RESÍDUOS SÓLIDOS DA INDÚSTRIA DE MINERAÇÃO: ESTUDO DO ESTADO DE GOIÁS Rafael de Mesquita Machado 1 Osmar Mendes Ferreira 2 Universidade Católica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental AV. Universitária, Nº 1440 – Setor Universitário – Fone (62)3946-1351. CEP: 74.605-010 – Goiânia - GO. RESUMO A preservação do meio ambiente, o uso racional de recursos naturais e a mudança de postura da sociedade frente às questões ambientais têm levado as indústrias a buscar um melhor desempenho nessa área. Aliados a esses fatores, está a constatação de que a geração de resíduos sólidos em grandes e pequenas quantidades sem que haja uma destinação final adequada, resulta em grandes impactos ambientais e sociais. Nesse trabalho foi realizado o levantamento dos dados quantitativos e qualitativos dos resíduos sólidos da Indústria de Mineração. Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisas em quatro das principais mineradoras do Estado de Goiás. Os dados resultantes dessa pesquisa foram separados de acordo com o grau a classificação dos resíduos. Verificamos que a maioria dos resíduos gerados tem destinação final adequada, mas deve-se ressaltar que esta pesquisa deverá ter continuidade em decorrência da instalação de novos empreendimentos no Estado e daqueles não contemplados nesse trabalho. Palavras-chave: Resíduos sólidos, indústria de mineração, meio ambiente, destinação final. ABSTRACT He preservation of the environment, the rational use of natural resources and the posture change of the society front to the environmental subjects have been taking the industries to look for a better acting in that area. Allies the those factors, it is the verification that the generation of solid residues in great and small amounts without there is an adapted final destination, it results in great environmental and social impacts. In that work the rising of the quantitative and qualitative data of the solid residues of the Industry of Mining was accomplished. This work was developed through researches in four of the main mineradoras of the State of Goiás. The resulting data of that research were separate in agreement with the degree the classification of the residues. We verified that most of the generated residues, he/she has adapted final destination, but it should be emphasized that this research should have continuity due to the installation of new enterprises in the state and of those no meditated in that work. Key-Word: Solid residues, industry of mining, environment, finishing Destination. Goiânia, 2006/2 1 2 Acadêmico do curso de Engª Ambiental da Universidade Católica de Goiás. ([email protected]) Profº do Dep. de Engª da Universidade Católica de Goiás - UCG ([email protected]) 2 1 INTRODUÇÃO Os danos ambientais causados pelas catástrofes que ocuparam a mídia, nestes últimos anos, são insignificantes, quando comparados aos danos cumulativos, na maioria das vezes, imperceptíveis, provocados pela grande quantidade de poluentes menores disponibilizados ao meio ambiente de maneira constante e gradativa. Uma postura exaustivamente consumista e descartável poderá inevitavelmente comprometer a qualidade de vida da espécie dominante. As descobertas dos inúmeros danos ambientais resultantes das práticas inadequadas das disposições dos resíduos têm aumentado o conhecimento e a preocupação da população do planeta sobre esta questão. Nos últimos anos, esta preocupação tem sido manifestada e concretizada, através da promulgação de uma série de legislações federais, estaduais e municipais. Com a legislação ambiental cada vez mais rígida, os prejuízos advindos de seu não-cumprimento podem apresentar um custo muito elevado aos infratores. Paralelamente, a conscientização do consumidor impulsiona-os a adquirir produtos que sejam considerados “verdes/limpos”, “ambientalmente corretos”, ou seja, produtos que, além de apresentarem boa qualidade, possuam uma linha de produção que não gera comprometimento ambiental. Esses aspectos vêm incentivando, a cada dia, a indústria a procurar sistemas eficazes que provoquem a redução de seus impactos ambientais, com custo de mercado compatível (MACÊDO, 2000). Logo, o crescimento das atividades industriais traz, sem dúvida, benefícios econômicos para os estados e municípios. No entanto, estas atividades geram resíduos que necessitam ser gerenciados adequadamente, a fim de garantir a preservação ambiental. O crescimento desse setor e, conseqüentemente, da quantidade e diversidade de resíduos gerados, aumenta o desafio a ser enfrentado pelas indústrias, já que este gerenciamento é de competência das mesmas. Os despejos que vêm do processamento da mineração são periodicamente tratados por processos que envolvem sedimentação simples e lançamento em lagoas de sedimentação pelos dois tratamentos. Atualmente existem equipamentos muito eficientes nos tratamentos de resíduos e efluentes, alcançando, em determinado caso, 99% de eficiência, como observado em tratamento de gases e ar atmosférico. Em geral, os resíduos sólidos industriais, contêm uma variedade de materiais e substâncias que apresentam periculosidade. Embora represente uma menor parcela dentre os resíduos gerados, esses resíduos constituem, também, um fator de grande importância pois exigem acondicionamento, transporte e destinação especial. Entretanto, o intuito desta pesquisa é inspecionar o potencial de geração de resíduos sólidos da indústria de extração minerária e como é realizada sua destinação final para que não haja danos ao meio ambiente e a saúde da população. E com isto, os objetivos principais foram recolher dados do potencial de geração destes resíduos, verificá-los e separá-los de acordo com sua classe, estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 1004 (ABNT, 2004). A metodologia utilizada consistiu basicamente na busca de informações no banco de dados da Agência Ambiental de Goiás e nas próprias indústrias de mineração através de visitas, avaliação e esboçamento das informações recolhidas. Salienta-se, por fim, que é imprescindível a continuidade destes estudos, tendo em vista que estas pesquisas são elementos insubstituíveis de avaliação e acompanhamento da evolução da produção de resíduos sólidos oriundos de indústrias de extração mineraria. 