RESÍDUOS SÓLIDOS DA INDÚSTRIA DE MINERAÇÃO:
ESTUDO DO ESTADO DE GOIÁS
Rafael de Mesquita Machado 1
Osmar Mendes Ferreira 2
Universidade Católica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental
AV. Universitária, Nº 1440 – Setor Universitário – Fone (62)3946-1351.
CEP: 74.605-010 – Goiânia - GO.
RESUMO
A preservação do meio ambiente, o uso racional de recursos naturais e a mudança de postura
da sociedade frente às questões ambientais têm levado as indústrias a buscar um melhor
desempenho nessa área. Aliados a esses fatores, está a constatação de que a geração de
resíduos sólidos em grandes e pequenas quantidades sem que haja uma destinação final
adequada, resulta em grandes impactos ambientais e sociais. Nesse trabalho foi realizado o
levantamento dos dados quantitativos e qualitativos dos resíduos sólidos da Indústria de
Mineração. Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisas em quatro das principais
mineradoras do Estado de Goiás. Os dados resultantes dessa pesquisa foram separados de
acordo com o grau a classificação dos resíduos. Verificamos que a maioria dos resíduos
gerados tem destinação final adequada, mas deve-se ressaltar que esta pesquisa deverá ter
continuidade em decorrência da instalação de novos empreendimentos no Estado e daqueles
não contemplados nesse trabalho.
Palavras-chave: Resíduos sólidos, indústria de mineração, meio ambiente, destinação final.
ABSTRACT
He preservation of the environment, the rational use of natural resources and the posture
change of the society front to the environmental subjects have been taking the industries to
look for a better acting in that area. Allies the those factors, it is the verification that the
generation of solid residues in great and small amounts without there is an adapted final
destination, it results in great environmental and social impacts. In that work the rising of the
quantitative and qualitative data of the solid residues of the Industry of Mining was
accomplished. This work was developed through researches in four of the main mineradoras
of the State of Goiás. The resulting data of that research were separate in agreement with the
degree the classification of the residues. We verified that most of the generated residues,
he/she has adapted final destination, but it should be emphasized that this research should
have continuity due to the installation of new enterprises in the state and of those no
meditated in that work.
Key-Word: Solid residues, industry of mining, environment, finishing Destination.
Goiânia, 2006/2
1
2
Acadêmico do curso de Engª Ambiental da Universidade Católica de Goiás. ([email protected])
Profº do Dep. de Engª da Universidade Católica de Goiás - UCG ([email protected])
2
1 INTRODUÇÃO
Os danos ambientais causados pelas catástrofes que ocuparam a mídia, nestes
últimos anos, são insignificantes, quando comparados aos danos cumulativos, na maioria das
vezes, imperceptíveis, provocados pela grande quantidade de poluentes menores
disponibilizados ao meio ambiente de maneira constante e gradativa.
Uma postura exaustivamente consumista e descartável poderá inevitavelmente
comprometer a qualidade de vida da espécie dominante. As descobertas dos inúmeros danos
ambientais resultantes das práticas inadequadas das disposições dos resíduos têm aumentado o
conhecimento e a preocupação da população do planeta sobre esta questão. Nos últimos anos,
esta preocupação tem sido manifestada e concretizada, através da promulgação de uma série
de legislações federais, estaduais e municipais.
Com a legislação ambiental cada vez mais rígida, os prejuízos advindos de seu
não-cumprimento podem apresentar um custo muito elevado aos infratores. Paralelamente, a
conscientização do consumidor impulsiona-os a adquirir produtos que sejam considerados
“verdes/limpos”, “ambientalmente corretos”, ou seja, produtos que, além de apresentarem boa
qualidade, possuam uma linha de produção que não gera comprometimento ambiental. Esses
aspectos vêm incentivando, a cada dia, a indústria a procurar sistemas eficazes que
provoquem a redução de seus impactos ambientais, com custo de mercado compatível
(MACÊDO, 2000).
Logo, o crescimento das atividades industriais traz, sem dúvida, benefícios
econômicos para os estados e municípios. No entanto, estas atividades geram resíduos que
necessitam ser gerenciados adequadamente, a fim de garantir a preservação ambiental. O
crescimento desse setor e, conseqüentemente, da quantidade e diversidade de resíduos
gerados, aumenta o desafio a ser enfrentado pelas indústrias, já que este gerenciamento é de
competência das mesmas.
Os despejos que vêm do processamento da mineração são periodicamente tratados
por processos que envolvem sedimentação simples e lançamento em lagoas de sedimentação
pelos dois tratamentos. Atualmente existem equipamentos muito eficientes nos tratamentos de
resíduos e efluentes, alcançando, em determinado caso, 99% de eficiência, como observado
em tratamento de gases e ar atmosférico.
Em geral, os resíduos sólidos industriais, contêm uma variedade de materiais e
substâncias que apresentam periculosidade. Embora represente uma menor parcela dentre os
resíduos gerados, esses resíduos constituem, também, um fator de grande importância pois
exigem acondicionamento, transporte e destinação especial.
Entretanto, o intuito desta pesquisa é inspecionar o potencial de geração de
resíduos sólidos da indústria de extração minerária e como é realizada sua destinação final
para que não haja danos ao meio ambiente e a saúde da população.
E com isto, os objetivos principais foram recolher dados do potencial de geração
destes resíduos, verificá-los e separá-los de acordo com sua classe, estabelecida pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 1004 (ABNT, 2004).
A metodologia utilizada consistiu basicamente na busca de informações no banco
de dados da Agência Ambiental de Goiás e nas próprias indústrias de mineração através de
visitas, avaliação e esboçamento das informações recolhidas.
Salienta-se, por fim, que é imprescindível a continuidade destes estudos, tendo em
vista que estas pesquisas são elementos insubstituíveis de avaliação e acompanhamento da
evolução da produção de resíduos sólidos oriundos de indústrias de extração mineraria.
3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O problema do volume de resíduos sólidos está ligado à produção industrial de
bens de consumo e intimamente ligado ao crescimento populacional e, em todos os países, os
problemas decorrentes são semelhantes (BARROS, 2002).
Jardim et al (1995) citam que o aumento da população mundial implica no
aumento do uso das reservas do planeta, da reserva de produção de bens e também da geração
de lixo.
Segundo Paulella & Scapim (1996), “... tanto nos países industrializados, como
nos países em desenvolvimento, aumenta, ano após ano, a quantidade de resíduos e de
produtos que se tornam lixo, e apenas o Japão e a Alemanha têm diminuído a quantidade de
lixo por habitante”.
