A DISPONIBILIDADE ENERGÉTICA E A TRÍADE DA MULHER
ATLETA
A TRÍADE DA MULHER ATLETA é descrita pelo American College of
Sports Medicine como a consequência de uma inter-relação entre a
disponibilidade energética, a função menstrual e a densidade mineral óssea.
Esta relação abrange desde a condição de saúde até a doença. O
extremo deste espectro desencadeia manifestações clínicas da tríade que
incluem os distúrbios nutricionais, a amenorreia (ausência de ciclos
menstruais por mais de 3 meses) e a osteoporose. Estas três condições,
isoladas ou combinadas, podem impactar significativamente na saúde da mulher
atleta.
A mulher atleta pode se mover ao longo destes três espectros em
diferentes intensidades e direções, de acordo com a sua alimentação e seus
hábitos de exercícios.
A baixa disponibilidade energética é o componente-chave para a tríade
e parece ser um fator que afeta negativamente a saúde reprodutiva e do
esqueleto. A disponibilidade energética é definida como a energia da ingesta
alimentar menos a energia dispendida durante o exercício, o que caracteriza a
quantidade de energia da dieta remanescente para as funções do organismo.
A baixa disponibilidade energética parece ocorrer abaixo de 30Kcal/kg de
massa livre de gordura (massa magra) por dia. Quando a disponibilidade
energética é muito baixa, as funções fisiológicas do corpo são forçadas a reduzir
a quantidade de energia utilizada. Estas funções podem incluir a manutenção
celular, o crescimento, a reprodução e a regulação de temperatura.
A restrição severa da dieta pode interromper a função reprodutiva,
entretanto quanto mais ativa fisicamente for a mulher, menor restrição alimentar
será necessária para uma ocorrer uma baixa disponibilidade energética.
O estresse físico do exercício não é a causa da interrupção da função
menstrual, mas sim, a baixa disponibilidade energética. Para alguns indivíduos,
uma diminuição do gasto energético do exercício é necessária para restaurar o
balanço energético. Entretanto para muitos indivíduos, um aumento na ingesta
energética da dieta para suportar as demandas do exercício pode ser suficiente
para restaurar a função menstrual.
A disponibilidade energética baixa da mulher atleta pode ser decorrente a
muitas causas: não intencionais, intencionais e psicopatológicas. Nem todos os
casos de baixa disponibilidade energética são resultantes de desordens
alimentares, logo a causa deve ser identificada antes que o tratamento se inicie.
Os distúrbios alimentares podem significar alto risco para a saúde da
mulher atleta, logo o diagnóstico precoce e o tratamento multidisciplinar são
fundamentais para um resultado positivo.
As mulheres que participam de atividades esportivas que suportem no
mínimo o próprio peso apresentam uma densidade mineral óssea entre 5 a 15%
maior do que nos não atletas. A osteoporose é a condição potencialmente mais
grave, quando compromete a força dos ossos, o que predispõe ao aumento do
risco de fraturas.
A disponibilidade energética adequada promove a saúde dos ossos
diretamente através da estimulação da produção de hormônios, que
desencadeiam a formação óssea e indiretamente, preservando a produção de
estrógeno e os ciclos menstruais normais (eumenorreia).
Tenha consciência da importância da alimentação a para a manutenção
de sua vida esportiva saudável. Bons treinos.
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