3 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O problema do volume de resíduos sólidos está ligado à produção industrial de bens de consumo e intimamente ligado ao crescimento populacional e, em todos os países, os problemas decorrentes são semelhantes (BARROS, 2002). Jardim et al (1995) citam que o aumento da população mundial implica no aumento do uso das reservas do planeta, da reserva de produção de bens e também da geração de lixo. Segundo Paulella & Scapim (1996), “... tanto nos países industrializados, como nos países em desenvolvimento, aumenta, ano após ano, a quantidade de resíduos e de produtos que se tornam lixo, e apenas o Japão e a Alemanha têm diminuído a quantidade de lixo por habitante”. Trabalhos apontam o aumento do volume do lixo sem tratamento, no Brasil, e a elevação de seu teor tóxico. Esta situação tem sido comparada a uma bomba relógio, que poderá explodir, a qualquer momento. Os resíduos sólidos têm recebido tratamento de segunda categoria e ainda não existe vocação e uma consciência política dos governantes, parlamentares e demais autoridades, efetivamente comprometida com a implementação de políticas preventivas e corretivas (BARROS, 2002). Na Companhia Níquel Tocantins de Goiás, em função de suas atividades minerais (extração de minério de níquel), industrial (fabricação de carbonato básico de níquel) e unidades de apoio operacional e de infra-estrutura para os funcionários, é responsável pela geração de diversos resíduos. Brandt (2004) descreve a caracterização, quantificação e qualifica os diversos tipos de resíduos gerados pela empresa em todas as suas atividades, pois através desses estudos de caracterização, qualificação e quantificação será possível evitar vários tipos de Riscos provenientes de Resíduos Sólidos de uma Indústria de Mineração, tais como: Contaminação do Solo, Contaminação da Água, Riscos de Propagação de Doenças, Riscos de Emissões Atmosféricas sem Controle, Destruição da Flora local e afastamento da Fauna, Riscos de Afeto na Imagem Institucional, aumento de materiais particulados contaminados, risco no manejo com o acido sulfúrico, etc. Sendo assim, torna-se necessária a implantação de uma sistema eficiente para a gestão destes resíduos, de forma a controlar as etapas envolvidas desde a geração até sua disposição final. Este sistema, além de evitar danos ao meio ambiente citados acima, permite também a implementação de uma política de reutilização e reciclagem de resíduos, reduzindo o volume a ser disposto em aterros. De acordo com a NBR 10.004/04, são considerados resíduos sólidos os resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. Ainda segundo a NBR 10.004/04, os resíduos sólidos são classificados, por sua periculosidade, em: • Classe I (perigosos): são aqueles que apresentam periculosidade, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, ou uma das características seguintes: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, ou patogenicidade; 4 • Classe II-A (não-inertes): são aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I ou de resíduos classe II-B. Os resíduos classe II-A podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água; • Classe II-B (inertes): quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma representativa, segundo a Norma NBR 10.007/04 (Amostragem de Resíduos), e submetidos a teste de solubilização, segundo a Norma NBR 10.006/04 (Solubilização de Resíduos), não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor. Segundo estimativas da Agência Goiana de Meio Ambiente (AGMA, 2001), do total inventariado de aproximadamente 13.702.272,82 toneladas de resíduos industriais produzidos mensalmente pelas indústrias situadas no Estado, a maior parte constitui-se de Resíduos não-inertes (classe II-A), seguido de resíduos perigosos (classe I) e, por fim, de resíduos inertes (classe II-B), classificação definida pela NBR 10004/04. Cerca de 1.044.946,92 toneladas de resíduos perigosos são produzidos no Estado por ano. As principais formas de tratamento e destinação final dos resíduos produzidos no Estado são: reciclagem, aterro municipal, co-processamento, aterro industrial, estocagem, incineração, incorporação, fertilização ou landfarming e aterro de terceiros. A destinação de resíduos perigosos ocorre principalmente por meio de reciclagem ou por deposição em aterros municipais e industriais. Observa-se que muitos dos resíduos industriais perigosos chegam aos vazadouros de lixo misturados com os resíduos industriais de baixa periculosidade (AGMA, 2001). Os aterros municipais são geralmente representados por aterros controlados ou vazadouros de lixo, cuja infra-estrutura não é adequada para a destinação de resíduos com características de periculosidade. Desse modo, pelo menos parte de substâncias consideradas perigosas presentes nos resíduos, tem como destino final o solo desses aterros, podendo ter como possíveis conseqüências, a contaminação ambiental e humana por substancias carcinogênicas. Segundo estudos recentes da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo - CETESB, cerca de 10 milhões de toneladas anuais de resíduos sólidos, produzidos pelas indústrias, no Estado de São Paulo, não são devidamente tratados ou têm destino inadequado, número este que chega a 47% do volume produzido pelas indústrias (SIQUEIRA, 2001). 