Trabalhos apontam o aumento do volume do lixo sem tratamento, no Brasil, e a
elevação de seu teor tóxico. Esta situação tem sido comparada a uma bomba relógio, que
poderá explodir, a qualquer momento. Os resíduos sólidos têm recebido tratamento de
segunda categoria e ainda não existe vocação e uma consciência política dos governantes,
parlamentares e demais autoridades, efetivamente comprometida com a implementação de
políticas preventivas e corretivas (BARROS, 2002).
Na Companhia Níquel Tocantins de Goiás, em função de suas atividades minerais
(extração de minério de níquel), industrial (fabricação de carbonato básico de níquel) e
unidades de apoio operacional e de infra-estrutura para os funcionários, é responsável pela
geração de diversos resíduos.
Brandt (2004) descreve a caracterização, quantificação e qualifica os diversos
tipos de resíduos gerados pela empresa em todas as suas atividades, pois através desses
estudos de caracterização, qualificação e quantificação será possível evitar vários tipos de
Riscos provenientes de Resíduos Sólidos de uma Indústria de Mineração, tais como:
Contaminação do Solo, Contaminação da Água, Riscos de Propagação de Doenças, Riscos de
Emissões Atmosféricas sem Controle, Destruição da Flora local e afastamento da Fauna,
Riscos de Afeto na Imagem Institucional, aumento de materiais particulados contaminados,
risco no manejo com o acido sulfúrico, etc.
Sendo assim, torna-se necessária a implantação de uma sistema eficiente para a
gestão destes resíduos, de forma a controlar as etapas envolvidas desde a geração até sua
disposição final. Este sistema, além de evitar danos ao meio ambiente citados acima, permite
também a implementação de uma política de reutilização e reciclagem de resíduos, reduzindo
o volume a ser disposto em aterros.
De acordo com a NBR 10.004/04, são considerados resíduos sólidos os resíduos
nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem:
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam
incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos
ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face
à melhor tecnologia disponível. Ainda segundo a NBR 10.004/04, os resíduos sólidos são
classificados, por sua periculosidade, em:
• Classe I (perigosos): são aqueles que apresentam periculosidade, em função de
suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, ou uma das
características seguintes: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade,
ou patogenicidade;
4
• Classe II-A (não-inertes): são aqueles que não se enquadram nas classificações
de resíduos classe I ou de resíduos classe II-B. Os resíduos classe II-A podem ter
propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em
água;
• Classe II-B (inertes): quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma
representativa, segundo a Norma NBR 10.007/04 (Amostragem de Resíduos), e
submetidos a teste de solubilização, segundo a Norma NBR 10.006/04
(Solubilização de Resíduos), não tiverem nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água,
excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor.
Segundo estimativas da Agência Goiana de Meio Ambiente (AGMA, 2001), do
total inventariado de aproximadamente 13.702.272,82 toneladas de resíduos industriais
produzidos mensalmente pelas indústrias situadas no Estado, a maior parte constitui-se de
Resíduos não-inertes (classe II-A), seguido de resíduos perigosos (classe I) e, por fim, de
resíduos inertes (classe II-B), classificação definida pela NBR 10004/04. Cerca de
1.044.946,92 toneladas de resíduos perigosos são produzidos no Estado por ano.
As principais formas de tratamento e destinação final dos resíduos produzidos no
Estado são: reciclagem, aterro municipal, co-processamento, aterro industrial, estocagem,
incineração, incorporação, fertilização ou landfarming e aterro de terceiros. A destinação de
resíduos perigosos ocorre principalmente por meio de reciclagem ou por deposição em aterros
municipais e industriais. Observa-se que muitos dos resíduos industriais perigosos chegam
aos vazadouros de lixo misturados com os resíduos industriais de baixa periculosidade
(AGMA, 2001).
Os aterros municipais são geralmente representados por aterros controlados ou
vazadouros de lixo, cuja infra-estrutura não é adequada para a destinação de resíduos com
características de periculosidade. Desse modo, pelo menos parte de substâncias consideradas
perigosas presentes nos resíduos, tem como destino final o solo desses aterros, podendo ter
como possíveis conseqüências, a contaminação ambiental e humana por substancias
carcinogênicas.
Segundo estudos recentes da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
de São Paulo - CETESB, cerca de 10 milhões de toneladas anuais de resíduos sólidos,
produzidos pelas indústrias, no Estado de São Paulo, não são devidamente tratados ou têm
destino inadequado, número este que chega a 47% do volume produzido pelas indústrias
(SIQUEIRA, 2001).
3 METODOLOGIA
O levantamento das informações das indústrias de mineração instaladas no Estado
de Goiás, se deu através de consulta ao banco de dados da Agência Ambiental de Goiás, dos
empreendimentos com processos de licenciamento ambiental e que recebem monitoramento
por técnicos e fiscais desse órgão.
Visitas de campo nas Mineradoras do Estado de Goiás como: Complexo Industrial
Copebrás, Complexo Industrial Ultrafértil, Companhia Níquel Tocantins e Barro Alto
Mineração. E bem como, consultas a outras Mineradoras do Estado.
Através das visitas e consultas, foram usados restritamente assuntos ligados a
Resíduos Sólidos, sejam eles, Perigosos (Classe I), Não-Inertes (Classe II-A) e Inertes (Classe
II-B) ao Meio Ambiente e a Saúde Pública. Estes resíduos foram estudados e classificados de
5
acordo com a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 10004 (ABNT,
2004).
Depois do levantamento, classificação e quantificação, os dados foram tabelados e
separados de acordo com cada indústria de mineração pesquisada, recebendo também
propostas para a destinação final.
Com os materiais pesquisados separados de acordo com cada classe estabelecida,
foi realizada uma comparação no intuito de verificar em toneladas, o quanto de cada resíduo
por classe é gerado em campo de trabalho.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Companhia Níquel Tocantins
Na Companhia Níquel Tocantins – CNT, em função de suas atividades minerárias
(extração de minério de níquel), industrial (fabricação de carbonato básico de níquel), e
unidades de apoio operacional e de infra-estrutura para os funcionários, é responsável pela
geração de diversos resíduos, Brandt (2004) descreve a caracterização, quantificação e
qualifica os diversos tipos de resíduos gerados pela empresa em todas as suas atividades,
como apresentado a seguir.
Para permitir uma melhor visualização dos resíduos gerados pela CNT, eles serão
apresentados conforme o Quadro 1. Neste quadro é apresentado todo o tipo de resíduos
gerado na indústria CNT, em seqüência, é descrito o local de sua geração, sua classe e para
onde é designado sua destinação final adequada. Também neste quadro, não foram citados
dados quantitativos com relação ao quanto de resíduos foram gerados, pois estes dados não
foram fornecidos nos materiais pesquisados.
