal (PNA) para excisão mesoretal total. Revista Brasileira de Coloproctologia 2010; 30(1):14-22. 35 43 CLAYMAN RV, BOX GN, ABRAHAM JB, LEE HJ, DEANE LA, SARGENT ER et al. Rapid communication: transvaginal single-port NOTES nephrectomy: initial laboratory experience. J Endourol; 21(6):640-646. 44 ZORRON R, MAGGIONI LC, POMBO L, OLIVEIRA AL, CARVALHO GL, FILGUEIRAS M.NOTES transvaginal cholecystectomy: preliminary clinical application. Surg Endosc 2008; 22(2):542-547. 45 NAVARRA G, RANDO L, LA MALFA G, BARTOLOTTA G, PRACANICA G. Hybrid transvaginal cholecystectomy: a novel approach. Am J Surg 2009; 197(6):6972. 46 KAOUK JH. Pure natural orifice translumenal endoscopic Surgery (NOTES) transvaginal nephrectomy. Eur Urol 2010; 54:723-726. 47 FERANTI JPS, BRUN MV, SILVA MAM, ATAÍDE MW, VIRGINEA H, MOTTA AC et al. NOTES híbrida na realização de ovariosalpingohisterectomia em cadelas. In: XVIII Mostra de Iniciação Científica, 2008, Passo Fundo. Anais. Passo Fundo : UPF, 2008. 48 BRUN MV, SILVA MAM, MARIANO MB, MOTTA AC, FERANTI JPS, POHL VH et al. Ovariohysterectomy in a dog by a hybrid NOTES technique a case report. Can Vet J 2011; 52:637-640. 49 SILVA MAM, BRUN MV, TONIOLLO GH, SANTOS MAAP. Ovário-histerectomia por NOTES transvaginal pura (NOTES-OHE) em uma cadela – primeiro relato de caso. In: IX CONGRESSO BRASILEIRO DE CIRURGIA E ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA, 2010, Búzios. Anais.Búzios, 2010. 50 SOUZA LAC. Biópsia hepática via NOTES transvaginal em cadelas. Franca, 2010. 75p. Dissertação (mestrado) – Universidade de Franca. 36 51 CARVALHO PH, LUZ MJ, ANTUNES F, FONSECA AFB, SILVA JFS, ZORRON R et al. NOTES transvaginal em égua: estudo preliminar. Revista Brasileira de Ciência Veterinária 2010; 17:67-72. 52 MÜLLER EM, CAVAZOLLA LT, GROSSI JVM, MARIANO MB, MORALES C, BRUN M. Training for laparoendoscopic single-site surgery (LESS). Int J Surg 2010; 8:64-68. 37 Figura I: Dois casos de OSH eletiva em cães via cirurgia endoscópica translumenal por orifício natural (NOTES). Observa-se o pneumoperitônio estabelecido e a posição do endoscópio rígido com canal de trabalho pelo acesso vaginal. Figura II: Dois diferentes casos envolvendo OSH em cadelas por LESS. À esquerda, utilizou-se cânula convencional associado a um endoscópio rígido com canal de trabalho, enquanto à direita, empregou-se dispositivo específico (TriportTM), o qual foi posicionado através de uma hérnia umbilical, sendo o defeito ampliado para acomodar o portal. 38 7 CONCLUSÕES Frente a metodologia empregada, conclui-se que: - As cirurgias endoscópicas transluminais por orifícios naturais (NOTES) surgem como novas perspectivas da OSH em cadelas, baseada nos princípios da abordagem com mínima ou até mesmo ausência de incisões abdominais; - A técnica de OSH por NOTES total apresenta parâmetros cardiorrespiratórios, pressóricos e hemogasométricos semelhante à técnica convencional e mais estáveis que a técnica de NOTES híbrida utilizando-se artroscópio de 2,7mm; - A técnica de NOTES total resulta em menor dor trans e pós-operatória quando comparado com a técnica convencional e NOTES híbrida; - As três técnicas experimentais testadas conduzem a inflamação sistêmica, contudo, a técnica de NOTES total demonstra danos celulares oxidativos mais baixos, especialmente se comparados com à técnica convencional. - A perfuração intestinal é uma complicação que pode decorrer da intervenção de NOTES total transvaginal e dessa forma, o cirurgião deve estar preparado para solucioná-la. 39 