3 METODOLOGIA O levantamento das informações das indústrias de mineração instaladas no Estado de Goiás, se deu através de consulta ao banco de dados da Agência Ambiental de Goiás, dos empreendimentos com processos de licenciamento ambiental e que recebem monitoramento por técnicos e fiscais desse órgão. Visitas de campo nas Mineradoras do Estado de Goiás como: Complexo Industrial Copebrás, Complexo Industrial Ultrafértil, Companhia Níquel Tocantins e Barro Alto Mineração. E bem como, consultas a outras Mineradoras do Estado. Através das visitas e consultas, foram usados restritamente assuntos ligados a Resíduos Sólidos, sejam eles, Perigosos (Classe I), Não-Inertes (Classe II-A) e Inertes (Classe II-B) ao Meio Ambiente e a Saúde Pública. Estes resíduos foram estudados e classificados de 5 acordo com a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 10004 (ABNT, 2004). Depois do levantamento, classificação e quantificação, os dados foram tabelados e separados de acordo com cada indústria de mineração pesquisada, recebendo também propostas para a destinação final. Com os materiais pesquisados separados de acordo com cada classe estabelecida, foi realizada uma comparação no intuito de verificar em toneladas, o quanto de cada resíduo por classe é gerado em campo de trabalho. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Companhia Níquel Tocantins Na Companhia Níquel Tocantins – CNT, em função de suas atividades minerárias (extração de minério de níquel), industrial (fabricação de carbonato básico de níquel), e unidades de apoio operacional e de infra-estrutura para os funcionários, é responsável pela geração de diversos resíduos, Brandt (2004) descreve a caracterização, quantificação e qualifica os diversos tipos de resíduos gerados pela empresa em todas as suas atividades, como apresentado a seguir. Para permitir uma melhor visualização dos resíduos gerados pela CNT, eles serão apresentados conforme o Quadro 1. Neste quadro é apresentado todo o tipo de resíduos gerado na indústria CNT, em seqüência, é descrito o local de sua geração, sua classe e para onde é designado sua destinação final adequada. Também neste quadro, não foram citados dados quantitativos com relação ao quanto de resíduos foram gerados, pois estes dados não foram fornecidos nos materiais pesquisados. A classificação dos resíduos foi feita de acordo com a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 10.004 (ABNT, 2004), ou seja: Resíduos perigosos (Classe I); Resíduos não-inertes (Classe II-A); Resíduos inertes (Classe II-B). QUADRO 1: Resíduos Sólidos gerados na Companhia Níquel Tocantins Tipo de resíduo Local de geração Baterias diversas de equipamentos móveis Áreas de manutenção mecânica Áreas de manutenção mecânica Áreas de manutenção mecânica Áreas de manutenção mecânica e troca de óleo Manutenção das edificações e áreas de manutenção mecânica Paiol Áreas de manutenção mecânica Áreas de manutenção mecânica Óleo lubrificante usado Borras de óleo/graxa Filtros de óleo Embalagens com resto de tinta Restos de Explosivos Embalagens sujas com óleo/graxa Serragem suja com óleo Toalhas sujas com óleo/graxa e desengraxante Áreas de manutenção mecânica e troca de óleo Classificação Destino Final Atual Classe I Recolhimento pelos fabricantes Classe I Classe I Classe I Venda para rerrefino (empresa Lwart) ou queima na seção 300 Valas de disposição de resíduos da usina/Vila Macedo Valas de disposição de resíduos da usina/Vila Macedo Classe I Venda como sucata metálica Classe I Coleta pelo exército Valas de disposição de resíduos da usina/Vila Macedo Valas de disposição de resíduos da usina/Vila Macedo Classe I Classe I Classe I Reutilização após lavagem (empresa Tilimpa) 6 Tipo de resíduo Local de geração Classificação Destino Final Atual Cartuchos de tinta e tonner de impressora Escritórios Classe I Retorno ao fornecedor Pilhas Áreas em geral Classe I Armazenamento até definição do destino final Gases, luvas, algodão, espátula, papel da maca e medicamentos vencidos Ambulatório Classe I Câmaras de combustão dos fornos Câmaras de combustão dos fornos após passagem pelo desintegrador de agulhas Recolhimento pela empresa que realiza a manutenção dos Óleo isolante Transformadores Classe I transformadores Embalagens de vidros Armazenamento – vidros intactos contaminados com Laboratório Classe I Valas de disposição de resíduos da produtos químicos usina/Vila Macedo Venda – a vapor de mercúrio e Lâmpadas fluorescentes, outras fluorescentes Manutenção das edificações Classes I e II-A incandescentes e de Valas de disposição de resíduos da mercúrio usina/Vila Macedo – incandescentes Restos de alimentos Restaurante Classe II-A Doação para fazendeiros Valas de disposição de resíduos da Resíduos sanitários Sanitários Classe II-A usina/Vila Macedo Valas de disposição de resíduos da EPI’s usados Áreas em geral Classe II-A usina/Vila Macedo Recolhimento pela empresa que Filtro prensa Transformadores Classe II-A realiza a manutenção dos transformadores Sistema de tratamento de Lodo Classe II-A Barragem Jacuba esgoto (fossas) Resíduos de varrição e Valas de disposição de resíduos da Áreas em geral Classe II-A jardins usina/Vila Macedo Sucatas metálicas não contaminadas (chapas, fiação elétrica, restos de Áreas de manutenção Classe II-B tubulação, parafusos, Venda (empresa Siderúrgica Barra corpos moedores, roletes Mansa e outros) metálicos, peças estruturais, etc.) Pneus e borracha Áreas de manutenção Recolhimento pelo fornecedor (Correia transportadora e Classe II-B mecânica e borracharia (empresa Lameiros) peças) Área de manutenção Valas de disposição de resíduos da Filtros de ar Classe II-B mecânica e troca de óleo usina/Vila Macedo Tijolos refratários sílico Valas de disposição de resíduos da Fornos Classe II-B aluminosos usina/Vila Macedo Sucatas de madeira Áreas de manutenção Classe II-B Doação (padaria, sauna, etc.) Valas de disposição de resíduos da Mangas dos filtros Filtros de manga Classe II-B usina/Vila Macedo Valas de disposição de resíduos da Sucata de lã de rocha Edificações Classe II-B usina/Vila Macedo Doação (Hospital Araújo Jorge) ou Escritórios, laboratório e Papel Classe II-B Valas de disposição de resíduos da restaurantes usina/Vila Macedo Embalagens plásticas Classe II-B Laboratório e ares de Valas de disposição de resíduos da contaminadas com (após tríplice manutenção usina/Vila Macedo produtos químicos lavagem) Agulhas Ambulatório Classe I 7 Tipo de resíduo Local de geração Classificação Destino