A classificação dos resíduos foi feita de acordo com a norma da Associação
Brasileira de Normas Técnicas NBR 10.004 (ABNT, 2004), ou seja: Resíduos perigosos
(Classe I); Resíduos não-inertes (Classe II-A); Resíduos inertes (Classe II-B).
QUADRO 1: Resíduos Sólidos gerados na Companhia Níquel Tocantins
Tipo de resíduo
Local de geração
Baterias diversas de
equipamentos móveis
Áreas de manutenção
mecânica
Áreas de manutenção
mecânica
Áreas de manutenção
mecânica
Áreas de manutenção
mecânica e troca de óleo
Manutenção das edificações
e áreas de manutenção
mecânica
Paiol
Áreas de manutenção
mecânica
Áreas de manutenção
mecânica
Óleo lubrificante usado
Borras de óleo/graxa
Filtros de óleo
Embalagens com resto
de tinta
Restos de Explosivos
Embalagens sujas com
óleo/graxa
Serragem suja com óleo
Toalhas sujas com
óleo/graxa e
desengraxante
Áreas de manutenção
mecânica e troca de óleo
Classificação
Destino Final Atual
Classe I
Recolhimento pelos fabricantes
Classe I
Classe I
Classe I
Venda para rerrefino (empresa
Lwart) ou queima na seção 300
Valas de disposição de resíduos da
usina/Vila Macedo
Valas de disposição de resíduos da
usina/Vila Macedo
Classe I
Venda como sucata metálica
Classe I
Coleta pelo exército
Valas de disposição de resíduos da
usina/Vila Macedo
Valas de disposição de resíduos da
usina/Vila Macedo
Classe I
Classe I
Classe I
Reutilização após lavagem (empresa
Tilimpa)
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Tipo de resíduo
Local de geração
Classificação
Destino Final Atual
Cartuchos de tinta e
tonner de impressora
Escritórios
Classe I
Retorno ao fornecedor
Pilhas
Áreas em geral
Classe I
Armazenamento até definição do
destino final
Gases, luvas, algodão,
espátula, papel da maca
e medicamentos
vencidos
Ambulatório
Classe I
Câmaras de combustão dos fornos
Câmaras de combustão dos fornos
após passagem pelo desintegrador de
agulhas
Recolhimento pela empresa que
realiza a manutenção dos
Óleo isolante
Transformadores
Classe I
transformadores
Embalagens de vidros
Armazenamento – vidros intactos
contaminados com
Laboratório
Classe I
Valas de disposição de resíduos da
produtos químicos
usina/Vila Macedo
Venda – a vapor de mercúrio e
Lâmpadas fluorescentes,
outras fluorescentes
Manutenção das edificações Classes I e II-A
incandescentes e de
Valas de disposição de resíduos da
mercúrio
usina/Vila Macedo – incandescentes
Restos de alimentos
Restaurante
Classe II-A
Doação para fazendeiros
Valas de disposição de resíduos da
Resíduos sanitários
Sanitários
Classe II-A
usina/Vila Macedo
Valas de disposição de resíduos da
EPI’s usados
Áreas em geral
Classe II-A
usina/Vila Macedo
Recolhimento pela empresa que
Filtro prensa
Transformadores
Classe II-A
realiza a manutenção dos
transformadores
Sistema de tratamento de
Lodo
Classe II-A
Barragem Jacuba
esgoto (fossas)
Resíduos de varrição e
Valas de disposição de resíduos da
Áreas em geral
Classe II-A
jardins
usina/Vila Macedo
Sucatas metálicas não
contaminadas (chapas,
fiação elétrica, restos de
Áreas de manutenção
Classe II-B
tubulação, parafusos,
Venda (empresa Siderúrgica Barra
corpos moedores, roletes
Mansa e outros)
metálicos, peças
estruturais, etc.)
Pneus e borracha
Áreas de manutenção
Recolhimento pelo fornecedor
(Correia transportadora e
Classe II-B
mecânica e borracharia
(empresa Lameiros)
peças)
Área de manutenção
Valas de disposição de resíduos da
Filtros de ar
Classe II-B
mecânica e troca de óleo
usina/Vila Macedo
Tijolos refratários sílico
Valas de disposição de resíduos da
Fornos
Classe II-B
aluminosos
usina/Vila Macedo
Sucatas de madeira
Áreas de manutenção
Classe II-B
Doação (padaria, sauna, etc.)
Valas de disposição de resíduos da
Mangas dos filtros
Filtros de manga
Classe II-B
usina/Vila Macedo
Valas de disposição de resíduos da
Sucata de lã de rocha
Edificações
Classe II-B
usina/Vila Macedo
Doação (Hospital Araújo Jorge) ou
Escritórios, laboratório e
Papel
Classe II-B
Valas de disposição de resíduos da
restaurantes
usina/Vila Macedo
Embalagens plásticas
Classe II-B
Laboratório e ares de
Valas de disposição de resíduos da
contaminadas com
(após tríplice
manutenção
usina/Vila Macedo
produtos químicos
lavagem)
Agulhas
Ambulatório
Classe I
7
Tipo de resíduo
Local de geração
Classificação
Destino Final Atual
Valas de disposição de resíduos da
usina/Vila Macedo
Venda (empresa Politubos) – big
bags e plásticos de baixa densidade;
Valas de disposição de resíduos da
usina/Vila Macedo - demais
Embalagens de vidro
Áreas em geral
Classe II-B
Plásticos em geral
Áreas em geral
Classe II-B
Laboratório
Classe II-B
Armazenamento até definição do
destino final
Baterias de regeneração
-
Barragem Jacuba
Laboratório
-
Valas de disposição de resíduos da
usina/Vila Macedo
Laboratório
-
Retorno para o processo (s-200)
Laboratório
-
Retorno para o processo (s-200)
Restos de produtos
químicos vencidos do
laboratório
Resinas sujas com
materiais retirados na
purificação da água
Pastilhas de amostras
Resíduos de amostras de
minério
Resíduos de amostragem
de carbonato
Lama Negra
Sulfeto misto de cobre
Processo produtivo
Barragem Jacuba
Processo produtivo
Venda (empresa Produquímica)
Limpeza das torres da seção
Carbonato de níquel
Retorno para o processo (s-200)
900
Usina metalúrgica de São
Armazenamento até definição do
Resniq
Paulo da CNT
destino final
Fonte: Adaptado do Plano de Gestão Ambiental-PGA – Companhia Níquel Tocantins (2004)
4.2 Barro Alto Mineração Ltda
Em atividades minerárias de acordo com Brandt (2005) em relação à Resíduos
Sólidos gerados, na área da Mina, deverá gerar no primeiro ano de atividades 280.000
toneladas de material considerado estéril. Durante a operação, cerca de 1.800.000 toneladas
de material estéril será retirado anualmente das minas do Projeto Barro Alto.
