GONÇALVES, M. G.; et al. 1 CONTRIBUIÇÃO DA GEOESTATÍSTICA PARA O PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL DE UMA PASTAGEM DO SISTEMA INTEGRADO DE PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA (FAZENDINHA KM-47) MARCELLO GUERREIRO GONÇALVES1 LUISMAR NOGUEIRA FARIAS2 ALESSANDRA DALLA COSTA3 LENILSON DOS SANTOS MOTA3 BRUNO LEVINO DE OLIVEIRA4 MARCOS BACIS CEDDIA5 SIDNEY ROSA VIEIRA6 1. 2. 3. 4. 5. 6. Discente de Engenharia Florestal, UFRRJ; Discente do curso de Agronomia Bolsista de iniciação científica – FAPERJ e PIC/UFRRJ; Discente do Curso de Agronomia, UFRRJ, Departamento de Solos, 23890-000; Discente do Curso de Agronomia, UFRRJ, Departamento de Solos, 23890-000; Professor Adjunto do Departamento de Solos - IA /UFRRJ, Departamento de Solos, 23890-000, Seropédica – RJ; Pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas - Caixa Postal 28.13001-970, Campinas – SP. RESUMO: GONÇALVES, M. G.; FARIAS, L. N.; COSTA, A. D.; MOTA, L. dos S.; OLIVEIRA, B. L. DE; CEDDIA, M. B.; VIEIRA, S. R. Contribuição da Geoestatística para o planejamento experimental de uma pastagem do Sistema Integrado de Produção Agroecológica (Fazendinha Km-47). Revista Universidade Rural: Série Ciências da Vida, Seropédica, RJ: EDUR, v. 25, n.1, p. 01-05, jan.-jun., 2005. O objetivo deste trabalho foi avaliar a existência de dependência espacial de algumas propriedades químicas do solo em uma área de pastagem do Sistema Integrado de Produção Agroecológica. Foram feitas 84 coletas de amostras deformadas na profundidade 0-0.10 m, seguindo uma grade regular de 20x20m. Determinou-se pH, Ca, Mg, Al e H+Al, e os respectivos semivariogramas experimentais. Todos os atributos apresentaram dependência espacial, sendo que pH, Ca, Mg e H+Al apresentaram grau forte, exceto alumínio. Recomenda-se que o planejamento dos experimentos convencionais, a serem implantados na área, considere a distribuição espacial dos atributos do solo, mapeados através da geoestatística. Palavras-Chave: variabilidade espacial, atributos químicos, produção orgânica. ABSTRACT: GONÇALVES, M. G.; FARIAS, L. N.; COSTA, A. D.; MOTA, L. dos S.; OLIVEIRA, B. L. DE; CEDDIA, M. B.; VIEIRA, S. R. Geoestatiscal contribution to experimental planning of pasture located in the Agro ecological Integrated System of Production. Revista Universidade Rural: Série Ciências da Vida, Seropédica, RJ: EDUR, v. 25, n.1, p. 01-05, jan.-jun., 2005. In order to evaluate the spatial dependence of chemical attributes of soil, a sample designed was performed in an area of the Integrated System of Agro Ecological Production (ISAP- Seropédica – Rio de Janeiro State). A total of 84 disturbed samples were collected in the depth of 0-0.10m. The attributes analyzed were pH, Ca, Mg, Al and H+Al. The experimental semivariograms were calculated. All attributes presented strong spatial dependence, exception for Al. Based on results, it is recommended that, prior to implementation, new conventional experiments must consider the spatial distribution of soil chemistry attributes, mapped by geostatistics. Key Words: spatial variability, chemical atributes, organic production. INTRODUÇÃO A variabilidade espacial de atributos do solo é motivo de estudo de pesquisadores desde o início do século (VIEIRA et al, 2000). De acordo com Cambardella et al (1994) a variabilidade pode ser afetada por fatores de formação do solo (intrínsecos) e por diferentes práticas de manejo e uso do solo (extrínsecos). A estatística clássica utiliza parâmetros como média e desvio padrão para o estudo das observações, sem considerar a posição geográfica das amostras. Para sua utilização, assume-se a homogeneidade das áreas amostradas, que deve ser Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. Vida. Seropédica, RJ, EDUR, v. 25, n. 1, Jan.