ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA
ROBERTO TAVARES FIGUEIREDO
REDIMENSIONAMENTO DE ENGENHEIROS NO CONTROLE
DO ESPAÇO AÉREO:
UMA NECESSIDADE
Rio de Janeiro
2011
REDIMENSIONAMENTO DE ENGENHEIROS NO CONTROLE
DO ESPAÇO AÉREO:
UMA NECESSIDADE
Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia
apresentada ao Departamento de Estudos da
Escola Superior de Guerra como requisito à
obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de
Política e Estratégia.
Orientador: Coronel Carlos Alberto Gonçalves de
Araújo.
Rio de Janeiro
2011
C2011 ESG
Este trabalho, nos termos de legislação
que resguarda os direitos autorias, é
considerado propriedade da ESCOLA
SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É
permitido a transcrição parcial de textos
do trabalho, ou mencioná-los, para
comentários e citações, desde que sem
propósitos comerciais e que seja feita a
referência bibliográfica completa.
Os conceitos expressos neste trabalho
são de responsabilidade do autor e não
expressam
qualquer
orientação
institucional da ESG.
__________________________________
Figueiredo, Roberto Tavares.
Redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo: uma
necessidade/Roberto Tavares Figueiredo. Rio de Janeiro: ESG, 2011.
74 f.: Il.
Orientador: Cel R/1 Engenheiro Carlos Alberto Gonçalves de Araújo
Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia apresentada ao Departamento
de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do
Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), 2011.
1. Redimensionamento 2. Engenheiros 3. Controle do Espaço Aéreo 4.Voo. I.
Título.
À minha querida esposa Katia Maria
Gomes, que está sempre ao meu lado
em todos os desafios.
A busca de novos conhecimentos e
amigos
é
importante
engrandecimento
e
para
o
relacionamento
pessoal e o êxito alcançado só se deu
devido
ao
apoio
minha esposa.
incondicional
de
AGRADECIMENTOS
Aos meus companheiros de trabalho no DECEA, em especial aqueles que labutam
no Subdepartamento de Administração.
A Escola Superior de Guerra, que me permitiu estudar e conhecer o Brasil em uma
visão mais ampla.
Aos meus novos amigos, estagiários da melhor Turma do CAEPE (Segurança e
Desenvolvimento) que tornaram o curso mais agradável e interessante.
Ao Coronel Aviador Kisiolar, Suboficial Goes e Sargento Monteiro, da Divisão de
Planejamento de Recursos Humanos do DECEA, que contribuíram de forma
decisiva no desenvolvimento deste trabalho.
Ao
meu
orientador
Cel
Carlos
Alberto,
pela
orientação
e
incentivo
no
desenvolvimento deste trabalho.
Ao Cel Aviador Todesco e Ten Nívea pelo diálogo amigo e também orientação na
confecção desta monografia.
E, em especial, à minha esposa Katia, pela compreensão e incentivo durante o
período de realização do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia.
Toda organização existe, não para si
mesma, mas para alcançar objetivos e
produzir resultados. É em função dos
objetivos e resultados que a organização
deve ser dimensionada, estruturada e
orientada.
Idalberto Chiavenato
RESUMO
Esta monografia aborda o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro
(SISCEAB) com foco nos Recursos Humanos na área de Engenharia. Com o
aumento na demanda de tráfego aéreo e em face das novas tecnologias que são
inseridas
no
SISCEAB,
torna-se
necessária
uma
busca
incessante
pelo
redimensionamento de Engenheiros, tendo como objetivo principal a manutenção do
elevado nível de Segurança e Defesa do SISCEAB. O objetivo deste estudo é, a
partir da análise do processo de redimensionamento de Recursos Humanos, na área
de engenharia, fornecer subsídios para uma proposta capaz de atender às
demandas do SISCEAB, no tocante à fixação e a adequada quantificação de
Engenheiros. A abordagem escolhida para o desenvolvimento deste trabalho é a
pesquisa bibliográfica e a análise documental das normas oficiais do Comando da
Aeronáutica, referentes ao Controle do Espaço Aéreo. A pesquisa limitar-se-á as
necessidades
do
Sistema
de
Controle
do
Espaço
Aéreo
Brasileiro,
independentemente das demais áreas de expansão tecnológica no Brasil..
Inicialmente, será conceituado o Sistema de Controle do Espaço Aéreo e sua
atuação na evolução tecnológica imposta à navegação aérea. Em seguida, serão
estudados os Recursos Humanos, citando a forma de recrutamento, seleção e
formação de engenheiros no Brasil, no âmbito do DECEA (Departamento de Contole
do Espaço Aéreo. Por fim, serão descritas as principais dificuldades encontradas.
Para mitigar tais problemas e principalmente reter o Engenheiro no SISCEAB é
elaborada uma proposta de fluxo de carreira e de quantificação de Engenheiros
através de uma matriz Qualitativa versus uma matriz Quantitativa dos Recursos
Humanos.
Palavras chave: Redimensionamento. Engenheiros. Controle do Espaço Aéreo.
Recursos Humanos. Voo.
ABSTRACT
The approach of this study is to analize the Brazilian Airspace Control System
(SISCEAB - Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro) with a focus on the
Human Resources Engineering Area. In the face of new technologies and with the
increase of air traffic demand, it becomes extremely necessary to perform an
organizational resizing in the number of Engineer resources, maintaining the high
level of Security and Defence of SISCEAB. The purpose of this work is to analize the
Human Resources resizing process in the Engineering Area and provide data to be
able to develop a proposal to attend the SISCEAB demands related to determine the
appropriate number of engineers. The approach of this work is based on
bibliographic research and documentary analysis of Brazilian Air Force official
standards, related to Airspace Control. This research is limited to the Brazilian
Airspace Control System needs, regardless of the other Brazilian technological
expansion areas . First, this work presents the concept of the Brazilian Airspace
Control System, acting on technological developments imposed on air navigation.
Then, describes Human Resourses recruitment, selection and training process,
applicable to engineers in the Brazilian Airspace Control Department (DECEA Departamento de Controle do Espaço Aéreo). Finally, refers the main problems
found. In order to mitigate these problems and mainly retain engineers in the
SISCEAB, a proposal is developed for career plan and quantification of engineers
through a Qualitative versus a Quantitative matrix of Human Resources.
Key words: Resizing, Engineers, Airspace Control System, Human Resourses, Flight.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACC
Centro de Controle de Área
ADS
AutomaticDependentSurveillance
AER
Engenharia Aeronáutica
AFTN
AeronauticalFixedTelecommunications Network
AGC
Engenharia Agrícola
AGM
Engenharia Agrimensura
AGR
Engenharia Agrônoma
AIS
Serviço de Informações Aeronáutica
APP
Centro de Controle de Aproximação
ATC
Controle de Tráfego Aéreo
ATM
Gerenciamento de Tráfego Aéreo
ATN
Rede de Telecomunicações Aeronáuticas
BRMCC
Centro Brasileiro de Controle de Missão COPAS-SARSAT
CAG
Circulação Aérea Geral
CCSIVAM
Comissão para Coordenação do Projeto do Sistema de Vigilância
da Amazônia
CERNAI
Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional
CGNA
Centro Geral de Navegação Aérea
CGR
Engenharia Cartográfica
CIAAR
Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica
CINDACTA
Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo
CISCEA
Comissão de Implantação do Controle do Espaço Aéreo
CIV
Engenharia Civil
CLI
Engenharia Clínica
CMA
Centro Meteorológico de Aeródromo
CMM
Centro Meteorológico Militar
CMP
Engenharia de Computação
CMV
Centro Meteorológico de Vigilância
CNMA
Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica
CNS
Comunicação, Navegaçãoe Vigilância
COM
Circulação Operacional Militar
COMAER
Comando da Aeronáutica
COMDABRA
Comando de Defesa Aéreo Brasileiro
COMGAP
Comando Geral de Apoio
COMGAR
Comando Geral do Ar
COMGEP
Comando Geral do Pessoal
COPAS-SARSAT Sistema Internacional de Busca e Salvamento por Rastreamento
de Satélites
COpM
Centro de Operações Militar
CPDLC
Controller Pilot Data-Link Communication
CTM
Carreira de Tecnologia Militar
DACTA
Carreira de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo
DCTA
Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial
DECEA
Departamento de Controle do Espaço Aéreo
DEPENS
Departamento de Ensino
DG
Direção Geral
DS
Direção Setorial
DTCEA
Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo
EACEA
Estações de Apoio ao Controle do Espaço Aéreo
EAOEAR
Estágio de Adaptação de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica
EAOT
Estágio de Adaptação de Oficiais Temporários
ELN
Engenharia Eletrônica
ELT
Engenharia Elétrica
EMA
Estações Meteorológicas de Altitude
EMAER
Estado Maior da Aeronáutica
EMS
Estações Meteorológicas de Superfície
END
Estratégia Nacional de Defesa
ERM
Estações de Radar Meteorológico
FAB
ForçaAéreaBrasileira
FANS
Future Air Navigation Systems
FIS
Flight Information Service
GCC
Grupo de Comunicações e Controle
GEIV
Grupo Especial de Inspeção em Voo
GF
Governo Federal
GNSS
Sistema Global de Navegação por Satélite
ICA
Instituto de Cartografia Aeronáutica
ICEA
Instituto do Controle do Espaço Aéreo
IFR
Regras de Voo por Instrumento
IME
Instituto Militar de Engenharia
ITA
Instituto Tecnológico de Aeronáutica
MBA
Master in Business Administration
MDQ
Modelo de Dimensionamento de Quadro
MEC
Engenharia Mecânica
MPOG
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
MQIE
Matriz Quantitativa para o Ingresso de Engenheiros
MTL
Engenharia Metalúrgica
OACI
Organização de Aviação Civil Internacional
OCDE
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
OM
Organização Militar
PAC
Programa de Aceleração do Crescimento
PACESP
Programa Anual de Cursos Especiais
PAEAT
Plano de Ensino e Atualização Técnica
PAME
Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica
PBN
Navegação Baseada em Performance
PLAMENS
Plano de Ensino
PPFQE
Padrão de Progressão, de Fixação e de Quantificação de
Engenheiros
PRH
Planejamento de Recursos Humanos
QCOA
Quadro Complementar de Oficiais da Aeronáutica
QOCON
Quadro de Oficiais Convocados
QOENG
Quadro de Oficiais Engenheiros
QUI
Engenharia Química
RCC
RescueCoordination Center
REM
Rede de Estações Meteorológicas
RH
Recursos Humanos
RTLI
Requisitos Técnicos Logísticos e Industriais
SEFA
Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica
SFA
Serviço Fixo Aeronáutico
SGQ
Sistema de Garantia da Qualidade
SISCEAB
Sistema de Controle do Espaço Aéreo
SISDABRA
Sistema de Defesa Aérea Brasileiro
SISDACTA
Sistema de Defesa Aérea e Controle do Espaço Aéreo
SISFRON
Sistema de Fronteiras
SISSAR
Sistema de Busca e Salvamento
SIVAM
Sistema de Vigilância da Amazônia
SMA
Serviço Móvel Aeronáutico
SPV
Sistema de Proteção ao Voo
SRPV-SP
Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo
STB
Engenharia de Segurança do Trabalho
STCA
Sistema de Telecomunicações do Comando da Aeronáutica
TEL
Engenharia de Telecomunicações
TMA
Controle de Terminal
TWR
Torre de controle
VFR
Regras de Voo Visual
ZPA
Zona de Proteção de Aeródromo
INDICE DE FIGURAS
QUADRO 1 Organizações do Comando da Aeronáutica........................................16
QUADRO 2 Atrito Geral de Engenheiros.................................................................43
QUADRO 3 Quadro de remuneração de carreiras do COMAER............................44
QUADRO 4 Quadro de Remuneração de Servidores Públicos Federais...............45
QUADRO 5 Tabela quantitativa de funções............................................................57
QUADRO 6 Quantitativo Funções X Peso...............................................................58
SUMÁRIO
ANEXO A – QUADRO DE SERVIDORES PÚBLICOS POR CARREIRA...............65
ANEXO B – ATRITO DE TENENTES ENGENHEIROS FORMADOS NO ITA.......66
ANEXO C – LISTA DE CURSOS DO SISCEAB......................................................67
ANEXO D – MODELO DE FLUXO DA PROGRESSÃO FUNCIONAL DE ENG.....71
ANEXO E - CARACTERÍSTICAS DE CADA TIPO DE FORMAÇÃO......................72
ANEXO F – REDIMENSIONAMENTO DE ENGENHEIROS – GERAL....................73
ANEXO G – EVOLUÇÃO DO REDIMENSIONAMENTO..........................................74
14
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
2 O SISTEMA DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO ..................... 19
2.1 GERENCIAMENTO DE TRÁFEGO AÉREO ....................................................... 21
2.2 A REDE METEOROLÓGICA .............................................................................. 23
2.3 CARTOGRAFIA AERONÁUTICA ........................................................................ 25
2.4 INFORMAÇÕES AERONÁUTICAS (AIS) ........................................................... 26
2.5 TELECOMUNICAÇÕES AERONÁUTICAS......................................................... 27
2.6 SISTEMA DE BUSCA E SALVAMENTO............................................................. 29
2.7 A ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA (END) ............................................... 30
2.8 O CENÁRIO QUE SE APRESENTA ................................................................... 32
3 RECURSOS HUMANOS........................................................................................ 34
3.1 A ORGANIZAÇÃO DO CORPO DE OFICIAIS ENGENHEIROS ........................ 34
3.2 AS FORMAS DE INGRESSO DE ENGENHEIROS ............................................ 36
3.2.1 A formação no Corpo de Engenheiros da Aeronáutica .............................. 36
3.2.2 A formação civil na Carreira CTM e DACTA................................................. 39
3.2.2.1 A carreira CTM .............................................................................................. 39
3.2.2.2 A carreira DACTA .......................................................................................... 40
3.3 O EFETIVO DE ENGENHEIROS ........................................................................ 40
3.3.1 Formação de Engenheiros no Brasil ............................................................ 40
3.3.2 O problema encontrado ................................................................................. 42
3.3.3 Estrutura remuneratória e de quantidade de evasão .................................. 44
4 DIMENSIONAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS .......................................... 46
4.1 ESTRUTURA NORMATIVA ................................................................................ 48
4.2 IDENTIFICAÇÃO DA ESTRUTURA .................................................................... 50
4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES .................................................................. 50
4.4 PADRÃO DE PROGRESSÃO, DE FIXAÇÃO E DE QUANTIFICAÇÃO (PPFQE)
................................................................................................................... 52
4.4.1 Fase Inicial “A” (Adaptação) - 1º ano ........................................................... 53
4.4.2 Fase Inicial “B” (Especialização) - do 2º ao 5º ano ..................................... 53
4.4.3 Fase Intermediária - do 6º ao 14º ano ........................................................... 53
4.4.4 Fase Gerencial “A” - do 15º ao 19º ano ........................................................ 54
4.4.5 Fase Gerencial “B” - a partir do 20º ano ...................................................... 55
4.5 DEFINIÇÃO DE UMA MATRIZ QUANTITATIVA PARA O INGRESSO (MQIE) .. 56
4.5.1 Funções de Engenharia no DECEA .............................................................. 57
4.5.2 A Matriz MQIE ................................................................................................ 58
5
CONCLUSÃO ............................................................................................ 60
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 62
ANEXO ....................................................................................................... 65
15
1 INTRODUÇÃO
O Comando da Aeronáutica, desde a sua criação em janeiro de 1941,
cresce e se desenvolve a níveis de sofisticação cada vez mais elevados.