Final Atual Valas de disposição de resíduos da usina/Vila Macedo Venda (empresa Politubos) – big bags e plásticos de baixa densidade; Valas de disposição de resíduos da usina/Vila Macedo - demais Embalagens de vidro Áreas em geral Classe II-B Plásticos em geral Áreas em geral Classe II-B Laboratório Classe II-B Armazenamento até definição do destino final Baterias de regeneração - Barragem Jacuba Laboratório - Valas de disposição de resíduos da usina/Vila Macedo Laboratório - Retorno para o processo (s-200) Laboratório - Retorno para o processo (s-200) Restos de produtos químicos vencidos do laboratório Resinas sujas com materiais retirados na purificação da água Pastilhas de amostras Resíduos de amostras de minério Resíduos de amostragem de carbonato Lama Negra Sulfeto misto de cobre Processo produtivo Barragem Jacuba Processo produtivo Venda (empresa Produquímica) Limpeza das torres da seção Carbonato de níquel Retorno para o processo (s-200) 900 Usina metalúrgica de São Armazenamento até definição do Resniq Paulo da CNT destino final Fonte: Adaptado do Plano de Gestão Ambiental-PGA – Companhia Níquel Tocantins (2004) 4.2 Barro Alto Mineração Ltda Em atividades minerárias de acordo com Brandt (2005) em relação à Resíduos Sólidos gerados, na área da Mina, deverá gerar no primeiro ano de atividades 280.000 toneladas de material considerado estéril. Durante a operação, cerca de 1.800.000 toneladas de material estéril será retirado anualmente das minas do Projeto Barro Alto. Todo esse material, composto basicamente por rochas de laterita, dunito e calcedônia, será estocado em depósitos controlados até o quinto ano do empreendimento. A partir de então, as áreas utilizadas como depósito serão reabilitadas, recebendo tratamento através de adição de matéria orgânica e cobertura vegetal. A partir do sexto ano, todo o estéril gerado na mina deverá retornar às áreas já lavradas, visando a reconformação do relevo e a reabilitação das áreas degradadas. Também na área das minas, estima-se a geração de 476 Kg/ano de resíduos referentes às embalagens de explosivos utilizados, compostos basicamente por papel, papelão e plásticos. No canteiro de obras, na fase de implantação, é instalada a oficina mecânica, elétrica, instrumentação/automação, para realização das manutenções mais pesadas dos equipamentos e veículos, e também uma área para lavagem, lubrificação e realização de serviços de borracharia. Nestas atividades serão utilizadas toalhas laváveis. As águas de lavagem de peças destas oficinas e das demais áreas citadas serão direcionadas para sistema separador de água e óleo (SAO). O lodo de fundo e o óleo retido no SAO terão destinações adequadas. Nas atividades da oficina mecânica também serão gerados filtros de óleo, baterias e sucatas metálicas. 8 Na fase de operação, passarão a ser gerados também os resíduos oriundos dos processamentos do minério na planta metalúrgica, com destaque para o silicato de magnésio gerado na etapa de fusão redutora nos fornos elétricos e a escória da etapa de refino. Com o objetivo de controlar as emissões de poluentes, serão instalados sistemas de controle de emissões atmosféricas e de efluentes líquidos, cujos funcionamentos também gerarão resíduos sólidos. No caso dos sistemas de controle das emissões atmosféricas, os materiais retidos nos sistemas de despoeiramento das etapas de secagem, calcinação e fusão redutora serão reutilizados internamente na etapa do processo produtivo denominada de aglomeração/pelotização. Já os lodos dos lavadores de gases/espessadores dos secadores rotativos serão enviados para um tanque de decantação (bacia de rejeitos). Na Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos e de Água serão gerados resíduos na forma de lodos cujas destinações adequadas fazem parte do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da própria empresa. Pode-se também destacar outros resíduos que serão gerados e que diferem daqueles relacionados com a etapa de implantação do empreendimento, como, por exemplo, filtros de manga (tecido) usados/danificados, e resíduos de refratários e materiais cerâmicos, dentre outros. No Quadro 2 é apresentado um resumo dos principais tipos de resíduos que serão gerados na empresa, as respectivas estimativas de geração durante a fase de implantação e operação do empreendimento, seguido também de sua classificação. QUADRO 2: Estimativa de geração de resíduos na fase de implantação e operação Tipo de resíduo Baterias (veículos) Bombonas e embalagens plásticas de produtos químicos diversos Embalagens de óleos, graxas e tintas Equipamentos de proteção individuais – EPI’s usados (luvas, botas, capacetes, máscaras) Toalhas laváveis contaminadas com óleos, graxas e/ou tintas Filtros de óleo (veículos) Lâmpadas usadas/queimadas Lodo de fundo das caixas separadoras de água e óleo Materiais contaminados com óleos, graxas e tintas Óleo de corte e usinagem Óleos lubrificantes/hidráulicos e graxas usadas Óleo retido nas caixas separadoras de água e óleo Resíduos ambulatoriais (restos de curativo, algodão, seringas e etc) Solo (terra) contaminado com óleos e graxas Sucatas de metais ferrosos e não ferrosos (obra, embalagens, peças geradas nas oficinas de manutenção e limalhas) Lodo do sistema de tratamento dos efluentes líquidos do laboratório Tambores metálicos (200L) e embalagens metálicas diversas Pilhas Embalagens de produtos de limpeza Embalagens de reagentes e vidraria de laboratório Borras de óleo pesado, utilizado na calcinação, durante a limpeza de bicos, vazamentos, serviços de manutenção, etc. Estimativa de geração Classificação 100 unidades/ano I 100 unidades/ano I 90 unidades/ano I 12 t/ ano I 5 t/ano 5 t/ano 1.500 unidades/ano 400 t/ano 8 t/ano 10.000 L/ano 500.000 L/ano 150.000 L/ano I I I I I I I I 2 t/ano I Geração eventual I 2.500 t/ano I 1,5 t/ano I 6.000 unidades/ano 700 unidades/ano 100 unidades/ano 500 unidades/ano I I I I 100 t/ano I 9 Tipo de resíduo Estimativa de geração Classificação Restos de concreto betuminoso (massa asfáltica) 