-Jun., p. 01-05, 2005. Contribuição da Geoestatística... 2 preservada para diminuir o efeito de variações não controladas, garantindo a independência entre as amostras (NIELSEN et al., 1983), citadas por (SILVA, 1989). No entanto, é comum situações de estudo em que a análise de variância não tem sentido se não considerar a distância entre as amostras (VIEIRA, 2000). Nestes casos é necessário admitir a presença de dependência espacial entre as amostras e uma boa técnica de avaliação dos dados se dá atrav és da geoestatística. A geoestatística objetiva o estudo dos fenômenos que flutuam no tempo e/ou no espaço, oferecendo uma relação de ferramentas determinísticas e estatísticas que possibilitam entender e modelar a variabilidade espacial (DEUTSCH & JOURNEL, 1998). Os métodos geoestatísticos são aplicados em toda as áreas das ciências da terra para medir propriedades que apresentam continuidade espacial (OLIVER, 1987), Na literatura observa-se que diversos trabalhos apresentam o uso da geoestatística para o estudo da variabilidade espacial entre amostras do solo, comprovando que a distribuição espacial não se dá aleatoriamente, mas que existe correlação espacial ou dependência espacial entre as amostras (VIEIRA et al., 1981; VIEIRA et al., 1983; TRANGMAR et al., 1985). A geoestatística se baseia na determinação e modelagem do semivariograma, através do qual quantifica-se a variabilidade espacial entre as amostras. Quando for comprovada a existência de variação espacial atrav és da análise do semivariograma, a estatística clássica deve ceder o lugar para uma nova estatística conhecida como geoestatística. (VIEIRA, 1997). O semivariograma pode ser usado como modelo para a construção de experimentos amostrais, incluindo alguns fatores do formato da área a ser amostrada (i.e. volume, forma e a composição de subamostras) além de poder ser usado como base para o desenho de um grid (i.e., distância entre amostras, formato do grid e orientação do grid), Flatman (1988). O objetivo deste trabalho foi avaliar a existência de dependência espacial de algumas propriedades químicas do solo em uma área de pastagem do Sistema Integrado de Produção Agroecológica – SIPA (ALMEIDA, 1999). MATERIAL E MÉTODOS A área de estudo apresenta 2,84 hectares a qual vem sendo utilizada com pastagem. Nesta área, coletaram-se 84 amostras deformadas na profundidade 00.10 m. Os Pontos de coleta seguiram orientação de uma grade regular de 20x20m. Para aperfeiçoar a modelagem dos semivariogramas foram feitas coletas em intervalos menores (1, 5 e10 metros), de acordo com características da área que indicaram maior variabilidade nos solos. Os pontos de coleta das amostras foram georreferênciados no sistema UTM com precisão sub métrica (DGPS –modelo Ashtech). Para todas as amostras coletadas foram determinados os atributos químicos, pH, Ca, Mg, Al e H+Al, segundo EMBRAPA (1997). Com base nos dados analisados inicialmente