Tecnologias de ponta são empregadas e necessárias nas diversas organizações
que o compõem. A necessidade de desenvolvimento tecnológico imposto as Forças
Armadas advém da determinação descrita na Carta Magna nacional.
A Constituição Federal (BRASIL, 1988), em seu artigo 142, estabelece
como destinação das Forças Armadas:
As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições permanentes e regulares, organizadas
com base na hierarquia e disciplina, sob autoridade suprema do
Presidente da República, e destinam-se a defesa da Pátria, a
garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer
destes, da lei e da ordem.
Deste artigo da Constituição Federal derivam a missão e as atribuições do
Comando da Aeronáutica.
A segurança da navegação aérea e o controle do espaço aéreo são
responsabilidades do Estado Brasileiro, delegadas ao Comando da Aeronáutica
(COMAER) por meio da Lei Complementar nº 97 e das Leis nº 7.565 e 11.182,
dentre outras legislações.
Nesse contexto, é atribuída ao Comando da Aeronáutica, a missão da
manutenção da soberania no espaço aéreo nacional com vistas à Defesa da Pátria e
como atribuição subsidiária geral, a cooperação com o Desenvolvimento Nacional e
a Defesa Civil, na forma determinada pelo Presidente da República. Em particular, a
Aeronáutica é organizada para ser reconhecida, nacional e internacionalmente, pela
sua prontidão e capacidade operacional para defender os interesses brasileiros em
estreita cooperação com as demais Forças.
O Comando da Aeronáutica é composto de uma organização de Direção
Geral (DG) e de sete organizações de Direção Setorial (DS).
16
Direção Geral
Estado Maior da Aeronáutica (EMAER),
Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR);
Comando-Geral de Apoio (COMGAP);
Comando-Geral do Pessoal (COMGEP);
Direção Setorial
Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA);
Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA);
Departamento de Ensino (DEPENS); e
Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA).
Quadro 1 – Organizações do Comando da Aeronáutica
Esta monografia trata de uma das organizações do Comando da
Aeronáutica: o Departamento do Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que detém a
responsabilidade pelo controle estratégico do espaço aéreo brasileiro.
Com o aumento do Tráfego Aéreo, fato observado nos últimos anos e
amplamente divulgado nos meios de comunicação1, e com a proximidade de
eventos mundiais que ocorrerão no Brasil em um futuro próximo, como a Copa do
Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, é imperioso que se produza um estudo
minucioso de uma área sensível: a engenharia que envolve o complexo Sistema de
Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, que utiliza cada vez mais tecnologia de ponta,
com a finalidade de prover mais Segurança ao Espaço Aéreo e proporcionar a
Defesa do território nacional.
Os encargos e responsabilidades aumentam em escala geométrica à
medida que a Aviação Civil, como reflexo do desenvolvimento do País, apresenta-se
como um dos pilares que suportam o aquecimento da economia. O crescimento da
Aviação Civil no Brasil tem exigido uma constante reavaliação das necessidades de
adequação qualitativa e quantitativa de recursos humanos para prover a segurança
da navegação e aérea.
1
A agência T1 descreve que o Brasil desponta entre países que mais contribuem ao aumento do
tráfego aéreo (www.agenciat1.com.br/11876-brasil-desponta-entre-paises-que-mais-contribuem-aoaumento-do-trafego-aereo/) e também no endereço www.aereo.jor.br/tag/departamento-de-controledo-espaco-aereo/
17
O problema acaba sendo se o redimensionamento de Recursos Humanos
na área de engenharia, dentro das diversas especialidades, influencia no aspecto de
Segurança e de Defesa do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro.
O
objetivo
do
trabalho
consiste
em
analisar
o
processo
de
redimensionamento de Recursos Humanos, na área de engenharia, para o seu
emprego no DECEA e organizações subordinadas.
Entretanto, outros aspectos serão analisados, como:
 Identificar a necessidade de constante capacitação e atualização
técnica dos Recursos Humanos na área de engenharia, em face das atuais
necessidades;
 Analisar o fluxo de engenheiros temporários e permanentes no controle
do espaço aéreo;
 Identificar a necessidade de planejar e redimensionar os Recursos
Humanos na área de engenharia em face das contínuas e crescentes demandas
com a entrada de novos equipamentos e de diferentes tecnologias.
Para o desenvolvimento do trabalho, algumas questões norteadoras
foram identificadas, tais como:
 A atual quantidade de Recursos Humanos nas diversas áreas da
engenharia atende as necessidades do Controle do Espaço Aéreo?
 O mercado de trabalho externo influi no ingresso e na permanência de
profissionais na área de engenharia do Controle do Espaço Aéreo?
 Em face dos Recursos Humanos existentes, o DECEA está preparado
para manter e implantar novos equipamentos visando a Segurança e Defesa do
Controle do Espaço Aéreo?
 Quais aspectos administrativos interferem na operacionalização dos
Recursos Humanos na área de Engenharia no Sistema de Controle do Espaço
Aéreo Brasileiro (SISCEAB)?
A abordagem escolhida para o desenvolvimento deste trabalho é a
pesquisa bibliográfica e a análise documental no que tange ao Controle do Espaço
Aéreo. A análise documental será baseada nas normas oficiais do Comando da
Aeronáutica.
A pesquisa limitar-se-á as necessidades de Engenheiros para o Sistema
de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro e aos aspectos da Estratégia Nacional de
18
Defesa no campo do Controle do Espaço Aéreo e da legislação federal sobre o tema
de Engenharia.
Inicialmente será descrito o Sistema de Controle do Espaço Aéreo e sua
atuação no cenário nacional e internacional. Será visto também a evolução
tecnológica dos conceitos impostos à navegação aérea e suas implicações no
contexto do Plano Estratégico Militar da Aeronáutica e da Estratégia Nacional de
Defesa (END), propiciando uma visão sobre o papel do Estado na prestação do
serviço, como base para o dimensionamento de pessoal.
Posteriormente será estudada a organização dos Recursos Humanos,
forma de recrutamento, seleção, progressão profissional, perfil e formação de
engenheiros no País.
A seguir, será estabelecida uma matriz Qualitativa versus uma matriz
Quantitativa dos Recursos Humanos, utilizando como base a previsão legal e suas
limitações. Serão observadas também a estrutura organizacional e a atuação nas
áreas de regulação e fiscalização para o Controle do Espaço Aéreo brasileiro que,
de forma coordenada, facilitarão a gestão e o planejamento de pessoal.
E, finalmente serão analisadas as questões norteadoras e propostas
algumas ações para minimizar o problema.
Mas, para que se compreenda o atual estágio de tecnologia empregada
no serviço de Controle e a Defesa do território nacional, de dimensões continentais,
mantendo a total soberania do país, é necessário que se descreva a estrutura do
Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e como funciona o Sistema
de Controle do Espaço Aéreo (SISCEAB)2.
2
http://freepages.military.rootsweb.ancestry.com/~otranto/fab/sisceab.htm
19
2 O SISTEMA DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO
O Controle do Espaço Aéreo brasileiro está a cargo do Comando da
Aeronáutica (COMAER), por intermédio do DECEA, e sua finalidade é prover os
meios de apoio necessários à circulação segura e eficiente do tráfego aéreo civil e
militar no espaço aéreo sob a jurisdição do País, dar suporte às operações da Força
Aérea Brasileira e apoiar o Comando da Aeronáutica na área de telecomunicações
aeronáuticas, contribuindo com as demais organizações da Aeronáutica para a
manutenção da Soberania do espaço aéreo, propiciando a segurança e o
desenvolvimento nacional.
O DECEA é o órgão central do SISCEAB (Sistema de Controle do Espaço
Aéreo Brasileiro) que acumula outros três sistemas: o Sistema de Proteção ao Voo
(SPV), o Sistema de Telecomunicações do Comando da Aeronáutica (STCA), e o
Sistema de Busca e Salvamento (SISSAR). Atua sistemicamente com o Sistema de
Defesa Aéreo Brasileiro (SISDABRA) através do Sistema de Defesa Aérea e
Controle do Espaço Aéreo (SISDACTA).
Uma particularidade inerente ao SISDACTA é a integração de sistemas e
meios, uma vez que um mesmo equipamento atende ao Controle do Espaço Aéreo
(atividade do DECEA através de suas organizações subordinadas) e a Defesa
Aérea, subordinada ao Comando de Defesa Aéreo Brasileiro (COMDABRA), outra
organização do Comando da Aeronáutica. A concepção desse sistema surgiu na
década de 70 com a Circulação Aérea Geral (CAG) e a Circulação Operacional
Militar (COM), providas por um mesmo equipamento e cujo objetivo é o de permitir
um efetivo Controle do Espaço Aéreo com a máxima segurança além da economia
de meios. Esse fato despertou a atenção mundial, pois a concepção integrada de
Controle de Tráfego Aéreo somado à Defesa Aérea é única no mundo e as
comunidades internacionais demonstram admiração ao modelo brasileiro. Durante o
sétimo simpósio de tráfego aéreo (7 SINTRAER) foi apresentado o tema: “O modelo
de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro e sua integração com outros sistemas”
3
da
qual foi extraída a citação abaixo, segundo Eno Siewerdt da Fundação Aplicações
de Tecnologias Criticas (2008, p LX):
3
O trabalho completo pode ser encontrado no link: http://www.tgl.ufrj.br/viisitraer/pdf/p07.pdf
20
2.1 Modelo integrado de defesa aérea e controle do
tráfego aéreo
O modelo integrado de defesa aérea e controle do tráfego
aéreo, não só veio como solução técnica encontrada pelo País para
superar as enormes dificuldades para a implantação do serviço de
proteção ao vôo, como tem sido apontado como exemplo para outros
países e hoje é considerado, pelas agências internacionais ligadas à
aviação civil, extremamente criativo e eficiente. Aliás, o melhor uso
da infra-estrutura de aeroportos e do espaço aéreo exige uma
perfeita coordenação entre os órgãos responsáveis pelo controle de
tráfego aéreo militar e civil, numa dinâmica que só funciona sem
problemas e riscos quando os Centros de Operações Militares
(COpM) e Centros de Controle de Área (ACC) se complementam em
suas respectivas funcionalidades.
O Brasil tem a responsabilidade de administrar o espaço aéreo territorial
(8.511.965 km²) e o espaço aéreo sobrejacente à área oceânica, que se estende até
o meridiano 10º W, perfazendo um total de 22 milhões de Km². Nesse espaço,
existem diversos eventos acontecendo ao mesmo tempo, tais como: voos
comerciais, voos militares, ensaio de voo, lançamentos de sondas e foguetes, voos
de asa delta, salto de paraquedas, treinamento de tiros antiaéreos, entre outros.
O controle do espaço aéreo é realizado através da detecção, identificação
de movimentos adentrando ou evoluindo no espaço aéreo brasileiro. Essa atividade
contribui para a preservação da soberania no espaço aéreo brasileiro e possibilita
assegurar a máxima segurança ao tráfego aéreo em geral.
Essa atividade é cumprida utilizando-se sensores de variados tipos, bem
como de meios de comunicações adequados, convergindo-se as informações para
Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA),
onde setorialmente é exercido o controle e são adotadas as decisões operacionais
em níveis previamente designados.
A unicidade de comando é obtida por meio da integração geral de todas
as informações disponíveis em um único Centro de Operações de Defesa
Aeroespacial, permitindo que as decisões de mais alto nível sejam tomadas com o
maior grau de segurança, no que diz respeito à preservação da soberania no espaço
aéreo nacional.
21
Devido ao seu valor militar, a capacidade que essa atividade encerra,
representa a possibilidade de pronta resposta imediata para a interceptação de alvos
considerados suspeitos.
De maneira geral, os meios empregados são fisicamente muito
vulneráveis, e o espectro eletromagnético onde atuam está sujeito a todas as formas
de interferência inimiga. Essas vulnerabilidades impõem planejamentos minuciosos
de proteção, com previsões para degradação dos sistemas em todos os níveis. Em
conseqüência, redundâncias são recomendáveis, e a atividade necessita atuar
sinergicamente com as Atividades de Logística Aeroespacial e de Segurança e
Defesa.
Muitos países não entendem como o Brasil, país de dimensões
continentais e ao sul do equador, consegue ter um sistema integrado e com
tecnologia de ponta e para isso muitos perguntam: Como se faz o Gerenciamento de
Tráfego Aéreo no Brasil4?
2.1 GERENCIAMENTO DE TRÁFEGO AÉREO
Para que se tenha uma melhor noção do Sistema de Proteção ao Voo se
faz necessário uma descrição de como é feito o Gerenciamento do Tráfego Aéreo.
Todos aqueles que utilizam o transporte aéreo, mesmo sem ter a exata noção do
planejamento do voo e da infraestrutura que suporta a atividade aérea, querem
segurança, na hora marcada e sobretudo com voos tranqüilos e esse é o objetivo do
Gerenciamento do Tráfego Aéreo.
Existe um organismo internacional denominado Organização de Aviação
Civil Internacional (OACI) que edita normas e recomendações e o Brasil é signatário
dessa convenção e todas as nossas normas são derivadas da OACI. A finalidade de
toda essa regulamentação não é outra se não a de manter elevada a segurança
para a navegação aérea e garantir um serviço eficiente a todas as aeronaves que
utilizam o nosso espaço aéreo.
Nos imensos céus do Brasil, está cada vez mais comum avistar aviões
voando em todas as direções e para prover o controle e a segurança tornou-se
4
Informações extraídas do sítio http://www.decea.gov.br/espaco-aereo/gerenciamento-de-trafegoaereo/
22
necessário uma coordenação cada vez mais precisa para garantir o trânsito desses
aviões. As áreas mais concorridas para a aviação foram estudadas e divididas em
zonas. Exemplificando-se, a área do voo de cruzeiro5 em grandes altitudes é
geralmente controlada pelos Centros de Controle de Área (ACC), estando em subida
para o voo de cruzeiro ou descendo para pouso, geralmente são controlados pelos
Centros de Controles de Aproximação (APP), e por fim, decolando ou próximo ao
pouso, é a área de Controle da Torre do Aeródromo (TWR).
A passagem segura de um Controle para outro gera diversos eventos e
regras de utilização do espaço aéreo. Uma espécie de “rodovias aéreas” são criadas
no espaço aéreo com seus sinais e cruzamentos, as quais são chamadas de
aerovias, alem da designação de procedimentos de como subir e como descer, os
chamados procedimentos de subida (Standard Instruments Departure - SID) ou de
descida (Standard Traffic Approach Radar - STAR).
Além disso, com a grande demanda atual de tráfego aéreo, foi criado
recentemente o Centro Geral de Navegação Aérea (CGNA), que analisa o fluxo de
tráfego aéreo nacional, supervisionando todos os Centros de Controle. O CGNA tem
como principal função regular o equilíbrio entre a capacidade e a demanda, sendo
que atua estrategicamente na análise de planejamento dos vôos regulares e
especificamente, durante as operações diárias, garantindo a segurança das
operações e a pontualidade dos voos.