400 m³/mês Restos e borras de tintas 1 t/ano Plásticos (material de escritório, embalagens em geral) 100 t/ano Lodo da estação de tratamento de água – ETA 10.000 t/ano Lodo/material de limpeza das fossas sépticas ou lodo da 8.000 t/ano estação de tratamento de esgoto sanitário (após implantação) Madeira (material de forma e desforma, embalagens em geral) 150 t/ano Restos de alimentos (preparação e/ou restos das refeições) 90 t/ano Material de capina e limpeza da área incluindo corte e 300 t/ano supressão de vegetação Resíduos de varrição 80 t/ano Resíduos dos sistemas de controle das emissões atmosféricas 12 t/ano (precipitador eletrostático e filtros de mangas) Sólidos carreados e retidos nas redes de drenagem pluvial das áreas de pilhas, silicato de magnésio e escória de refino, 3.000 t/ano minério e carvão Material diverso não reciclável (lixos sanitários, papéis e 150 t/ano plásticos não recicláveis, material de escritório, etc) Lodo do sistema de lavagem de gases dos secadores rotativo 75.000 t/ano Lodos dos sistemas de tratamento dos efluentes da granulação 30.000 t/ano de silicato de magnésio e escória da etapa do refino Lodo do sistema de tratamento dos efluentes da granulação do 1,5 t/ano ferro-níquel Papel/papelão (material de escritório, embalagens em geral) 250 t/ano Entulho de construção (apenas restos de concreto, tijolos, blocos, telhas e placas), sem a presença de materiais 800 t/mês contaminantes Filtros de ar (veículos) 120 unidades/ano Isopor (embalagens) 1 t/ano Material excedente da movimentação de solo (terra), incluindo os oriundos de abertura de vias e abertura de cavas para as Não estimado fundações (infra-estrutura e edificações) Pneus 350 unidades/ano Pedaços e sucatas de borracha 12 t/ano Vidros (embalagens em geral) 20 t/ano Silicato de magnésio (escória da etapa fusão) 1.650.000 t/ano Escória da etapa de refino 36.500 t/ano Filtros de manga usados/danificados (tecido) 400 unidades/ano Resíduos de refratários e materiais cerâmicos 70 t/ano Fonte: Adaptado do Estudo de Impacto Ambiental-EIA – Brandt Meio Ambiente (2005) e Plano Ambiental-PCA – Brandt Meio Ambiente (2005) I I II-A II-A II-A II-A II-A II-A II-A II-A II-A II-A II-A II-A II-A II-A II-B II-B II-B II-B II-B II-B II-B II-B II-B II-B II-B de Controle 4.3 Complexo Industrial COPEBRÁS O Complexo Industrial de mineração COPEBRÁS gera uma ampla gama de resíduos sólidos onde se destacam, em volume gerado, os restos de matérias primas e produtos, preferencialmente reincorporados ao processo, e resíduos das unidades de tratamento de águas e efluentes e cinzas oriundas das fornalhas. Logo, devido ao grande número de insumos embalados (reagentes e outros) há uma grande produção de sacarias, bombonas e outras embalagens que requerem cuidados especiais quando relacionadas a produtos químicos. Também há um volume expressivo de resíduos domésticos (restaurante) e de escritórios, estes com destaque para copos descartáveis. 10 4.3.1 Levantamento e Caracterização dos Resíduos Sólidos A origem dos principais resíduos sólidos gerados nas diversas unidades que compõem o Complexo Industrial da COPEBRÁS em Catalão, de acordo com Paulista (2003), encontra-se descrita a seguir: 4.3.1.1 Unidade de Ácido Sulfúrico Os resíduos desta planta incluem o pentóxido de vanádio, catalisador utilizado na etapa de conversão do SO2 a SO3, que é trocado em períodos de aproximadamente 2 anos; sacarias de diatomitas e cal, produtos adicionados na etapa de fusão/filtração no processo de fabricação do ácido sulfúrico. A borra de enxofre gerada no processo de filtração está sendo disposta no depósito de gesso, cuja quantidade é de aproximadamente 4 toneladas/dia. O local é impermeabilizado e devidamente controlado. 4.3.1.2 Unidade de Ácido Fosfórico O processo tem como subproduto o gesso, que atualmente está sendo enviado ao pátio de gesso. O pátio foi implantado com impermeabilização em manta asfáltica de Polietileno de Alta Densidade (PEAD) e sistema de drenagem de águas pluviais. As águas pluviais do pátio são enviadas à lagoa de percolados e posteriormente tratadas e reutilizadas no processo industrial. Nesta unidade há, também, resíduos de sacarias de diatomita e lixo de escritório. 4.3.1.3 Unidade de Produção de Superfosfato Simples e Triplo (Acidulação) Os resíduos são gerados durante o transporte e manuseio de matérias primas e produtos nas instalações industriais, sendo recolhidos e reincorporados ao processo produtivo. 4.3.1.4 Unidades de Granulação de Fertilizantes O processo tem como resíduo sólido a cinza da fornalha utilizada como complementação na correção dos solos ácidos, além de restos de produtos que são recolhidos e reaproveitados. 4.3.1.5 Unidade de Produção de Fosfato Bicálcico Periodicamente são trocados os filtros mangas do sistema de controle da poluição atmosférica, que se constituem em resíduos sólidos. Há, também, resíduos de escritório e sacaria. 4.3.1.6 Utilidades Os resíduos incluem sacarias e diversas embalagens de reagentes. O lodo que poderá ser gerado na estação de tratamento de água será destinado conforme legislação específica. Estudos também poderão ser desenvolvidos visando outras destinações, tais como corretivo do solo. 11 4.3.1.7 Laboratório Nos laboratórios de controle e apoio de qualidade dos fertilizantes produzidos, os resíduos incluem diversos produtos fosfatados e frascos e restos de reagentes, além de lixo de escritório. 4.3.1.8 Sistema de Tratamento de Efluentes Os resíduos produzidos na ETEL incluem embalagens e sacarias, lodo, resíduos de limpeza da caixa de entrada das bombas, lodo de fossa séptica e lodo de desassoreamento das lagoas. 4.3.1.9 Áreas de Apoio Os resíduos produzidos na área de apoio são bastante variados, tendo em vista a diversidade de atividades necessárias ao andamento da área do Complexo Industrial COPEBRÁS. Também foi identificada com potencial de produção de resíduos a área reservada aos terceiros, o que inclui resíduos de escritório, embalagens, restos de produtos, como tintas e vernizes. 