foram realizadas análises descritiva e exploratória das variáveis (software Bioestat). Na análise exploratória dos dados também foi v erif icada a ocorrência de v alores anômalos (outliers) e testou-se a normalidade (Kolmogorov-Smirnov). O cálculo da semivariancia foi feito através da fórmula abaixo, utilizando o software GOESTAT (VIEIRA et al., 1983). h 1 N h 2 Z xi Z xi h 2 N h i 1 (01) Onde: N(h) é o número de pares experimentais de dados separados pelo vetor h. Para cada semiv ariograma gerado foram Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. Vida. Seropédica, RJ, EDUR, v. 25, n. 1, Jan.-Jun., p. 01-05, 2005. GONÇALVES, M. G.; et al. analisados os parâmetros: - Efeito pepita (Co) - valor de y quando h 0; - Alcance (a) - valor de h quando a semivariância (y) se estabiliza próximo a um valor constante; - Patamar (C) - valor da semivariância (y) quando se obtém um valor constante próximo à variância dos dados. O grau de dependência espacial foi calculado utilizando o procedimento utilizado por (CAMBARDELLA et al., 1994), que estabelece uma proporção do efeito pepita em relação ao patamar conforme a relação abaixo: a) Forte – efeito pepita < 25% do patamar; b) Moderado – efeito pepita = 25-75%; c) Fraco – efeito pepita > 75%. O ajuste dos modelos ao semivariograma foi feito pelo método de tentativa e erro e para a validação do modelo usou-se á técnica geoestatística “Jack-Knifing”. Nesta técnica cada um dos valores medidos é interpolado como se não o fosse conhecido durante o calculo, podendo assim estudar os erros de estimativa e escolher o modelo que apresente a melhor aproximação dos valores estimados.(VIEIRA et al., 1997). Para a melhor v isualização da distribuição e arranjo espacial dos parâmetros químicos estudados, foram gerados mapas de contorno(isolinhas) através do software Surfer. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a análise descritiva dos dados (Tabela 1), observa-se que os atributos Ca, Al, e H+Al apresentam distribuição de freqüência normal, diferente de pH e Mg. Seguindo a classificação de coeficiente de variação (CV), sugerida por Gomes (1984), observaram-se valores médios de CV para pH e valores muitos altos para Ca, Mg e Al. 3 Tabela 1. Análise descritiva dos dados. Nome Média C.V. Assimetria Curtose pH 4,964 10,31 0,2624 D -0,557 0,09 Ca 1,138 51,56 1,372 1,749 0,15** Mg 1,285 52,01 0,7294 0,5301 0,08 Al 0,3679 97,98 0,9967 0,3791 0,19** 0,8462 0,8746 0,12** H+Al 2,68 54,89 D –Desvio Máximo * distribuição normal para = 1% As figuras 1, 2, 3, 4 e 5 apresentam os semivariogramas gerados para Al, Mg, pH, Ca e H+Al. Dos modelos ajustados, Al apresenta modelo do tipo gaussiano, que se caracteriza por perder mais lentamente a semelhança com a distância, o contrario é válido para o modelo esférico ajustado para pH, Ca, Mg e H+Al. A tabela 2 apresenta os valores do efeito pepita (Co); do alcance (a); do patamar (C) e do grau de dependência espacial para os atributos químicos, pH, Ca, Mg, Al e H+AL. Tabela 2. Parâmetros dos Semivariogramas. Variável Modelo Efeito pepita (Co) Patamar (C) Alcance (a) Co/Co+C % pH Esférico 0 0,278 27,76 0 Ca Esférico 0 0,38 48,84 0 Mg Esférico 0 0,38 60,12 0 Al Gaussiano 0,063 ,0,78 74,89 81 H+Al Esférico 0 2,03 24,06 0 Os atributos pH, Ca, Mg e H+Al apresentaram forte dependência espacial, por não terem apresentado contribuição do efeito pepita sobre o patamar. Apesar do Al ter apresentado o maior distância de correlação entre os pontos (a = 74,89), verificou-se uma fraca dependência espacial devido a alta contribuição do efeito pepita no patamar. Independente das diferenças nos modelos e do grau de dependência espacial dos atributos constata-se que a variabilidade dos destes não ocorre ao acaso, podendo ser modelada e mapeada. Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. Vida. Seropédica, RJ, EDUR, v. 25, n. 1, Jan.-Jun., p. 01-05, 2005. Contribuição da Geoestatística... 4 22.00E-01 .0 0 E - 0 1 11.50E-01 .5 0 E - 0 1 11.00E-01 .0 0 E - 0 1 55.00E-02 .0 0 E - 0 2 AAlumínio lu m í n io GGau a u ( 0(0.0626.0.0785,74.90) .0 6 2 6 ,0 .0 7 8 5 ,7 4 .9 0 ) 0 .0 0 E +0 0 0.00E+00 20 20 00 440 0 660 0 Distância (m) 880 0 100 1 00 D is t â n c ia ( m ) Figura 1. Semivariograma do Alumínio. Como ilustração são apresentados os mapas de Como ilustração são apresentados os mapas de isolinhas para os atributos Al e Mg (figuras 6 e 7). Estes mapas permitem, no momento do planejamento experimental, localizar e dimensionar de forma mais precisa as parcelas experimentais. 7483300 66.00E-01 .00E -0 1 55.00E-01 .00E -0 1 44.00E-01 .00E -0 1 33.00E-01 .00E -0 1 7483250 22.00E-01 .00E -0 1 1.1 M a gn é s io Magnésio 11.00E-01 .00E -0 1 Esf(0.0,0.3833,60.12) E s f(0.0,0.383 3,60 .12) 0.0 0E +0 0 0.00E+00 0 0 10 10 20 20 30 40 30 40 60 550 0 60 Distância (m) 70 70 80 80 90 90 100 100 7483200 0.8 D is tâ n c ia (m ) Figura 2. Semivariograma do Magnésio. 0.5 7483150 4.00 E -0 1 4.00E-01 3.50 E -0 1 3.50E-01 3.00 E -0 1 3.00E-01 2.50 E -0 1 2.50E-01 2.00 E -0 1 2.00E-01 1.50 E -0 1 1.50E-01 1.00 E -0 1 1.00E-01 5.00 E -0 2 5.00E-02 00.00E+00 .0 0E +0 0 0.2 7483100 -0.1 pH pH Esf(0.0,2.2788.27.76) E s f(0 .0 ,0 .27 8 8,2 7.7 6) 00 20 20 40 40 660 0 Distância (m) 880 0 100 1 00 7483050 D is tâ n c ia (m ) 636050 Figura 3. Semivariograma do pH. 636100 636150 Figura 6. Mapa de isolinhas de Alumínio. 6.0 0E -01 6.00E-01 7483300 5.0 0E -01 5.00E-01 4.0 0E -01 4.00E-01 3.0 0E -01 3.00E-01 2.0 0E -01 2.00E-01 7483250 CCálcio á lc io 1.0 0E -01 1.00E-01 2.8 EEsf(0.0,0.3816,48.83) s f( 0 .0 ,0.38 1 6,4 8 .83 ) 0 .00 E+0 0 0.00E+00 00 20 20 40 60 40 60 Distância (m) Di s tâ n c ia (m ) 80 80 1100 00 7483200 2.1 Figura 4. Semivariograma do Cálcio. 1.4 7483150 3 2.5 2.5 0.7 2 2 1.5 1.5 7483100 1 1 0.5 0.5 0 0 0 HH+Al + AI Esf(0.0,2.0342.24.06) Es f(0 .0,2.03 42 ,2 4. 06 ) 0 0 220 0 60 440 0 60 Distância (m) Dis t â n c ia (m ) Figura 5. Semivariograma de H+Al. 880 0 100 1 00 7483050 636050 636100 636150 Figura 7. Mapa de isolinhas de Magnésio. Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. Vida. Seropédica, RJ, EDUR, v. 25, n. 1, Jan.-Jun., p. 01-05, 2005. GONÇALVES, M. G.; et al. CONCLUSÃO Existe dependência espacial para todos os atributos observados, descartando assim a hipótese de independência entre as amostras.A maioria dos atributos químicos estudados apresentou forte dependência espacial, exceto o Alumínio.Para minimizar a interferência da variabilidade do solo na interpretação dos efeitos dos tratamentos recomenda-se um planejamento dos experimentos baseados na distribuição espacial dos atributos do solo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, D. L., RIBEIRO, R.L.D.& GUERRA, J. G. M. 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