Para onde é qu’ela foi??
No século XVII um senhor, Sir Isaac Newton, deu conta, ao lhe cair uma maçã na cabeça, que
havia qualquer coisa que puxava qualquer objecto na direcção do chão, a gravidade, e que
poderia ser a mesma força que “segurava” a Lua junto da Terra. Mas, Newton estava longe de
saber o que aconteceria se esta mesma tivesse menor efeito, ou mesmo nenhum, sobre os
objectos e seres vivos.
Pois, nós hoje sabemos que a sua ausência até pode trazer algumas boas consequências,
mas que pode também trazer outras menos boas, basta pensarmos, por exemplo, em como
os astronautas podem viver ou sobreviver a uma baixa gravidade.
Todos se lembram dos homens na Lua, que tinham de usar umas “botifarras” bem pesadas
para os manter junto ao chão, mas como seria possível fazer coisas tão básicas como beber
água ou comer um bom almoço (dentro dos possíveis), como bebê-la sem que “fugissem”?, e
tomar banho??? Como o fazem os astronautas (se é que o fazem em condições)? Mas, até
que é engraçado ver nas imagens, a água de uma forma arredondada a escapar-se por entre
os nossos dedos!
E o que nos acontece a nós? Afinal de contas, somos constituídos em maior parte por água?
Na verdade, qualquer humano ou animal que vá para fora da nossa atmosfera, durante alguns
meses, não regressa lá muito saudável, a menos que cumpra rigorosamente e religiosamente
treinos ou actividades físicas impostas, ou arrisca-se a ficar com certos problemas a nível dos
ossos, como a Osteoporose entre outros problemas relacionados com descalcificações:
segundo alguns estudos a densidade dos ossos do astronauta diminui cerca de dois a três por
cento por mês, porque sem a gravidade os músculos e os ossos ficam sem uma força que os
“obrigue” a manterem-se em “forma”. Este facto, não facilitaria em nada o trabalho dos
astronautas caso precisassem de aterrar. Na eventualidade de terem que assentar os pés no
chão correriam o risco de partir uma perna, se tivessem estado mais de dois ou três meses
sem gravidade e sem qualquer tipo de exercício. Outra coisa que dificulta um pouco a vida de
qualquer um que não esteja sob a acção de gravidade é a coordenação de movimentos:
porque, cá na Terra, ao nos movimentarmos, ao fazer-mos o que quer que seja, dispomos de
uma coordenação perfeita, para que quando o nosso cérebro nos envia estímulos eléctricos,
estes sejam dados a tempo de, por exemplo, agarrar qualquer objecto que nos seja
arremessado e para isso bastam apenas alguns segundos ou mesmo décimos de segundo.
Sem a força de gravidade, quebra-se a perfeita harmonia entre o corpo o tempo de reacção.
Convém ainda mencionar que os astronautas são mais altos no espaço que na Terra, devido
à ausência de gravidade.
A razão por que os astronautas se sentem de cabeça para baixo deve-se ao facto dos fluidos
do corpo, que ficam sem peso, deixarem de se concentrar na parte de baixo do corpo por
causa da acção da gravidade.
Os fluidos começam a deslocar-se em direcção à cabeça, ficando distribuídos mais
igualmente por todo o corpo. Como 60% do nosso peso corresponde ao peso da água contida
no nosso corpo, as veias do pescoço ficam salientes e a cabeça começa a inchar. Como
durante uma constipação, fica-se com uma congestão nasal que só passa durante os
exercícios físicos. Ao fim do primeiro dia de voo, verifica-se que as pernas perdem cerca de
um décimo do seu volume; o que corresponde a uma perda de um litro de fluido.
Voltando à água, não só mas também!!!
Qualquer bebida, bebida pelos astronautas, seja qual ela for tem de ser ingerida através de
pequenos pacotes, alguns até em forma de pasta de dentes (UAU!!). A comida propriamente
dita também vem deste modo embalada, por isso é que, provavelmente, depois de regressar
à Terra os nossos astronautas pedem quase sempre comida num estado um pouco mais
sólido.
Para concluir, pode dizer-se ao Sr. Capitão Haddock que não tente mais beber o seu Whisky
em pleno espaço pois, dificilmente ele sairá do copo ou mesmo da garrafa!!
Miguel Brito Melo
N.º 18 10º B
Escola Secundária de Azambuja
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