Todo esse material, composto basicamente por rochas de laterita, dunito e
calcedônia, será estocado em depósitos controlados até o quinto ano do empreendimento. A
partir de então, as áreas utilizadas como depósito serão reabilitadas, recebendo tratamento
através de adição de matéria orgânica e cobertura vegetal. A partir do sexto ano, todo o estéril
gerado na mina deverá retornar às áreas já lavradas, visando a reconformação do relevo e a
reabilitação das áreas degradadas.
Também na área das minas, estima-se a geração de 476 Kg/ano de resíduos
referentes às embalagens de explosivos utilizados, compostos basicamente por papel, papelão
e plásticos.
No canteiro de obras, na fase de implantação, é instalada a oficina mecânica,
elétrica, instrumentação/automação, para realização das manutenções mais pesadas dos
equipamentos e veículos, e também uma área para lavagem, lubrificação e realização de
serviços de borracharia. Nestas atividades serão utilizadas toalhas laváveis. As águas de
lavagem de peças destas oficinas e das demais áreas citadas serão direcionadas para sistema
separador de água e óleo (SAO). O lodo de fundo e o óleo retido no SAO terão destinações
adequadas. Nas atividades da oficina mecânica também serão gerados filtros de óleo, baterias
e sucatas metálicas.
8
Na fase de operação, passarão a ser gerados também os resíduos oriundos dos
processamentos do minério na planta metalúrgica, com destaque para o silicato de magnésio
gerado na etapa de fusão redutora nos fornos elétricos e a escória da etapa de refino.
Com o objetivo de controlar as emissões de poluentes, serão instalados sistemas
de controle de emissões atmosféricas e de efluentes líquidos, cujos funcionamentos também
gerarão resíduos sólidos. No caso dos sistemas de controle das emissões atmosféricas, os
materiais retidos nos sistemas de despoeiramento das etapas de secagem, calcinação e fusão
redutora serão reutilizados internamente na etapa do processo produtivo denominada de
aglomeração/pelotização.
Já os lodos dos lavadores de gases/espessadores dos secadores rotativos serão
enviados para um tanque de decantação (bacia de rejeitos). Na Estação de Tratamento de
Efluentes Líquidos e de Água serão gerados resíduos na forma de lodos cujas destinações
adequadas fazem parte do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da própria
empresa. Pode-se também destacar outros resíduos que serão gerados e que diferem daqueles
relacionados com a etapa de implantação do empreendimento, como, por exemplo, filtros de
manga (tecido) usados/danificados, e resíduos de refratários e materiais cerâmicos, dentre
outros.
No Quadro 2 é apresentado um resumo dos principais tipos de resíduos que serão
gerados na empresa, as respectivas estimativas de geração durante a fase de implantação e
operação do empreendimento, seguido também de sua classificação.
QUADRO 2: Estimativa de geração de resíduos na fase de implantação e operação
Tipo de resíduo
Baterias (veículos)
Bombonas e embalagens plásticas de produtos químicos
diversos
Embalagens de óleos, graxas e tintas
Equipamentos de proteção individuais – EPI’s usados (luvas,
botas, capacetes, máscaras)
Toalhas laváveis contaminadas com óleos, graxas e/ou tintas
Filtros de óleo (veículos)
Lâmpadas usadas/queimadas
Lodo de fundo das caixas separadoras de água e óleo
Materiais contaminados com óleos, graxas e tintas
Óleo de corte e usinagem
Óleos lubrificantes/hidráulicos e graxas usadas
Óleo retido nas caixas separadoras de água e óleo
Resíduos ambulatoriais (restos de curativo, algodão, seringas e
etc)
Solo (terra) contaminado com óleos e graxas
Sucatas de metais ferrosos e não ferrosos (obra, embalagens,
peças geradas nas oficinas de manutenção e limalhas)
Lodo do sistema de tratamento dos efluentes líquidos do
laboratório
Tambores metálicos (200L) e embalagens metálicas diversas
Pilhas
Embalagens de produtos de limpeza
Embalagens de reagentes e vidraria de laboratório
Borras de óleo pesado, utilizado na calcinação, durante a
limpeza de bicos, vazamentos, serviços de manutenção, etc.