Através da análise do Tráfego Aéreo atual e da demanda futura, surgirão
necessidades operacionais que indicarão necessidades de implantação de novos
órgãos de Controle do Tráfego Aéreo, os quais acarretarão acréscimo de
equipamentos como: radar, auxílios eletrônicos à navegação aérea, equipamentos
de telecomunicação. E como nenhuma organização criada e bem como seus
equipamentos não funcionam sem pessoas, é necessário dimensionar o pessoal
operacional, técnico e administrativo necessário.
No Brasil, existem quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle
do Espaço Aéreo (CINDACTA), localizados em Brasília, Curitiba, Recife e Manaus,
além do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP). Todos os
CINDACTA e o SRPV-SP possuem destacamentos, alguns em regiões remotas,
5
Voo de cruzeiro – Etapa do voo de uma aeronave compreendida entre o final da subida e o início da
sua descida, ao aeroporto de destino.
23
contendo variados equipamentos incluindo de detecção de telecomunicações e
meteorológicos, cuja integração dos dados são disponibilizados aos Controladores
de Tráfego Aéreo e simultaneamente aos Controladores de Defesa Aérea provendo
coordenação e pronta resposta imediata.
O que foi apresentado é o presente, porém o DECEA acompanha o
desenvolvimento tecnológico para poder atender a crescente demanda do tráfego
aéreo, reduzindo com segurança a separação entre os aviões através do emprego
de novos conceitos. A implementação dessas tecnologias tornará possível que as
aeronaves encurtem caminhos com perfis de subidas, de voo e de descidas mais
efetivos, além da rota mais adequada ao voo.
Além do Gerenciamento de Tráfego Aéreo, para manter a eficiência e
segurança do Controle do Espaço Aéreo, há outra área específica que merece
destaque: A meteorologia6.
2.2 A REDE METEOROLÓGICA
No momento do planejamento do voo, verifica-se que as distâncias são
enormes e não é possível a realização de um vôo sem o conhecimento das
condições de meteorologia no local de decolagem, na rota e no local de destino, pois
a simples informação de direção e intensidade do vento já influi no planejamento do
voo.
Para que se faça o Gerenciamento do Fluxo de Tráfego Aéreo, é
necessário que se observe as condições meteorológicas. A meteorologia é de vital
importância para a segurança das operações aéreas, contribuindo para o conforto
dos passageiros.
Atualmente com os avanços da tecnologia aeronáutica, criando aviões
mais robustos e equipamentos eletrônicos mais precisos, tem aumentado as
possibilidades de utilização de aeródromos em condições meteorológicas adversas,
a meteorologia continua a ser essencial para a eficiência das operações de voo. É
obrigatório o conhecimento das condições meteorológicas reinantes nos aeródromos
de partida e de destino para que o comandante decida se é possível a realização ou
6
Informações extraídas do sítio http://www.decea.gov.br/espaco-aereo/meteorologia-aeronautica/
24
não do voo em face das possibilidades dos equipamentos embarcados e da
infraestrutura presente nos aeródromos. Informações precisas relativas ao teto, à
visibilidade, ao tempo presente, ao vento, bem como a que horas deverão ocorrer
essas mudanças e por quanto tempo prevalecerão além das condições em rota:
direção e velocidade do vento ao longo da mesma, ocorrência de formação de gelo,
de turbulência e tempestades de trovoadas associadas a nuvens cúmulus-nimbus,
que possam acarretar desvios de rota.
A infraestrutura da rede de meteorologia do DECEA é de Alta Tecnologia
e bastante complexa, pois com o aumento do fluxo de tráfego aéreo, a necessidade
de se obter informações precisas e atualizadas sobre as condições meteorológicas
locais nos aeródromos e ao longo das rotas aéreas tornou-se uma ferramenta
indispensável para todos aqueles que necessitam destas informações. Desse modo,
instrumentos
e
equipamentos
de
observação
meteorológicos
modernos
e
atualizados, foram instalados em diversos locais.
No DECEA, a rede de meteorologia é composta pelo Centro Nacional de
Meteorologia Aeronáutica (CNMA), Centro Meteorológico de Vigilância (CMV),
Centro Meteorológico de Aeródromo (CMA), Centro Meteorológico Militar (CMM),
além de possuir um banco de dados meteorológicos e equipamentos variados de
coletas de informações constantes da Rede de Estações Meteorológicas (REM). As
informações coletadas pelas Redes de Estações Meteorológicas constituem a base
de todo o serviço meteorológico a ser prestado à navegação aérea.
As estações meteorológicas que integram essa rede são classificadas,
conforme suas características, em Estações Meteorológicas de Superfície (EMS) classes I, II e III; Estações Meteorológicas de Altitude (EMA) e Estações de Radar
Meteorológico (ERM).
Complementando as informações meteorológicas, como a direção e
intensidade do vento, torna-se necessário que se visualize o aeródromo e para tal
recorre-se à cartografia aeronáutica7.
7
Informações extraídas do sítio http://www.decea.gov.br/espaco-aereo/cartografia-aeronautica/
25
2.3 CARTOGRAFIA AERONÁUTICA
O Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), subordinado ao DECEA,
desenvolve dois tipos de cartas: Cartas de Navegação Visual (VFR), própria para a
utilização em voo sob as regras do voo visual e as cartas de navegação por
instrumentos (IFR).
Entre as atividades realizadas pelo ICA, destacam-se os Levantamentos
Topográficos e Geodésicos que se destinam a gerar dados necessários ao
desenvolvimento das atividades cartográficas do ICA. É em função da análise
realizada pelo ICA, incluindo o levantamento de obstáculos, que são feitas a escolha
de locais para a instalação de auxílios à navegação aérea e a orientação geodésica
dos equipamentos a serem instalados.
Outra função importante realizada pelo ICA é a Zona de Proteção de
Aeródromo (ZPA), que nada mais é que a necessidade de garantir o máximo de
segurança para as aeronaves em operação de voo. Foi criada uma legislação
específica para as áreas próximas aos aeródromos que tem por finalidade evitar que
a
malha
urbana
avance
desordenadamente
em
direção
ao
aeroporto,
comprometendo a segurança das operações dos aeródromos. A referida legislação
gera um plano que é remetido às diversas autoridades públicas para o seu
cumprimento.
A cartografia Aeronáutica está em plena evolução e espera-se que em
curto período de tempo sejam disponibilizadas cartas eletrônicas através da
tecnologia digital utilizando imagens de satélites e com isso o vôo será apenas de
acompanhamento, pois o piloto receberá no equipamento de bordo, na tela do
equipamento, todas as cartas de navegação necessárias para o vôo. Uma grande
vantagem desse tipo de serviço é que a informação aeronáutica, antes impressa e
distribuída para aqueles que necessitam da informação, passará a ser divulgada
muito mais rapidamente. As atualizações serão feitas em tempo real e exigirá maior
demanda desse setor.
Complementando a Cartografia Aeronáutica e com ela muito relacionada,
ver-se-á adiante como funciona o setor de informações aeronáuticas8.
8
Informações extraídas do sítio http://www.decea.gov.br/espaco-aereo/informacoes-aeronauticas-ais/
26
2.4 INFORMAÇÕES AERONÁUTICAS (AIS)
As informações são fundamentais para todos que fazem uso do espaço
aéreo. Na grande maioria dos aeroportos existe um local padronizado onde
trabalham profissionais especializados no Serviço de Informações Aeronáuticas, que
na maioria das vezes é o primeiro contato do usuário com o Sistema de Controle do
Espaço Aéreo. É através do serviço AIS que os aeronavegantes têm acesso às
diversas informações aeronáuticas necessárias para um voo seguro.
A maioria da documentação encontrada nas salas AIS presentes nos
aeroportos
pode
ser
consultada
pela
INTERNET
no
endereço
http://www.aisweb.aer.mil.br, porém é obrigatória a coletânea original impressa no
avião.
O Serviço de Informações Aeronáuticas, a Cartografia Aeronáutica, a
Meteorologia e o Gerenciamento de Tráfego Aéreo se interligam e um não existe
sem o outro. Como exemplo pode-se citar que um avião pode pousar em um
aeroporto se as condições de meteorologia, como o teto, estiverem acima de 500
pés. Essa informação está descrita em uma carta de pouso ou de decolagem bem
como a direção e o comprimento da pista e inúmeras outras informações.
Com o aumento da demanda do tráfego aéreo no Brasil e no mundo, a
demanda por informações cresce em proporção ainda maior e, para permitir esse
crescimento, está em desenvolvimento e sendo implantado gradativamente o
sistema de Comunicação, Navegação, Vigilância e Gerenciamento de Tráfego Aéreo
(CNS/ATM) com a finalidade de revolucionar o atual sistema ATC (Air Traffic
Control), tendo como principal meta a otimização da utilização do espaço aéreo,
ocupando espaços ociosos, reduzindo percursos e separação entre aeronaves,
agilizando processos e aprimorando as comunicações, com precisão e segurança9.
Com o advento do conceito CNS/ATM todos os setores serão
beneficiados, permitindo maior dinamismo no fornecimento das informações.
O futuro Serviço de Informações Aeronáuticas, baseado na Cartografia
com base de dados exata e sem inconsistências, disponibilizará todas as coletâneas
de documentações necessárias para o estudo e planejamento do voo.
9
http://www.dcabr.org.br/download/publicacoes-tecnicas/principais-iniciativas-para-aumento-daseguranca-operacional-no-transporte-aereo.pdf
27
Como pode ser visto até agora, o sistema não é estanque e exige um
sistema de telecomunicações10 também complexo.
2.5 TELECOMUNICAÇÕES AERONÁUTICAS
Existem equipamentos mínimos obrigatórios a bordo das aeronaves e o
equipamento rádio é primordial, pois não existe voo sem comunicação. Como é
conhecido informalmente no meio aeronáutico, o “papo rádio” entre controladores de
tráfego Aéreo e o piloto tem que ser claro e objetivo. Esse tipo de comunicação faz
parte do Serviço Móvel Aeronáutico (SMA). Também é necessária a comunicação
entre os próprios órgãos de controle, porque quando uma aeronave cruza o espaço
aéreo ela atravessa várias regiões de controle que são situadas fisicamente em
lugares distintos. Os órgãos de controle adjacentes recebem as informações do
tráfego que irá ingressar em sua área de responsabilidade e essa comunicação se
dá através do Serviço Fixo Aeronáutico (SFA). De uma forma ainda mais
abrangente, quando o voo advém de fora do território nacional ou está de saída, as
informações são providas através do Aeronautical Fixed Telecommunications
Network (AFTN) que nada mais é que uma rede internacional de comunicação.
A infraestrutura para prover a Telecomunicação Aeronáutica em todo o
território nacional é bastante complexa, constituída de estações terrestres e
satelitais, sendo que o DECEA é o responsável pela implantação, operação e
manutenção de toda a infraestrutura do Serviço Móvel e Fixo com abrangência em
todo
o
país.
Fazem
parte
da
infraestrutura:
equipamentos
de
telefonia;
equipamentos de comunicação via rádio, satélite e fibras ópticas; roteadores e redes
de computadores; canais de comunicação alugados junto às concessionárias de
telecomunicações espalhados por todo o território nacional, inclusive nas localidades
mais remotas. Todos esses equipamentos são mantidos pelo DECEA, através de
inspeções de forma regular, de modo a manter o sistema sem falhas que possam
afetar a segurança de voo.
Com o passar do tempo, e como já se previa, os meios de comunicação
iriam se saturar nas regiões de maior densidade de tráfego aéreo, porém com a
10
Informações extraídas do sítio http://www.decea.gov.br/espaco-aereo/telecomunicacoesaeronauticas/
28
explosão tecnológica foram surgindo outras soluções. Inicialmente criou-se o comitê
FANS (Future Air Navigation Systems), sendo sua mais importante contribuição a
criação do conceito CNS/ATM (Comunications, Navigation and Survellance / Air
Traffic
Management).
Dos
seus
estudos
e
amparado
principalmente
no
desenvolvimento tecnológico, chegou-se à conclusão que uma das soluções para
esse problema seria o uso intensivo e prioritário de comunicação de dados em vez
de voz que se mostrou um sistema limitado e o emprego de sistemas baseados em
satélites.
Dando continuidade a esse novo conceito, em 1993 deu-se início a
criação
de
uma
grande
rede
mundial
de
computadores,
a
Rede
de
Telecomunicações Aeronáuticas (Aeronautical Telecommunication Network – ATN),
específica para prover os serviços necessários ao Controle de Tráfego Aéreo.
Dentre os novos serviços, destacam-se:
Aplicativo FIS (Flight Information Service) - O piloto tem acesso a
variadas informações de interesse e segurança do voo por via digital.
Aplicativo CPDLC (Controller Pilot Data-Link Communication)- O piloto e
controladores de voo utilizam dados para se comunicar através de uma plataforma
tipo computador. Esse método apresenta a excepcional vantagem de tornar a
comunicação mais precisa, pois acaba com erros de interpretação e entendimento
da mensagem, principalmente quando a comunicação não é feita na língua nativa.
No Brasil este sistema está sendo usado no ACC-AO para comunicação com os
aviões que estão sobrevoando o oceano Atlântico onde as comunicações por voz se
mostram deficitárias.
Aplicativo ADS (Automatic Dependent Surveillance) - Os órgãos de
controle recebem das aeronaves sinais que são emitidos e transmitidos por satélites
ou estações em terra, as informações de posicionamento que permitirão a
visualização gráfica do movimento de aeronaves em regiões onde não há cobertura
radar.
A amplitude das Telecomunicações Aeronáuticas é muito abrangente.
Também é utilizada em momentos de situação anormal como nas situações em que
o piloto aciona um determinado código no equipamento transponder que pode
29
indicar falha de comunicação, interferência ilícita ou situação de emergência,
permitindo que o controlador, ciente da situação anormal possa tomar as devidas
providências. Também em caso de acidente onde ocorra colisão com o solo,
geralmente o avião aciona automaticamente um equipamento que emite um sinal
com a localização do sinistro, que será tratado pelo Sistema de Busca e
Salvamento11.
2.6 SISTEMA DE BUSCA E SALVAMENTO
O Sistema de Busca e Salvamento (SISSAR) tem como principais
atribuições localizar ocupantes de aeronaves ou embarcações em situação de
perigo, resgatar tripulantes e vítimas de acidentes aeronáuticos ou marítimos e
interceptar e escoltar aeronaves em emergência em todo o território nacional e em
grande parte do Oceano Atlântico, totalizando uma área de 22 milhões de Km 2,
estando em consonância com os compromissos e normas internacionais.
O surgimento do setor de Busca e Salvamento no mundo deu-se logo
após o surgimento da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) com a
criação de variados mecanismos com a finalidade de proporcionar maior apoio e
segurança para a navegação aérea internacional e o Brasil como signatário da
OACI, adotou suas diretrizes.
Desde a sua criação, inicialmente atuando de forma muito precária por
deficiência tecnológica e no momento auxiliado pelo avanço da eletrônica nas
telecomunicações e na informática, tornou a missão de Busca e Salvamento mais
rápida e eficiente.
No Brasil os Centros de Coordenação e Salvamento (RCC - Rescue
Coordination Center) também conhecidos por SALVAERO, são em número de cinco.
Localizados em Curitiba, Brasília, Recife, Manaus e na área sobre o oceano
Atlântico, o SALVAERO Atlântico. Todos eles são guarnecidos 7 dias por semana,
365 dias por ano, por militares especializados.