4.3.1.10 Ambulatório O gerenciamento de resíduos no ambulatório inclui processo de segregação de resíduos contaminados e não contaminados e o encaminhamento a empresas especializadas em tratamento de resíduos classificados como perigosos. 4.3.1.11 Administração A área administrativa é responsável pela geração de grande parte do lixo de escritório e de lâmpadas fluorescentes que também são geradas em outros setores da empresa. Estes são considerados resíduos perigosos e são adequadamente estocados em local específico até serem destinadas para tratamento. Com relação aos restos de obras e de outros resíduos gerados por terceiros, o gerenciamento dos resíduos sólidos é realizado pelas próprias empresas contratadas. A empresa responsável pela atividade de pintura, p.ex., recolhe latas, embalagens, e encaminha para a sua unidade central, onde os resíduos são enviados para reciclagem e/ou incineração. No Complexo há também um depósito de sucatas que serão encaminhadas para reaproveitamento. No Quadro 3 é mostrado a relação de todos os resíduos pesquisados e levantados no Complexo Industrial COPEBRÁS no município de Catalão e uma estimativa das quantidades produzidas, em seguida, é apresentado como é feitos o tratamento final desses resíduos e a empresa que é responsável por esse procedimento. QUADRO 3: Inventário Anual de Resíduos Sólidos, gerados pelo Complexo Industrial da COPEBRÁS em Catalão – GO. Classificação Descrição Quantidade Tratamento Final Empresa Classe I Pentóxido Vanádio 10,0 ton Lâmpada fluorescente 0,8 ton Co-Processamento Descontaminação Reciclagem Suzaquim - Susano (SP) Naturalis Brasil - Jundiai (SP) 12 Classificação Descrição Quantidade Tratamento Final Empresa Serquip - Belo Horizonte (MG) Óleo Lubrificante 6,0 ton Reciclagem Lwart - Goiânia (GO) Borras Oleosas 30,0 ton Incineração Utarp - Goiânia (GO) Baterias Automotivas 1,7 ton Reprocessamento Suzaquim - Susano (SP) Telhas de Amianto 19,0 ton Aterro Industrial Sasa - Tremembé (SP) Carbotex – Borra de Enxofre 1.300,0 ton Reciclagem Araçariguama (SP) Reflorestamento – Cinzas Fornalhas 445,0 ton Reaproveitamento Copebrás (GO) Descontaminação Naturalis Brasil - Jundiai Lâmpada incandescente 720 unid Reciclagem (SP) Descontaminação Naturalis Brasil - Jundiai Lâmpada Vapor sódio 600 unid Reciclagem (SP) Prefeitura de Catalão Sacaria – diatomita 92.200 unid Aterro Sanitário (GO) Prefeitura de Catalão Sacaria – sulfato alumínio 500 unid Aterro Sanitário (GO) Classe II-A Prefeitura de Catalão Sacaria – sal (ETA) 24 unid Aterro Sanitário (GO) Gesso 584.000 ton Agricultura/Indústria -Lodo – ETEL 36.000 ton Pilha de Gesso Copebrás (GO) Prefeitura de Catalão Resíduos de Restaurante 155,0 ton Aterro Sanitário (GO) Esgoto - Fossas 630,0 ton Lagoas Tr. Biológico Sae – Catalão (GO) Mistura de Resinas 15,0 ton Co- Processamento Resicontrol (SP) Prefeitura de Catalão Papel – Papelão 80,0 ton Reciclagem (GO) Sucata Tambor – polieletrólito 60 unid Co-Processamento Resicontrol (SP) Fonte: Adaptado dos dados do próprio Complexo Industrial Copebrás S.A. (2005) e Relatório de Impacto Ambiental-RIMA – Consultoria Paulista (2003) Serviço Saúde 0,2 ton Incineração 4.4 Complexo Industrial ULTRAFERTIL No Terminal Rodo-Ferroviário da ULTRAFERTIL, segundo Consultoria Paulista (2004), é gerado resíduo sólido industrial originado pelos diversos processos industriais, manipulação de cargas e atividades administrativas. Sua composição é bastante variável. 4.4.1 Produção de Resíduos Sólidos Industriais Neste artigo foi feita uma atualização da estimativa da quantidade anual de resíduos gerados pelo Terminal Rodo-Ferroviário, estes resíduos serão expressos no quadro 4 a seguir, incluindo a área da empresa responsável por sua geração. Citam-se também tipos de resíduos gerados, a freqüência de sua geração, a quantidade gerada anualmente e a forma de sua destinação final. A caracterização dos resíduos foi realizada pela indústria através de análises laboratoriais produzidas pela TASQA Serviços Analíticos Ltda, seguindo as metodologias descritas nas NBR 10.005/2004 – “Lixiviação de Resíduos” e NBR 10.006/04 (PAULISTA, 2004). 13 QUADRO 4: Levantamento e Caracterização dos Resíduos Tipo de Resíduo Classificação (NBR 10.004) Freqüência de Geração Área Geradora Previsão de Geração (anual) Tipo de destinação PILHAS, BATERIAS E CARTUCHOS DE IMPRESSORA Baterias I Anual SEMAN 24 um Reciclagem externa – empresa especializada Pilhas comuns, baterias de lanternas (alcalina); baterias de rádio e celular I Mensal SEADS 50 kg Reciclagem externa – empresa especializada Cartuchos de impressoras/tonner I Diária SEADS 57 um Lâmpadas I Trimestral SEMAN 1.680 um Reciclagem externa – empresa especializada Reciclagem externa – empresa especializada RESÍDUOS OLEOSOS Resíduo de óleo BPF e GBA I Mensal SEFER 4,8 t Panos; estopa e filtros de máquinas I Mensal MGM e SETER 120 kg I Semestral Setores 144 t I Trimestral Setores 20 t Óleo hidráulico I Trimestral MGM e SETER 6.000 l Óleo lubrificante usado I Semestral Setores 12 t Resíduo das caixas separadoras de água e óleo Solo/serragem contaminados com óleo, combustível e/ou graxa Incineração – empresa especializada Incineração – empresa especializada Incineração – empresa especializada Incineração – empresa especializada Reprocessamento externo (re-refino) Reprocessamento externo (re-refino) EMBALAGENS CONTAMINADAS Resíduo de Embalagens de Agrotóxicos Resíduos de Embalagens de Produtos Químicos I Semanal SEADS 8 kg I Mensal Setores 3 kg Devolução para centro de coleta revendedor Reciclagem externa – empresa especializada OUTROS RESÍDUOS CLASSE I Resíduos ambulatoriais I Mensal SEMASQ 48 kg Mantas – Filtroprensa I Mensal SEFER 720 um Incineração – empresa especializada Reciclagem externa – empresa especializada RESÍDUOS CLASSE II-A Carvão, cinza, bidim Detritos, restos de alimentos, EPI’s e Uniformes Restos de tecido Filtros de Mangas II-A Diária SETER 436 t Aterro – depósito de estéril II-A diária SEADS 15 t Aterro – depósito de estéril II-A Mensal SEFER 400 um Aterro – depósito de