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCARAZ, A. et al. Transvaginal NOTES and LESS: are they future in kidney surgery?. Eur Urol, v.10, p.58-63, 2011. ARSALANI-ZADEH, R. et al. Oxidative stress in laparoscopic versus open abdominal surgery: a systematic review. J Surg Res, v. 169, n.1, p.59-68, 2011. BARON, T.H. Natural orifice transluminal endoscopic surgery. Br J Surg, v.94, n.1, p.1-2, 2007. BASINGER, R.R.; ROBINETTE, C.L.; SPAULDING, K.A. Próstata. In: SLATTER, D. Manual de cirurgia de pequenos animais. Barueri: Manole, 2007. V.2, Cap.104, p.15421557. BAYSAL, Z. et al. Evaluation of total oxidative and antioxidative status in pediatric pactients undergoing laparoscopic surgery. J Pediatr Surg, v.44, p.1367-1370, 2009. BECK, C.A.C. et al. Toracoscopias nas hérnias diafragmáticas: estudo experimental em cães. Ciênc Rural, V.34, n.6, p.1857-1863, 2004. BERMAN, S.; MELVIN, S. Natural orifice translumenal endoscopic surgery. Surg Clin North Am, v.88, p.1131-1148, 2008. BOTTER, F.C.S et al. O papel do penumoperitônio na avaliação de parâmetros respiratórios e hemodinâmicos de ratos anestesiados, com ou sem intubação intratraqueal. Rev Col Bras Cir, v.32, p.261-266, 2005. BRANCO, A.W. et al. Adrenalectomy by retroperitoneal laparoendoscopic single site surgery. J S L S, v.14, p.571-575, 2010. BRANCO, A.W. et al. Transumbilical laparoscopic bilateral nephrectomy. Braz J Vid Surg, v.2, n.1, p.42-48, 2009. 40 BRUN, M.V. et al. Nefrectomia radical LESS (Laparoendoscopic Single Site Surgery) umbilical em suíno – relato de caso. In: IX Congresso Brasileiro de videocirurgia (SOBRACIL); 2009, Belo Horizonte. Anais. Oficial Journal of the Brazilian society of Videosurgery, v.2, n.2, Supl.1, 2009a. BRUN, M.V. et al. NOTES híbrida na realização de ovariosalpingohisterectomia em 12 cadelas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIRURGIA E ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA, 8., 2008, Recife. Anais. Ciência Veterinária nos Tópicos... Recife-PE, 2008, v.11, suplemento 2, p.01-546. BRUN, M.V. et al. Ovário-histerectomia em caninos por cirurgia laparoscópica. Braz J Vet Res Anim, v.37, n.6, p. S1413-959620000, 2000. BRUN, M.V. et al. Ovario-histerestomia em cadelas por LESS. In: IX Congresso Brasileiro de videocirurgia (SOBRACIL), 2009, Belo Horizonte. Anais. Oficial Journal of the Brazilian society of Videosurgery, v.2, n.2, Supl.1, 2009b. BRUN, M.V. et al. Ovariohysterectomy in a dog by a hybrid NOTES technique a case report. Can Vet J, v.52, n.637-640, 2011. CAMPOS, F.G.C.M; ROLL, S. Complicações do acesso abdominal e do pneumoperitônio em cirurgia laparoscópica – causas, prevenção e tratamento. Rev Bras Videocir, v.1, n.1, p.2128, 2003. CARVALHO, P.H. et al. NOTES transvaginal em égua: estudo preliminar. Rev Bras Ciência Vet, v.17, p.67-72, 2010. CAVAZZOLA, L.T. Colecistectomia LESS (Laparoendoscopic Single Site Surgery) em suínos – relato de caso. In: IX Congresso Brasileiro de videocirurgia (SOBRACIL), 2009, Belo Horizonte. Anais. Oficial Journal of the Brazilian society of Videosurgery, v.2, n.2, Supl.1, 2009. 