O coração do sistema, integrado ao Sistema Internacional de Busca e
Salvamento por Rastreamento de Satélites (COPAS-SARSAT) é coordenado no
11
Informações extraídas do sítio http://www.decea.gov.br/espaco-aereo/busca-e-salvamento/
30
Brasil através do Centro Brasileiro de Controle de Missão COPAS-SARSAT
(BRMCC), cobrindo toda a área de responsabilidade brasileira. O sistema detecta o
sinal emergencial de rádio-baliza emitido pelas aeronaves (ELT), sendo as
informações passadas para o RCC encarregado da região do sinistro.
Nesse contexto, o DECEA atua na manutenção da Segurança e Defesa
do País e está integrado na Estratégia Nacional de Defesa como descrito a seguir.
2.7 A ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA (END)
Antecedendo a criação da END, na contínua luta para impedir o
recrudescimento da inflação, minimizar a vulnerabilidade externa e os desequilíbrios
das contas públicas, deu-se a ampliação de políticas de inclusão social através de
programas de transferência de renda, sendo o principal objetivo a expansão do
mercado interno. No entanto para dar continuidade ao crescimento sustentado, a
partir de 2006 passou-se a incentivar as áreas ligadas ao fortalecimento da indústria
nacional, ao desenvolvimento tecnológico e melhoria da infraestrutura nacional.
Surgiu o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e em dezembro de 2008
foi aprovada a Estratégia Nacional de Defesa (END), em continuidade ao programa
de governo.
Dentre as variadas prioridades da Estratégia Nacional de Defesa e para
que a mesma consiga atingir seus objetivos, estão o SISCEAB e o SISDABRA, pois
esses sistemas estão inseridos no binômio Segurança e Desenvolvimento, conceito
que a END define como inseparáveis conforme citado no III Seminário de Estudos:
Poder Aeroespacial & Estudos de Defesa em seu artigo o Modelo Brasileiro de
Controle Do Espaço Aéreo realizado na Universidade da Força Aérea12 no ano de
2010, na página 332.
Desde então a área de Defesa começou a atrair variadas empresas
nacionais e estrangeiras, fato que pode ser comprovado por ocasião da LAAD
Defense & Security 2011, que é uma feira voltada para o setor de Defesa e
Segurança da América Latina, que nesta edição mais que dobrou o número de
expositores. Durante a LAAD Defense & Security 2011 a Orbsat, adquirida pela
12
http://www.unifa.aer.mil.br/seminario3_pgrad/trabalhos/flavio-neri-hadmann-jasper.pdf
31
Embraer, se comprometeu com a Força Aérea Brasileira (FAB) para a venda de
quatro radares Saber M-60, que integra as funções de busca e vigilância a baixa
altura13.
A Atech, desenvolvedora de tecnologias críticas com larga experiência na
integração de sistemas para o Programa de Vigilância da Amazônia (SIVAM),
responsável pelo desenvolvimento e manutenção desse sistema no CINDACTA IV,
foi incumbida de desenvolver o projeto de concepção operacional e configuração do
SISFRON (Sistema de Vigilância de Fronteiras) para o Exército Brasileiro. Cabe
destacar que a Atech é uma empresa nacional que é a responsável pela criação do
sistema que é utilizado no Controle do Espaço Aéreo, produto inclusive já exportado
para a América Latina. Recentemente a empresa foi incorporada pela Embraer14.
Sempre fez parte do Plano Estratégico Militar da Aeronáutica o fomento
da indústria nacional e, com o advento da Estratégia Nacional de Defesa, essa
missão adquiriu mais visibilidade, permitindo maior apoio da sociedade brasileira.
Assim sendo, o DECEA, que é órgão responsável pelo Estado Brasileiro
para efetuar o Controle do Espaço Aéreo, participa desde os primórdios da aviação
do principal grupo que normatiza e principalmente vela pela segurança da aviação
mundial que é a OACI (Organização de Aviação Civil Internacional) com sede em
Montreal no Canadá.
O Estado tem um papel importantíssimo na manutenção do país no
principal grupo da OACI. Como já foi citado, para que se efetue o Controle do
Espaço Aéreo, são necessários inúmeros equipamentos em diversas regiões do
país comportando variados setores interligados. Os Recursos Humanos empregados
geralmente são especializados, necessitando de cursos e reciclagens freqüentes
para poderem trabalhar. Esses Recursos Humanos além de manterem o sistema em
funcionamento também participam do conceito CNS/ATM, desenvolvendo o futuro
do Controle do Espaço Aéreo com o emprego de novas tecnologias.
No DECEA, o presente e o futuro convivem de forma intensa. Diversos
planejamentos são feitos para a substituição de equipamentos e a implantação de
outros. Algumas são substituições por um equipamento mais novo dando
13
http://www.valor.com.br/arquivo/883245/programa-brasileiro-de-defesa-atrai-o-interesse-das-multis
http://www.valor.com.br/arquivo/183687/embraer-compra-50-de-empresa-de-tecnologia-de-defesapor-r36-milhoes
14
32
continuidade a certa tecnologia, outras são implantações de sistemas totalmente
novos que envolvem outros conceitos tecnológicos. Ao analisar o passado com o
presente, é fácil prever que muitas mudanças virão e a formação dos engenheiros
se mostra cada vez mais complexa.
2.8 O CENÁRIO QUE SE APRESENTA
Com o aprimoramento dos meios técnicos, bem como dos processos de
manutenção e de treinamento dos Recursos Humanos, o novo cenário que se
apresenta deverá ser acompanhado de estímulo para a progressiva diminuição da
dependência externa, mediante a nacionalização de equipamentos e sistemas.
A complexidade desses sistemas e a necessidade de manter uma
disponibilidade próxima de 100% demandam exigências diferenciadas, que vão
desde
manutenção
e
desenvolvimento
de
projetos
complexos,
como
a
modernização de Sistemas Radar e de Centros de Processamento de Dados, até
intervenções simples, como manutenções preventivas de retificadores e de banco de
baterias de no-break.
Outro aspecto a ser considerado é a localização dos Destacamentos de
Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) e das Estações de Apoio ao Controle do
Espaço Aéreo (EACEA), as quais abrangem praticamente todo o território nacional,
e apresentam difíceis condições de acesso para a instalação e manutenção de
radares e estações de comunicações.
Acrescenta-se, ainda, que a impossibilidade de transportar em parte, ou
todo esse sistema para os Parques de Manutenção, obriga a que muitas das
manutenções preventivas e corretivas sejam realizadas in loco, fato que demanda
significativa energia, pois as equipes têm de se deslocar até as unidades, muitas
delas distantes de pistas de pouso, levando todo o material e ferramental necessário
à manutenção.
Tudo isso implica uma robusta estrutura técnica que abrange desde os
níveis de execução até os níveis de engenharia de produção e de desenvolvimento,
sendo que parcela do efetivo técnico fica alocada nos Destacamentos para
intervenções imediatas, e a outra parcela, igualmente significativa, fica alocada nos
33
Centros Regionais e nos Parques de Manutenção, para intervenções de nível mais
complexo. Nesse segundo nível se concentram os engenheiros.
A existência de sistemas de monitoramento remoto e a duplicidade na
maioria dos equipamentos garantem a continuidade dos serviços. Entretanto, a
interferência técnica não tem como prescindir da presença humana.
A presença in loco do engenheiro não é necessária na maioria das
intervenções nos Destacamentos; entretanto, sua presença é imprescindível para o
planejamento e o gerenciamento das ações de caráter técnico e o acompanhamento
dessas equipes.
Para que se possa conhecer o perfil das pessoas que irão trabalhar com
os meios materiais e equipamentos existentes, é necessário que se dimensione os
Recursos Humanos.
34
3
RECURSOS HUMANOS
A atividade de gerenciamento de Recursos Humanos (RH) em uma
grande organização destina-se a alocar pessoas capacitadas para desempenhar
funções nas diferentes organizações subordinadas, distribuindo-as de forma que se
obtenha o melhor rendimento profissional e pessoal.
A organização dos Recursos Humanos, forma de recrutamento, seleção,
progressão
profissional,
quantidade
e
perfil
estão
vinculados
a
diversas
necessidades do Comando da Aeronáutica, sendo gerenciado no nível mais alto
pelo Comando Geral do Pessoal (COMGEP).
Nos últimos anos, com aumento expressivo no movimento de Tráfego
Aéreo, tornou-se necessário adequar a infraestrutura que atende ao Controle do
Espaço Aéreo, demandando um aumento na quantidade de engenheiros no DECEA.
No entanto, ocorreu uma necessidade de aumento generalizado de RH
em todas as organizações do Comando da Aeronáutica. Através da lei n° 12.243 de
24 de maio de 2010 foi aprovado um acréscimo no efetivo em todas as
especialidades, porém esse aumento não se processará de imediato devido a
questões financeiras e logística.
Para se entender como está distribuído o Quadro de Oficiais Engenheiros
no Comando da Aeronáutica é necessário que se entenda como o mesmo está
organizado.
3.1 A ORGANIZAÇÃO DO CORPO DE OFICIAIS ENGENHEIROS
Os Oficiais engenheiros estão divididos em três grupos: o Quadro de
Oficiais Engenheiros da Aeronáutica (QOENG), o Quadro Complementar de Oficiais
da Aeronáutica (QCOA) e o Quadro de Oficiais da Reserva Não-Remunerada
Convocados, na área de Engenharia (QOCON Eng) descritos a seguir:

Quadro de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica (QOENG) - criado
pelo Decreto-Lei nº 313, de 07 de março de 1967, alterado pela Lei
nº 5.343, de 28 de outubro de 1967 e regulamentado pelo Decreto
nº 62.219, de 02 de fevereiro de 1968, cujas diretrizes básicas
35
encontram-se discriminadas na Instrução Reguladora do Quadro
de Oficiais Engenheiros, aprovada pela Portaria nº 799/GC3, de 11
de novembro de 2002 - destina-se a suprir as necessidades do
Comando da Aeronáutica de Oficiais Engenheiros para o exercício
de
funções
técnicas
e
administrativas,
nas
especialidades
profissionais de seu interesse, em suas Organizações Militares
(OM).

Quadro Complementar de Oficiais da Aeronáutica (QCOA) estabelecido
no
Regulamento
para
o
Quadro
de
Oficiais
Temporários da Aeronáutica, aprovado pelo Decreto nº 85.866, de
1º de abril de 1981, com alterações aprovadas pelos Decretos nº
99.228, de 27 de abril de 1990, nº 865, de 9 de julho de 1993, e nº
1.367, de 12 de janeiro de 1995, e cujas diretrizes básicas
encontram-se discriminadas na Instrução Reguladora do Quadro
Complementar de Oficiais da Aeronáutica, aprovada pela Portaria
nº 158/GC3, de 25 de março de 2008 - destina-se a suprir,
temporariamente, o COMAER com oficiais para o exercício de
funções
técnicas,
de
docência
e
administrativas,
nas
especialidades profissionais de seu interesse, inclusive engenharia,
para suas Organizações Militares (OM).

Quadro de Oficiais da Reserva Não-Remunerada Convocados, na
área de Engenharia (QOCON Eng) - estabelecido no Regulamento
para o Quadro de Oficiais Temporários da Aeronáutica, aprovado
pelo Decreto nº 85.866, de 1º de abril de 1981, com alterações
aprovadas pelos Decretos nº 99.228, de 27 de abril de 1990, nº
865, de 9 de julho de 1993, e nº 1.367, de 12 de janeiro de 1995, e
cujas diretrizes básicas encontram-se discriminadas na Instrução
Específica para a Convocação de Oficiais e Aspirantes-a-Oficial da
Reserva Não-Remunerada (R/2) para o Serviço Ativo na
Aeronáutica, na área de Engenharia, aprovada pela Portaria nº
3/5EM, de 21 de janeiro de 2005 - destina-se a suprir as
36
necessidades de pessoal de nível superior, para o preenchimento
de cargos e o exercício de funções nas Organizações Militares
(OM) do Comando da Aeronáutica (COMAER).
Compostos os Quadros, se faz necessário a definição das maneiras de
ingresso de Oficiais no Corpo de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica, bem como a
admissão de engenheiros na Carreira de Tecnologia Militar (CTM) e Defesa Aérea e
Controle do Tráfego Aéreo (DACTA).
3.2 AS FORMAS DE INGRESSO DE ENGENHEIROS
Os Engenheiros que atuam na Aeronáutica são oriundos de cursos
militares ou pertencentes à Carreira civil CTM e DACTA.
3.2.1 A formação no Corpo de Engenheiros da Aeronáutica
A grande maioria dos Engenheiros da Aeronáutica são militares, sendo o
Corpo de Engenheiros da Aeronáutica composto por Oficiais com graduação e pósgraduação em Engenharia nos postos de Primeiro-Tenente a Major-Brigadeiro, e o
ingresso no COMAER acontece por meio das seguintes formas:
a) Quadro de Oficiais Engenheiros da Ativa (QOENG)
 Concurso para o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) nas
seguintes especialidades:
Engenharia Aeronáutica (AER);
Engenharia Civil (CIV);
Engenharia de Computação (CMP);
Engenharia Eletrônica (ELN); e
Engenharia Mecânica (MEC);
37
 Concurso do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR)
nas seguintes especialidades:
Engenharia Cartográfica (CGR);
Engenharia Civil (CIV);
Engenharia Elétrica (ELT);
Engenharia Eletrônica (ELN);
Engenharia Mecânica (MEC);
Engenharia de Telecomunicações (TEL);
b) Quadro de Oficiais Temporários (QCOA)
 Concurso do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR)
para o quadro de oficiais temporários (QCOA) nas seguintes
especialidades:
Engenharia Cartográfica (CGR);
Engenharia Civil (CIV);
Engenharia Clínica (CLI);
Engenharia Elétrica (ELT);
Engenharia Eletrônica (ELN);
Engenharia Mecânica (MEC);
Engenharia Metalúrgica (MTL);
Engenharia Química (QUI);
Engenharia de Segurança do Trabalho (STB); e
Engenharia de Telecomunicações (TEL);
c) Quadro de Oficiais Convocados (QOCON):
 Convocação de oficiais e Aspirantes-a-Oficial engenheiros da reserva
remunerada (R/2) nas seguintes especialidades:
Engenharia Agrícola (AGC);
38
Engenharia Agrimensura (AGM);
Engenharia Agrônoma (AGR);
Engenharia Cartográfica (CGR);
Engenharia Civil (CIV);
Engenharia Clínica (CLI);
Engenharia da Computação (CMP);
Engenharia Elétrica (ELT);
Engenharia Eletrônica (ELN);
Engenharia Mecânica (MEC);
Engenharia Metalúrgica (MTL);
Engenharia Química (QUI); e
Engenharia de Telecomunicações (TEL).
A forma de ingresso primária para o preenchimento do quadro de oficiais
engenheiros da ativa, conforme prevê a Lei nº 6.165, de 09 de dezembro de 1974,
ocorre através do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Quando essa formação
é quantitativamente insuficiente, são incluídos, por meio de concurso ao Estágio de
Adaptação de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica (EAOEAR) do CIAAR,
engenheiros formados por instituições de ensino de engenharia plena, oficialmente
reconhecidas. Essa situação ocorre rotineiramente, não só por questões
quantitativas, mas principalmente pelo fato de o ITA não formar todas as
especialidades necessárias ao COMAER (Cartografia, Telecomunicações, Civil,
Química, Metalurgia, Clínica, Elétrica e Segurança no Trabalho).