Estimativa de geração Classificação
100 unidades/ano
I
100 unidades/ano
I
90 unidades/ano
I
12 t/ ano
I
5 t/ano
5 t/ano
1.500 unidades/ano
400 t/ano
8 t/ano
10.000 L/ano
500.000 L/ano
150.000 L/ano
I
I
I
I
I
I
I
I
2 t/ano
I
Geração eventual
I
2.500 t/ano
I
1,5 t/ano
I
6.000 unidades/ano
700 unidades/ano
100 unidades/ano
500 unidades/ano
I
I
I
I
100 t/ano
I
9
Tipo de resíduo
Estimativa de geração Classificação
Restos de concreto betuminoso (massa asfáltica)
400 m³/mês
Restos e borras de tintas
1 t/ano
Plásticos (material de escritório, embalagens em geral)
100 t/ano
Lodo da estação de tratamento de água – ETA
10.000 t/ano
Lodo/material de limpeza das fossas sépticas ou lodo da
8.000 t/ano
estação de tratamento de esgoto sanitário (após implantação)
Madeira (material de forma e desforma, embalagens em geral)
150 t/ano
Restos de alimentos (preparação e/ou restos das refeições)
90 t/ano
Material de capina e limpeza da área incluindo corte e
300 t/ano
supressão de vegetação
Resíduos de varrição
80 t/ano
Resíduos dos sistemas de controle das emissões atmosféricas
12 t/ano
(precipitador eletrostático e filtros de mangas)
Sólidos carreados e retidos nas redes de drenagem pluvial das
áreas de pilhas, silicato de magnésio e escória de refino,
3.000 t/ano
minério e carvão
Material diverso não reciclável (lixos sanitários, papéis e
150 t/ano
plásticos não recicláveis, material de escritório, etc)
Lodo do sistema de lavagem de gases dos secadores rotativo
75.000 t/ano
Lodos dos sistemas de tratamento dos efluentes da granulação
30.000 t/ano
de silicato de magnésio e escória da etapa do refino
Lodo do sistema de tratamento dos efluentes da granulação do
1,5 t/ano
ferro-níquel
Papel/papelão (material de escritório, embalagens em geral)
250 t/ano
Entulho de construção (apenas restos de concreto, tijolos,
blocos, telhas e placas), sem a presença de materiais
800 t/mês
contaminantes
Filtros de ar (veículos)
120 unidades/ano
Isopor (embalagens)
1 t/ano
Material excedente da movimentação de solo (terra), incluindo
os oriundos de abertura de vias e abertura de cavas para as
Não estimado
fundações (infra-estrutura e edificações)
Pneus
350 unidades/ano
Pedaços e sucatas de borracha
12 t/ano
Vidros (embalagens em geral)
20 t/ano
Silicato de magnésio (escória da etapa fusão)
1.650.000 t/ano
Escória da etapa de refino
36.500 t/ano
Filtros de manga usados/danificados (tecido)
400 unidades/ano
Resíduos de refratários e materiais cerâmicos
70 t/ano
Fonte: Adaptado do Estudo de Impacto Ambiental-EIA – Brandt Meio Ambiente (2005) e Plano
Ambiental-PCA – Brandt Meio Ambiente (2005)
I
I
II-A
II-A
II-A
II-A
II-A
II-A
II-A
II-A
II-A
II-A
II-A
II-A
II-A
II-A
II-B
II-B
II-B
II-B
II-B
II-B
II-B
II-B
II-B
II-B
II-B
de Controle
4.3 Complexo Industrial COPEBRÁS
O Complexo Industrial de mineração COPEBRÁS gera uma ampla gama de
resíduos sólidos onde se destacam, em volume gerado, os restos de matérias primas e
produtos, preferencialmente reincorporados ao processo, e resíduos das unidades de
tratamento de águas e efluentes e cinzas oriundas das fornalhas.
Logo, devido ao grande número de insumos embalados (reagentes e outros) há
uma grande produção de sacarias, bombonas e outras embalagens que requerem cuidados
especiais quando relacionadas a produtos químicos. Também há um volume expressivo de
resíduos domésticos (restaurante) e de escritórios, estes com destaque para copos descartáveis.
10
4.3.1 Levantamento e Caracterização dos Resíduos Sólidos
A origem dos principais resíduos sólidos gerados nas diversas unidades que
compõem o Complexo Industrial da COPEBRÁS em Catalão, de acordo com Paulista (2003),
encontra-se descrita a seguir:
4.3.1.1 Unidade de Ácido Sulfúrico
Os resíduos desta planta incluem o pentóxido de vanádio, catalisador utilizado na
etapa de conversão do SO2 a SO3, que é trocado em períodos de aproximadamente 2 anos;
sacarias de diatomitas e cal, produtos adicionados na etapa de fusão/filtração no processo de
fabricação do ácido sulfúrico.
A borra de enxofre gerada no processo de filtração está sendo disposta no depósito
de gesso, cuja quantidade é de aproximadamente 4 toneladas/dia. O local é impermeabilizado
e devidamente controlado.
4.3.1.2 Unidade de Ácido Fosfórico
O processo tem como subproduto o gesso, que atualmente está sendo enviado ao
pátio de gesso. O pátio foi implantado com impermeabilização em manta asfáltica de
Polietileno de Alta Densidade (PEAD) e sistema de drenagem de águas pluviais. As águas
pluviais do pátio são enviadas à lagoa de percolados e posteriormente tratadas e reutilizadas
no processo industrial. Nesta unidade há, também, resíduos de sacarias de diatomita e lixo de
escritório.
4.3.1.3 Unidade de Produção de Superfosfato Simples e Triplo (Acidulação)
Os resíduos são gerados durante o transporte e manuseio de matérias primas e
produtos nas instalações industriais, sendo recolhidos e reincorporados ao processo produtivo.
4.3.1.4 Unidades de Granulação de Fertilizantes
O processo tem como resíduo sólido a cinza da fornalha utilizada como
complementação na correção dos solos ácidos, além de restos de produtos que são recolhidos
e reaproveitados.
4.3.1.5 Unidade de Produção de Fosfato Bicálcico
Periodicamente são trocados os filtros mangas do sistema de controle da poluição
atmosférica, que se constituem em resíduos sólidos. Há, também, resíduos de escritório e
sacaria.
4.3.1.6 Utilidades
Os resíduos incluem sacarias e diversas embalagens de reagentes. O lodo que
poderá ser gerado na estação de tratamento de água será destinado conforme legislação
específica. Estudos também poderão ser desenvolvidos visando outras destinações, tais como
corretivo do solo.
11
4.3.1.7 Laboratório
Nos laboratórios de controle e apoio de qualidade dos fertilizantes produzidos, os
resíduos incluem diversos produtos fosfatados e frascos e restos de reagentes, além de lixo de
escritório.
4.3.1.8 Sistema de Tratamento de Efluentes
Os resíduos produzidos na ETEL incluem embalagens e sacarias, lodo, resíduos
de limpeza da caixa de entrada das bombas, lodo de fossa séptica e lodo de desassoreamento
das lagoas.
4.3.1.9 Áreas de Apoio
Os resíduos produzidos na área de apoio são bastante variados, tendo em vista a
diversidade de atividades necessárias ao andamento da área do Complexo Industrial
COPEBRÁS. Também foi identificada com potencial de produção de resíduos a área
reservada aos terceiros, o que inclui resíduos de escritório, embalagens, restos de produtos,
como tintas e vernizes.
4.3.1.10 Ambulatório
O gerenciamento de resíduos no ambulatório inclui processo de segregação de
resíduos contaminados e não contaminados e o encaminhamento a empresas especializadas
em tratamento de resíduos classificados como perigosos.
4.3.1.11 Administração
A área administrativa é responsável pela geração de grande parte do lixo de
escritório e de lâmpadas fluorescentes que também são geradas em outros setores da empresa.
Estes são considerados resíduos perigosos e são adequadamente estocados em local específico
até serem destinadas para tratamento.
Com relação aos restos de obras e de outros resíduos gerados por terceiros, o
gerenciamento dos resíduos sólidos é realizado pelas próprias empresas contratadas. A
empresa responsável pela atividade de pintura, p.ex., recolhe latas, embalagens, e encaminha
para a sua unidade central, onde os resíduos são enviados para reciclagem e/ou incineração.
No Complexo há também um depósito de sucatas que serão encaminhadas para
reaproveitamento.