41 CLAYMAN, R.V. et al. Rapid communication: transvaginal single-port NOTES nephrectomy: initial laboratory experience. J Endourol, v.21, n.6, p.640-646, 2007. COLLARD, E.; VIGUIER, A.F. Pyometra managed by laparoscopic ovariohysterectomy in a dog. Revue Méd Vét, v.159, n.12, p.624-627, 2008. CONCEIÇÃO, E.D.V. et al. Parâmetros eletrocardiográficos e cardiovasculares em cães anestesiados com isofluorano e submetidos à hipovolemia aguda. Ciênc Rural, v.35, p.13511356, 2005. DAPRI, G. Single access laparoscopic surgery: Complementary or alternative to NOTES?. World J Gastrointest Surg, v.2, n.6, p.207-209, 2010. DAS, U.N. Acetylcholinesterase and butyrylcholinesterase as possible markers of low-grade systemic inflammation. Med sci monit, v.13, n.12, p.214-221, 2007. DESAI, M.M. et al. Embryonic natural orifice transumbilical endoscopic surgery (E-NOTES) for advanced reconstruction: initial experience. Urology, v.73, p.182-187, 2009. DEVITT, C.M. et al. Duration, complications, stress, and pain of open ovariohysterectomy versus a simple method of laparoscopic assisted ovariohysterectomy in dogs. J Am Vet Med Assoc, v.227, n.6, p.921-927, 2005. EVANS, H. E.; LAHUNTA. A. Miller: guia para dissecção do cão. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1994, 3ª ed., p. 206. FERANTI, J.P.S et al. NOTES híbrida na realização de ovariosalpingohisterectomia em cadelas. In: XVIII Mostra de Iniciação Científica, 2008, Passo Fundo. Anais. Passo Fundo : UPF, 2008. FINKEL, T.; HOLBROOK, N.J. Oxidants, oxidative stress and the biology of aging. Nature, v.408, p.239-247, 2000. 42 FONG, D.G.; PAI, R.D.; THOMPSON, C.C. Transcolonic endoscopic abdominal exploration: a NOTES survival study in a porcine model. Gastrointest Endosc, v.65, n.2, p.312-318, 2007. FRANCO, C.A.D. et al. Acesso cirúrgico Transvaginal em NOTES (cirurgia endoscópica por orifício natural). Medvep, v.7, n.20, p.31-35, 2009. FREEMAN L.J. Introduction. In:_____. Veterinary endosurgery. ST Louis: Mosby; 1998. p.92-102. FREEMAN, L. et al. Evaluation of the learning curve for natural orifice trasluminal Endoscopic Surgery: Bilateral ovariectomy in dogs. Vet Surg, v.40, p.140-150, 2011. FREEMAN, L.J.; CHIOREAN, M.V.; CONSTABLE, P.D. Comparison of pain and postoperative stress in dogs undergoing natural orifice transluminal endoscopic surgery, laparoscopic, and open oophorectomy. Gastrointest Endosc, v.72, p.373-380, 2010. GOMEZ, H.M.; ALVARENGA, J. Nefrectomia videolaparoscópica em cães: estudo experimental. In: Congresso Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária; 2000; Goiânia. Anais. Goiânia: Escola de Veterinária da UFG, 2000. p.174. GOWER, S.; MAYHEW, P. Canine laparoscopic and laparoscopic-assisted ovariohysterectomy and ovariectomy. Compend Contin Educ Vet Pract, v.30, n.8, p.430440, 2008. HANCOCK, R.B. et al. Comparison of postoperative pain after ovariohysterectomy by harmonic scalpel-assisted laparoscopy compared with median celiotomy and ligation in dogs. Vet Surg, V.34, n.3, p.273-282, 2005. HOWEL, M.L. Surgical methods of contraception and sterilization. Theriogenology, v.66, p.500-509, 2009. 43 KALLOO, A.N. et al. Flexible transgastric peritoneoscopy: a novel approach to diagnostic and therapeutic interventions in the peritoneal cavity. Gastrointest Endosc, v.60, p.114-117, 2004. KANTSEVOY, S.V. et al. Endoscopic gastrojejunostomy with survival in a porcine model. Gastrointest Endosc, v.60, n.2, p.287-292, 2005. KAOUK, J.H. et al. Single-port laparoscopic radical prostatectomy. Urology, v.72, p.11901193, 2008b. KAOUK, J.H. et al. Single-port laparoscopic surgery in urology: initial experience. Urology, v.71, p.3-6, 2008a. KAOUK, J.H. Pure natural orifice translumenal endoscopic Surgery (NOTES) transvaginal nephrectomy. Eur Urol, v.54, p.723-726, 2010. LEE, L.S. Desarrollo tecnológico actual de la cirurgía endoscópica transluminal através de orifícios naturales. Cir Esp, v.8, n.5, p.283-288, 2006. LEMOS, S.L.S. et al. Efeitos do pneumoperitônio com ar e CO2 na gasometria