Para a complementação da demanda de mão-de-obra técnica de todas as
áreas da Engenharia, mas sem interferir no modelo de dimensionamento de quadro
(MDQ) e no fluxo de promoções, existe a modalidade de ingresso através do quadro
de oficiais temporários, por meio de concurso ao Estágio de Adaptação de Oficiais
Temporários (EAOT) do CIAAR. Nessa condição, o postulante poderá ficar no
serviço ativo por um período de 08 (oito) anos, excepcionalmente 09 (nove) anos, ao
fim do qual é desligado das fileiras do COMAER.
Como uma última possibilidade de ingresso como militar, que pode ser
considerada eventual, existe a partir de 2004 a convocação de engenheiros que
sejam Oficiais e Aspirantes-a-Oficial da reserva não-remunerada (R/2) para serem
39
incluídos no quadro de oficiais convocados (QOCON) nas especialidades descritas
anteriormente. Essa forma tem se mostrado uma ferramenta útil, principalmente para
situações emergenciais.
3.2.2 A formação civil na Carreira CTM e DACTA
É previsto no âmbito das Forças Armadas a atuação de Servidores Civis
Engenheiros, integrantes da Carreira de Tecnologia Militar (CTM) e Carreira de
Defesa Aérea e Controle do Espaço Aéreo (DACTA). A administração dos
Servidores Civis, em termos globais, não é realizada pelo COMAER, tendo em vista
que cabe ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) a gestão das
carreiras do pessoal civil do Governo Federal (GF).
O Quadro de servidores públicos nas carreiras DACTA e CTM estão
quantificados no ANEXO A.
3.2.2.1 A carreira CTM
O último concurso realizado pelo GF para a captação de recursos
humanos para aplicação em atividades de Engenharia foi realizado em 1993. A CTM
foi criada em 1998, pela Lei nº 9.657, de 3 de junho de 1998 (de início,
contemplando apenas engenheiros) e complementada posteriormente pela Lei nº
11.355, de 19 outubro 2006, tendo sido inteiramente regulamentada recentemente,
quando também foram incluídos servidores de nível intermediário e auxiliar. Todas
as OM que lotam servidores da CTM vêm observando, nos últimos anos, constante
redução em seus efetivos, notadamente decorrente de aposentadorias sem
recompletamento, tendo em vista que a política em vigor, praticada pelo Governo
Federal nos últimos anos, não priorizou a admissão de servidores dessa área.
Em decorrência, todas as Organizações Militares subordinadas ao
DECEA, em maior ou menor grau, apresentam problemas para a manutenção dos
seus quadros de civis. Para cumprirem suas missões a contento, são obrigadas a
recorrer à alocação de Oficiais da ativa para funções que usualmente seriam
destinadas aos Engenheiros da CTM.
40
3.2.2.2 A carreira DACTA
O Grupo - Defesa Aérea e Tráfego Aéreo, designado pelo código DACTA1.300, compreende atividades, de nível superior e médio, referente a estudos,
projetos e operações concernentes à Defesa Aérea e ao Controle do Tráfego Aéreo
(DACTA), tendo sido criado pelo Decreto nº 75.399, de 19 de fevereiro de 1975.
O ingresso de servidores públicos apresenta grande desuniformidade, em
que após 1985, só há registro de dois concursos, em 2006 e 2009.
De posse da composição dos quadros de Engenheiros militares e civis,
restam equacionar a questão da quantidade necessária ao cumprimento das
atividades necessárias à manutenção e desenvolvimento do Controle do Espaço
Aéreo.
3.3 O EFETIVO DE ENGENHEIROS
Conforme descrito anteriormente, foram criadas diversas formas de
captação de Engenheiros, porém diante das atuais necessidades de manutenção do
Sistema de Controle do Espaço Aéreo e os avanços necessários com a
incorporação de novas tecnologias, tornou-se complexo o dimensionamento de RH.
Com esse enfoque, a atual quantidade de RH nas diversas áreas da Engenharia
atende às necessidades do controle do Espaço Aéreo?
Diante da informação prestada a respeito da estrutura organizacional dos
Engenheiros no DECEA, e com o propósito de se obter uma analise da atual
situação de atuação destes profissionais em base ao cenário nacional, com as
circunstâncias específicas do controle do espaço aéreo brasileiro, será analisada, de
forma sucinta, a formação dos profissionais de engenharia que se propõem a atuar
nessa área, os problemas decorrentes da aplicação prática desse labor e a sua
conseqüente estrutura remuneratória.
3.3.1 Formação de Engenheiros no Brasil
Os números divulgados no relatório da Organização para a Cooperação e
o Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontam que o Brasil forma quase três
vezes menos engenheiros do que os países desenvolvidos. De 36 países analisados
41
o Brasil tem o menor percentual de formandos em Engenharia, Indústria e
Construção: 4,6%, enquanto a média dos países da OCDE é de 12%. Como
exemplo a Coréia do Sul e Japão possuem 23,2% e 19% respectivamente, o Chile
forma 13,7% nessa área15.
A Engenharia está diretamente ligada ao crescimento do país. Está
ocorrendo um avanço na formação de engenheiros no Brasil, porém pouco significa
quando se avalia a necessidade desses profissionais. O governo, sabedor do
problema, prevê uma série de parcerias com diversos institutos tecnológicos, porém
o resultado não é imediato. Calcula-se que seja necessária a formação de 90.000
engenheiros por ano quando a formação atual está em cerca de 30.000 e que para a
concretização do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) serão necessários
500.000 engenheiros16.
Outra grande empresa, a Embraer, que apresenta uma grande demanda
por Engenheiros e temendo a falta de especialistas no setor aeronáutico, criou o
Programa de Especialização em Engenharia em parceria com o Instituto
Tecnológico de Aeronáutica com a finalidade de dotar Engenheiros de outras áreas
com conhecimentos aeronáuticos17.
O Brasil convive com uma grande deficiência de engenheiros. Para
contribuir com a formação de Engenheiros e suprir as necessidades, as Forças
Armadas criaram escolas de formação como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica
(ITA) e o Instituto Militar de Engenharia (IME) que preparam o Engenheiro Militar
sendo considerados centros de excelência.
O ITA tem como missão ministrar o ensino e a educação necessários à
formação de profissionais de nível superior, nas especializações de interesse do
campo Aeroespacial, em geral, e do COMAER, em particular; manter atividades de
graduação, de pós-graduação stricto sensu, de pós-graduação lato sensu e de
extensão e de promover, através da educação, do ensino e da pesquisa, o
progresso das ciências e das tecnologias relacionadas com as atividades
aeroespaciais18.
15
http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/04/10/brasil-forma-quase-tres-vezes-menosengenheiros-do-que-paises-da-ocde-924199997.asp
16
http://www.valor.com.br/carreiras/977832/pais-convive-com-falta-cronica-de-engenheiros
17
http://aconvap.com.br/noticias.php?id=3080&chave=noticias
18
http://www.ita.br/
42
Uma particularidade que ocorre no ITA é que nem todos os futuros
graduados nos cursos ministrados seguirão a carreira militar. O COMAER oferece
anualmente cerca de 30 vagas para os alunos que quiserem seguir a carreira e essa
opção é feita no segundo ano letivo. O aluno que optar pela carreira militar tem o
incentivo de receber salário como Oficial da FAB ainda durante o curso e em
contrapartida assume o compromisso de permanecer na ativa por cinco anos depois
de formado.
Voltando ao DECEA, será descrito a seguir os principais óbices
enfrentados.
3.3.2 O problema encontrado
Um dos fatores para a evasão é que muitos dos Engenheiros militares
formandos no ITA e no IME não permanecem na carreira militar, pois as empresas
privadas buscam Engenheiros de elite nas Forças Armadas19, existindo uma
declarada caça de talentos. Outro fator é o desestímulo de continuar nas Forças
Armadas por diversos motivos e entre eles está a busca por melhores salários em
outras carreiras da administração pública como será demonstrado mais adiante.
Como observado até o presente momento, a quantidade insuficiente de
Engenheiros formada nas universidades brasileiras aliado aos melhores salários
pagos pela iniciativa privada ou outras carreiras públicas do Estado pode-se verificar
que o mercado de trabalho externo influi sobremaneira no ingresso e na
permanência de profissionais na área de engenharia do Controle do Espaço Aéreo.
Com relação à carreira de Oficiais Temporários (QCOA e QOCON)
prevista para complementar o QOENG acaba por ser insuficiente, pois a evasão de
engenheiros formados pelo ITA nos primeiros sete anos de carreira no DECEA está
em 31,8% como visualizado no quadro abaixo, acarretando uma busca constante
pelo recompletamento. A tabela completa com a evasão de Engenheiros do ITA
encontra-se no ANEXO B.
19
http://app.crea-rj.org.br/portalcreav3/CMS?idMateria=845B64BB-E1B3-064D-15D6837BF54816C6&idSecao=FA4B9D3E-40FB-570F-2407-CBAE81E54915
43
ATRITO TOTAL
ENTRADAS
SAÍDAS
66
21
ATRITO
31,8%
Quadro 2 – Atrito geral de Engenheiros
O fato da elevada rotatividade de Engenheiros torna mais trabalhoso
manter e implantar novos projetos e equipamentos, pois além de causar um esforço
extra para o completamento da vaga do Engenheiro o mesmo terá que ser
atualizado tecnicamente antes de iniciar seu trabalho.
A equipe do setor de Recursos Humanos do DECEA, composta de
Oficiais, Graduados e Civis estão atentas para planejar constantemente a
quantidade de RH em face da evasão e surgimento de novas tecnologias de modo
que o SISDACTA tenha condição de evoluir no conceito CNS/ATM e de manter o
Brasil no grupo principal de países que atuam na Organização de Aviação Civil
Internacional (OACI).
Não obstante a elevada rotatividade de profissionais é prioridade em
todas as atividades do DECEA a segurança no Sistema de Controle do Espaço
Aéreo e Defesa Aérea (SISDACTA), onde Sistemas de Garantia da Qualidade
(SGQ) são implementados e submetidos a auditorias. Todos os Engenheiros que
trabalham no SISDACTA são submetidos a cursos específicos dos equipamentos
que mantêm ou implantam e são realizadas reciclagens constantemente. No ANEXO
C, constam os cursos disponíveis para os Engenheiros. Não está previsto no
programa de formação cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado.
Outro obstáculo administrativo é que as diversas carreiras do Comando
da Aeronáutica estão sujeitas a variadas regulamentações (Civil e Militar). Para
facilitar o entendimento pode-se dizer que o militar está disponível durante todas às
24 horas, podendo ser acionado a qualquer momento e o servidor civil trabalha 40
horas semanais e não está provisionado o pagamento de horas extras. Também
existe diferença salarial entre as carreiras e o concurso público, como já citado
anteriormente, não é freqüente o que gera descontentamento e desestímulo.
Apesar de se contar com diversas entradas de Recursos Humanos para o
SISDACTA, não é possível fazer um planejamento de entrada para Engenheiros da
carreira DACTA e CTM, pois depende de autorização do Ministério de Planejamento
Orçamento e Gestão (MPOG).
44
Além dessas duas carreiras (DACTA e CTM), foi criada no Ministério da
Defesa a carreira da DEFESA, que com certeza terá outra base salarial e aumentará
a complexidade da administração.
Outra dificuldade é que a diversidade de carreiras bem como a
diversificação de especialidades dificultam o gerenciamento e sua quantificação em
face das necessidades.
O fluxo das carreiras temporárias, com entradas de forma regular e anual,
permite flexibilidade na busca de se completar as vagas do Quadro de Oficiais
Engenheiros e permite que se atinja a quantidade mínima de Engenheiros para o
atendimento quanto às necessidades de segurança Controle do Espaço Aéreo. Para
uma melhor equalização deve-se buscar um percentual ideal de entrada de
Engenheiros sendo 40% do ITA, 40% do EAOEAR e 20% temporário.
Para aumentar a segurança do SISDACTA, além de contar com seus
engenheiros, o DECEA busca na iniciativa privada sob sua supervisão, contratos de
terceirização com diversas empresas para a manutenção de variados equipamentos.
Como foi comentado, um dos motivos da evasão é a estrutura
remuneratória das diversas carreiras que será descrita a seguir:
3.3.3 Estrutura remuneratória e de quantidade de evasão
Os diversos quadros que permitem a incorporação de Engenheiros da
Aeronáutica proporcionam diferentes níveis remuneratórios.
Remuneração
(Remuneração Bruta R$)
Inicial
Final
Tempo de Serviço
Remuneração Final
(Anos)
Militar (Permanente)
7.030,62
12.960,00
27
Militar (Temporário)
6.196,00
7.030,62
2
Civil (DACTA)
7.193,22
9.960,00
15
Civil (CTM)
7.808,66
13.155,13
15
Quadro
Quadro 3 – Quadro de remuneração de carreiras do COMAER
Fonte: - Militar: Medida Provisória nº 2.215-10, de 31 de agosto de 2001 (www.planalto.gov.br).
- Civil: Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais – 57 (www.servidor.gov.br)
45
Os dados a seguir permitem uma comparação com as principais carreiras
de nível superior na Administração Pública.
Remuneração
(Remuneração Bruta R$)
Inicial
Final
Tempo de Serviço
Remuneração Final
(Anos)
Advogado da União
14.970,60
19.451,00
15
Auditor Federal
13.600,00
19.451,00
15
Polícia Federal
13.368,00
19.699,82
15
Quadro
Quadro 4: Quadro de Remuneração de Servidores Públicos Federais
Fonte: Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais – 57 (www.servidor.gov.br)
Problemas ocorrem em todas as áreas, porém dada a importância e
necessidades de Segurança do SISCEAB, o dimensionamento de Recursos
Humanos na área de Engenharia é dinâmico e deve ser estruturado de acordo com
uma estruturação adequada, como será visto a seguir.
46
4 DIMENSIONAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS
Quando se defronta com o problema de dimensionamento de mão-deobra
em
tempos
de
empowerment20,
profissionais
polivalentes,
cargos
multifuncionais e outros avanços na área da Administração de Recursos Humanos,
se pensa que apenas uma rápida incursão nos manuais de RH ofereceria não uma,
mas algumas alternativas metodológicas para resolver a questão. Entretanto, para
surpresa de todos, foram identificadas a necessidade de aprimorar as técnicas
existentes para o (re) dimensionamento do quadro de pessoal. Isso é, no mínimo,
intrigante, ao se relembrar de todo o processo de downsizing21 pelo qual as
organizações vêm passando há algum tempo.
O Planejamento de Recursos Humanos (PRH) deve ser conceituado
como o processo organizacional que, ao envolver as atividades de previsão,
20
O termo empowerment parte da idéia de dar às pessoas o poder, a liberdade e a informação que
lhes permitem tomar decisões e participar ativamente da organização. A utilização de equipes
autodirigidas e a adoção de sistemas orgânicos de administração e culturas participativas e abertas
nas organizações significam que estas estão tentando difundir e compartilhar o poder com todos os
seus membros, abrindo mão do controle centralizado, e isto parece ser a solução viável que promove
rapidez, flexibilidade e capacidade de decisão da organização. O empowerment se assenta em
quatro bases principais: Poder, Motivação, Desenvolvimento e liderança.