No Quadro 3 é mostrado a relação de todos os resíduos pesquisados e levantados
no Complexo Industrial COPEBRÁS no município de Catalão e uma estimativa das
quantidades produzidas, em seguida, é apresentado como é feitos o tratamento final desses
resíduos e a empresa que é responsável por esse procedimento.
QUADRO 3: Inventário Anual de Resíduos Sólidos, gerados pelo Complexo Industrial da
COPEBRÁS em Catalão – GO.
Classificação
Descrição
Quantidade Tratamento Final
Empresa
Classe I
Pentóxido Vanádio
10,0 ton
Lâmpada fluorescente
0,8 ton
Co-Processamento
Descontaminação
Reciclagem
Suzaquim - Susano (SP)
Naturalis Brasil - Jundiai
(SP)
12
Classificação
Descrição
Quantidade
Tratamento Final
Empresa
Serquip - Belo Horizonte
(MG)
Óleo Lubrificante
6,0 ton
Reciclagem
Lwart - Goiânia (GO)
Borras Oleosas
30,0 ton
Incineração
Utarp - Goiânia (GO)
Baterias Automotivas
1,7 ton
Reprocessamento
Suzaquim - Susano (SP)
Telhas de Amianto
19,0 ton
Aterro Industrial
Sasa - Tremembé (SP)
Carbotex –
Borra de Enxofre
1.300,0 ton
Reciclagem
Araçariguama (SP)
Reflorestamento –
Cinzas Fornalhas
445,0 ton
Reaproveitamento
Copebrás (GO)
Descontaminação
Naturalis Brasil - Jundiai
Lâmpada incandescente
720 unid
Reciclagem
(SP)
Descontaminação
Naturalis Brasil - Jundiai
Lâmpada Vapor sódio
600 unid
Reciclagem
(SP)
Prefeitura de Catalão
Sacaria – diatomita
92.200 unid
Aterro Sanitário
(GO)
Prefeitura de Catalão
Sacaria – sulfato alumínio
500 unid
Aterro Sanitário
(GO)
Classe II-A
Prefeitura de Catalão
Sacaria – sal (ETA)
24 unid
Aterro Sanitário
(GO)
Gesso
584.000 ton
Agricultura/Indústria
-Lodo – ETEL
36.000 ton
Pilha de Gesso
Copebrás (GO)
Prefeitura de Catalão
Resíduos de Restaurante
155,0 ton
Aterro Sanitário
(GO)
Esgoto - Fossas
630,0 ton
Lagoas Tr. Biológico
Sae – Catalão (GO)
Mistura de Resinas
15,0 ton
Co- Processamento
Resicontrol (SP)
Prefeitura de Catalão
Papel – Papelão
80,0 ton
Reciclagem
(GO)
Sucata
Tambor – polieletrólito
60 unid
Co-Processamento
Resicontrol (SP)
Fonte: Adaptado dos dados do próprio Complexo Industrial Copebrás S.A. (2005) e Relatório de Impacto
Ambiental-RIMA – Consultoria Paulista (2003)
Serviço Saúde
0,2 ton
Incineração
4.4 Complexo Industrial ULTRAFERTIL
No Terminal Rodo-Ferroviário da ULTRAFERTIL, segundo Consultoria Paulista
(2004), é gerado resíduo sólido industrial originado pelos diversos processos industriais,
manipulação de cargas e atividades administrativas. Sua composição é bastante variável.
4.4.1 Produção de Resíduos Sólidos Industriais
Neste artigo foi feita uma atualização da estimativa da quantidade anual de
resíduos gerados pelo Terminal Rodo-Ferroviário, estes resíduos serão expressos no quadro 4
a seguir, incluindo a área da empresa responsável por sua geração. Citam-se também tipos de
resíduos gerados, a freqüência de sua geração, a quantidade gerada anualmente e a forma de
sua destinação final. A caracterização dos resíduos foi realizada pela indústria através de
análises laboratoriais produzidas pela TASQA Serviços Analíticos Ltda, seguindo as
metodologias descritas nas NBR 10.005/2004 – “Lixiviação de Resíduos” e NBR 10.006/04
(PAULISTA, 2004).
13
QUADRO 4: Levantamento e Caracterização dos Resíduos
Tipo de Resíduo
Classificação
(NBR
10.004)
Freqüência
de Geração
Área
Geradora
Previsão
de Geração
(anual)
Tipo de
destinação
PILHAS, BATERIAS E CARTUCHOS DE IMPRESSORA
Baterias
I
Anual
SEMAN
24 um
Reciclagem externa
– empresa
especializada
Pilhas comuns,
baterias de lanternas
(alcalina); baterias
de rádio e celular
I
Mensal
SEADS
50 kg
Reciclagem externa
– empresa
especializada
Cartuchos de
impressoras/tonner
I
Diária
SEADS
57 um
Lâmpadas
I
Trimestral
SEMAN
1.680 um
Reciclagem externa
– empresa
especializada
Reciclagem externa
– empresa
especializada
RESÍDUOS OLEOSOS
Resíduo de óleo BPF
e GBA
I
Mensal
SEFER
4,8 t
Panos; estopa e
filtros de máquinas
I
Mensal
MGM e
SETER
120 kg
I
Semestral
Setores
144 t
I
Trimestral
Setores
20 t
Óleo hidráulico
I
Trimestral
MGM e
SETER
6.000 l
Óleo lubrificante
usado
I
Semestral
Setores
12 t
Resíduo das caixas
separadoras de água
e óleo
Solo/serragem
contaminados com
óleo, combustível
e/ou graxa
Incineração –
empresa
especializada
Incineração –
empresa
especializada
Incineração –
empresa
especializada
Incineração –
empresa
especializada
Reprocessamento
externo (re-refino)
Reprocessamento
externo (re-refino)
EMBALAGENS CONTAMINADAS
Resíduo de
Embalagens de
Agrotóxicos
Resíduos de
Embalagens de
Produtos Químicos
I
Semanal
SEADS
8 kg
I
Mensal
Setores
3 kg
Devolução para
centro de coleta
revendedor
Reciclagem externa
– empresa
especializada
OUTROS RESÍDUOS CLASSE I
Resíduos
ambulatoriais
I
Mensal
SEMASQ
48 kg
Mantas – Filtroprensa
I
Mensal
SEFER
720 um
Incineração –
empresa
especializada
Reciclagem externa
– empresa
especializada
RESÍDUOS CLASSE II-A
Carvão, cinza, bidim
Detritos, restos de
alimentos, EPI’s e
Uniformes
Restos de tecido Filtros de Mangas
II-A
Diária
SETER
436 t
Aterro – depósito
de estéril
II-A
diária
SEADS
15 t
Aterro – depósito
de estéril
II-A
Mensal
SEFER
400 um
Aterro – depósito
de estéril
14
Tipo de Resíduo
Classificação
(NBR
10.004)
Freqüência
de Geração
Área
Geradora
Previsão
de Geração
(anual)
Tipo de
destinação
Resíduos de óleo de
fritura
II-A
Mensal
SEADS
2.016 l
Reciclagem –
fabricação sabão
RESÍDUOS CLASSE II-B
Cascalho
Aterro – depósito
de estéril
Aterro – depósito
de estéril
Reprocessamento
interno – fornalha
II-B
Diária
SETER
29 t
II-B
Diária
SEADS
12 t
II-B
Mensal
SETER
360 t
II-B
Mensal
SEADS
2t
Aterro – depósito
de estéril
II-B
Semanal
SEADS
36 t
Aterro – depósito
de estéril
Sucatas de borrachas
II-B
Anual
Setores
370 kg
Sucata Metálica
II-B
Anual
Setores
400 t
Copos plásticos,
papel e papelão
Vladeira
(dormentes)
Vladeiras Inservíveis
(restos de caixas,
pallets)
Resíduos de obras
civis e varreduras de
ruas/áreas
Resíduos de
varredura (limpeza
II-A ou II-B
Semanal
SETER
96 kg
de vagões e
caminhões)
Fonte: Adaptado do Relatório de Impacto Ambiental-RIMA – Consultoria Paulista (2004)