de suínos. Acta Cir Bras, v.18, p.445-451, 2003. LI, B. et al. Abundant tissue butyrylcholinesterase and its possible function in the acetylcholinesterase knockout mouse. J Neurochem, v.75, p.1320-1331, 2000. LUZ, M.J. et al. Ovariectomia por via laparoscópica em cadela com ovário remanescente. Medvep, v.7, n.22, p.372-376, 2009. LUZ, M.J. et al. Ovariohisterectomia por NOTES híbrida transvaginal em cadelas – Relato de três casos. Medvep, v.8, n.24, p.152-155, 2010. MALM, C. et al. Ovário-histerectomia: estudo experimental comparativo entre as abordagens laparoscópica e aberta na espécie canina – Intraoperatória – I. Arq Bras Med Vet Zoot, v.56, n.4, p.457-466, 2004a. 44 MALM, C. et al. Ovário-histerectomia: estudo experimental comparativo entre as abordagens laparoscópica e aberta na espécie canina II– Evolução clínica pós-operatória. Arq Bras Med Vet e Zoot, v.57, n.2, p.162-172, 2005b. MELO, M.A.C. Curva de aprendizado na vídeocirurgia. Rev Bras Videocir, v.2, n.3, p.111113, 2004. MINAMI, S. et al. Successful laparoscopy assisted ovariohysterectomy in two dogs with pyometra. J Vet Med Sci, v.59, n.2, p.845-847, 1997. MOTTIN, C.C. et al. Colecistectomia transvaginal: relato de caso. Rev Bras Videocir, v.5, n.3, p.139-143, 2007. MÜLLER, E.M. et al. Training for laparoendoscopic single-site surgery (LESS). Int J Surg, v.8, p.64-68, 2010. MURUGAN, P.; PARI, L. Influence of tetrahydrocurcumin on erytrocytre membrane bound enzymes and antioxidant status in experimental type 2 diabetic rats. J Ethnopharmacol, v.113, n.3, p.479-486, 2007. NAVARRA, G. et al. Hybrid transvaginal cholecystectomy: a novel approach. Am J Surg, v.197, n.6, p.69-72, 2009. NESARGIKAR, P.N.; JAUNOO, S.S. Natural orifice translumenal endoscopic surgery (N.O.T.E.S). Int J Surg, v.7, p.232-236, 2009. OLIVEIRA, C.R.D. Anestesia para cirurgia videolaparoscópica. Rev Bras Videocir, v. 3, p.32-42, 2005. OTERO, P. E. 2005. Dor: Avaliação e tratamento em pequenos animais. Interbook, São Paulo. 293p. PEDROSO, A.M.G. et al. Aspectos relevantes da Anestesia na videocirurgia colorretal. Rev Bras Coloproct, v.27, p.284-287, 2007. 45 RAHIMI, R. et al. A review of the role of antioxidants in the management of diabetes and its complications. Biomed Pharmacother, v.59, n.7, p.365-373, 2005. RANÉ, A.; RAO, P.; RAO, P.P. Single-port-acess nephrectomy and other laparoscopic urologic procedures using a novel laparoscopic port (R-port). Urology, v.72, p.260-263, 2008. RAWLINGS, C.A. Laparoscopic-assisted gastropexy. J Am Anim Hosp Assoc, v.38, p.1519, 2002. RICHTER, K.P. Laparoscopy in dogs and cats. Vet Clin North Am Small Anim Pract, v.31, n.4, p.707-727, 2001. ROMANELLI, J.R. et al. Single-port laparoscopic cholecystectomy: initial experience. Surg Endosc, v.24, p.1374-1379, 2010. SANTOS FILHO, P.V. et al.. Cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais: realidade atual. Rev Col Bras Cirur, v.36, n.2, p.167-172, 2009. SANTOS, F.R. et al. OSH eletiva vídeo-assistida com o uso de dois portais – Relato de dois casos. In: XVIII Mostra de Iniciação Científica, 2008. Passo Fundo. Anais. Passo Fundo, 2008. SEID, V.E. et al. Notes: presente e futuro – um breve revisão. Einstein, v.6, n.1, p.99-101, 2008. SHAFI, B.M. et al. Natural orifice translumenal endoscopic surgery (NOTES). Semin Pediatr Surg, v.15, n.4, p.251-258, 2006. SIEGL, V.H; BÖHM, R.; FERGUSON, J. Laparoskopische ovariohysterektomie bei einem hund. Wiener Tierärztliche Monatsschirft, v.81, p.149-152, 1994. SILVA, M.A.M. Avaliação laparoscópica das aderências intraperitoneais pós-cirúrgicas em cadelas: emprego de duas doses de solução de azul de metileno a 1% na profilaxia. 