CARACTERIZAÇÃO ÉTNICA DE PACIENTES EM RISCO PARA CÂNCER DE MAMA HEREDITÁRIO.
1,2
Autores
Instituição
1,2
1
1,2
Paula Silva Felicio , Gabriela Carvalho Fernandes , Aline Silva Coelho , Gustavo N Berardinelli ,
3
1
1
1,2,3
1,2,3
Rodrigo D Michelli , Andre E de Paula , Cristina Sabato , Rui Manuel Reis
, Edenir Inez Palmero
1
2
CPOM - HCB - Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (Rua Antenor Duarte Villela, 1331 ), PG 3
HCB - Programa de Pós-Graduação em Oncologia Molecular (Rua Antenor Duarte Villela, 1331 ),
Oncogenética - Departamento de Oncogenética (Rua Antenor Duarte Villela, 1331 )
Resumo
OBJETIVOS
Caracterizar pacientes em risco para câncer de mama hereditário quanto a sua subestrutura étnica, e quanto à
relação da ancestria com as características clinicopatológicas e moleculares.
MÉTODOS
A análise da ancestralidade foi realizada utilizando um painel de 46 AIM-INDELs. Para tal, 46 pares de primers foram
multiplexados e amplificados por PCR. O produto da reação de PCR foi analisado através de eletroforese capilar. Os
resultados foram analisados com auxílio do software GeneMapper v4.0 (Applied Biosystems) e, na sequência, os
dados foram transferidos para o software Structure v2.3.3 para a inferência do perfil ancestral.
RESULTADOS
A população de estudo incluir 203 pacientes com história pessoal de câncer de mama, sendo 194 do sexo feminino e
9 pacientes do sexo masculino. As médias da proporção ancestral de todos os indivíduos foram de 70,3% para
Europeia; 15% para Africana; 6,9% para Asiática e 7,8% para Ameríndia. Dentre os pacientes do sexo masculino, a
ancestralidade africana apresentou uma maior significância (p=0,048) quando comparado às demais ancestrias,
indicando assim, uma maior probabilidade de câncer de mama masculino em pacientes com maior composição
africana. Dentre os 203 pacientes incluídos, 47 apresentavam mutações germinativas deletérias nos genes BRCA1/2,
e, para os quais, as porporções ancestrais foram de 73,3% Europeia; 14,05% Africana; 7,2% Ameríndia e 5,45%
Asiática. Em relação à idade ao diagnóstico de câncer de mama, 56 pacientes foram diagnosticados antes dos 30
anos de idade, sendo que, as médias da porporção ancestral foram de 64,7% para Europeia; 18,7% para Africana;
8,5% para Asiática e 8,1% para Ameríndia. Quando ao estádio dos tumores, observamos que 27 pacientes
apresentavam tumores T4, sendo que a constituição ancestral desses era 66,6% de Europeia; 15,6% Africana; 8,9%
Asiática e 8,9% Ameríndia. Quanto ao status linfonodal, 75 pacientes apresentaram acometimento dos linfonodos,
sendo que, a proporção ancestral foi de 65,2% Europeia; 19,3% Africana; 8,3% Ameríndia e 7,2% Asiática. Por fim,
15 pacientes tiveram recidivas e/ou metástases e, destes, 62,3% apresentavam ancestralidade Europeia; 17,7%
Africana; 11,4% Asiática e 8,6% Ameríndia. Não encontramos associação estatisticamente significativa entre
presença de mutações germinativas e perfil ancestral em nosso grupo de estudo, assim como nenhuma correlação
significativa foi identificada entre as variantes histopatológicas e o perfil ancestral dos pacientes em questão.
CONCLUSÃO
O presente estudo teve como objetivo a caracterização étnica de pacientes em risco para câncer de mama
hereditário. Conhecer de maneira detalhada a nossa população é importante, não apenas por permitir compreender
aspectos loco-regionais que possam estar envolvidos na doença, mas também por permitir o desenvolvimento de
medidas personalizadas de tratamento, prevenção e manejo dessas famílias, além de ampliar a nossa compreensão
acerca da patologia em questão.
Palavras-chaves: câncer de mama hereditário, ancestralidade, BRCA1, BRCA2
Agência de Fomento:
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