Reciclagem comercialização
Reciclagem comercialização
Aterro – depósito
de estéril
4.5 Quantidade de Resíduos Sólidos gerados por classe e periculosidade.
Na Tabela 1 encontram-se apresentados o total de resíduos sólidos pertencentes às
classes I, II-A e II-B gerados pelas empresas inventariadas e seus respectivos dados
quantitativos.
Tabela 1: Distribuição dos resíduos sólidos por quantidade gerada
Quantidade Gerada
Resíduos de acordo com a Classe
(t/ano)
Porcentagem (%)
Classe I
Classe II-A
Classe II-B
TOTAL
3.281,472
772.038,961
1.687.927,358
2.463.247,791
0,13
31,34
68,53
100
Na Figura 1 encontram-se apresentados os percentuais obtidos para as três classes
avaliadas. Ressalta-se que foram considerados todos os resíduos gerados dentro da área
industrial, sejam eles procedentes do processo industrial ou de outras atividades ali
desenvolvidas.
15
Figura 1: Distribuição do total de resíduos sólidos gerados, por classe de periculosidade.
Classe II-B
68,53%
Classe I
0,13%
Classe II-A
31,34%
Na Tabela 2 encontram-se discriminados os diferentes tipos de resíduos classe I
gerados pelas empresas inventariadas e suas respectivas quantidades.
Tabela 2: Distribuição dos resíduos sólidos Classe I, por quantidade gerada.
Quantidade Gerada
Descrição do Resíduo
Porcentagem
(t/ano)
(%)
Baterias (veículos)
Bombonas e embalagens plásticas de produtos químicos diversos para uso
industrial
Borra de Enxofre
Borras de óleo pesado, utilizado na calcinação, durante a limpeza de bicos,
vazamentos, serviços de manutenção, etc.
Cartuchos de impressoras/tonner
Embalagens de óleos, graxas e tintas
Embalagens de produtos de limpeza
Embalagens de reagentes e vidraria de laboratório
Equipamentos de proteção individuais – EPI’s usados (luvas, botas,
capacetes, máscaras)
Filtros de óleo (veículos)
Lâmpadas
Lodo de fundo das caixas separadoras de água e óleo
Lodo do sistema de tratamento dos efluentes líquidos do laboratório
Mantas – Filtro-prensa
Materiais contaminados com óleos, graxas e tintas (serragem,
papel/papelão, solo, etc)
2,2
0,07
0,02
0,00
1.300,0
39,62
140
4,27
0,002
0,06
0,009
0,015
0,00
0,00
0,00
0,00
9
0,27
5
1,6
350
150
0,035
0,15
0,05
10,67
4,57
0,00
324
9,87
16
Descrição do Resíduo
Óleo de corte e usinagem
Óleos lubrificantes/hidráulicos
Panos; estopa e filtros de máquinas
Pentóxido Vanádio
Pilhas e Baterias
Resíduo das caixas separadoras de água e óleo
Resíduo de Embalagens de Agrotóxicos
Resíduos ambulatoriais (restos de curativo, algodão, seringas e etc)
Resíduos de Embalagens de Produtos Químicos
Sucatas de metais ferrosos e não ferrosos (manutenção, embalagens, peças
geradas nas oficinas de manutenção e limalhas, etc)
Telhas de Amianto
Toalhas laváveis contaminadas com óleos, graxas e/ou tintas
TOTAL
Quantidade Gerada
Porcentagem
(t/ano)
(%)
380
227,1
0,12
10
100,05
144
0,008
90,25
0,003
11,58
6,92
0,00
0,30
3,05
4,39
0,00
2,75
0,00
24
0,73
19
5
3.281,472
0,58
0,15
100
De acordo com a Tabela 2, que descreve todos os resíduos sólidos da Classe I, o
potencial de geração em toneladas de cada um deles e a porcentagem dos mesmos em relação
ao total gerado, o resíduo que obteu o maior índice de produção é a borra de enxofre com
39,62% do total produzido, seguido do óleo de corte e usinagem com 11,58%. Ao contrario
desses dados, tem-se os resíduos Cartuchos de impressoras/tonner vazios, que foi menos
gerado, com apenas 2 Kg/ano, correspondente a 0% em relação ao total produzido.
Na Tabela 3 encontram-se discriminados os diferentes tipos de resíduos classe IIA gerados pelas empresas inventariadas e suas respectivas quantidades.
Tabela 3: Distribuição dos resíduos sólidos Classe II-A, por quantidade gerada.
Quantidade Gerada
Descrição do Resíduo
Porcentagem
(t/ano)
(%)
Carvão, cinza, bidim
Esgoto - Fossas
Gesso
Lâmpada incandescente
Lâmpada Vapor sódio
Lodo – ETEL
Lodo da estação de tratamento de água – ETA
Lodo do sistema de lavagem de gases dos secadores rotativo
Lodo do sistema de tratamento dos efluentes da granulação do ferro-níquel
Lodo/material de limpeza das fossas sépticas
Lodos dos sistemas de tratamento dos efluentes da granulação de silicato de
magnésio e escória da etapa do refino
Madeira (embalagens em geral)
Material de capina e poda de manutenção dos jardins
Material diverso não reciclável (lixos sanitários, papéis e plásticos não
recicláveis, material de escritório, etc)
Mistura de Resinas
Papel/papelão (material de escritório, embalagens em geral)
Plásticos (material de escritório, embalagens em geral)
Resíduos de Restaurante
881
630
584.000
0,2
0,175
41.000
10.000
75.000
1,50
300
0,11
0,08
75,64
0,00
0,00
5,31
1,30
9,71
0,00
0,04
30.000
3,89
15
150
0,00
0,02
150
0,02
15
105
10
185
0,00
0,01
0,00
0,02
17
Descrição do Resíduo
Resíduos de varrição
Resíduos dos sistemas de controle das emissões atmosféricas (precipitador
eletrostático e filtros de mangas)
Restos de alimentos (preparação e/ou restos das refeições)
Sacaria – diatomita
Sacaria – sal (ETA)
Sacaria – sulfato alumínio
Sólidos carreados e retidos nas redes de drenagem pluvial das áreas de
pilhas, silicato de magnésio e escória de refino, minério e carvão
TOTAL
Quantidade Gerada
Porcentagem
(t/ano)
(%)
80
0,01
16
0,00
6.500
23.000
0,006
0,08
0,84
2,98
0,00
0,00
3.000
0,39
772.038,961
100
Já na Tabela 3, que descreve os resíduos de Classe II-A, o que mais chama a
atenção é o Gesso, que obteve o maior índice de produção com 75,64% do total. Enquanto
que os restantes dos resíduos correspondem com apenas 24,36%.
Na Tabela 4 encontram-se discriminados os diferentes tipos de resíduos classe IIB gerados pelas empresas inventariadas e suas respectivas quantidades.
Tabela 4: Distribuição dos resíduos sólidos Classe II-B, por quantidade gerada.
Quantidade Gerada
Descrição do Resíduo
Porcentagem
(t/ano)
(%)
Entulho de construção (apenas restos de concreto, tijolos, blocos, telhas,
placas, embalagens de cimento/cal), sem a presença de materiais
contaminantes
Silicato de magnésio (escória da etapa fusão)
Escória da etapa de refino
Filtros de ar (veículos)
Filtros de manga usados/danificados (tecido)
Isopor (embalagens)
Madeira (embalagens em geral)
Pneus
Resíduos de refratários e materiais cerâmicos
Vidros (embalagens em geral)
Cascalho
Copos plásticos, papel e papelão
Vladeira (dormentes)
Vladeiras Inservíveis (restos de caixas, pallets)
Resíduos de obras civis e varreduras de ruas/áreas
Sucatas de borrachas
Sucata Metálica
TOTAL
40
0,002
1.650.000
36.500
0,087
0,546
1
15
1
70
10
29
12
360
2
36
0,725
850
1.687.927,358
97,753
2,162
0,000
0,000
0,000
0,001
0,000
0,004
0,001
0,002
0,001
0,021
0,000
0,002
0,000
0,050
100
Observa-se que, de todos os resíduos declarados na Tabela 04, o resíduo Silicato
de Magnésio foi o mais gerado, correspondendo com 97,75% do total. O restante dos resíduos
equivale a 2,25%. Lembrando que os resíduos de classe II-B são os mais gerados em
indústrias deste porte.
18
A Figura 2 mostra superiormente como é uma planta industrial de mineração, em
visita “in loco” pode-se dizer que este complexo, em termos de resíduos sólidos, serve de
modelo para vários outros, pois a preocupação com uma produção cada vez mais limpa é
muito grande.
Figura 2: Complexo Industrial COPEBRÁS
A Figura 3 mostra onde é a extração dos minérios usados nas indústrias
extrativas. Após a exploração total desta área é usado o estéril, que hoje não é considerado
como resíduo sólido, para a transformação e recuperação do mesmo.
Figura 3: Área de Extração Mineral (cavas) da Indústria Copebrás
A figura 4 exemplifica um tipo de resíduo sólido gerado no tratamento de
efluentes líquidos. Este resíduo é formado após sua reação no tratamento através de filtros,
que por sua vez separa-o totalmente da água, formando blocos de “gesso” que são
amontoados e depois transportados para a pilha de gesso.
19
Figura 4: Resíduos de cal usado no tratamento de efluentes líquidos da Indústria Minerária
Já na Figura 5 mostra o reaproveitado alguns tipos de resíduos produzidos no
processo de uma indústria no ramo extrativa. Este resíduo mostrado na figura é a cinza
sobrada na queima de madeira na produção industrial, que é reutilizada como adubo para as
florestas de eucalipto.
Figura 5: Reaproveitamento da cinza como adubo de plantas na própria Indústria de Mineração
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
De acordo com as informações obtidas por cada indústria de mineração
pesquisada e os resultados obtidos a partir dos dados recolhidos das mesmas, podemos
concluir que os Resíduos Sólidos de maior geração foi o Classe II-B (resíduos inertes) com
68,53% do total produzido, correspondendo ao esperado, pois a maioria das indústrias
extrativas geram, em grandes quantidades, resíduos inertes. Em seguida vem os de Classe IIA (resíduos não-inertes), que correspondeu a 31,34% da geração total. E por ultimo os
20
resíduos perigosos, ou seja, Classe I, representando apenas 0,13% do total de resíduos sólidos
inventariados nesta pesquisa.
Enfim, ressalta-se que é imprescindível a continuidade deste trabalho, haja visto
que o mesmo foi elaborado através de pesquisas em apenas 4 indústrias de mineração
(extrativas) cadastradas no banco de dados da Agência Goiana de Meio Ambiente, sendo que
no Estado possui várias outras indústrias deste tipo, além das inadimplentes com o órgão
ambiental. Pois estas pesquisas são uma das ferramentas essenciais para o controle da
qualidade do meio ambiente e da saúde pública, e para a elaboração de uma proposta de
política mais agressiva para o setor.
REFERÊNCIAS
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do Estado de Goiás. AGMA, Goiás, 2001.
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Mineração. Barro Alto – GO, 2005, Cap. 4 – 4p.
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Niquelândia – GO, 2004, Cap. 5 – 10p.
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ULTRAFERTIL. Catalão – GO, 2004, Cap. 4 – 4p.
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Revista Fármacos & Medicamentos. Editorial Racine. Maio/junho 2000, 46 – 50.
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RESÍDUOS SÓLIDOS DA INDÚSTRIA DE MINERAÇÃO