estéril 14 Tipo de Resíduo Classificação (NBR 10.004) Freqüência de Geração Área Geradora Previsão de Geração (anual) Tipo de destinação Resíduos de óleo de fritura II-A Mensal SEADS 2.016 l Reciclagem – fabricação sabão RESÍDUOS CLASSE II-B Cascalho Aterro – depósito de estéril Aterro – depósito de estéril Reprocessamento interno – fornalha II-B Diária SETER 29 t II-B Diária SEADS 12 t II-B Mensal SETER 360 t II-B Mensal SEADS 2t Aterro – depósito de estéril II-B Semanal SEADS 36 t Aterro – depósito de estéril Sucatas de borrachas II-B Anual Setores 370 kg Sucata Metálica II-B Anual Setores 400 t Copos plásticos, papel e papelão Vladeira (dormentes) Vladeiras Inservíveis (restos de caixas, pallets) Resíduos de obras civis e varreduras de ruas/áreas Resíduos de varredura (limpeza II-A ou II-B Semanal SETER 96 kg de vagões e caminhões) Fonte: Adaptado do Relatório de Impacto Ambiental-RIMA – Consultoria Paulista (2004) Reciclagem comercialização Reciclagem comercialização Aterro – depósito de estéril 4.5 Quantidade de Resíduos Sólidos gerados por classe e periculosidade. Na Tabela 1 encontram-se apresentados o total de resíduos sólidos pertencentes às classes I, II-A e II-B gerados pelas empresas inventariadas e seus respectivos dados quantitativos. Tabela 1: Distribuição dos resíduos sólidos por quantidade gerada Quantidade Gerada Resíduos de acordo com a Classe (t/ano) Porcentagem (%) Classe I Classe II-A Classe II-B TOTAL 3.281,472 772.038,961 1.687.927,358 2.463.247,791 0,13 31,34 68,53 100 Na Figura 1 encontram-se apresentados os percentuais obtidos para as três classes avaliadas. Ressalta-se que foram considerados todos os resíduos gerados dentro da área industrial, sejam eles procedentes do processo industrial ou de outras atividades ali desenvolvidas. 15 Figura 1: Distribuição do total de resíduos sólidos gerados, por classe de periculosidade. Classe II-B 68,53% Classe I 0,13% Classe II-A 31,34% Na Tabela 2 encontram-se discriminados os diferentes tipos de resíduos classe I gerados pelas empresas inventariadas e suas respectivas quantidades. Tabela 2: Distribuição dos resíduos sólidos Classe I, por quantidade gerada. Quantidade Gerada Descrição do Resíduo Porcentagem (t/ano) (%) Baterias (veículos) Bombonas e embalagens plásticas de produtos químicos diversos para uso industrial Borra de Enxofre Borras de óleo pesado, utilizado na calcinação, durante a limpeza de bicos, vazamentos, serviços de manutenção, etc. Cartuchos de impressoras/tonner Embalagens de óleos, graxas e tintas Embalagens de produtos de limpeza Embalagens de reagentes e vidraria de laboratório Equipamentos de proteção individuais – EPI’s usados (luvas, botas, capacetes, máscaras) Filtros de óleo (veículos) Lâmpadas Lodo de fundo das caixas separadoras de água e óleo Lodo do sistema de tratamento dos efluentes líquidos do laboratório Mantas – Filtro-prensa Materiais contaminados com óleos, graxas e tintas (serragem, papel/papelão, solo, etc) 2,2 0,07 0,02 0,00 1.300,0 39,62 140 4,27 0,002 0,06 0,009 0,015 0,00 0,00 0,00 0,00 9 0,27 5 1,6 350 150 0,035 0,15 0,05 10,67 4,57 0,00 324 9,87 16 Descrição do Resíduo Óleo de corte e usinagem Óleos lubrificantes/hidráulicos Panos; estopa e filtros de máquinas Pentóxido Vanádio Pilhas e Baterias Resíduo das caixas separadoras de água e óleo Resíduo de Embalagens de Agrotóxicos Resíduos ambulatoriais (restos de curativo, algodão, seringas e etc) Resíduos de Embalagens de Produtos Químicos Sucatas de metais ferrosos e não ferrosos (manutenção, embalagens, peças geradas nas oficinas de manutenção e limalhas, etc) Telhas de Amianto Toalhas laváveis contaminadas com óleos, graxas e/ou tintas TOTAL Quantidade Gerada Porcentagem (t/ano) (%) 380 227,1 0,12 10 100,05 144 0,008 90,25 0,003 11,58 6,92 0,00 0,30 3,05 4,39 0,00 2,75 0,00 24 0,73 19 5 3.281,472 0,58 0,15 100 De acordo com a Tabela 2, que descreve todos os resíduos sólidos da Classe I, o potencial de geração em toneladas de cada um deles e a porcentagem dos mesmos em relação ao total gerado, o resíduo que obteu o maior índice de produção é a borra de enxofre com 39,62% do total produzido, seguido do óleo de corte e usinagem com 11,58%. Ao contrario desses dados, tem-se os resíduos Cartuchos de impressoras/tonner vazios, que foi menos gerado, com apenas 2 Kg/ano, correspondente a 0% em relação ao total produzido. Na Tabela 3 encontram-se discriminados os diferentes tipos de resíduos classe IIA gerados pelas empresas inventariadas e suas respectivas quantidades. Tabela 3: Distribuição dos resíduos sólidos Classe II-A, por quantidade gerada. Quantidade Gerada Descrição do Resíduo Porcentagem (t/ano) (%) Carvão, cinza, bidim Esgoto - Fossas Gesso Lâmpada incandescente Lâmpada Vapor sódio Lodo – ETEL Lodo da estação de tratamento de água – ETA Lodo do sistema de lavagem de gases dos secadores rotativo Lodo do sistema de tratamento dos efluentes da granulação do ferro-níquel Lodo/material de limpeza das fossas sépticas Lodos dos sistemas de tratamento dos efluentes da granulação de silicato de magnésio e escória da etapa do refino Madeira (embalagens em geral) Material de capina e poda de manutenção dos jardins Material diverso não reciclável (lixos sanitários, papéis e plásticos não recicláveis, material de escritório, etc) Mistura de Resinas Papel/papelão (material de escritório, embalagens em geral) Plásticos (material de escritório, embalagens em geral) Resíduos de Restaurante 881 630 584.000 0,2 0,175 41.000 10.000 75.000 1,50 300 0,11 0,08 75,64 0,00 0,00 5,31 1,30 9,71 0,00 0,04 30.000 3,89 15 150 0,00 0,02 150 0,02 15 105 10 185 0,00 0,01 0,00 0,02 17 Descrição do Resíduo Resíduos de varrição Resíduos dos sistemas de controle das emissões atmosféricas (precipitador eletrostático e filtros de mangas) Restos de alimentos (preparação e/ou restos das refeições) Sacaria – diatomita Sacaria – sal (ETA) Sacaria – sulfato alumínio Sólidos carreados e retidos nas redes de drenagem pluvial das áreas de pilhas, silicato de magnésio e escória de refino, minério e