21
O
termo
Downsizing significa
em português
achatamento
e
é
uma
das
técnicas
da Administração contemporânea, que tem por objetivo a eliminação da burocracia corporativa
desnecessária, pois ela é focada no centro da pirâmide hierárquica, isto é, na área de recursos
humanos (RH). Trata-se de um projeto de racionalização planejado em todas as suas etapas, que
deve estar consistente com o Planejamento estratégico do negócio e cuja meta global é construir uma
organização o mais eficiente e capaz possível, privilegiando práticas que mantenham a organização
mais enxuta possível. No curto prazo envolve demissões, achatamento da estrutura organizacional,
reestruturação, redução de custos, e racionalização. A longo prazo revitaliza a empresa com a
expansão do seu mercado, desenvolve melhores produtos e serviços, melhora a moral dos
funcionários, moderniza a empresa e principalmente, a mantêm enxuta, de forma que a burocracia
não venha a se instalar novamente, uma vez amenizadas as pressões.
47
desenvolvimento, implantação e controle, objetiva garantir à empresa o tipo e o
número de funcionários adequados às suas reais necessidades.
Trata, pois, o PRH, da definição qualitativa e quantitativa da mão-de-obra
necessária à Organização. Objetiva alocar o tipo certo de funcionário no lugar certo,
na hora certa, executando as atividades para as quais está mais bem qualificado e
preparado, e onde é economicamente viável. Entretanto, deve-se ressaltar que o
processo de PRH é um processo dinâmico que deve garantir o provimento
permanente dos Recursos Humanos na Organização. Para tanto, o PRH não deve
focar apenas os processos e as pessoas, mas também, entre outros fatores, as
condições de trabalho, as relações interpessoais, o desenvolvimento pessoal e
organizacional, a evolução tecnológica.
Chiavenato (1999) afirma que a atividade de determinar quantitativa e
qualitativamente os recursos humanos necessários a uma empresa faz parte do
planejamento estratégico de RH, que deve ser elaborado em conjunto com o
planejamento estratégico da empresa.
A importância da gestão estratégica de recursos humanos é ressaltada
por Chiavenato (1999), apresentando alguns modelos de planejamento de recursos
humanos mais freqüentemente utilizados. Dentre eles, podem-se citar os modelos
baseados em:
a) procura estimada do produto ou serviço;
b) segmentos de cargos;
c) substituição de postos-chave;
d) fluxo de pessoal; e
e) planejamento integrado.
Segundo o mesmo autor, o planejamento pode ser afetado por três
variáveis que devem ser consideradas durante o planejamento:
a) rotatividade de pessoal da empresa;
b) índice de absenteísmo dos funcionários; e
c) mudança na necessidade de mão-de-obra, decorrente de mudança na
política da empresa, em seus produtos e/ou em suas estratégias.
Nota-se que nos tempos atuais, com a globalização atuando em todos os
setores, a administração de Recursos Humanos tornou-se vital para todas as
organizações, pois se criou necessidades de inovação e maior velocidade no
48
tratamento de processos. Segundo Klein (2002), as organizações competem com
base em seus ativos intelectuais, isto é, “funções que requerem habilidade são
desempenhadas por trabalhadores do conhecimento e empresas que melhoram com
a experiência adquirida são organizações que aprendem.” (p1)
É necessária a criação de uma cultura para incentivar o investimento em
novas tecnologias e na capacitação e com isso criar políticas de retenção do Oficial
Engenheiro, pois a rotatividade em um setor que aplica tecnologia de ponta é
extremamente
prejudicial
para
a
manutenção
do
Capital
Intelectual
e
consequentemente do Sistema do Controle do Espaço Aéreo.
O PRH do DECEA estuda, acompanha e atualiza diariamente a situação
quantitativa e qualitativa dos RH de todas as Organizações subordinadas obtendo,
de forma atualizada, a real situação do efetivo.
Para que se chegue ao modelo desejado será necessária uma análise da
estrutura normativa existente. A seguir será apresentada uma breve descrição de tal
estrutura.
4.1 ESTRUTURA NORMATIVA
Duas publicações, no Comando da Aeronáutica, norteiam o planejamento
de recursos humanos, aplicáveis a área de engenharia, sendo uma mais abrangente
a todas as organizações e uma específica à área de atuação do DECEA:
a) PCA 30-1 “Plano Plurianual de Pessoal com dois pontos focais:
- “planejamento de recursos humanos como sendo o processo de
decisão a respeito do quantitativo e do qualitativo de pessoas
necessárias para atingir os objetivos organizacionais, dentro de
determinado período de tempo”.
- “entendido como um processo cíclico e prático das determinações,
garantindo a continuidade, havendo de se considerar uma constante
realimentação de situações, propostas, solicitações, resultados e
soluções,
conferindo-lhe
assim
dinamismo,
baseado
na
49
multidisciplinaridade e interatividade, num processo contínuo de
tomada de decisões.
b) PCA 30-2 “Plano Estratégico de Recursos Humanos do DECEA”
- “tem por finalidade orientar as ações necessárias à adequação dos
recursos humanos de cada órgão/OM, tanto nos aspectos
quantitativos quanto qualitativos.”
- “determinação das necessidades, regidas por considerações sobre os
critérios a serem levados em conta quando da criação, modificação
e extinção de qualquer órgão/OM e, ainda, a procedência dos
recursos humanos a serem empregados e foco no esforço anual na
busca de atualização e completamento do efetivo”.
As normas se assemelham ao que se propõe: planejar seus recursos
humanos, habilitando-se a perenizar a eficiência na qualidade do serviço prestado e
o alcance com eficácia de objetivos cada vez mais complexos, sendo o PCA 30-1
com foco mais abrangente quanto ao aspecto comportamental, em que se utiliza a
projeção na carreira como fator motivador.
Comportamento gera comportamento, o trabalhador respeitado passa a
respeitar e assimilar o planejamento e a coletividade grupal.
O foco do planejamento de pessoal, no entanto, não amplia a uma política
sólida de recompensas, seja, por exemplo, a prática salarial, donde se tem a
remuneração como um propósito básico de recompensa dos colaboradores pelo
dispêndio de tempo e força de trabalho empreendido.
Dessa forma, o planejamento impõe fatos objetivos numéricos, não
abordando aspectos da teoria comportamental.
Outro aspecto precedente nas publicações consiste no conflito entre a
autoridade do especialista (conhecimento) e a autoridade administrativa (hierarquia).
Chiavenatto (Teoria Estruturalista da Administração, p 285) classifica as situações
típicas como a tensão imposta à organização pela utilização do conhecimento,
50
sendo este o instrumental subsidiário para o alcance dos objetivos, enquanto a
gestão exercida pelo administrador se identifica com os objetivos globais.
Observa-se, assim, uma implicação dinâmica restritiva aos fatores
motivacionais para o crescimento profissional que gera índices elevados de evasão
de engenheiros na carreira militar.
A estrutura normativa é aplicada nas várias OM, conforme estruturadas
abaixo.
4.2 IDENTIFICAÇÃO DA ESTRUTURA
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), além da sede,
tem subordinadas as seguintes Organizações Militares: CERNAI; CISCEA;
CCSIVAM; CINDACTA I, II, III e IV, SRPV-SP, PAME, ICA, ICEA, 1ºGCC, cinco
Esquadrões GCC; GEIV; CGNA e setenta e sete Destacamentos, onde a presença
de engenheiros torna-se necessária para a manutenção, o planejamento, a
instrução, a
elaboração
de
projetos e de
documentação cartográfica,
o
assessoramento e a gerência das diversas atividades de engenharia.
As ações do DECEA impõem que a ampliação da capacidade de
gerenciamento e controle do tráfego aéreo nas áreas de maior movimento do País
será alcançada com a reestruturação do sistema de rotas ATS nacionais e
internacionais, bem como com as modificações da circulação aérea nas principais
áreas de controle de terminal (TMA), com a aplicação da Navegação Baseada em
Performance (PBN), de maneira a adequar a capacidade à demanda de tráfego
aéreo que terá aprimorada a integridade, precisão e desempenho, principalmente
por meio do emprego do Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS).
4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES
As atividades de Controle do Espaço Aéreo estão concentradas no
DECEA (normas, supervisão e gerenciamento) e nas suas OM subordinadas
(execução), sendo realizadas por oficiais engenheiros das especialidades de
Telecomunicações (TEL), Elétrica (ELT), Eletrônica (ELN), Computação (CMP),
51
Mecânica Aeronáutica (MEC), Civil (CIV) e Cartografia (CGR), e contemplam as
seguintes atribuições:
a) condução, fiscalização ou inspeção de todas as fases afetas ao suporte
logístico de radares, auxílios à navegação aérea, equipamentos de comunicação
aeronáutica, sistemas informatizados, de energia e de outros equipamentos;
b) participação na elaboração, negociação e fiscalização de contratos e
nas Comissões de Fiscalização de Recebimento no decorrer dos processos de
aquisição de radares, auxílios à navegação aérea, equipamentos de comunicação
aeronáutica e sistemas informatizados (de energia e demais materiais ou serviços);
c) participação em Grupos de Estudos instituídos para elaborar projetos
dos equipamentos e sistemas afetos à área de atuação do Controle do Espaço
Aéreo;
d) elaboração de pareceres técnicos ou de requisitos para compor os
Requisitos Técnicos Logísticos e Industriais (RTLI);
e) participação no processo de evolução técnica relacionado às atividades
de gerenciamento do espaço aéreo;
f) participação, junto à OACI, para o desenvolvimento de novos
equipamentos e sistemas, em consonância com os compromissos assumidos no
âmbito da comunidade internacional de aviação civil;
g) participação
nas
atividades
de
pesquisa
e
desenvolvimento
concernentes ao Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro - SISCEAB;
h) atualização dos processos inerentes às atividades de cartografia,
informações aeronáuticas, meteorologia aeronáutica e de comunicações;
i) implantação, coordenação e fiscalização das atividades relativas à
Tecnologia da Informação, bem como a sua integração aos diversos sistemas no
âmbito do SISCEAB;
j) elaboração de requisitos técnicos objetivando a aquisição e operação
de meios de detecção e de telecomunicações para a Defesa Aeroespacial; e
k) participação no levantamento dos índices/indicadores relacionados
com a demanda do tráfego aéreo e a qualidade da infraestrutura do SISCEAB.
De posse das atividades, é necessária a organização, acompanhamento,
formalização e distribuição dos Engenheiros nos locais de trabalho, segundo um
padrão de progressão.
52
Como foi visto, a estrutura que compõe o DECEA é complexa, com muitas
organizações, as quais abrangem todo o território nacional.
As responsabilidades, inerentes às atividades de cada uma das
organizações do DECEA, perfazem um rol de importância vital para o correto
funcionamento do Tráfego Aéreo (nacional e internacional) na área de jurisdição do
DECEA, no Brasil.
Os problemas, já apresentados nos capítulos anteriores, bem como a
estrutura e a filosofia de concepção do Sistema de Controle do Espaço Aéreo
podem ser afetados de maneira substancial caso a falta de Recursos Humanos com
alta capacitação tecnológica venha a existir.
Para obter uma solução que venha a se contrapor ao problema exposto e
que responda às questões resultantes desta situação, é apresentada uma proposta
que: otimizará os Recursos Humanos existentes; buscará maneiras de fixar o RH ao
SISCEAB e renovará os quadros desses técnicos altamente especializados. Será
proposto também um fluxo de ingresso que venha a atender as necessidades a
curto (até 3 anos) e médio prazo (até 8 anos).
A proposta, inicialmente, abordará a estruturação de uma sistemática que
vise fixar o Engenheiro ao SISCEAB, desde o seu ingresso na Força Aérea
Brasileira até a sua saída, em visão de ótima expectativa, do serviço ativo, aos trinta
anos de serviço.
Em sequência, será apresentado um modelo matricial que resultará, em
números anuais para o ingresso de Engenheiros, com vistas ao médio prazo, de
modo que o SISCEAB opere de maneira satisfatória.
Segue a proposta:
4.4 PADRÃO DE PROGRESSÃO, DE FIXAÇÃO E DE QUANTIFICAÇÃO (PPFQE)
De modo a se buscar uma “visão de carreira” para o Engenheiro (DACTA,
CTM e/ou militar) que ingressa no serviço ativo da FAB, é apresentado um
faseamento que vise à progressão profissional, de maneira econômica eficiente para
a FAB.
53
4.4.1 Fase Inicial “A” (Adaptação) - 1º ano
Compreende o estágio de adaptação no PAME-RJ, destinado aos
Engenheiros recém transferidos, com duração de três semanas, visando adaptação
às atividades e ao conhecimento do vocabulário técnico utilizado no âmbito do
SISCEAB. No restante do período, esses Engenheiros continuarão a receber
orientações técnicas que complementem seu conhecimento profissional.
4.4.2 Fase Inicial “B” (Especialização) - do 2º ao 5º ano
No exercício de atividades específicas (radar, telecomunicações, auxílios
à navegação, eletricidade, computação, cartografia e mecânica) e quando
pertencendo ao efetivo dos CINDACTA, SRPV-SP, ICA, GEIV, PAME-RJ, 1º GCC e
DTCEA é compulsório que todos os Engenheiros incluídos nesta fase sejam
matriculados em cursos de especialização, principalmente, os proporcionados pela
CISCEA, ICEA e PAME-RJ.
Estes cursos estão previstos no Plano de Ensino e Atualização Técnica
(PAEAT) e são voltados para determinados tipos de equipamento, permitindo que o
Engenheiro tenha condições de entender o seu funcionamento, atuar na
manutenção e, principalmente, chefiar equipes de manutenção.
Os Engenheiros desta Fase poderão realizar na OM em que esteja
classificado ou no setor técnico a que pertença, e de acordo com a sua
especialidade, alguns dos cursos constantes deste Plano.
Nos projetos de implantação ou substituição de sistemas ou de
equipamentos, a CISCEA poderá adquirir cursos no país ou no exterior, visando à
disseminação do conhecimento entre os engenheiros e técnicos do SISCEAB.
4.4.3 Fase Intermediária - do 6º ao 14º ano
Serão propiciados cursos de especialização (MBA) específicos ou
mestrados profissionais voltados para as atividades técnicas de alto nível, citando,
por exemplo, entre outros, Mestrado em Sistemas Elétricos de Potência, MBA em
Logística ou MBA em Segurança da Informação. Esses cursos são acionados por
54
intermédio do PLAMENS, atendendo aos requisitos incluídos nas Instruções que
regulam esses Planos, após criteriosa avaliação realizada pela área técnica do
DECEA e verificação da sua necessidade para o SISCEAB.
Quando ocorrer a necessidade imediata de capacitação do profissional
em um determinado sistema ou equipamento, será utilizado o Programa Anual de
Cursos Especiais (PACESP / DECEA).
Para a realização dos cursos de pós-graduação ou de especialização, se
prevê a indicação de até 70% dos engenheiros dos postos de tenente e capitão e
dos civis equiparados a estes postos, que se encontrem na faixa de seis a onze
anos após ingresso no QOEng e nas carreiras DACTA e CTM, citando-se como
exemplo, dentre outros, os cursos voltados para as seguintes áreas: Sistemas de
Telecomunicações; Redes de Computadores; Sistemas de Energia; Controle e
Planejamento Financeiro da Manutenção; e Logística.
Ainda nesta fase, limitando-se a 20% do efetivo, capitães e/ou civis
equivalentes, preferencialmente entre doze e catorze anos após ingresso no
SISCEAB e sem prejuízo do serviço, poderão realizar Cursos de Mestrado
profissional de acordo com o exclusivo e imediato interesse do Sistema. Podem ser
citados como exemplo, dentre outros, os cursos nas seguintes áreas: Sistemas
Elétricos de Potência; Engenharia Elétrica – Telecomunicações, com ênfase em
Sistemas de Telecomunicações, Propagação ou Processamento de Sinais; Sistemas
CNS, com ênfase em Comunicações e Navegação e Vigilância baseados em
Sistemas Satelitais.