2008. 74p. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Escola de veterinária, Universidade Federal de Goiás. 46 SILVA, M.A.M. et al. Ovário-histerectomia por NOTES transvaginal pura (NOTES-OHE) em uma cadela – primeiro relato de caso. In: IX CONGRESSO BRASILEIRO DE CIRURGIA E ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA, 2010, Búzios. Anais. Búzios, 2010. SILVA, M.A.M. et al. Ovario-histerectomia vídeo-assistida com único portal em cadelas: estudo retrospectivo de 20 casos. Ciênc Rural, v. 41, n.2, p.294-300, 2011. SILVER, A. The biology of cholinesterases. New York: Elsevier/Agricultural Research Council institute, 1974., p.426-447 SKINOVSKY, J. et al. Apendicectomia por trocarte único SITRACC – o primeiro caso relatado. In: IX Congresso Brasileiro de videocirurgia (SOBRACIL); 2009; Belo Horizonte. Anais. Oficial Journal of the Brazilian society of Videosurgery, v.2, n.2, Supl.1, 2009. SOUSA, L.H. et al. Colecistectomia endoscópica: proposta de nova técnica totalmente tranluminal por orifícios naturais – resultados iniciais de estudo experimental em suínos. Rev Bras Videocir, v.5, n.2, p.90-102, 2007. SOUZA, L.A.C. Biópsia hepática via NOTES transvaginal em cadelas., 2010. 75p. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Universidade de Franca, SP. SOUZA, A.M.B. et al. Comparison of peritoneal oxidative stress during laparoscopy and laparotomy. J Am Assoc gynecol Laparosc, v.10, n.1, p.65-74, 2003. TUDURY, E.A.; RAISER, A.G. Prostatectomia transuretral em cães com deslocamento parcial dos ossos púbicos: observações trans e pós-operatórias. Ciênc Rural, v.15, n.1, p.6978, 1985. TURK, H.M. et al. Plasma lipid peroxidation products and antioxidants enzyme activities in patients with type 2 diabetes mellitus. Acta diabetologica, v.39, n.3, p.117-122, 2002. USON, J. et al. Thérapeutique laparoscopique: l’ovariectomie et la ligature dês cornes utérines chez La chienne. Recueil de Médicine Vétérinaire Spécial Endoscopie, v.168, n.34, p.237-241, 1992. 47 VAN NIMWEGEN, S.A.; KIRPENSTEIJN, J. Comparison of Nd:YAG surgical laser and remorgida bipolar electrosurgery forceps for canine laparoscopic ovariectomy. Vet Surg, v.36, p.533-540, 2007. WAGH, M.S; MERRIFIELD, B.F.; THOMPSON, C.C. Survival studies after endoscopic transgastric oophorectomy and tubectomy in porcine model. Gastrointest Endosc, v.63, p.473-478, 2006. WALTON, R.S. Choque. In: WINGFIELD W.F. Segredos em Medicina Veterinária. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1998. p.49-54. WILDT, D.E.; KINNEY, G.M.; SEAGER, S.W.J. Laparoscopy for direct observation of internal organs of the domestic cat and dog. Am J Vet Res, v.38, n.9, p.1429-1432, 1977b. WILDT, D.E.; LEVISON, C.J.; SEAGER, S.W.J. Laparoscopic expoure and sequential observation of the ovary of the cycling bitch. Anat Rec, v.189, p.443-449, 1977a. ZANELLA, R. et al. Cortisol plasmático como indicador de estresse em colopexias laparoscópicas com implante de tela de polipropileno em cães. Acta Scientiae Veterinariae, v.37, p.231-237, 2009. ZIMMERMANN, M. et al. Peritonite em cães. Ciênc Rural, v.36, n.5, p.1655-1663, 2006. ZORRON, R. et al. Cirurgia por Orifícios Naturais transcolonica: Acesso NOTES peri-retal (PNA) para excisão mesoretal total. Rev Bras Colo-proctol, v.30, n.1, p.14-22, 2010. ZORRON, R. et al. NOTES transvaginal cholecystectomy: preliminary clinical application. Surg Endosc, v.22, n.2, p.542-547, 2008.