carvão TOTAL Quantidade Gerada Porcentagem (t/ano) (%) 80 0,01 16 0,00 6.500 23.000 0,006 0,08 0,84 2,98 0,00 0,00 3.000 0,39 772.038,961 100 Já na Tabela 3, que descreve os resíduos de Classe II-A, o que mais chama a atenção é o Gesso, que obteve o maior índice de produção com 75,64% do total. Enquanto que os restantes dos resíduos correspondem com apenas 24,36%. Na Tabela 4 encontram-se discriminados os diferentes tipos de resíduos classe IIB gerados pelas empresas inventariadas e suas respectivas quantidades. Tabela 4: Distribuição dos resíduos sólidos Classe II-B, por quantidade gerada. Quantidade Gerada Descrição do Resíduo Porcentagem (t/ano) (%) Entulho de construção (apenas restos de concreto, tijolos, blocos, telhas, placas, embalagens de cimento/cal), sem a presença de materiais contaminantes Silicato de magnésio (escória da etapa fusão) Escória da etapa de refino Filtros de ar (veículos) Filtros de manga usados/danificados (tecido) Isopor (embalagens) Madeira (embalagens em geral) Pneus Resíduos de refratários e materiais cerâmicos Vidros (embalagens em geral) Cascalho Copos plásticos, papel e papelão Vladeira (dormentes) Vladeiras Inservíveis (restos de caixas, pallets) Resíduos de obras civis e varreduras de ruas/áreas Sucatas de borrachas Sucata Metálica TOTAL 40 0,002 1.650.000 36.500 0,087 0,546 1 15 1 70 10 29 12 360 2 36 0,725 850 1.687.927,358 97,753 2,162 0,000 0,000 0,000 0,001 0,000 0,004 0,001 0,002 0,001 0,021 0,000 0,002 0,000 0,050 100 Observa-se que, de todos os resíduos declarados na Tabela 04, o resíduo Silicato de Magnésio foi o mais gerado, correspondendo com 97,75% do total. O restante dos resíduos equivale a 2,25%. Lembrando que os resíduos de classe II-B são os mais gerados em indústrias deste porte. 18 A Figura 2 mostra superiormente como é uma planta industrial de mineração, em visita “in loco” pode-se dizer que este complexo, em termos de resíduos sólidos, serve de modelo para vários outros, pois a preocupação com uma produção cada vez mais limpa é muito grande. Figura 2: Complexo Industrial COPEBRÁS A Figura 3 mostra onde é a extração dos minérios usados nas indústrias extrativas. Após a exploração total desta área é usado o estéril, que hoje não é considerado como resíduo sólido, para a transformação e recuperação do mesmo. Figura 3: Área de Extração Mineral (cavas) da Indústria Copebrás A figura 4 exemplifica um tipo de resíduo sólido gerado no tratamento de efluentes líquidos. Este resíduo é formado após sua reação no tratamento através de filtros, que por sua vez separa-o totalmente da água, formando blocos de “gesso” que são amontoados e depois transportados para a pilha de gesso. 19 Figura 4: Resíduos de cal usado no tratamento de efluentes líquidos da Indústria Minerária Já na Figura 5 mostra o reaproveitado alguns tipos de resíduos produzidos no processo de uma indústria no ramo extrativa. Este resíduo mostrado na figura é a cinza sobrada na queima de madeira na produção industrial, que é reutilizada como adubo para as florestas de eucalipto. Figura 5: Reaproveitamento da cinza como adubo de plantas na própria Indústria de Mineração 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES De acordo com as informações obtidas por cada indústria de mineração pesquisada e os resultados obtidos a partir dos dados recolhidos das mesmas, podemos concluir que os Resíduos Sólidos de maior geração foi o Classe II-B (resíduos inertes) com 68,53% do total produzido, correspondendo ao esperado, pois a maioria das indústrias extrativas geram, em grandes quantidades, resíduos inertes. Em seguida vem os de Classe IIA (resíduos não-inertes), que correspondeu a 31,34% da geração total. E por ultimo os 20 resíduos perigosos, ou seja, Classe I, representando apenas 0,13% do total de resíduos sólidos inventariados nesta pesquisa. Enfim, ressalta-se que é imprescindível a continuidade deste trabalho, haja visto que o mesmo foi elaborado através de pesquisas em apenas 4 indústrias de mineração (extrativas) cadastradas no banco de dados da Agência Goiana de Meio Ambiente, sendo que no Estado possui várias outras indústrias deste tipo, além das inadimplentes com o órgão ambiental. Pois estas pesquisas são uma das ferramentas essenciais para o controle da qualidade do meio ambiente e da saúde pública, e para a elaboração de uma proposta de política mais agressiva para o setor. REFERÊNCIAS AGENCIA GOIANA DE MEIO AMBIENTE. Inventário de Resíduos Sólidos Industriais do Estado de Goiás. AGMA, Goiás, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 10004. Resíduos sólidos: classificação. Rio de Janeiro, ABNT, 2004. BARROS, C.J. Os resíduos sólidos urbanos na cidade de Maringá – Um modelo de gestão. Departamento de Engenharia Química/UEM, Maringá, PR, Brasil, 2002. BRANDT Meio Ambiente. Estudo de Impacto Ambiental – BAMISA – Barro Alto Mineração. Barro Alto – GO, 2005, Cap. 4 – 4p. BRANDT Meio Ambiente. Plano de Gestão Ambiental – Companhia Níquel Tocantins. Niquelândia – GO, 2004, Cap. 5 – 10p. CONSULTORIA PAULISTA. Relatório de Impacto Ambiental – Complexo Industrial COPEBRAS. Catalão – GO, 2003, Cap. 2 – 4p. CONSULTORIA PAULISTA. Relatório de Impacto Ambiental – Complexo Industrial ULTRAFERTIL. Catalão – GO, 2004, Cap. 4 – 4p. FUNDAÇÃO ESTADUAL DE ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE. Resíduos Sólidos – Rio de Janeiro, FEEMA, 2001. JARDIM, N.S. et al., 1995, Lixo Municipal: manual de gerenciamento integrado. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), e Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE). MACÊDO, J.A.B. As Indústrias Farmacêuticas e o Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Revista Fármacos & Medicamentos. Editorial Racine. Maio/junho 2000, 46 – 50. PAULELLA, E.D.; SCAPIM C.O.; 1996, Campinas: a gestão dos resíduos sólidos urbanos. Campinas, Secretaria de Serviços Públicos, Secretaria da Administração. SIQUEIRA, A. Resíduos sólidos: da classificação à disposição final. Revista Fármacos & Medicamentos. Editorial Racine. Jan/fev 2001; 10 – 16.