4.4.4 Fase Gerencial “A” - do 15º ao 19º ano
É a fase da carreira em que tem início a mudança do conceito funcional
do Engenheiro, conciliando a sua experiência técnica com as atividades gerenciais,
mediante a participação em cursos compatíveis com essas atividades.
Considera-se,
ainda,
a
possibilidade
da
realização
de
cursos,
especialmente de MBA Gerencial e Doutorado, em caráter excepcional, para atender
às necessidades do Sistema. Nesta fase, tem-se o retorno do investimento realizado
durante a carreira e o integrante do QOEng e do correspondente civil passa a ser
alocado em funções gerenciais, tanto no DECEA quanto nas OM subordinadas. Os
55
limites de participação, após alcançar o efetivo adequado no posto de major e/ou
civil equivalente são: até 30% para o MBA Gerencial e até 10% para o Doutorado.
Para esta fase, são especificados cursos de MBA Gerencial nas seguintes
áreas: Gerência de Projetos; Gerência de Logística; Administração; Gerência de
Telecomunicações; Gestão de Manutenção; Gestão da Qualidade e Gestão de
Processos, dentre outras. Após a sua conclusão, é altamente recomendável que o
Engenheiro retorne ao Sistema, para dar continuidade ao desenvolvimento dos
projetos que ensejaram sua designação para os respectivos cursos ou estágios.
Por meio da observação da experiência acumulada e dos perfis
individuais, os Engenheiros poderão ser designados, conforme a especialidade, para
atuar nos seguintes cargos,
observando-se
as especificações de função
estritamente militar e função civil ou militar:
a) Chefe de Seções do Subdepartamento Técnico do DECEA; e
b) Chefe das Subdivisões Técnicas das OM subordinadas (CISCEA,
PAME-RJ, ICEA, CINDACTA, SRPV-SP e ICA).
4.4.5 Fase Gerencial “B” - a partir do 20º ano
Nesta fase, o oficial Engenheiro passa a atuar, primordialmente, como
gerente no âmbito dos diversos processos do SISCEAB, com reduzida possibilidade
de realização de cursos, encerrando-se os investimentos em qualificação, haja vista
que já deve ter ocorrido a consolidação da experiência e da capacitação técnicoprofissional adquirida durante a carreira.
A administração identificará aqueles que apresentarem destacados
índices de desempenho profissional e de aproveitamento nos cursos realizados
(discente e/ou docente), para alocá-los, preferencialmente, em órgãos normativos ou
de decisão.
Os tenentes-coronéis e/ou civis equivalentes poderão ser designados
para exercer, independentemente da sua especialidade, as seguintes funções,
observando se civil ou militar:
a) Adjunto dos Chefes de Divisões Técnicas do DECEA ou da CISCEA;
b) Chefe de Divisões Técnicas dos CINDACTA ou do SRPV;
56
c) Chefe da Divisão Técnica do Parque de Material Eletrônico da
Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ);
d) Chefe de Seções do Subdepartamento Técnico do DECEA; e
e) Assessor da Gestão de Qualidade da CISCEA.
Concomitantemente, o Engenheiro deve demonstrar potencial, durante
esta fase, para gerir a aplicação de novas tecnologias existentes no SISCEAB e
contribuir para o alcance de todos os objetivos traçados para os elos desse Sistema.
Os Coronéis e/ou civis assemelhados poderão ser designados para
exercerem, independentemente da especialidade de origem, os seguintes cargos
respeitando se civil ou militar:
a) Chefe de Divisões do Subdepartamento Técnico do DECEA;
b) Adjunto do Chefe do Subdepartamento Técnico do DECEA;
c) Diretor do Parque de Material Eletrônico da Aeronáutica do Rio de
Janeiro (PAME-RJ); e
d) Diretor do Instituto de Cartografia da Aeronáutica (ICA).
Para uma melhor visualização o modelo de fluxo da progressão funcional
de Engenheiro é apresentado no ANEXO D.
Dessa maneira, entende-se que este faseamento para a progressão
profissional permitirá a fixação do Engenheiro ao SISCEAB e de posse de todos os
dados
e
necessidades,
poder-se-á
visualizar
uma
matriz
quantitativa
de
Engenheiros.
4.5 DEFINIÇÃO DE UMA MATRIZ QUANTITATIVA PARA O INGRESSO (MQIE)
A matriz MQIE estará dividida em áreas administrativas e técnicooperacional.
Na área administrativa, são considerados os cargos de Direção. Esta
característica visa atender ao aspecto administrativo e consistirá na gestão
organizacional, estando o Engenheiro na condição de tomada de decisão.
57
Na área técnico-operacional, as atividades se relacionarão aos cargos
setoriais, subentendidos os níveis estratégicos para a condução das atividades das
organizações, com macroprocessos que estão vinculados às atividades-fim,
definidas em Regimento Interno de cada organização do SISCEAB e que atuam na
manutenção de mais de 5.000 equipamentos e de uma área de jurisdição superior a
8.200.000 km2 do território nacional, assim considerados:
a) Auxílios à Navegação;
b) Infraestrutura;
c) Radar;
d) Tecnologia da Informação; e
e) Telecomunicações.
Esse modelo mapeará o fluxo das pessoas para o ingresso, a prestação
do serviço ativo e a retirada do serviço ativo da organização (com visão de ótima
expectativa de permanência – 30 anos).
O ingresso de Engenheiros entre as carreiras militares deverão manter
certas características de cada tipo de formação como descrito no ANEXO E.
A análise histórica do movimento de entradas, de saídas, de promoções e
de transferências internas permitirá uma predição de curto prazo das necessidades
de pessoal da organização, antecipando as conseqüências de contingências, como
a política de promoções da organização, o aumento da rotatividade ou as
dificuldades de recrutamento.
4.5.1 Funções de Engenharia no DECEA
Atualmente existem as seguintes funções no DECEA.
Cargos de Diretor de Organizações
03
Divisões
12
Assessorias
03
Subdivisões
45
Seções
188
Total de funções
251
Quadro 5 – Tabela quantitativa de funções
58
4.5.2 A Matriz MQIE
A matriz MQIE utiliza um modelo de Planejamento de Gestão de Pessoas
(PGP) para a determinação da força de trabalho de uma unidade organizacional,
tendo interferência nos seguintes aspectos:
a) Entradas:
- Admissão;
- Transferências e promoções de outras unidades; e
- Retorno de afastamentos.
b) Saídas:
- Desligamentos;
- Aposentadorias;
- Transferência e promoções para outras unidades;
- Afastamentos.
Macroprocesso
Peso
Quantitativo
(Nível22)
(Funções23 x
Parque
Base
Orgânico
Peso)
Auxílios à Navegação
3
2
1
90
Infraestrutura
1
1
1
45
Radar
3
2
1
90
Tecnologia da Informação
1
1
1
45
Telecomunicações
2
2
1
75
Total de Engenheiros
10
7
5
345
Quadro 6 – Quantitativo Funções X Peso
22
Os níveis se referem às complexidades para as soluções de problemas técnicos, onde em nível de
“Parque” ter-se-á grandes reparos de equipamentos (maior complexidade) e em nível “Orgânico”,
serão realizadas as manutenções previstas para o funcionamento do equipamento (mais simples). O
nível “Base” é o nível intermediário entre os níveis “Parque” e “Orgânico”.
23
É o somatório dos cargos de Chefia de Divisões e de Assessorias Técnicas.
59
Como todo cálculo matemático, a matriz MQIE redundará em tabelas que,
com base nos dados de entrada, efetuam a proposição ideal para que o cálculo
matemático apresente uma solução exata para a necessidade requerida.
Em face do estipulado até agora, pode-se definir o redimensionamento
atual que está demonstrado no ANEXO F.
As necessidades de RH estão em constante evolução como já foi
comentado anteriormente e a tendência verificada é a de aumento no número de
Engenheiros principalmente nos posto de Tenente e Capitão como está
demonstrado no ANEXO G.
Com base no apresentado, é necessário se efetuar um repasse de todo o
tema, de modo a se concluir o trabalho.
60
5 CONCLUSÃO
Pode-se constatar, na introdução ao trabalho monográfico, que foi
necessária uma elucidação da execução de responsabilidades no Controle do
Espaço Aéreo brasileiro para que o posicionamento do DECEA dentro do Comando
da Aeronáutica fosse entendido de maneira ampla e didática, onde o DECEA atua
em atenção às devidas responsabilidades do Estado Brasileiro para o cumprimento
dessa missão, respaldado pela Carta Magna brasileira, em seu artigo 142.
Constatou-se que a segurança da Navegação Aérea e do Controle do
Espaço Aéreo possuem influência direta em relação ao aumento do Tráfego Aéreo,
observado e divulgado nos meios de comunicações, tornando-se necessário um
estudo envolvendo a engenharia no SISCEAB, bem como uma adequação
qualitativa e quantitativa dos Recursos Humanos para prover a segurança da
Navegação Aérea, ou seja, uma análise do processo de redimensionamento de RH.
Posteriormente, foi descrita a estrutura do Departamento de Controle do
Espaço Aéreo e como funciona o Sistema de Controle do Espaço Aéreo. Ressaltouse a importância da integração de sistemas e de meios que atendem ao Sistema de
Controle do Espaço Aéreo e a Defesa Aérea (SISDACTA). Foi descrito também
como é produzido o Gerenciamento de Tráfego Aéreo, a Rede Meteorológica, a
Cartografia Aeronáutica, as Informações Aeronáuticas, as Telecomunicações
Aeronáuticas, e o Sistema de Busca e Salvamento. Destacou-se na Estratégia
Nacional de Defesa que o binômio Segurança e Desenvolvimento, inseparáveis,
incluem o SISCEAB e o SISDABRA nos seus projetos e por fim, vislumbrou-se o
cenário que se apresenta, interno ao Brasil, com seus pormenores e características.
A seguir, tratou dos Recursos Humanos. Foi descrita a organização do
corpo de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica, as formas de ingresso e como é
conduzida a formação civil e militar.
Como uma das dificuldades, foi demonstrada a quantidade insuficiente de
Engenheiros formados no país e a evasão de muitos militares formados no ITA. Para
suprir esta deficiência é utilizado o Quadro Complementar de Oficiais da Aeronáutica
(Temporário).
Foi citada também a estrutura remuneratória como fator de desestímulo,
tanto na carreira militar como na civil, sendo comparada com outras carreiras da
administração pública.
61
Após analisar o processo de redimensionamento de Recursos Humanos,
na área de Engenharia, conclui-se que a elevada rotatividade, em virtude
principalmente da evasão de Engenheiros, exerce forte influencia no atendimento do
quantitativo ideal de Engenheiros nas diversas especialidades. É também utilizado o
recurso de terceirização de alguns serviços, priorizando o efetivo existente,
principalmente para a supervisão do SISCEAB, tendo como principal objetivo o
aspecto de Segurança e Defesa do Controle do Espaço Aéreo.
Para minimizar o problema, foi elaborada uma proposta de fixação e de
quantificação de Engenheiros no SISCEAB. Para que se desenvolvesse tal modelo,
foi observada a documentação existente, interna ao COMAER, o PCA 30-1 e o PCA
30-2. Foi identificada a estrutura organizacional e as atividades a serem realizadas
em uma visão de 3 a 8 anos, buscando uma “visão de carreira” para o engenheiro e
apresentado um faseamento que vise à progressão profissional dos engenheiros
que trabalham no Sistema de Controle do Espaço Aéreo. Como proposta para a
solução do problema apresentado, foi apresentado o Padrão de Progressão, de
Fixação e de Quantificação de Engenheiros (PPFQE) para o SISCEAB.
Uma vez definido o faseamento para a progressão profissional, foi
apresentada a Matriz Quantitativa para o Ingresso de Engenheiros (MQIE) que
visem laborar no SISDACTA.
Desta maneira, o oficial engenheiro receberá a motivação necessária para
a sua permanência no SISCEAB, contribuindo para a segurança e eficiência do
controle do tráfego aéreo do Brasil.
A antevisão de problemas é uma característica que o ser humano possui
em sua natureza, sendo que a inteligência é o meio pelo qual o homem se utiliza
para se antecipar aos eventos futuros. Nesse sentido toda Organização para se
manter e progredir não pode ficar estacionada, pois deve buscar uma solução para
seus problemas organizacionais. Essa antevisão pode ser caracterizada por muitos
textos, mas a reflexão a respeito do tema pode muito bem ser observada na
seguinte frase de Idalberto Chiavenato, em seu livro. Teoria Geral da Administração
na página 246:
Toda organização existe, não para si mesma, mas para
alcançar objetivos e produzir resultados. É em função
dos objetivos e resultados que a organização deve ser
dimensionada, estruturada e orientada.
62
REFERÊNCIAS
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da OCDE. Valor Econômico, [S.I], 10 abr. 2011. Disponível em:
< http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/04/10/brasil-forma-quase-tres-vezesmenos-engenheiros-do-que-paises-da-ocde-924199997.asp#ixzz1Yyzf0sFv>.
Acesso em: 25 set 2011.
AGÊNCIA T1. Brasil desponta entre países que mais contribuem ao aumento
do tráfego aéreo. [S.l.], 2011. Disponível em: < http://www.agenciat1.com.br/11876brasil-desponta-entre-paises-que-mais-contribuem-ao-%20aumento-do-trafegoaereo/>. Acesso em: 25 set. 2011.
BRASIL. (1988). Constituição Federal. Brasília: Senado Federal.
______, Ministério da Defesa, Comando da Aeronáutica. Comando Geral do
Pessoal. Plano Plurianual de Pessoal - PCA 30-1. [Brasília – DF], 2011.
______, Ministério da Defesa, Comando da Aeronáutica. Departamento de Controle
do Espaço Aéreo. Plano Estratégico de Recursos Humanos do Comando da
Aeronáutica – PCA 30-2. [Rio de Janeiro], 2009.
CARVALHO, Eduardo. Região já sofre efeitos da falta de engenheiros no
mercado. ACOMVAP. São José dos Campos. Disponível em:
<http://aconvap.com.br/noticias.php?id=3080&chave=noticias>. Acesso em: 25
set 2011.
CREA. Empresas Buscam Engenheiros de Elite no Exército. Rio de Janeiro, 05 jan
2011. Disponível em: <http://app.crearj.org.br/portalcreav3/CMS?idMateria=845B64BB-E1B3-064D-15D6837BF54816C6&idSecao=FA4B9D3E-40FB-570F-2407-CBAE81E54915>. Acesso
em: 25 set 2011.
DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO, Busca e Salvamento.
[S.I], 2011. Disponível em: <http://www.decea.gov.br/espaco-aereo/busca-esalvamento/>. Acesso em: 25 set 2011.
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Aeronáutica. [S.I], 2011. Disponível em: <http://www.decea.gov.br/espacoaereo/cartografia-aeronautica/>. Acesso em: 25 set 2011.
DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO, Gerenciamento do
Tráfego Aéreo. [S.I], 2011. Disponível em: <http://www.decea.gov.br/espacoaereo/gerenciamento-de-trafego-aereo/>. Acesso em: 25 set 2011.
DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO, Informações
Aeronáuticas. [S.I], 2011. Disponível em: <http://www.decea.gov.br/espacoaereo/informacoes-aeronauticas-ais/>. Acesso em: 25 set 2011.
63
DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO, Meteorologia
Aeronáutica. [S.I], 2011. Disponível em: <http://www.decea.gov.br/espacoaereo/meteorologia-aeronautica/>. Acesso em: 25 set 2011.
DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO, Telecomunicações
Aeronáuticas. [S.I], 2011. Disponível em: <http://www.decea.gov.br/espacoaereo/telecomunicacoes-aeronauticas/>. Acesso em: 25 set 2011.
INSTITUTO TECNOLÓGICO DA AERONÁUTICA – ITA. Institucional. São José dos
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JASPER, Flavio Neri Hadmann. O Modelo Brasileiro de Controle do Espaço Aéreo.
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[S.I],
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Disponível
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SIEWERDT, Eno. O modelo de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro e sua
Integração com outros sistemas. In: VII SINTRAER – SIMPÓSIO DE TRÁFEGO
AÉREO,
2008
Rio
de
Janeiro,
RJ,
Disponível
em:
<http://www.tgl.ufrj.br/viisitraer/pdf/p07.pdf>. Acesso em: 25 set 2011.
64
SILVEIRA, Virgínia. Programa brasileiro de defesa atrai o interesse das múltis. Valor
Econômico, Rio de Janeiro, 18 abr. 2011. Disponível em:
<http://www.valor.com.br/arquivo/883245/programa-brasileiro-de-defesa-atraio-interesse-das-multis>. Acesso em: 25 set 2011.
65
ANEXO A – QUADRO DE SERVIDORES PÚBLICOS POR CARREIRA
ENGENHARIA
DECEA
ICA
PAME
SRPV-SP
CINDACTA 1
CINDACTA 2
CINDACTA 3
CINDACTA 4
TOTAL
DACTA
301
15
1
14
11
22
8
7
7
85
CTM
PGPE (*)
TOTAL
3
1
3
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
19
2
17
11
22
8
7
7
7
1
93
ANEXO A – Quadro de servidores públicos por carreira
(*) - Civil removido da DIRINT e não houve transposição para a Carreira de Tecnologia Militar.
66
ANEXO B – ATRITO DE TENENTES ENGENHEIROS FORMADOS NO ITA
ATRITO DE TEN QOENG DO DECEA FORMADOS PELO ITA
ELN
CMP
MEC
ENT SAI ATRITO ENT SAI ATRITO ENT SAI ATRITO
0
0
1
0
1
0
2010
1
1
4
0
2
0
2009
6
3
3
1
2
0
2008
3
0
7
0
3
1
2007
2
2
4
0
1
0
2006
3
2
0
0
0
0
2005
2
1
3
1
0
0
2004
3
0
2
0
0
0
2003
1
0
4
1
1
1
2002
0
0
2
2
0
0
2001
3
3
0
0
0
0
2000
0
0
1
1
1
1
1999
TOTAL 24
11
31
6
11
3
27%
19%
50%
ANO
ANEXO B- Atrito de Tenentes Engenheiros formados no ITA
Obs: A saída de Tenente Engenheiro refere-as apenas aos pedidos de demissão.
ENT – Entradas
SAI – Saídas
67
ANEXO C – LISTA DE CURSOS DO SISCEAB
Auxílios à Navegação e Meteorológicos
Básico de manutenção de ILS
Manutenção de VOR – básico
Manutenção de DME – básico
Manutenção básica de UPS - sistema SATURNIA
Manutenção USCA STEMAC - sistema SATURNIA
Manutenção de auxílios luminosos de aproximação (VASIS/PAPI/ALS)
Manutenção de ILS MARK II
Manutenção de instrumentos meteorológicos
Manutenção de gerador de hidrogênio STUART
Manutenção básica de sistema de aterramento elétrico
Manutenção de NDB – básico
Manutenção de estação meteorológica de altitude
Manutenção de VOR/DME 0100
Manutenção de DME 0100
Manutenção do GLIDESLOPE END FIRE
Manutenção do sistema ILS MK10/20
Manutenção do sistema DME 1118
Manutenção do sistema ILS ASII 2100
Manutenção da estação meteorológica eletrônica de superfície
Radares
Manutenção de radar – básico
Manutenção de radar TRS2230
Manutenção do radar meteorológico RMT 0100D
Manutenção no sistema radar MRCS-403
Introdução a sistemas computacionais aplicados a radar
Manutenção do MSSR radar secundário autônomo
Radar transportável 3D - 1.4
Manutenção de radar meteorológico DOPPLER DWSR 85005
Manutenção do radar primário ASR23SS
Mecânica do radar meteorológico doppler DWRS8500S
Radar SIR-M da SELEX-SI
Sistemas Automatizados
Supervisão técnica software aplicativo X-4000
Gerenciamento de base de dados sistema X-4000
Subsistema de tratamento de dados radar
ANEXO C – Lista de cursos do SISCEAB
68
Sistemas de Telecomunicações
Operacão do transceptor TW-7000 e acessórios
Manutenção do transceptor TW-7000 e acessórios
Manutenção de estações integradas de VHF AM 0200
Operação e manutenção de central telefônica ERICSSON md110-bc10
Manutenção de VHF - PARK AIR
Manutenção
e
operação
da
estação
fixa
de
UHF
THOMSON/TELERAD
Operação e manutenção da central de áudio SITTI M600
Manutenção de estações remotas do sistema TELESAT
Manutenção de estações centrais do sistema TELESAT
Tecnologias de comunicações aplicadas ao Controle do Espaço Aéreo
Manutenção sistema telefônico – PABX
Telecomunicações do radar 3D
Sistema SATCOM
Manutenção da estação remota DCE DATALINK
Energia e Climatização
Operação em sistemas de energia padrão DECEA
Unidades retificadoras SATURNIA - nível parque
Manutenção de ar-condicionado central
Elétrica, UPS e mecânica de grupos geradores
Sistema de energia grupo gerador Gruger/Usca - modelo st-2000
Lista de cursos ou estágiosda “área de infraestruturae edificações”
Pós-graduação para especialização em cálculo estrutural de engenharia
civil;
Pós-graduação em Engenharia de Segurança no Trabalho;
Pós-graduação (MBA) em Gerência de Projetos;
Curso de pós-graduação (MBA) em Gestão Ambiental;
Pós-graduação em Energias Renováveis;
Curso de pós-graduação em Geração e Transmissão de Energia;
Pós-graduação em Engenharia Sanitária;
Mestrado de cálculo estrutural na área de engenharia civil;
Mestrado na área de Infraestrutura;
Mestrado na área de Pavimentação;
Mestrado na área de Drenagem;
Mestrado em Eficiência Energética;
Mestrado em Sistemas de Energia;
Mestrado em Processamento de Sinais;
Mestrado em Automação e Controle;
Mestrado em Eng. Sanitária ou Química em Controle de Poluição;
Curso de doutorado na área de Infraestrutura;
ANEXO C – Lista de cursos do SISCEAB
69
Doutorado na área de Pavimentação;
Doutorado na área de Drenagem;
Doutorado de cálculo estrutural na área de engenharia civil;
Doutorado em Eng. Sanitária ou Eng. Química em Controle de Poluição;
Fiscalização e Controle de Obras;
Gerência de Pavimentos;
Projetos de Aeródromos;
Cursos de Engenharia de Campanha: Elevação de Nível em Defesa
Passiva (CENI-DP); Neutralização e Destruição de Artefatos Explosivos
(CNDAEX); Operador de UCE; Engenharia de Campanha no CRTC,
Volkfield, Wisconsin – EUA;
Especialização em Contraincêndio e Salvamento (CEOCIS);
Extensão em Engenharia Elétrica;
Extensão em Logística;
Extensão em Eng. de Infraestrutura Aeronáutica/Civil Aeronáutica;
Extensão em Engenharia de Custos;
Extensão em Energia Solar Fototérmica;
Extensão em Energia Solar Fotovoltaica;
Extensão em Gás Combustível;
Extensão em Sistemas de Prevenção e Combate a Incêndio;
Extensão em Cabeamento Estruturado;
Extensão em Projetos de Subestações;
Extensão em Sonorização;
Extensão em Detecção e Alarme de Incêndio;
Extensão em Conservação / Eficiência Energética;
Extensão em Manutenção de Geradores;
Extensão em Reuso e Aproveitamento de Águas Pluviais;
Extensão em Elevadores e Escadas Rolantes;
Aperfeiçoamento em Ar Condicionado e Ventilação Mecânica;
Refrigeração e Ar Condicionado;
Cálculo de Carga Térmica de Ambientes;
Qualidade do Ar Interno;
Descontaminação e Limpeza de Redes de Dutos;
Seleção de Bombas Hidráulicas;
Seleção de Trocador de Calor;
Seleção e Instalação de Compactadores de Resíduos;
Seleção de Tanques de Armazenamento e Equipamentos Corrosivos;
Instalação e Manutenção de Câmaras Frigoríficas;
Tubulações Industriais;
Caldeiras de Pressão;
Dimensionamento de Redes e Equipamentos do Sistema de Vapor;
Dimensionamento de Redes de Gases Industriais e Inflamáveis;
Dimensionamento e Distribuição de Ar Comprimido e Pneumático;
Dimensionamento e Seleção de Compressores de Ar Comprimido;
Dimensionamento e Seleção de Bombas de Vácuo;
Dimensionamento de Gases Medicinais, Oxigênio Industrial e Medicinal;
ANEXO C – Lista de cursos do SISCEAB
70
Dimensionamento e Seleção de Ventiladores Industriais;
Dimensionamento e Instalação de Depósitos de Resíduos;
Dimensionamento e Seleção de Portas Automáticas;
Dimensionamento de Distrib. do Ar, Filtragem e Seleção de Difusores;
Dimensionamento de Torres de Arrefecimento e Trat. Físico-químico;
Dimensionamento de Redes de Tubulação de Água Quente;
Dimensionamento e Seleção de Tanques e Equipamentos de Líquidos
Combustíveis;
Dimensionamento e Seleção de Pontes Rolantes;
Dimensionamento e Seleção de Talhas Elétricas e Manuais;
Dimensionamento e Seleção de Guindastes e Içadores Hidráulicos;
Dimensionamento e Seleção de Transportadores de Bagagens;
Dimensionamento e Seleção de Sistemas de Transmissão;
Dimensionamento e Seleção de Lavadores de Gases;
Pinturas Anti Corrosivas e Industriais;
Descontaminação de Produtos Químicos e Combustíveis;
Inspeção e Avaliação de Soldas Industriais;
Catalogação da Aeronáutica para o Sistema de Catalogação da
Aeronáutica (SISCAE);
Catalogação para o Sistema Militar de Catalogação;
Catalogação Aplicada à Logística;
Administração de Patrimônio;
Avaliação de Imóveis;
Geração e Tratamento de Ar Comprimido;
Segurança de Trabalho para Caldeiras e Sistema de Vapor;
Segurança e Manutenção de Redes e Equipamentos de Líquidos
Combustíveis;
Redes e Equipamentos de Líquidos e Produtos Químicos;
Gerenciamento de Frotas de Veículos e de Gestão Orçamentária –
ENAP;
SIAFI – ENAP; e
Estágio de Corrosão para Oficiais.
ANEXO C – Lista de cursos do SISCEAB
OBS: Os cursos listados acima poderão ser realizados pelo oficial
engenheiro ao longo da carreira militar, dependendo de sua habilitação anterior, do
seu setor de atuação ou do projeto que participará.
71
ANEXO D – MODELO DE FLUXO DA PROGRESSÃO FUNCIONAL DE ENG
Classificação
Formação
Fluxo da Progressão Funcional para os Integrantes do QOENG
ITA
CIAAR
(CFOEng - Graduação)
(EEAOAR - Estágio de Adaptação)
PAME-RJ
CINDACTA
ICA
GEIV
1º GCC
Cartografia
Inspeção em Voo
Comunicações,
Controle e Alarme
DTS
DTCEATM-RJ
Comunicações/Telemática
Adaptação * (PAME-RJ)
2
1
"A"
Nível Parque/Orgânico
ICEA
Pesquisa e
Desenvolvimento
4
Ten
"B"
3
Fase Inicial
Cursos de Especialização
* (CISCEA/ICEA/PAME-RJ/CINDACTA/SRPV-SP/Destacamentos)
CARGOS
MBA - Específico
CAP
(PAEAT / PACESP / PLAMENS)
Até 70% do Efetivo
10
11
Mestrado Profissional
CARGOS
(PAEAT / PACESP / PLAMENS)
Até 20% do Efetivo
Chefe de Seção/Subdivisão
MBA - Gerencial
CCEM
17
(PAEAT / PACESP / PLAMENS)
Caráter Excepcional: até 30% do Efetivo
Doutorado
Até 10% do Efetivo
CARGOS
Chefe de Seção/Subdivisão/Divisãio/Comando
20
21
CARGOS
Chefe/Adjunto de Divisão/Seção:DECEA/CISCEA/CINDACTA/SRPV-SP/PAME-RJ/ICA/ICEA
Assessor:: DECEA/CISCEA/CINDACTA/
Comando: PAME-RJ/ICA
24
CARGOS
Chefe/Adjunto de Divisão:DECEA/CISCEA
Assessor:: DECEA/CISCEA/CINDACTA
Comando: PAME-RJ/ICA
CPEA/Equivalentes
28
27
26
25
Cel
"B"
23
22
Fase Gerencial
Ten Cel
19
18
Maj
"A"
16
15
14
13
12
Cap
9
Fase Intermediária
8
7
6
5
Chefe de Seção
Obs: (*) Locais do Curso
ANEXO D – MODELO DE FLUXO DA PROGRESSÃO FUNCIONAL DE ENG.
72
ANEXO E - CARACTERÍSTICAS DE CADA TIPO DE FORMAÇÃO
CARACTERÍSTICAS DE CADA TIPO DE FORMAÇÃO
PERÍODOS
TIPOS
DE
FORMAÇÃO
NÍVEL
ITA
DEFINIÇÃO
DE
VAGAS
FORMAÇÃO
PROPORÇÃO
(%)
NACIONAL
OUT/NOV
DEZEMBRO
40%
EAOEAR
REGIONAL
MAIO
MAIO
40%
TEMPORÁRIO
REGIONAL
FEV
SETEMBRO
20%
ANEXO E - CARACTERÍSTICAS DE CADA TIPO DE FORMAÇÃO
73
ANEXO F – REDIMENSIONAMENTO DE ENGENHEIROS – GERAL
Posto
CEL
TCEL
MAJ
CAP
TEM
TP
Existente Redimensionamento Diferença
2
9
7
6
26
20
6
37
31
22
64
42
39
81
42
17
TOTAL
92
217
125
ANEXO F – Redimensionamento de Engenheiros – Geral
PercOcp%
19
54
74
ANEXO G – EVOLUÇÃO DO REDIMENSIONAMENTO
Existente
Redimensonamento
Posto
2008
2010
2011
ANTERIOR
ATUAL
Cel
3
3
1
8
9
TCel
5
3
6
19
26
Maj
6
9
6
28
37
Cap
17
19
22
45
64
Tem
60
53
82
88
81
TOTAL
91
87
117
188
217
ANEXO G – EVOLUÇÃO DO REDIMENSIONAMENTO
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redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo