Energia: SE diz que concurso aberto para centrais fotovoltaicas é para produção junto de grandes cidades Beja, 12 nov (Lusa) – O secretário de Estado da Energia e da Inovação, Carlos Zorrinho, justificou hoje o Alentejo ter ficado de fora do concurso para novas centrais fotovoltaicas por o objetivo ser a produção solar junto dos centros de grande consumo. “É um concurso de produção solar de proximidade” que visa a “instalação de centrais de produção relativamente pequenas junto aos centros de grande consumo”, ou seja, as grandes cidades, disse. Lembrando que “grande parte da capacidade solar do país já está instalada no Alentejo”, onde funcionam várias grandes centrais, Carlos Zorrinho explicou que a região “é um centro de grande produção, mas não de grande consumo”. “A tecnologia fotovoltaica tradicional é, cada vez mais, considerada adequada para instalar junto dos locais de consumo, evitando custos de rede ou perdas. Este é um concurso de proximidade e essa é a razão pela qual há uma exclusão indireta do Alentejo, por não ter altos níveis de consumo”, frisou. O secretário de Estado falava à Agência Lusa depois de, esta semana, os municípios do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral terem contestado a exclusão do Alentejo do concurso nacional recentemente aberto pelo Governo para licenciar centrais solares fotovoltaicas. A posição das 14 autarquias do distrito de Beja e dos quatro concelhos alentejanos do distrito de Setúbal, reunidos na Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (AMBAAL), foi tomada nas últimas reuniões dos conselhos diretivo e executivo daquela entidade. Confrontado hoje pela Lusa, o secretário de Estado da Energia e da Inovação admitiu que o Alentejo “tem sido até agora, e com toda a legitimidade, a região do país onde tem havido maior aposta em termos do desenvolvimento do solar”. “As tecnologias do hídrico e do eólico já atingiram uma certa maturidade. No domínio do solar, vai haver um desenvolvimento extraordinário nos próximos anos e o Alentejo, que tem índices muito elevados de exposição solar, será naturalmente a região que mais vai beneficiar”, frisou. Carlos Zorrinho assegurou que o Governo pretende continuar a aposta na energia solar e revelou que “está em processo legislativo uma iniciativa muito importante”, que contempla “500 megawatts (Mw) em minigeração”. “Trata-se de pequenas centrais e é o tipo de aplicação muito apropriada para empresas e pequenas comunidades como as alentejanas”, disse, realçando que outra das apostas é a microgeração, mas também o lançamento de novos “concursos em tecnologias de produção, mas não de proximidade, com destaque”. O Alentejo, sublinhou, “não está bem posicionado em concursos em que o critério é a proximidade de consumo, mas estará certamente em concurso cujo critério será a capacidade de produção”, sustentou. RRL *** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo ortográfico *** Lusa/Fim